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Título: Decaimento bacteriano em lagoas de estabilização no Nordeste brasileiro
Autor(es): Torres, Dayana Melo
Orientador: Araújo, André Luis Calado
Palavras-chave: Lagoas de estabilização;Decaimento bacteriano;Coliformes termotolerantes;Enterococcus sp.;Stabilization ponds;Bacterial decay;Thermotolerant coliform;Enterococcus sp.
Data do documento: 17-Jun-2011
Editor: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Referência: TORRES, Dayana Melo. Decaimento bacteriano em lagoas de estabilização no Nordeste brasileiro. 2011. 99 f. Dissertação (Mestrado em Saneamento Ambiental; Meio Ambiente; Recursos Hídricos e Hidráulica) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2011.
Resumo: Lagoas de estabilização consistem no sistema de tratamento de esgotos mais utilizado no Rio Grande do Norte (RN), Brasil, correspondendo a cerca de 90% de todos os sistemas. As bactérias fecais são removidas principalmente nas lagoas facultativas e de maturação. Muitos fatores influenciam no decaimento de bactérias, como: os níveis de pH e OD, temperatura, intensidade luminosa, TDH e disponibilidade de alimento. A taxa de decaimento bacteriano (Kb) é calculada a partir de muitas variáveis, mas o regime hidráulico possui significativa influência na remoção de microorganismos, sendo o de fluxo disperso o que melhor caracteriza uma lagoa de estabilização. Todavia, alguns autores elaboraram equações para o Kb conforme o regime de mistura completa. Essa pesquisa teve como objetivo avaliar o decaimento bacteriano de coliformes termotolerantes e Enterococcus sp. em lagoas de estabilização destinadas ao tratamento de esgotos domésticos, em escala real, no RN. Todos os sistemas avaliados possuem tratamento preliminar, uma lagoa facultativa (LF), seguida de duas de maturação (LM1 e LM2). Os parâmetros avaliados foram: temperatura, pH, OD, DBO5, DQO, coliformes termotolerantes, Enterococcus sp., clorofila a, sólidos em suspensão totais, fixos e voláteis. Não foram identificadas diferenças significativas entre os valores de pH, OD e temperatura nas lagoas, exceto para os sistemas mais novos, já que eles possuem baixas vazões e cargas hidráulicas. A remoção de matéria orgânica nos sistemas de tratamento foi baixa, cerca de 70%, e praticamente todas estão com sobrecarga orgânica e com problemas operacionais. As remoções bacterianas também foram baixas, com média para as LF de 96% para coliformes termotolerantes, e de 98% para Enterococcus sp.; nas LM1 obteve-se remoção para coliformes termotolerantes de 71%, e para Enterococcus sp. de 81%; e, nas LM2 a eficiência foi de 69% para coliformes termotolerantes e de 68% para Enterococcus sp. A equação proposta por Von Sperling (1999), segundo o regime de fluxo disperso, foi a que gerou valores de Kb empíricos mais aproximados dos valores de Kb calculados a partir de dados reais. Em média, o Kb calculado com base nos dados reais para coliformes termotolerantes nas LF foi de 0,31 d-1, e em ambas as lagoas de maturação foram de 0,35 d-1. Para Enterococcus sp. a média nas LF foi de 0,40 d-1, nas LM1 foi igual a 0,55 d-1, e nas LM2 de 0,58 d-1. Esses resultados também demonstraram que os Kb obtidos em sistemas em escala real são menores do que os verificados em lagoas em escala piloto. Além disso, pode-se afirmar que a equação proposta por Marais (1974), segundo o regime de mistura completa, superestima o Kb. Os resultados dos Kb calculados indicaram que os coliformes termotolerantes são mais resistentes às condições adversas presentes em lagoas de estabilização do que os Enterococcus sp., sendo, portanto, um indicador microbiológico mais eficiente e seguro. Os fatores de significativa intervenção na taxa de decaimento bacteriano foram as concentrações de DQO, a carga orgânica e o TDH. As poucas relações existentes entre Kb com pH, OD e temperatura não foram estatisticamente significativas. Por fim, conclui-se que é fundamental a operação e manutenção corretas, pois a não realização dessas atividades consiste em um dos principais fatores que contribuem para as baixas taxas de decaimento bacteriano.
Abstract: Stabilization pond system consisting in more sewage treatment used in Rio Grande do Norte (RN), Brazil, representing about 90% of all systems. Fecal bacteria are removed mainly facultative ponds and in maturation ponds. Many factors influence bacterial decay, such as the levels of pH and DO, temperature, light intensity, HDT and nutrient availability. The bacterial decay rate (Kb) is calculated considering many variables, but the hydraulic regime is a significant influence for microorganisms removal, and the dispersed flow which best characterizes a stabilization pond. However, some authors developed equations for the Kb accordant plug flow and complete mixing. This research study aimed to evaluate the bacterial decay of fecal coliform and Enterococcus sp. in stabilization ponds designed to treat domestic sewage, full-scale, in RN. All systems have assessed pretreatment, a facultative pond (LF) followed by two maturation (LM1 and LM2). The parameters availed were: temperature, pH, DO, BOD5, COD, fecal coliform, Enterococcus sp., Chlorophyll a, total suspended solids, fixed and volatile. In general, there were not significant differences for pH, DO and temperature in the ponds, except for the new systems, since they have low flow and hydraulic loads. The removal of organic matter in the ponds was low, about 70%, and nearly all are overloaded organic and operational problems. The bacterial removals were low, with average 96% for LF for fecal coliform, and 98% for Enterococcus sp.; LM1 were in itself a removal for fecal coliform about 71%, and 81% for Enterococcus sp.; LM2 have efficiency of 69% for fecal coliform, and 68% for Enterococcus sp. The equation proposed by Von Sperling (1999), according to the dispersed flow regime, generated empirical values of Kb more approximate to calculated values of Kb. On average, the calculated Kb to coliforms in the LF was 0.31 d-1, and for both maturation ponds were 0.35 d-1. For Enterococcus sp. the average was 0.40 d-1 for LF, 0.55 d-1 for LM1, and 0.58 d-1 for LM2. These results also showed that the Kb obtained in full-scale systems are smaller than those found in pilot-scale ponds. Moreover, one can say that the equation proposed by Marais (1974), according to the complete-mix regime, overestimates Kb. Actual results of Kb indicated that fecal coliforms are more resistant to adverse conditions present in stabilization ponds than Enterococcus sp., therefore, an indicator of microbiological safety and efficiency. The factors significant interventions in the rate of bacterial decay were concentrations of COD, the organic loading and HDT. The few Kb relationship between pH, DO and temperature were not significant. Finally, we conclude that it s essential to correct operation and maintenance, for not performing these activities is one of the main factors contributing to low rates of bacterial decay.
URI: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/15977
Aparece nas coleções:PPGESA - Mestrado em Engenharia Sanitária e Ambiental

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