Use este identificador para citar ou linkar para este item: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/25089
Título: A polícia militar e o denominado "crime organizado" na gestão da periferia urbana: notas acerca das experiências juvenis
Autor(es): Brito, Gabriel Miranda
Orientador: Paiva, Ilana Lemos de
Palavras-chave: Juventude;Racismo;Necropolítica;Estado de exceção;Criminalização da pobreza
Data do documento: 7-Fev-2018
Referência: BRITO, Gabriel Miranda. A polícia militar e o denominado "crime organizado" na gestão da periferia urbana: notas acerca das experiências juvenis. 2018. 211f. Dissertação (Mestrado em Psicologia) - Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2018.
Resumo: O presente estudo investiga como dois atores violentos, a polícia militar e uma facção do denominado “crime organizado”, interferem no cotidiano de jovens autodeclarados pobres e negros de uma periferia urbana do município de Natal, Rio Grande do Norte. Para obter as informações necessárias ao desenvolvimento desta investigação, o pesquisador adotou a postura de observador participante, inserindo-se na comunidade investigada ao longo de nove meses, onde realizou treze observações, todas registradas em diário de campo. As informações oriundas dos diários de campo foram sistematizadas em blocos de discussão e interpretadas com inspiração na perspectiva materialista histórica e dialética de compreensão da realidade. Neste sentido, destacam-se, como resultados desta pesquisa, por um lado, a presença da facção como agente regulador da vida social, seja através da imposição de um código de conduta e sanções violentas aos moradores do bairro ou da cooptação de jovens, convocados a, em tempos de desregulamentação econômica na periferia do capitalismo, desenvolverem atividades relacionadas ao comércio ilegal de drogas; e por outro lado, a polícia militar que, ao ser convocada a combater o crime, o faz através de ações exibicionistas, inefetivas na redução da insegurança urbana e constitutivas do processo de criminalização da pobreza, sobretudo por identificar os bairros periféricos como lugares perigosos, estigmatizando a população nativa e, em específico, o jovem negro. Cerceados por um sistema econômico excludente, pela violência do Estado, da facção do bairro e da possibilidade de uma ação violenta de alguma facção rival, que podem conduzir tanto à morte social quanto biológica, compreende-se o jovem pobre, negro e morador da periferia como alguém situado no fogo cruzado das disputas entre crime e polícia.
Abstract: The present study investigate how two violent actors, the local police and an “organized crime” faction, interfere in the day life of self-declarated poor and black youth of an urban fringe of Natal, located in the Brazilian Northeast. To obtain the needed information to the development of this investigation, the researcher adopted the posture of a participant viewer inserting himself in the investigated community over nine months and performing thirteen observations registered in the field diary. The information arising from the diaries were schematized into discussion topics and interpreted with inspiration on the dialectical and historical materialism perspective of reality comprehension. For that matter, highlighting as results of the research, on one hand the presence of the faction as a controller agent of social life, through the enforced code of conduct and violent sanctions to the residents of the neighborhood or the cooptation of young adults called in economic deregulation times in the capitalist periphery to do activities related to the illegal drug market; on the other hand, the local police that when called to fight crime acts with exhibitionistic actions ineffective on the decrease of urban violence and constitutive in the criminalization process of poverty, especially by identifying the peripheral communities as dangerous places, stigmatizing the native population and, in specific, the black youth. Surrounded by an excluding economic system, the State violence, the community faction and the possibility of a violent action of a rival faction that can lead to social death as well as biological, it’s understandable in this context the young, poor, black and resident of periphery as someone situated in the crossfire between the crime and the police.
URI: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/25089
Aparece nas coleções:PPGPSI - Mestrado em Psicologia

Arquivos associados a este item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
GabrielMirandaBrito_DISSERT.pdf2,79 MBAdobe PDFThumbnail
Visualizar/Abrir


Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.