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Título: Sofrimento ético-político no cotidiano de trabalhadoras comerciárias da Zona Sul de Natal-RN
Autor(es): Silva, Monique Pfeifer Rodrigues da
Orientador: Pereira, Maria Teresa Lisboa Nobre
Palavras-chave: Cidades;Trabalhadoras;Interseccionalidade;Sofrimento ético-político;Narrativas
Data do documento: 17-Fev-2020
Referência: SILVA, Monique Pfeifer Rodrigues da. Sofrimento ético-político no cotidiano de trabalhadoras comerciárias da Zona Sul de Natal-RN. 2020. 136f. Dissertação (Mestrado em Psicologia) - Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2020.
Resumo: A Zona Sul natalense urbaniza-se no ordenamento voltado ao turismo, serviços e construção civil, em que são produzidas narrativas hegemônicas e modos de ocupação da cidade atrativas aos investimentos externos e apelo ao consumo, com segregação espacial e reprodução de opressões. Para as mulheres brasileiras, principalmente negras e pobres, a circulação nos espaços evoca desafios materiais e simbólicos. Essas injustiças, resultantes de processos exclusão social/inclusão perversa do sistema capitalista, podem ser experimentadas como dor, atingindo grupos subalternos. Esta pesquisa se propôs a investigar como se expressa o sofrimento ético-político e os modos de resistência no cotidiano de trabalhadoras em estabelecimentos comerciárias na Zona Sul de Natal-RN. Observações de campo, diários de pesquisa e análise de implicação constituíram a fase inicial do estudo, que utilizou como instrumento um roteiro de entrevista narrativa com questionário sociodemográfico. Foram produzidas narrativas a partir de entrevistas com 04 mulheres, com experiência de balconista nos bairros de Ponta Negra e Capim Macio. A análise de narrativas foi organizada em cinco eixos temáticos. No cotidiano das balconistas, se expressou a produção de sofrimento éticopolítico a partir das disparidades de gênero, raça, classe e territoriais nos encontros entre trabalhadoras periféricas e clientes de classes abastadas. As mulheres sentem medo, tristeza, indignação e desmotivação diante da discriminação sexual e racial; assédios; precarização do trabalho e dos obstáculos na migração entre bairros, agravados pelos arranjos interseccionais. Estratégias coletivas e atitudes desassujeitadoras são modos de enfrentamento comuns, embora o atendimento ao cliente esteja em primazia no funcionamento dos estabelecimentos. A reprodução de lugares subalternos em que a freguesia posiciona as balconistas revela as heranças coloniais de subordinação, exploração e objetificação sexual sobre as mulheres pobres e racializadas. As narrativas de experiências historicamente invisibilizadas expressam as contradições de uma urbanização excludente e intolerante e apontam a necessidade de perspectivas interseccionais para criticá-la.
Abstract: Natal’ Administrative South Zone was urbanized in the order to conceive tourism, commercial services and civil construction, about which hegemonic narratives and forms of occupation of the city are produced to attract foreign investments and appeal to consumption, with spatial segregation and reproduction of oppression. For Brazilian women, especially black and poor, their circulation in spaces evokes material and symbolic challenges. These injustices, resulting from the processes of social exclusion/perverse inclusion on the capitalist system, can be experienced as pain, affecting subaltern groups. This research aimed to investigate how the ethical-political suffering, as much as the forms of resistance, are expressed in the everyday life of female workers in commercial establishments in the South Zone of Natal-RN. Field observations, research journals and analysis of implication constituted the initial phase of the study, which used a narrative interview script with a socio-demographic questionnaire as instrument. Narratives were produced after the interviews with 04 women with experience as attendant in the neighborhoods of Ponta Negra and Capim Macio. The narratives were analyzed through five thematic axes. In their everyday lives, the production of ethical-political suffering was expressed based on gender, race, class and territorial disparities in the meetings between peripheral workers and clients of wealthy classes. These women feel fear, sadness, indignation and demotivation in face of sexual and racial discrimination; harassments; precarious work and obstacles to migrate between neighborhoods, aggravated by intersectional arrangements. Collective strategies and unsubmissive attitudes are common ways of resistance, although customer service is the priority in the establishments’ operation. The reproduction of subordinate places on which the costumers places these workers reveals the colonial inheritances of subordination, exploitation and sexual objectification over the poor and racialized women. The narratives of historically invisible experiences express the contradictions of an excluding and intolerant urbanization and point out the need for intersectional perspectives to criticize it.
URI: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/28499
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