UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO PROGRAMA REGIONAL DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE/PRODEMA AVALIAÇÃO DO RISCO OCUPACIONAL DE TRABALHADORES EXPOSTOS A AGROTÓXICOS NO MUNICÍPIO DE TOUROS/RIO GRANDE DO NORTE A BIOTECNOLOGIA VEGETALRNATIVA PARA A COTONICULTURA FAMILIAR ENTÁVEL A BIOTECNOLOGIA VEGETAL COALRNATIVA PARA A COTONICULTURA FAMILIAR SUSTENTÁVEL A BIOTECNOLOGIA VEGETAL COMO ALTER PARA A COTONICULTURA FAMILIAR SUSTENTÁVELAAA ANA FLÁVIA DE SANTANA RESENDE NAGEM 2013 Natal – RN Brasil AVALIAÇÃO DO RISCO OCUPACIONAL DE TRABALHADORES EXPOSTOS A AGROTÓXICOS NO MUNICÍPIO DE TOUROS/RIO GRANDE DO NORTE A BIOTECNOLOGIA VEGETAL COMO ALTERNATIVA PARA A COTONICULTURA FAMILIAR SUSTENTÁVEL A BIOTECNOLOGIA VEGETAL COMO ALTERNATIVA PARA A COTONICULTURA FAMILIAR SUSTENTÁVEL A BIOTECNOLOGIA VEGETAL COMO ALTER PARA A COTONICULTURA FAMILIAR SUSTENTÁVELAAA ANA FLÁVIA DE SANTANA RESENDE NAGEM 2013 Natal – RN Brasil Ana Flávia De Santana Resende Nagem AVALIAÇÃO DO RISCO OCUPACIONAL DE TRABALHADORES EXPOSTOS A AGROTÓXICOS NO MUNICÍPIO DE TOUROS/RIO GRANDE DO NORTE A BIOTECNOLOGIA VEGETAL COMO ALTERNATIVA PARA A COTONICULTURA FASTENTÁVEL A BIOTECNOLOGIA VEGETAL COMO ALTERNATIVA PARA A COTONICULTURA FAMILIAR STÁVEL A BIOTECNOLOGIA VEGETAL COMO ALTER PARA A COTONICULTURA FAMILIAR SUSTENTÁVELAAA Dissertação apresentada ao Programa Regional de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (PRODEMA/UFRN), como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Mestre. Orientador: PROF. DR(A). VIVIANE SOUZA DO AMARAL 2013 Natal – RN Brasil ANA FLÁVIA DE SANTANA RESENDE NAGEM Dissertação submetida ao Programa Regional de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (PRODEMA/UFRN), como requisito para obtenção do título de Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente. Aprovada em: BANCA EXAMINADORA: _______________________________________________ Prof(a). Dr(a). Viviane Souza do Amaral ORIENTADOR Universidade Federal do Rio Grande do Norte (PRODEMA/UFRN) ______________________________________________ Prof(a). Dr(a). Marialva Sinigaglia Universidade Federal do Rio Grande do Sul (PPGBM/UFRGS) _______________________________________________ Prof(a). Dr(a). Francisca de Souza Miller Universidade Federal do Rio Grande do Norte (PRODEMA/UFRN) “Da realidade do campo para o laboratório.” Dedico a todos os agricultores que participaram desta pesquisa, que debaixo do sol, enfrentam a dura realidade do homem do campo. AGRADECIMENTOS À Universidade Federal do Rio Grande do Norte pela oportunidade de realizar o mestrado. Ao Programa Regional de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente – PRODEMA que a cada ano luta para a construção de mestrandos que sejam capazes de contribuir para o equacionamento dos problemas socioambientais em prol do Desenvolvimento Sustentável da Região Nordeste. À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES pelo apoio financeiro. Ao Departamento de Biologia Celular e Genética pelo apoio para o transporte até a área de estudo, assim como da utilização de laboratórios para testes e análises. Em especial a orientadora Dra. Viviane Souza do Amaral que mesmo sabendo da minha ausência acadêmica depois de 6 anos de formada, aceitou a orientação e deu seu crédito de confiança. Dra. Viviane, professora e pesquisadora na qual tenho muito respeito e admiração. Agradeço muito por tudo que aprendi! Muito Obrigada! Ao Professor Dr Francisco Pepino De Macedo que desde o inicio disponibilizou toda a sua boa vontade e conhecimento, sempre pronto a ajudar. A Professora Dra. Sílvia Regina Batistuzzo de Medeiros pela atenção e por disponibilizar o laboratório para os testes. Ao professor Dr. Marcos Antônio de Andrade Medeiros por fazer da ciência algo tão sensível, com suas palavras na construção do cordel. Em especial a colega Nilmara de Oliveira Alves que dedicou parte do seu tempo e seu conhecimento nas análises estatísticas, agradeço muito!!! A todos os colegas de pesquisa que participaram de todas as etapas para a conclusão desta pesquisa nas visitas a campo, coletas, testes de laboratório e análise: Giveldna Maria Costa Pereira, Luiz Cláudio Cardoso Chaves, e Tamires e a todos que contribuíram com seus conhecimentos e ajuda. Aos grandes exemplos da minha vida: meus pais, Marlene e Renato que sempre apoiaram todas as minhas decisões, sempre acreditando; aos meus sogros Lelena e Ronaldo, biólogos de formação, pesquisadores e educadores de paixão; ao Danilo meu esposo, pesquisador e professor de vocação, no qual apoiou a minha decisão. Valentia, força de vontade e querer foram os três elementos que nortearam o meu retorno na vida acadêmica. Após seis anos de formada decidi dedicar uma parte da minha vida aos novos conhecimentos que surgirão! Desbravar este caminho sozinha não seria capaz, assim contei com a colaboração de todas essas pessoas. Muito obrigado! RESUMO AVALIAÇÃO DO RISCO OCUPACIONAL DE TRABALHADORES EXPOSTOS A AGROTÓXICOS NO MUNICÍPIO DE TOUROS/RIO GRANDE DO NORTE O uso de agrotóxicos esta sendo usado de maneira intensiva com graves consequências para os agricultores expostos. O presente estudo teve como objetivo descrever os perfis de saúde e socioeconômico de 60 agricultores no Município de Touros/RN através do questionário recomendado por: (International Commission for Protection against Environmental Mutagens and Carcinogens (ICPEMC). As análises desses dados permitiu comprovar a importância do conhecimento do perfil socioeconômico e de saúde de agricultores rurais como forma de entender a realidade dessa população, que pela falta de conhecimentos e condições encontram-se vulneráveis a exposição de agrotóxicos. Com objetivo de analisar a frequência de micronúcleos (MN) e outras anormalidade nucleares em células da mucosa oral de 54 agricultores que trabalham no Município de Touros/RN aplicou-se o Teste de micronúcleo (MN) em mucosa bucal. Os nossos resultados mostraram uma frequência aumentada de MN e outras anormalidades nucleares relacionados com a exposição e efeitos dos defensivos agrícolas na saúde. A partir dos resultados obtidos, fica notório que os agricultores estão aplicando os agrotóxicos de maneira errônea e comprometendo a sua saúde. Como estratégia socioeducativas foi desenvolvido um Cordel baseado no texto e nos resultados encontrados no presente estudo. Desta forma este estudo alerta para a necessidade de profundas mudanças sociais, culturais e no âmbito da saúde para diminuir os riscos a saúde tanto para as pessoas quanto para o ambiente. PALAVRAS-CHAVE Agrotóxicos, micronúcleo (MN), risco ocupacional, Touros, Rio Grande do Norte. ABSTRACT OCCUPATIONAL RISK ASSESSMENT OF WORKERS EXPOSED TO PESTICIDES IN TOUROS -RN The use of pesticides is being used intensively with severe consequences for exposed farmers. This study aimed to describe the socioeconomic and health profiles of 60 farmers in the city of Touros / RN through the questionnaire recommended by: (International Commission for Protection against Environmental Mutagens and Carcinogens (ICPEMC). The analysis of these data allowed to prove the importance of knowledge about the socioeconomic and health profile of rural farmers as a way to understand the reality of this population, that is vulnerable to exposure due to the lack of knowledge and conditions. Aiming to analyze the frequency of micronucleus (MN) and other nuclear abnormalities in oral mucosa cells of 54 farmers that work in the city of Touros / RN it was applied the micronucleus test (MN) in oral mucosa. Our results showed an increased frequency of MN and other nuclear abnormalities related to the exposure and effects of pesticides on health. Based on the results, it is clear that farmers are using pesticide in the wrong way and compromising their health. A Cordel has been developed as a method to taking the results to the people affected by the pesticides. Therefore this study alerts to the need for profound changes in the social, cultural and health context to reduce health risks for both people and for the environment. KEYWORDS: pesticides, micronucleus (MN), occupational risk, Touros, Rio Grande do Norte. LISTA DE FIGURAS Figura 1– (a) Imagem da célula da mucosa bucal com micronúcleo de indivíduo do grupo exposto; (b) citoplasma, núcleo principal e micronúcleo em destaque; (c) detalhe do núcleo principal e do micronúcleo em evidência. Identificado com objetiva de 100 X. ..................... 24 Figura 2- (a) Imagem da célula da mucosa bucal normal de indivíduo do grupo exposto ; (b) citoplasma e núcleo em destaque; (c) detalhe do núcleo em evidência. ................................... 25 Figura 3 - (a) Imagem da célula da mucosa bucal com núcleo binucleado de indivíduo do grupo exposto; (b) citoplasma e núcleo binucleado em destaque; (c) detalhe do núcleo binucleado em evidência. ......................................................................................................... 25 Figura 4 - (a) Imagem da célula da mucosa bucal com cromatina condensada de indivíduo do grupo exposto; (b) citoplasma e núcleo com cromatina condensada em destaque; (c) detalhe do núcleo com cromatina condensada em evidência. ............................................................... 26 Figura 5 - (a) Imagem da célula da mucosa bucal em cariólise de indivíduo do grupo exposto; (b) citoplasma e núcleo em cariólise em destaque; (c) detalhe do núcleo em cariólise em evidência. .................................................................................................................................. 26 Figura 6 - (a) Imagem da célula da mucosa bucal em picnose de indivíduo do grupo exposto; (b) citoplasma e núcleo em picnose em destaque; (c) detalhe do núcleo em picnose em evidência. .................................................................................................................................. 26 Figura 7 - (a) Imagem da célula da mucosa bucal em cariorrexe de indivíduo do grupo exposto; (b) citoplasma e núcleo em cariorrexe em destaque; (c) detalhe do núcleo em cariorrexe em evidência. ........................................................................................................... 27 Figura 8 - Mapa do Estado do Rio Grande do Norte indicando o Município de Touros, localidade da área de estudo sobre a avaliação do risco ocupacional de trabalhadores expostos a agrotóxicos. ............................................................................................................................ 28 Figura 9 - Mapa Geológico do Município de Touros ............................................................... 29 Figura 10- Mapa do Estado do Rio Grande do Norte- Brasil indicando o Município de Touros em vermelho e a área em verde, que corresponde ao Projeto do Boqueirão local da área de estudo sobre a avaliação do risco ocupacional de trabalhadores expostos a agrotóxicos no Município de Touros/Rio Grande do Norte. 2012 .................................................................... 30 Figura 11 - Área em vermelho que corresponde ao Projeto do Boqueirão local da área de estudo sobre a avaliação do risco ocupacional de trabalhadores expostos a agrotóxicos no Município de Touros/Rio Grande do Norte. 2012 .................................................................... 31 Figura 12 – (a) Foto da cultura de abacaxi da área de estudo localizada no Projeto do Boqueirão, Município de Touros- Rio Grande do Norte – Brasil. (b) Foto da cultura de abacaxi e milho da área de estudo sobre a avaliação do risco ocupacional de trabalhadores expostos a agrotóxicos no Município de Touros/Rio Grande do Norte. 2012. ........................ 32 Figura 13 (a) e (b) – Foto da coleta de dados e assinatura do TCLE através dos questionários sobre a avaliação do risco ocupacional de trabalhadores expostos a agrotóxicos no Município de Touros/Rio Grande do Norte. 2012. .................................................................................... 34 Figura 14– Foto da coleta de dados e células da mucosa bucal do grupo exposto em horário laboral no campo sobre a avaliação do risco ocupacional de trabalhadores expostos a agrotóxicos no Município de Touros/Rio Grande do Norte. 2012. .......................................... 36 Figura 15 (a) - Foto da coleta de células da mucosa bucal em horário laboral no campo (b) - armazenamento das amostras sobre a avaliação do risco ocupacional de trabalhadores expostos a agrotóxicos no Município de Touros/Rio Grande do Norte. 2012. ........................ 37 LISTA DE FIGURAS – CAPITULO 1 Figura. 1. Localização da área de estudo .................................................................................. 48 LISTA DE FIGURAS – CAPITULO 2 Figura - 1– Mapa do Estado do Rio Grande do Norte indicando o Município de Touros local da área de estudo sobre avaliação do risco ocupacional de trabalhadores expostos a agrotóxicos no Município de Touros/Rio Grande do Norte. 2012 ........................................... 70 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Produção brasileira de abacaxi em 2009 ................................................................. 16 Tabela 2 - Estimativas do Mercado de Defensivos Acumulado de Janeiro – Outubro 2010 vs 2011 (Milhões R$) .................................................................................................................... 17 Tabela 3- - Classificação de toxicidade com a dose letal (DL 50) ........................................... 18 Tabela 4 - Classe toxicológica e cor da faixa do rótulo de agrotóxico ..................................... 19 LISTA DE TABELAS – CAPITULO 1 Tabela. 1. Características socioeconômicas dos trabalhadores rurais entrevistados. ............... 50 Tabela. 2 Histórico de Proteção e Exposição dos trabalhadores rurais. ................................... 51 Tabela. 3. História de fumo consumo de bebidas alcoólicas, dietas, medicamentos, doenças e história genética dos trabalhadores rurais. ................................................................................ 53 Tabela. 4. Tabela de correlação entre fatores externos e problemas relacionados ................... 56 Tabela. 5Agrotóxicos mais utilizados no Projeto Boqueirão, Rio Grande do Norte. .............. 57 LISTA DE TABELAS – CAPITULO 2 Tabela - 1 - Resultado das características do grupo exposto e não exposto sobre a avaliação do risco ocupacional de trabalhadores expostos a agrotóxicos no Município de Touros/Rio Grande do Norte. 2012 ............................................................................................................. 73 Tabela - 2Resultado da frequência de micronúcleo MCN do grupo exposto e do grupo não exposto (média de MCN é para 2000 células) sobre a avaliação do risco ocupacional de trabalhadores expostos a agrotóxicos no Município de Touros/Rio Grande do Norte. 2012 ... 74 Tabela - 3 - Resultado da frequência das alterações genéticas em células dos indivíduos expostos e não expostos (média das alterações são para 2.000 células)................................... 75 SUMÁRIO INTRODUÇÃO GERAL 15 1.1 Formulações e Toxicidade 18 1.2 Teste de Micronúcleos 22 1.3 Origem dos micronúcleos (MN) 24 1.4 Característica do micronúcleo (MN) 24 1.5 Outras anormalidades celulares 25 CARACTERIZAÇÃO GERAL DA ÁREA DE ESTUDO 28 2.1 Touros –RN - Brasil 28 2.2 Clima, Vegetação e Solos 29 2.3 Principais atividades 29 2.4 População 30 2.5 Escolha da Área de estudo - Projeto Boqueirão Touros – RN 30 METODOLOGIA GERAL 33 3.1 Procedimentos Metodológicos 33 3.1.1 Questionário de Saúde Pessoal 33 3.1.2 Coleta de Dados do Questionário 33 3.1.3 Critérios de inclusão da amostra do grupo caso 35 3.1.4 Critérios de exclusão da amostra do grupo caso 35 3.1.5 Critérios de inclusão e exclusão da amostra do grupo controle 35 3.2 Teste De Micronúcleo (MN) em Mucosa 35 3.2.2 Coleta das amostras 36 3.2.2 Preparações Citológicas 37 3.3 Análise estatística 38 REFERENCIAS 39 CAPITULO 1 - DESCRIÇÃO DOS PERFIS DE SAÚDE E SOCIOECONÔMICOS DE AGRICULTORES NO MUNICÍPIO DE TOUROS- RIO GRANDE DO NORTE: UMA REALIDADE ALÉM DOS NÚMEROS 43 Resumo 43 Abstract 45 Introdução 46 Material e Método 47 Área de Estudo 47 Procedimento Metodológico 48 Resultados 49 Discussão 58 Conclusões 62 Colaboradores 63 Agradecimentos 63 Referências 63 CAPÍTULO 2 -ALTERAÇÕES GENÉTICAS EM TRABALHADORES RURAIS NO NORDESTE BRASILEIRO: INVESTIGAÇÃO DO POTENCIAL MUTAGÊNICO ASSOCIADO À EXPOSIÇÃO POR AGROTÓXICOS 66 Resumo 67 1. Introdução 68 2. Materiais e Métodos 69 Amostras 69 3. Procedimento Metodológico 70 Caracterização da Amostra 70 Coleta das amostras de mucosa bucal 71 Preparações Citológicas 71 Análise Estatística 72 4. Resultados 72 5. Discussão 75 6. Referências 79 CONCLUSÕES GERAIS 82 APÊNDICE A - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO 83 APENCIDE B – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO GRUPO CONTROLE 87 APENCIDE C - CORDEL 90 ANEXO A – Agrotóxicos FORMULADOS ESPECÍFICOS PARA CULTURA DE ABACAXI. 93 ANEXO B - GRUPOS QUÍMICOS E MODO DE AÇÃO NOS QUAIS PERTENCEM OS AGROTÓXICOS. 97 ANEXO C - MAPA DO PROJETO BOQUEIRÃO 100 ANEXO D – PARECER DE APROVAÇÃO DA PESQUISA NO COMITÊ DE ÉTICA DA UFRN. 102 ANEXO E - QUESTIONÁRIO DE SAÚDE PESSOAL 105 ANEXO F - DADOS DE INTERNAÇÃO HOSPITALAR – NEOPLASIAS 114 ANEXO G - NORMAS DA REVISTA PARA PUBLICAÇÃO DO CAPÍTULO 1 121 ANEXO H - NORMAS DA REVISTA PARA PUBLICAÇÃO DO CAPÍTULO 2 126 15 INTRODUÇÃO GERAL Desde os primórdios da colonização até o século XXI a agricultura passou por várias etapas de modificações tanto políticas, sociais e culturais. Inicialmente produtora de cana-de-açúcar e café, e, posteriormente, evoluindo para extensas monoculturas. De acordo com Ministério da Agricultura - MAPA (2012), o Brasil é um dos líderes mundiais na produção e exportação de vários produtos agropecuários. É o primeiro produtor e exportador de café, açúcar, etanol de cana-de-açúcar e suco de laranja e lidera o ranking das vendas externas do complexo soja (farelo, óleo e grãos). Além disso, o crescimento da produção agrícola no Brasil deve continuar acontecendo com base na produtividade. As projeções indicam que tanto a produção de grãos e a área de cultivo deverão expandir-se em 9,5% em 2020-21. A área plantada em 2011/12 é estimada em 51,05 milhões de hectares, sendo 2,4 % maior que a cultivada em 2010/11, passando de 49,87 milhões para 51,05 milhões de hectares Companhia Nacional de Abastecimento - CONAB (2012). De fato, o setor de fruticultura dispõe de linhas de crédito com o objetivo de apoiar a comercialização de várias culturas, incentivando a agroindustrialização no setor e facilitando novos mercados (MAPA, 2012). Neste setor, podemos destacar o abacaxi. No que tange a esta cultura, no Brasil o desempenho em relação ao rendimento (frutos/ha) e a área de colheita (ha) do abacaxi vêm crescendo desde 1970, segundo dados do IBGE, 2010. De acordo com a Embrapa (2006) a produção desta fruta in natura cresceu 250% entre 1973 e 2003, e o Brasil produziu em 2008 aproximadamente 1.4 mil toneladas do fruto, tornando-se o 6º produtor de abacaxi do mundo, segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária- EMBRAPA (2009). Adicionalmente, no Brasil os dados mostram que em cada Hectar (ha, 10.000m2) há uma variação na produção de abacaxis entre 17 mil a 27 mil unidades. Em 2009 o Nordeste foi a região com maior produção desta fruta comparado com outras regiões, atingindo uma média de 2,7 abacaxis por m2 e a região Sul foi a de menor produção sendo colhido 1,7 abacaxis por m2 (Tabela 1). De acordo com o Ministério do Desenvolvimento Agrário 2011, a produção de abacaxi bate recorde no município de Touros - Rio Grande do Norte. Os Estados do Sudeste, como São Paulo e Rio de Janeiro são os maiores compradores e a produção tem comércio garantido para os estados nordestinos como o Ceará, Pernambuco e o próprio Rio Grande Norte. 16 Tabela 1 - Produção brasileira de abacaxi em 2009 Região Fisiográfica Área colhida (ha) Quantidade produzida (mil frutos) Rendimento médio (mil frutos/ha) Participação na produção (%) Norte 16.626 330.017 19.849 22,43 Nordeste 21.655 599.597 27.689 40,76 Sudeste 16.824 425.113 25.268 28,90 Sul 858 14.345 16.719 0,98 Centro-Oeste 4.213 101.923 24.192 6,93 BRASIL 60.176 1.470.995 24.445 100,00 Fonte: Embrapa, 2009. http://www.cnpmf.embrapa.br/planilhas/Abacaxi_Brasil_2009.pdf Consequentemente, esta intensa demanda agrícola no país reflete na necessidade de utilização de defensivos agrícolas. Considerando, em especial, a cultura do abacaxi, há um amplo uso de insumos químicos para que haja produtividade e rendimento. Os agrotóxicos específicos para este tipo de cultura, bem como suas características de ingredientes ativos e grupos químicos, estão apresentados no Anexo A. De acordo com a Lei Federal Nº 7802/1989 e Decreto Nº 4.074/ 2002 os agrotóxicos são definidos como produtos e agentes de processos físicos, químicos ou biológicos, destinados ao uso nos setores de produção, no armazenamento e beneficiamento de produtos agrícolas, nas pastagens, na proteção de florestas, nativas ou plantadas, e de outros ecossistemas e de ambientes urbanos, hídricos e industriais, cuja finalidade seja alterar a composição da flora ou da fauna, a fim de preservá-las da ação danosa de seres vivos considerados nocivos, bem como as substâncias e produtos empregados como desfolhantes, dessecantes, estimuladores e inibidores de crescimento. Essa definição exclui fertilizantes e químicos administrados a animais para estimular o crescimento ou modificar o comportamento reprodutivo (OPAS/OMS, 1996). Associada as potencialidades dos agrotóxicos, com seus diferentes mecanismos de ação, e a intensa prática agrícola no país, é crescente a comercialização destes defensivos agrícolas. Em 2009 foram consumidos mais de um bilhão de litros de agrotóxicos, segundo a Fundação Oswaldo Cruz – FIOCRUZ e, nos últimos três anos, o Brasil vem ocupando o lugar de maior consumidor de agrotóxicos no mundo de acordo com a Associação Brasileira de Saúde Coletiva - ABRASCO no relatório divulgado dia 16/06/2012 na Cúpula dos Povos (Rio +20). Este documento serve de alerta já que o Brasil é o maior consumidor de pesticidas e está 17 aumentando sua utilização a uma velocidade duas vezes superior a dos demais países. No país, as vendas de agrotóxicos, acumuladas até outubro de 2011, apresentaram um crescimento estimado de 10% em comparação com o mesmo período de 2010, impulsionadas principalmente pelas culturas de soja, cana, milho, algodão, café e pastagem. Depois da soja, o algodão é o produto que tem maior participação nas vendas de agrotóxicos no mercado nacional, com 13% do total, a cana-de-açúcar e o milho vêm a seguir, com 12% e 9%, respectivamente (SINDAG, 2011). As estimativas de faturamento do mercado de agrotóxicos no Brasil de uso geral entre Janeiro a Outubro de 2010 foi de 9.278 milhões de Reais e entre Janeiro a Outubro de 2011 foi de 10.199 milhões de Reais. Dentre os principais tipos de agrotóxicos empregados podemos destacar os inseticidas e os herbicidas que lideraram as vendas de 2011 (Tabela 2). Outro ponto importante neste cenário de vendas de agrotóxicos está relacionado com o fato de que as indústrias químicas a cada ano investem no mercado e lançam novas formulações para atender a grande demanda existente no país gerando grande faturamento de vendas. Tabela 2 - Estimativas do Mercado de Defensivos no Brasil acumulado de Janeiro – Outubro 2010 vs 2011 (Milhões R$) MERCADO (ESTIMATIVA) Segmentos 2010 2011 % VAR Herbicidas 3.205 3.455 8% Fungicidas 2.679 2.750 3% Inseticidas 2.899 3.512 21% Acaricidas 127 147 16% Outros 369 334 -9% Total 9.278 10.199 10% Fonte: Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Agrícola (SINDAG, 2011). . Acesso em : 18 de jul,2012, 21:50. 2. ALGRANTI,E; BUSCHINELLI, J.T.P; CAPITANI, E.M. Câncer de pulmão ocupacional. Jornal Brasileiro de Pneumologia, 2010;36(6):784-794 São Paulo. 3. BASU,A;GHOSH,P;DAS,J.K. 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A partir da análise de questionários foi possível identificar que 91% dos trabalhadores ganham até 3 salários mínimos, na qual a maioria tem jornada de trabalho de 40 horas semanais. Em relação à saúde, os agricultores apresentam frequentemente quadros de infecção, além de alguns sofrerem de doenças renais e cardiovasculares. A frequência de aborto foi de menos de 20% e alguns entrevistados (30%) declararam casos de doenças hereditárias. Além disso, foi possível observar que os agricultores não têm o hábito de procurar os postos de atendimento médico para fazer exames de rotina, exercendo uma implicação direta nos diagnósticos referentes a intoxicações agudas e crônicas. Desta forma, há uma dificuldade na associação de sintomas relacionados com as intoxicações de origem 44 ocupacional e este fator vem sendo uma preocupação no âmbito da saúde coletiva/epidemiológica. Por fim, esses resultados apontam para a necessidade de medidas sócio-educativas que tenham como objetivo a melhoria das condições de saúde e de trabalho para estes agricultores no município de Touros-RN. Keywords: Cultura de Abacaxi, Agrotóxicos, Risco Ocupacional, agricultores, Touros-RN. 45 Description of health and Socioeconomic profiles of Farmers in the Touros county-Rio Grande do Norte: A Reality Beyond Numbers Abstract The present study describes the socioeconomic and health profiles of sixty farmers from Touros county/RN. According to the analysis of questionnaires it was possible to identify that 91% of the workers earn up to 3 minimum salaries and that most of them work 40 hours per week. Concerning to their health, the farmers frequently presented cases of infection, besides suffering from kidney and cardiovascular diseases. The frequency of abortion was lower than 20% in women and approximately 30% of the interviewed reported cases of hereditary diseases. Furthermore, it was possible to observe that farmers are not used to look for medical support neither to do routine exams, affecting directly on diagnostics related to chronic and acute poisoning. Therefore, there are difficulties associating symptoms related to poisoning and occupational origin, reflecting a concern in the public health/epidemiology. Finally, these results show the need of socio-educational measures that has the proposal of improvement of health and work conditions for these farmers from Touros County - RN. Key words: Pineapple Culture, Pesticides, Occupational Risk, farmers,Touros – RN. 46 Introdução Desde os primórdios da colonização até o século XXI, a agricultura tem passado por várias etapas de modificações tanto políticas, sociais e culturais, inicialmente na produção da cana- de-açúcar e do café, e, posteriormente, evoluindo para extensas monoculturas. O Brasil é um dos líderes mundiais na produção e exportação de vários produtos agropecuários. É o primeiro produtor e exportador de café, açúcar, etanol de cana-de-açúcar e suco de laranja; liderando o ranking das vendas externas do complexo soja (farelo,óleo e grãos). Além disso, o crescimento da produção agrícola no Brasil deve continuar acontecendo com base na produtividade. As projeções indicam que tanto a produção de grãos e a área de cultivo deverão expandir-se em 9,5% em 2020-21 de acordo com o Ministério da Agricultura - MAPA (2011)1 , Companhia Nacional de Abastecimento – CONAB (2012)2. De fato, o setor de fruticultura dispõe de linhas de crédito com o objetivo de apoiar a comercialização de várias culturas, incentivando a agroindustrialização no setor e facilitando novos mercados (MAPA, 2011)1. No Brasil, o desempenho em relação ao rendimento (frutos/ha) e a área da colheita (ha) do abacaxi vêm crescendo desde 1970 EMBRAPA (2009)3. Além disso, os dados mostram que em cada Hectar (ha, 10.000m2) há uma variação na produção de abacaxis entre 17 a 27 mil unidades. Em 2009, o Nordeste foi a região com maior produção desta fruta comparado com outras regiões, atingindo uma média de 2,7 abacaxis por m2. Em contrapartida, a região Sul foi a de menor produção, sendo colhido 1,7 abacaxis por m2 Ministério do Desenvolvimento Agrário (2011)4. Consequentemente, esta intensa demanda agrícola no país reflete na necessidade de utilização de defensivos agrícolas. Considerando, em especial, a cultura do abacaxi, há um amplo uso de insumos químicos para que haja produtividade e rendimento. Associada as potencialidades dos agrotóxicos, com seus diferentes mecanismos de ação e a intensa prática agrícola no país, é crescente a comercialização destes defensivos agrícolas. Em 2009, de acordo com a Fundação Oswaldo Cruz – FIOCRUZ5, foram consumidos mais de um bilhão de litros de agrotóxicos. É importante destacar que, nos últimos três anos, o Brasil vem ocupando o lugar de maior consumidor de agrotóxicos no mundo de acordo com a Associação Brasileira de Saúde Coletiva – ABRASCO (2012)6. Outro ponto importante relacionado ao comércio de agrotóxicos está no fato de que as indústrias químicas a cada ano investem no mercado e lançam novas formulações para atender a grande demanda existente no país. Em função disto, os defensivos agrícolas apresentam uma complexidade química, que impõe sérios riscos a saúde ambiental e humana. Várias agências de controle ambiental e de saúde vêm demonstrando o potencial destes compostos como 47 agentes poluidores do ambiente e consequentemente, nocivos à vida, em particular, à saúde humana. Segundo Ministério da Saúde (MS), os agrotóxicos estão entre os mais importantes fatores de risco para a saúde da população em geral, especialmente para os agricultores e para os ecossistemas próximos as áreas agrícolas (MS, 2010)7. O elevado e indiscriminado uso de agrotóxicos no Brasil tem contribuído para a contaminação ambiental e para o aumento dos casos de intoxicações, principalmente as de origem ocupacional (JACOBSON et al, 2009)8. Soma-se a isto, (i) a falta de orientação técnica, (ii) o desconhecimento dos riscos associados ao uso, (iii) instruções no rótulo de difícil compreensão, (iv) manipulação e aplicação sem os devidos equipamentos de proteção individual (EPI), (v) o não conhecimento das normas de descarte de embalagens, e (vi) o baixo nível de escolaridade. Todos estes fatores potencializam os riscos de intoxicações pelos trabalhadores do meio rural (FIOCRUZ, 2010)1. Segundo as estatísticas oficiais do Ministério da Saúde (MS), utilizando o Sistema Nacional de Informações Toxico Farmacológicas - SINITOX, é possível verificar que, durante o período de 1999 a 2009, houve 149.171 casos de intoxicações ocasionadas por envenenamento por agrotóxicos no Brasil. Dentro desta perspectiva de emprego de agrotóxico e saúde do trabalhador, o presente estudo teve como objetivo descrever o perfil de saúde pessoal e o perfil socioeconômico dos agricultores que trabalham na área rural do Município de Touros/RN/Brasil, além de criar um material socioeducativo em forma de cordel tendo como objetivo sumarizar os resultados encontrados na pesquisa e informar sobre medidas que possam minimizar o contato com os agrotóxicos. Este cordel poderá ser divulgado nas áreas de saúde, como no posto de saúde no município de Touros. Material e Método Área de Estudo O presente estudo foi realizado na cidade de Touros - Rio Grande do Norte, Brasil, especificamente no Projeto Boqueirão reconhecido pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA como projeto de assentamento. O município de Touros situa-se na mesorregião Leste Potiguar e na microrregião Litoral Nordeste, cerca de 87 km da capital . As principais atividades são a agropecuária, a pesca, a extração vegetal e a silvicultura. Destacam-se as culturas abóbora, mandioca e fruticultura com manga, coco da baia, banana e principalmente abacaxi Instituto De Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte - IDEMA (2008)9. 48 Figura. 1. Localização do Minicípio de Touros –Rn- Brasil Fonte: IBGE adaptado De acordo com o censo demográfico 2010 (IBGE)10, a população residente no Município de Touros é de 31.089 habitantes, sendo que uma parte da população (7.922 hab) reside na área urbana e a outra parte (23.167 hab) residem na área rural. Dentro desse contexo, 16.068 habitantes são do sexo masculino e 15.021 são do sexo feminino. O projeto do Boqueirão localizado na área rural do Município de Touros – RN é dividido em três vilas: Assis, Israel e Mayne onde vivem 407 famílias, representando aproximadamente um total de 1142 pessoas residentes. A escolha da área de estudo foi feita por meio de informações pelo Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural do Rio Grande do Norte – EMATER. Procedimento Metodológico Para a coleta de dados foi utilizado o questionário de Saúde Pessoal de acordo com o modelo recomendado por: International Commission for Protection against Environmental Mutagens and Carcinogens (ICPEMC) Mutation Research, 1988 com adaptações. Esse estudo foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte conforme o Protocolo número 178/11-P, CAAE – 0203.0.051.000-11. 49 Toda coleta de dados para análises ocorreu com o conhecimento do indivíduo, que assinou o termo de consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). As coletas de dados foram realizadas em campo em horário laboral no período de fevereiro a setembro de 2012. Com ajuda do GPS e através de um mapa (fornecido pela Secretaria do Estado de Assuntos Fundiários e de Apoio à Reforma Agrária – SEARA) os lotes foram identificados para a realização das coletas. O questionário foi aplicado somente com os trabalhadores agrícolas que aceitaram participar da presente pesquisa. Devido à dificuldade de encontrar agricultores no dia das visitas no Projeto do Boqueirão a amostra foi escolhida por conveniência. Os critérios de inclusão da amostra foram: trabalhadores rurais, sexo masculino, ter idade acima de 18 anos, aceitar participar voluntariamente da pesquisa e assinar o TCLE. Após a assinatura do termo, os 60 indivíduos responderam o questionário que se apresenta em perguntas divididas em 7 módulos: história pessoal, história ocupacional, exposição, história de fumo, medicamentos e doenças, dietas e história genética. Para a análise e interpretação dos dados foi usado o programa SPSS Statistics 15.0 (Statistical Package for the Social Science) e BioEstat versão 5.0. Técnicas estatísticas descritivas foram utilizadas, tais como a distribuição de freqüência e a tabulação cruzada (ou crosstabs). Além disso, para avaliar a correlação entre os resultados encontrados foi utilizado o teste de Coeficiência Contingência C (Quiquadrado), com significância p<0.05. Resultados O projeto do Boqueirão foi criado e implementado entre 1971 a 1975, sendo concedidos lotes para as famílias com o objetivo de proporcionar ao homem do campo uma possibilidade de trabalhar a terra de forma livre e independente. Em relação à população entrevistada no Projeto do Boqueirão a maioria dos agricultores trabalha em diferentes lotes dependendo da época do ano. A Tabela1 apresenta as características socioeconômicas dos entrevistados tais como: gênero, idade, etnia, estado civil, números de filhos, renda familiar e carga horária de trabalho. As faixas etárias estão distribuídas de acordo com o SINITOX . Do total de 60 entrevistados a média de idade foi de 37,4 sendo que apenas 1,7% dos entrevistados encontram-se na faixa etária entre 60 a 69 anos. Em relação ao estado civil, mais da metade dos entrevistados são casados legalmente ou constituem relações estáveis, na qual (31,7%) tem 4 ou mais filhos. A principal fonte de renda familiar é o trabalho na agricultura sendo que 45,0% das famílias ganham menos de 1 salário mínimo e outros 46,7% ganham entre 1 e 3 salários mínimos, sendo que os ganhos salariais dependem dos dias trabalhados, sendo em torno de R$120,00 semanais. 50 Em relação ao tempo de trabalho no mesmo local 40,0% trabalham há menos de 1 ano, 41,7% de 1 a 5 ano e a maioria trabalha 40 horas por semana. Tabela. 1. Características socioeconômicas dos trabalhadores rurais entrevistados. Características Frequência *Porcentagem (%) Gráfico Amostra geral 60 100 Faixa etária (anos) 15 a 19 3 5 20 a 29 15 25 30 a 39 15 25 40 a 49 16 26,7 50 a 59 10 16,7 60 a 69 1 1,7 Total 60 100 Etnia Sem resposta 2 3,3 Caucasiano 24 40 pardo 21 35 negro 13 21,7 Total 60 100 Estado Civil solteiro 23 38,3 convivente 13 21,7 casado 21 35 separado 3 5 Total 60 100 Números de filhos nenhum 6 10 1 filho 18 30 2 filhos 10 16,7 3 filhos 7 11,7 4 ou mais filhos 19 31,7 Total 60 100 Renda Familiar menos de 1 salário 27 45 entre 1 e 3 salários 28 46,7 51 acima de 3 salários 2 3,3 Total 60 100 Tempo que trabalha no mesmo local menos de 1 ano 24 40 1 a 5 anos 25 41,7 6 a 10 anos 4 6,7 11 a 16 anos 2 3,3 17 a 21 anos 2 3,3 acima de 22 anos 3 5 Total 60 100 Carga horária de trabalho por semana 30h 1 1,7 35h 2 3,3 40h 45 75 41h 1 1,7 48h 10 16,7 70h 1 1,7 Total 60 100 *valores aproximados Outro ponto abordado nesta análise está apresentado na Tabela 2. De acordo com os dados obtidos nos questionários sobre a utilização de algum tipo de proteção (71,7%) dos indivíduos responderam que usam, (25,0%) não usam, (3,3%) às vezes usam. Dentre os que citaram o uso de proteção, declararam que o uso de calça comprida, blusa de manga longa e boné representam a proteção. Quanto ao tipo de exposição, foi relatado que 81,7% se expõe a agrotóxicos, 1,7% a soda caustica e 16,7% não responderam. Tabela. 2 Histórico de Proteção e Exposição dos trabalhadores rurais. Variável Frequência *Porcentagem % Gráfico Você usa algum tipo de proteção? Sim 43 71,7 Não 15 25,0 Às vezes 2 3,3 Total 60 100,0 52 Tipo de exposição Sem reposta 10 16,7 Agrotóxicos 49 81,7 Soda caustica 1 1,7 Total 60 100,0 *valores aproximados Considerando o estilo de vida, a Tabela 3 apresenta as principais características relacionadas a hábitos de fumar, consumo de bebidas alcoólicas, dietas, uso de medicamentos, doenças e história genética. No que se refere à história de fumo (51,7%) dos entrevistados já fumou alguma vez na vida e (48,3%) nunca fumou. Nesse contexto, 33,3% fumam e 66,7% não fumam atualmente. Outro aspecto questionado foi o consumo de bebidas alcoólicas. Em destaque aos que bebem cerveja (58,3%), uma considerável parte dos entrevistados (40,0%) relatam consumir 1 a 6 garrafas por semana. Outros tipos de bebidas foram questionados e 31,7% afirmaram que bebem vinho e 50,0% consomem outras bebidas destiladas, como a cachaça. Com o objetivo de conhecer a dieta dos agricultores, os hábitos alimentares foram questionados. Os dados obtidos mostraram que 53,3% dos indivíduos consomem carne pelo menos 1 a 2 dias por semana e 36,7% consomem peixe pelo menos de 1 a 2 vezes na semana. Em relação ao histórico de medicamentos observou-se que 25,0% diz usar algum tipo de medicamento com prescrição médica enquanto que 55,0% usam medicamentos sem prescrição médica. Em relação aos problemas de saúde mais declarados pelos indivíduos, 56,7% são quadros de infecção bacteriana e viral. Além disso, 21,7% dos indivíduos relataram diversos incômodos, tais como: (a) dor nos olhos e ardência; (b) dor nas articulações; (c) dor renal; (d) dor no estomago; (e) dor no corpo; (f) dor nos ossos e falta de apetite; (g) dor na coluna e (h) pressão alta. Somente (1,7%) tem conhecimento que teve hepatite e 3,3% doença cardiovascular. Nenhum entrevistado relatou doenças como câncer, diabetes, herpes e AIDS. No que se referem a vacinações nos últimos 12 meses apenas 26,7% dos indivíduos relataram estar vacinados. Observou-se que 13,3% dos entrevistados declararam que os mesmos ou a esposa tiveram dificuldades reprodutivas e 8,3% dos filhos nasceram prematuros. É interessante ressaltar que 18,3% relataram que a esposa já abortaram e esse fato é recorrente em algumas famílias. É importante destacar um caso em particular no qual o agricultor relatou que na sua família sete bebês recém-nascidos morreram, além de ter tido 1 caso de aborto. 53 Considerando o surgimento de malformações congênitas e de doenças hereditárias, 30,0% relataram ter conhecimento de algum defeito de nascimento ou doença genética que afetou seus pais, irmãos ou seus filhos. Os distúrbios relatados foram: (a) língua pregada; (b) problemas intestinais; (c) epilepsia; (d) má formação óssea dos membros inferiores e diabetes; (e) problemas oculares; (f) problemas neurais. Ao correlacionar os indivíduos que estão expostos a agrotóxicos com o quadro de dificuldades de engravidar e abortos, esses dados não foram significativos, (p) =0,2757 e (p) =0,26 respectivamente. Entretanto, para os quadros de infecções mostrou-se significativo com (p)= 0,0025. Também foram feitas as correlações do hábito de fumar e consumir bebidas destiladas com doenças cardiovasculares, defeito genético, bebês prematuros e os resultados não foram significativos. Tabela. 3. História de fumo consumo de bebidas alcoólicas, dietas, medicamentos, doenças e história genética dos trabalhadores rurais. Informações Frequência *Porcentagem (%) Gráfico Alguma vez você já fumou? Sim 31 51,7 Não 29 48,3 Total 60 100,0 Fuma atualmente? Sim 20 33,3 Não 40 66,7 Total 60 100,0 Você bebe cerveja? Sim 35 58,3 Não 25 41,7 Total 60 100,0 Consumo semanal de cerveja Nenhuma 25 41,7 Menos de 1 garrafa 7 11,7 1 a 6 garrafas 24 40,0 7 a 12 garrafas 2 3,3 13 a 24 garrafas 2 3,3 Total 60 100,0 Você bebe vinho? Sim 19 31,7 54 Não 41 68,3 Total 60 100,0 Consumo semanal de vinho Nenhum 42 70,0 1 a 4 copos 12 20,0 5 a 8 copos 5 8,3 Acima de 16 copos 1 1,7 Total 60 100,0 Consumo de outras bebidas alcoólicas Sim 30 50,0 Não 30 50,0 Total 60 100,0 Com qual frequência você come carne? Não come 2 3,3 1 a 2 dias 32 53,3 3 a 4 dias 19 31,7 5 a 6 dias 3 5,0 todos os dias 4 6,7 Total 60 100,0 Com qual frequência você come peixe? Não come 7 11,7 1 a 2 dias 22 36,7 3 a 4 dias 14 23,3 5 a 6 dias 9 15,0 Todos os dias 8 13,3 Total 60 100,0 Tem tomado algum remédio prescrito pelo medico? Sim 15 25,0 Não 45 75,0 Total 60 100,0 Tem tomado algum remédio sem prescrição médica? Sim 33 55,0 55 Não 27 45,0 Total 60 100,0 Você teve ou tem algum dessas doenças? Infecção bacteriana ou viral Sim 34 56,7 Não 26 43,3 Total 60 100,0 Doença cardiovascular Sim 2 3,3 Não 58 96,7 Total 60 100,0 Doença Renal Sim 5 8,3 Não 55 91,7 Total 60 100,0 Outras doenças Sim 13 21,7 Não 47 78,3 Total 60 100,0 Você tomou algum vacina nos últimos 12 meses? Sim 16 26,7 Não 32 53,3 Não lembra 12 20,0 Total 60 100,0 Você tem conhecimento de algum defeito de nascimento ou outra desordem genética ou doença hereditária que tenha afetado seus pais, irmãs ou seus filhos? Sim 18 30,0 Não 42 70,0 Total 60 100,0 Você ou sua esposa teve ou tem dificuldade reprodutiva? Sim 8 13,3 Não 52 86,7 Total 60 100,0 56 Você já teve filho prematuro? Sim 5 8,3 Não 55 91,7 Total 60 100,0 Já teve aborto? Sim 11 18,3 Não 49 81,7 Total 60 100,0 Quantos filhos prematuros 0 56 93,3 1 4 6,7 Total 60 100,0 Quantos abortos 0 49 81,7 1 6 10,0 2 3 5,0 3 1 1,7 4 1 1,7 Total 60 100,0 *valores arredondados Referente ao uso de agrotóxicos no Projeto do Boqueirão, foram relatados 9 tipos: dentre eles com finalidades de herbicidas, inseticidas, fungicidas, Tabela 4. 57 Tabela. 4 Agrotóxicos mais utilizados no Projeto Boqueirão, Rio Grande do Norte. Classe Grupo Químico Classificação Toxicológica Potencial de periculosidade ambiental (PPA) Recomendação Herbicida Uréia IV – Pouco Tóxico II - Muito Perigoso Ao Meio Ambiente Única Aplicação, Uso Exclusivamente Agrícola, Usar EPI Inseticida Metilcarbamato De Oxima I – Extremamente Tóxico II- Muito Perigo Para O Meio Ambiente Usar EPI, afastar de qualquer calor, altamente móvel, uso exclusivo agrícola Inseticida Avermectinas III - Medianamente Tóxico III - Perigoso Ao Meio Ambiente Altamente persistente no meio ambiente, uso de EPI,exclusivamente agrícola, Inseticida Antranilamida ou Diamida Antranílica III - Medianamente Tóxico II - Muito Perigoso Ao Meio Ambiente Não deve ser utilizado em mistura de tanque com qualquer outro agrotóxico, não entrar na área em que o produto foi aplicado antes da secagem completa da calda (no mínimo 24 horas após a aplicação),uso de EPI Inseticida Piretróide III – Medianamente Tóxico I – Produto Altamente Perigoso Ao Meio Ambiente Uso de EPI, manter afastado do calor e fontes de ignição, altamente bioconcentrável em peixes. Fungicida Acetamida (Cimoxanil) E Ditiocarbamato (Mancozebe III- Medianamente Tóxico III- Perigoso Ao Meio Ambiente Uso de EPI e exclusivamente agrícola Fungicida Oxazolidinedionas Ou Oxazolidinedionas, Ou Ditiocarbamatos (Mancozebe I Extremamente Tóxicos II Muito Perigoso Ao Meio Ambiente Perigoso para transporte e usar EPI Fungicida Benzimidazol IV- Pouco Tóxico III- Perigoso Ao Meio Ambiente Uso Exclusivamente Agrícola, Uso de EPI Altamente Persistente no meio ambiente Fungicida Triazol III – Medianamente Tóxico II – Produto Muito Perigoso Ao Meio Ambiente Uso Exclusivamente Agrícola, uso De EPI evite o máximo possível o contato com a área tratada Fonte: Informações extraídas das bulas das empresas fabricantes de agrotóxicos. Nota: Os agrotóxicos listados foram relatados pelos produtores. 58 Discussão O presente estudo apresenta o perfil da saúde e o perfil socioeconômico de agricultores rurais que trabalham na área rural Município de Touros/RN/Brasil especificamente nos lotes inseridos no Projeto Boqueirão. Os dados socioeconômicos dessa população em estudo mostraram que a população economicamente ativa está na faixa etária entre 20 a 59 anos. O fato da maioria dos entrevistados serem casados implica que os mesmos tem uma grande responsabilidade para o sustento da família e encontram na agricultura o meio de sobrevivência, mesmo que as condições de trabalho não sejam ideais para a saúde e ainda, com um salário relativamente baixo. As observações de campo relacionado a escolaridade nos mostraram que a maior parte dos entrevistados teve pouco tempo de estudo, alguns eram analfabetos sendo incapazes de assinar o TCLE, dessa forma a coleta da impressão digital se fez necessária. Os dados relacionados ao analfabetismo de pessoas que vivem no Nordeste segundo o IBGE, 2010, correspondem a 52,2 % da população. Contudo vale ressaltar que em outros estudos realizados no Brasil, mostram que a baixa renda e a baixa escolaridade têm sido predominante nas comunidades rurais (RANGEL, et al., 201111, FARIA, et al., 200912, JACOBSON et al., 20098). Em relação ao hábito de fumar, constatou-se que a metade da população entrevistada já fumou alguma vez na vida e consomem bebidas alcoólicas destiladas com frequência. Como foi observado o consumo de álcool no meio rural esta relacionado ao absenteísmo (falta no trabalho) o que pode prejudicar a produtividade econômica e consequentemente as relações sociais, familiares e até mesmo psicológicas dos entrevistados. Adicionalmente o teste de correlação não foi significativo para o consumo de álcool e fumo quando correlacionados a doenças cardiovasculares, bebês prematuros e defeito genético ou doença hereditária. O combate para eliminar pragas e doenças é uma preocupação comum no meio rural entre os agricultores nos diferentes lotes. Logo, foi relatado o uso de 9 tipos de agrotóxicos, sendo: (a) 2 são classe I- extremamente tóxicos; (b) 5 são agrotóxicos de classe III – medianamente tóxicos; e (c) 2 são de classe IV – Pouco tóxicos. Em relação ao Potencial de periculosidade ambiental (PPA) esses produtos representam risco: I – altamente perigoso ao meio ambiente; II - muito perigoso; III - perigoso, com efeitos de alta persistência no meio ambiente, altamente móvel, apresentando características desde alto potencial de deslocamento no solo podendo atingir principalmente as águas subterrâneas. Além disso, são altamente bioconcentráveis em peixes e tóxicos para microcrustáceos. Nota-se que diferentes classes toxicológicas são utilizadas e mesmo o produto químico pouco tóxico, está envolvido com algum tipo de periculosidade e pode contaminar o ambiente, aumentando os casos de 59 intoxicações, principalmente as ocupacionais (JACOBSON et al, 20099). De acordo com WEICHENTHAL et al (2010)13, os efeitos potenciais à saúde pela exposição a agrotóxicos são de particular interesse, uma vez que estes produtos químicos são projetados para dar efeitos biológicos adversos sobre organismos alvo. As vias de absorção desses produtos são orais, oculares e dérmicas podendo causar sintomas e sinais clínicos como irritação ocular transitória com lacrimejamento, dor ou visão borrada, irritação do trato respiratório superior, faringite, rinite, laringite, traqueobronquite, conjutivite, fraqueza, dor de cabeça, suores e náuseas. Através dessa pesquisa, constata-se que somente 3,3% desta população tem conhecimento de ter alguma doença cardiovascular e 8,3% tem conhecimento de ter doença renal. Como principais fatores disso destacam-se a ausência de exames de rotinas e diagnósticos, adicionalmente a falta de conhecimento pode-se justificar a pequena porcentagem de doenças nessa população entrevistada. Foi realizado o teste de correlação da população exposta aos agrotóxicos com quadros de infecções bacterianas ou virais, o resultado mostrou-se significante (p = 0,0025), na qual 56,7% dos trabalhadores expostos a agrotóxicos responderam que já teve ou têm quadros de infecções bacterianas ou virais. Essas infecções podem além de estar relacionados a gripe, resfriados também podem ser confundidos com irritações de mucosas, irritação do trato respiratório superior, pneumonite química pelo uso de herbicidas e fumigantes. Outras injúrias também foram declaradas, como: (a) dor nos olhos e ardência; (b) dor nos braços, pernas e nas articulações; (c) problemas renais; (d) dor no estomago; (e) dor no corpo; (f) dor nos ossos e falta de apetite; (g) dor na coluna e (h) pressão alta. Logo, a exposição aos agrotóxicos podem potencializar esses sintomas. Os agrotóxicos estão entre os mais importantes fatores de risco para a saúde da população geral, especialmente para a saúde dos trabalhadores e para o meio ambiente OMS (2010)7, e seus efeitos biológicos na saúde podem ser adversos (WEICHENTHAL, et al.,2010)13. Nessa população entrevistada nota-se que há uma frequente utilização de medicamentos sem prescrição médica tornando-se um quadro preocupante, pois a automedicação a certos fármacos pode mascarar a identificação das intoxicações pelo uso de agrotóxicos, além de contribuir para uma dupla intoxicação. Os remédios relatados e a finalidade do uso são: (a) dor no estomago, (b) fortificante, (c) remédio para os rins, (d) dores de coluna, (e) dor de cabeça. A exposição a múltiplos agrotóxicos e efeitos da exposição prolongada torna-se preocupante, pois as queixas mais frequentes e o uso desses medicamentos podem estar 60 relacionados aos agravos de saúde semelhantes a intoxicações subagudas que ocorrem por exposição moderada ou pequena a produtos altamente tóxicos, como os agrotóxicos. Esses quadros sintomatológicos podem ser confundidos com outras doenças comuns do dia a dia, levando a dificuldades e erros de diagnósticos além de tratamentos equivocados (OPAS/OMS 1996)14. Considerando a intoxicação aguda, um estudo realizado por THUNDIYIL et al (2008)15, demonstrou que estas intoxicações são causa de morbidade e mortalidade a nível mundial. Por outro lado, a intoxicação crônica pode gerar danos no DNA que quando não reparado podem surgir mutações, contribuindo assim para o surgimento de doenças, entre elas o câncer, malformações congênitas e envelhecimento (KUMAR & DAS, 2009)16. Cabe salientar que os riscos de câncer em agricultores em contato com agrotóxicos são aproximadamente de 1,5 a 3 vezes maior do que outras atividades ocupacionais não expostas a este fator (MATOS, VILENSKY & BOFFETTA, 199817; PERES & MOREIRA, 200318; STOPPELLI, 2005)19. Neoplasias malignas têm sido associadas com a exposição a fatores de risco ocupacionais e ambientais, assim como algumas doenças neuropsiquiátricas como Parkinson, e doenças pulmonares obstrutiva crônica tem sido associadas à exposição a químicos (OMS, 2006)20. Embora entre os 60 entrevistados nenhum deles relatasse quadro de câncer, diabetes, herpes, AIDS, observa-se que os trabalhadores não têm o hábito de procurar os postos de atendimento médico para fazer diagnósticos de rotina o que pode ter uma relação com a ausência desses dados. Os diagnósticos referentes a intoxicações crônicas são uma preocupação em âmbito da saúde coletiva /epidemiológica, pois são difíceis de serem estabelecidos, os registros oficiais sobre intoxicações são limitados para os casos agudos e quase inexistentes para as intoxicações crônicas por FARIA (2009)12 e há uma dificuldade na associação com as intoxicações de origem ocupacionais, suas causas/efeitos, principalmente quando há exposição a múltiplos produtos, situação muito comum na agricultura brasileira OPAN/OMS, 199614; GRISOLIA, 200521; SILVA, 200522; SOLOMON, 2000 23 . Embora não tenha sido significante, um quadro preocupante nas implicações a saúde dos trabalhadores expostos a agrotóxicos foi observado em relação à história genética relacionada a relatos de dificuldades reprodutivas, abortos e filhos prematuros. Vários trabalhos já demonstraram que o contato com venenos durante o período gestacional constitui riscos para a saúde do feto, aumentando a taxa de abortos espontâneos, a taxa de mortalidade por baixo peso ao nascer e o nascimento de bebês prematuros (ZHANG, et al.,199224; TAHA & GRAY, 199325; LONGNECKER et al.,2001)26. 61 Quanto ao uso de alguma proteção no presente estudo, mais da metade dos entrevistados responderam que usam alguma proteção. Porém, os tipos de proteção citados não são eficientes na proteção contra os agrotóxicos, por exemplo, uso de bermudas, boné, blusa de manga curta. Em campo pode-se observar que para as práticas agrícolas como preparo da calda e pulverização os trabalhadores utilizam roupas do uso comum do dia a dia, colocando- os em alto grau de exposição. É interessante destacar que alguns familiares como as esposas estão expostas aos produtos químicos pelo contato físico e pelo manuseio das roupas dos maridos usadas durante a pulverização, que são lavadas nas suas próprias residências (RANGEL et al., 2011)11. Além disso, o uso adequado dos equipamentos de pulverização associados com precauções necessárias pode contribuir para reduzir a exposição aos agrotóxicos e a efeitos adversos à saúde humana e ao meio ambiente (DAMALAS & ELEFTHEROHORINOS, 2011)27. É considerado Equipamento de Uso Individual – EPI - próprio para uso e manipulação de agentes tóxicos: luvas; proteção respiratória como máscaras; proteção ocular e facial como óculos e viseiras; proteção de cabeça; roupas impermeáveis e bota. Segundo as estatísticas oficiais do MS, utilizando o Sistema Nacional de Informações Tóxico Farmacológicas28 é possível verificar 149.171 casos de intoxicações por agrotóxicos em geral no Brasil no período de 1999 a 2009, portanto não há estimativas confiáveis quanto ao número de pessoas que padece por efeitos na saúde relacionados ao uso destes venenos e a taxa de incidência de intoxicação não é clara e é subestimada (THUNDIYIL, et al., 2008)15. Dada à magnitude dessa utilização e os agravos à saúde a Associação Brasileira de Saúde Coletiva - ABRASCO no relatório divulgado dia 16/06/2012 na Cúpula dos Povos que é um evento paralelo a Rio +20 alerta: O Brasil é o maior consumidor de pesticidas do mundo e aumenta sua utilização a uma velocidade duas vezes superior a dos demais países. Se o cenário atual já é suficientemente preocupante, do ponto de vista da saúde pública, deve-se levar em conta que as perspectivas são de agravamento dos problemas nos próximos anos (ABRASCO, 2012)6. Buscando relacionar a literatura de cordel e a história desses indivíduos buscou-se desenvolver uma estratégia socioeducativas, como o cordel (Apêndice C). Foi desenvolvido baseado no texto e nos resultados encontrados no presente estudo. Espera-se que esta estratégia possa contribuir de forma lúdica como meio de divulgar e promover conhecimentos e medidas que possam minimizar os efeitos adversos sobre a saúde humana e ao meio ambiente no município de Touros, assim como em outras regiões que utilizam agrotóxicos de forma intensa. Espera-se que este cordel em forma de folheto possa ser divulgado de forma 62 lúdica na área de saúde e na população e possa ter resultados positivos, na construção de valores, idéias, conhecimentos destes indivíduos. Criado de forma lúdica possibilita mais aceitação dessa população e até mesmo espera-se que o leitor acate a idéia proposta. Conclusões Diante dos resultados e discussão apresentados a principal contribuição desse estudo foi abrir espaço para uma série de questões que extrapolam a realidade em números. Esse estudo comprova a importância do conhecimento do perfil socioeconômico e de saúde de agricultores rurais como forma de entender a realidade dessa população, que pela falta de conhecimentos e condições encontram-se vulneráveis a exposição. Dar-se a importância do Estado e de políticas que apoiem e contribuam para uma melhor qualidade de trabalho e consequentemente melhor qualidade de vida dos trabalhadores rurais. Além disso, este estudo nos mostra que a proteção do meio ambiente e da saúde constituem um desafio sendo urgente o desenvolvimento de medidas de controle de compra e utilização dos agrotóxicos com suas devidas fiscalizações, devendo ser realizadas campanhas de incentivo para a utilização dos EPIs, campanhas de educação, palestras, e incentivos. Adicionalmente a esses aspectos, é necessária a implementação de ambulatórios e hospitais especializados para ações de prevenção, triagens e acompanhamento, tanto para os trabalhadores e suas famílias relacionados à saúde ocupacional para os casos de intoxicações agudas e/ou crônicas. Uma vez que em Natal – RN não possui ambulatórios e centros especializados relacionados à prevenção, tratamento e acompanhamento. Outro fator que deverá ser avaliado está relacionado aos atendimentos em consultórios referentes a diversos sintomas clínicos que são indicativos de exposição a agrotóxicos, mas que nem sempre são investigados. Todavia deverá ser reforçado o modelo de integração entre os casos de intoxicação notificados e a compilação dos dados nos sites oficiais de intoxicações atravésde formulários eletrônicos, notificando sem gerar dados irregulares e incompletos. Além disso, a partir da iniciativa de elaboração de um cordel, esperamos divulgar de maneira lúdica os resultados obtidos nesta pesquisa, assim como informar sobre medidas para minimizar o contato e o cuidado com os agrotóxicos, desta forma, diminuindo o risco à saúde dos trabalhadores. Contudo, além dessas ações de responsabilidades governamentais, um grande desafio será a implementação da agricultura alternativa como forma de possibilitar as gerações presentes e futuras uma melhor condição de saúde e consequentemente melhor qualidade de vida. 63 Colaboradores Nagem, A. F. S. R trabalhou na concepção do estudo, redação do texto, revisão bibliográfica, banco de dados; ALVES, N.O colaborou na análise dos dados, análise estatística; CHAVES, L.C.C participou do trabalho de campo e colaborou na construção do banco de dados, PEREIRA, G.M.C colaborou nas vistas a campo; este trabalho foi orientado por AMARAL, V. S. Agradecimentos Ediovar Varela da Silva da Secretária do Estado do Rio Grande do Norte, Betânia Freire Teixeira funcionária da EMATER, Amarildo SEARAS. Apoio financeiro CAPES e Departamento de Biologia Molecular e Genética e a todos envolvidos no projeto. Referências 1. BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Projeções do Agronegócio 2010/2011 a 2020/2021, Assessoria De Gestão Estratégica Brasília, 2011. [Acessado jul 18,2012]. Disponível: http://www.agricultura.gov.br/arq_editor/file/Ministerio/ gestao/projecao/PROJECOES%20DO%20AGRONEGOCIO%202010-11%20a%202020- 21%20-%202_0.pdf 2.BRASIL.Companhia Nacional de Abastecimento. Acompanhamento da Safra Brasileira junho/2012. [Acessado jul 2012].Disponível: http://www.conab.gov.br/OlalaCM S/uploads/arquivos/12_04_11_15_04_18_boletim_abril_2012.pdf. 3. EMBRAPA, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Produção brasileira de abacaxi em 2009. [Acessado em jul 2012]. 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Disponível em: http://www.fiocruz.br/sinitox_novo/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?si d=123 66 CAPÍTULO 2 -ALTERAÇÕES GENÉTICAS EM TRABALHADORES RURAIS NO NORDESTE BRASILEIRO: INVESTIGAÇÃO DO POTENCIAL MUTAGÊNICO ASSOCIADO À EXPOSIÇÃO POR AGROTÓXICOS Ana Flávia De Santana Resende Nagem1, Nilmara de Oliveira Alves 2, Giveldna Maria Costa Pereira 3, Luiz Cláudio Cardoso Chaves 4, Tamires Leite Costa3 , Viviane Souza do Amaral1,2 1 Programa Regional de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio ambiente, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN, Brasil 2 Programa de Pós-Graduação em Bioquímica, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN, Brasil 3 Graduação em Biomedicina, Centro de Biociências, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN, Brasil 4 Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Biociências, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN, Brasil ESTE ARTIGO SERÁ SUBMETIDO AO PERIÓDICO GENETICS AND MOLECULAR BIOLOGY Normas da Revista (ANEXO H) 67 Resumo O uso de defensivos agrícolas esta sendo usado de maneira intensiva com graves consequências para os agricultores expostos. Analisamos a frequência de micronúcleos (MN) e outras anormalidade nucleares em células da mucosa oral de 54 agricultores expostos a agrotóxicos e 19 indivíduos não expostos. Aplicou-se o Teste de micronúcleo (MN) em mucosa bucal e os resultados obtidos indicaram uma diferença significativa na indução de micronúcleos entre o grupo exposto (3.72 ± 1.82) e o grupo não exposto a agrotóxico (1.02 ± 1.00). Também foi observado um incremento significativo na frequência de células binucleadas, cariólise e cromatina condensada em indivíduos que estão expostos aos agrotóxicos. Os trabalhadores expostos a agrotóxicos apresentaram uma frequência muito maior de micronúcleos (MN) e de outras anormalidades nucleares quando comparados com os indivíduos sem esta exposição ocupacional. Com relação ao número de MCN quando comparado com o consumo (ou não) de álcool e de fumo nos indivíduos expostos e não expostos, não houve diferença significativa dentro dos grupos. A frequência aumentada de MN e outras anormalidades nucleares podem ser explicadas pela exposição dos trabalhadores rurais com os defensivos agrícolas. Abstract The use of pesticides is being used intensively with severe consequences for exposed farmers. We analyzed the frequency of micronucleus (MN) and other nuclear abnormalities in oral mucosa cells of 54 farmers exposed to pesticides and 19 unexposed individuals. The test of micronucleus (MN) in oral mucosa was applied and the findings indicated a significant difference on the induction of micronucleus between the exposed group (3.72 ± 1.82) and the unexposed group (1.02 ± 1.00). Workers exposed to pesticides had a much higher frequency of micronucleus (MN) and other nuclear abnormalities when compared with individuals without occupational exposure. Regarding the number of MCN when comparing with the consumption (or not) of alcohol and tobacco, of the exposed and unexposed individuals, there was no significant difference within the groups. The higher frequency of MN and other nuclear abnormalities can be explained by the exposition of the rural farmers to pesticides 68 1. Introdução O Brasil é um dos líderes mundiais na produção e exportação de vários produtos agropecuários segundo o Ministério da Agricultura - MAPA (2012). Dados do governo brasileiro apontam que em 2009 foram consumidos mais de um bilhão de litros de agrotóxicos, (FIOCRUZ, 2010) e nos últimos três anos, o Brasil vem ocupando o lugar de maior consumidor de agrotóxicos no mundo de acordo com a Associação Brasileira de Saúde Coletiva – ABRASCO. Desta forma, a intensa demanda agrícola no Brasil reflete a necessidade de utilização de defensivos agrícolas. Entretanto, estes produtos, em função da sua complexidade química, são focos de investigação em várias agências de controle ambiental e de saúde que vêm demonstrando o potencial destes compostos como agentes poluidores do ambiente e consequentemente, nocivos à vida, em particular, à saúde humana. As intoxicações crônicas podem gerar mutações no DNA, que contribuem para o surgimento de doenças, entre elas o câncer, as malformações congênitas e o envelhecimento (KUMAR e DAS, 2009), assim como durante o período gestacional constitui riscos para a saúde do feto, aumentando a taxa de abortos espontâneos, a taxa de mortalidade por baixo peso ao nascer e o nascimento de bebês prematuros (ZHANG, et al., 1992; TAHA & GRAY, 1993; LONGNECKER et al.,2001). Cabe salientar que os riscos de câncer em agricultores em contato com os agrotóxicos são aproximadamente de 1,5 a 3 vezes maior do que outras atividades ocupacionais não expostas a este fator (MATOS, VILENSKY & BOFFETTA, 1998; PERES & MOREIRA, 2003; STOPPELLI, 2005; ALGRANTI., et al 2010). Diante deste panorama, várias metodologias são aplicadas para mensurar a indução de mutações no DNA de trabalhadores rurais expostos a agrotóxicos. Dentre os principais métodos, podemos destacar o Teste de Micronúcleos em Mucosa Bucal. Essa técnica é cada vez mais usada em estudos de epidemiologia molecular para investigar os impactos da nutrição, do hábito de fumar, do consumo de álcool, incluindo a exposição a agrotóxicos (FAN et al, 2006; THOMAS, et al ., 2009; HOLLAND et al. 2008). A importância de se analisar as células da mucosa oral está centrada no fato de que estão em constante contato com os contaminantes ambientais, constituindo, assim, um tecido de extrema importância para avaliação dos danos induzidos através de ingestão ou inalação de substâncias com potenciais carcinogênicos (CHEN et al, 2006, HOLLAND et al.,2008), sendo que 69 aproximadamente 90% dos cânceres humanos são originados em células epiteliais, Cairns 1975. O Teste de Micronúcleos em Mucosa Bucal tem sido usado desde a década de 80 até os dias atuais (STICH et al.,1983; HOLLAND et al.,2008; THOMAS et al.,2009). Vários estudos já analisaram a frequência de micronúcleos em populações ocupacionalmente expostas a determinados agentes genotóxicos, inclusive a agrotóxicos (BONASSI et al., 2011, BORTOLI et al.,2009, THOMAS et al., 2009, HOLLAND et al., 2008, HEUSER et al.,2007, ROTH et al .,2003, BASU et al., 2004,TOLBERT et al .,1992). Portanto, os micronúcleos são excelentes indicadores de mutação cromossômica no material genético de indivíduos expostos a agentes químicos, como os defensivos agrícolas. Diante deste contexto, o objetivo deste estudo visou investigar o risco genotóxico da exposição a agrotóxicos através da detecção e quantificação de micronúcleos (MN) e outras alterações celulares como células binucleadas, cariólise, cromatina condensada, em células esfoliadas da mucosa oral de agricultores que trabalham principalmente na cultura do abacaxi no Município de Touros/RN. 2. Materiais e Métodos Amostras Os dados para este estudo foram coletados na área rural do município de Touros – Estado Rio Grande do Norte, Brasil. Figura 1. O município de Touros situa-se na mesorregião Leste Potiguar e na microrregião Litoral Nordeste, cerca de 87 km da capital na qual se destacam as culturas de abóbora, mandioca e fruticultura com manga, coco da baia, banana e principalmente abacaxi. A população residente no Município de Touros é de 31.089 habitantes, sendo que uma parte da população (7.922 hab) reside na área urbana e a outra parte (23.167 hab) reside na área rural. A área escolhida para o presente estudo foi o projeto do Boqueirão localizado na área rural do Município de Touros – RN, que é dividido em três vilas: Assis, Israel e Mayne onde vivem 407 famílias, representando aproximadamente um total de 1142 pessoas residentes. 70 Figura - 1– Mapa do Estado do Rio Grande do Norte indicando o Município de Touros local da área de estudo sobre avaliação do risco ocupacional de trabalhadores expostos a agrotóxicos no Município de Touros/Rio Grande do Norte. 2012 Fonte: obtido em http://pt.wiktionary.org/wiki/Ap%C3%AAndice:Munic%C3%ADpios_do_estado_do_Rio_Grande_do_Norte em 2012 adaptado 3. Procedimento Metodológico Caracterização da Amostra O estudo foi realizado com 73 indivíduos (expostos e não expostos). A amostra foi escolhida por conveniência na qual todos os indivíduos eram do sexo masculino e tinham idade acima de 18 anos. O grupo exposto foi composto de 54 trabalhadores rurais diretamente envolvidos com as atividades do campo e com a pulverização de agrotóxicos (Tabela 1). O grupo controle foi constituído por 19 indivíduos - que trabalham em áreas administrativas da Universidade Federal do Estado do RN - sem histórico ocupacional de exposição a agrotóxicos. Este estudo foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte conforme o Protocolo número 178/11-P, CAAE – 0203.0.051.000-11. Toda coleta de dados para análises ocorreu com o conhecimento do indivíduo, que assinou o termo de consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). As coletas 71 de dados e das células da mucosa bucal do grupo exposto foram realizadas em campo em horário laboral no período de fevereiro a setembro 2012 e as coletas do grupo controle foram realizadas no período de novembro de 2012. Todos os participantes da pesquisa responderam ao questionário adaptado de Saúde Pessoal (Anexo 1) de acordo com o modelo recomendado por: (International Commission for Protection against Environmental Mutagens and Carcinogens (ICPEMC) Mutation Research, 204:379-406, 1988. Coleta das amostras de mucosa bucal Para a coleta das amostras das células da mucosa bucal, foram seguidas as recomendações conforme o protocolo estabelecido por Thomas et al.(2009) com adaptações. As coletas foram obtidas de forma anônima, sem exposição dos dados dos voluntários que são identificados por um número. Para as coletas das células da mucosa bucal utilizou uma escova estéril especifica de material biológico (endobrush). As células são retiradas com leves movimentos de raspagens do epitélio da mucosa bucal e são transferidas e emersas em tubos falcon contendo solução fisiológica, armazenados em caixas de isopor com gelo para preservar as características celulares e, logo após as coletas, esses materiais são transportados para o laboratório. Preparações Citológicas No laboratório o material é centrifugado por três vezes a 1500 RPM por 8 min e a cada ciclo de centrifugação retira-se o sobrenadante e troca a solução fisiológica no primeiro e segundo ciclo. No terceiro ciclo as amostras são fixadas com metanol gelado a 80%. Após a última centrifugação podemos observar as células depositadas no fundo do tubo falcon. Com uma pipeta essas células são ressuspendidas a 500 ml com o fixador e são espalhadas em 5 lâminas por indivíduo. As lâminas contendo as amostras ficam expostas a temperatura ambiente para secar por 48 horas, após esse período, as lâminas são hidrolisadas em HCL (1 N) a 60º C aquecidos em banho-maria por 10 min. Após secar as lâminas estão prontas para a coloração com corante Schiff por 3 a 4 horas e contra-coradas com o Fast Green. Após esta etapa de coloração, as lâminas estão prontas para serem analisadas em microscópio em objetiva de 100 X segundo Heuser et al., 2007 com adaptações. 72 Para cada indivíduo foram analisadas 2000 células, sendo contadas 1000 células por lâminas sendo identificadas por código seguindo o critério de contagem descrito por (Tolbert et al.,1992). Análise Estatística Os programas utilizados foram Statistical Package for the Social Science (SPSS) 15.0, BioEstat versão 5.0 e GraphPad Prism versão 5.0. Inicialmente utilizou-se o teste de normalidade de Komogorov-Smirnov para verificar se as variáveis estão normalmente distribuídas e os dados obtidos são paramétricos. O teste t-Student foi usado para comparar a faixa etária entre o grupo exposto a agrotóxicos e não exposto a agrotóxicos. O teste do Qui-Quadrado foi utilizado para comparar as frequências entre os grupos. Realizou-se uma análise de variância (ANOVA) dos resultados de danos genéticos e a comparação entre as médias para verificar o nível de significância foram feitas utilizando os testes Dunnett e Tukey. A análise é significativa com p < 0,05. 4. Resultados O perfil dos indivíduos pesquisados foi extraído do questionário de saúde pessoal aplicado aos dois grupos. A Tabela 1 indica a comparação feita entre os grupos, sendo um grupo de 54 indivíduos expostos e 19 não expostos. Quanto ao perfil dos indivíduos que participaram desta pesquisa, 19 (35.2%) homens do grupo exposto fumam e 35 (64.8%) não fumam, já no grupo controle apenas 3 (15.8%) indivíduos tem o hábito de fumar e 16 (84.2%) não, entretanto, não houve diferença estatística para essa variável entre os grupos estudados. Considerando o consumo de álcool, no grupo exposto 26 (48.1%) ingerem bebida alcoólica e 28 (51.9%) não ingerem. No grupo controle 7 (36.8%) ingerem bebida alcoólica e 12 (63.2%) não ingerem. Entretanto, tanto no grupo controle como no grupo exposto há o consumo de álcool e fumo, porém, esse fator não é significativo, mostrando que a exposição aos agrotóxicos que influência entre um grupo e o outro. Em relação ao uso de equipamento de proteção, 38 (70.4%) indivíduos do grupo exposto utilizam os EPIs e 16 (29.6%) dizem não usar. A análise estatística demonstrou que esta diferença é altamente significativa (p 0.0043). 73 Tabela - 1 - Resultado das características do grupo exposto e não exposto sobre a avaliação do risco ocupacional de trabalhadores expostos a agrotóxicos no Município de Touros/Rio Grande do Norte. 2012 Grupo exposto Grupo não exposto P Nº de indivíduos 54 19 Idade (anos)a 37.01 ± 11.59 37.84 ± 12.62 0,79 Hábito de fumar (Nº) Sim 19 (35.2%) 3 (15.8%) 0,11 Não 35 (64.8%) 16 (84.2%) Consumo de álcool (Nº) Sim 26 (48.1%) 7 (36.8%) 0,39 Não 28 (51.9%) 12 (63.2%) Uso de equipamentos de proteção (Nº) Sim 38 (70.4%) * Não 16 (29.6%) * (p 0.0043) a Média e desvio padrão Considerando os dados oriundos das análises dos micronúcleos nas células esfoliadas dos indivíduos expostos e não expostos, foram obtidas as seguintes frequências de MCN (Tabela 2): Entre o grupo exposto (3.72 ± 1.82) e o grupo não exposto (1.02 ± 1.00) os resultados mostram uma diferença significativa na indução de micronúcleos. Os trabalhadores expostos a agrotóxicos apresentaram uma frequência muito maior quando comparados com os indivíduos sem esta exposição ocupacional. 74 Tabela - 2 Resultado da frequência de micronúcleo MCN do grupo exposto e do grupo não exposto a agrotóxico (média de MCN é para 2000 células) sobre a avaliação do risco ocupacional de trabalhadores expostos a agrotóxicos no Município de Touros/Rio Grande do Norte. 2012 Grupo Exposto Grupo não Exposto Grupos 3.72 ± 1.82*** 1.02 ± 1.00 Consumo de álcool Sim 3.11 ± 1.58 1.42 ± 1.39 Não 4.28 ± 1.88 0.75 ± 0.62 Fumantes Sim 3.84 ± 1.89 1.66 ± 0.57 Não 3.65 ± 1.81 0.87 ± 1.02 Uso de equipamentos de proteção Sim 4.40 ± 1.89 * Não 3.87 ± 1.72 * Teste Tukey *** p< 0.001 Entretanto, é importante averiguar variáveis de confusão como o álcool e o fumo, que podem contribuir para a indução de danos genéticos. Desta forma, foram feitas análises que levaram em consideração estes parâmetros. Com relação ao número de MCN quando comparado com o consumo (ou não) de álcool e de fumo nos indivíduos expostos e não expostos, não houve diferença significativa dentro dos grupos. Os que consumiam álcool no grupo dos expostos apresentaram uma frequência de micronúcleos de 3.11 ± 1.58 e os que não consumiam mostraram uma frequência de 4.28 ± 1.88. Comportamento semelhante foi observado entre os indivíduos fumantes e não fumantes. Quando analisadas estas variáveis entre o grupo não exposto, a mesma resposta foi observada, ou seja, tanto o álcool quanto o fumo não estavam contribuindo no aumento da frequência de micronúcleos em todos os indivíduos analisados. 75 O teste de Micronúcleos em mucosa oral permite também que sejam feitas análises adicionais quanto à estrutura nuclear. Os resultados provenientes destas análises são apresentados na Tabela 3. Tabela - 3 - Resultado da frequência das alterações genéticas em células dos indivíduos expostos e não expostos a agrotóxicos no Município de Touros –RN (média das alterações são para 2.000 células). Alterações genéticas Grupo Exposto (n) Grupo não Exposto (n) Cariólise 329.02 ± 99.56** 200.47 ± 63.90 Cariorrexe 48.09 ± 18.12 62.10 ± 45.41 Piquinose 3.70 ± 2.14 2.52 ± 1.21 Cromatina Condensada 45.55 ± 20.09** 28.73 ± 10.46 Broto 3.33 ±2.00 2.10 ±1.28 Célula binucleada 1.29 ±1.69* 2.78 ± 1.90 Teste Dunnett * p<0.05 ** p<0.01 O resultado proveniente destas análises aponta para um incremento significativo na frequência de células binucleadas, cariólise e cromatina condensada em indivíduos que estão expostos aos agrotóxicos. Embora presentes nas células tanto no grupo exposto quanto no grupo não exposto o resultado não foi significativo para cariorrexe, piquinose e broto. 5. Discussão O uso de agrotóxicos na agricultura mundial, em especial na brasileira, é intenso e indiscriminado (Faria et al., 2004). Em função disso, a aplicação destes produtos gera um impacto tanto para o ambiente quanto para a saúde, principalmente para aqueles indivíduos que trabalham na agricultura (Bortoli, et al., 2009; Ergene et al., 2007). Um dos principais problemas dos agrotóxicos consiste no fato de que a maior parte aplicada não atinge os organismos-alvo, sendo carreada pelas águas das chuvas, lixiviada ou volatilizada (Braun et al., 2012). Segundo dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento estes produtos representam efeitos de alta persistência no meio ambiente, com potencial de 76 deslocamento no solo podendo atingir principalmente as águas subterrâneas, além disso, são altamente bioconcentráveis em peixes e tóxicos para microcrustáceos. Considerando a área de estudo, o Município de Touros/RN desenvolve várias atividades agrícolas com destaque para as culturas de abóbora, mandioca, milho, manga, coco da baia e principalmente o cultivo do abacaxi. Em 2009, o Nordeste foi a região com maior produção de abacaxi quando comparado com outras regiões no Brasil de acordo com Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - EMBRAPA (2009). Foi relatado pelos produtores rurais cerca de nove tipos de pesticidas utilizados no local. Nossos achados indicam que entre estes produtos químicos apenas 1 é classificado como altamente perigoso ao meio ambiente - inseticida do grupo químico piretróide. É importante destacar que este tipo de composto é considerado pouco tóxico para o ser humano, entretanto pode apresentar um potencial de periculosidade ambiental muito alto ao meio ambiente. O piretroide é um derivado sintético das piretrinas. O grupo das piretrinas é considerado segundo Guidelines for Carcinogen Risk Assessment (EPA/630/P-03/001B) - EPA (2005) como apresentando um potencial carcinogêncio. Indica-se que uma reavaliação do mesmo deve ser feita considerando a evolução das formulações e sua avaliação de risco já que estudos que avaliam o impacto da exposição aos pesticidas sobre a incidência e mortalidade por câncer são muito escassos (Chrisman et al., 2009). Dentre os nove agrotóxicos relatados pelos produtores rurais, sendo 1 piretróide classificado como altamente perigoso ao meio ambiente; 5 agrotóxicos foram classificados como muito perigosos ao meio ambiente: (a) herbicida do grupo químico uréia, (b) inseticida do grupo químico metilcarbamato de oxima, (c) inseticida do grupo químico antranilamida, (d) fungicida do grupo químico ditiocarbamatos, (e) fungicida do grupo químico triazol, e apenas 2 tipos foram considerados como perigoso ao meio ambiente: um inseticida do grupo químico avermectinas, e 1 fungicida do grupo químico acetamida e ditiocarbamato. Tendo ciência do risco destes produtos químicos para a saúde dos trabalhadores, foi utilizado o Teste de Micronúcleos em células da mucosa bucal com o objetivo de detectar e quantificar a ação genotóxica por meio da análise da frequência de micronúcleos (MN) e outras alterações nucleares nos agricultores que trabalham no Município de Touros/RN, especificamente na área do Projeto Boqueirão. A aplicação desta metodologia permitiu observar a diferença significativa na frequência de MN do grupo exposto a agrotóxicos (3.72 ± 1.82) quando comparado com o grupo controle (1.02 ± 1.00). Além disso, a averiguação da influência das variáveis de confusão, tais como idade, hábito de fumar e consumo de álcool, demonstraram que o aumento detectado na 77 frequência de MN no grupo exposto é devido, provavelmente, a exposição aos defensivos agrícolas. Da mesma forma, podemos considerar que o incremento na frequência de eventos como a cariólise - células nas quais o núcleo é completamente ausente - cromatina condensada e células binucleadas é devido à exposição ocupacional. Em um recente estudo aplicando a mesma metodologia realizada pela presente pesquisa, Benedetti et al.(2013) observaram a ocorrência de danos no DNA em trabalhadores envolvidos com o cultivo de soja na cidade de Espumoso/RS com exposição a defensivos agrícolas. Também detectaram um aumento na frequência de micronúcleos, brotos nucleares e células binucleadas em comparação com os indivíduos controles. Neste estudo também foi observada morte celular através da visualização de alterações no núcleo, como cromatina condensada, cariorrexe e cariólise. Nenhuma associação com o uso de equipamentos de proteção individual, sexo ou modo de aplicação de pesticidas foram observados. Adicionalmente aos achados no estudo de Benedetti et al.(2013) também foi encontrado em nosso estudo defensivos agrícolas do grupo dos piretroides, ditiocarbamato e triazol. Resultados similares também foram encontrados por Bortoli et al. (2009). Nesse estudo, o número de células com MN não foi influenciada pela idade, hábito de fumar e tempo de fumo, mostrando que o uso de agrotóxicos usados na cultura de soja na cidade de Fortaleza dos Valos, Rio Grande do Sul, pode estar relacionado com o aumento de células com MN nos trabalhadores expostos. Martínez-Valenzuela et al.(2009) observaram em uma população de agricultores em Sinaloa, México, uma diferença significativa em relação a frequência de Mn nos indivíduos expostos do que no grupo não exposto a agrotóxicos. A análise de variância revelou que a idade, sexo, tabagismo e álcool não teve um efeito significativo sobre o dano genético. Desta forma, os nossos resultados estão de acordo com pesquisas que estudam a influência do agrotóxico em trabalhadores rurais, uma vez que relacionam a frequência aumentada de MN e outras anormalidades nucleares com a exposição e efeitos dos defensivos agrícolas na saúde de trabalhadores rurais. Segundo Bolognesi (2003) agrotóxicos são considerados mutagênicos químicos potenciais: dados experimentais revelaram que vários ingredientes de agrotóxicos possuem propriedades mutagênicas capazes de induzir mutações gênicas, alterações cromossômicas ou danos ao DNA. Dada à complexidade das misturas dos agrotóxicos, tempo de exposição, e a susceptibilidade interindividual de cada individuo, os efeitos potenciais a saúde pode ser de diferentes tipos. Fatores como idade, sexo, hábito de fumar e beber podem influenciar na frequência de MN assim como a dieta adequada de micronutrientes (HOLLAND et al.,2008). Entretanto, no 78 presente estudo, assim como em outros relatados, essas variáveis não foram as responsáveis pelo acréscimo na frequência de danos ao material genético dos indivíduos. Um ponto importante a ser considerado, é a relação entre o aumento na frequência de MN e a carcinogênese. Para Fenech et al. (2011), micronúcleos são biomarcadores de eventos genotóxicos e de instabilidade cromossômica e ao longo das últimas décadas estes biomarcadores têm sido aplicados na avaliação da exposição de agentes genotóxicos e aumentos nas suas frequências estão relacionados a inúmeras injúrias a saúde, inclusive o câncer (BONASSI et al.,2011). McDuffie et al.(2009), relatam que a história familiar positiva de câncer e /ou a exposição ambiental a substâncias químicas agrícolas desempenham um papel no desenvolvimento de câncer, e Kumar & Das (2009), esclarecem que os fatores genéticos são responsáveis por cerca de 5% a 10% de todos os cânceres e o restante pode ser atribuído a carcinógenos ambientais, como por exemplo, a exposição ocupacional a agrotóxicos. A partir dos resultados obtidos, fica notório que os agricultores estão aplicando os agrotóxicos de maneira errônea e comprometendo a sua saúde. Apesar das respostas do questionário mostrarem que 70.4% dos indivíduos declaram usar equipamento de proteção individual, o uso é incorreto. Uma vez que os trabalhadores consideram como EPIs roupas de uso diário, como calça, bermuda, camiseta, bota e boné. Esse panorama de má informação fomenta as injúrias a saúde dos trabalhadores rurais. Desta forma, profundas mudanças são necessárias para diminuir os riscos tanto para as pessoas quanto para o ambiente. Tais medidas poderiam envolver a implantação de uma vigilância epidemiológica, o acompanhamento dos agricultores que incluísse avaliações do estado de saúde para evitar não somente toxicidades agudas, mas também a toxicidade crônica que pode levar ao surgimento de neoplasias. Estas atitudes iriam proporcionar a melhoria das condições de trabalho, assim como, a redução dos efeitos adversos sobre a saúde humana e o meio ambiente, já que defensivos agrícolas vêm sendo usados de forma sistemática. 79 6. Referências BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Projeções do Agronegócio 2010/2011 a 2020/2021, Assessoria De Gestão Estratégica Brasília, 2011. [Acessado jul 18,2012]. 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Genotoxic biomonitoring study of population residing in pesticide contaminated regions in Göksu Delta: Micronucleus, chromosomal aberrations and sister chromatid exchanges.Environment International Volume 33, Issue 7, October 2007, Pages 877–885. J.R, CHRISMAN, KOIFMANB.S,SARCINELLIA.P.N, MOREIRA.J.C, KOIFMANB.R.J MEYERC. A.Pesticide sales and adult male câncer mortality in Brazil Int. J. Hyg. Environ. Health 212 (2009) 310–321 MARTÍNEZ-VALENZUELA C, GÓMEZ-ARROYO S, VILLALOBOS-PIETRINI R, WALISZEWSKI S, CALDERÓN-SEGURA ME, FÉLIX-GASTÉLUM R, ALVAREZ-TORRES A. Genotoxic biomonitoring of agricultural workers exposed to pesticides in the north of Sinaloa State, Mexico. Environ Int. 2009 Nov;35(8):1155- 9. doi: 10.1016/j.envint.2009.07.010. Epub 2009 Aug 8. BASU,A;GHOSH,P;DAS,J.K. Micronuclei as biomarkers of carcinogen exposure in populations exposed to arsenic through drinking water in West Bengal, India: A Comparative Study in Three Cell types. 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Mutation Research/Genetic Toxicology and Environmental Mutagenesis.http://dx.doi.org/10.1016/j. mrgentox.2013.01.001, How to Cite or Link Using DOI EMBRAPA, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Produção brasileira de abacaxi em 2009. [Acessado em jul 2012]. Disponível em: http://www.cnpmf.embrapa.br /planilhas/Abacaxi_Brasil_2009.pdf EDUARDO ALGRANTI.E, BUSCHINELLI.J.T.P , CAPITANI.E.M.Occupational lung câncer.J Bras Pneumol. 2010;36(6):784-794 82 CONCLUSÕES GERAIS Os resultados obtidos a partir deste estudo indicaram que os trabalhadores rurais no Município de Touros estão vulneráveis, podendo colocar a saúde em risco devido à exposição aos agrotóxicos utilizados. Através dos resultados do Teste de micronúcleos em mucosa bucal foi identificada uma frequência aumentada de alterações nucleares e de micronúcleos que pode estar relacionada à exposição por pesticidas. Diante dos resultados apresentados, a principal contribuição desse estudo foi abrir espaço para uma série de questões que extrapolam a realidade em números. Esta pesquisa denota a importância da implantação de uma vigilância epidemiológica na região estudada, com medidas sócio-educativas e com avaliações periódicas da saúde que tenham como objetivo a melhoria das condições de trabalho, assim como, a redução dos efeitos adversos sobre a saúde humana e ao meio ambiente no município de Touros-RN, servindo também como modelo para outras localidades afetadas pela prática intensiva de agrotóxicos. Além disso, este trabalho indica que a proteção ao meio ambiente e a saúde constituem um desafio, sendo urgente o desenvolvimento de medidas de controle de compra e utilização dos agrotóxicos com suas devidas fiscalizações. Para tanto, campanhas de incentivo para a utilização dos Equipamentos de Proteção Individuais, por meio de palestras, oficinas, entre outras atividades educativas, são um excelente método para a educação e consequentemente para a proteção à saúde do homem e do meio no qual ele vive. Adicionalmente, é necessária a criação e/ou aperfeiçoamento de ambulatórios e hospitais especializados em casos de intoxicações por agrotóxicos para ações de prevenção, triagens e acompanhamento, para os trabalhadores rurais e suas famílias. Contudo, além dessas ações de responsabilidades governamentais, um grande desafio será a implementação da agricultura alternativa como forma de possibilitar as gerações presentes e futuras uma melhor condição de saúde e consequentemente melhor qualidade de vida. Como contribuição direta desta dissertação, foi criado o cordel que poderá ser encaminhado para obter registro através do ISBN, podendo ser divulgado na área de saúde, como postos de saúde na área de estudo, assim como em outras áreas que apresentem a mesma problemática. Esta iniciativa teve como objetivo, divulgar de forma lúdica os resultados encontrados nesta pesquisa e ser o gatilho inicial para a tomada de medidas sócio-educativas. 83 APÊNDICE A - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO 84 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE BIOCIÊNCIAS TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO ESCLARECIMENTOS Este é um convite para você participar da pesquisa: O impacto do uso dos agrotóxicos na saúde do trabalhador rural - RN, que é coordenada pela Professora Dra Viviane Souza do Amaral, UFRN, e pela mestranda responsável Ana Flávia de Santana Resende Nagem. Essa pesquisa procura analisar os impactos do uso dos agrotóxicos na saúde dos trabalhadores rurais. Os agrotóxicos são substâncias que apresentam um maior número de fatores de riscos para a saúde da população podendo causar intoxicações, e doenças, tais como o câncer. PARTICIPAÇÃO VOLUNTÁRIA: Sua participação é voluntária, o que significa que você poderá desistir a qualquer momento, retirando seu consentimento, sem que isso lhe traga nenhum prejuízo ou penalidade. Caso decida aceitar o convite, você será submetido(a) ao(s) seguinte(s) procedimento(s): 1) QUESTIONÁRIOS: Será necessário responder dois questionários: o primeiro será o Questionário individual sobre Exposição Ocupacional e o segundo será o Questionário sobre Saúde Pessoal, com a duração aproximada de 15 minutos. 2) COLETA DE SANGUE: Após responderem aos dois questionários, será realizada a coleta de 5 ml de sangue por profissionais experientes da área de saúde habilitados, como técnicos de enfermagem e enfermeiros.Os materiais utilizados para a coleta de sangue são estéreis e descartáveis, e será realizado com medidas de segurança confiáveis, dessa forma minimiza os riscos à saúde e as complicações decorrentes dessa atividade. Você será informado pelo responsável pela coleta de todo o procedimento da coleta, e que poderá ou não aparecer manchas roxas após a coleta e desmaios. Haverá um pequeno desconforto devido à punção da veia para a retirada do sangue, com uma dor mínima e será um procedimento rápido, por ser pouco sangue a ser coletado. Você será acomodado em uma cadeira com apoio para o braço, para evitar o desconforto e para prevenir quedas, caso você venha a desmaiar. Podem surgir manchas roxas no seu braço após a coleta, mas medidas serão feitas para minimizá-las, por exemplo; após a retirada da agulha o responsável pela coleta irá exercer pressão no local, em geral, de 1 a 2 minutos com algodão ou gaze seco, após esse tempo você será orientado a fazer pressão até que o orifício pare de sangrar. Você será orientado a não dobrar o braço, não carregar peso ou bolsa a tiracolo e não manter a manga dobrada no mesmo lado do braço de onde retirou o sangue por no mínimo 1 hora evitando-se assim, a formação de hematomas, que são manchas roxas e possível sangramento. Após a coleta, a responsável irá observar se você está em condições de se locomover sozinho e então você poderá sair da cadeira. 3) COLETA DAS CÉLULAS DA MUCOSA ORAL: O procedimento para coletar uma pequena quantidade de células da mucosa oral é um procedimento indolor, não invasivo e rápido. Sendo realizado com uma leve fricção com uma escova de cerdas macias apropriada, estéril, descartáveis e com o uso de luvas descartáveis para cada coleta. Esse procedimento 85 não agride a sua mucosa oral, não sangra e não oferece nenhum prejuízo para a sua saúde. Os riscos envolvidos e o incomodo da coleta são considerados mínimos. A partir do sangue coletado as análises serão realizadas no laboratório na UFRN para detectar se há alguma alteração sanguínea e as CÉLULAS DA MUCOSA ORAL também serão analisadas no laboratório para ver se há algum defeito nas células. O sangue e as células da mucosa oral, uma vez coletadas, serão transportadas logo após a coleta com os devidos cuidados de medidas de segurança para a Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN direto para o laboratório onde serão realizadas as análises. Dessa forma, as medidas de segurança visam proteger o coletor e o doador de qualquer possibilidade de contaminação. BENEFÍCIOS: A sua participação é muito importante, pois os dados coletados através dos questionários e dos testes ajudarão a compreender os efeitos do uso dos agrotóxicos sobre a saúde. Pretende-se realizar uma palestra para promover uma divulgação da correta manipulação, uso dos equipamentos de proteção individual, assim como o descarte das embalagens. Espera-se que essa ação promova conhecimentos e informações sobre a proteção da sua saúde, contribuindo para a melhoria nas condições de trabalho e uma melhor condição de vida. Dessa forma, projetos futuros poderão ser implantados levando em conta as necessidades locais analisadas através dessa pesquisa. CONFIDENCIALIDADE E SIGILO: Todos os dados obtidos neste estudo serão mantidos em sigilo e não serão disponibilizados para terceiros nem utilizados para outros fins que não os da pesquisa, sem a sua aprovação. A sua identificação não será revelada e os resultados serão relatados de forma resumida sem citar nomes. Essas medidas e cuidados evitam qualquer tipo de situação de discriminação. Informação quanto a medidas de proteção de dados individuais, resultados de exames e testes, bem como as fichas contendo suas informações, somente será acessível aos pesquisadores envolvidos e não será permitido o acesso a terceiros. Os dados serão guardados em local seguro. Se você tiver algum gasto que seja devido à sua participação na pesquisa, você será ressarcido, caso solicite. Em qualquer momento, se você sofrer algum dano comprovadamente decorrente desta pesquisa, você terá direito a indenização. Você ficará com uma cópia deste Termo e toda a dúvida que você tiver a respeito desta pesquisa, poderá perguntar diretamente para a responsável pela pesquisa Ana Flávia de Santana Resende Nagem, pelo telefone 9968-0518 ou pelo email aflaviasr@yahoo.com.br Dúvidas a respeito da ética dessa pesquisa poderão ser questionadas ao Comitê de Ética em Pesquisa da UFRN no endereço Campus Universitário, Av. Senador Salgado Filho, s/n, bairro: Lagoa Nova, Natal, 59078-970, e-mail cepufrn@reitoria.ufrn.br ou pelo telefone: (84) 3215-3135. As amostras de material biológico (sangue) que não forem utilizadas nessa pesquisa serão armazenados em no máximo 5 (cinco) anos na UFRN, para ser utilizadas em pesquisas futuras na qual poderá analisar a diferença de sensibilidade como cada indivíduo se comporta em relação a exposição aos agrotóxicos. Neste caso, assinando esse termo você também estará autorizando a armazenagem das amostras para uso do material em futuros projetos. Essas futuras pesquisas serão novamente aprovadas pelo CEP e, quando for o caso, pela CONEP, e o(a) senhor(a) será consultado para dizer se permite ou não a utilização do seu sangue. CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO: Declaro que compreendi os objetivos desta pesquisa, como ela será realizada, os riscos e benefícios envolvidos, autorizo o armazenamento do meu sangue e concordo em participar voluntariamente da pesquisa: O impacto do uso dos agrotóxicos na saúde do trabalhador rural – RN. 86 Participante da pesquisa: Nome: Assinatura: Pesquisador responsável: Nome: Ana Flávia de Santana Resende Nagem Assinatura_______________________________________ Cidade:_________________________, Data:___________________ Endereço profissional: Campus Universitário, Av. Senador Salgado Filho, s/n, bairro: Lagoa Nova, Natal, 59078-970 fone 9968-05 18 Comitê de ética e Pesquisa: Campus Universitário, Av. Senador Salgado Filho, s/n, bairro: Lagoa Nova, Natal, 59078-970, e-mail cepufrn@reitoria.ufrn.br ou pelo telefone: (84) 3215- 3135. 87 APENCIDE B – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO GRUPO CONTROLE 88 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE BIOCIÊNCIAS TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO ESCLARECIMENTOS Este é um convite para você participar da pesquisa: O impacto do uso dos agrotóxicos na saúde do trabalhador rural - RN que é coordenada pela Professora Dra Viviane Souza do Amaral, UFRN, e pela mestranda responsável Ana Flávia de Santana Resende Nagem. Você fará parte da pesquisa apenas como GRUPO CONTROLE. Os dados obtidos através das análises da coleta de células da mucosa oral e dos questionários serão utilizados somente estatisticamente para a comparação com outros grupos de indivíduos que estão em contato com a pulverização de agrotóxicos para evitar erros estatísticos. Os dados do GRUPO CONTROLE serão utilizados para julgar os resultados; só servem de parâmetro. PARTICIPAÇÃO VOLUNTÁRIA: Sua participação é voluntária, o que significa que você poderá desistir a qualquer momento, retirando seu consentimento, sem que isso lhe traga nenhum prejuízo ou penalidade. Caso decida aceitar o convite, você será submetido (a) ao(s) seguinte (s) procedimentos: 1) QUESTIONÁRIOS: Será necessário responder dois questionários: o primeiro será o Questionário individual sobre Exposição Ocupacional e o segundo será o Questionário sobre Saúde Pessoal, com a duração aproximada de 15 min. 2)COLETA DAS CÉLULAS DA MUCOSA ORAL: O procedimento para coletar uma pequena quantidade de células da mucosa oral é um procedimento indolor, não invasivo e rápido. Sendo realizado com uma leve fricção com uma escova de cerdas macias apropriada, estéril, descartáveis e com o uso de luvas descartáveis para cada coleta. Esse procedimento não agredi a sua mucosa oral, não sangra e não oferece nenhum prejuízo para a sua saúde. Os riscos envolvidos e o incomodo da coleta são considerados mínimos. As CÉLULAS DA MUCOSA ORAL serão analisadas no laboratório para ver se há algum defeito nas células. As células da mucosa oral uma vez coletadas serão transportados após a coleta com os devidos cuidados de medidas de segurança para a Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN direto para o laboratório onde serão realizadas as análises. Dessa forma as medidas de segurança visam proteger o coletor e o doador de qualquer possibilidade de contaminação. BENEFÍCIOS: A sua participação como GRUPO CONTROLE é muito importante, pois os dados do resultado do teste das células de mucosa oral contribuirão 89 estatisticamente utilizando como comparação com outros grupos de indivíduos que estão em contato com a pulverização de agrotóxicos. CONFIDENCIALIDADE E SIGILO: Todos os dados, nomes obtidos neste estudo serão mantidos em sigilo e não serão disponibilizados para terceiros nem utilizados para outros fins que não os da pesquisa, sem a sua aprovação. Informação quanto a medidas de proteção de dados individuais, suas informações, somente serão acessíveis aos pesquisadores envolvidos e não será permitido o acesso a terceiros. Os dados serão guardados em local seguro, isso evita qualquer tipo de situação de discriminação. Se você tiver algum gasto que seja devido à sua participação na pesquisa, você será ressarcido, caso solicite. Em qualquer momento, se você sofrer algum dano comprovadamente decorrente desta pesquisa, você terá direito a indenização. Você ficará com uma cópia deste Termo e toda a dúvida que você tiver a respeito desta pesquisa, poderá perguntar diretamente para a responsável pela pesquisa Ana Flávia de Santana Resende Nagem, pelo telefone 9968-0518 ou pelo email aflaviasr@yahoo.com.br Dúvidas a respeito da ética dessa pesquisa poderão ser questionadas ao Comitê de Ética em Pesquisa da UFRN no endereço Campus Universitário, Av. Senador Salgado Filho, s/n, bairro: Lagoa Nova, Natal, 59078-970, e-mail cepufrn@reitoria.ufrn.br ou pelo telefone: (84) 3215-3135. CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO: Declaro que compreendi os objetivos desta pesquisa, como ela será realizada, os riscos e benefícios envolvidos, e concordo em participar voluntariamente como GRUPO CONTROLE da pesquisa: O impacto do uso dos agrotóxicos na saúde do trabalhador rural – RN. Participante da pesquisa: Nome: Assinatura: Pesquisador responsável: Nome: Ana Flávia de Santana Resende Nagem Assinatura_______________________________________ Cidade:_________________________, Data:___________________ Endereço profissional: Campus Universitário, Av. Senador Salgado Filho, s/n, bairro: Lagoa Nova, Natal, 59078-970 fone 9968-05 18 Comitê de ética e Pesquisa: Campus Universitário, Av. Senador Salgado Filho, s/n, bairro: Lagoa Nova, Natal, 59078-970, e-mail cepufrn@reitoria.ufrn.br ou pelo telefone: (84) 3215-3135. 90 APENCIDE C - CORDEL 91 A PESQUISA É SALUTAR, QUANDO A SAÚDE É BEM VISTA, E O PESQUISADOR SE ACHAR UM VERDADEIRO HUMANISTA. Marcos Medeiros Natal, 28/11/2012 Na pesquisa motivada Pesquisadora adentrou No Rio Grande do Norte, Por quilômetros viajou, Investigou dano forte Que o agrotóxico causou. No município de Touros Bem lá na zona rural Lotes foram escolhidos Pelo fazer laboral Sendo assim trabalhadores Pesquisados afinal. Gente simples, camponeses, Na verdade agricultores Foram sendo entrevistados Para saber dos rigores Da lida de todo dia da dimensão das suas dores De cada um foi colhida Amostra pra estudo igual De células da bochecha Bem da mucosa bucal Para ver se micronúcleos Davam mostras de algum mal Sendo de base genética, De efeitos cromossômicos, Será possível aluir Complicadores genômicos Afetando caracteres Sexuais e autossômicos Também foram perguntados Sobre a carne semanal E o matuto diz: três vezes Ela está no ritual Mas só de um a dois dias O peixe é que é normal. Sessenta homens valentes Vieram a ser inqueridos Quase todos com família, A maioria maridos, Sujeitos à chuva e sol E ao veneno submetidos. Dos vinte aos cinquenta e nove A faixa etária estudada Para compor uma amostra Muito bem representada Corresponde aos camponeses Trazidos nessa jornada. Plantando batata-doce Jerimum e macaxeira, O melão e a melancia Para vender lá na feira, Abacaxi bem docinho E o feijão de primeira. No seu trabalho diário Vivendo de capinar Tirar toco, com enxada, Para poder semear, É trabalhador que vem depressa pulverizar. O agrotóxico aplicado Como é de conhecimento Tem o resíduo que espalha E é trazido com o vento De volta ao trabalhador Que absorve sem intento. Esse maldito veneno Entra na boca e narinas Podendo ser mutagênico E outras coisas malinas, Causando muitas doenças, Pondo a saúde em ruínas. Algumas dessas mazelas Mais comuns no cidadão São visão dupla ou embaçada, 92 Tonturas e distração, Transpiração excessiva, Picos de hipertensão. Até perda de apetite Foi, por demais, sugerida, Mas isso deixou o matuto Com a mente bem confundida: Como posso ter fastio Se eu como pouco por vida? Nessa horinha quem aplica A pergunta faz limite Tentando esclarecer Que a falta de apetite Não tem a ver com fartura, Embora ele acredite. Fadiga se faz comum, Dores nos membros também, Isso é coisa revelada Que não agrada a ninguém, O perigo é afastar O camponês do seu bem. Por isso é recomendado Trocar de roupa lá fora Lavar bem longe de casa Preservando a quem lá mora E só depois de banhado É que esse homem namora. Pra proteger a família De uma contaminação Por causa do pesticida Fez-se a recomendação Para fechar toda a casa No ato da aplicação. Também lá se aconselhou Que, tendo um mal já citado, O camponês procurasse Doutor pra ser medicado E desse modo tratasse Antes de prejudicado. Com as respostas colhidas Dos camponeses sondados, Eis que no laboratório Vão ser testados seus dados, Para dizer se afinal Poderão ser publicados. Depois de ser tabuladas Aquelas informações Por testes serão testadas Várias associações Entre danos cromossômicos E “micronucleações” Assim a pesquisadora Poderá vir publicar Fruto da sua pesquisa Nessa terra potiguar Pra outros agricultores Vir a poder ajudar Eu, aqui, da minha mesa, De humilde cordelista, Quero parabenizar E emitir ponto de vista Que quem faz dessa pesquisa É muito mais cientista. Digo mais que essa pessoa É deveras altruísta Pois dedicou muito tempo Da sua vida em revista Da saúde no trabalho Teve senso de humanista. 93 ANEXO A – AGROTÓXICOS FORMULADOS ESPECÍFICOS PARA CULTURA DE ABACAXI. 94 Marca Comercial Titular de Registro Nr. Registro Ingrediente Ativo(Grupo Químico) Actara 10 GR SYNGENTA PROTEÇÃO DE CULTIVOS LTDA. 3200 tiametoxam (neonicotinóide) Actara 250 WG SYNGENTA PROTEÇÃO DE CULTIVOS LTDA. 10098 tiametoxam (neonicotinóide) Aliette BAYER S.A. São Paulo/ SP 108700 fosetil (fosfonato) Ametrex WG MILENIA AGROCIÊNCIAS S.A. - Londrina 16308 ametrina (triazina) Boral 500 SC FMC QUÍMICA DO BRASIL LTDA - Campinas 7495 sulfentrazona (triazolona) Bulldock 125 SC BAYER S.A. São Paulo/ SP 1192 beta-ciflutrina (piretróide) Cention SC LANXESS - INDÚSTRIA DE PRODUTOS QUÍMICOS E PLÁSTICOS LTDA 688304 diurom (uréia) Cercobin 700 WP IHARABRAS S.A. INDÚSTRIA QUÍMICAS 1248399 tiofanato-metílico (benzimidazol (precursor de)) Constant BAYER S.A. São Paulo/ SP 9299 tebuconazol (triazol) Decis 25 EC BAYER S.A. São Paulo/ SP 758498 deltametrina (piretróide) Dipel WP SUMITOMO CHEMICAL DO BRASIL REPRES. LTDA. 858901 Bacillus thuringiensis (biológico) Direx 500 SC MILENIA AGROCIÊNCIAS S.A. - Londrina 388703 diurom (uréia) Diuron Nortox NORTOX S.A. 988692 diurom (uréia) Diuron 500 SC Milenia MILENIA AGROCIÊNCIAS S.A. - Londrina 408905 diurom (uréia) Dominador BAYER S.A. São Paulo/ SP 418893 deltametrina (piretróide) Elite BAYER S.A. São Paulo/ SP 10499 tebuconazol (triazol) Ethrel BAYER S.A. São Paulo/ SP 993 etefom (etileno (precursor de)) Ethrel 720 BAYER S.A. São Paulo/ SP 3292 etefom (etileno (precursor de)) Evidence BAYER S.A. São Paulo/ SP 6294 imidacloprido (neonicotinóide) 95 700 WG Explorer 500 SC FMC QUÍMICA DO BRASIL LTDA - Campinas 5407 sulfentrazona (triazolona) Folicur 200 EC BAYER S.A. São Paulo/ SP 2895 tebuconazol (triazol) Gramocil SYNGENTA PROTEÇÃO DE CULTIVOS LTDA. 1248498 diurom (uréia) + Dicloreto de paraquate (bipiridílio) Herbipak WG MILENIA AGROCIÊNCIAS S.A. - Londrina 16208 ametrina (triazina) Karmex MILENIA AGROCIÊNCIAS S.A. - Londrina 11989 diurom (uréia) Karmex 800 MILENIA AGROCIÊNCIAS S.A. - Londrina 408303 diurom (uréia) Kohinor 200 SC MILENIA AGROCIÊNCIAS S.A. - Londrina 8998 imidacloprido (neonicotinóide) Krovar DU PONT DO BRASIL S.A. - Barueri 938900 bromacila (uracila) + diurom (uréia) Orthocide 500 ARYSTA LIFESCIENCE DO BRASIL INDÚSTRIA QUÍMICA E AGROPECUÁRIA 198608 captana (dicarboximida) Rival 200 EC NUFARM INDÚSTRIA QUÍMICA E FARMACÊUTICA S.A. 6203 tebuconazol (triazol) Sevin 480 SC BAYER S.A. São Paulo/ SP 918600 carbaril (metilcarbamato de naftila) Sevin 850 WP BAYER S.A. São Paulo/ SP 158603 carbaril (metilcarbamato de naftila) Tecto SC SYNGENTA PROTEÇÃO DE CULTIVOS LTDA. 8396 tiabendazol (benzimidazol) TOPSIN 700 IHARABRAS S.A. INDÚSTRIA QUÍMICAS 8711 tiofanato-metílico (benzimidazol (precursor de)) Triade BAYER S.A. São Paulo/ SP 2600 tebuconazol (triazol) Viper 700 IHARABRAS S.A. INDÚSTRIA QUÍMICAS 5608 tiofanato-metílico (benzimidazol (precursor de)) Warrant BAYER S.A. São Paulo/ SP 8398 imidacloprido (neonicotinóide) 96 Fonte: AGROFIT (2012) 97 ANEXO B - GRUPOS QUÍMICOS E MODO DE AÇÃO NOS QUAIS PERTENCEM OS AGROTÓXICOS. 98 Finalidade Grupo Químico Modo de Ação Inseticidas Organofosforados Derivados do ácido fosfórico, do ácido tiofosfórico ou do ácido ditofosfórico Inibidores de enzimas colinesterases, especialmente acetilcolinesterase Carbonatos Derivados do ácido carbâmico São inibidores reversíveis das colinesterases Organoclorados A base de carbono, com radicais de cloro. São derivados do clorobenzeno, do ciclo-hexano ou do ciclodieno Estimulante do sistema nervoso central (em altas doses são indutores das enzimas microssômicas hepáticas) e podem ser armazenados no tecido adiposo Piretróides Sintéticos Apresentam estrutura semelhantes à piretrina Estimulante do sistema nervoso central, em doses altas pode produzir lesões duradouras ou permanentes no sistema nervoso periférico Fungicidas Etileno-bis-ditiocarbamatos Alguns desses compostos contêm manganês, outros contêm etileno- etiluréia (ETU) - compostos que contém manganês pela ação no sistema nervoso central pode ocasionar parkinsonismo - e os compostos que contém (ETU) pode ocasionar efeitos carcinogênicos (adenocarcinoma de tireóide), teratogênicos e mutagênicos em animais de laboratório Trifenil estânico Em provas experimentais este promove uma redução dos anticorpos circulantes em varias espécies de animais Captan Observado efeito teratogênico 99 (má formação fetal) em animais de laboratório Hexaclorobenzeno Lesões de pele e porfiria cutânea tardia (patologia grave) Herbicidas Dipiridilos - Paraguat Irritação grave das mucosas, alterações proliferativas e irreversíveis no epitélio pulmonar,lesões hepáticas,renais e fibrose pulmonar irreversível Glifosato Irritantes de mucosas e causa problemas dermatológicos Pentaclorofenol Estimulam o metabolismo, com hipertermia,que pode se tornar irreversível Derivados do ácido fenoxiacético Lesões degenerativas, hepáticas a renais (em altas doses) Dinitrofenóis Estimulam o metabolismo, com hipertermia,que pode se tornar irreversível Fumigantes Brometo de metila Irritantes de mucosas Causa edema pulmonar, pneumonite química, insuficiência circulatória e perfurações neuropsicológicas, como psicoses e tremores Fosfina Irritantes de mucosas Causa lesões herpéticas, por alterações no metabolismo dos carboidratos, lipídios e proteínas. Raticidas Derivados da cumaria e indantona São anticoagulantes, inibindo a formação da protombina, promovendo hemorragias em diversos órgãos Fonte: Manual de Vigilância da Saúde de Populações Expostas a Agrotóxicos OPAS/OMS 1997 100 ANEXO C - MAPA DO PROJETO BOQUEIRÃO 101 Fonte: Imagem fornecida pela Secretaria de Estado de Assuntos Fundiários e de Apoio à Reforma Agrária (SEARA) em julho de 2012, evidenciando a área que corresponde ao Projeto do Boqueirão. Local da área de estudo sobre a avaliação do risco ocupacional de trabalhadores expostos a agrotóxicos no Município de Touros/Rio Grande do Norte. 2012 102 ANEXO D – PARECER DE APROVAÇÃO DA PESQUISA NO COMITÊ DE ÉTICA DA UFRN. 103 104 105 ANEXO E - QUESTIONÁRIO DE SAÚDE PESSOAL 106 107 108 109 110 111 112 113 114 ANEXO F - DADOS DE INTERNAÇÃO HOSPITALAR – NEOPLASIAS 115 MOVIMENTO DE AIH - NEOPLASIAS (TUMORES) INTERNAÇÃO HOSPITALAR FREQÜÊNCIA POR ANO PROCESSAMENTO SEGUNDO DIAG CID10 (CATEG) Diag CID10 (categ) 2010 2011 2012 Total C00 Neopl malig do labio 0 1 1 2 C01 Neopl malig da base da lingua 0 1 1 2 C02 Neopl malig outr partes e NE da lingua 0 0 1 1 C04 Neopl malig do assoalho da boca 0 1 0 1 C06 Neopl malig outr partes e partes NE da boca 0 1 0 1 C13 Neopl malig da hipofaringe 0 1 0 1 C15 Neopl malig do esofago 1 2 0 3 C16 Neopl malig do estomago 3 3 0 6 C18 Neopl malig do colon 1 1 0 2 C20 Neopl malig do reto 1 3 0 4 C22 Neopl malig figado vias biliares intra-hepat 1 0 0 1 C24 Neopl malig outr partes e NE vias biliares 1 0 0 1 C32 Neopl malig da laringe 4 2 0 6 C34 Neopl malig dos bronquios e dos pulmoes 1 0 0 1 C40 Neopl malig ossos/cartilag artic membros 0 1 0 1 C41 Neopl malig ossos/cartil artic outr loc e NE 1 0 0 1 C43 Melanoma malig da pele 1 1 1 3 C44 Outr neopl malig da pele 2 2 2 6 C48 Neopl malig tec moles retro- e peritonio 1 0 0 1 C49 Neopl malig tec conjuntivo e outr tec moles 1 2 3 6 C50 Neopl malig da mama 2 2 0 4 C53 Neopl malig do colo do utero 9 0 1 10 C56 Neopl malig do ovario 0 2 0 2 C57 Neopl malig outr org genitais femin e NE 3 4 0 7 C60 Neopl malig do penis 2 1 0 3 C61 Neopl malig da prostata 1 1 0 2 C67 Neopl malig da bexiga 0 1 0 1 C69 Neopl malig do olho e anexos 0 0 1 1 C71 Neopl malig do encefalo 1 0 0 1 116 C73 Neopl malig da gland tireoide 3 1 0 4 C74 Neopl malig da gland supra-renal 1 0 1 2 C76 Neopl malig outr localiz e mal definidas 0 1 0 1 C77 Neopl malig secund e NE gangl linfaticos 4 0 1 5 C80 Neopl malig s/especificacao de localiz 1 0 0 1 C81 Doenc de Hodgkin 3 1 0 4 C83 Linfoma nao-Hodgkin difuso 1 4 0 5 C90 Mieloma mult e neopl malig de plasmocitos 0 1 0 1 C91 Leucemia linfoide 1 1 1 3 C92 Leucemia mieloide 0 4 0 4 C95 Leucemia de tipo celular NE 0 1 0 1 D11 Neopl benig de gland salivares maiores 1 0 1 2 D13 Neopl benig outr part e mal def ap digestivo 0 1 0 1 D16 Neopl benig de osso e cartilagem articular 1 1 0 2 D18 Hemangioma e linfangioma de qualquer localiz 5 6 3 14 D23 Outr neopl benig da pele 2 0 0 2 D25 Leiomioma do utero 18 9 1 28 D26 Outr neopl benig do utero 5 3 0 8 D29 Neopl benig dos orgaos genitais masc 2 0 0 2 D31 Neopl benig do olho e anexos 0 1 0 1 D32 Neopl benig das meninges 0 1 0 1 D33 Neopl benig encef e out part sist nerv centr 0 1 1 2 D34 Neopl benig da gland tireoide 2 1 0 3 D35 Neopl benig de outr gland endocrinas e NE 1 0 0 1 D38 Neopl comp inc/desc ouv med org resp intrat 0 1 0 1 D39 Neopl comp incerto/desconh org genitais fem 1 0 0 1 D40 Neopl comp incerto/desconh org genitais masc 2 3 0 5 D41 Neopl comp incerto/desconh orgaos urinarios 0 1 0 1 D43 Neopl comp inc/desc encefalo sist nerv centr 1 0 0 1 D46 Sindr mielodisplasicas 1 0 0 1 D48 Neopl comp inc/desconh outr localiz e NE 1 3 1 5 Total 94 79 21 194 117 Movimento de AIH - INTERNAÇÃO NEOPLASIAS Freqüência por Ano processamento segundo Diag CID10 (grupo) Diag CID10 (grupo) 2010 2011 2012 Total Neoplasias malignas 51 47 14 112 . Neoplasias malignas de localizações especificada 28 18 9 55 . Neopl malig local mal def, secund e local n espe 5 6 4 15 . Neopl malig tecido linfát hematopoét e correlato 13 21 1 35 . Neopl malig local múltiplas independentes (prim) 5 2 0 7 ... Neopl malig dos ossos e cartilagens articulare 1 1 0 2 ... Melanoma e outras(os) neoplasias malignas da p 3 3 3 9 ... Neopl malig do tecido mesotelial e tecidos mol 2 2 3 7 ... Neoplasias malignas da mama 2 2 0 4 ... Neoplasias malignas dos órgãos genitais femini 12 6 1 19 ... Neoplasias malignas dos órgãos genitais mascul 3 2 0 5 ... Neoplasias malignas do trato urinário 0 1 0 1 ... Neopl malig olhos encéf outr part sist nerv ce 1 0 1 2 ... Neopl malig tireóide e outras glândulas endócr 4 1 1 6 Neoplasias [tumores] benignas(os) 37 24 6 67 Neopl de comportamento incerto ou desconhecido 6 8 1 15 Total 94 79 21 194 Movimento de AIH - INTERNAÇÃO ÓBITOS Óbitos por Ano processamento segundo Diag CID10 (categ) Diag CID10 (categ) 2010 2011 2012 Total C16 Neopl malig do estomago 1 1 0 2 C32 Neopl malig da laringe 0 1 0 1 C34 Neopl malig dos bronquios e dos pulmoes 1 0 0 1 C50 Neopl malig da mama 1 0 0 1 C74 Neopl malig da gland supra-renal 0 0 1 1 C80 Neopl malig s/especificacao de localiz 1 0 0 1 C81 Doenc de Hodgkin 0 1 0 1 C83 Linfoma nao-Hodgkin difuso 0 1 0 1 118 C90 Mieloma mult e neopl malig de plasmocitos 0 1 0 1 D48 Neopl comp inc/desconh outr localiz e NE 0 1 0 1 Total 4 6 1 11 Fonte : datasus\ms\sesap\tabwin Dados de internação hospitalar , Doenças do aparelho respiratório Movimento de AIH - Doenças do aparelho respiratório Freqüência por Ano processamento segundo Diag CID10 (categ) Diag CID10 (categ) 2010 2011 2012 Total J04 Laringite e traqueite agudas 2 0 0 2 J06 Infecc agudas vias aereas super loc mult NE 2 4 0 6 J12 Pneumonia viral NCOP 0 1 1 2 J15 Pneumonia bacter NCOP 17 19 5 41 J18 Pneumonia p/microorg NE 51 34 7 92 J21 Bronquiolite aguda 2 2 1 5 J32 Sinusite cronica 0 0 1 1 J34 Outr transt do nariz e dos seios paranasais 1 0 1 2 J35 Doenc cronicas das amigdalas e das adenoides 16 9 6 31 J38 Doenc das cordas vocais e da laringe NCOP 3 2 0 5 J39 Outr doenc das vias aereas super 1 0 0 1 J40 Bronquite NE como aguda ou cronica 0 1 0 1 J44 Outr doenc pulmonares obstrutivas cronicas 5 3 0 8 J45 Asma 7 8 2 17 J69 Pneumonite dev solidos e liquidos 1 0 0 1 J81 Edema pulmonar NE de outr form 1 0 0 1 J85 Abscesso do pulmao e do mediastino 0 2 0 2 J90 Derrame pleural NCOP 1 4 0 5 J93 Pneumotorax 0 1 0 1 J94 Outr afeccoes pleurais 3 0 1 4 J95 Afeccoes respirat pos-proced NCOP 1 1 0 2 J96 Insuf respirat NCOP 2 6 0 8 Total 116 97 25 238 119 Movimento de AIH - INTERNAÇÃO HOSPITALAR Freqüência por Ano processamento segundo Diag CID10 (categ) Diag CID10 (categ) 2010 2011 2012 Total J04 Laringite e traqueite agudas 2 0 0 2 J06 Infecc agudas vias aereas super loc mult NE 2 4 0 6 J12 Pneumonia viral NCOP 0 1 1 2 J15 Pneumonia bacter NCOP 17 19 5 41 J18 Pneumonia p/microorg NE 51 34 7 92 J21 Bronquiolite aguda 2 2 1 5 J32 Sinusite cronica 0 0 1 1 J34 Outr transt do nariz e dos seios paranasais 1 0 1 2 J35 Doenc cronicas das amigdalas e das adenoides 16 9 6 31 J38 Doenc das cordas vocais e da laringe NCOP 3 2 0 5 J39 Outr doenc das vias aereas super 1 0 0 1 J40 Bronquite NE como aguda ou cronica 0 1 0 1 J44 Outr doenc pulmonares obstrutivas cronicas 5 3 0 8 J45 Asma 7 8 2 17 J69 Pneumonite dev solidos e liquidos 1 0 0 1 J81 Edema pulmonar NE de outr form 1 0 0 1 J85 Abscesso do pulmao e do mediastino 0 2 0 2 J90 Derrame pleural NCOP 1 4 0 5 J93 Pneumotorax 0 1 0 1 J94 Outr afeccoes pleurais 3 0 1 4 J95 Afeccoes respirat pos-proced NCOP 1 1 0 2 J96 Insuf respirat NCOP 2 6 0 8 Total 116 97 25 238 Movimento de AIH - ÓBITOS Óbitos por Ano processamento segundo Diag CID10 (categ) Diag CID10 (categ) 2010 2011 Total J12 Pneumonia viral NCOP 0 1 1 J15 Pneumonia bacter NCOP 0 2 2 J18 Pneumonia p/microorg NE 2 1 3 120 J38 Doenc das cordas vocais e da laringe NCOP 1 1 2 J44 Outr doenc pulmonares obstrutivas cronicas 1 0 1 J69 Pneumonite dev solidos e liquidos 1 0 1 J94 Outr afeccoes pleurais 1 0 1 J96 Insuf respirat NCOP 0 1 1 Total 6 6 12 Fonte : datasus\ms\sesap\tabwin Dados referentes a malformações congênitas e anomalias cromossômicas Movimento de AIH - XVII.Malf cong deformid e anomalias cromossômicas Freqüência por Ano processamento segundo Diag CID10 (categ) touros Diag CID10 (categ) 2010 2011 2012 Total Q17 Outras malformacoes congen da orelha 0 1 0 1 Q18 Outr malformacoes congen da face e pescoco 1 0 0 1 Q22 Malform congen valvas pulmonar tricuspide 0 2 0 2 Q23 Malformacoes congen valvas aortica e mitral 0 1 0 1 Q28 Outr malform congen aparelho circulatorio 0 1 0 1 Q35 Fenda palatina 2 0 0 2 Q37 Fenda labial c/fenda palatina 1 0 0 1 Q40 Outr malform congen trato digestivo super 1 0 0 1 Q52 Outr malformacoes congen org genitais femin 1 0 0 1 Q53 Testiculo nao-descido 4 1 0 5 Q54 Hipospadias 1 1 0 2 Q66 Deform congen do pe 1 2 1 4 Q70 Sindactilia 1 1 0 2 Q89 Outr malformacoes congen NCOP 2 2 1 5 Total 15 12 2 29 Fonte : datasus\ms\sesap\tabwin 121 ANEXO G - NORMAS DA REVISTA PARA PUBLICAÇÃO DO CAPÍTULO 1 122 123 124 125 126 ANEXO H - NORMAS DA REVISTA PARA PUBLICAÇÃO DO CAPÍTULO 2 127 INSTRUCTIONS TO AUTHORS SUBMISSION OF PAPERS There is a publication charge for manuscripts once they are accepted. For price information, exemptions and waiver policies, please consult the journal homepage http://www.gmb.org.br. 1. Manuscripts must be submitted through our online submission platform hosted at: http://mc.manuscriptcentral.com/gmb The cover letter should be addressed to: Carlos C. F. Menck, Editor-in-Chief, Genetics and Molecular Biology 2. For submission the following instructions must be observed: • The manuscript must be submitted by the Corresponding Author. This is the person who will also check the page proofs, and arranges for any payment that may incur during the editorial process. • Entering the following metadata is required: (i) the manuscript title, (ii) a short running title (max. 35 characters), (iii) the Abstract, and (iv) up to five keywords. All these items must be exactly the same as those figuring in the first two pages of the manuscript file. Furthermore, a cover letter addressed to the Editor is required. It must be edited by the corresponding author inserted within the reserved data field. • Statements are required informing that the data have not been published and are not under consideration elsewhere, and that all authors have approved the submission of the manuscript. Furthermore, possible conflicts of interest (e.g. due to funding, consultancies) must also be disclosed. • The names of all co-authors, including institutional affiliations and e-mail addresses must be entered, as contact information for the Editorial Office. • In the referee suggestions field, up to five reviewer names can be entered by the author(s); valid e-mail contact addresses for these are required, in case they are selected by the editor. These suggestions can be made separately as preferred and not-preferred reviewer(s). • Files must be uploaded separately and identified according to file types. The main text file must include references and, if applicaple, figure legends, which must be typed on a separate page following the References and Internet Resources sections. Each table, figure and element containing supplementary material must be saved and uploaded in a separate file. Formats for text and tables are Word or RTF in Windows platform. Figures should be in TIFF or JPEG formats (see detailed instructions in 3.1.h). • Manuscripts including photos or any other identifiable data of human subjects must be accompanied by a copy of the signed consent by the individual or his/her guardian. Failure to adhere to these guidelines can delay the handling of your contribution and manuscripts may be returned before being reviewed. Special attention should be given to the structuring of the manuscript and correct language usage. These are important factors in the smooth running of the editorial and peer-review process, and can result in faster publication. 128 3. Categories of Contribution 3.1. Research Articles Manuscripts must be written in English in double-spaced, 12-point type throughout; marked with consecutive line and page numbers, beginning with the cover page. The following elements must start on a new page and be ordered as they are listed below: a) The title page must contain: a concise and informative title; the authors’ names (first name at full length); the authors’ institutional affiliation, including department, institution, city, state or province, and country; different affiliations indicated with superscript Arabic numbers; a short running title of up to 35 characters (including spaces); up to five key words; the corresponding author’s name, full postal, and email address. b) The Abstract must be a single paragraph that does not exceed 200 words and summarizes the main results and conclusions of the study. It should not contain references. c) The text must be as succinct as possible. Text citations: articles should be referred to by authors’ surnames and date of publication; citations with two authors must include both names; in citations with three or more authors, name the first author and use et al. List two or more references in the same citation in chronological order, separated by semi-colons. When two or more works in a citation were published in the same year, list them alphabetically by the first author surname. For two or more works by the same author(s) in a citation, list them chronologically, with the years separated by commas. (Example: Freire-Maia et al., 1966a, 1966b, 2000). Only articles that are published or in press should be cited. In the case of personal communications or unpublished results, all contributors must be listed by initials and last name (et al. should not be used). Numbers: In the text, numbers nine or less must be written out except as part of a date, a fraction or decimal, a percentage, or a unit of measurement. Use Arabic numerals for numbers larger than nine. Binomial Names: Latin names of genera, species and infraspecific taxa must be printed in italics; names of orders and families should appear in the Title and also when first mentioned in the text. URLs for programs, data or other sources should be listed in the Internet Resources Section, immediately following the References Section, not in the text. The text includes the following elements: Introduction - Description of the background that led to the study. Material (or Subjects) and Methods - Details relevant to the conduct of the study. Statistical methods should be explained at the end of this section. Results - Undue repetition in text and tables should be avoided. Statistical analyses should be presented as complete as possible, i.e. not only P-values should be shown, but also all other test variables required for full appreciation of the results by the reviewers and readers. Comments on relevance of results are appropriate but broader discussion should be part of the Discussion section. Discussion - The findings of the study should be placed in context of relevant published data. Ideas presented in other publications should not be discussed solely to make an exhaustive presentation. Some manuscripts may require different formats appropriate to their content. d) The Acknowledgments must be a single paragraph that immediately follows the discussion and includes references to grant support. e) The References Section: References must be ordered alphabetically by the first author surname; references with the same first author should be ordered as follows: first, as single author in chronological 129 order; next, with only one more co-author in alphabetical order by the second author; and finally followed by references with more than two co-authors, in chronological order, independent of the second author surnames. In references with more than 10 authors only the first ten should be listed, followed by et al. Use standard abbreviations for journal titles as suggested by NCBI (http://www.ncbi.nlm.nih.gov/journals/). Only articles that are published or in press should be included in this section. Works submitted for publication but not yet accepted, personal communications and unpublished data must be cited within the text. “Personal communication” refers to information obtained from individuals other than the authors of the manuscript being submitted; “unpublished data” refers to data produced by at least one of the authors of the manuscript under consideration. Works of restricted circulation (e.g., theses not available in public databases, congress abstracts not published in regular journals or public databases) should not be listed in this section. Sample journal article citation: Breuer ME and Pavan C (1955) Behaviour of polytene chromosomes ofRhynchosciara angelae at different stages of larval development. Chromosoma 7:371-386. Yonenaga-Yassuda Y, Rodrigues MT and Pellegrino KCM (2005) Chromosomal banding patterns in the eyelid-less microteiid lizard radiation: The X1X1X2X2:X1X2Y sex chromosome system in Calyptommatus and the karyotypes of Psilophtalmus and Tretioscincus (Squamata, Gymnophthalmidae). Genet Mol Biol 28:700-709. Sample book citation: Dobzhansky T (1951) Genetics and Origin of Species. 3rd edition. Columbia University Press, New York, 364 pp. Sample chapter-in-book citation: Crawford DC and Howard-Peebles PN (2005) Fragile X: From cytogenetics to molecular genetics. In: Gersen SL and Keagle MB (eds) The Principles of Clinical Cytogenetics. 2nd edition. Humana Press, New Jersey, pp 495-513. Sample electronic article citation: Gotzek D, Ross KG (2009) Current status of a model System: The gene Gp-9 and its association with social organization in fire ants. PLoS One 4:e7713. f) Internet Resources Section: this section should contain a list of URLs referring to data presented in the text, as well as software programs and other Internet resources used during data processing. Date of consultation must be stated. Sample Internet resource citation: Online Mendelian Inheritance in Man (OMIM), http://www.ncbi.nlm.nih.gov/OMIM (September 4, 2009) LEM Software, http://dir.niehs.nih.gov/dirbb/weinbergfiles/hybrid_design.htm (September 4, 2009) g) Tables: must be in Word format prepared with the table tool (do not use space bar or tabulator). A concise title should be provided above the table. Tables must be numbered consecutively in Arabic numerals. Each column must have a title in the box head. Footnotes typed directly below the table should be indicated in lowercase superscript letters. Tables that are to appear in the printed version must be saved in Word format and not as figures, so that they can later be fitted during typesetting. Each table must be saved and uploaded as a separate file. 130 h) Figures must be numbered consecutively using Arabic numerals. Images should be in TIFF or JPEG format. Figures in Word, PowerPoint or Excel format cannot be published. Only sequence data can be presented in Word format. Journal quality reproduction will require grayscale resolution yielding 300 dpi, color figures should be at 600 dpi. These resolutions refer to the output size of the file, that is the size in which it will appear printed in the journal; if it is anticipated that images will be enlarged or reduced, the resolutions should be adjusted accordingly. Figures composed of several elements should be sent as a single panel, obeying the print size definitions of the journal (single or two columns width). Scanned figures should not be submitted. Color illustrations are accepted. Each figure/panel must be saved and uploaded as a separate file. When uploading, identify each illustration by the first author name and the number of the respective figure. Figure legends must be included at the end of the main text file and should be typed on a new page. i) Nomenclature: Taxonomic names should be in accordance with current international standards. For rules concerning gene names and gene symbols, please see separate Instruction form. j) Sequences may appear in text or in figure. DNA, RNA and protein sequences equal to or greater than 50 units must be entered into public databases and accession numbers must be provided upon acceptance of the article. Failure to do so will inadvertently delay publication. k) Data access: reference should be made to availability of detailed data and materials used for reported studies. l) Ethical issues: Reports of experiments on live vertebrates must include a statement in the text that the institutional review board approved the work and the protocol number must be provided. For experiments involving human subjects, authors must also include a statement that informed consent was obtained from all subjects. If photos or any other identifiable data are included, a copy of the signed consent must be uploaded during manuscript submission. m) Supplementary Material: Data that the authors consider of importance for completeness of a study, but which are too extensive to be included in the published version, can be submitted as Supplementary Material. At publication, this material will be made available together with the electronic version. In case a manuscript contains such material, it should be appropriately identified within the text file. Supplementary material in tables should be identified as Table S1, Table S2, etc., in case of figures they should be named accordingly, Figure S1, Figure S2. In addition, a list of this material should be presented at the end of the manuscript text file, containing the following statement: Supplementary material - the following online material is available for this article: • Table S1 – < short title> • Figure S1 – < short title> This material is available as part of the online article from http://www.scielo.br/gmb 3.2 Short Communications Short Communications present brief observations that do not warrant full-length articles. Theyshouldnotbeconsideredpreliminary communications; 131 • should be 15 or fewer typed pages in double spaced 12-point type, including literature cited; • should include an Abstract; • but no further subdivision, with introduction, material and methods, results and discussion; all in a single section and without headers. • up to four items (tables and/or figures) may be submitted; Note: The title page, abstract and reference section format is that of a full-length Research Article. For Supplementary Material see instructions in item 3.1.m. 3.3 Letters to the Editor Relate or respond to recent published items in the journal. Discussions of political, social and ethical issues of interest to geneticists are also welcome in this form. 3.4 Review Articles Review Articles are welcome. The Editor must be contacted prior to submission. Please, provide an Abstract and a list of your recent publications in the area. 3.5 Book Reviews Publishers are invited to submit books on Genetics, Evolution and related disciplines, for review in the journal. Aspiring reviewers may propose writing a review. 3.6 History, Story and Memories These are accounts on historical aspects of Genetics relating to Brazil. 4. Articles accepted for publication Once an article is accepted, the Editorial Office will send it to copy editor for language and technical corrections. If major corrections were proposed, the manuscript with the highlighted corrections will be returned to the corresponding author for approval. The final version approved by the authors must be free of any text/correction markings when returned to the Editorial Office. After typesetting, page proofs will be sent to the corresponding author. Changes made to page proofs, apart from typesetting errors, will be charged to the authors. Notes added in proof require Editorial approval. Together with the proofs, a form of consent to publish and transfer of copyright is sent to the corresponding other. The latter will have sign this form, also on behalf of any co-authors, and send it by fax to the Editorial Office. 5. Reprints Reprints are free of charge and will be provided as a pdf-file.