UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA INSTITUTO DE QUÍMICA Glécia Rebecca Araújo da Silva Abordagem sobre o uso da fosfoetanolamina sintética Natal/RN Dezembro - 2016 Glécia Rebecca Araújo da Silva Abordagem sobre o uso da fosfoetanolamina sintética Trabalho de conclusão de curso de graduação apresentado ao Instituto de Química da Universidade Federal do Rio grande do Norte, como requisito obrigatório para obtenção do grau de Bacharel em Química. Orientadora: Profª. Dra. Nedja Suely Fernandes Natal/RN Dezembro – 2016 Glécia Rebecca Araújo da Silva Abordagem sobre o uso da fosfoetanolamina sintética Trabalho de conclusão de curso de graduação apresentado ao Instituto de Química da Universidade Federal do Rio grande do Norte, como requisito obrigatório para obtenção do grau de Bacharel em Química. Aprovado em: 13/12/2016 COMISSÃO EXAMINADORA ____________________________________________________ Profª. Drª. Nedja Suely Fernandes Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN Orientadora ____________________________________________________ Profª. Drª. Márcia Teixeira Barroso Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN Membro da Banca ____________________________________________________ Prof. Dr. Carlos Alberto Martinez Huitle Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN Membro da Banca Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Sistema de Bibliotecas - SISBI Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Instituto de Química - IQ Silva, Glécia Rebecca Araújo da. Abordagem sobre o uso da fosfoetanolamina sintética / Glécia Rebecca Araújo da Silva. - 2016. 44 f.: il. Monografia (graduação) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Ciência Exatas e da Terra, Instituto de Química, Natal, 2016. Orientador: Profª. Drª. Nedja Suely Fernandes. 1. Fosfolipídios - Fosfoetanolamina sintética - Monografia. 2. Câncer - Tratamento - Monografia. 3. Fosfoetanolamina sintética - Opinião publica - Pesquisa - Monografia. 4. Química - Monografia. I. Fernandes, Nedja Suely. II. Título. RN/UF/BS-IQ CDU 543.635.4 A Deus Meus Pais, familiares E toda comunidade acadêmica AGRADECIMENTOS A Deus por ser o centro de tudo na minha vida, pois sem Ele não teria chegado até aqui, por Ele ser o autor da minha existência, e que apesar das dificuldades ao longo desta trajetória, tem me dado discernimento e através da fé ter me ajudado a continuar os meus sonhos, no qual mais um se concretiza. A minha mãe, Geralda Araújo Miguel que me proporcionou as melhores coisas possíveis, onde através de todas as dificuldades que encontramos, sempre incentivou a nunca desistir, e através dos seus ensinamentos pude compreender que é através da educação que podemos almejar o que quisermos, a pessoa que me tornei hoje é apenas o fruto da educação que recebi durante anos e que agora posso colher as escolhas que decidi tomar. A senhora é a principal responsável pela minha formação, sei que devo lutar para conquistar todos os meus sonhos e objetivos, e é claro que sem a senhora isso não seria possível, MUITO OBRIGADA POR EXISTIR. Te amo. A meu pai, Pedro Miguel que é uma pessoa inigualável, que apoia sem esperar algo em troca, que acredita que podemos chegar longe, e sem você por perto e sem seus conselhos não chegaria onde estou hoje, as conquistas que concebemos é muito gratificante e essa conquista é para você painho, te amo. A minhas irmãs Klébia Gessica e Jucicleide Araújo que foram um incentivo para que eu pudesse almejar algo mais além do ensino básico, foi através da formação de vocês que pude perceber que apesar de poucos recursos disponíveis podemos voar mais alto e ter uma visão mais ampla. Muito obrigado por deixar esse momento tão especial como uma das conquistas que ainda posso almejar. A meus irmãos Clenesildo e Glécio, pelo carinho, apreensão e confiança, a todos os meus familiares que me apoiam e que me incentivam a dar mais um passo para os meus sonhos. A meus professores da universidade por todo o conhecimento adquirido e por ter me acompanhado nessa jornada, em especial a minha orientadora Nedja Suely Fernandes, pelos ensinamentos que tem me passado, por ter me ajudado nessa formação acadêmica e ter feito me apaixonar mais pela química, muito obrigada. As minhas amigas e amigos que me acompanhou durante essa trajetória, Mikaela, Maria Gleyse, Caroline, Fernanda, Márcio, foram muitos choros e risos que ficará para sempre na minha memória assim como a amizade de vocês, jamais esquecerei de cada choro, cada conquista juntos, o nosso aprendizado e nossa irmandade, são fatos que levarei sempre comigo, e a todos que sempre acreditou na minha vitória, meu muito obrigada. "Podem tentar e até terem êxito em tirar- me o que até hoje conquistei. Entretanto, nunca conseguirão arrancar minha inteligência, presente precioso dado por Deus, assim como a minha capacidade de permanecer de pé, após os próprios tombos ou rasteiras que a vida nos permite vivenciar." Mettran Senna RESUMO A fosfoetanolamina sintética é um fosfolipídeos que está situado na classe dos glicerofosfolipídeos no qual possui propriedades químicas específicas que a caracterizam com uma atividade biológica. Este composto sintetizado no Instituto de química de São Carlos – USP, tem sido bastante repercutido nas mídias por ter uma grande atuação benéfica a tumores malignos, sendo considerado como um tratamento promissor para a cura do câncer, o qual apresenta características químicas que o torna como um medicamento promissor pois não afeta a estrutura do DNA. Assim enfatizando os assuntos que não foram abordados pela mídia, foram feitos levantamentos de dados através de questionários em Natal/RN onde obteve-se que cerca de 67,2% dos alunos entrevistados já tinha ouvido falar da fosfoetanolamina sintética e, porém, desconheciam os seus efeitos no ser humano. Também 98,4% afirmaram que são necessários estudos mais aprofundados para conhecer os malefícios e benefícios deste composto no organismo. As pessoas externas à UFRN cerca de 45,1% entrevistadas ouviram falar da fosfoetanolamina e cerca de 98,0% afirmaram que este composto necessita de estudos mais aprofundados antes de serem distribuídas a população. Desse modo o presente trabalho esclarece as dúvidas eminentes como também ajuda no conhecimento da população fornecendo novas fontes de pesquisa. Palavras – Chave: Fosfoetanolamina. Pesquisa de opinião. Câncer. Fosfoetanolamina sintética. ABSTRACT The Synthetic phosphoethanolamine is a phospholipid which is in the class of glycerophospholipids in which it has specific chemical properties that characterize it with a biological activity. This compound synthesized at the Institute of Chemistry of São Carlos - USP, has been widely reported in the media because it has a great beneficial effect on malignant tumors, being considered as a promising treatment for cancer cure, which presents chemical characteristics that makes it as A promising drug as it does not affect the structure of DNA. Thus emphasizing the issues that were not addressed by the media, data were collected through questionnaires in Natal / RN where it was found that about 67.2% of the students interviewed had already heard about synthetic phosphoethanolamine and, however, were unaware of the Effects on the human being. Also 98.4% stated that further studies are needed to know the harm and benefits of this compound in the body. People outside the UFRN about 45.1% interviewed heard about phosphoethanolamine and about 98.0% stated that this compound needs further studies before they are distributed to the population. In this way the present work clarifies the eminent doubts as well as helps in the knowledge of the population providing new sources of research. KeyWords: phosphoetanolamine. Survey research. Cancer. Synthetic phosphoethanolamine. Lista de figuras Figura 1 - Molécula de Diésteres de acido fosfórico -------------------------- 18 Figura 2 - Representação de fosfolipídeos utilizando a molécula Fosfatidilcolina ----------------------------------------------------------------------------------- 19 Figura 3 - imagem ilustrativa da Bicamada Lipídica -------------------------- 20 Figura 4 - Interação intramolecular de fosfolipídeos -------------------------- 21 Figura 5 - Representação molecular da fosfatidiletanolamina ------------- 21 Figura 6 - esquema da síntese da Fosfoetanolamina sintética fornecida pelo IQSC-USP segundo patente PI0800460-9 A2 ------------------------------------ 25 Lista de Gráficos Gráfico 1 - Números de respostas referente ao questionário aplicado aos alunos da UFRN sobre o conhecimento da fosfoetanolamina sintética. .......... 32 Gráfico 2 - Números de respostas referente ao questionário aplicado a pessoas EXTERNAS à UFRN sobre o conhecimento da fosfoetanolamina sintética ............................................................................................................ 35 LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária CONEP Comissão nacional de ética em Pesquisa FAPESP Fundação de Amparo à Pesquisa do estado de São Paulo FOS Fosfoetanolamina IQSC Instituto de química de São Carlos MEA Monoetanolamina PHO-S Fosfoetanolamina sintética USP Universidade de São Paulo ̅ Média Variância Desvio Padrão 1 Sumário 1 INTRODUÇÃO .................................................................................... 14 2 OBJETIVOS ..................................................................................... 16 2.1 Objetivos Gerais ........................................................................ 16 2.2 Objetivos Específicos ................................................................ 16 3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ....................................................... 17 3.1 Câncer ....................................................................................... 17 3.2 Fosfolipídeos ............................................................................. 18 3.3 Fosfoetanolamina ...................................................................... 21 3.4 A fosfoetanolamina sintética ...................................................... 22 3.5 Fases da fosfoetanolamina sintética ......................................... 23 3.6 Relatório técnico científico ......................................................... 24 3.7 Dados do relatório ..................................................................... 26 4 COLETAS DE DADOS..................................................................... 27 5 MÉTODOS ....................................................................................... 29 5.1 Unidade de Análise ................................................................... 30 5.2 Ferramentas de pesquisa ou elementos de pesquisa ............... 31 5.3 Seletividade da amostra com base na pesquisa aplicada ......... 31 6 RESULTADOS E DISCUSSÃO ....................................................... 32 6.1 Análise dos dados obtidos apartir do questionário aplicado ...... 32 7 CONCLUSÃO .................................................................................. 39 8 REFERÊNCIAS ............................................................................... 41 14 1 INTRODUÇÃO O câncer surge a partir do crescimento e proliferação das células que sofrem mutações genéticas e se desenvolvem de maneira incorreta, tendo como única função de multiplicar-se, formando assim tumores. Segundo Weinberg (2008), 90% das mortes são causadas por tumores malignos, e para contê-la é necessário uma série de tratamentos nos pacientes, como radioterapia, quimioterapia e cirurgia. Atualmente o prof. Dr. Gilberto Orivaldo Chierice, pesquisador do Instituto de Química de São Carlos na Universidade de São Paulo desenvolveu estudos no qual suporta a hipótese de que o uso de fosfoetanolamina sintética é uma forma medicamentosa promissora para o tratamento de câncer. (Ferreira, 2012). Assim, dentre os tratamentos quimioterápicos convencionais, o uso da fosfoetanolamina sintética tem poucos efeitos colaterais que tanto prejudica a autoestima dos pacientes como também é um medicamento que pode ser obtido de uma forma mais barata, e de grande importância social pois têm a possibilidade de surgir um novo tratamento e menos doloroso para o câncer. A fosfoetanolamina é um composto que está classificado entre os fosfolipídeos, que é um componente importante na membrana biológica, pois os fosfolipídeos tem uma cabeça polar e cauda apolar e interagem entre si formando bicamadas lipídicas, que separam as células do ambiente externo como também transportam substâncias químicas específicas para dentro e fora das células. (Campbell, 2000). A fosfoetanolamina é produzida naturalmente em mamíferos e inclusive nos homens, o composto é definido como um precursor da fosfatidiletanolamina e fosfatidilcolina, moléculas envolvidas na síntese de lipídios, esta classe de fosfolipídeos é o constituinte principal das membranas celulares. Sabendo a importância das membranas celulares, pode- se relacionar a fosfoetanolamina com o câncer e sintetizá-la dando a importância que os estudos publicados apontam. A fosfoetanolamina sintética (Pho-s) produzida pelo Dr. Chierice, atua com a finalidade de obter a morte das células causadora de tumores malignos. Isso é conseguido devido a Pho-s ser uma nova classe de compostos 15 fosfolipídeos e tem uma atividade anticâncer promissora e a característica mais importante é que esta nova classe não tem como alvo o DNA. (Ferreira, 2012). A repercussão na mídia da ação deste composto trouxe uma esperança para os pacientes com câncer. Sendo assim, a necessidade em adquirir conhecimento sobre a ação da fosfoetanolamina sintética, possibilita a sociedade conhecer os efeitos que causam no organismo, e também a importância deste composto como um tratamento para a doença alvo. A partir do questionário aplicado será possível obter o grau de conhecimento e a opinião de um grupo de pessoas sobre a utilização e aprovação deste medicamento, como também correlacionar os aspectos teóricos químicos envolvidos, onde a maioria desconhece a importância de substâncias químicas que tem grande efeito na medicina, e também fazer com que as pessoas possam entender a necessidade de estudar um substancia química antes de ser produzido como medicamento. Contudo, possibilitar novas fontes a literatura sobre esse tema que é substancial para a pesquisa e aprimoramento de novos estudos. 16 2 OBJETIVOS 2.1 Objetivos Gerais Compreender os fundamentos químicos e os aspectos teóricos sobre o uso da fosfoetanolamina sintética e também investigar o conhecimento da população sobre o uso deste medicamento. 2.2 Objetivos Específicos  Compreender os aspectos teóricos da fosfoetanolamina sintética;  Trazer a reflexão sobre o uso da fosfoetanolamina sintética à população;  Avaliar o conhecimento de um grupo de entrevistados sobre o uso da fosfoetanolamina sintética.  Entender a visão geral das pessoas sobre o tema da cura do cancer com a fosfoetanolamina sintética. 17 3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 3.1 Câncer Nos últimos anos o câncer tem assolado grande parte da população devido ser um grande precursor e causador de mortes. A preocupação das pessoas em desenvolver esta doença afeta não só os órgãos internos, mas também altera um conjunto que é de suma importância para as necessidades do ser humano, sendo eles, fatores internos, como exemplo, o sistema imunológico, psicológico e etc. (Amorós, et al; 2006). E os fatores externos como os ambientais, no qual podemos citar a exposição ao sol em excesso, onde devido aos fortes raios ultravioletas que incide sobre a pele pode criar uma neoplasia maligna, que segundo os dados nacionais epidemiológicos é de maior incidência no Brasil (Ferreira, et al; 2011). Tem-se também os hábitos que são lícitos no Brasil e que são causadores de câncer como o cigarro no qual a fumaça que é inalada tem mais de 40 agentes carcinogênicos (Uehara, 1998) tendo um aumento de chances em obter câncer com o fato de ser fumante. A bebida no qual contém álcool e sendo este um agente carcinogênico (D. Schwartz; et al; 1996) os agentes carcinogênicos que está presente no dia-a-dia é ilimitado, afinal a probabilidade de desenvolver o câncer está onde menos esperamos. De acordo com Weinberg (1942) o câncer surge a partir de uma célula que se multiplica individualmente e que não contribui para a formação dos tecidos que tornam possível a sobrevivência do organismo. Essa célula individual cresce e se multiplica de uma formal anormal quando comparadas com as células que formam o tecido para o organismo, e então proliferam-se e forma um aglomerado de células, porém essas células são unitárias, ou seja; a célula que não contribui para a formação dos tecidos se multiplicam e formam os tumores, então surge o tão temido e bastante enfrentado nos últimos tempos, o câncer. O câncer é um risco que todo mundo pode ter e desenvolver, devido os nossos tecidos serem formados por células e qualquer uma dessas células podem se desenvolver e multiplicar-se, formando tumores. As células possuem 18 um constituinte principal para a sua proteção e formação que é a classe dos fosfolipídios. A atuação desse grupo nas células é fundamental pois os fosfolipídios são componentes importantes das membranas biológicas. 3.2 Fosfolipídeos Os fosfolipídeos, mostrado na Figura 1, pertencem à classe dos lipídeos, os fosfolipídeos são derivados de diésteres de ácido fosfórico, como pode ser observado através da figura 1. Na estrutura do ácido fosfórico ocorreu a esterificação do álcool que antes pertencia em sua estrutura possibilitando a ligação aos grupos R1 e R, formando ligações diésteres com ácido fosfórico. Figura 1 - Molécula de Diésteres de acido fosfórico H O R O P O O 1 R Fonte: Autora, 2016 Os grupos R1 e R representados na figura 1 são detalhados na figura 2, onde o grupo R1 corresponde a diésteres de glicerol com duas cadeias longas de ácido carboxílico, formando uma cauda apolar, saturada contendo de 12 -20 moléculas de carbono( C12-C20), e um grupo R que neste caso corresponde ao grupo colina. 19 Figura 2 - Representação de fosfolipídeos utilizando a molécula Fosfatidilcolina Fonte: ADAPTADO. http://cadernomedicina.blogspot.com.br/2015/01/o-fosfolipidio-o- muro-das-celulas.html acesso em 26/08/16 as 15:20 hrs. Os fosfolipídeos tem uma característica molecular polar e apolar, a cabeça dos fosfolipídeos representadas na figura acima, tem um conjunto de moléculas polares, que são colina, fosfato e diésteres de glicerol, tendo uma característica polar na cabeça do fosfolipídeos. Já a cauda é constituída de agregados de moléculas de carbono, sendo alifática, saturada e apolar, tendo assim uma cauda apolar. Segundo Mcmurry (2011, p995) “Os fosfolipídeos são encontrados nos tecidos de plantas e dos animais e fazem parte de aproximadamente 50% a 60% das membranas celulares”. A Figura 3 representa os glicerofosfolipídeos que compõe a bicamada lipídica. Os fosfolipídeos tem atividade biológica devido ser um componente principal das membranas celulares, a subclasse dos fosfolipídeos atua na bicamada lipídica que compõe as membranas celulares, esta subclasse denominada glicerofosfolipídeos possui uma cabeça polar (hidrofílicas) e a 20 cauda apolar (hidrofóbicas), em sua cauda contém ligações ésteres com ácidos graxos e um ácido fosfórico Fonte: disponível em acesso em: 05/12/2016 Como mostra a Figura 4, a interação intramolecular que ocorre entre as moléculas de glicerofosfolipídeos forma uma agregação de moléculas. Quando moléculas de glicerofosfolipídeos estão em contato com a água, a cabeça polar dos fosfolipídeos interage com a água que também é polar, e a cauda apolar interage com outras moléculas de fosfolipídeos que também contém uma cauda apolar, então formam uma camada compacta. Os fosfolipídeos são os principais constituintes das membranas celulares, no qual formam uma bicamada lipídica em que esta protege as membranas deixando-as à prova d’água, impedem a passagem de íons e outros componentes dentro e fora das células, separam as reações químicas que ocorrem nas células e no meio extracelular. 21 Figura 4 - Interação intramolecular de fosfolipídeos Fonte: http://cadernomedicina.blogspot.com.br/2015/01/o-fosfolipidio-o-muro-das- celulas.html acesso em 26/08/16 as 15:20 hrs. 3.3 Fosfoetanolamina A fosfoetanolamina é um fosfolipídeo que está situado na classe dos glicerofosfolipídeos que é sintetizado a partir do glicerol. A Figura 5 representada abaixo, mostra que o carbono 1 e carbono 2 são ocupados por diésteres de glicerol formando a sua cauda por ligações de 12 a 20 carbonos (C12-C20) e no carbono 3, indicado na figura através da seta roxa, contem o grupo fosfato esterificado (HOCH2CH2N2) onde ele está ligado ao etanolamina. Figura 5 - Representação molecular da fosfatidiletanolamina CH2 O 12 Carbono 1 O Carbono 2 O H - O 12 Carbono 3 + NH P 3 O O O - O Fonte: Autora, 2016 22 Os fosfolipídeos de etanolamina são importantes na bicamada lipídica, desempenha um papel importante no transporte de substâncias químicas específicas para dentro e fora das células que compõem a membrana. Dentro da membrana as moléculas transportadas passam diretamente através da bicamada lipídica para sítios de ligação na membrana, tendo assim o reconhecimento enzima-substrato nesses sítios de ligação. As moléculas que tem ação farmacológica têm o seu efeito de substâncias biologicamente ativas através de uma proteína, para que seu efeito seja ativo as substâncias, necessitam está ligadas a uma proteína receptora no exterior da célula, assim sua atividade depende do ambiente da membrana. (CAMPBELL, 2000). 3.4 A fosfoetanolamina sintética De acordo com estudos realizados pelo Instituto de Química de São Carlos na USP e orientados pelo Dr. Chierice, novos compostos têm sido procurados para o tratamento de câncer. No cenário global, esta doença tem atingido uma população bastante considerada, então há um estímulo para desenvolver novos compostos mais baratos e eficientes. Uma nova classe que tem um tratamento promissor são os lisofosfolipídio aquil sintéticos (ALP), que são fosfolipídeos com atividade anticâncer promissora. Segundo (A.K Ferreira et al, 2012) esta nova classe inclui substâncias altamente relevantes para o tratamento de tumores malignos, então foi investigado o precursor no centro da biossíntese de fosfolipídios que tem efeitos antitumorais, assim a fosfoetanolamina um lipídio envolvido com a classe dos fosfolipídios é um substrato para diversos fosfolipídios da célula na membrana e especialmente a fosfatidilcolina, então a partir da pesquisa realizada pelo IQSC-USP foi sintetizada a fosfoetanolamina sendo altamente citotóxica para uma vasta variedade de células tumorais, incluindo o ser humano. A fosfoetanolamina sintética foi testada em espécies animais e em células cultivadas em laboratório fornecendo resultados bastante favoráveis as 23 expectativas do grupo de pesquisa, no qual percebeu-se a morte destas células com tumores malignos e a redução dos tumores nos animais que possuía. A fosfoetanolamina sintética produzida pelo grupo de pesquisa coordenado pelo Prof. Dr. Gilberto Orivaldo Chierice do instituto de química de São Carlos na Universidade de São Paulo (IQSC-USP), vem sendo analisada através de órgãos que comprovam a ação benéfica do composto para fins medicinais, esta substância foi sintetizada em laboratório e testada em animais e em células cultivadas em laboratório e atualmente é considerada como um tratamento promissor para a cura do câncer, pois de acordo com os testes já realizados não afetam a estrutura do DNA. 3.5 Fases da fosfoetanolamina sintética A partir das pesquisas feitas pela FAPESP publicados em maio/2016, a fosfoetanolamina sintética vem sendo testada de forma controlada, de acordo com os protocolos de pesquisa, em seres humanos nos estados de São Paulo, Ceará e Rio de Janeiro. Para que o composto sintetizado possa ser deferido como um medicamento é necessário passar por testes, onde estes são realizados em fases. A fase pré-clínica é onde a fosfoetanolamina sintética é testado em células de espécies animais ou em células humanas cultivadas em laboratório, na primeira fase começam os testes com seres humanos, entre 20 e 100 voluntários saudáveis recebem a PHO-S a fim de determinar o grau de toxicidade. Em estudos com doenças graves, como o câncer, a toxicidade geralmente é avaliada em um pequeno grupo de pacientes. No Brasil, desde 1996, todos os projetos precisam ser aprovados pela CONEP e, a partir de 1999, também pela Anvisa. Os estudos visam encontrar a maior dose tolerável, a menor dose efetiva, a relação dose/efeito terapêutico, a duração do efeito e efeitos colaterais. Outro objetivo é entender a farmacocinética do composto; como ele é administrado, absorvido, transformado, depositado e eliminado do organismo. A lei nº 13.269, de abril de 2016 autoriza o uso da fosfoetanolamina sintética por pacientes que são diagnosticados com neoplasia maligna, onde autoriza a produção, importação, prescrição, posse ou uso da 24 fosfoetanolamina antes de o composto ter sido avaliado em estudos clínicos das fases 1, 2 e 3 e de ter obtido o registro da Anvisa, sendo de grande importância, pois possibilita aplicá-la aos pacientes diagnosticados. A fase 2 é uma espécie de estudo terapêutico piloto, que envolve entre 100 e 200 pacientes com a doença-alvo do composto. Mais testes de segurança são feitos e a ação da PHO-S sobre a doença-alvo começa a ser determinada em mais detalhes. A fase 3 a candidata a droga participa de um grande estudo, às vezes conduzido em mais de um país ou centro de pesquisa, com pelo menos 800 pacientes, de diferentes etnias, idade e perfil médico. Avaliam-se os riscos e benefícios a curto e longo prazo do composto e sua vantagem terapêutica em relação aos fármacos existentes no mercado. A dose e a via de administração são determinadas, além de contraindicações e efeitos colaterais. Uma vez aprovada nesta etapa crucial, a droga é liberada para venda (FAPESP-2016). E na fase 4, onde são realizados estudos depois que uma droga começa a ser vendida, o intuito é ver se não aparecem novos efeitos adversos e se o fármaco produz os efeitos terapêuticos esperados, além de levantar informações para o marketing do produto e sobre novas formas de administração do remédio. 3.6 Relatório técnico científico Afim de obter resultados mais completos sobre o conteúdo das cápsulas da fosfoetanolamina sintética, o grupo de pesquisa enviou o conteúdo para caracterizar o material, afim de investigar a real existência da fosfoetanolamina no conteúdo das cápsulas. Na Figura 5 está representada de forma geral o esquema de síntese da “ FOSFOETANOLAMINA SINTÉTICA” (FOS), realizado pelo grupo instituto de química de São Carlos da universidade de São Paulo IQSC-USP, de acordo com a Patente PI0800460-9, têm as seguintes etapas: Etapa 1: síntese e purificação da FOSFOETANOLAMINA Etapa 2: Neutralização da FOSFOETANOLAMINA, para a obtenção da denominada FOSFOETANOLAMINA SINTÉTICA. 25 Figura 6 - esquema da síntese da Fosfoetanolamina sintética fornecida pelo IQSC-USP segundo patente PI0800460-9 A2 H PO 1) H2O 3 4 agitação EtOH 95% 220 oC (volumes?) + fluxo N2 (intensidade?)tempo ? 2) EtOH NH Líquido amarelo viscoso Cristais primários2 (cristalização) HO - CaCO3 MgCO3 O O ZnCO3 H2O (volume ?) P Q 5 dias, 70 oC - 1) H2O H N O O (solução saturada) 2 temperatura ? 2+ volume? Q = Ca, Mg ou Zn 2) 15 dias, 8 oC Cristais bem definidos (recristalização) Neutralização 1. (fórmula sólida: cápsula) OH 90% H2O O (rendimento Geral) MEA (até pH 7,4) H2N P MEA OH O 2. (forma de solução) FONTE: ADAPTADO. Relatório completo de síntese e caracterização da fosfoetanolamina. LQOS – UNICAMP – IQ. Acesso: 29/11/16 Conforme as informações obtidas da patente PI0800460-9, a etapa 1 consiste na neutralização do ácido fosfórico com a monoetanolamina (MEA), obtendo como produto final da reação a formação de cristais primários. E de acordo com os autores da patente PI0800460-9, a segunda etapa consiste na recristalização desses cristais para a formação de cristais bem mais definidos de fosfoetanolamina pura com rendimento de 90% e a neutralização desses cristais é feito adicionando à reação CaCO3, MgCO3 e ZnCO3, resultando na fosfoetanolamina sólida (reivindicação número 6 da patente PI0800460-9). Após esses procedimentos os autores denominam o material de fosfoetanolamina sintética. Alternativamente, a neutralização pode ser realizada com MEA em pH=7.4 (reivindicação número 7 da patente PI0800460- 9 A2). 26 3.7 Dados do relatório De acordo com os autores da patente PI0800460-9, os produtos obtidos da reação a partir do material disponibilizados foram denominados de fosfoetanolamina sintética obtidos a partir da etapa de neutralização, onde podem ser utilizados como uma solução tampão biológico. Afirmam também que na rota sintética para obtenção da fosfoetanolamina sintética na etapa 1 ocorre a formação de um sal e na etapa 2 a formação de um éster, evidenciando o que no conteúdo das cápsulas existe a fosfoetanolamina. A utilização de N2 na etapa de síntese e purificação da fosfoetanolamina é necessário para retirada de água formada no meio reacional e deslocar o equilíbrio para a formação dos produtos, como também evitar a oxidação dos compostos nitrogenados pela presença de oxigênio, fornecendo a formação dos cristais primários. 27 4 COLETAS DE DADOS A fase de coleta de dados seguiu o seguinte procedimento  Apresentação do propósito de pesquisa, importância da mesma e sua finalidade para o presente trabalho;  A aluna se preparou para realizar a coleta de dados, dirigindo-se com uma linguagem formal, clara e objetiva fornecendo uma seriedade ao trabalho;  Dividiu os pesquisados em dois grupos objetivando obter resultados diferenciados que implementem a amostra pesquisada.  Os dados coletados foram transcritos durante o andamento das entrevistas e as complementações foram transcritas ao término da entrevista, para então elaborar os gráficos para a melhor interpretação dos dados. De acordo com Gil (1994) a análise possui o objetivo de organizar em forma de categoria os dados para que assim possam ser respondidos os problemas encontrados e estudados. Sobre a interpretação dos dados, Gil (1994, p. 168) ressalta que “tem como objetivo a procura do sentido mais amplo das respostas, o que é feito mediante sua ligação a outros conhecimentos anteriormente obtidos”. Os dados serão expostos, interpretados e desenvolvidos para um melhor entendimento e desenvolvimento do tema proposto. 28 Questionário utilizado para a realização da pesquisa de opinião aos entrevistados, sendo as amostras alunos e externos. Fonte: Autora, 2016 29 5 MÉTODOS Para que os objetivos propostos neste trabalho sejam alcançados faz-se necessário utilizar uma metodologia de pesquisa para avaliar sua viabilidade, segundo Gil (2002) correlacionar fatos a partir de trabalhos experimentais já realizados se aplica ao tipo de pesquisa denominada de Ex-post-facto. A fosfoetanolamina sintética aplicada em espécies animais pelo Instituto de Química da Universidade de São Paulo está atualmente em estudos e já foi disponibilizada para pessoas no estado de São Paulo. Afim de saber o ponto de vista de um grupo de pessoas sobre a disponibilização dessa pílula sem aprovação de orgãos que analisa a viabilidade de fármacos para efeitos medicinais em pessoas acometidas de câncer, o presente trabalho utilizou a pesquisa ex-post facto. A pesquisa ex-post facto que traduzida literalmente essa expressão significa (“ fatos de publicação antiga”) é relacionar variaveis que surgiram a partir de fatos experimentais ocorridos, no qual se aplica aos objetivos deste trabalho. Ainda Segundo GIL (2002), este tipo de pesquisa tem o mesmo propósito da pesquisa experimental que é verificar a existência de relações entre as variáveis. O seu planejamento é semelhante, porém o que diferencia nesta pesquisa é que o pesquisador não dispõe de controle sobre a variável independente, que constitui o fator presumível do fenômeno, porque ele já ocorreu, como mostra os resultados obtidos a partir dos testes feitos com a fosfoetanolamina sintética em espécies animais e em células cultivadas em laboratório que foram bastantes positivos à diminuição de tumores malignos. Assim o que o pesquisador procura fazer neste tipo de pesquisa é identificar situações que se desenvolveram naturalmente, como questões que surgiram a respeito de malefícios e benefícios que PHO-S causa ao ser humano se ingerida sem mesmo ter sido aprovada pela ANVISA ou outros órgãos que comprovam a ação de um fármaco, e trabalhar sobre elas como se estivessem submetidas a controles. Deste modo, com o surgimento desse nova hipótese de cura para o câncer, tornou-se um tratamento bastante requisitado no estado de São Paulo, 30 tendo o surgimento de questionamento por parte de órgãos que controlam a saude, órgãos federais que regula o registro de medicamentos e alimentos, núcleos de pesquisa de desenvolvimento, departamento de Oncologia e dentre outros, como também por parte de pessoas que tem o interesse em adquirir o medicamento. Assim, desenvolveram situações que necessitam ser investigadas e trabalhadas. 5.1 Unidade de Análise De acordo com Marconi e Lakatos (2005, p. 165) “a amostra é uma parcela convenientemente selecionada do universo (população); é um subconjunto do universo”. Para Vergara (2004, p.50): “Entende-se por população não o número de habitantes de um local, mas um conjunto de elementos que possuem as características que serão objeto de estudo. Amostra é uma parte do universo (população) escolhida sobre algum critério de representação. ” Assim, a amostra no qual é uma pequena parte da população, fora selecionada para a realização da pesquisa, tendo suas características para atender o objeto de estudo, no qual a mesma realizar-se à no estado do Rio Grande do Norte, em Natal. O grupo de pessoas entrevistada foi dividida em dois grupos sendo Alunos e Externo Assim esta pesquisa irá explorar os conhecimentos das pessoas sobre o assunto deste trabalho, no qual trará uma concretização de resultados, opiniões e respostas que a população necessita. 31 5.2 Ferramentas de pesquisa ou elementos de pesquisa O questionário submetido (ANEXO I) para entrevistar as pessoas compõe 10 questões, visando ser de forma rápida, clara e objetiva. As questões foram pensadas e formuladas pelo autor do presente trabalho afim de obter o máximo possível de conhecimento que as pessoas têm com relação ao assunto. 5.3 Seletividade da amostra com base na pesquisa aplicada Com base no questionário elaborado, identificou-se que é necessário a divisão de grupos, a amostra a ser questionada fornecerá respostas que podem ser ampliadas, tornando-se parte de um todo. Assim, a amostra foi dividida em grupos, sendo denominados de Alunos e externos. O grupo Alunos refere-se aos alunos com matriculas ativas na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), no qual foram submetidos uma quantidade de 50 questionários aos mesmo. Esses alunos foram identificados devido serem abordados pós-aula, fornecendo confiança aos dados coletados. A maior parte dos alunos entrevistados pertencem ao curso de química, no qual a hipótese é que eles tenham um conhecimento da fosfoetanolamina sintética pois foi criada pelo grupo de pesquisa do IQSC-USP e orientado pelo Químico, o prof. Dr. Gilberto Chierice. Assim o conhecimento dos alunos de química irá ajudar na pesquisa. O grupo externo, refere-se a pessoas que não possuem nenhum tipo de vínculo com a UFRN ( aluno, professores, servidores), como é perguntado no questionário (Anexo 1), o grupo de externos abrangiu adultos e a grande maioria dos adultos entrevistados foram pessoas que tiveram casos de câncer na família e que sabem sobre a existência dessa possibilidade de cura do câncer, assim as opiniões dessas pessoas irão ser importante para a pesquisa obtendo confiança dos dados coletados das pessoas externas a UFRN, sendo submetido o questionário a 50 pessoas. 32 6 RESULTADOS E DISCUSSÃO 6.1 Análise dos dados obtidos apartir do questionário aplicado Nos gráfico 1 abaixo, relacionamos as assertivas respondidas entre as questões formuladas no questionário. No qual observa-se a variação de respostas decorrentes a aceitação e negação a partir da quantidades de alunos entrevistados. Gráfico 1 - Números de respostas referente ao questionário aplicado aos alunos da UFRN sobre o conhecimento da fosfoetanolamina sintética. ALUNOS 60 SIM NÃO 50 48 42 43 40 30 30 27 24 19 20 18 10 31 8 2 23 20 7 26 32 49 1 0 QUESTÃO 2 QUESTÃO 3 QUESTÃO 4 QUESTÃO 5 QUESTÃO 6 QUESTÃO 7 QUESTÃO 8 QUESTÃO 9 QUESTÃO 10 Questões Fonte: Autora, 2016 Ao analisar o gráfico 1 a partir das questões, nota-se que cerca de 62,0% dos alunos entrevistados afirmaram que já tinham ouvido falar da fosfoetanolamina sintética, popularmente conhecida como a pílula do câncer; isso dentre os meios de comunicação como TV, internet e outros. Porém, cerca de 84,0% dos entrevistados desconheciam quem a produziu, como mostra no gráfico referente a questão 3. Os números na questão 5 evidenciam que dividiu-se opiniões a respeito se a fosfoetanolamina sintética ser a solução para cura do câncer, 46,0% consideraram que pode sim ser a cura e 54,0% acham que ainda não pode ser denominado como o remédio para salvar vidas. Numero de entrevistados 33 A fosfoetanolamina pode oferecer mais uma possibilidade de tratamento para o câncer, ainda pode-se notar através do gráfico, que de acordo com os alunos entrevistados, cerca de 40,0% dos alunos afirmaram que substituiriam um tratamento quimioterápico convencional pelo uso da fosfoetanolamina sintética, mesmo estando ainda na fase de testes clínicos, e 60,0% disseram que não substituiriam;como denotado na questão 6. Ainda, cerca de 86,0% dos alunos entrevistados disseram que não tomariam a fosfoetanolamina sintética sem saber os efeitos que podem causar no ser humano. E, 14,0% afirmaram que tomariam mesmo sem saber os efeitos que podem causar no ser humano, diante destes números percebemos que a população espera obter os resultados da avaliação dos orgãos competentes antes de fazer uso do medicamento, para saber se é possivel considerar a fosfoetanolamina sintética como um tratamento para a cura do câncer. Percebemos que 52,0% afirmaram que concordam com a fabricação em massa do compostos, como mostrado na questão 8, ainda, cerca de 48,0% disseram que não concordam com a fabricação em massa deste composto. Podemos relacionar esses resultados a preocupação que a população sente caso seu efeito seja prejudicial ao ingerir a pílula. Algumas pessoas que concordaram com a fabricação em massa do composto, forneceram alguns comentários, como os que estão transcritos abaixo: “se houver maiores estudos e comprovação da eficácia, sim.” “se for benéfico” “Dependendo de seus benefícios e malefícios.” “Não há como concordar com a fabricação e distribuição se não há informações de conhecimento para a população” De acordo com esses comentários, os alunos perceberam o déficit de informações sobre os efeitos da fosfoetanolamina sintética, que apenas o conteúdo divulgado sobre o assunto, não fornece informações suficientes sobre o benefício que a pílula pode fornecer ao ser humano e que é primordial mais estudos sobre este assunto. Analisando os dados relacionados na questão 9, 64,0% dos alunos concordaram com a distribuição desta pílula para as pessoas que estão 34 acometidas de câncer, em contrapartida 36,0% não concordam com a distribuição da pílula para as pessoas com câncer, alguns alunos comentaram a respeito desta questão afirmando ser uma possibilidade de algo benéfico ao corpo humano, não rejeitando a possibilidade de ser um tratamento e que podem surgir novos avanços no tratamento. Por fim, podemos relacionar as opiniões a respeito das questões 4 e 10, no qual na questão 4 cerca de 96,0% desconhecem a atuação da fosfoetanolamina no organismo e na questão 10, cerca de 98,0% afirmam que este composto necessita de estudos mais aprofundados antes de serem distribuídas para uso da população. Para efeitos analisaremos os resultados através dos calculos estatísticos de média, variancia, e desviopadrão das repostas dos alunos, considerando apenas alternativas sim, e então será comparado com os dados estatísticos obtidos para a amostra de externos. Para realizar os cálculos de média, variancia, e desvio padrão é dados pelas seguintes formulas; Média Variância Desvio padrão Utilizando os dados dos alunos, com a quantidade de repostas Sim, teremos os seguintes resultados utilizandos as equações acima: Media ̅ ̅ ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 35 Desvio Padrão √ √ No gráfico 2 mostrado abaixo, é apresentado o gráfico de entrevistados pela quantidade de questões elaboradas no questionário. No qual torna-se possivel compreender as respostas de aceitação e negação com relação as questões elaboradas no questionário. Gráfico 2 - Números de respostas referente ao questionário aplicado a pessoas EXTERNAS à UFRN sobre o conhecimento da fosfoetanolamina sintética EXTERNOS 60 SIM NÃO 49 50 45 40 35 30 27 27 26 25 23 20 10 23 5 1 23 24 15 25 27 49 1 0 questão 2 questão 3 questão 4 questão 5 questão 6 questão 7 questão 8 questão 9 questão 10 Questões Fonte: Autora, 2016 No Gráfico 2 pode-se observar a variação de respostas decorrentes a aceitação. Ao analisar o gráfico a partir das questões, nota-se que cerca de 46% das pessoas externas entrevistadas afirmaram que já tinham ouvido falar da fosfoetanolamina sintética, popularmente conhecida como a pílula do câncer; isso dentre os meios de comunicação como TV, internet e outros. Porém, cerca de 52,9% não ouviu falar da fosfoetanolamina como mostra os dados da questão 2. Ainda cerca de 90,0% dos entrevistados desconheciam quem a produziu, como mostra no gráfico referente a questão 3. Os números Entrevistados 36 na questão 5 evidenciam que dividiu-se opiniões a respeito se a fosfoetanolamina sintética é a solução para cura do câncer, 46,0% consideraram que pode sim ser a cura e 54,0% acham que ainda não pode ser denominado como o remédio para salvar vidas. A fosfoetanolamina pode oferecer mais uma possibilidade de tratamento para o câncer. Ainda pode-se notar através do gráfico, que de acordo com os alunos entrevistados, cerca de 48,0% das pessoas externas afirmaram que substituiriam um tratamento quimioterápico convencional pelo uso da fosfoetanolamina sintética, mesmo estando ainda na fase de testes clínicos, e 52,0% disseram que não substituiriam; como denotado na questão 6. Ainda, cerca de 70,0% das pessoas externas entrevistadas disseram que não tomariam a fosfoetanolamina sintética sem saber os efeitos que podem causar no ser humano. E outra parte 30,0%, afirmaram que tomariam mesmo sem saber os efeitos que podem causar no ser humano, como mostra os dados relativos a questão 7. Diante destes números percebemos que a população espera obter os resultados da avaliação dos orgãos competentes antes de fazer uso do medicamento, para saber se é possivel considerar a fosfoetanolamina sintética como um tratamento para a cura do câncer. Percebemos que 50,0% afirmaram que concordam com a fabricação em massa do compostos, como mostrado na questão 8, e a outra metade 50,0%, disseram que não concordam com a fabricação em massa deste composto. Diante destes números percebemos que a população está dividada em suas opiniões, pois o câncer é uma doença letal e a cada dia milhares de pessoas esperam uma chance de mudar os seu quadro clínico, assim submetem-se a tratamentos que na maioria das vezes não são eficazes e nem tampouco liberado pelos orgãos legais, mas mesmo assim não deixam de esgotar todas as alternativas que lhe podem oferecer uma melhora. Na outra metade relacionamos a preocupação com a possibilidade de seu efeito ser prejudicial ao organismo ao ingerir a pílula. Algumas pessoas que não concordaram com a fabricação em massa do composto, forneceram alguns comentários, como os que estão transcritos abaixo: “desconheço os efeito que podem acarretar no ser humano.” “são vidas que estão em jogo” 37 “Não há como concordar com a fabricação e distribuição se não há informações de conhecimento para a população” De acordo com esses comentários, as pessoas perceberam o déficit de informações sobre os efeitos da fosfoetanolamina sintética, que apenas o conteúdo divulgado sobre o assunto, não fornece informações suficientes sobre o benefício que a pílula pode fornecer ao ser humano e que é primordial mais estudos sobre este assunto. Analisando os dados relacionados na questão 9, 54,0% dos entrevistados externos concordaram com a distribuição desta pílula para as pessoas que estão acometidas de câncer, em contrapartida 46,0% não concordam com a distribuição da pílula para as pessoas com câncer. Além disso, alguns comentaram a respeito desta questão afirmando ser uma possibilidade de algo benéfico ao corpo humano, não rejeitando a possibilidade de ser um tratamento e que podem surgir novos avanços no tratamento. Por fim, podemos relacionar as opiniões a respeito das questões 4 e 10, no qual na questão 4 cerca de 98,0% desconhecem a atuação da fosfoetanolamina no organismo e na questão 10, cerca de 98,0% afirmam que este composto necessita de estudos mais aprofundados antes de serem distribuídas para uso da população. Isso mostra a importância de novos estudos sobre esse tema e novas fontes para fornecer dados concretos a população. Para efeitos comparativos, os calculos estatísticos de média, variância, e desvio padrão será realizado considerando apenas a quantidade de respostas SIM obtidas da amostra Externa e então será comparado com os dados estatísticos obtidos para a amostra de alunos. Media ̅ ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) Desvio Padrão √ 38 √ Ao comparar as média 22 e 21,3 dos alunos e externos, respectivamente; percebe-se que as médias não ficaram com valores distantes e que se aproximaram, então as respostas das questão encontra-se em torno das médias obtidas não distinguindo-se uma da outra. O desvio padrão fornece a informação de desvio dos valores em torno da média, no qual obteve 14,8 e 13,9 alunos e externos, respectivamente; no qual observa-se o quanto as respotas divergiram em relação a média, a diferença dos valores de desvio padrão é relacionado a diferença de amostra onde coletou-se os dados, mas ainda vê-se que os valores encontram-se bastante próximos, enfatizando a proximidade de respostas obtidas pelos aluno e externos. Pode-se notar através dos gráficos 1 e 2, que na questão 4 ambas as amostras obtiveram respostas bastante negativas, isso pode ser referido ao desconhecimento da atuação da fosfoetanolamina sintética, que é devido a falta de busca por conhecimento, como também pouco esclarecimento por parte da mídia e divulgação da ciência, indicando que a fosfoetanolamina tem uma atuação satisfatória como medicamento no qual foi comprovada através dos estudos realizados, não alterando a estrutura do DNA. 39 7 CONCLUSÃO Através das respostas ao questionário, foi possível fazer um comparativo entre a opinião das pessoas entrevistadas, sendo essas pessoas alunos e externos. A partir dessas comparações foi possível perceber que 62,0% dos alunos entrevistados já tinha ouvido falar da fosfoetanolamina sintética e, porém, desconheciam os seus efeitos no ser humano, também cerca de 98,0% afirmaram que são necessários estudos mais aprofundados para conhecer os malefícios e benefícios deste composto no organismo. Assim como os alunos, as pessoas externas à UFRN cerca de 46% das pessoas entrevistadas ouviram falar da fosfoetanolamina e cerca de 98,0% afirmaram que este composto necessita de estudos mais aprofundados antes de serem distribuídas a população. Os alunos e externos têm uma visão geral sobre o uso da fosfoetanolamina sintética, pois os alunos que foram submetidos o questionário são do curso de química e eles tem um conhecimento sobre os conceitos teóricos que estão envolvidos com a química e também por saberem que o princípio ativo do composto foi criado por um químico, as pessoas externas conhecem o composto a partir do que foi transmitidos através dos meios de comunicação e também, o questionário foi submetido a uma grande parte de pessoas externas que tiveram casos de câncer na família e entendem que a fosfoetanolamina sintética pode ser um meio de tratamento para a cura do câncer, mesmo não sendo ainda aprovado para viabilizá-lo como fármaco. As respostas obtidas pelos alunos e pelos externos foram bastantes semelhantes, o desvio padrão das respostas dos alunos corresponde a 14,8 e o desvio padrão das respostas para as pessoas externas corresponde a 13,9. Através dos resultados obtidos pelo desvio padrão, vemos que há divergência das respostas ocorridas entre alunos e as pessoas externas, essa pequena diferença é devido a variância dos grupos, pois cada grupo aqui entrevistado tem o conhecimento diferenciado sobre a fosfoetanolamina sintética, tendo em vista que os alunos de química têm um conhecimento maior sobre a PHO-S pois conhecem mais sobre a área da química e o grupo de pessoas externas conhecem apenas o que lhes foi transmitido. 40 A partir das respostas obtidas vemos que as pessoas conhecem a fosfoetanolamina sintética. E em sua maioria, não estão sujeitas a passar por riscos com o uso da PHO-S sem antes ser aprovadas pela ANVISA ou demais órgãos, no qual é totalmente compreensivo, pois ao utilizar um fármaco sem autorização prévia não podemos saber se é benéfico ou maléfico para humanos e também quais são os efeitos colaterais que podem acarretar. A pesquisa investigou-se a opinião das pessoas a respeito deste trabalho, em que há a necessidade em conhecer mais sobre este assunto que tem sido bastante repercutido na mídia. A obtenção da opinião sobre um respectivo assunto é primordial para novas soluções durante a pesquisa, principalmente quando é um tema que vem sendo disseminado de uma maneira bastante explícita pela mídia, na qual vê-se a real necessidade das pessoas e aprimoram-se os resultados afim de trazer uma maior relevância do trabalho. A fosfoetanolamina sintética possibilita um novo medicamento para a população, pois compostos da classe dos fosfolipídeos tem atividade biológica que foi comprovada por experimentos, como supracitada neste trabalho. O uso deste medicamento em testes pré-clínicos possibilita avanços na ciência, porém expõe pessoas à riscos eminentes que pode surgir durante o tratamento com o composto, após os ensaios pré-clínicos e testes, a PHO-S poderá ser vendida e comercializada como medicamento para a população, e continuarão os estudos para verificar se o fármaco está produzindo os efeitos esperados. Contudo, conhecendo e entendendo melhor como a fosfoetanolamina sintética tem o seu efeito ativado no organismo, faz com que novas propriedades possam ser aprimoradas para efetivar ainda mais a ação benéfica do composto e também ajudar no conhecimento do grupo de pessoas entrevistadas fornecendo novas fontes de pesquisa. 41 8 REFERÊNCIAS ALMEIDA, V. L; et al. câncer e agentes antineoplásicos ciclo-celular específicos e ciclo-celular não específicos que interagem com o DNA: uma introdução. Belo Horizonte, MG Vol. 28, N.1, Quim. Nova . 118-129, 9 de nov.2004 AMORÓS, Orgilés M.; López Roig S. et al. 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