POUSADA REVOADA NA SERRA S E R R A D O L I M A E M PAT U / R N MAÍRA NASCIMENTO QUEIROZ REIS VOLUME 1 0 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO MESTRADO PROFISSIONAL EM ARQUITETURA, PROJETO E MEIO-AMBIENTE MAÍRA NASCIMENTO QUEIROZ REIS POUSADA REVOADA NA SERRA: PROPOSTA ARQUITETÔNICA NA SERRA DO LIMA EM PATU/RN COM ÊNFASE NOS PRINCÍPIOS DA ARQUITETURA BIOCLIMÁTICA E NA GESTÃO DA ÁGUA. VOLUME 1 Natal 2020 1 MAÍRA NASCIMENTO QUEIROZ REIS POUSADA REVOADA NA SERRA: PROPOSTA ARQUITETÔNICA NA SERRA DO LIMA EM PATU/RN COM ÊNFASE NOS PRINCÍPIOS DA ARQUITETURA BIOCLIMÁTICA E NA GESTÃO DA ÁGUA. VOLUME 1 Trabalho de Conclusão submetido ao Mestrado Profissional em Arquitetura, Projeto e Meio- ambiente do Programa de Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, sob a forma de Projeto Arquitetônico e respectivo Relatório Técnico, como parte dos requisitos para a obtenção do título de mestre profissional. Orientadora: Profa. Drª Eunadia Silva Cavalcante Co-orientadora: Profa. Drª Solange Virginia Galarca Goulart Natal 2020 2 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO MESTRADO PROFISSIONAL EM ARQUITETURA, PROJETO E MEIO-AMBIENTE POUSADA REVOADA NA SERRA: PROPOSTA ARQUITETÔNICA NA SERRA DO LIMA EM PATU/RN COM ÊNFASE NOS PRINCÍPIOS DA ARQUITETURA BIOCLIMÁTICA E NA GESTÃO DA ÁGUA. MAÍRA NASCIMENTO QUEIROZ REIS BANCA EXAMINADORA: Professora Drª Eunadia Silva Cavalcante Orientadora – Presidente da banca - PPAPMA/UFRN Professora Drª Bianca Carla Dantas de Araujo Examinadora interna - PPAPMA/UFRN Dr José Jefferson de Sousa Examinadora externo - PPAPMA/UFRN 3 Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Sistema de Bibliotecas - SISBI Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial Prof. Dr. Marcelo Bezerra de Melo Tinôco - DARQ -CT Reis, Maíra Nascimento Queiroz. Pousada Revoada na Serra: proposta arquitetônica na serra do Lima em Patu/RN com ênfase nos princípios da arquitetura bioclimática e na gestão da água / Maíra Nascimento Queiroz Reis. - Natal, RN, 2020. 141f.: il. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Tecnologia. Departamento de Arquitetura e Urbanismo. Orientadora: Eunadia Silva Cavalcante. Coorientadora: Solange Virginia Galarca Goulart. 1. Projeto arquitetônico - Dissertação. 2. Arquitetura bioclimática - Dissertação. 3. Aproveitamento de água de chuva - Dissertação. 4. Medidas de racionalização de água - Dissertação. I. Cavalcante, Eunadia Silva. II. Goulart, Solange Virginia Galarca. III. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. IV. Título. RN/UF/BSE15 CDU 72.012.1 Elaborado por Ericka Luana Gomes da Costa Cortez - CRB-15/344 4 DEDICATÓRIA Aos meus pais que se esforçaram para investir na minha educação, incentivando sempre a busca pelo conhecimento. 5 AGRADECIMENTOS Agradeço, primeiramente a Deus pela vida, sabedoria e amor. A minha família, pelo incentivo e apoio incondicional em todos os momentos. Especialmente aos meus pais que não cessam de interceder em orações por mim. Ao meu marido Rennê, pelo companheirismo, compreensão e auxilio na revisão do texto final. Sou grata por sempre me impulsionar e levar a acreditar que sou capaz de fazer mais. Aos familiares que residem em Patu/RN pelas informações e assistência durante as visitas de campo. E a Seu Aderson pelo acolhimento em sua casa na serra para as análises climáticas. A Ivanosca Rocha pela orientação quanto às leis ambientais que incidem sobre o terreno do projeto. E, a Hazen pela assessoria na definição do sistema de tratamento de água. A Universidade Federal do Rio Grande do Norte, em especial o Departamento de Arquitetura responsável pela minha graduação e atual mestrado profissional. A todos os professores do curso de Mestrado Profissional em Arquitetura e Urbanismo que contribuíram para meu crescimento profissional através do conhecimento transmitido. Ao professor Dr. Aldomar pelas orientações e equipamentos emprestados. A minha co- orientadora Drª. Solange pelas ajudas relevantes nas discussões do sistema de aproveitamento de água da chuva. Agradeço especialmente a minha orientadora Drª. Eunádia pelas reflexões, correções e orientações durante o desenvolvimento dos estudos que culminaram neste trabalho. A todos os colegas de classe pela troca de experiências e companheirismo. Principalmente, a minha amiga de graduação Marcela que embarcou comigo nessa nova jornada. E as novas amigas Manuela e a Thalyanne pelas informações e angústias compartilhadas. Agradeço a todos que direta ou indiretamente contribuíram para o desenvolvimento desse trabalho. 6 “Abrigar-me no esconderijo das tuas asas.” (Sl 61:4b) “Porque tu tens sido o meu auxílio; à sombra das tuas asas, eu canto de alegria.” (Sl 63: 7) Bíblia Sagrada 7 RESUMO Esse trabalho de conclusão do mestrado profissional consiste em uma proposta arquitetônica de uma pousada serrana que está descrita neste relatório técnico e detalhada no projeto arquitetônico. O projeto partiu da observação da potencialidade paisagística da Serra do Lima, em Patu/RN, e da necessidade de um espaço de lazer e de hospedagem, devido ao crescimento do turismo em decorrência das programações religiosas do Santuário do Lima, do voo livre de parapente, e das atividades ecológicas e de aventura. As características do clima serrano e do terreno - pedregoso, árido e inclinado; e sem abastecimento de água e coleta de resíduos sólidos no local – exigiram uma proposta totalmente adequada as condições do lugar. Diante disso, o objetivo geral desse trabalho é elaborar a proposta arquitetônica de uma pousada em clima serrano, levando em consideração os princípios da arquitetura bioclimática, a gestão do aproveitamento da água pluvial e a racionalização da água. Para o desenvolvimento dessa proposta foi preciso aprofunda os conhecimentos sobre arquitetura bioclimática, gestão da água, da energia e dos resíduos sólidos. O estudo de precedentes projetuais ajudou na definição do programa arquitetônico tendo em vistas a demanda do público alvo. As estratégias bioclimáticas e as simulações no software Climate Consult guiaram as soluções arquitetônicas adotadas para o clima serrano potiguar, bem como as escolhas do sistema construtivo e dos materiais empregados. O sistema de aproveitamento de água pluvial norteou o partido arquitetônico formal do projeto, que se materializa na cobertura em forma de “V” adequada na captação de água. A quantidade de água armazenada para os períodos de estiagem, calculada no software Netuno, considerou a sazonalidade pluviométrica da região. As características do terreno e o desejo de explorar a paisagem da região direcionaram a implantação e configuração espacial da planta de cada edificação. Com o resultado dos estudos e simulações realizados, chegou-se a proposta de uma edificação compatível com as condições ambientais da região. Palavras-chave: Projeto Arquitetônico; arquitetura bioclimática; aproveitamento de água de chuva; medidas de racionalização de água. 8 ABSTRACT This work to conclude the professional master's degree consists of an architectural proposal for a mountain inn that is described in this technical report and detailed in the architectural project. The project started from the observation of the landscape potential of Serra do Lima, in Patu / RN, and the need for a space for leisure and accommodation, due to the growth of tourism as a result of the religious programs of the Sanctuary of Lima, the free flight of paragliding, and ecological and adventure activities. The characteristics of the mountainous climate and of the terrain - rocky, arid and sloping; and without water supply and solid waste collection on site - demanded a proposal that was totally adequate to the conditions of the place. Therefore, the general objective of this work is to elaborate the architectural proposal of an inn in a mountainous climate, taking into account the principles of bioclimatic architecture, the management of the use of rainwater and the rationalization of water. To develop this proposal, it was necessary to deepen the knowledge on bioclimatic architecture, water, energy and solid waste management. The study of design precedents helped to define the architectural program in view of the demand of the target audience. Bioclimatic strategies and simulations in the Climate Consult software guided the architectural solutions adopted for the highland climate in Rio Grande do Norte, as well as the choices of the construction system and the materials used. The rainwater utilization system conducted the formal architectural part of the project, which materializes in the adequate “V” shaped roof in the water collection. The amount of water stored for the dry periods, calculated in the Netuno software, considered the region's rainfall seasonality. The characteristics of the land and the desire to explore the landscape of the region directed the implantation and spatial configuration of the plan of each building. With the result of the studies and simulations carried out, a proposal for a building compatible with the environmental conditions of the region was developed. Keywords: Architectural Design; bioclimatic architecture; use of rainwater; water rationalization measures. 9 LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Carta bioclimática de Olgyay ................................................................................... 22 Figura 2 - Ilustração a partir do diagrama de Olgyay .............................................................. 22 Figura 3 – Ilustração a partir da carta psicométrica de Givoni ................................................ 23 Figura 4 - Zona de conforto ...................................................................................................... 23 Figura 5 - Percentual de água por tipo .................................................................................... 26 Figura 6 - Cisterna construída em área rural do Nordeste ...................................................... 27 Figura 7 - Reservatório de descarte da primeira água da precipitação .................................. 29 Figura 8 - Modelo de filtro para retenção de materiais grosseiros .......................................... 30 Figura 9 – Esquema do sistema de aproveitamento de água da chuva ................................. 30 Figura 10 - Interface do software Netuno ................................................................................ 32 Figura 11 - Torneira hidromecânica ......................................................................................... 34 Figura 12 - Torneira com sensor .............................................................................................. 34 Figura 13 - Arejador .................................................................................................................. 34 Figura 14 - Bacia sanitária com acionamento duplo ............................................................... 35 Figura 15 - Válvula para Chuveiro com Fechamento Automático ........................................... 36 Figura 16 - Chuveiro tipo ducha ............................................................................................... 36 Figura 17 - Esquema de funcionamento de um condicionador de ar ..................................... 37 Figura 18 - Descrição dos tipos de tratamento para reuso de água e efluente recuperado .. 41 Figura 19 – Quadro do programa de necessidades Hotel Las Piedras .................................. 43 Figura 20 - Implantação geral .................................................................................................. 43 Figura 21 - Fachada lateral coberta com vegetação ............................................................... 44 Figura 22 - Salão interno do Restaurante Fasano................................................................... 44 Figura 23 - Salão externo do Restaurante Fasano ................................................................. 44 Figura 24 - Planta do Restaurante Fasano .............................................................................. 45 Figura 25 -Piscina encravada nas pedras e bar em container de aço corten......................... 45 Figura 26 - Bangalô 80m² ......................................................................................................... 46 Figura 27 - Bangalô 120m² ....................................................................................................... 46 Figura 28 - Fachada externa .................................................................................................... 46 Figura 29- Implantação dos bangalôs no terreno .................................................................... 47 Figura 30 - Implantação geral do resort ................................................................................... 48 Figura 31 - Chalés do Hotel SPaventura Ecolodge ................................................................. 49 Figura 32 - Usina de geração de energia solar fotovoltaica .................................................... 50 Figura 33 - Atividades desenvolvidas na região ...................................................................... 51 Figura 34 - Estrutura da pousada ............................................................................................ 52 Figura 35 - Chalés e restaurante sobre a rocha ...................................................................... 52 10 Figura 36 - Varanda do quarto com piso de vidro ................................................................... 53 Figura 37 - Piso e forro madeira do chalé................................................................................ 53 Figura 38 - Piso de cimento queimado no Restaurante .......................................................... 53 Figura 39 - Paredes do banheiro em cimento queimado ........................................................ 54 Figura 40 - Paredes laterais dos chalés em pedras irregulares .............................................. 54 Figura 41 – Relação da inclinação dos telhados com a cabana original ................................ 55 Figura 42 - Implantação sobre declive do terreno ................................................................... 56 Figura 43 - Telhado borboleta .................................................................................................. 56 Figura 44 - Grande beiral em balanço com forro de madeira ................................................. 56 Figura 45 - Brock Environmental Center .................................................................................. 57 Figura 46 - Processo de tratamento da água da chuva .......................................................... 58 Figura 47 - Quadro síntese dos estudos de precentes ........................................................... 59 Figura 48 - Localização de Patu/RN e vista da cidade com a Serra ....................................... 60 Figura 49 - Antiga igreja antes da construção do santuário .................................................... 61 Figura 50 - Construção do Santuário do Lima ......................................................................... 61 Figura 51 - Zoneamento geral do santuário ............................................................................ 61 Figura 52 - 1ª Vista externa, 2ª Igreja térrea e 3ª Igreja segundo pavimento ......................... 62 Figura 53 - Prática de voo livre na Serra do Lima (outubro 2018) .......................................... 63 Figura 54 - Cruzeiro de São Sebastião .................................................................................... 63 Figura 55 - Piscinas naturais .................................................................................................... 63 Figura 56 - Escaladores no EENe na Serra do Lima .............................................................. 64 Figura 57 - Pórtico na subida da serra ..................................................................................... 64 Figura 58 - Imagem aérea do entorno do terreno.................................................................... 65 Figura 59 - Localização do terreno .......................................................................................... 66 Figura 60 - Média de temperaturas mensais de Patu/RN (anos 1982 - 2012) ....................... 67 Figura 61 - Direção dos ventos predominantes ....................................................................... 68 Figura 62 - Precipitação pluviométrica e número de dias com chuva por mês ...................... 69 Figura 63 - Precipitação pluviométrica e número de dias com chuva por ano ....................... 69 Figura 64 - Zona de conforto térmico pelo critério de conforto adaptativo. ............................ 70 Figura 65 - Simulação para horário de maior permanência no quarto (20h às 8h) ................ 71 Figura 66 - Simulação para horário de maior permanência na área de lazer (10h às 17h) ... 71 Figura 67 - Vista aérea do terreno, da barragem e do santuário ............................................ 72 Figura 68 - Vista do lajedo e parte da vegetação existente no terreno .................................. 72 Figura 69 - Vista do lajedo ....................................................................................................... 73 Figura 70 - Vista da barragem ................................................................................................. 73 Figura 71 – Exemplo de dormitório acessível com área de circulação mínima ...................... 75 Figura 72 - Tipologias dos bangalôs ........................................................................................ 76 11 Figura 73 - Quadro de associação para o conceito ................................................................. 81 Figura 74 – Croqui do partido arquitetônico ............................................................................ 82 Figura 75 - Maquete do terreno no Heloidon ........................................................................... 83 Figura 76 - Maquete do bangalô no Heliodon ......................................................................... 83 Figura 77 - Vista do pôr do sol em maio (foto no terreno) ....................................................... 83 Figura 78 - Evolução do terreno ............................................................................................... 84 Figura 79 - Simulação das coberturas no Solar Tool .............................................................. 84 Figura 80 - Simulação da porta da varanda ............................................................................ 85 Figura 81 - Ângulo de implantação dos bângalos ................................................................... 86 Figura 82 - Simulação da pressão do vento junto das aberturas ............................................ 86 Figura 83 - Simulação do vento pela abertura zenital e pela veneziana ................................ 87 Figura 84 - Zoneamento inicial do terreno ............................................................................... 90 Figura 85 - Implantação geral do terreno ................................................................................. 91 Figura 86 - Setor de recepção e setor de lazer ....................................................................... 92 Figura 87 - Setor de hospedagem ........................................................................................... 92 Figura 88 - Vista da paisagem a partir do bar, piscina e bangalô. .......................................... 93 Figura 89 - Implantação inicial ................................................................................................. 95 Figura 90 - Planta-baixa da recepção/ serviço e do bar piscina ............................................. 96 Figura 91 - Esquema de insolação nas fachadas da recepção .............................................. 96 Figura 92 – Corte esquemático da recepção ........................................................................... 97 Figura 93 - Fachada do setor de recepção/serviço ................................................................. 97 Figura 94 - Volumetria da edificação do bar ............................................................................ 98 Figura 95 - Esquema do vento na edificação do Bar Piscina .................................................. 99 Figura 96 - Bangalô com Tipo A e Tipo B .............................................................................. 101 Figura 97 - Bangalô Tipo C .................................................................................................... 101 Figura 98 – Corte esquemático do restaurante ..................................................................... 102 Figura 99 - Fachada restaurante ............................................................................................ 102 Figura 100 - Deck externo apoiado em mão francesa .......................................................... 103 Figura 101 - Plantas do restaurante....................................................................................... 104 Figura 102 - Cores da Serra do Lima em Patu/RN ............................................................... 104 Figura 103 - Propriedades das paredes externas ................................................................. 106 Figura 104 - Passo a passo de uma parede de Taipa de pilão............................................. 106 Figura 105 - Parede de taipa com terras com cores diferentes ............................................ 107 Figura 106 - Casa de pedra no Sítio Escondido, Patu/RN .................................................... 108 Figura 107 - Revestimentos de pedras em área de lazer ..................................................... 108 Figura 108 – Volumetria do bangalô com cobertura metálica e cobertura com forro de lambri ................................................................................................................................................ 109 12 Figura 109 – Esquema do ciclo da água ............................................................................... 110 Figura 110 - Distribuição do armazenamento de água ......................................................... 110 Figura 111 - Cisterna de 5.000l Fortlev ................................................................................. 111 Figura 112 - Esquema do sistema de tratamento de água ................................................... 112 Figura 113 - Modelos de filtro de areia em aço carbono ....................................................... 112 Figura 114 - O sistema compacto de tratamento efluentes Biodigestor Fortlev ................... 113 Figura 115 - Esquema de funcionamento de sistema fotovoltaico off-grid ........................... 115 Figura 116 - Esquema de funcionamento de sistema fotovoltaico on-grid ........................... 115 Figura 117 - Relação da latitude com o ângulo de inclinação das placas fotovoltaicas ....... 117 Figura 118 - Exemplo de estrutura de sustentação de módulo fotovoltaico adaptada à superfície ................................................................................................................................ 117 Figura 119 - Exemplo de módulos instalados em terreno isolado ........................................ 117 Figura 120 – Posição de Patu no mapa Insolação Diária, Média Anual (horas) .................. 118 Figura 121 - Posição de Patu no mapa de radiação solar global diária, média anual (MJ/m².dia) ................................................................................................................................................ 118 Figura 122 – Modelos de reservatórios termossolares Rinnai .............................................. 119 Figura 123 - Orientação geográfica dos coletores ................................................................ 119 Figura 124 - Modelos de Coletores solares da Rinnai .......................................................... 119 Figura 125 - Esquema de instalação do coletor solar no telhado ......................................... 120 Figura 126 - alta pressão com circulação forçada (pressurizado) ........................................ 120 Figura 127 - Gestão dos resíduos sólidos ............................................................................. 121 Figura 128 - Coletores para coleta seletiva de resíduos sólidos .......................................... 122 Figura 129 – Resíduos orgânicos indicados para compostagem ......................................... 123 Figura 130 - Torre de vermicompostagem............................................................................. 123 Figura 131 – Exemplo de torres de vermicompostagem na UFTM em Uberaba/MG .......... 124 Figura 132 - Ciclo da matéria orgânica .................................................................................. 124 Figura 133 - Produtos gerados com a reciclagem do óleo de cozinha ................................. 125 Figura 134 - Ciclo dos resíduos sólidos ................................................................................. 125 13 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Economia de água com uso de equipamentos economizadores .......................... 34 Tabela 2 - Quantidade de água gerada por aparelho de ar condicionado ............................. 37 Tabela 3 - Análises físico-químicas da água dos aparelhos de ar .......................................... 38 Tabela 4 - Parâmetros básicos para água de reuso Classe 3. ............................................... 40 Tabela 5 - Quadro com informações das medições em Patu/RN ........................................... 67 Tabela 6 - Relação das estratégias bioclimáticas e os recursos arquitetônicos .................... 72 Tabela 7 - Trecho da Lei nº 12.727 e a situação atual do terreno .......................................... 73 Tabela 8 - Pré-dimensionamento dos ambientes .................................................................... 77 Tabela 9 - Área total de captação dos telhados ...................................................................... 88 Tabela 10 - Resultado mensal da simulação com armazenamento de 350.000l ................... 89 Tabela 11 - Resultado mensal da simulação com armazenamento de 250.000l ................... 89 Tabela 12 – Valores mínimos da diferença padronizada de níveis ponderada entre ambientes ................................................................................................................................................ 100 Tabela 13 - Perda de transmissão da parede de alvenaria .................................................. 100 Tabela 14 - Propriedade dos materiais simuladas para a análise do clima serrano ............ 105 14 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 16 2. REFERENCIAL TEÓRICO-CONCEITUAL ....................................................................... 20 2.1. ARQUITETURA E CLIMA.......................................................................................... 20 2.2. ESCASSEZ DOS RECURSOS HÍDRICOS .............................................................. 26 2.2.1 Sistema de aproveitamento de água da chuva........................................................... 28 2.2.2 Medidas para racionalização da água ........................................................................ 33 2.2.2.1 Equipamentos economizadores ........................................................................... 33 2.2.2.2 Aproveitamento da água do ar-condicionado ...................................................... 36 2.2.2.3 Reuso de água cinza ............................................................................................ 38 3. ESTUDO DE PRECEDENTES ......................................................................................... 42 3.1 HOTEL LAS PIEDRAS ................................................................................................... 42 3.2 HOTEL SPAVENTURA ECOLODGE............................................................................. 48 3.3 VILLAS DA SERRA ........................................................................................................ 51 3.4 LA CABAÑITA ................................................................................................................. 54 3.5 BROCK ENVIRONMENTAL CENTER ........................................................................... 57 3.6 CONSIDERAÇÕES SOBRE OS ESTUDOS DE PRECEDENTES ............................... 59 4. CONDICIONANTES PROJETUAIS .................................................................................. 60 4.1 ÁREA DE INTERVENÇÃO ............................................................................................. 60 4.2 CONDICIONANTES AMBIENTAIS ................................................................................ 66 4.3 ESTRATÉGIAS BIOCLIMÁTICAS ................................................................................. 69 4.4 ASPECTOS LEGAIS ...................................................................................................... 72 4.5 PROGRAMA ARQUITETÔNICO E O SEU DIMENSIONAMENTO .............................. 76 5. CONCEPÇÃO E PROCESSO PROJETUAL ....................................................................... 80 5.1 O DESENVOLVIMENTO DO CONCEITO E A DEFINIÇÃO DO PARTIDO ................. 80 5.2 ESTUDO VOLUMÉTRICO E SIMULAÇÕES INICIAIS ................................................. 82 5.3 ASPECTOS QUANTITATIVOS DO ARMAZENAMENTO DE ÁGUA PLUVIAL ........... 87 6. DETALHAMENTO DA PROPOSTA FINAL ...................................................................... 90 15 6.1. SOLUÇÕES PROJETUAIS ........................................................................................... 90 6.2. O SISTEMA CONSTRUTIVO E OS MATERIAIS EMPREGADOS ............................ 104 6.3. GESTÃO DA ÁGUA ..................................................................................................... 109 6.4. GESTÃO DA ENERGIA .............................................................................................. 114 6.4.1. Geração de energia solar fotovoltaica .................................................................. 114 6.4.2 Aquecimento solar de água ................................................................................... 118 6.5. GESTÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS ........................................................................ 121 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................ 126 REFERÊNCIAS ...................................................................................................................... 129 APÊNDICE ............................................................................................................................. 135 16 1. INTRODUÇÃO O presente trabalho tem como enfoque o projeto arquitetônico para uma pousada a ser assentada em um recorte territorial sobre a Serra do Lima, localizada no município de Patu/RN, na região serrana do oeste potiguar, que vem ganhando destaque nos últimos anos, principalmente, em decorrência do turismo religioso já consolidado pelo Santuário do Lima e pelas recentes atividades relacionadas ao turismo ecológico e de aventura, que ajudam a promover a interiorização do turismo regional. Outro atrativo da serra é o clima condicionado principalmente pela altitude de até 699m acima do nível do mar. Durante o inverno, destaca-se pelas temperaturas mais amenas características do clima serrano; e no verão, as condições atmosféricas da região favorecem a prática do voo livre que tem tornado a cidade conhecida mundialmente pela quebra de recordes nos voos de parapente. Segundo Nicolas (apud CRUZ, 2002, p. 109) "o turismo como atividade humana é a única que aproveita o espaço tanto por seu valor paisagístico como pelas condições ambientais que prevalecem". Atualmente a paisagem é vista não apenas como simples entorno estético da atividade humana, mas sim como um recurso e bem cultural com importância crescente em meio ao conjunto de valores ambientais (BOMBIN apud PIRES, 2002). Com base nisso, podemos ressaltar que o potencial paisagístico da Serra do Lima também é um atrativo. A elevação da serra possibilita a vista panorâmica dos municípios vizinhos e das variadas formas do relevo da região. Apesar desse recurso, apenas o santuário e algumas casas de particulares exploram essa condição de cenário. O governo do Estado do Rio Grande do Norte através do Decreto 20.624 de 2008 instituiu o Polo Turístico Serrano com o objetivo de “oferecer as mais amplas possibilidades de desenvolvimento econômico e social para os municípios”. Assim como a Política Estadual de Turismo (Lei 9.931 de 14/01/2015), que tem a finalidade de intensificar a interiorização das atividades nos diversos agrupamentos turísticos no RN, dentre os quais está o Serrano, onde está localizado o município de Patu. Com exceção do Polo Costa das Dunas que já possui turismo consolidado, os demais podem ser considerados “desafios turísticos”, ou seja, a interiorização do turismo entendida como a expansão para o interior do Estado, a partir de atrativos diferentes do litorâneo (dependentes do sol e mar), como, por exemplo, o ecoturismo, o turismo de aventura, o turismo histórico-cultural e o religioso, configura um processo ainda incipiente/recente. O mercado potiguar nesse aspecto anda na contramão do cenário mundial, conforme dados da Organização Mundial do Turismo (OMT) o ecoturismo é a vertente turística que 17 proporcionalmente mais cresce no mundo. Enquanto o turismo convencional aumenta 7,5% ao ano, o ecoturismo expande entre 15 a 25% considerando o mesmo período. O turismo fundamentalmente consome espaço, por meio de sua apropriação, ou seja, por meio de formas de consumo (serviços de hospedagem, restaurantes, lazer, bem como o consumo da paisagem). Viu-se que, a falta de equipamentos de apoio na serra é um empecilho para o visitante se delongar por mais tempo, logo, uma pousada na serra ajudaria a apoiar a atividade turística existente na região, fomentando o seu desenvolvimento através de uma estrutura de lazer e hospedagem voltando para soluções ambientalmente adequadas tendo a paisagem e o clima como atrativo extra. O desenvolvimento de um projeto desse tipo tem como desafio projetar em: um terreno pedregoso, árido e inclinado, sem abastecimento de água e coleta de efluentes, isolado do centro urbano, cercado pela natureza, com clima serrano (devido a altitude). Frente a isso, buscou-se soluções na arquitetura bioclimática e na gestão da água. A arquitetura bioclimática procura estabelecer uma relação entre o meio ambiente e a edificação. Nesse contexto, “o processo lógico seria trabalhar com as forças da natureza e não contra elas, aproveitando seu potencial para criar uma condição de vida adequada.” (OLGYAY, 1998). A vanguarda da arquitetura busca retomar os materiais naturais e benignos, adotar estratégias que respeitam a natureza e o entorno onde se insere e, acima de tudo, promover o conforto sem esquecer a questão estética (CORREA, 2002). A escassez dos recursos hídricos fez com que a captação e o manejo de água pluvial viessem a se desenvolver em larga escala em diversas parte do mundo. Há vestígios de utilização dois mil anos atrás na China e no deserto de Negev (GNADLINGER, 2011). Esse sistema de aproveitamento, também é empregado no interior nordestino como fonte alternativa de suprimento, para locais em que o abastecimento hídrico não chega. Atrelado a isto, está a necessidade de adotar estratégias de aproveitamento racional dos recursos hídricos de modo a garantir a sustentabilidade ambiental, visando a economia de água através da redução da demanda, diminuição das perdas e desperdício, e de reuso de águas servidas e residuais, como, a gerada pelos aparelhos de ar-condicionado. Nessa perspectiva, o objetivo geral deste trabalho é elaborar a proposta arquitetônica de uma pousada em clima serrano, levando em consideração os princípios da arquitetura bioclimática, a gestão do aproveitamento da água pluvial e a racionalização da água. Para a confecção da referida proposta foram trabalhados os seguintes objetivos específicos: estudar as diretrizes bioclimáticas que se aplicam ao clima serrano potiguar; 18 aprofundar os conhecimentos em sistemas de aproveitamento e tratamento de águas pluviais, e medidas para racionalização da água; propor pousada serrana com solução que integre o projeto com o terreno acidentado e a paisagem natural. Acredita-se que a implantação deste empreendimento na serra estimularia mais o turismo regional, ajudaria no desenvolvimento social e econômico da cidade por meio da geração de emprego e renda, além de promover os produtos e serviços locais através da indicação de passeios realizados por guias da região; e a utilização de produtos provenientes da área rural do município. Além da relevância social, há o desejo pessoal de estudar a região tanto pelo fato da cidade nortear minhas memórias de infância, dadas as frequentes visitas que fazia aos parentes que ali residiam, quanto ao interesse em aprofundar os conhecimentos em estudos bioclimáticos, visto que darão uma contribuição relevante na atuação profissional. Vale ainda ressaltar a relevância acadêmica desse estudo, visto à carência de material que aborde o município e que orientem projetos em região com clima serrano no estado do Rio Grande do Norte; bem como, os estudos voltados para aproveitamento de água pluvial para fins potáveis. Este trabalho está estruturado em dois volumes. O primeiro volume é o presente relatório técnico com a descrição das informações referentes ao projeto e as imagens do projeto no apêndice. Enquanto que no segundo volume estão reunidas as pranchas com as representações gráficas do projeto. O volume I foi estruturado em sete capítulos, cujo primeiro corresponde a essa introdução com o embasamento do estudo, que contextualiza e formula o problema e os respectivos objetivos que se deseja alcançar com a pesquisa. Cada capítulo corresponde a uma etapa de desenvolvimento da pesquisa que possuiu procedimentos metodológicos específicos. O segundo capítulo reúne as referências teórico-conceituais e suas aplicações nas questões que norteiam esse trabalho. As pesquisas bibliográficas buscaram duas frentes: os conceitos relativos ao clima e suas influências nas decisões arquitetônicas; o sistema de aproveitamento da água da chuva e as medidas para racionalização da água. No terceiro capítulo encontra-se um compilado de cinco estudos de projetos arquitetônicos que influenciaram de alguma forma a concepção da proposta projetual. Os estudos partiram de informações de artigos em revistas, sites e páginas oficiais dos autores do projeto e dos empreendimentos. Enquanto que, o estudo direto na Pousada Villas da Serra, 19 em Serra de São Bento (RN) se respaldou ainda pela observação das soluções implantadas e em funcionamento, que dada à similaridade das características locais com a área de estudo, pode ajudar na vivência do conforte técnica de um empreendimento hoteleiro em serra potiguar. O quarto capítulo é focado na compreensão dos aspectos que envolvem o projeto e a área de estudo. Os condicionantes físicos e ambientais do terreno se baseou em dados técnicos que foram corroborados pelas medições de temperatura e umidade durante as visitas ao local. Quanto aos aspectos legais estão reunidas as principais leis e normas técnicas específicas sobre o terreno e a tipologia de projeto. Através das referências bibliográficas e análises do software Climate Consult são traçadas estratégias bioclimáticas para o projeto. E, por fim é definido o programa de necessidades e o pré-dimensionado que se baseou nos estudos de precedentes e nas informações da Portaria Ministerial MTur Nº 100/2011 para pousadas com cinco estrelas. O capítulo 5 é relativo a concepção e processo projetual, onde está descrito o desenvolvimento do conceito, partido arquitetônico e as primeiras simulações do projeto. Com a maquete física do projeto é simulada a trajetória solar no equipamento Heliodon. Posteriormente foram feitas simulações no software Solar Tool que verificou os períodos de incidência da radiação nas aberturas do módulo de hospedagem (bângalos). Após a definição do projeto do bangalô, o modelo modelado no SketchUp e inserido no software Flow Design da Autodesk, com a finalidade de simular as ações do vento na edificação. Por fim, é descrito o pré-dimensionamento do sistema de armazenamento de água pluvial, que utiliza o software Netuno, tendo em visa atende à demanda hídrica da pousada levando em consideração a sazonalidade hídrica da região. O capítulo 6 atém-se ao detalhamento da proposta, expondo a evolução do projeto através de croquis, esquemas gráficos, estudo volumétricos e imagens fotorealísticas. São descritos os sistemas construtivos e materiais empregados, que procuraram atender a parâmetros técnico, estéticos e de facilidade construtiva. Para fechar a descrição do projeto é detalhada a gestão da água, da energia e dos resíduos sólidos que buscaram tornar viável a instalação do projeto no local definido. No capítulo 7 encontram-se as considerações finais a respeito da proposta e a análise dos resultados obtidos, que respaldam os objetivos definidos inicialmente. E, por fim são feitas recomendações de estudos futuros para complementar a pesquisa. 20 2. REFERENCIAL TEÓRICO-CONCEITUAL Esse capítulo discorre sobre a fundamentação teórico-conceitual do trabalho, que é estruturada em duas frentes, uma voltada para a arquitetura bioclimática e outra para a racionalização e aproveitamento de água. Aborda-se, primeiramente, os estudos relacionados ao clima e as estratégias bioclimáticas adequadas ao lugar que buscam garantir o conforto térmico dos usuários; e em seguida, as estratégias que se aplicam ao clima serrano potiguar. Em uma segunda parte, discute-se sobre a escassez dos recursos hídricos, enfatizando o aproveitamento da água da chuva como fonte alternativa de suprimento em locais desconectados do sistema de abastecimento. Aprofundam-se os conhecimentos acerca dos sistemas de aproveitamento de água pluvial, a fim de entender o funcionamento, a forma de dimensionamento e as diretrizes de tratamento para fins potáveis. E, por fim, apresentam-se medidas para racionalização da água, que visam diminuir o desperdício, ampliar a reutilização e reuso de água através de medidas como: uso de equipamentos economizadores, reuso da água residual do aparelho de ar-condicionado e reuso de águas cinzas. 2.1. ARQUITETURA E CLIMA Desde os primórdios da humanidade, observa-se a necessidade do abrigo e sua adaptação ao lugar com vistas a promover o conforto humano. Na arquitetura bioclimática e no bioclimatismo em geral, o lugar ocupa um papel central. “Espera-se que seja ele que determine a propriedade e a adequação de uma resposta arquitetônica às necessidades do homem” (ROMERO, 2012, s.p). A arquitetura bioclimática leva em consideração as referências do lugar para criar soluções construtivas mediante a articulação dos elementos climáticos a fim de tornar o habitat mais confortável. No livro “De Arquitetura”, Vitrúvio Polião (1999, p.143 apud MASCARELLO, 2005, p.8) referenciou essa necessidade da arquitetura se adaptar ao clima do lugar: O estilo dos edifícios deve ser manifestado diferente no Egito do que na Espanha, não da mesmo no Ponto, diferentemente em Roma, e assim para as demais particularidades da terra e regiões de característica diferente, porque numa região a terra é envolvida de perto pela trajetória do sol, noutra afasta-se consideravelmente dela e em outra ainda é moderadamente temperada. Para Romero (2001, p.28) a arquitetura bioclimática “é uma forma de desenho lógico que reconhece a persistência do existente, é culturalmente adequado ao lugar e os materiais locais e utiliza a própria concepção arquitetônica como mediadora entre o homem e o meio”. 21 De acordo com Correa (2002), os climas na superfície da terra são variados, logo, os elementos arquitetônicos dos projetos bioclimáticos variam de acordo com as condições do clima do lugar na expectativa de cumprir as exigências de conforto do homem sem o gasto de energia adicional como, por exemplo, através de soluções passivas de ventilação e iluminação. Por isso, a arquitetura bioclimática também é conhecida pela eficiência energética “porque economiza e conserva a energia que capta, produz ou transforma no seu interior reduzindo, portanto, o consumo energético e a suposta poluição ambiental” (CORREA, 2002, s.p). A climatologia empregada na arquitetura teve início nos anos 40 com James Marston Fitch em sua publicação “American Buildings: the environmental forces that shape it”, posteriormente reeditada e ampliada. Na década de 50, os irmãos Olgyay desenvolveram estudos da arquitetura integrada com o meio ambiente local. Já na década de 60, através da publicação “Design with climate: bioclimatic approach to architectural regionalism”, ampliou a aplicação do tema às condições de conforto térmico humano e criou a expressão “Projeto bioclimático”. Mais tarde (1969), Givoni também concebeu uma carta bioclimática da edificação, em sua publicação “Man, climate and Architecture” (BOGO et al., 1994, p.6). O diagrama bioclimático desenvolvido em 1963 pelos irmãos Olgyay, relaciona temperatura e umidade relativa para determinar as zonas de conforto. Essas zonas se baseiam na condição externa à edificação, podendo se modificar durante o verão, com a presença da ventilação, do sombreamento e umidificação; e no inverno através da irradiação solar (Figura 1 e Figura 2). Segundo Olgyay (1969 apud BOGO et al., 1994, p.25), a interpretação de sua carta se faz da seguinte maneira: A carta bioclimática tem como ordenada a temperatura de bulbo seco e como abscissa a umidade relativa. A zona de conforto para verão está subdividida em sub zonas ideais e práticas, como a zona de conforto para inverno indicada um pouco mais abaixo. Qualquer condição climática determinada pela temperatura de bulbo seco e a umidade relativa, pode ser traçada no gráfico e se o ponto encontrado está compreendido na zona de conforto, tem- se a sensação de conforto na sombra. Pelo contrário, devem ser tomadas medidas de correção. 22 Figura 1 - Carta bioclimática de Olgyay Figura 2 - Ilustração a partir do diagrama de Olgyay Fonte: (OLGYAY, 1998 apud Fonte: (LAMBERTS, DUTRA, PEREIRA, MASCARELLO, 2005, p.26) 2014) Embora o método de Olgyay apresente algumas limitações, deve-se reconhecer sua importância e pioneirismo nos estudos de bioclimatologia. Sendo o primeiro procedimento sistemático que visou adequar o projeto arquitetônico às condições climáticas da região, conhecido como Carta Bioclimática. Uma nova carta bioclimática, baseada em Olgyay, foi proposta por Givoni em 1969. Apesar da influência, os dois sistemas se diferenciam primeiramente pela natureza do desenho. A carta de Olgyay apresenta dois eixos, sendo o eixo vertical o das temperaturas, e o eixo horizontal, o das umidade relativas, enquanto que a carta de Givoni é traçada sobre uma carta psicrométrica1 convencional. Os dois sistemas apresentam alternativas para ampliar a zona de conforto através da adoção de estratégias que alteram a sensação climática. No entanto, enquanto Olgyay se aplicou estritamente às condições externas, Givoni fundamentou-se em estratégias construtivas para adequar a arquitetura ao clima a partir das temperaturas internas à edificação. A carta bioclimática utilizada no Brasil é baseada nos estudos de Givoni (1992, apud LAMBERTS, 2014, p.84) desenvolvida para se adequar a países em desenvolvimento de clima quente, nos quais as pessoas tendem a suportar faixas mais elevados de temperatura e umidade, permitindo uma expansão dos limites da zona de conforto (Figura 3). 1 Carta psicrométrica é um diagrama que simplifica o estudo das propriedades do ar. 23 Figura 3 – Ilustração a partir da carta psicométrica de Givoni Fonte: (LAMBERTS, DUTRA, PEREIRA, 2014) Ao posicionar no diagrama psicrométrico de Givoni (1992), os valores de temperatura e umidade relativa para os principais períodos do ano climático do lugar, é possível identificar a zona bioclimática e as respectivas estratégias mais adequadas a serem adotadas no projeto para que se alcance o conforto térmico. Na zona de conforto, o organismo humano pode manter-se confortável mesmo com variadas amplitudes de umidade (20% a 80%) e de temperatura (18ºC a 29ºC). No entanto, deve-se ter cuidado em lugares com temperatura próxima a 18ºC para que a ventilação não produza desconforto. No caso das temperaturas acima de 20°C e, principalmente, próximas a 29ºC, a incidência da radiação direta deve ser controlada, sendo indicado o sombreamento (Figura 4). No Brasil, o sombreamento é a estratégia Figura 4 - Zona de conforto mais importante, dada a maior ocorrência do clima quente. Além da orientação adequada do projeto e do uso da vegetação, indica-se como recursos de sombreamento: proteções solares ou brises, beirais de telhado generosos, marquises, sacadas, persianas, venezianas ou outro protetor interno (LAMBERTS, DUTRA, PEREIRA, 2014). Fonte: (LAMBERTS, DUTRA, PEREIRA, 2014) A ventilação corresponde a uma estratégia de resfriamento natural do ambiente construído através da substituição do ar interno (mais quente) pelo externo (mais frio). Quando a temperatura interna ultrapassar os 29ºC ou a umidade relativa for superior a 80%, a ventilação pode melhorar a sensação térmica. Sendo a ventilação cruzada a estratégia mais adotada para o clima quente e úmido. 24 O resfriamento evaporativo diminui a temperatura e aumenta a umidade relativa do ambiente. Essa estratégia pode ser obtida através do uso de vegetação (evapotranspiração), de fontes d’água (comum nos pátios árabes); ou de outros recursos que resultem na evaporação da água diretamente no ambiente. Essa medida de umidificação também é indicada para solucionar o desconforto causado pela secura do ar em locais com umidade abaixo de 20% e temperatura inferior a 27ºC. Para lugares situados na zona de inércia térmica, para resfriamento, é recomendada a utilização de componentes construtivos com maior inércia térmica, afim de diminuir a variação das temperaturas durante o dia, evitando os picos. Materiais com maior capacidade térmica atrasa a onda de energia de modo que o calor absorvido com a radiação durante o dia, só é transmitida para o ambiente interno no período da noite, quando a temperatura é mais baixa. O uso do resfriamento artificial, através de condicionadores de ar, é indicado para os casos em que as condições desejadas de conforto não são alcançadas através de algum sistema passivo - ventilação, resfriamento evaporativo e massa térmica. É válido ressaltar que o ar condicionado não se limita a essa zona específica, uma vez que pode ser aplicado em conjunto a outros sistemas naturais de resfriamento. Nos casos de temperaturas entre 14 e 20ºC recomenda-se que sejam adotados componentes construtivos com maior inércia térmica junto de aquecimento solar passivo. Através da inércia térmica, o calor solar fica retido nas paredes da edificação e é dissipado para o interior nos horários mais frios, geralmente à noite. Já em situações de temperatura entre 10,5 e 14ºC são indicados o aquecimento solar passivo e o isolamento térmico da edificação. Quando a temperatura é inferior a 10,5ºC, as estratégias de aquecimento solar passivo podem ser insuficientes para garantir a sensação de conforto, sendo recomendado o uso de aquecimento artificial juntamente com o isolamento térmico. Na NBR 15220-3 (2005) – desenvolvida para residências unifamiliares de interesse social – há recomendações técnicas construtivas para condicionamento térmico passivo das edificações em cada zona bioclimática. O Zoneamento Bioclimático Brasileiro, adaptado a partir da carta bioclimática elaborada por Givoni (1992), divide o território brasileiro em oito regiões com relativa homogeneidade climática. O estado do Rio Grande do Norte está dividido em duas zonas bioclimáticas (ZB), sendo uma para clima quente e seco (ZB 7) e a outra para clima quente e úmido (ZB 8). De 25 acordo com Pacheco (2016, p.19) “devido às limitações inerentes ao método de determinação das estratégias, o zonemaneto apresenta algumas limitações no estado, pois existem climas diferentes dos dois apontados e condições climáticas intermediárias que precisam ser consideradas”, como, por exemplo, o caso do clima serrano. Conforme a NBR 15220-3 (2005), a Serra do Lima em Patu/RN está inserida na Zona Bioclimática 7 (ZB7). Essa zona, com características de clima semiárido - quente e seco, tem como indicação a utilização de resfriamento evaporativo, massa térmica para resfriamento e ventilação seletiva nos momentos que a temperatura interna à edificação seja superior a externa. E, as seguintes diretrizes construtivas: aberturas pequenas para ventilação, sombreamento e vedação pesada nas paredes e nas cobertas. No entanto, como é ressaltado por Pacheco (2016), esse zoneamento não coincide com a real condição climática das serras potiguares. A fim de preencher esta lacuna no zoneamento climático das regiões serranas, Pacheco (2016) realizou análises comparativas do impacto de cada combinação de estratégias bioclimáticas em uma mesma tipologia de edificação, que se baseou nas ocorrências de desconforto ao frio, conforto sem movimento de ar, conforto com movimento de ar e desconforto ao calor, a fim de determinar a situação ideal para conforto nesse clima. As estratégias bioclimáticas avaliadas foram: ventilação natural por meio de acionamento de aberturas; massa térmica leve (baixa carga térmica2 e elevada transmitância térmica3) ou pesada (elevada carga térmica e baixa transmitância térmica); fator de calor solar4 (FCS) alto ou baixo; janelas sombreadas ou sem sombreamento. Pacheco (2016) concluiu que edificações do clima serrano com vedações de massa térmica pesada, FCS baixo e com aberturas sombreadas apresentam conforto térmico durante todo o dia sem necessitar de movimento de ar. Ao contrário do que ocorre nos lugares de climas quentes, a ventilação pode levar ao desconforto ao frio nesse clima, por isso, para o melhor desempenho térmico das edificações é indicado deixar sobre a responsabilidade do usuário a abertura das esquadrias caso haja desconforto ao calor e o fechamento nos períodos de desconforto ao frio, que podem ocorrer com maior frequência do que nos demais climas observados no território potiguar. 2 Carga térmica é a quantidade de calor que deve ser retirada ou fornecida a um local ou sistema, por unidade de tempo, objetivando a manutenção de determinadas condições térmicas 3 Transmitância térmica, capacidade do material de ser atravessado por um fluxo de calor, quanto maior a resistência do material, menor a transmitância térmica. 4 Fator de Calor Solar (FCS) corresponde à fração (%) do calor da quantidade de radiação solar incidente na envoltória que foi absorvido e transmitido pelo sistema construtivo. 26 2.2. ESCASSEZ DOS RECURSOS HÍDRICOS A água na natureza equivale a quase ¾ da superfície terrestre. Segundo a Agência Nacional de Água (ANA, 2018), estima-se que 97,5% da água existente no mundo é salgada, inadequada para o consumo e irrigação de plantação. Apenas 2,5% equivale à água doce, no entanto, 69% da água doce é de difícil acesso, concentrada nas geleiras; 30% são águas subterrâneas (armazenadas em aquíferos) e 1% encontra-se nos rios (Figura 5). Embora a água doce seja a principal fonte de abastecimento para o homem, apenas 0,03% é realmente usada para essa finalidade. Figura 5 - Percentual de água por tipo Fonte: Elaborado pela autora com base em informação (ANA, 2019) Atualmente, 20% da população mundial não têm acesso à água potável. Segundo dados da Organização das Nações Unidas para Alimentos e Agricultura (FAO), o aumento da demanda e o crescimento populacional podem afetar o abastecimento de água de dois terços da humanidade até 2050. Logo, o uso desse recurso precisa ser repensado quanto às formas de consumo para que a escassez não prejudique nenhum dos diferentes usos destinados à vida humana. Conforme a publicação “Consumo sustentável: manual de educação” (2005) do IDEC e o Ministério do Meio Ambiente, o Brasil abriga 13,7% da água doce do mundo, no entanto, a disponibilidade desse recurso não é uniforme. Mais de 73% da água doce disponível no país encontra-se na bacia Amazônica onde reside menos de 5% da população nacional. A oferta de água tratada também não é regular, enquanto na região Sudeste 87,5% dos domicílios são atendidos por rede de distribuição de água, no Nordeste a porcentagem é de apenas 58,7%. Cerca de 20 a 60% da água tratada para consumo se perde na distribuição. O Semiárido brasileiro ocupa 12% do território nacional, que abrange 1.262 municípios, segundo a delimitação da Resolução nº115 (SUDENE, 2017). Essa região equivale a aproximadamente 80% do território nordestino onde vivem mais de 26 milhões de pessoas, que correspondem a 12% da população nacional (IBGE, 2010) e apresenta balanço 27 hídrico negativo com precipitações pluviométricas médias anuais variando de 400 a 800 mm e com índice de evaporação que alcança até 3.000 mm por ano. De acordo com Baptista e Campos (2013) mais de 90% da chuva é dissipada na evaporação e no escoamento superficial. A região também sofre com a pequena profundidade do solo, que reduz a capacidade de absorção da água da chuva; e com a presença de solos cristalinos que limita o abastecimento dos aquíferos subterrâneos. Esse déficit hídrico tem sido contornado pelas famílias da zona rural através do armazenamento de água. O semiárido é a região priorizada, desde 2003, com o Programa Nacional de Apoio à Captação de Água de Chuva e outras Tecnologias Sociais (Programa Cisternas) financiado pelo Ministério do Desenvolvimento Social que tem o objetivo de promover o acesso à água para consumo humano e para a produção de alimentos pela agricultura familiar (Figura 6). O programa apoia a construção de cisterna de placas pré- moldadas de concreto com tecnologia de simples manuseio e de baixo custo, na qual a água da chuva captada pelo telhado é direcionada, através das calhas, para um reservatório de 16 mil litros, o qual é capaz de atender uma família de cinco pessoas durante até oito meses do período mais crítico de estiagem na região. Figura 6 - Cisterna construída em área rural do Nordeste Fonte: http://www.jornalgrandebahia.com.br/2013/01/codevasf-instalou-cerca-de-cinco-mil- cisternas-no-medio-sao-francisco-baiano-em-2012/moc-cisternas-67/ A captação e o manejo de água da chuva desenvolveram-se em diversas partes do mundo, especialmente em regiões áridas e semiáridas (que abrangem cerca de 30% da superfície da terra). De acordo com o Gnadlinger (2011), aproximadamente dois mil anos atrás já existiam na China cacimbas e tanques coletores de água da chuva; e no deserto de Negev já havia sido desenvolvido um sistema integrado de captação e manejo de água da chuva para fins agrícolas. Os romanos também usavam a captação de água da chuva em larga escala, especialmente na África do Norte e na Ásia Menor. A tecnologia romana influenciou os árabes, os quais serviram de exemplo para espanhóis e portugueses. O uso de água da 28 chuva perpetua-se nos dias de hoje, como ocorre na Austrália, onde também predomina o clima semiárido, cerca de 20% da população (o que corresponde a 4 milhões de pessoas) utilizam água de cisternas para consumo humano. 2.2.1 Sistema de aproveitamento de água da chuva No cenário nacional brasileiro, até o ano de 2007, não havia norma específica para o aproveitamento de água da chuva. A fim de suprir essa necessidade foi publicada, em 24 de setembro de 2007, a NBR 15.527 que fornece os requisitos gerais para o aproveitamento de água da chuva de coberturas em áreas urbanas para fins não potáveis. Em 2017, a Lei N° 13.501 acrescentou como objetivo da Política Nacional de Recursos Hídricos: incentivar e promover a captação, a preservação e o aproveitamento de águas pluviais. A NBR 15.527 (2017) aborda os aspectos relativos ao sistema de aproveitamento da água da chuva; diretrizes e dimensionamento do projeto; e parâmetros da qualidade da água. A norma valida a água captada após tratamento adequado para diversos fins não potáveis como, por exemplo, descargas em bacias sanitárias, irrigação de gramados, lavagem de veículos, limpeza de calçadas e ruas, espelhos d’água etc. No entanto, recomenda-se que os pontos de consumo, como as torneiras de jardim, devem ser de uso restrito ou identificadas com placa de advertência de "água não potável" e identificação gráfica. Os reservatórios e as tubulações de distribuição de água potável e de água da chuva devem ser separados. O manual SINDUSCON (2005) descreve a metodologia básica de um projeto de sistema de coleta, tratamento e usos de água pluvial. As etapas que envolvem um sistema de aproveitamento de água pluvial estão listadas a seguir:  Determinação da precipitação média local (mm/mês);  Determinação da área de coleta;  Determinação do coeficiente de escoamento superficial;  Caracterização do reservatório de descarte;  Projeto do reservatório de armazenamento;  Identificação dos usos da água (demanda e qualidade)  Estabelecimento dos sistemas de tratamentos necessários;  Projetos dos sistemas complementares (grades, filtros, tubulações etc.) As variações quanto às condições geográficas e ambientais (intensidade e duração da chuva, ventos, estação do ano) dos locais da precipitação, influenciam a qualidade da água da chuva. De acordo com Tomaz (2010, p. 39) “nos centros urbanos e áreas industriais podem 29 apresentar um risco de poluição para o consumo de água de chuva para beber e cozinhar devido a contaminação do ar”. Melo (2007) analisou a qualidade da água da chuva coletada direto da atmosfera em três pontos da cidade de Natal/RN com características diferentes. O ponto situado na área com baixa ocupação do solo, muita área verde e baixa densidade gerou melhores resultados quanto a condutividade e pH da água que os outros dois localizados – um próximo do mar e outro em área com grande concentração imobiliária. “Como se trata de uma área com atmosfera quase isenta de poluição, a água da chuva apresenta muito boa qualidade desde o início da precipitação” (MELO, 2009, p.82). No entanto, a turbidez foi mais elevada, devido a quantidade de solo exposto e aos ventos fortes locais que aumentam a quantidade de sólidos suspensos no ar atmosférico. Alguns contaminantes podem se depositar nas superfícies de captação como, por exemplo, fezes de passarinhos, fezes de ratos e outros animais, poeiras, folhas de árvores etc. Por isso, é indicado que os milímetros iniciais de água da chuva, responsável pela lavagem das superfícies e das partículas poluidoras presentes na atmosfera, sejam descartados, a fim de eliminar grande parte dos contaminantes. A NBR 15.527 (2007) recomenda o descarte de 2 mm da precipitação inicial. Para o descarte inicial da água da chuva acontecer é necessário um reservatório destinado à retenção temporária da água captada das coberturas para o posterior descarte. Durante a precipitação, a água acumula-se nesse reservatório até atingir o nível em que a boia interrompe a entrada. Com a entrada fechada a água é automaticamente desviada pelos condutores para o reservatório de armazenamento. Após o término da chuva o reservatório de descarte deve ser esvaziado para uma próxima chuva (Figura 7). Figura 7 - Reservatório de descarte da primeira água da precipitação Fonte: (DACACHA 1990, apud MELO 2007) 30 As grades ou filtros também têm Figura 8 - Modelo de filtro para retenção de materiais grosseiros grande importância no sistema de água pluvial. Esses dispositivos instalados junto das calhas e condutores impede que detritos maiores, como folhas e galhos entrem no reservatório. Hagemann (2009) ressalta que esses materiais grosseiros, caso não retidos, podem danificar e obstruir o sistema, além de comprometer a qualidade da água. A Figura 8 apresenta um exemplo de filtro desenvolvido http://www.aquesol.com/produtos/0,5092_kit- para essa finalidade. com-filtro-para-cisterna-acquasave-3p-technik A Figura 9 resume de forma ilustrada um sistema de aproveitamento de água pluvial utilizando os componentes citados anteriormente. Figura 9 – Esquema do sistema de aproveitamento de água da chuva Fonte: www.metax.com.br/sistemas-de-captacao-de-agua-em-construcoes-sustentaveis/ O tipo de material da cobertura determina tanto a qualidade da água captada quanto a quantidade. Cada material tem um coeficiente de escoamento superficial, que define o quanto do volume da precipitação é escoado. Os telhados mais porosos tendem a diminuir o escoamento, acarretando a diminuição de água aproveitada. Hagemann (2009), ressalta a importância de se avaliar a composição do material do telhado a fim de evitar a contaminação da água com componentes tóxicos lixiviados durante a precipitação. De acordo com Tomaz (2010), a análise de amostras de água revelou uma maior média de coliforme fecais nas que 31 utilizavam telhados cerâmicos do que em telhados de chapa galvanizada e de laje de concreto. Segundo Hagemann (2009) o reservatório de armazenamento é o componente mais caro de um sistema de aproveitamento de água pluvial, por isso, deve-se ter cuidado no dimensionamento, evitando que o volume seja superestimado, elevando desnecessariamente o custo, ou que seja subestimado, insuficiente para atender a demanda esperada. Para o dimensionamento de um reservatório para captação de água pluviais normalmente aplica-se um modelo. Existem vários modelos desenvolvidos com essa finalidade, tendo a maioria das vezes a mesma sistemática de dados de entrada utilizando as séries históricas ou sintéticas de chuva, a demanda que se deseja atender, a área de captação da água da chuva e a eficiência requerida para se obter como resultado da simulação os volumes de armazenamento para uma ou mais probabilidades de falha do sistema (THOMAS & McGEEVER, 1997 apud ANNECCHINI, 2005). A NBR 15.527 (2007) sugere alguns métodos para dimensionamento do reservatório de armazenamento de água pluvial, como, o método Rippl, modelos comportamentais e alguns métodos simplificados. Parte desses métodos não levam em consideração a distribuição irrregular das precipitações durante o ano, o que pode acarretar em subdimensionamento ou superdimensionamento para algumas épocas do ano. Para esse projeto o dimensionamento dos reservatórios foi definido baseando-se nas simulações do software Netuno (GHISI; CORDOVA , 2014). Esse programa computacional foi desenvolvido com base na metodologia de modelos comportamentais, que utiliza dados de variáveis conhecidas para a simulação de sistema de captação de água pluvial. Com a inserção dos dados no sistema é possível avaliar resultados como: a relação entre o potencial de economia de água potável por meio do uso de água pluvial e a capacidade do reservatório, o volume extravasado de água pluvial, entre outros. Para iniciar as simulações no Netuno algumas informações precisam ser preenchidas (Figura 10). O primeiro passo é carregar os dados de precipitação em base diária, que vão permitir a análise de comportamentos sazonais do sistema de captação. Inserir informações quanto a captação de água: dimensões da área de captação, coeficiente de escoamento superficial e descarte do escoamento inicial (mm). Acrescentar a demanda necessária de água (litros per capita/dia), e o número de moradores fixo ou variável (de acordo com uma periodicidade de repetição diária ou mensal). Definir o percentual total de água potável que será substituído por água pluvial. E, por fim o programa permite simular para um reservatório com volume conhecido ou com diversos volumes. Isso ajuda a comparar dentre as opções de 32 volumes a mais eficiente em função das irregularidades pluviométricas anuais e ver o percentual de economia alcançado para cada reservatório. Figura 10 - Interface do software Netuno Fonte: (GHISI; CORDOVA , 2014) Para garantir a qualidade da água armazenada alguns cuidados devem ser tomados, tais como, evitar-se a entrada da luz do sol no reservatório para diminuir a proliferação de algas e microrganismos. A tampa de inspeção do reservatório deve ser mantida hermeticamente fechada. Deve ser instalada grade ou tela na saída do tubo extravasor, para conter a entrada de pequenos animais ou insetos. Realizar a limpeza anual do reservatório para remover os depósitos de sedimentos (TOMAZ, 2010). A depender da qualidade da água coletada e seu uso fim, o sistema deve contar ainda com dispositivos de tratamento das águas pluviais. Tomaz (2010) enfatiza que a água de chuva deve ser usada apenas para fins não potáveis, mas em situação para uso potável, o responsável deverá obedecer aos parâmetros do Ministério da Saúde. O anexo XX da Portaria de consolidação de nº 05/2017 trata do controle e da vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade. Essa portaria determina que “toda água destinada ao consumo humano, distribuída coletivamente por meio de sistema ou solução alternativa coletiva de abastecimento de água, deve ser objeto de controle e vigilância da qualidade da água”. 33 Fendrich e Oliynik (2002 apud BASTOS, 2007) recomenda que a água da chuva destinada a fins potáveis seja tratada de forma mais complexa com filtragem e desinfecção. Na filtragem utilizam-se filtros de areia ou de carvão ativado e na desinfecção, pode ser realizada desde uma simples fervura ou cloração, ou procedimentos mais sofisticados por meio de radiação ultravioleta. 2.2.2 Medidas para racionalização da água A necessidade de implantar medidas de gestão e aproveitamento racional dos recursos hídricos de modo a garantir a sustentabilidade ambiental, econômica e social, vem há alguns anos ganhando visibilidade. Segundo Tomaz (1998 apud MAY, 2009), para conservação da água é preciso um conjunto de atividades com o objetivo de reduzir a demanda de água, melhorar o uso da água reduzindo as perdas e desperdícios; e implementar práticas visando economia de água. De acordo com o manual “Conservação e reuso da água em edificações” do SINDUSCON (2005), a conservação da água é definida como qualquer ação que: reduza a quantidade de água extraída em fontes de abastecimento, reduza o consumo e desperdício; aumente a eficiência, a reciclagem e o reuso de água. Com base nisso, serão explanadas, a seguir, algumas soluções alternativas para reduzir o consumo de água potável através do uso de equipamentos economizadores de água, do aproveitamento da água gerada pela condensação do ar nos aparelhos de ar- condicionado e do reuso de águas cinzas para fins não potáveis. 2.2.2.1 Equipamentos economizadores De acordo com o Selo Azul da Caixa (2010) a diminuição do consumo de água pode ser feita de duas formas: pela redução da vazão e pelo tempo de utilização. Segundo Moreira (2001) dentre as ações tecnológicas existentes, o uso dos dispositivos economizadores é uma das medidas de maior eficiência, pois promovem a redução do consumo independente do hábito dos usuários, logo, é adequada para racionalização em edificações de uso público ou coletivo. Os estudos de caso feitos pelo SINDUSCON (2005) gerou a Tabela 1 que apresenta as reduções médias possíveis para ambientes diversos quando se substitui metais sanitários convencionais por aparelhos economizadores de água. 34 Tabela 1 - Economia de água com uso de equipamentos economizadores Fonte: SINDUSCON (2005)  Torneira com fechamento automático A Lei 13.647/2018 determina que todos os banheiros de uso coletivo que forem construídos, tanto em prédios públicos quanto em privados, deverão ter torneiras com fechamento automático para evitar o desperdício de água. Figura 11 - Torneira Figura 12 - Torneira com Figura 13 - Arejador hidromecânica sensor Fonte:www.madeiramadeira. Fonte:www.leroymerlin.com com.br/torneira-para- Fonte:https://m.docol.com. lavatorio-com-sensor- br/pt/produto/arejador-.br/torneiras-temporizadas decalux-1183c-cromada- standard-m24-8-lpm deca-1700227.html O modelo de torneira hidromecânica (Figura 11) regula o consumo através de um dispositivo mecânico que libera o fluxo de água apenas durante um período de tempo determinado. Este tempo tem que ser suficiente para evitar que o usuário tenha que acioná- 35 lo várias vezes em uma única operação de lavagem, o que geraria maior desperdício e desconforto ao usuário. Cada acionamento libera aproximadamente 1 litro de água (DANTAS, 2008). A torneira com sensor automático (Figura 12) possui comando para acionamento do ciclo de funcionamento através de um sensor de presença, que capta a presença das mãos do usuário quando esta se aproximam da torneira. A alimentação elétrica do sistema se dá pelo uso de baterias alcalinas ou pela rede de distribuição elétrica do local. O consumo aproximado é de 0,7 litros por utilização. O selo Azul da Caixa indica a utilização de arejadores (Figura 13), dispositivo instalado na extremidade de torneira com a função de regular e abrandar o fluxo de saída de água. Trata-se de uma ação de simples implantação que propicia redução no consumo de água e maior conforto para o usuário, pois elimina os respingos, comuns principalmente em edificações com altas vazões. Os arejadores reduzem a seção de passagem da água e injetam ar durante o escoamento, diminuindo o jato da torneira em cerca de 50% (vazão entre 0,13 l/s e 0,76 l/s).  Bacias sanitárias Figura 14 - Bacia sanitária com O Programa Brasileiro de Qualidade e acionamento duplo Produtividade da área Habitacional – PBQP-H – determinou que todas as bacias sanitárias tivessem consumo em torno de 6,8 L/descarga, o que equivale a uma economia significativa em relação aos aparelhos convencionais, em que consumo é de 9 a 13 L e mais ainda em relação aos aparelhos mais antigos, cujo consumo atinge Fonte: até 20 L por acionamento. http://casaissa.com.br/index.php?id_produc t=2&controller=product O Selo Azul da Caixa determina como critério de avaliação o uso em todos os banheiros e lavabos de bacia sanitária dotada de sistema de descarga com volume com duplo acionamento. Esse tipo de sanitário pode ser acionado de duas formas: com um volume em torno de 3 litros para dejetos líquidos e com um volume maior (6 litros) para dejetos sólidos (Figura 14).  Chuveiros Existe hoje no mercado uma grande variedade de tipos e modelos de chuveiros com diversas vazões. A introdução de registro regulador de vazão diminui vazões excessivas em situação de alta pressão (Figura 15). Assim como as torneiras, existe chuveiro de acionamento 36 hidromecânico, esse modelo possui vazão constante de 8 litros/minuto, mais indicado para locais públicos com alta circulação. Esse modelo evita o desperdício de água, pois o fechamento automático acontece 30 segundos depois do acionamento. Outro modelo que também ajuda na diminuição do gasto desnecessário de água é o chuveiro tipo ducha que permitir a lavagem localizada em cada parte do corpo (Figura 16). Figura 15 - Válvula para Chuveiro com Figura 16 - Chuveiro tipo ducha Fechamento Automático Fonte:https://www.docol.com.br/pt/produto/v alvula-para-chuveiro-agua-fria-ou-pre- Fonte:https://www.blukit.com.br/produto/de misturada-pressmatic-alta-pressao talhe/kit-chuveiro-ducha-2-em-1-com- articulador 2.2.2.2 Aproveitamento da água do ar-condicionado Os aparelhos de ar condicionado, vastamente utilizados tanto na área residencial, como na comercial e de serviços, geram gotas de água durante seu funcionamento a partir da retirada de umidade do ambiente, por meio do processo de condensação. Embora expressivo o volume total dessa água residual, devido a quantidade e ao tempo de uso dos aparelhos - passível de ser coletado e reaproveitado - normalmente é desperdiçado na rede coletora de águas pluviais ou esgoto; ou na parte externa das edificações, sem qualquer aproveitamento racional. Real e Correia (2017, p. 2) ressaltam que o descarte indevido da água gotejada pelos aparelhos pode causar danos à estrutura da edificação, e formação de limo e infiltração. Antes de abordar o aproveitamento da água proveniente do sistema de resfriamento dos aparelhos de ar-condicionado é preciso entender o princípio básico de funcionamento que gera essa água. O sistema de ar-condicionado é composto por duas partes: a unidade externa, condesadora e a unidade interna, evaporadora. As serpentinas de cada unidade são conectadas em um circuito hermeticamente fechado com gás refrigerante circulando 37 continuamente (o gás R-410A é mais indicado, por ser menos poluente que o R-22, um clorofluorcarboneto). O funcionamento do aparelho se baseia em trocas térmicas, para isso a evaporadora tem que estar em temperatura mais baixa que o ar interno e a evaporadora com temperatura mais elevada que o ambiente externo, dessa forma, o gás absorverá o calor o ar do ambiente interno e o ejetará para o exterior (Figura 17). Figura 17 - Esquema de funcionamento de um condicionador de ar Fonte: https://www.dufrio.com.br/blog/ar-condicionado/comercial/beneficios-de-ter-um-ambiente- climatizado/ Na operação de climatização, o gás sai do compressor, que está dentro da condensadora, em alta pressão e alta temperatura. O ventilador da unidade condensadora facilita a troca de calor com o ambiente externo. A válvula de expansão, localizada junto da evaporadora, diminui a pressão e baixa a temperatura do gás, que volta para o estado líquido. O ar quente do ambiente é forçado a passar pela serpentina refrigerada da evaporadora. Nesse processo, após ser resfriado e ter a umidade reduzida - através da condensação que gera gotas de água que são direcionadas e escoadas pelo dreno – o ar é reconduzido de volta ao ambiente com a temperatura desejada. O gás interno do sistema retorna para o compressor para que o calor seja dissipado no ambiente externo fechando assim o sistema (DUFRIO, 2017). Para que a água gerada pelo ar-condionado possa Tabela 2 - Quantidade de água gerada por aparelho de ar ser aproveitada, precisa-se que o dreno seja conectado condicionado em um reservatório. Com base na potência dos Potência Vazão média (BTU´s) (L/h) aparelhos de ar condicionado é possível determinar a 12000 1,0 vazão média aproximada, que pode sofrer alterações 18000 1,1 22000 1,4 devido a umidade relativa da região na hora da coleta 24000 1,9 (Tabela 2). Para ter com base o volume de água 36000 2,5 coletada, basta multiplicar as horas de funcionamento 42000 3,5 48000 3,2 pela vazão média e a quantidade de aparelhos. Fonte: Adaptado de ALMEIDA (2018) 38 Segundo Carvalho (2012, p. 2), a análise físico-química da água coletada do sistema de ar-condicionado apresenta os valores de dureza, alcalinidade e cloretos bem abaixo dos parâmetros recomendados pela Portaria MS518/2005 (Tabela 3) que foi substituída pela Portaria de consolidação de nº 05/2017, no entanto os valores analisados não tiveram seus parâmetros alterados. A análise bacteriológica por Rocha (2017) indica ausência de colônias típicas de coliformes fecais em todas as amostras. Tabela 3 - Análises físico-químicas da água dos aparelhos de ar Fonte: CARVALHO (2012) Conforme as variações da qualidade da água, a água comumente rejeitada dos sistemas de ar condicionado se mostrou como uma fonte alternativa potencial e viável de reuso, que pode contribuir para a conservação desse recurso natural. 2.2.2.3 Reuso de água cinza Diante da escassez dos recursos hídricos uma das alternativas para contornar este problema é a adoção de medidas como reuso das águas cinzas ou águas servidas que foram utilizadas em tanques, pias, chuveiros, banheiras e outros equipamentos. Segundo Eriksson et al (2002, apud May, 2009) o reuso de águas cinzas está associado as seguintes vantagens: encoraja o uso racional e a conservação da água potável; maximiza a infraestrutura de abastecimento de água e tratamento de esgotos pela utilização múltipla da água servida; e estimula a educação ambiental. No Brasil existe pouca legislação que regulamenta o reuso de águas. A NBR 13969/1997 oferece alternativas de procedimentos técnicos para projeto, construção e operação de unidades de tratamento complementar e disposição final dos efluentes líquidos de tanque séptico. O efluente de origem essencialmente doméstico ou com características similares (caso do projeto da pousada) após tratamento pode ser reutilizado para fins que não necessite de qualidade de água potável. Essa norma estabelece o grau de tratamento do efluente por meio de parâmetros definidos a partir da classificação do tipo de uso, que podem ser os seguintes:  Classe 1: Lavagem de veículos e outros usos que requerem o contato direto do usuário com a água, com possível aspiração de aerossóis pelo operador incluindo chafarizes; 39  Classe 2: Lavagens de pisos, calçadas e irrigação de jardins, manutenção de lagos e canis para fins paisagístico, exceto chafarizes;  Classe 3: reuso nas descargas de vasos sanitários;  Classe 4: reuso nos pomares, cereais, forragens, pastagens para gados e outros cultivos através de escoamento superficial ou por sistema de irrigação pontual. No projeto da pousada desenvolvido nesse estudo, a água de reuso será destina a irrigação de jardins (Classe 2). Para essa situação a NBR 13969/1997 indica: “turbidez inferior a cinco, coliforme fecal inferior a 500 NMP/100 mL, cloro residual superior a 0,5 mg/L”. Nesse nível é satisfatório um tratamento biológico aeróbio (filtro aeróbio submerso ou LAB) seguido de filtração de areia e desinfeção. Pode-se também substituir a filtração por membranas filtrantes. E não permite “o uso, mesmo desinfetado, para irrigação das hortaliças e frutas de ramas rastejantes”. O Manual do SINDUSCON (2005) destaca o cuidado com a água de reuso em aplicações que envolve a exposição do público, usuário e operários que necessitam manusear a água reciclada. Ressalta, ainda, o aspecto estético da água de reuso quando utilizada em elementos arquitetônicos. Para esses casos há uma exigência maior em relação ao grau de transparência, ausência de odor, cor, espuma ou quaisquer formas de substâncias ou componentes flutuantes. As exigências mínimas para o uso da água não-potável dependem das diferentes atividades a serem realizadas, podendo ser definidas em classes de água para reuso.  Classe 1: Descarga de vasos sanitários, lavagem de pisos, fins ornamentais (chafarizes, espelhos de água etc.), lavagem de roupa e veículos;  Classe 2: Lavagem de agregados, preparação de concreto, compactação de solo e controle de poeira.  Classe 3: Irrigação de áreas verdes e rega de jardins.  Classe 4: Resfriamento de equipamentos de ar condicionado (torres de resfriamento). A Classe 3 indica que a água pode ser utilizada na irrigação de áreas verdes e rega de plantas, uso desejado para o projeto. O SINDUSCON (2005) ressalta o cuidado com a concentração de contaminantes biológicos e químicos da água no meio ambiente e no homem que vai operar essa atividade. Para sistemas de irrigação por aspersores, quando a água é precipitada diretamente sobre as folhas, algumas espécies mais sensíveis podem apresentar queimaduras – efeito que pode ser agravado em dias mais quentes. A Tabela 4 apresenta os parâmetros mais importantes que devem ser observados para o uso de água para esses fins. 40 Tabela 4 - Parâmetros básicos para água de reuso Classe 3. Fonte: SINDUSCON (2005) Segundo o SINDUSCON (2005) os principais elementos necessários para o projeto de reuso das águas cinzas são os seguintes:  Pontos de coleta de águas cinzas e pontos de uso;  Determinação de vazões disponíveis;  Dimensionamento do sistema de coleta e transporte das águas cinzas brutas;  Determinação do volume de água a ser armazenado;  Estabelecimento dos usos das águas cinzas tratadas;  Definição dos parâmetros de qualidade da água em função dos usos estabelecidos;  Tratamento da água;  Dimensionamento do sistema de distribuição de água tratada aos pontos de consumo. Sabendo-se que o campo de estudo científico que desenvolve as tecnologias para o tratamento de efluentes é bastante vasto, apresentou-se de forma sucinta os principais processos de tratamento apropriados para os sistemas de efluente recuperado e reuso de água em edifícios (Figura 18). 41 Figura 18 - Descrição dos tipos de tratamento para reuso de água e efluente recuperado Fonte: SINDUSCON (2005) Com base no exposto anteriormente, viu-se que é viável o reuso de água, assim como, as demais medidas de racionalização com vista a melhor aproveitar essa fonte natural em escassez na área do terreno do projeto. Tendo como base todo esse referencial teórico- conceituais, buscou-se para os capítulos seguintes a aplicação dessas informações. 42 3. ESTUDO DE PRECEDENTES Esse capítulo contém os estudos de precedentes projetuais que auxiliaram na elaboração do programa de necessidades, no zoneamento, na escolha de materiais; e nas soluções projetuais quanto à funcionalidade e partido estilístico. As referências escolhidas relacionam-se com o projeto desenvolvido em um ou mais dos seguintes aspectos: tema, programa, função/fluxo, forma/estética, materiais e sistemas construtivos. No final de cada abordagem estão elencados os pontos mais relevantes desse estudo nas definições do projeto. E, na conclusão do capítulo foram listadas as informações em um quadro síntese com os principais aspectos. Parte dos estudos foram realizados de forma indireta, sem visitação in loco, tendo em vista que três das referências são internacionais – Las Piedras em Punta del Este/Uruguai, Brock Environmental Center em Virginia Beach/Estados Unidos e La Cabañita em Cidade da Guatemala/Guatemala - e uma nacional Hotel Spaventure Ecolodge em Ibiúna/SP, não foi possível a visita ao local. Logo, os estudos partiram de informações divulgadas em mídias diversas como: artigos em revistas, sites especializados em publicações de arquitetura, páginas oficiais dos autores do projeto e sites dos empreendimentos. As imagens, fotos, desenho técnicos, memoriais e entrevistas contidas nessas fontes deram o suporte necessário para a máxima compreensão dos projetos citados. No caso da Pousada Villa da Serra localizada em São Bento/RN, optou-se por fazer o estudo direto. A visita e hospedagem na pousada permitiram observar as soluções arquitetônicas implantadas e em funcionamento. Essa estadia possibilitou ainda explorar o turismo ecológico local e vivenciar, como hóspede, a sensação de conforto térmico de uma região serrana potiguar com características similares ao projeto. 3.1 HOTEL LAS PIEDRAS Ficha técnica Tema: Arquitetura hoteleira Autoria: Escritório Isay Weinfeld Ano de conclusão: 2010 Área construída: 43.000m² (total do masterplan) Implantação no terreno: Edificações isoladas no terreno Localização: Punta del Este, Uruguai O Hotel Las Piedras, fruto da expansão internacional do Grupo Fasano, foi construído na área rural de Punta del Este, Uruguai, distante 10 min de carro da região de La Barra, área com atrativos culturais e vida noturna intensa durante o período de alta temporada. Além do 43 complexo hoteleiro, o projeto contemplou o masterplan de 480 ha que conta ainda com: 56 lotes, campos de golf, áreas de expansão e acesso à “praia privativa” no Rio Maldonado. No quadro abaixo (Figura 19) consta, de forma resumida, o programa básico do hotel com suas respectivas áreas. Figura 19 – Quadro do programa de necessidades Hotel Las Piedras PROGRAMA DE NECESSIDADES - LAS PIEDRAS Recepção e restaurante Las Piedras 546m² Spa 800m² Restaurante Fasano 396m² Bar/ piscina 109m² 20 bangalôs (originalmente) 80m²/120m² Fonte: Elaborado pela autora a partir das informações de (https://isayweinfeld.com) Segundo o arquiteto, optou-se pela implantação pulverizada das edificações concebidas e distribuídas em módulos isolados, “pousados naturalmente” sobre o terreno, como as próprias pedras – solução que evitou a construção de grandes prédios ou volumes que causasse elevado impacto visual. Os acessos sinuosos acompanhando os declives e recortes naturais do terreno, concentram-se nas fachadas posteriores de cada edificação não obstruindo assim a contemplação da paisagem (Figura 20). Figura 20 - Implantação geral Fonte: Adaptado pela autora a partir das informações de (www.archdaily.com.br/br/01-30866/fasano- las-piedras-hotel-isay-weinfeld) 44 O cenário da região inspirou o antigo proprietário a erguer, com as próprias pedras do local, uma casa e um anexo. O arquiteto ao chegar para uma primeira visita de reconhecimento do terreno, teve certeza que essas construções – rústicas e artesanais – deveriam ser preservadas para o novo empreendimento. A antiga residência passou por alterações e expansões, de forma a abrigar a recepção do hotel e o Restaurante Las Piedras – onde são servidos aos hóspedes o café da manhã e o almoço. A edificação preserva as paredes em pedra bruta da fachada original, que foi recoberta com plantas trepadeiras, tornando-a ainda mais camuflada com a paisagem (Figura 21). Figura 21 - Fachada lateral coberta com vegetação Fonte: http://isayweinfeld.com/projects/hotel-fasano-las-piedras-recepcao-e-restaurante-las-piedras/ Já o antigo anexo, originalmente o estúdio do dono, construído no ponto mais alto com vista privilegiada, passou por poucas intervenções para receber o novo uso - o Restaurante Fasano. Internamente foram mantidos todos os elementos pré-existentes: paredes, piso, portas, janelas e forro de madeira (Figura 22). E, na área externa, o salão foi ampliado com um novo deck rebaixado em madeira (Figura 23). Figura 22 - Salão interno do Restaurante Figura 23 - Salão externo do Restaurante Fasano Fasano Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/01- Fonte: www.archdaily.com.br/br/01- 30866/fasano-las-piedras-hotel-isay- 30866/fasano-las-piedras-hotel-isay-weinfeld weinfeld/14-40/ 45 Interligado a edificação que abriga o restaurante foi construída uma área inteiramente nova para a cozinha e as dependências de apoio (Figura 24). Esse volume, erguido em concreto aparente e ligeiramente mais baixo que a construção original de pedra, deixa evidente a edificação nova em relação à pré-existente sem destoar da paisagem rochosa, dada a própria textura do concreto. Figura 24 - Planta do Restaurante Fasano Fonte: www.archdaily.com.br/br/01-30866/fasano-las-piedras-hotel-isay-weinfeld A área de lazer fica situada em um ponto alto do terreno, com vista panorâmica da paisagem. A piscina encontra-se em uma depressão natural de pedras, logo ao lado de um container em aço corten com os vestiários, o bar e o lounge (Figura 25). O aço corten apesar de ser tipicamente de linguagem contemporânea dialoga, devido a sua coloração avermelhada e patinada com o ambiente rústico e natural da região. Figura 25 -Piscina encravada nas pedras e bar em container de aço corten Fonte: http://isayweinfeld.com/projects/hotel-fasano-las-piedras-piscina-e-bar/ 46 Os bangalôs são de duas tipologias, uma com 80 m² (Figura 26) e outra com 120 m² (Figura 27) que possuem: quarto, varanda, banheiro, depósito e abrigo para carro. Em ambas as plantas as peças de sanitário e chuveiro estão situados em cabines individualizadas, dando maior privacidade ao uso. As unidade maiores ainda contam com: uma sala ampla em nível diferente do quarto; e banheiro equipado com duas cubas e banheira de hidromassagem. Embora as unidades tenham grandes aberturas para uma varanda contemplativa, preservou- se a intimidade dos hóspedes orientando as edificações sem que nehuma ficasse no mesmo ângulo visual da outra. Figura 26 - Bangalô 80m² Figura 27 - Bangalô 120m² Fonte: www.laspiedrasfasano.com Fonte: www.laspiedrasfasano.com Apesar das diferenças nas tipologias de bangalôs, a estética externa mantém-se uniforme. A forma como os ambientes foram dispostos em planta juntamente com a laje impermeabilizada resultou em um volume prismático em concreto aparente (Figura 28). Figura 28 - Fachada externa Fonte:http://dalitravel.com.br/blog/hotel- Fonte:https://luxandtravel.wordpress.com/2 fasano-las-piedras-punta-del-este/ 013/04/05/hotel-fasano-las-piedras-punta- del-este/ 47 O nome do hotel “Las Piedras” faz referência às pedras existentes no terreno que, por sua vez, foram utilizadas na base da fundação dos bangalôs. O arquiteto buscou a harmonização da arquitetura com o ambiente natural através das cores e materiais brutos das fachadas; e também por meio dos volumes simples das edificações. Os bangalôs isolados entre si, locados de forma desalinhada expõem essa relação com as pedras espalhadas pelo terreno (Figura 29). Para o arquiteto Isay Weinfeld, os bangalôs estão implantados como ovelhas pelo campo. "São animais que parecem sempre quietos, parados, estáticos. Uma aqui, outra ali. E achei que os bangalôs tinham que ser como as ovelhas" (FLORESTA, 2011, p. 48). Figura 29- Implantação dos bangalôs no terreno Fonte: www.detectahotel.com.br/Hotel/Hotel_Fasano_Punta_del_Este.htm Na sequência estão listados alguns pontos elencados a partir desse estudo que foram relevantes nas definições projetuais: • Implantação isolada das unidades, de modo a melhor aproveitar os desníveis e vistas do terreno; • Respeito pela topografia natural do terreno; • Evitar a construção de grandes prédios ou volumes que interfiram demais na paisagem; • Adoção de duas tipologias de planta para os bangalôs; • Uma estética semelhante nos bangalôs com tipologia de planta diferente; • Aberturas para a paisagem preservando a privacidade dos hóspedes; • Uso de materiais característicos da região; • Priorizar a vista da paisagem em todas as edificações; 48 3.2 HOTEL SPAVENTURA ECOLODGE Ficha técnica Tema: Arquitetura hoteleira Ano de conclusão: 2014 Área do terreno: 295 hectares Implantação no terreno: Edificações isoladas no terreno Localização: Ibiúna/SP O Hotel Spaventura Ecolodge está localizado no município de Ibiúna no alto da Serra de Paranapiacaba com altitudes que variam entre 700 e 960 metros. O empreendimento foi instalado na Fazenda Morros Verdes, em uma área de aproximadamente 295 hectares tendo mais de 80% de Mata Atlântica preservados (Figura 30). Parte dessa área está inserida na APA (Área de Preservação Ambiental) de Itupararanga, local que possui importantes mananciais hídricos que abastecem a Região Sorocabana. Por isso, desde a montagem do projeto até a sua conclusão, todos os aspectos de sua infraestrutura foram pensados para não impactar o meio ambiente. Figura 30 - Implantação geral do resort Fonte: Elaborado pela autora a partir de imagens de (www.gphoteis.com.br/spaventura/) 49 A primeira preocupação com a instalação do hotel na região foi a de evitar a contaminação da água por efluentes, já que nas proximidades se encontram famílias de agricultores orgânicos. Para isso, foi construído um sistema biológico que trata a água com a ajuda de microrganismos e plantas. O hotel tem 38 chalés sendo 30 Chalés Premium, com 44 m² cada, e 8 Chalés Master, que possuem 54 m². Os chalés são palafitas que foram projetados e construídos em Wood frame – tecnologia americana de construção seca, que não usa os tradicionais materiais (cimento, tijolo e água) – para minimizar o impacto no solo, e unir a estética e o conforto às questões de sustentabilidade (Figura 31). Figura 31 - Chalés do Hotel SPaventura Ecolodge Fonte: https://www.booking.com/hotel/br/spaventura-ecolodge.no.html O projeto já foi concebido para a captação e reaproveitamento da água da chuva. Para isso, foram instaladas calhas em todos os telhados dos chalés. A água captada é direcionada para cisternas, que depois passa por um grande filtro de areia e um processo de ozonização que garante a sua potabilidade, e então é bombeada para as caixas d’água. Segundo Alexandre Haberkorn, sócio e um dos diretores do hotel, o custo para a implantação do sistema de captação de água da chuva foi de aproximadamente R$ 5 mil/UH. Sendo as cisternas e o sistema de ozônio os itens mais caros. O hotel utiliza em média 80% da água proveniente do sistema de captação de água, além disso, é mantido um poço semi- artesiano para os meses de estiagem. No tratamento dos efluentes são usados sistemas biológicos e toda a água é devolvida limpa para a natureza. 50 Para a economia de água foram adotadas algumas medidas como chuveiros com baixa vazão, que consomem três vezes menos água e sanitários com descargas econômicas. A área agrícola da fazenda também possui medidas para reduzir a quantidade de água utilizada. Para o cultivo de frutas e hortaliças o solo foi coberto com palha, que mantém a umidade e diminui a evaporação do solo. Além disso, a irrigação é feita preferencialmente por gotejamento. O empreendimento optou pela energia solar por ser uma opção de energia limpa abundante. No terreno foi destinada uma área para a instalação de uma usina de energia solar fotovoltaica com 300 m² de placas que tem capacidade para gerar 5.000 quilowatts/mês, considerado um dos maiores projetos em área privada do estado de São Paulo (Figura 32). Além disso, os chalés contam ainda com placas solares para aquecimento de água. Figura 32 - Usina de geração de energia solar fotovoltaica Fonte:https://www.gphoteis.com.br/spaventura/sustentabilidade-a-essencia-do-spaventura-ecolodge/ Constam a seguir alguns informações desse estudo que direcionaram definições projetuais: • Duas tipologias de planta; • Blocos formados por duas unidades conjugadas; • Captação e reaproveitamento da água da chuva pelas cobertas. • Armazenamento da água pluvial em cistenas e tratamento com filtros de areia e sistema de ozônio; • Uso de equipamentos economizadores de água; • Geração de energia solar fotovoltaica; • Placas solares de aquecimento de água nos bangalôs; • Sistema de irrigação por gotejamento; • Tratamento biológico de efluentes; 51 3.3 VILLAS DA SERRA Ficha técnica Tema: Arquitetura hoteleira Autoria: Viviane Telles Ano de conclusão: 2010 Implantação no terreno: Edificações isoladas no terreno Localização: Serra de São Bento, RN A Pousada Villas da Serra fica localizada no município de Serra de São Bento/RN com altitude de 400 m na região da Borborema Potiguar distante 110 km da capital, Natal. O terreno está situado dentro da Fazenda Floresta, uma propriedade centenária cercada por vegetação típica e por formações rochosas diversas. Há nove anos acontece, no início do mês de agosto, o Festival de Inverno de Serra de São Bento evento que agrega cultura, gastronomia e artesanato com a finalidade de impulsionar o turismo regional. O público é atraído pelas temperaturas mais baixas (devido a altitude), com mínima de 16ºC nos anos de inverno mais rigoroso. Além desse atrativo, a região detém potencial para explorar o ecoturismo e o turismo de aventura. Os visitantes podem optar durante o dia por atividades como: cavalgadas, moutainbike, passeios de quadriciclo, trilhas ou caminhadas pelo agreste potiguar (Figura 33). Figura 33 - Atividades desenvolvidas na região Fonte: http://melevanamala.blogspot.com/2015/08/villas-da-serra-um-lugar-para-onde-fugir.html O empreendimento conta com dois núcleos – a área de lazer e a área de hospedagem (Figura 34). O núcleo de lazer localizado junto da guarita, funciona independente dos chalés da pousada sendo possível contratar apenas a modalidade “Day Use”, na qual se paga por pessoa para permanecer do início da manhã até o fim da tarde usufruindo de toda a estrutura de lazer da pousada, que inclui: bar, salão de jogos e sala de leitura, piscina externa, gazebos, vestiários, brinquedoteca, duas quadras de tênis, quadra de vôlei, quadra de futebol society, quadra poliesportiva, academia e estacionamento. 52 Figura 34 - Estrutura da pousada Fonte: Elaborado pela autora a partir de imagens (Google Eath) e (www.villasdaserra.com.br) Distante aproximadamente 350 m Figura 35 - Chalés e restaurante sobre a rocha da área de lazer encontra-se o núcleo de hospedagem. As edificações foram construídas sobre uma rocha com as varandas voltadas para a paisagem serrana da região (Figura 35). Os nove chalés com 64 m² cada, conta com: banheiro, quarto para até quatro pessoas e varanda. Junto dos chalés há uma edificação com linguagem arquitetônica semelhante que Fonte: www.villasdaserra.com.br abriga a recepção e o restaurante, também, com varanda contemplativa. Os chalés foram implantados no terreno alinhados, lado a lado. Dessa forma, cada varanda fica fora do ângulo visual da outra, o que privilegia a privacidade dos hóspedes e a visualização desobstruída da paisagem. Como a topografia do terreno não foi alterada, parte da edificação fica sobre pilares que se adequam ao declive natural. As varandas projetam-se sobre a encosta apoiadas em mão-francesas de madeira com piso em vidro laminado incolor. A transparência do piso aumenta a sensação de integração do hóspede com o meio natural (Figura 36) 53 Figura 36 - Varanda do quarto com piso de vidro Fonte: Acervo Pessoal Os materiais adotados na construção garantem à pousada o aspecto acolhedor e rústico que a aproxima da natureza do entorno. A madeira foi aplicada de diversas maneiras. No quarto a vemos empregada no assoalho, escolha adequada para região com temperaturas mais amenas; no forro de lambri acompanhando a inclinação do telhado; e no mobiliário rústico (Figura 37). Já na varanda, a madeira está na estrutura em balanço do piso, no guarda- corpo e na divisória lateral ripada para o bloqueio visual entre as varandas dos quartos. Outros materiais que garantem a rusticidade das edificações são: as aplicações de cimento queimado no piso do restaurante (Figura 38) e nas paredes internas dos banheiros (Figura 39); e as pedras irregulares encaixadas nas fachadas dos chalés (Figura 40). Figura 37 - Piso e forro madeira do chalé Figura 38 - Piso de cimento queimado no Restaurante Fonte: www.villasdaserra.com.br Fonte: www.villasdaserra.com.br 54 Figura 39 - Paredes do banheiro em cimento queimado Figura 40 - Paredes laterais dos chalés em pedras irregulares Fonte: www.villasdaserra.com.br Fonte: Acervo Pessoal A pousada adota algumas medidas sustentáveis, tais como: torneiras com temporizador e sanitário com controle de fluxo de descarga, placas solares para aquecimento de água, preservação da mata local, coleta seletiva dos resíduos sólidos e tratamento biológico dos efluentes antes de serem despejados no açude do terreno. A seguir constam alguns aspectos desse estudo direto que foram considerados nas definições projetuais: • Locação das edificações em contato com a rocha; • Priorizar a vista da paisagem em todas as edificações; • Afastamento dos chalés em relação a área de lazer; • Placas solares para aquecimento de água. • Uso de equipamentos economizadores de água. • Tratamento biológico dos efluentes; • Coleta seletiva dos resíduos sólidos; 3.4 LA CABAÑITA Ficha técnica Tema: Arquitetura residencial Autoria: Paz Arquitectura Ano de conclusão: 2018 Área do terreno: 415m² Implantação no terreno: Edificações isoladas no terreno Localização: Próximo a Cidade da Guatemala, Guatemala 55 Esse estudo se relaciona com o projeto desenvolvido devido aos aspectos formais e aos materiais aplicados. "La Cabañita" é um projeto que busca a integração com seu entorno natural, em meio a um bosque montanhoso nos arredores da Cidade da Guatemala, através de uma arquitetura que procura suprimir os limites entre o interior e o exterior. Originalmente, o projeto consistia em uma pequena cabana em estrutura metálica, construída em 1985, que contava com uma plataforma em balanço, área social, cozinha e um pequeno dormitório no pavimento superior. Mais de trinta anos depois, o escritório Paz Arquitectura foi contratado para fazer uma ampliação que incorporasse novos espaços de convívio e áreas íntimas. Os arquitetos procuraram respeitar ao máximo o projeto original, conservando o valor e o sentido dos seus espaços. A ampliação deveria acolher um novo espaço de uso comum e mais um dormitório, os quais foram implantados em dois novos módulos independentes situados em cada um dos lados da cabana existente. Em analogia a edificação existente o telhado dos novos módulos tem o mesmo ângulo da cabana original, mas no sentido inverso, valorizando o projeto original, imprimindo aos novos módulos uma nova identidade inspirada no objeto arquitetônico pré-existente (Figura 41). Figura 41 – Relação da inclinação dos telhados com a cabana original Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/901750/la-cabanita-paz-arquitectura Para manter o declive na encosta da montanha parte da casa e deck ficaram estruturados sobre uma armação de metal triangular de secção “I”, o que faz com que a casa pareça estar flutuando em meio a paisagem natural (Figura 42). 56 Figura 42 - Implantação sobre declive do terreno Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/901750/la-cabanita-paz-arquitectura A cobertura “borboleta” feita em estrutura metálica e telha plana (na cor grafite) tem formato assimétrico com duas grandes águas inclinadas no sentido de uma única calha metálica central (Figura 43). A face inferior da cobertura, mais exposta devido a forma de inclinação, foi revestida com lambri de madeira (Figura 44). Os beirais profundos criam regiões protegidas ao redor da casa. E, as vidraças altas situadas logo abaixo da cobertura permitem a entrada de mais luz natural nos ambientes internos. Figura 43 - Telhado borboleta Figura 44 - Grande beiral em balanço com forro de madeira Fonte:https://www.archdaily.com.br/br/901750/la Fonte:https://www.archdaily.com.br/br/901 -cabanita-paz-arquitectura 750/la-cabanita-paz-arquitectura Aspectos observados nesse estudo que serviram de referência para o projeto desenvolvido: • Declive natural do terreno mantido; • Parte da construção projetada sobre estrutura em balaço; • Telhado borboleta assimétrico com calha central única; • Lambri de madeira ocultando face inferior da cobertura metálica; • Grandes beirais em estrutura metálica com telha metálica. 57 3.5 BROCK ENVIRONMENTAL CENTER Ficha técnica Tema: Centro de Educação Ambiental Autoria: SmithGroup Ano de conclusão: 2015 Área do projeto: 977,15m² Implantação no terreno: Edificações isoladas no terreno Localização: Virginia Beach, Virginia, Estados Unidos O edifício do centro de educação ambiental da Fundação Chesapeake Bay reflete os valores da instituição. O Brock Environmental Center tem certificação (Figura 45) LEDD Platinum e Living Building Challenge, e é o primeiro edifício comercial dos Estados Unidos com licença para capturar e tratar a chuva para fins potável. O maior desafio do projeto foi desenvolver uma estação de tratamento de água potável adaptada para um prédio pequeno, atendendo os padrões regulamentados, e que conseguisse ser mantido diariamente por um operador interno. Figura 45 - Brock Environmental Center Fonte: https://www.wbdg.org/additional-resources/case-studies/brock-environmental-center O centro não depende da infraestrutura municipal de abastecimento de água, toda a demanda é gerenciada no local através do armazenamento de água pluvial. A água escoada pelos dois telhados metálicos é captada e conduzida para duas cisternas de 1650 galões5, que supre de 5-6 semanas de estiagem. A água da chuva é tratada através de um processo de filtração (por quatro filtros de toras) e desinfecção (ozônio, UV e cloro), para só depois ser fornecida em todos os pontos de água do centro (Figura 46). 5 O galão é uma unidade de medida norte-americana que equivale a cerca de 3.785 litros. 58 Figura 46 - Processo de tratamento da água da chuva Fonte: Adaptado pela autora através da imagem de (https://living-future.org/wp- content/uploads/2016/10/Chesapeake_Bay_Foundation_Water_Case_Study.pdf) O excesso de água dos telhados é desviado para os jardins. Toda a área externa a edificação é permeável, com jardins de chuva6, valas de tratamento do escoamento e pavimento que permite a infiltração. No paisagismo, optou-se por espécies nativas que não requer irrigação permanente dada a constantes chuvas da região. O edifício possui vários sistemas para economia de água, como banheiros de compostagem; sanitários, torneira e chuveiro de baixo fluxo. Os banheiros de compostagem além de reduzir a demanda de água, tratam os resíduos. O composto sólido é usado no paisagismo local, enquanto o lixiviado é armazenado e enviado para um reator para ser convertido em fertilizante orgânico. A água cinzenta das pias e chuveiros é canalizada para um jardim de chuva de águas cinzas que trata a água, permitindo que ela se infiltre no lençol freático. Informações desse estudo nortearam algumas definições projetuais: • Captação e reaproveitamento da água da chuva pelas cobertas. • Armazenamento em cistenas para período de estiagem; • Tratamento da água da chuva para uso potável; • Uso de equipamentos economizadores de água; • Tratamento de águas cinzas; • Uso de espécies vegetais nativas no paisagismo; 6 O Jardim de chuva (Rain garden) é um sistema de biorretenção para o manejo das águas pluviais urbanas. 59 3.6 CONSIDERAÇÕES SOBRE OS ESTUDOS DE PRECEDENTES Os cinco projetos escolhidos como referência apresentam algumas características comuns, além da similaridade do tema, arquitetura hoteleira, em três dos estudos, todos adotam algum critério de sustentabilidade, quer seja na forma de implantação da edificação no terreno, no uso de materiais, no tratamento da água e efluentes; ou pequenas soluções como uso de equipamentos economizadores de água. A Figura 47 sintetiza as principais características de cada projeto. Figura 47 - Quadro síntese dos estudos de precentes Brock Hotel Las Hotel Spaventure Pousada Villas La Environmental Piedras Ecolodge da Serra Cabañita Center Cidade da Virginia , Estados Localização Punta del Este, Serra de São Ibiúna/SP Guatemala, unidos Geográfica Uruguai Bento, RN Guatemala Implantação Isolada Isolada Isolada Isolada Isolada Tipo de - Inclinado Inclinado Inclinado Inclinado terreno - Temático, - Formal/ - Temático; - Programático estético; - Programático; - Temático; - Partido; - Partido; - Sistemas Enfoque - Materiais; - Sistemas -Funcionalidade - Materiais; construtivos - Sistemas construtivos - Materiais; - Sistemas construtivos; - Sistemas construtivos construtivos Estudo Indireto Indireto Direto Indireto Indireto Telha Pedra, Pedra, madeira, metálica, Telha metálica e Materias madeira, Madeira telha cerâmica, estrutura estrutura empregados concreto, aço cimento queimado metálica e metálica corten madeira - Sistema biológico - Uso de de tratamento de - Captação e pedras da efluentes; - Respeito -Sistema biológico tratamento de região; - Captação e pela que trata a água de água da chuva; - Respeito pela reaproveitamento da topografia efluentes; - Sistema de topgrafia água da chuva. natural do - Placas solares tratamento de natural do - Tratamento da terreno, Soluções para aquecimento efluentes; terreno, água pluvial; sustentáveis de água. - Tratamento de - Caminhos - Equipamentos - Preserva- - Uso de água cinza; sem economizadores de ção de equipamentos - Equipamentos pavimentação; água; edificações economizadores de economizadores - Preservação - Geração de energia pré- água. de água; de edificações solar fotovoltaica; existentes pré-existentes - Aquecimento solar de água; - Piso dos bangalôs em - Uso de beirais madeira (baixa nas edificações; condutividade - Uso da madeira, térmica) material de baixa - Piso do quarto em - Grandes - Grande Recursos adequado no condutividade madeira (baixa telhados beirais; arquitetônicos inverno; térmica; condutividade inclinados; - Parede térmica) adequado externa dos para os meses bangalôs mais frios; espessa, maior massa térmica Fonte: Adaptado pela autora 2019 60 4. CONDICIONANTES PROJETUAIS Neste capítulo estão expostas as informações referentes ao local de intervenção tanto na perspectiva macro, quanto nos aspectos do terreno propriamente ditos. Tendo como enfoque a caracterização do local quanto as questões físicas e ambientais que norteiam o entendimento das estratégias bioclimáticas. Bem como, as prescrições legais que envolvem o local e o tipo de projeto. Para, por fim, abordar o programa arquitetônico e o pré- dimensionamento do projeto. 4.1 ÁREA DE INTERVENÇÃO O trabalho foi desenvolvido no município de Patu/RN, que se formou às margens da Serra do Lima, localizada na região do Oeste Potiguar, na microrregião serrana (Figura 48). A cidade está a uma distância rodoviária de 310 km da capital (Natal) e a 125 km de Mossoró, por estradas asfaltadas. Segundo dados do IBGE (2010), possui uma área de 319,12 km² e uma população de 11.964 habitantes. Figura 48 - Localização de Patu/RN e vista da cidade com a Serra Fonte: (http://blogtiagogomes.blogspot.com/p/blog-page_19.html) adaptado pela autora, 2019 O estudo, por sua vez, terá seu enfoque específico em um terreno escolhido próximo ao Santuário de Nossa Senhora dos Impossíveis ou Santuário do Lima, como é mais conhecido. O santuário, construído no meio da Serra do Lima a uma altitude de 430 m, encontra-se distante 6 km da cidade de Patu. Segundo os dados guardados pela diocese e transcritos nos painéis ao lado da igreja, a história do santuário começou em 1758 e seguiu a seguinte cronologia:  29 de janeiro de 1758 - O Cel. Antônio de Lima faz escritura de doação de meia légua de terra com capela existente em honra de Nossa Senhora dos Impossíveis, erguida na Serra de Patu que ficou conhecida como “Serra do Lima”; 61  22 de junho de 1923 - Convênio celebrado entre a Diocese de Natal e o Superior Geral dos Missionários da Sagrada Família para a construção da Estrada, Casa dos Romeiros e um novo santuário (Figura 49);  12 de junho de 1948 - Início da construção da barragem, da estrada e da praça;  20 de maio de 1954 - Término dos serviços;  17 de setembro de 1966 - Inauguração da estrada definitiva ao Lima;  20 de janeiro de 1967 - Início da construção do novo santuário sob administração do Padre Henrique Splitz e do arquiteto Alberto Reithler (Figura 50);  1º de janeiro de 1969 - Inauguração do novo Santuário de Nossa Senhora dos Impossíveis (Figura 51). Figura 49 - Antiga igreja antes da construção do Figura 50 - Construção do Santuário do Lima santuário Fonte:https://papjerimum.blogspot.com/ Fonte:www.santuariodolima.com.br search?q=patu /p/historia.html Figura 51 - Zoneamento geral do santuário Fonte: (https://vaconferir.com.br/santuario-de-nossa-senhora-dos-impossiveis/) e (http://blogtiagogomes.blogspot.com/p/blog-page_19.html) adaptado pela autora, 2019 62 A principal edificação do santuário é o templo, constituído por duas igrejas, sendo uma térrea, circular, com pia batismal, altar em granito trabalhado e piso de mármore. A outra no segundo pavimento, cônica, com boa acústica e iluminação natural indireta. A construção fica voltada para uma praça, onde são celebradas as missas campais em dias de grandes romarias (Figura 52), sendo as principais: a Romaria dos Vaqueiros (março), a Romaria da Juventude (outubro), a Festa de Nossa Senhora dos Impossíveis (novembro) e a Romaria de Ano Novo (dezembro). Figura 52 - 1ª Vista externa, 2ª Igreja térrea e 3ª Igreja segundo pavimento Fonte: Acervo pessoal, 2019 O santuário é citado por Câmara Cascudo (1984, p.34): "(...) Nossa Senhora dos Impossíveis é uma das devoções mais antigas e poderosas no sertão. Incontáveis romarias atravessam a serra para levar os tributos da Fé ao ‘vulto’ ingênuo da Santa". Em 1973, quatro anos após a inauguração, o jornal Diário de Natal publicou um texto sobre o Santuário do Lima como espaço que atraía romeiros e turistas, ressaltando os milagres da santa e as belezas da serra. Em matéria de turismo, ou de romaria – em particular – o Rio Grande do Norte tem a apresentar mais um ponto quente: a Serra do Lima e seu Santuário, e agora também com seu moderno hotel. Além dos milagres de Nossa Senhora dos Impossíveis, existe um clima sadio, e a bela e repousante paisagem do município de Patu. (DIÁRIO DE NATAL, 1973, p. 2 apud SANTOS, 2018.) O texto acima, escrito quase cinco décadas atrás, aponta três atrativos que levaram a querer projetar na serra: o clima, a paisagem natural e o potencial turístico sendo na época apenas religioso, hoje intensificado pelas atividades de ecoturismo e de aventura. O turismo de aventura no município vem ganhando destaque, na última década, devido a prática do voo livre saindo da rampa do alto da Serra do Lima. Esse esporte tornou a cidade conhecida mundialmente pela quebra de recordes mundiais nos voos de parapente. O 63 município tem uma das melhores condições de voo, atraindo pilotos de todo o mundo. Em virtude da relevância da região, a cidade foi eleita capital potiguar do voo livre pela LEI Nº 10.257 estadual, de 13 de outubro de 2017. Figura 53 - Prática de voo livre na Serra do Lima (outubro 2018) Fonte: Acervo pessoal Com relação ao turismo ecológico, a Serra do Lima com aproximadamente 8 km e 700 metros de altitude, oferece muitas possibilidades de trilhas ecológicas, desde o pico do Pelado, passando pelo Cruzeiro de São Sebastião (Figura 54), erguido em 1938, pelo morro de Santo Agostinho, até chegar às piscinas naturais (Figura 55) que se formam no período chuvoso com 40 metros de extensão. Figura 54 - Cruzeiro de São Sebastião Figura 55 - Piscinas naturais Fonte: https://patu.rn.gov.br/patu-turismo/ Fonte: https://patu.rn.gov.br/patu-turismo/ A atividade de escalada, que surgiu por volta de 2014/2015, vem ganhando força nos últimos anos. Em 2017, foi realizada a ATM (Abertura de Temporada de Montanhismo), evento que teve por objetivo aumentar o turismo de aventura na região e difundir a prática desse 64 esporte, assim como a cultura do montanhismo. Durante o evento foram abertas 20 novas vias de escaladas, dentre as quais a denominada Morada dos Deuses com 720 metros, a maior via de escalada do Nordeste. No ano de 2018, a cidade sediou a 17º edição do EENe (Encontro de Escaladores do Nordeste) com mais de 200 participantes (Figura 56). Figura 56 - Escaladores no EENe na Serra do Lima Fonte: Instagram EENe oficial Para ter acesso a essas potencialidades da serra, percorre-se aproximadamente 5km da Antiga Estação Ferroviária (na entrada da cidade de Patu) até o Santuário do Lima. Todo o caminho possui iluminação pública, asfalto ou pavimento. Ao cruzar o pórtico existente na base da serra (Figura 57), tem-se de um lado uma calçada larga com corrimão (os peregrinos costumam subir a pé em procissão) e do outro uma via mão e contra-mão para veículos. Essa estrada que passa pelo santuário estende-se até a barragem. A partir desse ponto a estrada continua sem pavimentação seguindo com bifurcações para o Pelado, o Cruzeiro e a Rampa de voo livre. Figura 57 - Pórtico na subida da serra Fonte: Google maps Apesar da Serra do Lima ter ganhado destaque devido às potencialidades paisagísticas e turísticas, não existe nenhum equipamento estruturado que possibilite a maior 65 permanência sobre a serra e que dê suporte de hospedagem aos turistas que buscam os atrativos: religioso, ecológico e de aventura. Os atletas de voo livre costumam dormir nas pousadas do município de Patu ou das cidades vizinhas, mas logo cedo partem para a serra a fim de aproveitar as primeiras horas do dia, quando as térmicas estão mais favoráveis para a quebra de recordes de voos com longas distâncias. Os escaladores ao anoitecer acampam na serra ou voltam para a cidade para pernoitar. Nos dias de romaria, os devotos vão em carro de particulares ou em grupos de excursões para as missas e ao final retornam para as suas cidades. Já os grupos de trilheiros voltam logo depois da trilha para seus locais de origem. A falta de apoio acaba sendo um empecilho para o público visitante se delongar por mais tempo na serra. Vendo essa lacuna, o projeto de uma pousada com área de hospedagem, restaurante e espaço de lazer, ajudaria a promover a região na medida em que: atende o público que frequenta a serra, impulsiona o turismo regional e supre a carência de espaços de lazer e eventos na região e ajuda na geração de empregos diretos e indiretos através de passeios realizados por guias locais e instrutores de voo. Sabendo dessa necessidade, Figura 58 - Imagem aérea do entorno do terreno buscou-se um terreno com dimensão suficiente para comportar o programa de necessidade, facilidade de acesso e vista privilegiada para a paisagem da região. Considerando essas prioridades o terreno destacado na Figura 58 mostrou-se o mais adequado por ter acesso pavimentado, ser próximo do santuário, estar localizado em uma área aberta, que não restringe a elaboração do projeto. Os limites do terreno foram definidos, de um lado, pela estrada de Fonte:www.webcitation.org/6AES93JcA?url=http: /www.patu.rn.gov.br/patu-turistico acesso, e do outro, pelo fim do lajedo onde se acentua o declive da encosta. O terreno, situado à 450 m de altitude (no ponto mais alto), possui uma área de aproximadamente 4 hectares (38.039,29 m²), com até 30 metros de declive (Figura 59). A infraestrutura disponível no terreno é básica, acesso pavimentado, servido por energia elétrica, não possui saneamento para água, nem abastecimento público de água potável, por isso, esses itens serão considerados na elaboração do projeto. No entanto, está situado na 66 frente de uma barragem com capacidade para abastecer por longo período o santuário sobre a serra. Figura 59 - Localização do terreno Fonte: Elaborado pela autora com base Google Maps 4.2 CONDICIONANTES AMBIENTAIS Os condicionantes ambientais, segundo Romero (2001), são fatores e elementos do clima, inerentes ao local de implantação do projeto, que atuam em conjunto. Dentre os quais estão os fatores climáticos globais que condicionam, determinam e dão origem ao clima nos seus aspectos mais gerais, tais como: a radiação solar, a latitude, a longitude, a altitude, os ventos e as massas de água e terra. Além disso, existem os fatores climáticos locais que condicionam, determinam e dão origem ao microclima, como: a topografia, a vegetação e a superfície do solo natural ou construído. Por fim, os elementos climáticos que representam os valores da temperatura e da umidade do ar, chuvas e dos movimentos do ar para cada tipo de clima. 67 De acordo com o levantamento planialtimétrico, o terreno está localizado na coordenada 6°08'S 37°38'W, em uma altitude que varia de 420 a 450 m acima do nível do mar. O município registra umidade relativa média anual de 66% e temperatura média de 26ºC (não existe dados específicos da serra), sendo o segundo quadrimestre os meses com temperaturas mais baixas (Figura 60). Figura 60 - Média de temperaturas mensais de Patu/RN (anos 1982 - 2012) Fonte: https://pt.climate-data.org/america-do-sul/brasil/rio-grande-do-norte/patu-42615/ Romero (2001), ressalta que a altitude é um dos fatores que mais influencia a temperatura, à medida que se aumenta a altura, o ar passa a apresentar menos partículas que absorvem e difundem a radiação. A variação em termômetro é de aproximadamente 1º C para cada 200 m de altura. Sabendo dessa influência, durante visita de campo nos dias 27, 28 e 29 de maio de 2019 foram feitos registros de dados de temperatura e umidade do ar através de um termo higrômetro, o HOBO UX100-003, tanto na cidade de Patu (a 249 m de altitude) quanto na serra (os pontos de medição variaram entre 450 a 550 m de altitude). A fim de vivenciar a variação da sensação térmica entre a cidade de Patu e a serra; e de obter dados de temperatura noturna, optou-se por pernoitar na serra em uma residência (com parede de tijolo de adobe e telhado cerâmico) em altitude de 550m. Antes mesmo de verificar os valores registrados pelo aparelho, pôde-se atestar a sensação de desconforto ao frio, durante a noite e o início da manhã, mesmo estando agasalhada. A Tabela 5 contém os principais dados obtidos pelo registro do aparelho em determinados momentos. Tabela 5 - Quadro com informações das medições em Patu/RN DIA HORA LOCAL DE MEDIÇÃO TEMPERATURA UMIDADE Ambiente interno a uma casa na cidade de 32,5º C 27/05/19 16:30h 41% Patu (máxima) 27/05/19 16:50h No terreno do estudo acima da serra (450m) 30ºC 48% 27/05/19 17:05h Na frente da barragem, próximo ao terreno 27,2 ºC 64% 28/05/19 7:50h Interno a uma casa na cidade de Patu 27,5ºC 63% Ambiente interno a uma casa na cidade de 28/05/19 8:20h 25,9ºC 69% Patu próximo à janela ventilada e sombreada Ambiente interno a uma casa na cidade de 31ºC 28/05/19 16:50h 56% Patu (máxima) Varanda da casa sobre a serra, sombreada e 28/05/19 17:30h 28ºC 68% ventilada (550m) Varanda da casa sobre a serra, sombreada e 20, 9ºC 29/05/19 5:30h 92% ventilada (550m) (mínima) Fonte: Elaborado pela autora, 2019 68 Com base nas informações descritas acima, vemos uma diferença de 2 a 3º C entre os pontos medidos na cidade de Patu e os pontos de medição na serra. As maiores diferenças observadas foram na temperatura junto da barragem, o vento que passa sobre a massa de água registrou quase 3º C a menos do que o ponto fora dessa corrente de ar. Uma situação parecida foi observada na cidade, o aparelho marcava 27,5º C; quando foi colocado junto a uma janela sombreada e ventilada, a temperatura passou a ser de 25,9º C. A partir desses dados podemos observar a influência da altitude, da ventilação e da massa de água na temperatura. Figura 61 - Direção dos ventos predominantes Fonte: Alterado pela autora (DINIZ,2015) Ao analisar o mapa da Figura 61 é possível constatar que o sentido predominante da ventilação na região é o sudeste, o qual foi comprovado através de uma biruta instalada na região da rampa de partida dos voos de parapente e também por meio de um fita plástica durante a visita ao terreno. De acordo com Melo (2018), pela classificação climática de Köppen-Geiger, o município se enquadra em clima tropical com estação seca. Sendo o período de maior precipitação pluviométrica o primeiro quadrimestre, que se estende de janeiro a abril; e o período mais seco do ano, entre os meses de agosto e novembro. Com base nos gráficos de Melo (2018), gerados com base nos dados pluviométricos de 1999 a 2016, os meses de março e abril foram registrados como os mais chuvosos e o de setembro o mais seco (Figura 62). As maiores precipitações pluviométricas em dias com chuva foram verificadas nos anos de 69 2008 e 2009, com valores bem acima da média histórica para a localidade, que é de 857,0 mm (Figura 63). Esses dados, juntamente com as informações disponíveis no site da EMPARN, são importantes para o dimensionamento dos reservatórios de armazenamento de água da chuva captada pelos telhados, já que não existem base meteorológica na serra. Figura 62 - Precipitação pluviométrica e número de dias com chuva por mês (ano 1999 a 2016) Fonte: (MELO, 2018) Figura 63 - Precipitação pluviométrica e número de dias com chuva por ano (ano 1999 a 2016) Fonte: (MELO, 2018) 4.3 ESTRATÉGIAS BIOCLIMÁTICAS Recorreu-se a análise bioclimática com o objetivo de contextualizar o projeto arquitetônico ao clima do lugar. Esse tipo de análise segue uma sequência lógica, começando pela identificação de quanto o clima proporciona aos usuários: conforto térmico, desconforto ao calor e desconforto ao frio. Para em seguida, relacionar cada situação com estratégias bioclimáticas específicas, sabendo que, em condição de conforto, pode-se trazer o clima externo para o interior do ambiente. Já, para casos em que se observa leve desconforto ao calor ou ao frio, a arquitetura, por meio de recursos passivos, pode aquecer ou resfriar o 70 ambiente. E, em situações extremas, de muito desconforto ao calor e ao frio, necessita-se o isolamento do ambiente construído em relação ao clima. Com a finalidade de se fazer uma análise bioclimática utilizou-se o software Climate Consultant (2016), que gera uma carta psicrométrica de conforto dos usuários a partir dos dados climáticos da cidade. Como não existe nenhuma cidade serrana potiguar com informações cadastradas no programa, utilizou-se como base - dada a sua similaridade geográfica - a cidade serrana de Areia/PB, situada no topo da Serra da Borborema, a 618 metros de altitude. Conforme Romero (2001), citado anteriormente, há uma variação de aproximadamente 1º C na temperatura para a cada 200 m de altitude. Como o local de intervenção está situado 200m abaixo da cota de nível da cidade de Areia, conclui-se que os dados reais do terreno tenderiam a se deslocar para a direita do mapa com temperaturas por volta de 1ºC mais elevadas. Optou-se dentre os recursos do software pelo modelo adaptativo, que apresenta a zona correspondente ao conforto térmico. Nesse modelo é possível selecionar os períodos de análise, por meses e horas, e posteriormente relacionar com as estratégias bioclimáticas. Cada ponto marcado na carta representa uma hora do ano, sendo que os verdes correspondem aos horários de conforto térmico do usuário e os pontos vermelhos ao de desconforto. Para o lugar em estudo obteve-se as seguintes informações: 31% de horas com conforto e 69% com desconforto (Figura 64). Figura 64 - Zona de conforto térmico pelo critério de conforto adaptativo. Fonte: Elaborado pela autora através do software Climate Consultant (2016) Na avaliação do conforto térmico no período de maior permanência no quarto da pousada (20h às 8h), constou-se que em apenas 4% do tempo os usuários estão em situação de conforto, e em 96% estão com desconforto devido ao frio (Figura 65). Enquanto que, no intervalo das 10 às 17h, período de maior uso dos equipamentos da área de lazer, o conforto 71 está presente em 67% das horas e o desconforto em 33%. Parte dessas horas em virtude da sensação de frio e em outras horas em função do calor (Figura 66). Figura 65 - Simulação para horário de maior Figura 66 - Simulação para horário de maior permanência no quarto (20h às 8h) permanência na área de lazer (10h às 17h) Fonte: Elaborado pela autora através do Fonte: Elaborado pela autora através do software software Climate Consultant (2016) Climate Consultant (2016) As pessoas que utilizam a área de lazer sentem-se confortáveis termicamente na maior parte das horas. Para que isso realmente aconteça, são necessários alguns cuidados com o ambiente construído. Nessa situação pode-se trazer o clima externo para dentro do ambiente, através da renovação de ar passiva utilizando aberturas em diferentes fachadas. Deve-se evitar aquecer o ambiente por meio das seguintes estratégias: sombrear as aberturas e as paredes, e utilizar cobertas com baixa absortância, ático ventilado, baixo fator de calor solar. Para a área dos quartos o desconforto ao frio é hegemônico, sendo recomendado o maior controle do clima externo, através da contenção do movimento de ar próximo aos ocupantes e do uso de massa térmica com aquecimento solar nas paredes externas. Apesar da ocupação predominante durante o período da noite e do início da manhã, o quarto deve ser adaptado de modo a ser confortável nas demais horas do ano, que apresentam conforto térmico e leve desconforto ao calor. Para a análise do clima serrano, Pacheco (2016) também considerou como parâmetro a cidade de Areia/PB. Após as conclusões das simulações o seu estudo chegou a uma combinação de estratégias que resultou no conforto em 100% das horas para as tipologias analisadas. A melhor combinação foi usando vedação com massa térmica pesada com FCS baixo, ausência de ventilação natural, mas com presença de sombreamento nas aberturas. Através das estratégias bioclimáticas identificadas para a região através dos estudos de Pacheco (2016) e das análises no Climate Consultant (2016) foi gerada a Tabela 6 com as respectivas estratégias arquitetônicas: 72 Tabela 6 - Relação das estratégias bioclimáticas e os recursos arquitetônicos ESTRATÉGIA BIOCLIMÁTICA RECURSO ARQUITETÔNICO Aberturas com regulagens para evitar Tabicões e venezianas móveis velocidades de ar interna indesejáveis Renovação de ar passiva Aberturas em fachadas diferentes Sombreamento das aberturas Varandas, grandes beirais e marquises Cobertura de telha sanduíche de EPS. Cobertas com ático ventilado, baixo fator de Cobertura elevada que permita a entrada de calor solar vento sobre a telha. Paredes com massa térmica e baixo fator de Parede mais espessa com materiais de baixa calor solar transmitância Fonte: Elaborado pela autora (2019) 4.4 ASPECTOS LEGAIS O município de Patu não dispõe de Código de Obras e Plano Diretor próprios. Os projetos quando apresentados para licenciamento devem observar a Legislação Federal e Estadual, que serão descritas a seguir  Lei nº 12.727 - Código Florestal O Código Florestal Brasileiro criado pela Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965 e alterado pela Lei nº 12.727, de 17 de outubro de 2012 estabelece normas gerais sobre a proteção da vegetação, áreas de preservação permanente e as áreas de reserva legal. O artigo 4º estabelece as áreas consideradas de preservação permanente, em zonas rurais ou urbanas, na Tabela 7 foram compilados os trechos da lei que tem relação com a área de estudo: Figura 67 - Vista aérea do terreno, da barragem e Figura 68 - Vista do lajedo e parte da do santuário vegetação existente no terreno Fonte:http://patunoticia.blogspot.com/2011/02/patu- Fonte: Acervo pessoal da autora, 2019 cidade-turistica.html 73 Figura 69 - Vista do lajedo Figura 70 - Vista da barragem Fonte: Acervo pessoal da autora, 2019 Fonte: Acervo pessoal da autora, 2019 Tabela 7 - Trecho da Lei nº 12.727 e a situação atual do terreno LEI nº 12.727 SITUAÇÃO DO TERRENO Art 4º, inciso V, diz: “as encostas ou partes destas com declividade superior a 45°, O terreno possui inclinação média de 17º com equivalente a 100% (cem por cento) na linha de trecho com 21º onde as curvas de nível estão maior declive;” mais próximas. Art 4º, inciso IX, diz: “no topo de morros, montes, montanhas e serras, com altura mínima de 100 (cem) metros e inclinação média maior A serra tem 699m de altitude e a base 249m, a que 25°, as áreas delimitadas a partir da curva altura da serra é de 450m. A área delimitada a de nível correspondente a 2/3 (dois terços) da partir da curva de nível 550m equivale a área de altura mínima da elevação sempre em relação à preservação permanente. A área em estudo base, sendo esta definida pelo plano horizontal encontra-se na curva de nível 450m. determinado por planície ou espelho d’água adjacente ou, nos relevos ondulados, pela cota do ponto de sela mais próximo da elevação;” Art 4º, § 4º, diz: “Nas acumulações naturais ou A barragem do Lima próxima ao terreno tem artificiais de água com superfície inferior a 1 aproximadamente 5.500m², logo fica (um) hectare, fica dispensada a reserva da faixa dispensada a faixa de proteção, mesmo assim de proteção prevista nos incisos II e III do caput, as edificações do projeto estão a um distância vedada nova supressão de áreas de vegetação de 50m em relação à barragem (Figura 70). A nativa, salvo autorização do órgão ambiental construção da barragem é de 64 anos antes competente do Sistema Nacional do Meio dessa lei. Ambiente - Sisnama.” Art. 6º. Consideram-se, ainda, de preservação Formação Vegetal da região é do tipo caatinga permanente, quando declaradas de interesse hiperxerófila, vegetação de caráter mais seco, social por ato do Chefe do Poder Executivo, as com cactáceas e plantas de porte mais baixo e áreas cobertas com florestas ou outras formas espalhadas (Figura 68). O relevo é Suíte de vegetação destinadas a uma ou mais das calcialcalina de médio a alto potássio Itaporanga seguintes finalidades: (cm): granito e granodiorito porfirítico associado I - conter a erosão do solo e mitigar riscos de a diori to (58 8 Ma U-Pb) (CPRM, 2005). Não enchentes e deslizamentos de terra e de rocha; existe na área rochas soltas passíveis de II - proteger as restingas ou veredas; deslizamento. Grande parte do terreno tem a III - proteger várzeas; própria rocha exposta (Figura 69) e outra parte IV - abrigar exemplares da fauna ou da flora possui uma pequena cobertura vegetal sobre ameaçados de extinção; rocha com inclinação média de apenas 6º. Fonte: Elaborado pela autora com base na LEI nº 12.727 74  Lei nº 10.741/2003 - Estatuto do Idoso A Lei 10.741/2003 que dispõe sobre o Estatuto do Idoso foi elaborada com a finalidade de regular os direitos às pessoas com idade igual ou superior a 60 anos. O artigo 41 estabelece a reserva para idosos de 5% das vagas nos estacionamentos públicos e privados. Indica-se que essas vagas estejam posicionadas de forma a garantir a melhor comodidade de acesso a edificação. O CONTRAN Nº 303/2008 dispõe sobre o padrão de sinalização vertical e horizontal (pintada no piso) das vagas regulamentadas para estacionamento exclusivo de veículos utilizados por idosos.  Lei nº 13.146/2015 - Estatuto da Pessoa com Deficiência A Lei nº 13.146/2015, instituiu o Estatuto da Pessoa com Deficiência responsável por assegurar e promover, em condições de igualdade, os direitos e liberdades fundamentais das pessoas com deficiências. Exige-se a reserva nos estacionamentos de uso público ou privado de no mínimo de 2% do total de vagas, garantindo, no mínimo, 1 vaga, para veículos que transportem pessoa com deficiência ou com dificuldade de mobilidade. Essas vagas devem ser próximas aos acessos de circulação de pedestres, com as devidas sinalizações de identificação.  Decreto nº 9.296 O Decreto nº 9.296/2018 que regulamenta o art. 45 da Lei nº 13.146 estabelece a obrigatoriedade de todos os projetos arquitetônicos de hotéis, pousadas e estruturas similares atenderem aos princípios do desenho universal e ter como referência as normas técnicas da ABNT. O artigo 1º, § 2º determina que todas as áreas comuns e áreas de livre acesso aos hóspedes deverão atender as normas aplicáveis. O artigo 2º completa que os estabelecimentos deverão disponibilizar 5% dos dormitórios, sendo o mínimo um, com características construtivas e recursos de acessibilidade. Observando ainda que estes dormitórios não poderão estar isolados dos demais. A seguir estão listadas as principais características construtivas cabíveis nesse projeto:  Dimensões de acesso, de circulação, de manobra, de alcance e de mobiliário estabelecidas na norma técnica de acessibilidade da ABNT para dormitórios acessíveis.  Banheiro que atende integralmente às especificações estabelecidas na norma técnica de acessibilidade da ABNT.  Chuveiro equipado com barra deslizante, desviador para ducha manual e controle de fluxo (ducha/chuveiro) na ducha manual (chuveirinho), o qual deverá estar sempre posicionado na altura mais baixa quando da chegada do hóspede. 75  NBR 9050/2015 A NBR 9050/2015 estabelece com base em critérios e parâmetros técnicos as condições de acessibilidade para ambiente, edificações, mobiliário, equipamentos urbanos e elementos, visando proporcionar a utilização de maneira autônoma, independente e segura de todas as pessoas independentemente de idade, estatura ou limitação de mobilidade ou percepção. As vagas acessíveis devem contar com um espaço lateral de circulação com no mínimo 1,20 m de largura que pode ser compartilhado por duas vagas, ter piso regular e estável; e estar bem localizada para que o percurso máximo entre a vaga e o acesso à edificação seja de no máximo 50 m. As edificações de uso coletivo devem possuir 5% do total de cada peça sanitária, sendo o mínimo uma, próxima as demais instalações sanitárias. Os banheiros, sanitários e vestiários acessíveis devem dispor de entrada independente, possibilitando a utilização da pessoa com deficiência acompanhada de uma pessoa de sexo oposto. Quanto aos locais de hospedagem a norma determina que os dormitórios acessíveis com banheiros devem estar em rota acessível e distribuídos pela edificação, por todos os níveis existentes. Os mobiliários dos dormitórios acessíveis devem ser dimensionados de modo a permitir o alcance manual e visual, como, o caso das camas que devem ter 46cm de altura. A distribuição dos móveis no ambiente não pode atrapalhar a faixa mínima de 90cm de largura, prevendo o acesso desobstruído para o banheiro, cama e armários. Em alguma área do quarto deve haver espaço com diâmetro mínimo de 1,50m para o giro completo de 360º. A Figura 71, existente na norma, exemplifica uma unidade de hospedagem seguindo as orientações abordadas. Figura 71 – Exemplo de dormitório acessível com área de circulação mínima Fonte: NBR 9050/2015 76  Segurança Contra Incêndio e Pânico do Rio Grande do Norte A Instrução técnica Nº 01/2018 do Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Norte expõe as medidas de segurança contra incêndio nas edificações e áreas de risco. A edificação com serviço de hospedagem (pousada) classifica-se no grupo “B-1” de acordo com o risco do tipo de ocupação. Com relação à altura, a edificação é classificada no grupo II, edificação baixa com H ≤ 6,00m. As medidas de segurança contra incêndio para edificações com mais de 750m² são: acesso de viatura a edificação, segurança estrutural, compartimentação horizontal, controle de material de acabamento, saídas de emergência, iluminação de emergência em circulações, detecção de incêndio nos quartos, sinalização de emergência, extintores e hidrantes. 4.5 PROGRAMA ARQUITETÔNICO E O SEU DIMENSIONAMENTO Para o Sistema Brasileiro de Classificação e Meio de Hospedagem são consideradas pousadas, os empreendimentos de caráter horizontal, composto de no máximo 30 unidades habitacionais e 90 leitos, com serviços de recepção, alimentação, em um prédio único, com até três pavimentos ou com chalés, ou bangalôs. Em entrevista para UOL, o especialista em gestão de hotelaria Roberto Miranda afirma que as pousadas pequenas não se mantêm. "O número mágico é ter um estabelecimento com mais de 20 unidades habitacionais. Precisa garantir receita relevante na alta temporada e cobrir os custos fixos nos meses de menor movimento"(MIRANDA apud GRATÃO, 2018, n.p). Como justificativa destaca que os custos fixos para manter 10 ou 20 quartos não são muito diferentes. Nesse mesmo pensamento a gerente da Pousada Villas da Serra, estudo de referência direto citado no capítulo 3, comentou sobre o erro do empreendimento em ter apenas 9 quartos de hospedagem dada a procura dos hóspedes além das vagas disponíveis, o que levam à pensar em expandir. Com base nessas informações chega-se ao número de 10 bangalôs, sendo 8 bangalôs com quartos geminados Tipo A / Tipo A, 1 bangalô Tipo A / Tipo B (quarto acessível) e um bangâlo Tipo C om dimensão maior, totalizando 19 unidades habitacionais (Figura 72). Apesar do número ser menor do que indicado por Miranda, a quantidade se justifica pelo fato do bangalô maior comportar mais pessoas e ter padrão luxo, sendo equivalente a duas unidade menores. Figura 72 - Tipologias dos bangalôs Fonte: Elaborado pela autora, 2019 77 O programa básico de necessidades foi estabelecido através dos estudos de referência que embasaram a definição dos principais ambientes e a relação de proximidade entres eles, como também, pelos requisitos mandatórios para a classificação de pousadas com cinco estrelas, de acordo com a Portaria Ministerial MTur Nº 100/2011, que são:  Áreas comuns: estacionamentos, jardim, entrada de serviço independente, recepção, local para guardar malas, BWC social separado por sexo, sala de estar com TV, espaço para leitura, salão de jogos, piscina, instalações para recreação de crianças e bar.  A unidade habitacional deve ter no mínimo 15m² e o banheiro 3,5m² e possuir os seguintes itens: armário para guardar roupa, mesa de cabeceira, refrigerador, cama, colchão com dimensão superior ao padrão 138x188cm, mesa com cadeira, poltrona, cadeira de braço ou sofá, TV, cortina e porta mala ou local apropriado para abrir a mala. Nesse sentido, Maciel (2003, s.p), cita que no início do processo de projeto são colocados “os usos e atividade que geralmente dão origem à demanda por um edifício”. Após estabelecer um programa faz-se necessário dimensionar os espaços que vão comportar cada atividade. Na Tabela 8 estão listados os ambientes de acordo com a função e as respectivas observações e área: Tabela 8 - Pré-dimensionamento dos ambientes ADMINISTRATIVO Ambientes Observações Área Recepção Balcão de atendimento 15m² Sala de estar/ espaço Sofás e poltronas 40m² de leitura Guarda malas - 4m² WC - 3m² Sala administração - 12m² LAZER Ambientes Observações Área Quadra poliesportiva Quadra com medidas de 16 x 30m, conforme padrão do 480m² Ministério da Educação para escolas municipais Depósito - 10m² Salão de jogos Mesa de sinuca, mesa de pebolim e mesa de ping pong 40m² Parquinho infantil Mobiliário de madeira - Piscina infantil - 30m² Piscina adulto - 60m² Redário - 30m² 78 Salão mesas Área (padrão médio) de 1,5 m² por pessoa. (ANDRADE, 225m² 2013). Capacidade:150 pessoas. WC feminino Três cabines com bacias sanitárias e bancada com duas 15m² cubas WC masculino Duas cabines com bacias sanitárias, três mictórios e 15m² bancada com duas cubas WC adaptado Para edificações de uso coletivo não é obrigado um 4m² banheiro adaptado por sexo (NBR 9050, 2015) Louçaria Prateleiras 5m² Recebimento Bancadas com cuba 10m² Pré-preparo Lavatório para mão e bancadas com cuba 12m² Lavagem Lavatório para mãos e bancadas com cuba 12m² Despensa seca Prateleiras de mármore 5m² Câmara fria Refrigeração 5m² Cozinha Fogões industriais, bancadas de apoio, lavatório para 35m² industrial mãos e bancada com cuba BWC feminino Três chuveiros e uma bacia sanitária, bancada com 15m² duas cubas, banco e armário BWC masculino Três chuveiros e uma bacia sanitária, bancada com 15m² duas cubas, banco e armário WC adaptado Fem. De acordo com NBR 9050 (2015) os vestiários devem WC adaptado ter no mínimo 5% do total de peças acessíveis e com 5m² cada masc. divisão por sexo. HOSPEDAGEM Ambientes Observações Área Hospedagem padrão superior de 45 a 55 m² (ANDRADE, 2013) Quarto para cama de casal king e espaço para até uma cama de solteiro extra Quarto Padrão 5 estrelas MTur Nº 100/2011: Armário para guarda-roupa, mesa de cabeceira, Tv, mesa com 55m² cadeira, poltrona, cadeira de braço ou sofá, porta mala e frigobar BWC Cabine para bacia sanitária separada de cabine do chuveiro, exceto na unidade acessível Varanda Mesa com cadeiras e espaço para poltrona ou rede Sala Poltronas, sofá e espaço para duas camas de solteiro extra Copa Bancada com: cooktop 2 bocas, frigobar, microondas e banquetas. Varanda Jacuzzi e mesa com cadeiras 75m² Quarto Mesa de cabeceira, Tv e bancada com cadeira BWC master Cabine para a bacia sanitária separada de cabine do chuveiro, bancada com duas cubas. Armário tipo closet. RESTAURANTE Ambientes Observações Área Espera Sofás e poltronas 30m² Salão de mesas Área de superior de 1,8 m² por pessoa. (ANDRADE, 125m² 2013). Capacidade: 70 pessoas WC adaptado - 4m² WC feminino Duas cabines para sanitário e bancada 7m² WC masculino Duas cabines para sanitário e bancada 7m² ATENDIMENTO UNIDADE TIPO C UNIDADE TIPO A E TIPO VESTIÁRIOS BAR/ SALÃO EVENTOS B 79 Recebimento Bancadas com cuba e balança 10m² Pré-preparo Lavatório para mãos, bancadas com cuba 12m² Lavagem Lavatório para mãos, bancadas com cuba 12m² Despensa seca Prateleiras de mármore 5m² Câmara fria Refrigeração 5m² Cozinha Fogões industriais, bancadas de apoio, lavatório para industrial 35m² mãos e bancada com cuba ESTACIONAMENTO Com base no mínimo estabelecido pelo Código de obras de Natal (2004) Observações N ºVaga Setor hospedagem: 1 vaga para cada apartamento com maior de 50m² 20 Bar/ salão: 1 vaga para cada 10m² de salão 23 Restaurante: 1 vaga para cada 15m² de público 9 TOTAL 52 Fonte: Elaborado pela autora, 2019 SERVIÇO 80 5. CONCEPÇÃO E PROCESSO PROJETUAL Neste capítulo está descrito o desenvolvimento do conceito e a definição do partido arquitetônico, bem como, as primeiras análises do projeto que se iniciaram com a simulação da insolação em uma maquete colocada no equipamento Heliodon. Posteriormente, foram feitas análises no Software Solar Tool, para verificar o quanto da radiação solar entra nas aberturas do bangalô de acordo com as soluções adotadas em projeto. Por meio do estudo volumétrico do bangalô, foram feitas simulações da penetração dos ventos através das aberturas usando o programa Flow Design da Autodesk. E, o último tópico aborda o pré- dimensionamento do sistema de armazenamento de água pluvial, utilizando o software Netuno, que após tratamento atende à demanda hídrica da pousada. 5.1 O DESENVOLVIMENTO DO CONCEITO E A DEFINIÇÃO DO PARTIDO Mcginty (1984) destaca que o conceito é uma parte importante do projeto arquitetônico. “Conceito sugere um modo específico de conjugar exigências programáticas, contextos e crenças”. Assim como Brandão (2000) que afirma que os conceitos “não surgem do nada, mas da reflexão sobre a nossa própria experiência dos espaços e daquilo que nos fornece a tradição que lhes concerne”. O conceito é um recurso abstrato que funciona como um eixo no qual o processo de elaboração projetual se estrutura. A sua aplicação tem como resultado uma proposta que cumpre a necessidade imposta e que consegue refletir a sua sensibilidade conceitual. Para a definição do conceito buscou-se um tipo de expressão capaz de sugerir a intenção do projeto e impulsionar as ideias na direção das soluções projetuais. Nesse sentido, Favero e Passaro (2005) defendem a necessidade de definir semanticamente o projeto por meio da linguagem escrita e das palavras-chave relacionadas e assegura que: “um argumento, seja perceptivo ou conceitual, deve em princípio “sustentar” uma obra arquitetônica”. Nesse caso específico para se chegar à expressão “Asas que protegem” que sintetiza o conceito, foi montado um quadro a partir da associação de outros elementos relacionados ao lugar e a problemática. No quadro abaixo (Figura 73) estão descritas essas relações até que se chega ao conceito propriamente dito. 81 Figura 73 - Quadro de associação para o conceito Associação do voo de parapente (Voo livre comum na região) com o voo de um pássaro. Assim como os parapentistas, que saem de várias partes do Brasil e do mundo com destino a região de Patu a fim de bater recordes de voos de longa distância, as avoantes, pombas campestres com distribuição isolada por todo o Brasil, partem em migração para a região nordeste. Os parapentistas voam em grupos, assim como as avoantes, as quais formam bandos de milhares nas migrações. As avoantes fazem pousos coletivos em locais ondem dormem (ninhal). O homem também precisa de local para se proteger (imagem capa do livro de Armando de Holanda, “Roteiro para construir no Nordeste”). A serra não possui um “ninhal”, em virtude disso os frequentadores saem em busca de restaurante e hospedagem. Pensando nisso, a pousada seria esse lugar acolhedor, como as asas de um pássaro que protegem das intempéries e proporciona alimento, descanso e segurança. Fonte: Elaborado pela autora, 2019 Enquanto o conceito serve como estímulo na geração de ideias, o partido é a manifestação dessa ideia. “Partido seria uma consequência formal derivada de uma série de condicionantes ou de determinantes; seria o resultado físico da intervenção sugerida” (LEMOS, 2003, p.40). Sendo os principais determinantes ou condicionadores do partido: as técnicas construtivas, a intenção plástica, o clima, as condições físicas e topográficas do terreno, o programa das necessidades, as questões financeiras e a legislação regulamentadora. 82 Segundo Silva (1998, p. 100), o partido sintetiza as características principais do projeto, o próprio conceito representado, que “deriva do processo de elaboração mental que procura sintetizar o resultado das principais decisões tomadas pelo projetista enquanto procura definir os traços essenciais do objeto em concepção”. “Um desenho que, embora seja apenas um rabisco, contém o caráter do projeto como, por exemplo, a sua definição estrutural. É o principal desenho do arquiteto, os demais virão em decorrência deste” (AMARAL, 2007, s.p). Com a definição do conceito, “Asas que protegem”, as representações gráficas em forma de croqui (Figura 74) passaram a conter cobertas em “V”, tipo “telhado borboleta” que remetem às asas abertas de um pássaro. A cobertura foi o ponto de partida, eleito com fio condutor desse projeto, que abrange questões formais e ambientais. Figura 74 – Croqui do partido arquitetônico Fonte: Elaborado pela autora, 2019 Quanto ao aspecto formal as cobertas de cada bangalô representam um “pássaro”, sendo no total 10 unidades inseridas acompanhando o desnível do terreno. Os “pássaros” estão todos juntos de asas abertas, como em um revoada. A partir dessa noção surgiu o nome do empreendimento, Pousada Revoada na Serra. Os grandes beirais das cobertas contribuem para o conforto ambiental ao proteger as aberturas da radiação direta. Os beirais são a resposta arquitetônica a umas das estratégias bioclimáticas traçadas, o sombreamento das aberturas. Além dessa função, os grandes planos inclinados de cobertura são responsáveis por captar a água da chuva que será tratada e armazenada para suprir a demanda hídrica da pousada durante todo o ano. O formato em “V”, otimiza a interface da instalação do sistema de aproveitamento da água pluvial com a arquitetura, pois necessita de apenas uma calha central. 5.2 ESTUDO VOLUMÉTRICO E SIMULAÇÕES INICIAIS O estudo do projeto através da maquete é um recurso de representação que pode ser adotado “desde a definição de intenções iniciais até a apresentação final de propostas, justificando-se pela sua clareza comunicativa e pela aproximação tridimensional que permite 83 ao objeto arquitetônico em definição” (DUARTE, 2013 p.140). Neste trabalho foi feito o uso de modelo digital pelo programa de modelagem 3D Sketch Up, além de maquete. Após a definição do projeto preliminar, foi concebida uma maquete do terreno com os blocos na escala de 1:500 (Figura 75) e um maquete do bangalô na escala de 1:100 (Figura 76). Essas maquetes auxiliaram na compreensão da declividade do terreno e da implantação das edificações, bem como a relação entre elas. Além disso, serviu como base na visualização da trajetória do sol através do Heliodon, equipamento que simula as variações da incidência da radiação solar no período de equinócio, solstício de verão e solstício de inverno. Figura 75 - Maquete do terreno no Heloidon Figura 76 - Maquete do bangalô no Heliodon Fonte: Elaborado pela autora, 2019 Fonte: Elaborado pela autora, 2019 Por meio da maquete do terreno foi possível perceber que locando os blocos de forma escalonada, acompanhando os diferentes níveis do terreno, garante-se a visualização desobstruída da paisagem, de modo que nenhuma edificação bloqueia a visão da outra. Observou-se com a maquete do bangalô, que os beirais protegem as aberturas na maior parte do dia, deixando-as mais expostas nos horários com temperaturas mais baixas, início da manhã e final da tarde. Nessa primeira simulação no Figura 77 - Vista do pôr do sol em maio (foto no terreno) Heliodon, as varandas dos bangalôs estavam voltadas para norte, contudo, após visita em campo, observou-se que, caso elas fossem orientadadas 30º no sentido noroeste, seria possível visualizar uma paisagem ainda mais interessante (Figura 77). Fonte: Acervo da autora, 2019 84 Ainda durante a visita, percebeu-se um lajedo de grande impacto visual no entorno do local escolhido, que logo foi incluído a área do terreno. Após esse acréscimo, o formato do terreno (inicialmente mais quadrado) foi modificado, e passou a ser mais retangular, e com testada maior para a via de acesso (Figura 78). Figura 78 - Evolução do terreno Fonte: Base do Google maps alterado pela autora 2019 Em seguida, utilizou-se o Software Solar Tool para simular os períodos de incidência da radiação nas aberturas do bangalô durante todo o ano. Para isso, inseriu-se no programa a latitude (6° 1’ S) e longitude (37º 5’ W) do terreno, a orientação das fachadas, o tamanho das aberturas e, a dimensão e inclinação da cobertura. Apesar da orientação um pouco diferente da analisada no Heliodon, essa primeira simulação no Solar Tool confirmou, através do diagrama de máscara de sombra, que as aberturas, assim como, as paredes externas, ficam expostas a radiação direta nas primeiras horas do dia e no fim da tarde (Figura 79). Figura 79 - Simulação das coberturas no Solar Tool Fonte: Elaborado pela autora, 2019 85 Para a fachada posterior, viu-se a necessidade de inserir nas laterais da varanda obstáculos que barrassem a visualização entre um bangalô e outro. Essa solução tem a finalidade de aumentar a privacidade dos hóspedes em cada unidade de hospedagem. Devido a esses novos elementos criados, realizou-se novas simulações, considerando a cobertura inclinada (com ângulo 13º), os beirais laterais com 1,20 m de cada lado e com 1,50 m na frente do limite da varanda, e os protetores laterais com profundidade de 1,50 m. No projeto os protetores laterais são como brises horizontais levemente vazados, no entanto para a inserção no software foi necessário considera-los totalmente fechados (Figura 80). Figura 80 - Simulação da porta da varanda Fonte: Elaborado pela autora, 2019 Essa análise mostrou que os bloqueadores visuais laterais acabam aumentando o sombreamento da abertura. Durante o período que se estente de novembro até março, meses que registram temperaturas mais elevadas, a abertura fica totalmente sombreada durante todo a tarde. Enquanto que, no segundo quadrimestre do ano, meses com menores temperaturas, a porta fica parcialmente exposta a radiação a partir das 15:30h, situação que ajuda no aquecimento solar passivo do ambiente. Sobre o diagrama de máscara de sombra foi marcado o ângulo visual com ocorrência de céu visível, que equivale ao campo de visão de um observador na porta de vidro da varanda. A partir dessa demarcação foi definido o posicionamento em planta dos bangalôs vizinhos, de forma que nenhuma edificação estivesse no ângulo de visão da outra. Depois de testar as implantações possíveis chegou-se na melhor solução ao escalonar 1m e espaçar 4m os blocos em planta conforme a Figura 81 . 86 Figura 81 - Ângulo de implantação dos bângalos Fonte: Elaborado pela autora, 2019 Após a definição da volumetria e da orientação dos bangalôs, o modelo foi modelado no SketchUp e inserido no programa Flow Design da Autodesk, com a finalidade de simular as ações do vento na edificação. Observou-se a diferença de pressão entre o exterior e o interior através da variação de cores, no qual os tons quentes indicam alta pressão e os tons frios, baixa pressão. Essa simulação demonstra que a porta de entrada e a abertura zenital sobre a cobertura inclinada encontra-se em alta pressão, já o interior da edificação e a fachada posterior encontra-se em baixa pressão (Figura 82). Figura 82 - Simulação da pressão do vento junto das aberturas Fonte: Elaborado pela autora no programa Flow Design Como a fachada frontal está voltada para sudeste, sentido dos ventos predominantes, a cobertura alta e inclinada é insuficiente para proteger a porta de entrada da exposição à chuva. Para melhor resguardá-la, projetou-se um pórtico com profudidade de 1m em torno da porta. Esse recuo da porta ajudou a intensificar a canalização do vento para os tabacões da porta. Assim como a forma da cobertura auxilia na captação do vento pela abertura zenital, o que acarretou aumento de pressão no local. Observa-se o aumento na velocidade exatamente junto das entradas de vento no ambiente (Figura 83). As aberturas situadas em fachadas 87 diferentes favorecem a renovação passiva do ar, uma das estratégias bioclimáticas traçadas para o ambiente construído. Figura 83 - Simulação do vento pela abertura zenital e pela veneziana Fonte: Elaborado pela autora no programa Flow Design A utilização de aberturas com regulagens de fluxo de ar corresponde a uma das estratégias bioclimáticas definidas, que foi atendida através do uso de tabicões na porta de entrada do bângalo e de venezianas móveis na abertura zenital. Essas soluções permitem a renovação do ar dentro do quarto, tendo a vantagem de serem elementos ajustáveis, dando ao hóspede o controle quanto a quantidade de vento que adentra o ambiente, visto que em determinados horários das simulações no Climate Consultant (análise no capítulo 4) os usuários estão em desconforto devido ao frio. 5.3 ASPECTOS QUANTITATIVOS DO ARMAZENAMENTO DE ÁGUA PLUVIAL Conforme já exposto, o dimensionamento de um sistema de aproveitamento de água pluvial depende, principalmente, da oferta de chuva no local, da demanda de consumo do edifício e da área de captação. Com foi apresentado no capítulo anterior, as chuvas na região concentram-se no primeiro semestre do ano. Devido a essa sazonalidade, torna-se necessário calcular no software Netuno o dimensionamento do reservatório para o período de estiagem, com baixa ou nenhuma contribuição para o sistema. As simulações para definição do volume de armazenamento, buscaram atender o total da demanda de consumo do estabelecimento com água pluvial. De acordo com as informações pluviométricas, Patu apresenta média de 857mm por ano (conforme exposto no capítulo 4). As simulações no Netuno se baseiam em dados de chuva diária, para isso recorreu-se aos registros cadastrados no site da EMPARN para o ano de 2019, com total acumulado de 819,9mm (valor próximo a média histórica). Foi considerado o descarte dos primeiros 2mm da água pluvial escoada, conforme indicado pela NBR 15.527 (2007), para a limpeza da superfície de captação e das partículas poluidoras presentes no ar. Com relação ao coeficiente de escoamento superficial da telha 88 metálica, usou-se a informação de Tomaz (2009) que indica 0,90. E, para se obter a área de captação total (2.314m²) somou-se as áreas de telhado de todas as edificações com condutores para recolhimento de água pluvial, conforme listado na Tabela 9. Tabela 9 - Área total de captação dos telhados EDIFICAÇÃO QUANTIDADE ÁREA DE CAPTAÇÃO (M²) ÁREA (M²) Bangalô A/B 1 190 190 Bangalô A/A 8 190 1520 Bangalô C 1 164 164 Recepção 1 200 200 Apoio serviço 1 240 240 ÁREA TOTAL....................................................................................................... 2.314m² Fonte: Elaborada pela autora 2020 Para determinar a demanda de água do estabelecimento foram consultadas as tabelas de estimativa de consumo (L/dia) da Norma técnica SABESP - NTS 181 (2017), que apresenta um compilado de diversas referências bibliográficas. Como não existe dados para pousada, buscou-se informações para hotel, que a norma diferencia em dois tipos: hotel sem cozinha e lavandeira (80 – 120l por hóspede) e hotel com cozinha e lavanderia (200 – 300l por hóspede). Sabendo da restrição hídrica do estabelecimento não se considerou a possibilidade de o serviço de lavanderia ser feito na própria pousada. Sendo assim, o primeiro tipo se aproxima mais do uso da pousada. Como o projeto adota medidas de racionalização da água, como o uso de equipamentos economizadores e o aproveitamento da água gerada pelos condicionadores de ar (sabe-se que a quantidade de água recolhida depende da quantidade de máquinas ligadas e do tempo de uso), utilizou-se para efeito de cálculo de água pluvial o valor mais baixo de referência, 80l por hóspede. A pousada possui 18 unidades com capacidade cada para até 3 pessoas (possui espaço para cama de solteiro extra) e um bangalô máster para até quatro hóspedes (espaço para até duas camas auxiliares extras), logo, a capacidade total é de 58 pessoas. Através de informações obtidas com empreendimentos da região, para esse tipo de estabelecimento, a taxa de ocupação média anual é de 50%, sendo maior nos fins de semana e em determinadas épocas do ano. Logo, considerou-se para simulação uma média diária de ocupação de 29 pessoas. Com a simulação dessas informações no programa, constatou-se a necessidade de armazenamento de 350.000l de água pluvial, para que se consiga atender 90,87% da demanda anual (Tabela 10). Caso a pousada utilizasse apenas água da chuva, devido ao longo período com baixíssimo registro de chuvas, o armazenamento teria que ser 20% maior, por isso determinou-se que durante os meses de dezembro e janeiro o abastecimento fosse compensado com o bombeamento da água da barragem ou através de caminhão pipa. 89 Tabela 10 - Resultado mensal da simulação com armazenamento de 350.000l Fonte: GHISI; CORDOVA, 2014 Como o consumo de água do bar e restaurante mirante não foi considerado na primeira simulação, calculou-se separadamente adotando 20l por pessoas, com base na indicação da NTS 181 (2017) de 15l a 40l. Com base no pré-dimensionamento da edificação, o bar comporta 150 pessoas e o restaurante 70. Sabendo a variação da semana e do fim de semana, foi considerado no cálculo a lotação máxima (220 pessoas) nos dois dias do fim de semana e apenas a ocupação com hóspedes da pousada de segunda a sexta (29 pessoas por dia). Para essa simulação (Tabela 11), observou-se o mesmo comportamento da primeira análise, no qual o sistema atende 90,33% da demanda anual e utiliza outras fontes de abastecimento no período de escassez. Lembrando que, a pousada faz uso da água cinza tratada para irrigação, por isso não foi considerado esse serviço para fins de cálculo. Tabela 11 - Resultado mensal da simulação com armazenamento de 250.000l Fonte: GHISI; CORDOVA, 2014 Conclui-se que, a pousada deve armazenar 600m³ de água pluvial para atender o empreendimento 90% dos dias do ano. Vale ressaltar, que esse estudo serve apenas como pré-dimensionamento do sistema, caso o projeto venha a ser construído, especialistas da área teriam que aprimorar o dimensionamento. 90 6. DETALHAMENTO DA PROPOSTA FINAL Este capítulo é destinado às soluções projetuais da Pousada Revoada na Serra, cuja situação foi analisada nos capítulos anteriores, no qual nos deteremos a descrever, primeiramente, a implantação no terreno, levando em consideração a topografia e o potencial paisagístico da região. Posteriormente são detalhados, para cada bloco, os pontos considerados para se chegar ao resultado final em planta e volumetria, tendo como base os princípios bioclimáticos estudados para o clima serrano, o conceito e partido do projeto, bem como o público alvo do empreendimento. Em seguida, estão descritos os sistemas construtivos e materiais empregados, considerando as condições climáticas locais e a estética desejada para o projeto. Por fim, estão descritas as alternativas adotadas para a gestão da água, da energia e dos resíduos sólidos visando soluções de menor impacto ambiental e que garantam a maior autonomia do empreendimento. 6.1. SOLUÇÕES PROJETUAIS Desde o início, o zoneamento buscou atender a intenção da pousada de fornecer ao município uma opção a mais de lazer, com os serviços de restaurante e hospedagem. A setorização no terreno considerou o funcionamento simultâneo, independente e com mínima interferência de uma função pela outra (Figura 84). Como a área de lazer vai funcionar com serviço de day use, no qual as pessoas pagam para usufruir das instalações de uso comum do empreendimento, esse setor foi situado próximo a recepção para garantir o maior controle de acesso, e separado do setor de hospedagem para a privacidade dos hóspedes. Enquanto o restaurante foi locado junto da estrada de acesso, para que funcionasse independentemente da pousada. Dessa forma, o empreendimento atende uma diversidade maior de público e gera renda por diversas fontes. Figura 84 - Zoneamento inicial do terreno Fonte: Elaborada pela autora, 2019 91 O setor de recepção foi situado próximo a estrada e junto da entrada da pousada, na porção mais plana e elevada do terreno, para que se tenha desde a recepção uma vista privilegiada do empreendimento e da paisagem da região (Figura 85). Durante o pré- dimensionamento observou-se que o bloco da recepção sozinho seria pequeno e pouco expressivo ao observador que passa na estrada de acesso, por isso acoplou-se ao volume o setor de serviço/apoio aos funcionários que, apesar de unidos externamente, são autônomos e com acessos independentes. Figura 85 - Implantação geral do terreno Fonte: Elaborado pela autora Em continuidade com a recepção encontra-se o setor de lazer com: bar, salão de jogos, banheiros, piscinas (com aquecimento de água), jacuzzi, parquinho e redários. As piscinas e os caramanchões foram instalados rebaixados 1,5m, para que um observador sentado no nível do bar tenha visão ampla e desobstruída da paisagem. A piscina raia para adultos está inserida em balanço sobre o declive do terreno com a frente em vidro (Figura 86). Próximo ao lazer foi posicionada a quadra poliesportiva, área que pode ser alugada independentemente do day use, por isso possui um bloco de apoio com vestiários exclusivos 92 e depósito para equipamentos desportivos. A quadra é cercada por todos os lados com tela de proteção para que não haja risco de um objeto atingir as placas de energia solar, instaladas na circunvizinhança. Figura 86 - Setor de recepção e setor de lazer Fonte: Elaborado pela autora 2020 O setor de hospedagem está implantado na porção mais baixa do terreno junto do lajedo (Figura 87). Essa localização mantém os bangalôs mais isolados em relação ao setor de lazer, normalmente mais barulhento e movimentado. Os blocos foram situados lado a lado com as varandas voltadas para paisagem, dessa forma nenhuma edificação obstrui a visão da outra, ao mesmo tempo que garante a privacidade dos hóspedes, deixando as aberturas em ângulos visuais diferentes. A unidade acessível foi situada no primeiro bangalô, enquanto que o bangalô tipo C localiza-se na posição mais reservada da pousada. Figura 87 - Setor de hospedagem Fonte: Elaborado pela autora 2020 O restaurante foi inserido na área ocupada atualmente por uma pequena edificação que deveria funcionar como mirante, mas encontrasse abandonada pela prefeitura. Para 93 compensar a demolição dessa edificação, foi inserido no projeto um deck de acesso público com vista panorâmica. A posição do restaurante favorece a visualização da barragem do Lima, do santuário e da paisagem da região, por isso foi nomeado “Restaurante Mirante do Lima”. Esse estabelecimento, que se encontra em proximidade com os bangalôs, é responsável pelo café da manhã dos hóspedes, por isso, foi projetada uma via ligando as unidades de hospedagem à esta edificação. Para garantir o fechamento da pousada junto da área do restaurante foi inserido um portão. Como se pode observar na Figura 88, a implantação do projeto foi norteada pela topografia, tendo como objetivo a máxima visualização da paisagem em todas as edificações. O declive favoreceu o escalonamento dos blocos, de modo que uma edificação não obstruísse à paisagem para a outra. No entanto, devido ao solo da região ser raso e rochoso, foi preciso fazer alterações na topografia em certas áreas do terreno para aumentar a profundidade. Dessa forma, conseguiu-se enterrar as cisternas de armazenamento de água pluvial e as instalações hidrossanitárias. A movimentação de terra também ajudou a diminuir o declive em áreas que precisavam ser mais planas, como o setor de lazer, que após a modificação gerou o talude que separa o lazer do setor de hospedagem. Figura 88 - Vista da paisagem a partir do bar, piscina e bangalô. Fonte: Elaborada pela autora, 2019 Orientado pela topografia, o sistema de tratamento da água de chuva foi implantado na área mais baixa do terreno. Essa posição ajuda no deslocamento por diferença de nível da água captada pelas coberturas para área de tratamento. Essa água depois de tratada é armazenada e conduzida através de bombas para o castelo d´água na cota mais elevada do terreno. A posição do castelo favorece a distribuição da água devido à alta pressão da coluna de água para todos as caixas d’água da pousada. A área de tratamento das águas cinzas, também encontra-se na porção baixa do terreno, que recebe o escoamento das águas servidas de todas as instalações (informações detalhadas no tópico gestão da água). O posicionamento da vegetação no terreno também seguiu o objetivo de não obstruir a vista em nenhuma edificação. Por isso, as árvores de maior porte foram locadas nas 94 fachadas posteriores a paisagem. No canteiro em frente a recepção propõe-se um jardim de cactáceas valorizando as espécies locais. Já no entorno do sistema de tratamento de água indica-se o plantio de árvores densas para diminuir os ruídos do sistema e para que sirva de barreira visual. Para a delimitação da pousada deve-se optar por plantas que podem ser usadas como cercas vivas junto a via de acesso. Para as demais áreas verdes sugere-se o uso de espécies rasteiras e arbustivas nativas da região mais adaptadas as características climáticas e que necessitem de pouca irrigação. O acesso a pousada é controlado por uma cancela situada próxima a recepção. Já dentro da pousada tem-se o acesso a todas as edificações do empreendimento através das vias internas situadas na fachada posterior a paisagem. Considerando o incômodo de alguns hóspedes ao ter que percorrer 250m com 8 metros de declive desde o estacionamento da recepção até os bangalôs, foi previsto acesso de veículos a todas as unidades. Essa foi uma medida adotada para tornar a pousada mais acessível a todos. As calçadas também percorrem toda a pousada, sendo de acesso restrito para funcionários o caminho que passa pela horta e pelas placas fotovoltaicas com destino a vermicompostagem, bem como o acesso aos sistemas de tratamento de águas. As 50 vagas de estacionamento próximas a recepção atendem à demanda de toda área do lazer, sendo três para idosos e uma para PNE (Pessoas com necessidades especiais). Essas vagas especiais estão posicionadas de forma a garantir a melhor comodidade de acesso a edificação. Próximo ao acesso de serviço da cozinha do bar foi destinada uma vaga para desembarque de produtos. Na área do restaurante mirante há 25 vagas de estacionamento sendo uma para idosos, uma para PNE e uma para desembarque de produtos para cozinha. Essa proposta de implantação final, descrita anteriormente, difere um pouco da que foi desenvolvida no início do processo de concepção. O estacionamento da pousada encontrava- se em frente a recepção, no entanto percebeu-se que a entrada do estabelecimento estava distante da estrada de acesso, por isso o mesmo foi realocado para que a recepção e o setor de lazer fossem movidos para mais próximo a via, tornando o volume mais visível aos transeuntes (Figura 89). A quadra poliesportiva estava posicionada no sentido leste-oeste, mas por ser descoberta e aberta foi rotacionada para o sentido norte-sul a fim de evitar ofuscamento dos usuários quando utilizada durante o dia. Outro ponto observado foi a proximidade da piscina com alguns bangalôs, na primeira implantação a diferença era de 16m, após as modificações conseguiu-se aumentar a distância para 26m garantindo maior privacidade. Antes, apenas o 95 bangalô para PNE tinha vaga de estacionamento junto das unidades, as demais vagas ficavam próximas ao redário da área de hospedagem. Isso foi alterado para que todos os bangalôs possuíssem estacionamento ao lado de sua unidade, sendo uma comodidade maior. Figura 89 - Implantação inicial Fonte: Elaborado pela autora A seguir estão expostas as soluções de projeto para alguns blocos específicos:  Recepção/serviço e Bar piscina Esse bloco está implantando no sentido norte/sul com as fachadas maiores voltadas para leste/ oeste. Optou-se por esse sentido para que a fachada principal da recepção ficasse paralela à estrada de acesso à serra, dando maior visibilidade à pousada. Essa edificação é composta pelo setor de recepção e pelo setor de serviço que possuem acessos independentes. A entrada para o setor da recepção está voltada para o embarque/desembarque de veículos coberto por uma marquise que se inicia no canteiro central, passa internamente a recepção e se prolonga até o salão de mesas coberto do bar (Figura 90). A marquise suspensa por cabos de aço e fixada no extenso pórtico de concreto conecta as duas edificações criando um eixo marcado da entrada até o lazer. 96 Figura 90 - Planta-baixa da recepção/ serviço e do bar piscina Fonte: Elaborado pela autora O espaço interno da recepção divide-se em área de atendimento e estar de espera com layout para sofás e poltronas. A parede de fundo do balcão de atendimento foi especificada em taipa de pilão devido ao aspecto rústico do material e ao grande apelo estético da parede em virtude das diferentes tonalidades de areia utilizada nas camadas apiloadas. Todo o piso da recepção, em réguas de madeira, se estende até o deck externo voltado para a paisagem. A continuidade desse material no piso marca a relação do interior com o exterior. Através do atendimento da recepção estar a área administrativa com espaço para guardar malas, sala da administração e banheiro. Externo ao pano de vidro da recepção Figura 91 - Esquema de insolação nas fachadas da recepção foram criados trechos de paredes revestidas em pedra conectados com gradis metálicos para apoio de vegetação trepadeira (Figura 91). Essas paredes recuadas 80cm barram a radiação direta nas aberturas e criam um espaço para jardim interno, conectando assim o ambiente construído com a natureza (Figura 92). Enquanto a porta de vidro, voltada para norte, tem o objetivo de trazer a paisagem externa para o interior da recepção. Fonte: Elaborado pela autora 97 Figura 92 – Corte esquemático da recepção Fonte: Elaborado pela autora Para a entrada de ar na recepção, as paredes externas foram projetadas descoladas dos beirais da cobertura, dessa forma, a ventilação pode passar por entre a parede e a telha, e adentar o ambiente através das portas de correr. Para que possa haver a renovação de ar no espaço interno foram projetadas aberturas nas paredes opostas. A necessidade de abrir ou não as esquadrias ficam sobre a responsabilidade do usuário conforme a condição climática. Como a recepção funciona durante todo o dia, haverá momentos em que a troca de ar causará desconforto ao frio e em outros a ventilação resultará em conforto. Na fachada voltada para sul tem-se o acesso para a área de serviço da pousada. Nesse setor estão os ambientes de apoio para os funcionários – vestiários, copa e descanso – e de serviço com DML e depósito. Semelhante ao que ocorre com as paredes externas da recepção, no setor de serviço foram criadas paredes curvas rebaixadas em relação a cobertura, que permitem a passagem de ar, bloqueia a radiação direta e esconde as janelas da fachada. A parede côncava intercalada com gradil metálico e vegetação trepadeira foi utilizada para fixação do letreiro com o nome da pousada (Figura 93). No espaço gerado pela parede convexa foi locado o descanso dos funcionários que fica conectado com a copa e protegido pelo beiral da coberta apoiados em mão-francesa metálica. As duas coberturas em “V” são responsáveis pela captação de água pluvial para abastecimento da pousada. Além de ser esse o elemento que faz alusão ao nome do empreendimento Revoada da Serra. Figura 93 - Fachada do setor de recepção/serviço Fonte: Elaborado pela autora 2020 98 Interligado ao bloco da Recepção/Serviço encontra-se o bar com seu salão coberto projetado com o objetivo de, também, ser alugado para eventos, como aniversários, casamentos, confraternizações etc., suprindo assim a carência da cidade por espaços dessa natureza. Sabendo disso, durante a concepção, buscou-se uma forma de deixar a edificação sem aparência de bar. Após vários estudos volumétricos chegou-se na solução desejada através do jogo de formas côncavas e convexas (Figura 94). Por isso, todos os ambientes conectados ao salão possuem paredes curvas. Para que nenhuma porta fosse aberta diretamente ao salão, os acessos aos ambientes foram situados no transpasse de uma parede côncava com uma convexa. Figura 94 - Volumetria da edificação do bar Fonte: Elaborado pela autora 2020 Com a finalidade de manter os volumes curvos totalmente monolíticos optou-se por não abrir janelas na fachada, por essa razão, tanto o salão de jogos quanto os banheiros possuem pérgolas na laje para a ventilação zenital. Para que a ventilação externa seja conduzida para o interior dos ambientes, as paredes contrárias ao vento foram projetadas mais altas, como pode ser observado na Figura 95. A cobertura do salão passa elevada das paredes e cobre também os trechos com aberturas na laje. Essa solução permite a passagem de vento para a renovação de ar passiva, ao mesmo tempo que cria um ático ventilado que diminui a transmissão do calor da telha para o ambiente do salão de mesas. Essas soluções adotadas estão em consonância com as simulações realizadas que atestam conforto na maior parte das horas da manhã e da tarde quando se adota medidas para não aquecer o ambiente, juntamente com sombreamento dos locais de permanência. 99 Figura 95 - Esquema do vento na edificação do Bar Piscina Fonte: Elaborado pela autora Os ambientes relacionados à cozinha estão localizados no volume retangular da fachada posterior com acesso para o estacionamento que facilita o recebimento de produtos. Os ambientes que compõem essa área são: recebimento, despensa seca e câmara fria, cozinha de pré-preparo, cozinha industrial de produção e área de lavagem. Entre a cozinha industrial e a área de atendimento do bar há uma abertura, na qual são colocados os pratos prontos para servir. Enquanto que, as louças sujas são recolhidas do salão e encaminhadas para higienização através do passa-pratos existente exclusivo para a área de lavagem. O parquinho foi situado próximo ao lounge no salão coberto para que os responsáveis possam observar as crianças brincando. Como essa área não possui paredes laterais é possível que os usuários possam sentir desconforto ao frio em eventos que se estendam pela noite, por isso foi proposto a colocação de toldos retráteis transparentes que barram a chuva e a ventilação sem que se perca a permeabilidade entre os espaços.  Bangalôs Os bangalôs tipo A/A e tipo A/B são compostos por duas unidades habitacionais separadas por uma parede com bom isolamento acústico. Optou-se pela taipa de pilão (25cm) para as paredes de separação dos dormitórios e pelo tijolo duplo cerâmico (25cm) no trecho de encontro dos banheiros e das varandas. Acredita-se que a parede em taipa do quarto se destacará no ambiente e o tornará mais conectado com o local no qual a pousada está inserida. Como a taipa é vulnerável a umidade não foi especificada para os ambientes com constante exposição à água. A NBR 15.575 (2013) estabelece o mínimo de 40 dB de isolamento acústico em parede entre unidades autônomas e 45 dB para a que separa um ambiente com dormitório (Tabela 100 12). De acordo com a norma, o isolamento superior a 50 dB barra a condição de audibilidade para a voz humana produzida em um recinto adjacente. Tabela 12 – Valores mínimos da diferença padronizada de níveis ponderada entre ambientes ELEMENTO DnT,w (dB) Parede entre unidades habitacionais autônomas (parede de geminação), nas ≥ 40 situações onde não haja ambiente dormitório Parede entre unidades habitacionais autônomas (parede de geminação), no caso ≥ 45 de pelo menos um dos ambientes ser dormitório. Fonte: Baseado na NBR 15575 (2013) Segundo a tabela de Bistafa (2006), uma parede de alvenaria de tijolo com 25,5 cm apresenta perda de transmissão de 48dB para a frequência de 500Hz (Tabela 13). Esse valor está condizente com o estabelecido pela norma de desempenho. Para o caso da parede de taipa de pilão não existe parâmetro de referência, no entanto Duarte (2005) ressalta que esse material tem densidade superior ao bloco cerâmico. De acordo com a Lei das massas quando se aumenta a densidade do material eleva-se a perda de transmissão do som, logo, podemos concluir que a parede de taipa de pilão do quarto deve apresentar performance acústica superior a uma parede de alvenaria de igual espessura. Tabela 13 - Perda de transmissão da parede de alvenaria DENS. FREQUÊNCIAS CENTRAL DA BANDA DE OITAVA, HZ TIPO DE ESP. SUP. PARTIÇÃO (MM) 63 125 250 500 1K 2K 4K 8K (KG/M²) Tijolo, revestidos 255 480 34 41 45 48 56 65 69 72 com argamassa Fonte: Baseado em BISTAFA (2006) A planta tipo “A”, que se repete em 17 unidades, apresenta um quarto, banheiro e varanda (Figura 96). O espaço interno do quarto foi concebido para comportar confortavelmente até três pessoas, por isso apresenta além da cama de casal tamanho king, um sofá que pode se transformar em cama de solteiro. O banheiro foi dividido em cabines separadas de sanitário e chuveiro para que possa ser usado por mais de uma pessoa ao mesmo tempo. Na entrada do quarto foi projetada uma área para apoio às refeições com bancada, banquetas e frigobar. Com a pandemia do novo coronavírus, esse serviço de alimentação no dormitório vem ganhando ainda mais relevância. Em continuação ao quarto está a varanda coberta com piso de madeira avançado em balanço sobre o terreno inclinado. 101 Figura 96 - Bangalô com Tipo A e Tipo B Figura 97 - Bangalô Tipo C Fonte: Elaborado pela autora Fonte: Elaborado pela autora A planta tipo “B” foi adaptada para pessoas com necessidades especiais por isso, apesar de possuir a mesma distribuição da planta “A”, se diferencia no layout e posicionamento das peças (Figura 96). No banheiro as cabines de sanitário e chuveiro foram removidas para que a cadeira possa fazer o giro de 360º. O tampo do lavatório foi projetado com a superfície superior a 80 cm do piso e com espaço inferior desobstruído para a aproximação frontal. A bancada de apoio junto da entrada da unidade foi deixada na altura de uma mesa. O centro foi removido do quarto para melhorar a mobilidade interna. Foi dispensado do layout a cadeira da escrivaninha e uma cadeira da mesa da varanda para que a cadeira de rodas possa avançar sob as mesas. O Bangalô com planta tipo “C” possui estética semelhante apesar de ser mais estreito e com apenas uma unidade de maior dimensão (Figura 97). Essa opção de planta apresenta copa integrada com a sala de estar, quarto, banheiro máster e varanda com jacuzzi. A sala foi projetada com painéis móveis que, quando são fechados, transformam o ambiente em mais um quarto com até duas camas de solteiro. Para atender essa demanda, o banheiro tem duas portas, uma voltada para o dormitório e outra para o hall da sala, dessa forma as pessoas que ficam na sala têm acesso independente. Internamente o banheiro também possui cabines separadas para que possam ser utilizadas simultaneamente.  Restaurante mirante 102 A edificação do restaurante foi concebida como mirante para as potencialidades da região. Por isso, os seus ambientes foram distribuídos em dois pavimentos, sendo o superior destinado a área de atendimento elevada 1,5m e o pavimento inferior semienterrado para as instalações da cozinha industrial (Figura 98). Dessa forma, o projeto tomou partido da topografia para liberar do andar superior o setor de serviço, que poderia vir a obstruir a visualização da paisagem. Figura 98 – Corte esquemático do restaurante Fonte: Elaborado pela autora No mesmo nível da entrada do restaurante há uma varanda contemplativa voltada para a barragem do Lima (Figura 99). Essa paisagem também pode ser observada a partir da recepção interna ao estabelecimento. O salão interno foi projetado com fechamento em vidro para um deck externo apoiado em mãos francesas metálicas contornando a edificação. Dessa forma, o restaurante tem vista também para a paisagem da região e para o santuário do Lima. Figura 99 - Fachada restaurante Fonte: Elaborado pela autora 2020 103 O restaurante é coberto por um telhado inclinado apoiado em pilares metálicos circulares junto do pano de vidro, que se estende em balanço sobre o deck externo (Figura 100). Esse prolongamento da cobertura ajuda a proteger as aberturas da radiação solar direta e promove juntamente com o vidro, a integração do salão interno com o externo. Os únicos ambientes desse pavimento que não visualizam o exterior são a copa e a área de banheiros que possui abertura zenital coberta pelo telhado elevado. Figura 100 - Deck externo apoiado em mão francesa Fonte: Elaborado pela autora 2020 No pavimento inferior está toda a área de recebimento, armazenamento, preparo e lavagem do restaurante. A comida finalizada é enviada da cozinha para o andar superior através de uma monta-carga. Dessa mesma forma, as louças sujas vão da copa para a área de lavagem no andar inferior (Figura 101). Logo, a área da copa serve de apoio para distribuição de pratos, além de ser responsável pelo preparo de bebidas e sobremesas que serão servidas no salão. 104 Figura 101 - Plantas do restaurante Fonte: Elaborado pela autora 6.2. O SISTEMA CONSTRUTIVO E OS MATERIAIS EMPREGADOS O primeiro condicionante na escolha dos materiais foi estabelecido com a finalidade de preservar a visualização do Santuário na serra. A radiação solar refletida pela cobertura metálica em forma cônica gera um grande ponto brilhoso na imensidão da serra. Logo, o objeto arquitetônico desse projeto não deve competir com esse elemento. Para mitigar isso, escolheu-se materiais de acabamento com cores que se “camuflam” com o terreno e a paisagem natural, na qual predominam os tons terrosos e de verde escuro, grafite e preto (Figura 102). Figura 102 - Cores da Serra do Lima em Patu/RN Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Serra_do_Lima_e_entrada_de_Patu_(RN).JPG 105 Por se tratar de uma região com pouca variedade de sistemas construtivos mais modernos, optou-se principalmente por técnicas e métodos mais tradicionais e pelo uso de materiais disponíveis na região, para facilitar a construção e o fornecimento. Além disso, levou-se em consideração as recomendações de Pacheco (2016) para construções em serras potiguares, o qual atestou conforto usando como base as propriedades de capacidade térmica, transmitância e fator de calor solar (Tabela 14), associada com sombreamento das aberturas e ausência de ventilação (o projeto considerou a possibilidade de controle da ventilação nos ambientes fechados). Com base nisso, os materiais foram escolhidos considerando a compatibilidade das propriedades com os valores de referência. Tabela 14 - Propriedade dos materiais simuladas para a análise do clima serrano CT U FCS Estratégia bioclimática KJ/ (m².k) W/(m².K) (%) Parede pesada com baixo FCS 255,00 1,52 2,00 Cobertura com baixo FCS - 2,00 6,4 Fonte: Alterado pela autora com base de PACHECO (2016)  Alvenaria convencional com estrutura de concreto armado Esse sistema construtivo foi escolhido por ser o mais tradicional na construção civil brasileira, principalmente por não necessitar de mão de obra especializada. Dada a região ser afastada dos grandes centros urbanos optou-se pelas peças de concreto serem moldadas in loco. Para as vedações optou-se pelo bloco cerâmico, visto ser mais comum na região e de melhor performance como isolante térmico quando comparado com o bloco de concreto, além de permitir embutir as tubulações elétricas, hidráulicas e pluviais, bem como a possibilidade de tratamento que as superfícies podem receber. Para as paredes de divisão interna dos ambientes foi adotada a alvenaria comum de tijolo cerâmico 8 furos. Já as paredes externas são do tipo dupla com tijolos de 6 furos assentados na menor dimensão. Essas paredes, segundo as informações de propriedades térmicas extraídas da tabela da NBR 15220, possuem características similares aos valores de referência (Figura 103). Lembrando que, os acabamentos das paredes vão variar em função do ambiente no qual estão inseridos, podendo levar a variações na espessura final da parede, como, por exemplo o caso das paredes externas que receberão revestimento em pedra bruta. 106 Figura 103 - Propriedades das paredes externas Fonte: NBR 15220  Parede em taipa de pilão As alvenarias utilizando a terra como material base remontam ao período pré-histórico. Existem registros de construções com terra apiloada ou moldada na Turquia, na Assíria e em outros lugares no Oriente Médio datando de entre 9000 e 5000 a.C. “Durante o início da colonização brasileira, todas as culturas componentes dominavam técnicas construtivas que utilizavam a terra como matéria-prima” (PISANI, 2004). A taipa de pilão consiste no apiloamento das camadas de terra com compactadores mecânicos ou manuais dentro da forma denominada de taipal. Conforme o passo a passo da Figura 104 constrói-se uma parede monolítica com material incombustível, isotérmico natural e de baixo custo. Figura 104 - Passo a passo de uma parede de Taipa de pilão Fonte: https://sustentarqui.com.br/taipa-de-pilao-o-que-e-como-fazer-quais-sao-suas- vantagens/ 107 Essa técnica possibilita o aproveitamento da terra retirada do terreno ou de área própria ao local onde a obra será executada. O material permanece ambientalmente interessante durante toda sua vida útil. E no momento de descarte, volta ao seu estado inicial de terra, ou seja, não gera resíduos. Além disso, possibilita a utilização de mão-de-obra e matéria prima local. Por não ser um material de construção padronizado (sua composição depende das características geológicas e climáticas da região), podem variar quanto a composição, resistências mecânicas, cores, texturas e comportamento. Variando os tipos de terra usadas durante o apiloamento das camadas no taipal é possível gerar paredes com estética única. Esse recurso foi explorado em algumas paredes de destaque internas do salão do restaurante, do bangalô e na recepção, do qual se tirou partido elevando o sistema construtivo à categoria de arte. O resultado desse efeito pode ser observado na Figura 105. Figura 105 - Parede de taipa com terras com cores diferentes Fonte: (www.heisearquitetura.com.br) e (http://taipal.com.br/studio/) O objetivo do uso da taipa no projeto foi a valorização de uma técnica tradicional de construção com um material local, rústico e bruto, como uma forma de aplicação moderna, a fim de desmistificar a imagem que se tem das casas de taipa desgastadas e que servem de abrigo para insetos.  Parede e revestimentos em pedra A técnica usando pedra para construção de edificações é quase tão antiga quanto o próprio homem. Desde a pré-história vem sendo utilizada como componentes das edificações. A aplicação de pedra natural está presente no projeto como revestimento em paredes e revestimentos de piso. Com a intenção de que o objeto arquitetônico ficasse integrado em relação à paisagem natural, muitas paredes externas foram revestidas com pedras brutas, visto ser um material em abundância no local e na paisagem rochosa da região. 108 Nas paredes externas é indicado que as pedras sejam aplicadas encaixadas entre si junto à face da alvenaria já finalizada. Optou-se por não usar argamassa para que a aparência ficasse o mais rústica possível. Nessa solução as pedras são dispostas em camadas e estabilizadas apenas pelo peso próprio e pelo encaixe cuidadoso das pedras. A técnica de pedra tem registros Figura 106 - Casa de pedra no Sítio Escondido, Patu/RN antigos pelo município, sendo comum nas fazendas da região as cercas de pedra. A casa de pedra, que hoje abriga o Museu Rural Dona Francisca, no Sítio Escondido em Patu/RN, é um exemplar de edificação em pedra sobre lajedo, estética que se deseja no projeto que também se localiza, em parte, sobre a rocha (Figura 106). O uso dessa técnica é um resgate do Fonte:www.ferias.tur.br/fotogr/169661/ trabalho artesanal que vem se perdendo CasaDepedraconstruidapeloses cravossitioescondido ao longo do tempo. -patu-fotoolharcriticopatu/patu/ Além do valor estético e cultural, o uso da pedra está atrelado a sua durabilidade potencialmente elevada que não se desgasta rapidamente com o sol e as intempéries. Na área de lazer, as pedras estarão presentes no revestimento do fundo da piscina e em elementos paisagísticos, a fim de se obter um resultado estético mais natural (ver exemplo Figura 107). Figura 107 - Revestimentos de pedras em área de lazer Fonte: http://www.flauminc.com/468378fc6cc71df6.html  Cobertura com estrutura e telha metálica Toda a estrutura do telhado será na cor grafite com o intuito de contrastar menos com o ambiente em que será instalado. Optou-se pelas estruturas metálicas devido a sua resistência, que permite vencer grandes vãos com seções mais esbeltas. 109 Para escolha do tipo de telha considerou-se o Fator de Calor Solar (FCS), que corresponde à fração de calor que foi absorvido e transmitido pelo sistema construtivo. O FCS é determinado pela absortância (∝) e pela transmitância térmica (U). Como, por questão estética, preferiu-se uma cobertura escura (∝=0,90) com alta absortância, foi necessário compensar com um material com baixa transmitância. A telha metálica termoacústica (telha sanduíche EPS) com U= 0,90 W/m²K resulta em uma FCS= 3,24% abaixo do valor de referência (6,4%). Devido à inclinação mais acentuada das Figura 108 – Volumetria do bangalô com cobertura metálica e cobertura com forro de coberturas, a face inferior da telha acaba lambri ficando mais exposta, por isso, foi previsto forro de lambri de madeira por baixo das coberturas de todas as edificações da pousada, conforme imagem da volumetria do bangalô (Figura 108). O uso da madeira e da pedra nas fachadas torna as edificações mais integradas ao meio em que estão inseridas. Fonte: Elaborado pela autora, 2019 6.3. GESTÃO DA ÁGUA A gestão da água nesse projeto baseou-se nos seguintes objetivos: garantir a qualidade da água de acordo com o uso, promover a eficiência no consumo e proteger o ecossistema local. Diante da ausência de abastecimento de água e da predominância do solo rochoso que impossibilita a obtenção de água subterrânea, todos os estudos foram voltados para a captação, armazenamento e tratamento da água pluvial. Como o município apresenta grandes períodos de estiagem, buscou-se medidas de racionalização, através dos equipamentos economizadores, o aproveitamento da água gerada pelos aparelhos de ar- condicionado e o reuso das águas servidas. Com base nisso foi gerado o ciclo da água dentro da pousada, que começa com a captação da água até a destinação final ambientalmente adequada (Figura 109). 110 Figura 109 – Esquema do ciclo da água Fonte: Elaborado pela autora 2020 Conforme os estudos elaborados no software Netuno, a pousada precisa armazenar 600.000l de água pluvial para suprir a necessida hídrica do estabelecimento. Essa capacidade de armazenamento foi distribuída em cisternas de 5.000l, em tanques aéreos horizontais de 50.000l e no castelo d’água de 150.000l, de acordo com a imagem abaixo (Figura 110). Figura 110 - Distribuição do armazenamento de água Fonte: Elabora pela autora 2020 A água da chuva que escoa pelos telhados dos bangalôs e do bloco da recepção/serviço é recolhida pela calha central e conduzida para um reservatório que 111 descarta os primeiros milímetros da precipitação. Quando a água acumulada atinge o nível máximo a boia interrompe a entrada e a água passa a ser conduzida para as cisternas enterradas com 5.000l cada. Segundo o manual, a cisterna de 5.000l da Fortlev (2,25m de diâmetro e 1,51m de largura) precisa ser instalada sobre uma base de assentamento e necessita de uma laje de fechamento com abertura de inspeção, que permita o acesso para a realização de manutenção e limpeza (Figura 111). Como a cisterna exige mais de 2m para ser instalada, a topografia natural do terreno precisou ser modificada para que se aumentasse a profundidade da camada de solo. Figura 111 - Cisterna de 5.000l Fortlev Fonte: https://www.fortlev.com.br/ Como esse projeto buscou a máxima eficiência no aproveitamento da água, o dreno dos aparelhos de ar-condicionado foram direcionados para as cisternas de armazenamento de água pluvial (Figura 112). O dormitório com 35m² necessita-se de um aparelho com 22.000 BTUs. De acordo com Almeida (2018), um ar-condicionado desse tipo gera em média 1,2l de água por hora de funcionamento, logo o volume total de água produzida vai variar em função do tempo de funcionamento e da quantidade de aparelhos. 112 Figura 112 - Esquema do sistema de tratamento de água Fonte: Elaborado pela autora 2020 A área de tratamento foi situada na porção mais baixa do terreno para facilitar o bombeamento da água armazenada nas cisternas para essa área. A água bruta passa pelo filtro de areia para remover as partículas e em seguida é armazenada para ser desinfectada com cloro. Dentre os sistemas de tratamento de água disponíveis, esse se mostrou ser mais barato e de simples funcionamento para ser mantido por funcionários internos. Testagens futuras da qualidade da água pode constatar a necessidade de algum outro tipo de tratamento com ozônio ou UV para que se adeque totalmente aos padrões de potabilidade. Com base nos critérios de cálculos descritos no capítulo anterior, a pousada consome em média 4000l de água por dia. A vazão em l/h do filtro de areia vai depender da quantidade de dias que o sistema vai funcionar e do tempo de funcionamento, logo o dimensionado varia em função dessas informações (Figura 113). Figura 113 - Modelos de filtro de areia em aço carbono Fonte: http://www.naturaltec.com.br/filtro-areia-especial/ A água armazenada nos tanques aéreos horizontais é posteriormente bombeada para o castelo d’água no ponto mais elevado do terreno. Essa água armazenada necessitará de reforço na desinfecção, tendo em vista o tempo que permanecerá parada até ser direcionada 113 para os locais de consumo. As caixas d’água foram especificadas com volume que atenda apenas ao consumo máximo diário. A água cinza gerada pelos lavatórios e chuveiros é encaminhada para uma estação compacta de tratamento de efluentes, onde a água é tratada e posteriormente é armazenada em uma cisterna com clorador para ser usada na irrigação de gramados e jardins. Para evitar o contato humano optou-se pela irrigação subsuperficial e a irrigação de superfície em área sem acesso humano. Enquanto que a horta utilizará a água da chuva tratada, já que necessitaria de um tratamento mais avançado da água de reuso. Os efluentes oriundos (água negra) dos vasos sanitários e das pias da cozinha (passam primeiro por uma caixa de gordura) são conduzidos para uma estação compacta com reator e filtro anaeróbico. O resultado deste processo é um efluente não agressivo, que é devolvido ao meio ambiente através de valas de infiltração nas áreas com maior profundidade de solo. Para otimizar o sistema foram propostas duas ETE, uma para atender a área de lazer e outra próximo aos bangalôs. O sistema compacto de tratamento de efluentes Biodigestor Fortlev é composto por um reator e filtro anaeróbio unificados, que transforma o efluente em esgoto tratado, lodo estabilizado e biogás. As bactérias aderem ao meio filtrante e digerem a matéria orgânica presente no efluente. O lodo gerado é depositado no fundo falso do Biodigestor e deve ser descartado a cada 6 meses. Já o biogás deve ser liberado em área afastada do fluxo de pessoas. Existem disponíveis dois tipos de vazão de operação de 500 L/dia ou 1.500L/ dia, atendendo variadas situações de acordo com o tipo de aplicação. A vazão será determina por profissionais da área. Figura 114 - O sistema compacto de tratamento efluentes Biodigestor Fortlev Fonte:https://www.fortlev.com.br/wp- content/uploads/2020/07/Catalogo_Tecnico_Biodigestor_Fortlev.pdf 114 6.4. GESTÃO DA ENERGIA Nos últimos anos, vem sendo registrado o aumento da temperatura média global, resultante das emissões de gases de efeito estufa na atmosfera. Sendo a queima de combustíveis fósseis (como carvão e petróleo), usados para produzir energia, a principal responsável. Esse aumento começa a provocar alterações no clima, acarretando prejuízos sociais, ambientais e econômicos. A diminuição da gravidade dessas consequências depende do controle da emissão através de medidas mitigadoras, como a substituição do uso de fontes fósseis de energia por renováveis. Já existem disponíveis diversas alternativas energéticas oriundas do vento (eólica), do sol (solar), das ondas e da biomassa (AMERICA DO SOL, 2020). Com o intuito de alinhar o projeto da pousada com os conceitos de sustentabilidade, visando atrair hóspedes que valorizem os cuidados com o meio ambiente, foram adotados dois sistemas de aproveitamento da energia solar: a geração fotovoltaica de energia elétrica e o aquecimento solar de água. A inclusão destas tecnologias, além de colaborar com o meio ambiente, contribui para a produção otimizada de energia, buscando a autossuficiência energética da pousada e, consequentemente, reduzindo gastos com o consumo de energia. 6.4.1. Geração de energia solar fotovoltaica O Brasil possui mais potencial para desenvolvimento da energia fotovoltaica do que outros países onde essa fonte de energia é mais utilizada. Enquanto que a irradiação média no território brasileiro está entre 4,8 e 6,0 kwh/m², na Alemanha o valor máximo atingido é de 3,4 kwh/m². Logo, o lugar menos ensolarado no Brasil pode gerar mais eletricidade do que no local mais ensolarado da Alemanha – país com maior capacidade instalada em energia fotovoltaica (ABINEE, 2012). Os programas e linhas de financiamento complementares à sustentabilidade ambiental têm ajudado a impulsionar a adoção do sistema fotovoltaico pelas empresas brasileiras. Os principais bancos privados aderiram ao Protocolo Verde, ratificado em 2009, que prevê o compromisso de incorporar políticas e práticas bancárias de financiamento do desenvolvimento econômico com sustentabilidade (SEBRAE, 2012). Por exemplo, o programa FNE Verde do Banco do Nordeste permite 100% de financiamento para pequenas empresas que desejam gerar energia elétrica ou térmica a partir de fontes renováveis, com prazo de até 12 anos e até 4 anos de carência (período este no qual o estabelecimento deixa de ter gasto com energia e sequer começou a pagar o financiamento). 115 O sistema de energia fotovoltaica foi escolhido pelos seguintes motivos: não poluir, nem contaminar o meio ambiente, necessidade de baixa ou nenhuma manutenção, possuir elevado tempo de vida útil (superior a 20 anos), ser resistente às condições climáticas (vento, temperatura e umidade); e não gerar odores e ruídos. Além disso, tem como vantagem ser modulado, pois permite a instalação inicial de uma capacidade menor que depois pode ser expandida até atender toda demanda energética do estabelecimento (INSTITUTO IDEAL, 2013). O sistema de produção fotovoltaica gera energia elétrica através da conversão da radiação solar em corrente elétrica por meio do efeito fotovoltaico, que acontece pela excitação dos elétrons do material semicondutor das células fotovoltaicas na presença da luz solar. O silício se destaca entre os materiais mais adequados para a conversão da radiação solar em energia elétrica. A eficiência do sistema é medida pela proporção da radiação incidente sobre as superfícies das células que é convertida em energia elétrica. (ANEEL, 2005) Os sistemas fotovoltaicos são classificados de acordo com a sua ligação com a rede pública de distribuição de energia elétrica: Sistema Fotovoltaico Off-grid (isolado e desconectado da rede) e Sistema Fotovoltaico On-Grid (conectado à rede). Inicialmente os sistemas de energia solar fotovoltaica - entre as décadas de 1950 e 1970 - eram focados em levar energia elétrica a locais onde as redes de distribuição não chegavam (sistema off-grid). Figura 115 - Esquema de funcionamento de Figura 116 - Esquema de funcionamento de sistema sistema fotovoltaico off-grid fotovoltaico on-grid Fonte:http://gridsolaris.com.br/portal/servico Fonte:https://luzsolar.com.br/como-funciona- s-2/sistema-off-grid/ o-sistema-fotovoltaico/ O sistema off-grid necessita de um banco de bateria para armazenamento da produção no período diurno e vespertino para o consumo durante as noites, quando o sistema não gera 116 eletricidade. Esse sistema ainda é usado em locais sem acesso a rede de distribuição (Figura 115). Enquanto que no sistema fotovoltaico on-grid a energia solar gerada no módulo de energia é conduzida até um inversor, equipamento eletrônico de alta tecnologia, que transforma a corrente contínua em corrente alternada para ser lançada na rede de distribuição (Figura 116). No caso da pousada, que está conectada à rede, mas necessita que a energia seja ininterrupta mesmo que haja problema na rede de distribuição, optou-se pelo sistema híbrido, que é a junção do off-grid com o on-grid. No sistema solar híbrido, enquanto a energia é gerada, parte é armazenada em baterias para ser usada numa eventual instabilidade da rede de distribuição de energia elétrica. O tempo de autonomia desse sistema depende da capacidade do banco de baterias. As unidade de geração fotovoltaica com acesso à rede de distribuição ganharam mais força após a criação da Resolução 482, publicada em abril de 2012, pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) e sua revisão, a REN 687/2015, que ampliou as possibilidades, incluindo o sistema net metering no Brasil, mais conhecido como Sistema de Compensação de Energia. A partir dessa resolução a energia gerada pelo sistema é cedida, por meio de empréstimo gratuito, à distribuidora local e posteriormente compensada com o consumo de energia elétrica ativa do estabelecimento. Dessa forma, o consumidor só paga o balanço líquido da diferença entre a energia consumida e gerada. Caso a quantidade gerada seja superior a utilizada, o consumidor fica com crédito referente ao excedente da fatura para ser utilizado em até 60 meses. Outra forma de compensação, é utilizar os créditos da energia gerada em outra unidade com mesma titularidade, desde que possua o mesmo Cadastro de Pessoa Física (CPF) ou Cadastro de Pessoa Jurídica (CNPJ) junto ao Ministério da Fazenda. Para que seja feito um projeto de sistema fotovoltaico precisa-se considerar: a orientação dos módulos, disponibilidade de área, disponibilidade do recurso solar, demanda a ser atendida, entre outros fatores. O dimensionamento do sistema depende da quantidade de energia radiante recebida do sol pelos módulos fotovoltaicos e da necessidade de suprir a demanda de energia elétrica (PINHO; GALDINO, 2014). Logo, para um bom rendimento do sistema é importante selecionar a melhor localização para os módulos fotovoltaicos observando: a integração com os elementos arquitetônicos e a presença de elementos de sombreamento ou superfície reflexivas próximas que possam afetar a eficiência do sistema. Como os módulos contêm células fotovoltaicas associadas em série, quando uma ou mais destas células recebem menos radiação solar a 117 corrente diminui no conjunto, devido ao sombreamento parcial do módulo por algum elemento, ou a sujeiras que tenham se depositado sobre o módulo. Para o melhor aproveitamento da radiação solar incidente, os módulos devem ser orientados com a parte frontal voltada para o Norte geográfico e com ângulo de inclinação em relação ao plano horizontal conforme a latitude da instalação segundo a recomendação da Figura 117. No caso de Patu/RN com latitude de 6º, o ângulo de inclinação seria de 11º (SOLARTERRA, 2011). Figura 117 - Relação da latitude com o ângulo de inclinação das placas fotovoltaicas Fonte: SOLARTERRA, 2011 Os módulos fotovoltaicos devem ser montados sobre uma estrutura fabricada com material pouco corrosivo, que tenha rígidez mecânica que permita suportar o peso dos módulos e os ventos fortes, sem que se altere a orientação e ângulo de inclinação dos painéis (Figura 118). Em instações em área isolada (Figura 119), como é o caso do projeto da pousada, é mais fácil encontrar superfícies livres, sem sombreamento e com fácil circulação de ar. A ventilação permite dissipar o calor que normalmente é produzido tanto pela ação dos raios solares quando pelo processo de conversão da energia. Vale salientar que a eficiência dos módulos diminui com a elevação da temperatura, podendo até comprometer o seu funcionamento normal (PINHO; GALDINO, 2014). Figura 118 - Exemplo de estrutura Figura 119 - Exemplo de módulos instalados em terreno de sustentação de módulo isolado fotovoltaico adaptada à superfície Fonte: http://ecoeletric.com.br/noticias/energia-solar-na- fazenda-9-dicas-para-investir-em-paineis-fotovoltaicos- Fonte: (PINHO; GALDINO, 2014) para-o-agronegocio/ 118 Levando em consideração as informações anteriores, o sistema de energia fotovoltaico foi situado na área mais elevada e isolada do terreno da pousada, sem acesso ao público, voltado para o norte geográfico, afastado de outras edificações e vegetações de grande porte, de modo a garantir a máxima eficiência do sistema. Segundo o Atlas Solarimétrico do Brasil (TIBA et al., 2000), a cidade de Patu/RN está situada na faixa com mais horas médias diárias de insolação 8h/dia (Figura 120) e com radiação solar global diária de 18 MJ/m².dia, segunda maior do Brasil (Figura 121). Esses fatores influenciarão positivamente a quantidade de energia gerada diariamente pelo sistema. Figura 120 – Posição de Patu no mapa Insolação Figura 121 - Posição de Patu no mapa de Diária, Média Anual (horas) radiação solar global diária, média anual (MJ/m².dia) Fonte: TIBA et al., 2000, adaptado pela autora Fonte: TIBA et al., 2000, adaptado pela autora 2020 2020 6.4.2 Aquecimento solar de água Dentre as medidas sustentáveis adotadas pela pousada está o uso da energia solar para aquecimento da água dos chuveiros das unidades de hospedagem. Esse sistema é composto por coletores solares que absorvem a energia e transmite para a água; e por um reservatório térmico (boiler) que armazena a água aquecida. Cada bangalô possui um sistema individualizado de aquecimento de água, que foi dimensionado através das informações do manual de instalação da Rinnai. Segundo este material, o consumo médio diário de água quente sem desperdício para um chuveiro é de 50- 80 L/pessoa (adotou-se 60 L para efeito de cálculo). A edificação do bangalô é composta por duas unidades conjugadas, as quais comportam até três pessoas em cada unidade. Logo, o consumo médio total de água quente por dia é de 300 L, o volume mínimo disponível para os modelos de reservatório (Figura 122). 119 Figura 122 – Modelos de reservatórios termossolares Rinnai Fonte: https://www.rinnai.com.br/uploads/manual/177.pdf Os coletores solares devem ser instalados Figura 123 - Orientação geográfica dos coletores direcionados para o norte geográfico com o desvio máximo de até 30º (Figura 123). Devido à alta queda no rendimento do sistema, a instalação deixa de ser recomendada em situações com ângulo superior a esse valor. Já no caso dos coletores orientados a 30º de defasagem - como no caso dos bangalôs do projeto - deve ser Fonte:www.rinnai.com.br/uploads/ manual/177.pdf acrescentado 20% a mais no seu dimensionamento. A seguinte informação do manual foi considerada no dimensionamento da quantidade de coletores desse sistema: para aquecer 100 litros de água usando o coletor com tratamento de superfície do tipo Titanium Plus precisa-se de aproximadamente 0,80 m² de área de coletor. Logo, um reservatório com volume de 300 L necessita de 2,88 m² de área (valor já com o acréscimo necessário de 20%). Para atender essa metragem quadrada são necessárias duas placas do modelo escolhido abaixo (ver Figura 124). Como nos telhados dos bangalôs são usadas telhas metálicas pretas, as placas dos coletores solares, de igual cor, não vão causar grande impacto visual nas cobertas. Figura 124 - Modelos de Coletores solares da Rinnai Fonte: https://www.rinnai.com.br/uploads/manual/177.pdf 120 Os coletores solares são instalados nos telhados dos bangalôs obedecendo a inclinação (soma da latitude da cidade mais 10°), sendo 20° o mínimo indicado para o melhor desempenho nos períodos de inverno, pois no verão a incidência de radiação solar é superior. O telhado dos bangalôs tem inclinação de 12° para não prejudicar o sistema. Os coletores devem ser instalados sobre suportes metálicos com 8° de inclinação (Figura 125) compensando a defasagem da inclinação do telhado. Figura 125 - Esquema de instalação do coletor solar no telhado Fonte: Elaborada pela autora, 2020 Comumente, os coletores solares ficam posicionados no telhado em nível mais baixo do que o boiler e a caixa d’água; nessa forma de sistema a água movimenta-se naturalmente dentro da tubulação através da diferença térmica entre o reservatório e os coletores sem a necessidade de nenhum equipamento auxiliar. No entanto, para este caso específico, os coletores solares precisam ser instalados acima do boiler e da caixa d’água, pois o local destinado para esconder os reservatórios abaixo da cobertura inclinada tem altura reduzida. Nessa situação o sistema funciona em alta pressão com circulação forçada (pressurizado), conforme o esquema da imagem abaixo (Figura 126). Figura 126 - alta pressão com circulação forçada (pressurizado) Fonte: https://www.rinnai.com.br/uploads/manual/177.pdf 121 O boiler atende os chuveiros, que vão possuir tanto registro de água quente quanto de água fria separados. A água da caixa d’água abastece tanto o sistema de água quente quanto as torneiras, bacias sanitárias e chuveiros por ligação direta. 6.5. GESTÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS A pousada não possui coleta municipal de lixo, já que está situada afastada do centro urbano. Visando uma maior responsabilidade ambiental, através da diminuição dos impactos das atividades do empreendimento no seu terreno e entorno, optou-se por ações de gestão integrada dos resíduos sólidos produzidos. A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), instituída pela Lei 12.305, promulgada em 2010, estabelece as bases para que o poder público, empresas e cidadãos, possam atuar de forma compartilhada na: não geração, redução, reutilização, reciclagem e tratamento dos resíduos sólidos, bem como disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos. O esquema abaixo ilustra a ordem de prioridade para a gestão dos resíduos sólidos (Figura 127). Figura 127 - Gestão dos resíduos sólidos Fonte: https://m.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/bis/gestao-de-residuos- solidos,1293438af1c92410VgnVCM100000b272010aRCRD Considerando que o lixo não pode ser descartado em qualquer lugar sem as devidas precauções, a própria palavra “lixo” foi ressignificada, não servindo mais para definir o material gerado por meio das atividades e consumo humano. De acordo com a PNRS, o que chamávamos de lixo pode ser dividido em dois grupos: os resíduos sólidos reaproveitados e os rejeitos. Alguns resíduos podem ser reaproveitados ou reciclados dependendo das suas características e; da viabilidade tecnológica e econômica disponivel. Já os rejeitos são os resíduos sólidos que esgotaram todas as possibilidades de tratamento e recuperação, não havendo outra solução além da disposição final ambientalmente adequada. Com base na PNRS para que haja uma destinação final adequada é necessário um correto descarte dos resíduos através da coleta seletiva – coleta de resíduos sólidos 122 previamente segregados conforme sua constituição. Visando facilitar e padronizar essa separação, a Resolução CONAMA nº 275 de 2001 estabeceleu o código de cores para os diferentes tipos de resíduos, o qual deve ser adotado na identificação dos coletores. Os tipos de resíduos mais prováveis de serem encontrados em uma pousada com suas respectivas cores de idenfiticação são: azul - papel/papelão; vermelho - plástico; verde - vidro; amarelo - metal; marrom - resíduos orgânicos. Coletores devidamente sinalizados, como da Figura 128 devem ser distribuídos em todas as áreas comuns do estabelecimento para que haja uma correta coleta seletiva na pousada. Os resíduos coletados serão acondicionados e armazenados na casa de lixo junto à via de acesso ao empreendimento. A localização da casa de lixo facilita a remoção dos resíduos, os quais serão transportados para cooperativas ou outras formas de associação de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis mais próximas da região. Figura 128 - Coletores para coleta seletiva de resíduos sólidos Fonte: (www.campclean.com.br/produtos-limpeza/lixeiras/lixeira-para-coleta-seletiva-de-lixo/venda- de-lixeira-para-coleta-seletiva-mogi-guacu) e (www.loja.reislixeiras.com.br/conjunto-de-coleta- seletiva-5-cestos-tampa-basculante-cod-bs605) Dentre os resíduos gerados no empreendimento estão os orgânicos, os quais, segundo o IPEA (2012), equivalem a 52% de todos os resíduos sólidos coletados no Brasil. No entanto, apenas 1,6% são destinados para unidades de compostagem (processo biológico de decomposição e de reciclagem da matéria orgânica), sendo o restante encaminhado para outros destinos finais, tais como: lixões, aterros controlados e aterros sanitários. Dentre as razões para a baixa adesão ao tratamento via compostagem está a dificuldade de se obter os resíduos orgânicos já separados na fonte geradora. Pensando nisso, os funcionários das cozinhas da pousada serão instruídos para que façam a correta separação dos resíduos nas lixeiras destinadas para compostagem, conforme as orientações da Figura 129. 123 Figura 129 – Resíduos orgânicos indicados para compostagem O que pode à vontade Frutas, legumes, verduras, grãos e sementes, frutas cítricas, sachê de chás (sem etiqueta), borra de café e filtro de café, casca de ovo, poda de grama e folhas secas O que pode com moderação Frutas cítricas, alimentos cozidos, guardanapos e papel toalha, flores e ervas, laticínios Não é recomendado Carnes, limão, temperos fortes, óleos e gorduras, fezes de animais e papéis (higiênicos, jornais e papelões), líquidos (iogurtes, leite caldos de sopa e feijão) Fonte: Material adaptado com base nas informações: www.compostasaopaulo.eco.br Para que o processo de compostagem ocorra mais rápido são utilizadas minhocas californianas (Eisenia andrei) com o intuito de transformar os resíduos orgânicos em adubo sólido e líquido de excelente qualidade. Esse tipo de compostagem é denominado “vermicompostagem” em que se tem um sistema composto por caixas modulares empilhadas em torres com minhocas circulando entre os diferentes níveis. As caixas superiores atuam como digestoras, o local de estabilização dos resíduos e material orgânico seco em composto orgânico sólido. Enquanto que a caixa inferior da torre coleta o excesso de umidade que desce das superiores, denominado composto orgânico líquido (Figura 130). Figura 130 - Torre de vermicompostagem Fonte:https://pensandononossofuturo.wordpress.com/category/uncategorized/ A edificação para instalação do sistema de vermicompostagem está situada em posição reservada do terreno, separada das áreas comuns de uso público, e próximo a 124 cozinha do bar da piscina, facilitando o deslocamento dos resíduos orgânicos. A horta orgânica também se encontra nas proximidades da vermicompostagem e junto da cozinha, local de utilização dos produtos gerados pela horta. O bloco possui uma área coberta cercada com alambrado, onde estão dispostas as torres de compostagem (Figura 131) e um depósito fechado para armazenamento das ferramentas e equipamentos utilizados durante o manuseio das composteiras e nos cuidados dos jardins e horta. Figura 131 – Exemplo de torres de vermicompostagem na UFTM em Uberaba/MG Fonte:https://conferencias.unb.br/index.php/ENEEAmb/ENEEAmb2016/paper/viewFile/4961/1281 Com a vermicompostagem a pousada possui um ciclo contínuo da matéria orgânica, no qual o resto de alimento e de poda é introduzido nas composteiras que geram húmus que, por sua vez, é utilizado nas plantas e hortas orgânicas que são utilizadas na cozinha do restaurante no preparo do alimento, voltando novamente o ciclo, conforme a Figura 132. Figura 132 - Ciclo da matéria orgânica Fonte: https://www.concretaconsultoria.com.br/single-post/2018/09/16/Compostagem-voce-sabe-o- que Grande parte dos resíduos gerados nas cozinhas da pousada são destinados para a compostagem, no entanto, os óleos não fazem parte desse grupo. Deve-se ter atenção 125 especial ao descarte desse produto dada a sua nocividade para a natureza, o qual pode contaminar o solo e a água, logo não pode ser despejado no ralo comum dos restaurantes. Por isso, o óleo deve ser armazenado para ser entregue em locais que façam coleta desse tipo de resíduo. Esse resíduo pode ser reciclado e reincorporado como matéria prima de novos produtos, como no esquema abaixo (Figura 133). Figura 133 - Produtos gerados com a reciclagem do óleo de cozinha Fonte:www.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/UFs/AP/Anexos/1-Residuos-Solidos_FLIP.pdf Os demais resíduos orgânicos que não serão destinados a vermicompostagem serão recolhidos com os rejeitos para alguma disposição final admitida pelos órgãos competentes, observando normas operacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e a minimizar os impactos ambientais. A Figura 134 resume o destino final de cada tipo de resíduos sólido gerado na pousada, tanto os reaproveitáveis quantos os rejeitos. Figura 134 - Ciclo dos resíduos sólidos Fonte: Desenvolvido pela autora 2020 126 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS O presente trabalho de conclusão de curso teve como resultado o anteprojeto de uma pousada na Serra do Lima em Patu/RN com ênfase nos princípios da arquitetura bioclimática, na gestão do aproveitamento da água pluvial e na racionalização da água, que se amparou em um referencial teórico-conceitual voltado para a compreensão do clima serrano potiguar e a arquitetura bioclimática como reposta a esse clima; as medidas de racionalização e aproveitamento de água. A localização do terreno em altitude elevada exigiu uma proposta totalmente adequada as condições locais, que se diferenciaram das orientações dadas para a zona bioclimática 7 (clima quente e seco) no qual o município está inserido segundo a NBR 15220- 3 (2005). Através dos estudos do clima a partir do software Climate Consultant, dos condicionantes ambientais e das análises de Pacheco (2016), foi possível traçar as diretrizes bioclimáticas do projeto e os recursos arquitetônicos aplicados para o clima serrano. Essas informações nortearam as soluções de projeto, a escolha dos materiais e sistemas construtivos empregados. O terreno isolado do município, sem abastecimento de água e com solo rochoso, que impossibilita a perfuração de poço, levaram os estudos a se voltarem para a captação de água pluvial. Como o município possui período prolongado de estiagem, as simulações iniciais no software Neturo indicaram a necessidade de estocar uma quantidade elevada de água, na tentativa de diminuir esse valor, buscou-se soluções de racionalização de água, através do uso de equipamentos economizadores, aproveitamento da água gerada pelos aparelhos de ar-condicionado e do reuso das águas servidas para a irrigação de gramados e jardins (foi indicado o plantio de espécies adaptadas a região que necessite de pouca rega). Dessa forma, o consumo per capita conseguiu ser reduzido para os valores de referência mínimo. Com isso, conseguiu-se com o armazenamento de 600m³ de água pluvial suprir a necessidade da pousada em 90% dos dias do ano. A elevada inclinação do terreno juntamente com a baixa profundidade do solo exigiram um estudo minucioso para a implantação das edificações. Como o projeto partiu da observação da potencialidade paisagística da região, buscou-se na proposta a valorização da paisagem. Por isso, as funções foram distribuías em blocos menores que puderam ser mais facilmente inseridos na topografia do terreno. As edificações foram escalonadas e posicionadas voltadas para a vista sem que nenhuma obstruísse a paisagem para a outra. Isso pode ser observado no modo que os bangalôs foram inseridos no terreno com base no estudo do ângulo visão de cada varanda. 127 Os estudos de precedentes orientaram a proposta arquitetônica nos seguintes aspectos: definição o programa de necessidades, o pré-dimensionamento, a implantação, as soluções de planta e volumetria; a escolha dos materiais e os tipos de tratamentos de água e efluentes. O estudo direto na Pousada Villa da Serra localizada em São Bento/RN permitiu observar as soluções arquitetônicas implantadas e em funcionamento, e vivenciar as sensações térmicas de uma região com influência da altitude. Assim como, as visitas com medições de temperatura e umidade, juntamente com a oportunidade de pernoitar na Serra do Lima ajudaram na melhor compreensão do clima serrano. Dada a necessidade do município por espaços de lazer, restaurante e hospedagem para atender aos turistas que buscam as atividades religiosas, ecológicas e de aventura da região; e a demanda local, o projeto foi pensado para que os espaços da pousada pudessem funcionar atendendo ao mesmo tempo públicos diferentes. Por isso, as funções foram bem setorizadas no terreno para que nenhum funcionamento interferisse no outro. Pensando nisso, a área de lazer foi situada separada do setor de hospedagem, assim como o restaurante mirante foi inserido fora das instalações da pousada para atender ao público externo. Dessa forma, o empreendimento acolhe uma diversidade maior de público e gera renda por diversas fontes. O projeto buscou se integrar as características geográficas locais, através do uso de materiais caraterísticos da região e de cores que contrastem menos com a paisagem natural da serra. Deu-se preferência para os sistemas de construção convencionas de alvenaria de tijolo e estrutura de concreto armado por serem mais comuns e por não precisarem de mão- de-obra especializada. Optou-se pelo resgate da técnica de encaixe de pedra bruta que vem se perdendo na região. E, pelo uso da taipa como forma de elevar e apresentar de forma mais moderna uma técnica utilizando terra, com a finalidade de romper com o estigma da casa de taipa nordestina de baixa qualidade. Devido as características do local no qual o projeto está inserido, buscou-se soluções que causem menor impacto ambiental e se alinhem às medidas sustentáveis. Pensando nisso, optou-se por ações de gestão integrada dos resíduos sólidos produzidos, visto não haver coleta pública; e pelo tratamento de todos os efluentes gerados pela pousada antes de serem lançados ao solo. Ainda nessa linha, buscou-se a autossuficiência energética da pousada através do emprego de placas para aquecimento solar da água e de placas fotovoltaicas, que tornou o empreendimento uma fonte de geração de energia elétrica integrada a rede pública, mas com baterias associadas que garantem o fornecimento ininterrupto da energia. 128 Diante do exposto pode-se concluir que a proposta final, desenvolvida em nível de anteprojeto, buscou cumprir com os condicionantes de projeto e legais, com o programa de necessidades definido; e com os objetivos e premissas inicialmente elencados. Chegando a uma proposta que cumpre com as diretrizes bioclimáticas traçadas, supre a demanda de água da pousada através da gestão da água, integra o projeto à topografia do terreno e valoriza o potencial paisagistico local. As pesquisas, disciplinas cursadas, softwares aprendidos, bem como, a troca com os professores e alunos da turma contribuiram no engradecimento como arquiteta e na atuação profissional. Acredita-se que esse estudo serve de base para nortear projetos em áreas serranas potiguares, para adoção de sistema de aproveitamento de água pluvial com fins potáveis e reuso de água cinza. Para estudos futuros, indica-se a análise de amostras de água pluvial tratada pelo sistema de filtro de areia e cloração para a comprovação da qualidade segundo os parâmetros para consumo humano e padrão de potabilidade do anexo XX da Portaria de consolidação de nº 05/2017. Recomenda-se aprofundar os estudos com vistas a determinar o dimensionamento do sistema de tratamento e armazenamento de água cinza, assim como de águas negras. 129 REFERÊNCIAS ABINEE. Propostas para inserção da energia solar fotovoltaica na matriz elétrica brasileira. São Paul, 2012. 176 p. Disponível em: ALMEIDA, M. E. P. Análise da viabilidade para implantação de sistema de aproveitamento de água da chuva e ar-condicionado: estudo de caso no setor de aulas IV da UFRN. 2018. Trabalho de Conclusão de Curso. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. AMARAL, C. S. Descartes e a caixa preta no ensino‐aprendizagem da arquitetura. Portal Vitruvius. Novembro de 2007. Disponível em: . Acesso em: 28 de julho de 2019. ANA. Situação da Água no Mundo. Publicado em 09 de março de 2018. Disponível em:< https://www.ana.gov.br/textos-das-paginas-do-portal/agua-no-mundo/agua-no-mundo>. Acesso em: 20 de julho 2019. ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica. 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C METÁLICA GALVANIZADA C C P3 4,85 A=2,65m² P3 COM PINTURA P3 P3 ELETROSTÁTICA GRAFITE DUAS CAIXAS D'ÁGUA EM 0,30 4,85 0,30 POLIETILENO. CAPACIDADE: -0.01 2,26 2.000L (CADA) 3,01 0,30 PROJEÇÃO COBERTURA 2,80 PROJEÇÃO COBERTURA CIRCULAÇÃO P080 0,50+0.00 A=7,02m² PAREDE REVESTIDA COM PEDRA NATURAL - ASSENTAMENTO P080 4,00 -0.10 JUNTA SECA ADMINISTRAÇÃO A=12,54m² PERGOLAS EM CONCRETO +0.00 (20cm X 15cm) WC ADAPTADO GUARDA MALA A=3,23m² A=4,19m² +0.00 +0.00 1,70 0,15 2,15 3,80 RECEPÇÃO E APOIO SERVIÇO 4,90 TELHA TERMOACÚSTICA COM LETREIRO E BRISE METÁLICO PINTURA ELETROSTÁTICA NA VESTIÁRIO FEMININO COM PINTURA ELETROSTÁTICA COR GRAFITE 1,00 0,80 0,80 0,80 A=13,94m² GRAFITE -0.01 1,33 1,20 0,96 0,95 0,96 COBERTURA EM ESTRUTURA METÁLICA GALVANIZADA COM VESTIÁRIO F. DE LAMBRI H=2,70m MASCULINO 1,18 PAREDE CURVA REVESTIDA COM PEDRA PINTURA ELETROSTÁTICA 0,16 0,90 NATURAL - ASSENTAMENTO JUNTA SECA GRAFITE A=13,94m² 1,13 -0.01 1,22 P080 0,69 0,50 1,05 COPA 2,00 0,30 LEGENDA A=15,34m² +0.00 3,26 ÁREA VERDE DECK DE MADEIRA P080 PAREDE COM TIJOLO 2,00 0,90 DESCANSO DUPLO DML 3,57 A=16,63m² PAREDE COM TIJOLO 0,40 A=5,86m² SIMPLES +0.00 -0.10 PAREDE EM TAIPA DE D D PILÃO D D P3 P3 P3 P3 P080 O P080 N MOCKUPS ESC.:.1/2000 CIRC. L A=10,60m² +0.00 SERVIÇO DEPÓSITO A=13,05m² A=14,91m² PROJEÇÃO PERGOLAS +0.00 +0.00 1,85 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE SILHUETA DA CALHA PPAPMA 3,01 8,55 3,01 P080 PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA, PROJETO E MEIO AMBIENTE P100 CENTRO DE TECNOLOGIA SILHUETA DA EDIFICAÇÃO 0,30 2,90 0,15 1,20 0,15 3,55 0,30 DISCENTE: ORIENTADORA: MAÍRA NASCIMENTO QUEIROZ REIS EUNADIA SILVA CAVALCANTE 8,55 MATRÍCULA: 20181032227 CO-ORIENTADORA: 0,04 7,12 0,25 7,12 0,04 CAU Nº A87524-4 SOLANGE VIRGINIA GALARCA GOULART A P3 14,58 PROJETO: PRANCHA: N A P3 ANTEPROJETO DE UMA POUSADA NA SERRA DE PATU/RN FACHADAS 3 FACHADAS N 3 PLANTA BAIXA RECEPÇÃO / APOIO SERVIÇO PLANTA DE COBERTURA RECEPÇÃO / APOIO SERVIÇO CONTEÚDO: ASSUNTO:01 LEGENDA 02 RECEPÇÃO / APOIO SERVIÇO4 1 O L TUBO DE QUEDA - ÁGUA 4 1 O L PLANTA BAIXA S ESCALA:..................................................................................1/75 PLUVILAL (100mm) ESCALA:.........................................................................................................1/752 COBERTURA 02DATA: ESCALA: 2 S 16/08/2019 1/75 /09 BAR / PISCINA INTERRUPÇÃO GRÁFICA 0,30 INTERRUPÇÃO GRÁFICA PROJEÇÃO COBERTURA PROJEÇÃO COBERTURA 16,00 0,80 2,00 0,80 2,00 0,80 2,00 0,80 2,00 0,80 2,00 2,00 17,60 0,30 4,50 0,15 2,00 0,15 4,90 0,15 1,95 0,15 3,05 0,30 ACESSO GR080 GR080 GR080 GR080 GR080 BAR/PISCINA 11,20 2,00 2,80 PROJ. J180A J180A J180A J180A J180A VIGA 10,28 0,92 1,90 1,15 1,38 0,40 1,22 0,40 3,00 2,50 0,30 P080 1,10 1,20 1,17 8,67 P080 1,20 1,05 0,80 0,90 0,15 0,50 3,00 2,50 1,65 8,98 0,92 J080 0,96 0,95 0,96 0,80 0,80 0,80 0,85 2,801,65 9,90 2,00 GR080 GR080 GR080 GR080 J180A P250 J180B P080 ENTRADA RECEPÇÃO 1,15 2,00 0,80 2,00 0,80 2,00 0,80 2,00 0,80 2,00 0,30 4,20 0,15 4,30 0,15 2,90 J180A 0,15 3,30 0,30 1,85 0,30 3,86 17,90 3,79 2,10 0,15 0,15 0,00 0,20 2,00 PROJEÇÃO COBERTURA PROJEÇÃO COBERTURA 7,62 8,12 2,50 0,25 1,90 0,20 2,10 0,20 0,35 13,83 16,57 0,04 16,49 0,04 3,30 2,15 1,85 0,30 SILHUETA DA EDIFICAÇÃO SILHUETA DA EDIFICAÇÃO 0,15 1,70 LAJE IMPERMEABILIZADA INCLINAÇÃO=1% TELHA TERMOACÚSTICA INC: 22% TELHA TERMOACÚSTICA INC: 22% SILHUETA DA CALHA CALHA EM CONCRETO / I=1% CALHA EM CONCRETO / I=1% SILHUETA DA CALHA SILHUETA DA CALHA CALHA EM CONCRETO / I=1% CALHA EM CONCRETO / I=1% SILHUETA DA CALHA INC: 22% 0,30 2,70 0,30 TELHA TERMOACÚSTICA INC: 22% TELHA TERMOACÚSTICA SILHUETA DA EDIFICAÇÃO LAJE IMPERMEABILIZADA INCLINAÇÃO=1% 0,30 1,85 1,10 SILHUETA DA EDIFICAÇÃO 0,20 2,15 0,30 2,45 3,30 0,04 13,75 0,04 13,83 16,57 0,20 2,10 0,20 2,50 1,66 1,77 TELHA TERMOACÚSTICA COM PINTURA COBERTURA EM ESTRUTURA DUAS CAIXAS D'ÁGUA EM CABO DE AÇO MARQUISE EM ESTRUTURA METÁLICA GALVANIZADA TELHA TERMOACÚSTICA COM COBERTURA EM ESTRUTURA PAREDE REVESTIDA COM PEDRA NATURAL - GUARDA-CORPO EM MADEIRA COM DUAS CAIXAS D'ÁGUA EM ELETROSTÁTICA NA COR GRAFITE METÁLICA GALVANIZADA COM POLIETILENO. CAPACIDADE: COM PINTURA ELETROSTÁTICA GRAFITE PINTURA ELETROSTÁTICA NA METÁLICA GALVANIZADA COM ASSENTAMENTO JUNTA SECA FIOS DE CABO DE AÇO (H=1,10m) POLIETILENO. CAPACIDADE: PINTURA ELETROSTÁTICA GRAFITE 2.000L (CADA) COR GRAFITE PINTURA ELETROSTÁTICA GRAFITE 2.000L (CADA) TELHA PLANA +4.00 +4.00 CAIXA MÃO FRANCESA EM CAIXA D'ÁGUA ESTRUTURA METÁLICA D'ÁGUA GALVANIZADA COM PINTURA ELETROSTÁTICA GRAFITE +3.00 +3.00 FORRO DE GESSO (H=2,60) F. DE GESSO (H=2,60) FORRO DE GESSO (H=2,60) F. DE GESSO (H=2,60) F. DE LAMBRI (H=2,60) F. DE GESSO F. DE LAMBRI (H=2,60) F. DE GESSO FORRO E PAREDES LATERAIS DA RECEPÇÃO EM FORRO EM LAMBRI DE LAMBRI DE MADEIRA MADEIRA ARMÁRIO EMBUTIDO +0.00 +0.00 -0.01 +0.00 +0.00 +0.00 +0.00 -0.01 COM PORTAS SERVIÇO REVESTIDAS COM -0.01 +0.00 +0.00 DML VESTIÁRIO GUARDA CIRC. RECEPÇÃO ESTAR DECK MASCULINO MALA LAMBRI DE MADEIRA WC ADM. RECEPÇÃO CIRC. PAREDE E PORTA REVESTIDA FORRO DA MARQUISE EM CORTE C COM LAMBRI DE MADEIRA VARAS DE MADEIRA 03 CORTE A FORRO EM LAMBRI DE MADEIRA ESC.:.....1/75 MARQUISE EM ESTRUTURA METÁLICA GALVANIZADA TELHA PLANA CABO DE AÇO CABO DE AÇO PAREDE E VIGA REVESTIDA COM PEDRA COM PINTURA ELETROSTÁTICA GRAFITE NATURAL - ASSENTAMENTO JUNTA SECA 01 ESC.:.....1/75 TELHA TERMOACÚSTICA COM PINTURA ELETROSTÁTICA NA COR GRAFITE CALHA EM CONCRETO ,200 42° 42° FORRO DE GESSO (H=2,60m) F. DE GESSO 0,20 1,09 0,20 1,09 0,20 1,09 0,20 1,09 0,20 1,09 0,20 1,09 0,20 1,09 0,20 1,09 0,20 1,09 0,20 1,09 0,20 1,09 0,20 1,09 0,20 1,09 0,20 1,09 0,20 1,09 0,20 1,09 0,20 1,09 0,20 1,09 0,20 1,09 0,20 1,09 0,20 1,09 0,20 1,09 0,20 1,09 0,20 1,09 0,20 1,09 0,20 FORRO DE GESSO (H=2,60m) FORRO DA MARQUISE EM VARAS DE MADEIRA FORRO DA MARQUISE EM VARAS DE MADEIRA 1,00 1,00 +0.00 +0.00 +0.00 +0.00 +0.00 +0.00 ACESSO AO BAR PISCINA RECEPÇÃO EMBARQUE/ DESEMBARQUE 02 CORTE B DML CIRC. COPA ESC.:.....1/75 COBERTURA EM ESTRUTURA PERGOLAS EM CORTE D MARQUISE EM ESTRUTURA FORRO EM LAMBRI COBERTURA EM ESTRUTURA METÁLICA PAREDE REVESTIDA COM METÁLICA GALVANIZADA COM CONCRETO METÁLICA GALVANIZADA COM DE MADEIRA GALVANIZADA COM PINTURA PEDRA NATURAL - PINTURA ELETROSTÁTICA GRAFITE 04 PAREDE COM PINTURA PINTURA ELETROSTÁTICA GRAFITE ELETROSTÁTICA GRAFITE ASSENTAMENTO JUNTA SECA ESC.:.....1/75 ACRÍLICA NA COR GRAFITE CABO DE AÇO FORRO EM LAMBRI DE MADEIRA COBERTURA EM ESTRUTURA METÁLICA GALVANIZADA COM PINTURA ELETROSTÁTICA GRAFITE GUARDA-CORPO EM MADEIRA COM FIOS DE CABO DE AÇO (H=1,10m) PAREDE COM ACABAMENTO DE CIMENTO QUEIMADO 09 PERSPECTIVA 01 PAREDE REVESTIDA COM PEDRA FACHADA 01 SEM ESCALA NATURAL - ASSENTAMENTO JUNTA SECA 05 ESC.:.............1/75 LETREIRO E BRISE METÁLICO COM PINTURA ELETROSTÁTICA GRAFITE COBERTURA EM ESTRUTURA METÁLICA PAREDE E VIGA REVESTIDA COM GALVANIZADA COM PINTURA PEDRA NATURAL - ASSENTAMENTO ELETROSTÁTICA GRAFITE JUNTA SECA PAREDE E VIGA REVESTIDA COM PEDRA NATURAL - CALHA EM ASSENTAMENTO JUNTA SECA CONCRETO CABO DE AÇO CABO DE AÇO 10 PERSPECTIVA 02MARQUISE EM ESTRUTURA METÁLICA GALVANIZADA COM PINTURA ELETROSTÁTICA GRAFITE SEM ESCALA 06 FACHADA 02 ESC.:.............1/75 F. DE LAMBRI H=2,70m PAREDE COM ACABAMENTO DE PERGOLAS EM CALHA EM CIMENTO QUEIMADO CONCRETO CONCRETO MARQUISE EM ESTRUTURA METÁLICA PAREDE COM PINTURA GALVANIZADA COM PINTURA ACRÍLICA NA COR GRAFITE ELETROSTÁTICA GRAFITE PAREDE E VIGA REVESTIDA COM PEDRA NATURAL - ASSENTAMENTO JUNTA SECA MARQUISE EM ESTRUTURA METÁLICA GALVANIZADA COM PINTURA ELETROSTÁTICA GRAFITE 07 FACHADA 03 ESC.:.............1/75 PAREDE E VIGA REVESTIDA COM PEDRA GUARDA-CORPO EM MADEIRA COM NATURAL - ASSENTAMENTO JUNTA SECA MARQUISE EM ESTRUTURA METÁLICA GALVANIZADA FIOS DE CABO DE AÇO (H=1,10m) COM PINTURA ELETROSTÁTICA GRAFITE COBERTURA EM ESTRUTURA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PAREDE REVESTIDA COM PEDRA PAREDE COM PINTURA ACRÍLICA NA COR GRAFITE PAREDE COM ACABAMENTO DE METÁLICA GALVANIZADA COM MOLDURA PINTADA DE NA NATURAL - ASSENTAMENTO JUNTA SECA CIMENTO QUEIMADO PINTURA ELETROSTÁTICA GRAFITE COR GRAFITE COBERTURA EM ESTRUTURA METÁLICA GALVANIZADA COM CABO DE AÇO PPAPMA PINTURA ELETROSTÁTICA GRAFITE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA, PROJETO E MEIO AMBIENTE FORRO EM LAMBRI FORRO EM LAMBRI DE MADEIRA CENTRO DE TECNOLOGIA DE MADEIRA DISCENTE: ORIENTADORA: MAÍRA NASCIMENTO QUEIROZ REIS EUNADIA SILVA CAVALCANTE MATRÍCULA: 20181032227 CO-ORIENTADORA: CAU Nº A87524-4 SOLANGE VIRGINIA GALARCA GOULART PROJETO: PRANCHA: ANTEPROJETO DE UMA POUSADA NA SERRA DE PATU/RN CONTEÚDO: ASSUNTO: RECEPÇÃO / APOIO SERVIÇO FACHADA 04 CORTES08 FACHADAS 03DATA: ESCALA: ESC.:.............1/75 20/08/2020 1/75 /09 5,18 1,10 4,90 3,20 2,60 2,85 0,15 2,80 0,40 3,00 5,17 3,35 0,15 2,30 3,90 1,00 0,47 0,35 0,35 0,35 0,02 0,02 0,02 0,02 2,00 3,30 5,17 0,60 6,19 4,90 2,80 0,40 2,60 3,83 0,15 2,00 4,02 2,75 3,35 3,20 6,00 4,04 3,20 4,00 2,80 0,406,00 3,14 1,10 3,20 2,80 0,40 1,00 0,10 1,00 2,10 5,44 5,17 3,40 4,02 2,20 0,20 1,00 2,40 2,81 3,20 4,90 2,71 5,18 1,10 3,30 5,15 5,17 1,10 INTERRUPÇÃO GRÁFICA 6,00 5,18 4,00 3,00 1,00 2,60 0,47 0,35 0,35 0,35 0,02 0,02 0,02 0,02 2,60 0,90 2,60 0,15 3,00 2,00 3,00 2,85 0,15 1,90 2,20 0,20 3,00 2,60 2,85 0,15 1,00 3,00 4,00 5,18 2,40 6,00 INTERRUPÇÃO GRÁFICA 0 3,1 B P5 C P5 D P5 29,93 10,80 10,80 10,80 1,50 PROJEÇÃO COBERTURA PROJEÇÃO COBERTURA AMBIENTE COM VENTILAÇÃO MECÂNICA WC FEMININO A=14,70m² -0.01 6,82 0,97 0,02 0,97 0,02 0,97 3,87 P080 2,12 1,55 PROJEÇÃO PERGOLAS VENTILAÇÃO ZENITAL P080 WC 3,61 ADAPTADO HALLA=4,14m² A=6,65m² A +0.00 +0.00 A P5 1, 3 SALÃO MESAS P5 48 1,2 A=258,50m² 1, +0.00 1,78 0,02 1,78 1,85 07 3,58 P080WC MASCULINO 03 PERSPECTIVA 015,00 A=14,30m² -0.01 2,70 SEM ESCALA 0,88 0,02 0,65 0,03 0,80 0,02 5,64 4,65 PASSA-PRATO COM MOLDURA EM GRANITO R=2,92 1,50 BAR 0,30 A=17,15m² +0.00 JARDIM 1,22 A=4,97m² 0,30 0,15 0,99 PROJEÇÃO PERGOLAS 0 LOUÇARIA 5,87 1 ,2 0 13,87 A=4,48m² 0,3 2,50 0,50 +0.00 PROJEÇÃO COBERTURA DESPENSA SECA CÂMARA FRIA 5 1,25 A=6,86m² A=5,63m² R=3 ,7 +0.00 +0.00 1,20 P080 LEGENDA 2,50 6,501,70 1,55 PAREDE COM TIJOLO COZINHA P080 P080 DUPLOSALÃO DE JOGOS A=34,47m² PAREDE COM TIJOLO PERSPECTIVA 02 A=48,72m² SIMPLES +0.00 0,90 0,15 040,60 P080 +0.00 PILAR METÁLICO SEM ESCALA RECEBIMENTO CIRCULAR Ø=30CM P080 A=9,52m² +0.00 TUBO DE QUEDA LAVAGEM DESVIADO A=10,71m² +0.00 PRÉ-PREPARO A=11,93m² +0.00 FACHADAS N 1 P080 O L 01 PLANTA BAIXA BAR PISCINA2 3 J200 P200 J200 S ESCALA:...............................................1/754 0,30 0,15 2,80 0,15 0,15 5,55 12,51 3,15 0,26 D P5 TUBO DE QUEDA DESVIADO PASSA-PRATO B P5 C P5 COM MOLDURA EM GRANITO B P5 C P5 PERSPECTIVA 03 D P5 36,40 05 SEM ESCALA 0,04 36,32 0,04 SILHUETA DA EDIFICAÇÃO SILHUETA DA EDIFICAÇÃO TELHA TERMOACÚSTICA COM PINTURA ELETROSTÁTICA NA COR GRAFITE SILHUETA DOS PILARES BAR PISCINA A A P5 P5 SILHUETA DA CAIXA D'ÁGUA EM POLIETILENO. CAPACIDADE 1.000L COBERTURA EM ESTRUTURA METÁLICA GALVANIZADA COM PINTURA ELETROSTÁTICA GRAFITE SILHUETA DA CAIXA D'ÁGUA EM POLIETILENO. CAPACIDADE 2.000L SILHUETA DA EDIFICAÇÃO SILHUETAS DOS PILARES SILHUETA DA EDIFICAÇÃO SILHUETA DA EDIFICAÇÃO O MOCKUP 0,04 36,32 0,04 S N 36,40 ESC.:.1/2000L LAJE LAJE IMPERMEABILIZADA IMPERMEABILIZADA INCLINAÇÃO=1% INCLINAÇÃO=1% +3.30 +3.30 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PPAPMA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA, PROJETO E MEIO AMBIENTE CENTRO DE TECNOLOGIA DISCENTE: ORIENTADORA: QUADRO DE ESQUADRIAS MAÍRA NASCIMENTO QUEIROZ REIS EUNADIA SILVA CAVALCANTE CÓDIGO LARGURA ALTURA PEITORIL MATERIAL TIPO MATRÍCULA: 20181032227 CO-ORIENTADORA: 0,30 12,21 PORTAS CAU Nº A87524-4 SOLANGE VIRGINIA GALARCA GOULART 12,51 P080 0.80m 2.10m - MADEIRA LAMINADA GIRO PROJETO: PRANCHA: P200 2.00m 2.40m - ALUMÍNIO GIRON ANTEPROJETO DE UMA POUSADA NA SERRA DE PATU/RN B P5 C P5 FACHADAS 1 D P5 LEGENDA 02 PLANTA DE COBERTURA BAR PISCINA JANELAS CONTEÚDO: ASSUNTO: J200 2.00m 0.50m 2.90m ALUMÍNIO + PLANTA BAIXA BAR PISCINA TUBO DE QUEDA - ÁGUA 2 3 O L VIDRO BASCULANTE PLUVILAL (100mm) ESCALA:.....................................................................1/75 COBERTURA 04 4 S DATA: ESCALA: PERSPECTIVAS 20/08/2020 1/75 /11 11,16 0,04 11,08 0,04 6,15 9,51 0,30 5,85 0,30 2,15 0,15 7,20 0,15 1,04 1,76 0,02 1,02 1,78 PROJEÇÃO COIFA 1,79 R 2, =2,6677 4,10 1,36 1,10 6,10 2,13 3,00 0,30 0,60 3,40 0,15 2,30 2,25 3,14 2,65 6,00 0,30 1,27 8,32 0,30 R=4,95 1,50 7,20 1,50 10,20 PROJEÇÃO COBERTURA 0,04 11,08 0,04 RECEPÇÃO / APOIO SERVIÇO 11,16 0 0,3 ,95 R= 4 ICA ST CÚA MO TE R HA TEL 0,30 TELHA TERMOACÚSTICA COM CAIXA D'ÁGUA EM PERGOLAS EM COBERTURA EM ESTRUTURA PINTURA ELETROSTÁTICA NA COR POLIETILENO. CAPACIDADE CONCRETO METÁLICA GALVANIZADA COM GRAFITE 2.000L (20cm X 10cm) PINTURA ELETROSTÁTICA GRAFITE COBERTURA EM ESTRUTURA METÁLICA GALVANIZADA TELHA TERMOACÚSTICA COM PINTURA FORRO EM LAMBRI PAREDE REVESTIDA COM PEDRA NATURAL COM PINTURA ELETROSTÁTICA GRAFITE ELETROSTÁTICA NA COR GRAFITE - ASSENTAMENTO JUNTA SECA PILAR CIRCULAR METÁLICO (Ø=30CM ) COM PINTURA GRAFITE CAIXA D'ÁGUA EM POLIETILENO. LAJE IMPERMEABILIZADA CAPACIDADE 2.000L (INCLINAÇÃO= 1%) CAIXA D'ÁGUA EM POLIETILENO. +3.30 CAPACIDADE 1.000L +3.30 +3.30 PERGOLAS EM CONCRETO FORRO DE GESSO (20cm X 10cm) FORRO DE GESSO H=2,80m FORRO DE GESSO F. DE GESSO H=2,60m H=2,60m H=2,60m +0.00 +0.00 -0.01 -0.01 +0.00 +0.00 -0.01 -0.01 SALÃO HALL WC WC PRÉ- COZINHA WC WC MESAS ADAPTADO MASCULINO PREPARO MASCULINO FEMININO 01 CORTE A 02 CORTE B PAREDE REVESTIDA COM PEDRA NATURAL - ASSENTAMENTO JUNTA SECA ESC.:.....1/75 ESC.:.....1/75 COBERTURA EM ESTRUTURA METÁLICA TELHA TERMOACÚSTICA COM GALVANIZADA COM PINTURA PINTURA ELETROSTÁTICA NA ELETROSTÁTICA GRAFITE COR GRAFITE LAJE IMPERMEABILIZADA PERGOLAS EM LAJE IMPERMEABILIZADA COBERTURA EM ESTRUTURA CONCRETO (20cm X 10cm) (INCLINAÇÃO= 1%) (INCLINAÇÃO= 1%) METÁLICA GALVANIZADA COM PINTURA ELETROSTÁTICA GRAFITE +3.30 +3.30 PILAR CIRCULAR METÁLICO (Ø=30CM ) COM PINTURA GRAFITE FORRO EM LAMBRI FORRO DE GESSO H=2,80m FORRO DE GESSO H=2,80m DE MADEIRA PAREDE REVESTIDA COM +0.00 +0.00 +0.00 +0.00 +0.00 -0.10 +0.00 PEDRA NATURAL - SALÃO BAR CAMÂRA RECEBIMENTO SALÃO DE JARDIM SALÃO ASSENTAMENTO JUNTA SECA MESAS FRIA JOGOS MESAS 03 CORTE C CORTE DPILAR CIRCULAR METÁLICO (Ø=30CM ) COM PINTURA 04 ESC.:.....1/75 GRAFITE ESC.:.....1/75 PILAR CIRCULAR METÁLICO PAREDE REVESTIDA COM PEDRA NATURAL PAREDE COM PINTURA (Ø=30CM ) COM PINTURA - ASSENTAMENTO JUNTA SECA ACRÍLICA NA COR GRAFITE GRAFITE COBERTURA EM ESTRUTURA METÁLICA GALVANIZADA TELHA TERMOACÚSTICA COM PINTURA PAREDE COM PINTURA ACRÍLICA COM PINTURA ELETROSTÁTICA GRAFITE ELETROSTÁTICA NA COR GRAFITE NA COR GRAFITE PILAR CIRCULAR METÁLICO (Ø=30CM ) COM PINTURA GRAFITE PAREDE REVESTIDA COM PEDRA NATURAL - ASSENTAMENTO JUNTA SECA 05 FACHADA 01 ESC.:.............1/75 BAR PISCINA TELHA TERMOACÚSTICA COM COBERTURA EM ESTRUTURA METÁLICA PINTURA ELETROSTÁTICA NA GALVANIZADA COM PINTURA COR GRAFITE ELETROSTÁTICA GRAFITE COBERTURA EM ESTRUTURA METÁLICA GALVANIZADA COM PINTURA ELETROSTÁTICA GRAFITE PILAR CIRCULAR METÁLICO (Ø=30CM ) COM PINTURA TRECHO DE PAREDE GRAFITE RECUADO COM PINTURA ACRÍLICA NA COR GRAFITE PAREDES COM ACABAMENTO DE PAREDE COM PINTURA CIMENTO QUEIMADO ACRÍLICA NA COR GRAFITE 1,00 PILAR CIRCULAR METÁLICO (Ø=30CM ) COM PINTURA GRAFITE PAREDE REVESTIDA COM PEDRA NATURAL - ASSENTAMENTO JUNTA SECA PAREDE REVESTIDA COM PEDRA NATURAL - ASSENTAMENTO JUNTA SECA O MOCKUP S N 06 FACHADA 02 07 FACHADA 03 ESC.:.1/2000L ESC.:.............1/75 COBERTURA EM ESTRUTURA METÁLICA GALVANIZADA COM PINTURA ESC.:.............1/75 ELETROSTÁTICA GRAFITE PAREDE COM PINTURA PILAR CIRCULAR METÁLICO FORRO EM LAMBRI ACRÍLICA NA COR GRAFITE (Ø=30CM ) COM PINTURA DE MADEIRA GRAFITE PILAR CIRCULAR METÁLICO (Ø=30CM ) COM PINTURA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE GRAFITE PPAPMA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA, PROJETO E MEIO AMBIENTE CENTRO DE TECNOLOGIA DISCENTE: ORIENTADORA: PAREDES COM ACABAMENTO DE CIMENTO QUEIMADO MAÍRA NASCIMENTO QUEIROZ REIS EUNADIA SILVA CAVALCANTE MATRÍCULA: 20181032227 CO-ORIENTADORA: CAU Nº A87524-4 SOLANGE VIRGINIA GALARCA GOULART PAREDE REVESTIDA COM PEDRA NATURAL - ASSENTAMENTO JUNTA SECA PROJETO: PRANCHA: ANTEPROJETO DE UMA POUSADA NA SERRA DE PATU/RN CONTEÚDO: ASSUNTO: BAR PISCINA CORTE 08 FACHADA 04 FACHADAS 05DATA: ESCALA: ESC.:.............1/75 20/08/2020 1/75 /11 4,63 5,51 7,05 3,074,94 2,58 4,50 3,60 2,30 4,15 4,50 1,10 5,90 0,90 2,80 0,50 1,20 0,90 3,60 0,90 3,15 0,15 0,30 3,30 3,60 3,60 7,05 3,60 7,05 3,30 3,60 3,15 0,15 0,30 2,80 4,50 3,60 4,40 3,10 0,50 0,90 4,50 0,50 2,30 0,50 2,90 0,20 0,20 3,70 3,30 3,15 0,15 1,20 0,72 4,50 0,78 1,10 3,56 2,00 2,80 0,20 0,55 3,70 0,95 4,50 4,50 2,58 7,05 5,51 4,63 2,70 4,15 7,05 2,70 5,51 3,07 5,51 7,05 3,60 0,90 0,90 3,30 0,30 3,15 0,15 1,20 0,25 0,95 2,00 2,80 0,20 3,55 0,55 2,60 1,90 3,15 0,15 3,30 4,50 5,51 BANGALÔ TIPO A/B COLETORES SOLARES SOBRE A P6 B P6 SUPORTE METÁLICO COM 8º DE INCLINAÇÃO 12,20 A P6 TIPO B B P6 TIPO A 01 UNIDADE 17 UNIDADES 0,04 12,12 0,04 DECK DE MADEIRA TELHA TERMOACÚSTICA COM COBERTURA EM ESTRUTURA ASSENTADO SOBRE PINTURA ELETROSTÁTICA NA METÁLICA GALVANIZADA COM PROJEÇÃO COBERTA 9,80 BARROTE EM MADEIRA COR GRAFITE VENEZIANA DE ALUMÍNIO PINTURA ELETROSTÁTICA CALHA EM BRONZE COM GRAFITE GUARDA-CORPO EM 4,725 0,35 4,725 LAJE PRÉ-MOLDADA CONCRETO I=1% ACIONAMENTO AUTOMÁTICO MADEIRA COM FIOS FORRO DE LAMBRI DE CABO DE AÇO (H=1,10m) GUARDA-CORPO EM PAREDE REVESTIDA CAIXA D'ÁGUA EM MADEIRA COM FIOS COM PEDRA NATURAL DE CABO DE AÇO 1,20 SILHUETA DA EDIFICAÇÃO POLIETILENO VARANDA VARANDA - ASSENTAMENTO 0,20 CAPACIDADE 1000L(H=1,10m) JUNTA SECA 0,50 0,15 BRISE EM ALUMÍNIO A=9,45m² A=9,45m²+0.00 +0.00 3,55 BRISE EM ALUMÍNIO COM PINTURA COM PINTURA ELETROSTÁTICA BRISE EM ALUMÍNIO COM PINTURA PAREDE EM TAIPA DE GRAFITE 0,30 PILÃO FORRO DE LAMBRI / H=2.70m FORRO DE LAMBRI /H=2.70m ELETROSTÁTICA ELETROSTÁTICA GRAFITE GRAFITE QUADRO DE ESQUADRIAS4,45 4,45 TELHA TERMOACÚSTICA GUARDA-CORPO EM MADEIRA COM FIOS CÓDIGO LARGURA ALTURA PEITORIL MATERIAL TIPO DE CABO DE AÇO CARAMANCHÃO DE INC: 22% PORTAS(H=1,10m) MADEIRA P300 P300 P100 1.00m 2.50m - MADEIRA LAMINADA CORRER4,45 0,30 4,45 DECK DE MADEIRA TELHA TERMOACÚSTICA COM ASSENTADO SOBRE PÓRTICO DE P110 1.10m 2.50m - MADEIRA MACIÇA GIRO PINTURA ELETROSTÁTICA NA BARROTE EM MADEIRA ENTRADA COM COR GRAFITE +0.00 +0.01 +0.01 +0.00 RÉGUAS DE LAMBRI P300 3.00m 2.50m ALUMÍNIO + CORRER VARANDA QUARTO COPA - VIDRO JANELAS TUBO DE QUEDA TUBO DE TUBO DE QUEDA SILHUETA DA A ALTURA DAS PAREDES ALUMÍNIO + - ÁGUA PLUVIAL QUEDA - ÁGUA - ÁGUA PLUVIAL / 6,10 6,10 CALHA EM EXTERNAS VÃO VARIAR DE J150 1.50m 0.50m 2.00m BASCULANTE / 100mm 100mm CONCRETO ACORDO COM A VIDRO PLUVIAL / 100mm TOPOGRAFIA CALHA EM CONCRETO/ I=1% CALHA EM CONCRETO/ I=1% QUARTO QUARTO A=28,82m² A=28,82m² TUBO DE QUEDA CORTE A +0.01 +0.01 COBERTURA EM - ÁGUA PLUVIAL / ESTRUTURA METÁLICA 100mm ESC.:.....1/75 GALVANIZADA COM CONDENSADORA DO AR- PINTURA ELETROSTÁTICA CONDICIONADO COBERTURA EM ESTRUTURA GRAFITE TELHA TERMOACÚSTICA COM METÁLICA GALVANIZADA COM PROJEÇÃO PINTURA ELETROSTÁTICA NA PINTURA ELETROSTÁTICA GRAFITE RESERVATÓRIO VENEZIANA SOBRE INC: 22% COR GRAFITE SILHUETA DA TÉRMICO 300L COBERTURA 2,10 2,40 2,40 2,10 SILHUETA DA TELHA TERMOACÚSTICA VENEZIANA SOBRE A COBERTURA DIVISÓRIA FIXA VENEZIANA SOBRE CALHA EM LAJE PRÉ-MOLDADA EM MADEIRA 0,55 0,15 2,25 2,25 0,15 0,55 A COBERTURA CONCRETO I=1% FORRO DE LAMBRI P100 P100 C COPA COPA C C C BRISE EM ALUMÍNIO COM P6 A=5,11m² BANHEIRO A=5,11m² P6 P6 P6 PINTURA ELETROSTÁTICA 1,50 +0.01 A=6,16m² +0.01 GRAFITE BANHEIRO +0.01 2,95 0,10 1,30 0,10PILAR METÁLICO BRISE EM ALUMÍNIO PNE 0,80 0,80 GALVANIZADO COM COM PINTURA A=6,16m² +0.00 1,05 PINTURA ELETROSTÁTICA ELETROSTÁTICA SILHUETA DA GRAFITE FORRO DE LAMBRI / H=2.70m FORRO DE GESSO /H=2.70m GRAFITE +0.00 CAIXA D'ÁGUA EM LEGENDA POLIETILENO GUARDA-CORPO EM CAPACIDADE 500L P110 J150 J150 P1101,18 ÁREA VERDE MADEIRA COM FIOS CARAMANCHÃO DE DE CABO DE AÇO MADEIRA (H=1,10m) +0.01 DECK DE MADEIRA+0.01 1,20 02 COLETORES 2,07 0,15 2,07 PAREDE COM TIJOLO SOLARES SOBRE DECK DE MADEIRA DUPLO SUPORTE ASSENTADO SOBRE 0 ,26 PAREDE REVESTIDA 2,11 PAREDE COM TIJOLO METÁLICO COM 8º BARROTE EM MADEIRA COM PEDRA 0,30 4,28 0,30 2,11 DE INCLINAÇÃO +00.,0805 +0.01 +0.01 +0.00SIMPLES NATURAL - VARANDA QUARTO BANHEIRO ENTRADA +0.00 PROJEÇÃO ENTRADA ASSENTAMENTO PAREDE EM TAIPA DE TIPO B CARAMANCHÃO TIPO A JUNTA SECAPILÃO A ALTURA DAS PAREDES EXTERNAS 0,30 9,20 0,30 VÃO VARIAR DE ACORDO COM A CORTE B TOPOGRAFIA ESC.:.....1/75 9,80 12,20 A P6 B P6 A P6 B P6 FACHADAS N FACHADAS3 3 N O PLANTA BAIXA - TIPO A E TIPO B O PLANTA DE COBERTURA - TIPO A E TIPO B PILAR METÁLICO EMBUTIDO PARA 2 2 SUPORTE DA COBERTURA 02 COLETORES SOLARES L ESCALA:.......................................................1/75 L ESCALA:..............................................................................1/75 SOBRE SUPORTE METÁLICO S S1 1 BRISE EM ALUMÍNIO COM PINTURA COM 8º DE INCLINAÇÃO ELETROSTÁTICA GRAFITE COLETORES SOLARES SOBRE BÂNGALO TIPO A E TIPO BSUPORTE METÁLICO COM 8º DE LAJE PEÉ-MOLDADA INCLINAÇÃO TELHA TERMOACÚSTICA COM PINTURA COBERTURA EM COBERTURA EM ELETROSTÁTICA NA COR ESTRUTURA METÁLICA COBERTURA EM ESTRUTURA ESTRUTURA METÁLICA GRAFITE GALVANIZADA COM PINTURA METÁLICA GALVANIZADA COM GALVANIZADA COM ELETROSTÁTICA GRAFITE PINTURA ELETROSTÁTICA GRAFITE PINTURA ELETROSTÁTICA CALHA EM CONCRETO RESERVATÓRIO TÉRMICO GRAFITE PINTADA DE GRAFITE 300L CONDENSADORA DO AR- CONDICIONADO FORRO DE LAMBRI FORRO DE LAMBRI ABERTURA NO BRISE PARA ACESSO A ÁREA DA CAIXA CONDENSADORA DO BRISE EM ALUMÍNIO COM CAIXA D'ÁGUA EM POLIETILENO PILAR METÁLICO D'ÁGUAPINTURA ELETROSTÁTICA CAPACIDADE 500L SOBRE BASE AR-CONDICIONADO GALVANIZADO COM CARAMANCHÃO DE GRAFITE DE ALVENARIA PINTURA F. DE LAMBRI H=2,70m F. DE GESSO H=2,70m F. DE GESSO H=2,70m F. DE LAMBRI H=2,70m BRISE EM ALUMÍNIO MADEIRA ELETROSTÁTICA COM PINTURA GRAFITE ELETROSTÁTICA GRAFITE PAREDE REVESTIDA PAREDE REVESTIDA BRISE EM COM PEDRA NATURAL COM PEDRA NATURAL ALUMÍNIO COM PAREDE REVESTIDA COM PEDRA - ASSENTAMENTO - ASSENTAMENTO PINTURA NATURAL - ASSENTAMENTO JUNTA SECA JUNTA SECA ELETROSTÁTICA JUNTA SECA GRAFITE PÓRTICO DE ENTRADA COM RÉGUAS DE LAMBRI 2,07 0,15 2,06 PAREDE COM ACABAMENTO GUARDA-CORPO DE CIMENTO QUEIMADO EM MADEIRA COM PAREDE PINTADA DE FIOS DE CABO DE +0.01 +0.01 +0.00 +0.01 COPA BANHEIRO BANHEIRO COPA GRAFITE PÓRTICO DE ENTRADA AÇO (H=1,10m) COM RÉGUAS DE LAMBRI PNE A ALTURA DAS A ALTURA DAS O A ALTURA DAS PAREDES PAREDES EXTERNAS PAREDES EXTERNAS EXTERNAS VÃO VARIAR VÃO VARIAR DE VÃO VARIAR DE MOCKUP DE ACORDO COM A ACORDO COM A ACORDO COM A S N TOPOGRAFIA TOPOGRAFIA TOPOGRAFIA ESC.:.1/2000 CORTE C FACHADA 01 FACHADA 02 L 02 COLETORES SOLARES ESC.:.............1/75 ESC.:.............1/75 SOBRE SUPORTE METÁLICO ESC.:.....1/75 COM 8º DE INCLINAÇÃO TELHA TERMOACÚSTICA COM PINTURA ELETROSTÁTICA NA COR GRAFITE UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE COBERTURA EM ESTRUTURA METÁLICA GALVANIZADA COM PINTURA PPAPMA ELETROSTÁTICA GRAFITE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA, PROJETO E MEIO AMBIENTE FORRO DE LAMBRI CENTRO DE TECNOLOGIA PILAR METÁLICO GALVANIZADO COM DISCENTE: ORIENTADORA: PAREDES COM PINTURA ELETROSTÁTICA EUNADIA SILVA CAVALCANTE ACABAMENTO DE CIMENTO GRAFITE MAÍRA NASCIMENTO QUEIROZ REIS QUEIMADO MATRÍCULA: 20181032227 CO-ORIENTADORA: CAU Nº A87524-4 SOLANGE VIRGINIA GALARCA GOULART GUARDA-CORPO EM MADEIRA COM FIOS DE CABO DE AÇO PROJETO: PRANCHA: (H=1,10m) ANTEPROJETO DE UMA POUSADA NA SERRA DE PATU/RN PAREDE REVESTIDA COM PEDRA NATURAL - DECK DE MADEIRA ASSENTAMENTO JUNTA SECA ASSENTADO SOBRE CONTEÚDO: ASSUNTO:PLANTA BAIXA BÂNGALO TIPO A E TIPO B BARROTE EM MADEIRA COBERTURA A ALTURA DAS PAREDES EXTERNAS VÃO VARIAR DE FACHADA 03 PERSPECTIVA 01 PERSPECTIVA 02 CORTES 06FACHADAS DATA: ESCALA: ACORDO COM A SEM ESCALA PERSPECTIVAS 25/11/2020 1/75 /11TOPOGRAFIA ESC.:.............1/75 SEM ESCALA PROJEÇÃO COBERTA 13,48 5,50 10,43 3,15 1,05 10,13 0,30 2,00 3,00 0,15 0,15 1,10 2,25 2,55 0,90 2,00 0,58 2,75 0,30 0,90 0,30 6,50 4,00 2,30 0,80 1,35 1,33 0,07 3,63 2,25 0,75 1,05 9,08 0,30 0,70 0,41 0,27 0,15 2,70 10,43 0,62 1,38 12,43 PROJEÇÃO COBERTA 15,62 SILHUETA DA EDIFICAÇÃO 1,50 0,15 2,80 0,35 3,15 2,75 0,20 0,20 2,77 0,03 5,50 1,65 0,50 0,04 8,72 0,25 6,52 0,04 15,57 4,00 1,10 5,00 5,00 0,15 4,00 0,15 1,10 80° 1,10 3,70 3,70 2,70 2,70 3,00 0,15 3,00 0,15 3,15 3,15 0,25 0,70 0,25 0,70 0,75 0,20 2,70 3,15 2,00 3,30 2,80 0,35 1,50 0,20 3,15 2,76 2,96 0,20 1,50 5,50 5,50 4,15 B P7 B P7 A P7A P7 10,60 0,04 10,52 0,04 PROJEÇÃO COBERTA GUARDA-CORPO EM TELHA TERMOACÚSTICA COM MADEIRA COM FIOS DE PINTURA ELETROSTÁTICA NA CABO DE AÇO (H=1,10m) 8,23 COR GRAFITE COBERTURA EM ESTRUTURA DECK DE MADEIRA METÁLICA GALVANIZADA COM ASSENTADO SOBRE VENEZIANA DE ALUMÍNIO PINTURA ELETROSTÁTICA GRAFITE PILAR METÁLICO BARROTE EM MADEIRA SILHUETA DA EDIFICAÇÃO BRONZE COM ACIONAMENTO GALVANIZADO COM VARANDA PINTURA ELETROSTÁTICA A=23,37m² PILAR METÁLICO 1,20 AUTOMÁTICO CALHA EM FORRO DE LAMBRI CONCRETO GRAFITE +0.00 GALVANIZADO COM PINTURA I=1% ELETROSTÁTICA GRAFITE SPA REDONDO 0,30 BRISE EM ALUMÍNIO COM PINTURA 0,30 Ø=1,80M PILAR METÁLICO GALVANIZADO ELETROSTÁTICA GRAFITE COM PINTURA ELETROSTÁTICA TELHA TERMOACÚSTICA GRAFITE QUADRO DE ESQUADRIAS 0,38 3,00 0,82 3,00 0,40 CÓDIGO LARGURA ALTURA PEITORIL MATERIAL TIPOINC: 22% FORRO DE LAMBRI / H=2.70m FORRO DE LAMBRI / H=2.70m PAREDE REVESTIDA COM PEDRA P300 P300 NATURAL - ASSENTAMENTO PORTAS TELHA TERMOACÚSTICA COM JUNTA SECA MADEIRA PINTURA ELETROSTÁTICA NA P080 0.80m 2.10m - LAMINADA GIRO 3,65 0,30 3,65 COR GRAFITE GUARDA-CORPO EM P110 1.10m 2.50m - MADEIRA GIRO MADEIRA COM FIOS DE MACIÇA SILHUETA DA CABO DE AÇO (H=1,10m) P300 3.00m 2.50m - ALUMÍNIO + VIDRO CORRER TUBO DE QUEDA - CALHA EM CONCRETO PÓRTICO DE ENTRADA COM ÁGUA PLUVIAL / 0,85 ESTAR RÉGUAS DE LAMBRI 100mm +0.00 +0.01 +0.01 +0.00 DECK DE MADEIRA ASSENTADO JANELAS A=15,14m² TUBO DE QUEDA - COPA ESTAR VARANDA ° SOBRE BARROTE EM MADEIRA ALUMÍNIO + ÁGUA PLUVIAL / TUBO DE QUEDA - CALHA EM CONCRETO / I=1% CALHA EM CONCRETO / I=1% 80 J260 2.60m 0.50m 2.00m VIDRO BASCULANTE+0.01 100mm ÁGUA PLUVIAL / 100mm TUBO DE QUEDA - A ALTURA DAS PAREDES ÁGUA PLUVIAL / EXTERNAS VÃO VARIAR DE 100mm ACORDO COM A TOPOGRAFIA 1,12 2,53 COBERTURA EM CORTE A ESTRUTURA METÁLICA PROJEÇÃO COLETORES SOLARES SOBRE GALVANIZADA COM VENEZIANA SOBRE 3,65 1,27 PAINEL DE SILHUETA DA SUPORTE METÁLICO COM 8º DE HALL QUARTO MADEIRA RETRÁTIL PINTURA ELETROSTÁTICA VENEZIANA SOBRE INCLINAÇÃO ESC.:.....1/75COBERTURA A=1,32m² A=17,75m² GRAFITE A COBERTURA COBERTURA EM ESTRUTURA 1,55 2,17 1,20 0,15 +0.01 METÁLICA GALVANIZADA COM TELHA TERMOACÚSTICA COM PINTURA ELETROSTÁTICA GRAFITE PINTURA ELETROSTÁTICA NA P080 BWC MASTER P080 INC: 22% COR GRAFITE CAIXA D'ÁGUA EM POLIETILENO A=11,17m² CAPACIDADE 500L SOBRE BASE DE 1,57 +0.01 TELHA TERMOACÚSTICA ALVENARIA C 3,73 C C C FORRO DE LAMBRI P7 COPA 1,06 1,06 P7 P7 P7 VENEZIANA DE ALUMÍNIO CALHA EM A=15,08m² 0,80 0,26 1,60 0,26 0,80 BRONZE COM ACIONAMENTO CONCRETO I=1% AUTOMÁTICO BRISE EM ALUMÍNIO +0.01 COM PINTURA CAIXA D'ÁGUA EM 0,15 1,47 +0.00 BRISE EM ALUMÍNIO COM ELETROSTÁTICA POLIETILENO PINTURA ELETROSTÁTICA GRAFITE CAPACIDADE 500L SOBRE GRAFITE P110 BASE DE ALVENARIA PILAR METÁLICO LEGENDA GALVANIZADO COM 1,50 CARAMANCHÃO DE PINTURA ELETROSTÁTICA FORRO DE LAMBRI / H=2.70m FORRO DE GESSO / H=2.70m MADEIRA +0.01 ÁREA VERDE J260 1,20 GRAFITE 02 COLETORES DECK DE MADEIRA SOLARES SOBRE GUARDA-CORPO EM 0,30 2,05 0,30 0,30 MADEIRA COM FIOS 5,10 PAREDE COM TIJOLO SUPORTE METÁLICO COM 8º DE INCLINAÇÃO DE CABO DE AÇO ENTRADA +0.00 PROJEÇÃO DUPLO (H=1,10m) TIPO C CARAMANCHÃO PAREDE COM TIJOLO SIMPLES 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10 DECK DE MADEIRA PAREDE EM TAIPA DE ASSENTADO SOBRE PAREDE REVESTIDA COM 0,33 0,33 0,33 0,33 0,33 0,33 0,33 0,33 0,33 0,33 0,33 0,33 PILÃO BARROTE EM MADEIRA +0.00 +0.01 +0.01 +0.01 +0.00 PEDRA NATURAL - VARANDA QUARTO HALL BWC MASTER 7,55 PROJEÇÃO COBERTA 10,60 ASSENTAMENTO JUNTA SECA A P7 B P7 A P7 B P7 A ALTURA DAS PAREDES EXTERNAS VÃO VARIAR DE ACORDO COM A TOPOGRAFIA FACHADAS N FACHADAS3 3 N O PLANTA BAIXA - TIPO C O PLANTA DE COBERTURA - TIPO C CORTE B 2 2 BÂNGALO TIPO C L S ESCALA:..................................1/75 L S ESCALA:.........................................................1/75 02 COLETORES SOLARES SOBRE ESC.:.....1/75 1 1 SUPORTE METÁLICO COM 8º DE 02 COLETORES SOLARES INCLINAÇÃO SOBRE SUPORTE METÁLICO COBERTURA EM ESTRUTURA COM 8º DE INCLINAÇÃO RESERVATÓRIO FORRO DE LAMBRI COBERTURA EM ESTRUTURA TÉRMICO 300L METÁLICA GALVANIZADA COM METÁLICA GALVANIZADA COM PINTURA ELETROSTÁTICA PINTURA ELETROSTÁTICA GRAFITE TELHA TERMOACÚSTICA COM GRAFITE BRISE EM ALUMÍNIO COM PINTURA PINTURA ELETROSTÁTICA NA CALHA EM CONCRETO ELETROSTÁTICA GRAFITE COR GRAFITE PINTADA DE GRAFITE FORRO DE LAMBRI PILAR METÁLICO EMBUTIDO PARA COBERTURA EM SUPORTE DA COBERTURA ESTRUTURA METÁLICA GALVANIZADA COM PINTURA ELETROSTÁTICA GRAFITE ABERTURA NO BRISE PARA PILAR METÁLICO ACESSO A ÁREA DA CAIXA CONDENSADORA DO AR- BRISE EM ALUMÍNIO COM GALVANIZADO COM D'ÁGUA CONDICIONADO PINTURA ELETROSTÁTICA BRISE EM ALUMÍNIO COM PINTURA GRAFITE PINTURA ELETROSTÁTICA ELETROSTÁTICA CARAMANCHÃO CAIXA D'ÁGUA EM POLIETILENO GRAFITE GRAFITE DE MADEIRA CAPACIDADE 500L SOBRE BASE DE FORRO DE GESSO / H=2.70m FORRO DE LAMBRI / H=2.70m CONDENSADORA DO AR- CARAMANCHÃO DE ALVENARIA CONDICIONADO MADEIRA BRISE EM ALUMÍNIO COM PAREDE REVESTIDA PAREDE REVESTIDA PINTURA COM PEDRA NATURAL COM PEDRA NATURAL ELETROSTÁTICA - ASSENTAMENTO - ASSENTAMENTO GRAFITE PAREDE REVESTIDA JUNTA SECA JUNTA SECA GUARDA-CORPO COM PEDRA NATURAL PAREDE COM ACABAMENTO EM MADEIRA COM - ASSENTAMENTO JUNTA SECA DE CIMENTO QUEIMADO FIOS DE CABO DE PÓRTICO DE ENTRADA AÇO (H=1,10m) +0.00 +0.00 COM RÉGUAS DE LAMBRI BWC MASTER COPA A ALTURA DAS PAREDES EXTERNAS A ALTURA DAS PAREDES A ALTURA DAS VÃO VARIAR DE O EXTERNAS VÃO VARIAR PAREDES EXTERNAS ACORDO COM A DE ACORDO COM A VÃO VARIAR DE TOPOGRAFIA S N MOCKUP TOPOGRAFIA ACORDO COM A TOPOGRAFIA FACHADA 02 ESC.:.1/2000 CORTE C FACHADA 01 LESC.:.............1/75 ESC.:.....1/75 ESC.:.............1/75 F. DE LAMBRI H=2,70m TELHA TERMOACÚSTICA COM PINTURA ELETROSTÁTICA NA COR GRAFITE UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE COBERTURA EM ESTRUTURA METÁLICA GALVANIZADA COM PINTURA PPAPMA ELETROSTÁTICA GRAFITE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA, PROJETO E MEIO AMBIENTE FORRO DE LAMBRI CENTRO DE TECNOLOGIA PILAR METÁLICO GALVANIZADO COM DISCENTE: ORIENTADORA: PAREDE COM PINTURA ELETROSTÁTICA MAÍRA NASCIMENTO QUEIROZ REIS EUNADIA SILVA CAVALCANTE ACABAMENTO DE GRAFITE CIMENTO QUEIMADO MATRÍCULA: 20181032227 CO-ORIENTADORA: CAU Nº A87524-4 SOLANGE VIRGINIA GALARCA GOULART GUARDA-CORPO EM MADEIRA COM FIOS DE CABO DE AÇO PROJETO: PRANCHA: (H=1,10m) ANTEPROJETO DE UMA POUSADA NA SERRA DE PATU/RN PAREDE REVESTIDA COM PEDRA NATURAL - ASSENTAMENTO JUNTA SECA CONTEÚDO: ASSUNTO: A ALTURA DAS PAREDES PLANTA BAIXA BÂNGALO TIPO C EXTERNAS VÃO VARIAR DE ACORDO COM A TOPOGRAFIA FACHADA 03 PERSPECTIVA 01 PERSPECTIVA 02 COBERTURA CORTES 07 FACHADAS DATA: ESCALA: SEM ESCALA PERSPECTIVAS 20/08/2020 1/75 /11ESC.:.............1/75 SEM ESCALA 3,70 13,50 PROJEÇÃO COBERTA 10,43 3,15 3,15 1,05 9,27 0,30 0,85 2,00 3,00 0,15 0,35 1,10 2,70 1,15 2,00 0,60 1,48 0,60 1,70 3,15 1,00 4,15 0,90 0,60 4,00 1,25 P080 0,90 1,30 1,50 2,70 0,57 0,30 3,00 0,15 5,25 0,30 0,85 10,43 5,00 3,15 15,57 0,04 8,72 0,25 6,52 0,04 SILHUETA DA EDIFICAÇÃO 2,77 0,03 2,80 0,35 3,15 2,66 0,20 3,21 1,50 1,50 0,60 1,65 5,50 0,50 5,00 1,10 5,50 3,15 5,00 3,15 1,10 2,80 0,35 80° 2,70 3,00 0,15 3,15 3,15 3,70 3,00 0,15 0,20 3,15 0,60 1,00 0,25 0,55 0,20 2,70 2,85 3,71 2,00 3,15 5,50 4,20 2,60 0,20 1,10 5,00 3,15 1,50 5,50 4,15 C P9 D P9 PROJEÇÃO COBERTURA 15,00 VIGA I DE APOIO DA VARANDA C P9 D P9 QUADRO DE ESQUADRIAS CÓDIGO LARGURA ALTURA PEITORIL MATERIAL TIPO PORTAS SALÃO EXTERNO P080 0.80m 2.10m - MADEIRA LAMINADA GIRO A=77,54m² +1.50 10,10 P100 1.00m 2.40m - ALUMÍNIO GIRO 10,10 0,30 2,25 0,15 2,00 0,15 1,90 0,15 3,20 P115 1.50m 2.40m - ALUMÍNIO GIRO P220 P220 2.20m 2.80m - VIDRO GIRO CASA GÁS -1.50 DESPENSA A=4,70m² JANELAS CÂMARA FRIA SECA J170 1.70m 0.50m 1.90m ALUMÍNIO + VIDRO BASCULANTEA=4,70m² A=4,70m² -1.50 -1.50 J200 2.00m 0.50m 1.90m ALUMÍNIO + VIDRO BASCULANTE B B B J300 3.00m 0.50m 1.90m ALUMÍNIO + VIDRO BASCULANTE P8 P8 P8 P080 P080 B PRÉ-PREPARO WC FUNC. P8 J430 4.30m 0.50m 1.90m ALUMÍNIO + BASCULANTE A=10,57m² A=6,09m² VIDRO -1.50 -1.50 4,05 P080 RECEBIMENTO 3,05 A=12,72m² SALÃO INTERNO -1.50 A=64,85m² P080 P100 +1.50 P080 P080 0,30 BAR COZINHA A=15,54m² 2,55 2,45 A=31,99m²+1.50 0,30 2,25 0,85 +1.50 LAVAGEM TUBO DE QUEDA A=10,36m² DESVIADO J430 4,51 -1.50 GUARDA-CORPO EM MADEIRA RECEBIMENTO COM FIOS DE CABO DE AÇO A=7,7m² (H=1,10m)+1.50 PROJEÇÃO COIFA ESPERA 1,45 A=33,86m² 0,60 0,15 0,60 0,10 6,99 +1.50 P220 2,10 0,10 0,45 1,05 0,10 MONTA-CARGAS2,45 MONTA-CARGAS1,65 0,30 1,80 PROJEÇÃO VIGA TUBOS DE QUEDA 0,40 4,40 0,10 3,65 DESVIADOS 0,30 6,30 0,10 0,60 0,15 0,60 0,10 1,65 0,30 4,90 CIRCULAÇÃO BWC +1.50 P080 10,10 A=5,36m² 0,30 C P9 D P9 P080 1,80 0,15 2,90 WC FEMININO A=6,90m² 0,200,200,20 +1.49 JARDIM P080 JARDIM A +1.40 0,100,100,10 P8 WC MASCULINO +1.40 A 0,80 0,80 P8 LEGENDA FACHADAS P220 WC ADAPTADO A=6,24m² 4 ÁREA VERDE N+1.49 0,60 0,60 PROJEÇÃO O PROJEÇÃO COBERTURA 9,40 A=3,91m² PERGOLADO PLANTA BAIXA SUBSOLO RESTAURANTE +1.50 DECK DE MADEIRA 3 2 1,08 S L ENTRADA PAREDE COM TIJOLO ESCALA:............................................................................1/751 0,300,300,300,300,300,300,300,30 HALL DE ENTRADA RESTAURANTE DUPLO A=25,84m² 6,45 PAREDE COM TIJOLO +1.50 1,20 7,65 SIMPLESFACHADAS PAREDE EM TAIPA DE 11,80 RAMPA 4 N PILÃO 01 02 03 04 05 06 07 08 09 INCLINAÇÃO = 8,33% O PILAR METÁLICO 3 2 CIRCULAR Ø=20CM S L RAMPA 1 +0.00 INCLINAÇÃO = 8,33% PLANTA BAIXA ESCADA COM GUARDA-CORPO EM ESTRUTURA METÁLICA MADEIRA COM FIOS DE 8,55 1,20 0,10 E DEGRAIS DE MADEIRA CABO DE AÇO (H=1,10m) C P9 D P9 TÉRREO RESTAURANTE AMBIENTE COM ESCALA:...................................1/75 VENTILAÇÃO MECÂNICA C P9 15,00 D P9 0,04 14,92 0,04 SILHUETA DA EDIFICAÇÃO FORRO EM LAMBRI DE MADEIRA TELHA TERMOACÚSTICA COM PINTURA ELETROSTÁTICA NA COR GRAFITE FORRO EM LAMBRI DE MADEIRA COBERTURA EM ESTRUTURA METÁLICA GALVANIZADA BRISE EM ALUMÍNIO COM PINTURA TELHA PERGOLAS EM CONCRETO COM PINTURA ELETROSTÁTICA GRAFITE ELETROSTÁTICA GRAFITE TRANSLÚCIDA PLANA (16cmX10cm), ESPAÇADAS EM 15cm SILHUETA DA EDIFICAÇÃO TELHA TRANSLÚCIDA PLANA COBERTURA EM ESTRUTURA 2,45 METÁLICA GALVANIZADA COM PERGOLAS EM CONCRETO PINTADAS NA PINTURA ELETROSTÁTICA GRAFITE COR GRAFITE (16cm X 20cm) +4.65 +4.65 LAJE LAJE IMPERMEA. IMPERMEA. B F. DE GESSO H=2,60m F. DE GESSO H=2,60mB P8 P8 RESTAURANTE 2,45 +1.75 +1.40 +1.50 +1.49 +1.49 +1.49 JARDIM JARDIM ESPERA WC WC WC INC: 12% ADAPTADO MASCULINO FEMININO TELHA TERMOACÚSTICA CORTE A FORRO EM LAMBRI DE MADEIRA ESC.:.....1/75 TELHA TERMOACÚSTICA COM PAREDE EM TAIPA DE PILÃO COM COBERTURA EM ESTRUTURA PAREDES GUARDA-CORPO EM PAREDE REVESTIDA COM PINTURA ELETROSTÁTICA NA TIPOS VARIADOS DE TERRA METÁLICA GALVANIZADA COM REVESTIDAS MADEIRA COM FIOS DE PEDRA NATURAL - COR GRAFITE PINTURA ELETROSTÁTICA GRAFITE COM MADEIRA CABO DE AÇO (H=1,10m) ASSENTAMENTO JUNTA SECA LAJE IMPERMEABILIZADA INCLINAÇÃO=1% SILHUETA DA CAIXA D'ÁGUA EM POLIETILENO CAPACIDADE: 2.000L O +4.65 N MOCKUPS ESC.:.1/2000 L SILHUETA DOS 0,200,200,200,200,200,200,20 TUBOS DE QUEDA 0,100,100,100,100,100,10 TELHA TRANSLÚCIDA PLANA SILHUETA DAS CALHAS A A UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE P8 P8 PERGOLAS EM +1.50 +1.50 2,05 LAJE LAJE CONCRETO SALÃO SALÃO PPAPMA IMPERMEABILIZADA IMPERMEABILIZADA (16cmX10cm), EXTERNO INTERNO INCLINAÇÃO=1% INCLINAÇÃO=1% ESPAÇADAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA, PROJETO E MEIO AMBIENTE +4.65 +4.65 EM 15cm F. DE GESSO H=2,60m F. DE GESSO H=2,60m F. DE GESSO H=2,60m F. DE GESSO H=2,60m CENTRO DE TECNOLOGIA TELHA TRANSLÚCIDA 0,30 1,97 1,10 1,95 2,03 0,30 PLANA DISCENTE: ORIENTADORA: 7,65 MAÍRA NASCIMENTO QUEIROZ REIS EUNADIA SILVA CAVALCANTE MATRÍCULA: 20181032227 CO-ORIENTADORA: CAU Nº A87524-4 SOLANGE VIRGINIA GALARCA GOULART -1.50 -1.50 -1.50 -1.50 WC DESPENSA CÂMARA PRÉ- FUNCIONÁRIO D P9 SECA FRIA PREPARO PROJETO: PRANCHA: C P9 ANTEPROJETO DE UMA POUSADA NA SERRA DE PATU/RN CONTEÚDO: ASSUNTO: FACHADAS RESTAURANTE N GUARDA-CORPO EM MADEIRA COM VIGA I DE APOIO PAREDE REVESTIDA COM VIGA I DE APOIO CORTE B PLANTA BAIXA TÉRREO4 FIOS DE CABO DE AÇO (H=1,10m) DA VARANDA PEDRA NATURAL - DA VARANDA PLANTA BAIXA SUBSOLO O PLANTA DE COBERTURA RESTAURANTE ASSENTAMENTO JUNTA SECA ESC.:.....1/75 COBERTURA 08CORTES DATA: ESCALA:3 2 20/08/2020 1/75 /11 S L ESCALA:............................................................................1/75 1 1,60 3,45 0,30 2,85 0,30 SOBE 7,65 1,05 0,20 2,15 0,30 2,65 7,66 1,05 1,00 6,36 0,30 1,00 2,65 0,30 0,20 2,15 0,30 9,25 PROJEÇÃO PERGOLADO 6,85 2,45 2,95 2,00 4,85 SILHUETA DA EDIFICAÇÃO 4,93 0,10 1,20 0,10 1,20 4,00 SOBE 0,30 2,15 0,15 1,400,10 1,50 0,35 2,88 1,85 0,30 0,30 0,60 0,60 0,15 0,65 0,10 0,80 0,80 0,75 2,73 2,15 1,10 SILHUETA DA EDIFICAÇÃO 4,95 4,85 9,80 0,30 0,04 15,21 0,04 1,18 1,23 15,30 0,10 2,50 0,30 3,40 0,30 2,70 0,10 4,00 0,45 5,00 0,35 1,10 3,60 0,10 2,80 0,50 0,30 0,10 0,90 INTERRUPÇÃO GRÁFICA 2,60 6,85 J300 4,70 0,30 0,95 3,00 J170 2,85 0,15 0,30 4,65 0,15 2,00 0,45 0,35 0,35 0,35 0,35 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02 2,20 0,90 2,90 0,16 2,85 0,15 2,78 3,30 0,24 2,60 2,60 0,75 0,65 0,10 1,05 0,80 0,90 3,15 3,00 2,00 J300 P115 2,60 4,65 0,15 1,15 0,15 J200 2,10 0,15 1,15 0,30 0,45 1,10 10,100,30 ENTRADA FUNCIONÁRIOS 0,30 0,90 3,00 0,15 3,60 3,15 0,15 0,35 PAREDE EM TAIPA DE COBERTURA EM FORRO EM TELHA TERMOACÚSTICA PILÃO COM TIPOS ESTRUTURA METÁLICA LAMBRI DE COM PINTURA VARIADOS DE TERRA GALVANIZADA COM MADEIRA ELETROSTÁTICA NA PINTURA ELETROSTÁTICA COR GRAFITE GRAFITE BRISE EM ALUMÍNIO COM PINTURA CAIXA D'ÁGUA EM POLIETILENO ELETROSTÁTICA GRAFITE CAPACIDADE: 2.000L COBERTURA EM ESTRUTURA TELHA TRANSLÚCIDA PLANA METÁLICA GALVANIZADA COM +4.65 BRISE EM ALUMÍNIO COM PINTURA PINTURA ELETROSTÁTICA GRAFITE +4.40 LAJE ELETROSTÁTICA GRAFITE IMPERMEA. PERGOLAS EM CONCRETO TELHA TRANSLÚCIDA PINTADAS NA COR GRAFITE PLANA (16cm X 20cm) 0,15 PERGOLAS EM CONCRETO (16cmX10cm), ESPAÇADAS EM 15cm PAREDE REVESTIDA COM FORRO EM LAMBRI PEDRA NATURAL - DE MADEIRA ASSENTAMENTO JUNTA SECA GUARDA-CORPO EM MADEIRA GUARDA-CORPO COM FIOS DE CABO DE AÇO EM MADEIRA COM GUARDA-CORPO EM (H=1,10m) FIOS DE CABO DE MADEIRA COM FIOS DE AÇO (H=1,10m) CABO DE AÇO (H=1,10m) +1.50 +1.50 +1.50 +1.50 +1.50 +1.50 +1.50 +1.50 +1.50 +1.49 CORRIMÃO METÁLICO HALL DE ESPERA SALÃO SALÃO SALÃO SALÃO BAR RECEBIMENTO CIR. WC ENTRADA INTERNO EXTERNO EXTERNO INTERNO MASCULINO F. DE GESSO H=2,60m F. DE GESSO H=2,60m F. DE GESSO H=2,60mVIGA I DE APOIO DA VARANDA +0.00 -0.10 45° 45º JARDIM 2 75 , MONTA-CARGAS 7 2, 5 ESCADA COM ESTRUTURA -1.50 -1.50 -1.50 -1.50 METÁLICA E DEGRAIS DE MADEIRA -1.50 -1.50 -1.50 COZINHA RECEBIMENTO CÂMARA CASA WC CIR. LAVAGEM FRIA DE GÁS FUNCIONÁRIO CORTE C GUARDA-CORPO EM VIGA I DE APOIO CORTE DMADEIRA COM FIOS DE DA VARANDA CABO DE AÇO (H=1,10m) ESC.:.....1/75 ESC.:.....1/75 FORRO EM LAMBRI DE MADEIRA COBERTURA EM ESTRUTURA METÁLICA GALVANIZADA BRISE EM ALUMÍNIO COM PINTURA COM PINTURA ELETROSTÁTICA GRAFITE ELETROSTÁTICA GRAFITE BRISE EM ALUMÍNIO COM PINTURA PAREDE REVESTIDA COM PEDRA ELETROSTÁTICA GRAFITE NATURAL - ASSENTAMENTO JUNTA SECA COBERTURA EM ESTRUTURA METÁLICA GALVANIZADA COM PINTURA ELETROSTÁTICA GRAFITE PAREDE REVESTIDA COM PEDRA NATURAL - PAREDE REVESTIDA COM ASSENTAMENTO JUNTA SECA FORRO EM LAMBRI PEDRA NATURAL - DE MADEIRA ASSENTAMENTO JUNTA SECA 1,20 6,45 NOME DO RESTAURANTE ENTALHADO EM FUNDO DE MADEIRA GUARDA-CORPO EM MADEIRA COM FIOS DE CABO DE GUARDA-CORPO EM GUARDA-CORPO EM AÇO (H=1,10m) MADEIRA COM FIOS DE MADEIRA COM FIOS CABO DE AÇO (H=1,10m) DE CABO DE AÇO (H=1,10m) VIGA I DE APOIO DA VARANDA PAREDE REVESTIDA COM PEDRA NATURAL - ASSENTAMENTO JUNTA SECA PAREDE COM PINTURA CORRIMÃO METÁLICO ESCADA COM GUARDA-CORPO EM PAREDE COM PINTURA CORRIMÃO METÁLICO ACRÍLICA NA COR GRAFITE ESTRUTURA METÁLICA MADEIRA COM FIOS DE ACRÍLICA NA COR GRAFITE FACHADA 01 E DEGRAIS DE MADEIRA CABO DE AÇO (H=1,10m) ESC.:.............1/75 FACHADA 02 ESC.:.............1/75 PAREDE COM TELHA TERMOACÚSTICA COM COBERTURA EM ESTRUTURA GUARDA-CORPO EM PINTURA ACRÍLICA PINTURA ELETROSTÁTICA NA METÁLICA GALVANIZADA COM MADEIRA COM FIOS DE NA COR GRAFITE COR GRAFITE PINTURA ELETROSTÁTICA GRAFITE CABO DE AÇO (H=1,10m) PAREDE REVESTIDA COM PEDRA NATURAL - COBERTURA EM ASSENTAMENTO JUNTA SECA ESTRUTURA METÁLICA BRISE EM ALUMÍNIO COM PINTURA GALVANIZADA COM ELETROSTÁTICA GRAFITE PINTURA ELETROSTÁTICA GRAFITE GUARDA-CORPO EM MADEIRA COM FIOS DE CABO DE AÇO (H=1,10m) CORRIMÃO METÁLICO RESTAURANTE PAREDE COM ESCADA COM ESTRUTURA METÁLICA PINTURA ACRÍLICA E DEGRAIS DE MADEIRA NA COR GRAFITE GUARDA-CORPO EM VIGA I DE APOIO PAREDE REVESTIDA COM MADEIRA COM FIOS DE DA VARANDA PEDRA NATURAL - CABO DE AÇO (H=1,10m) FACHADA 03ASSENTAMENTO JUNTA SECA VIGA I DE APOIO PAREDE REVESTIDA COM PEDRA NATURAL - GUARDA-CORPO EM MADEIRA COM FIOS PAREDE COM PINTURA FACHADA 04 DA VARANDA ASSENTAMENTO JUNTA SECA DE CABO DE AÇO (H=1,10m) ACRÍLICA NA COR GRAFITE ESC.:.............1/75 ESC.:.............1/75 O N MOCKUPS ESC.:.1/2000 L UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PPAPMA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA, PROJETO E MEIO AMBIENTE CENTRO DE TECNOLOGIA DISCENTE: ORIENTADORA: MAÍRA NASCIMENTO QUEIROZ REIS EUNADIA SILVA CAVALCANTE MATRÍCULA: 20181032227 CO-ORIENTADORA: CAU Nº A87524-4 SOLANGE VIRGINIA GALARCA GOULART PROJETO: PRANCHA: ANTEPROJETO DE UMA POUSADA NA SERRA DE PATU/RN PERSPECTIVA 01 PERSPECTIVA 02 PERSPECTIVA 0307 CONTEÚDO: ASSUNTO: SEM ESCALA SEM ESCALA SEM ESCALA RESTAURANTE CORTES FACHADAS 09 PERSPECTIVAS DATA: ESCALA: 16/08/2019 1/75 /09 1,50 1,10 3,60 1,50 6,10 3,00 2,70 1,10 0,10 1,10 5,00 3,60 09 DEGRAIS DE 17,50cm 2,80 0,50 2,80 0,50 3,30 1,70 2,90 0,16 0,95 2,80 0,50 0,90 2,85 0,15 3,00 3,30 0,30 2,60 3,00 0,65 1,50 3,60 3,30 1,10 0,35 1,10 3,00 0,10 2,70 09 DEGRAIS DE 17,50cm 5,00 6,10 2,90 0,70 1,20 1,70 6,50 1,10 0,85 1,00 6,10 3,00 2,70 6,50 0,35 1,10 8,00 0,10 0,85 1,00 6,10 0,65 0,20 0,45 2,70 0,30 0,65 0,30 3,00 3,00 1,05 0,70 1,20 1,70 2,95 2,00 3,30 2,60 0,95 0,90 2,85 0,90 0,15 3,85 2,95 0,65 1,90 2,80 0,15 0,98 2,60 1,22 1,22 5,60 1,33 3,00 0,15 2,80 3,15 2,60 0,55 2,00 2,75 0,25 0,15 0,10 1,10 1,40 0,70 0,35 1,20 3,30 5,00 1,10 1,10 3,00 1,10 2,55 0,35 3,20 3,60 6,10 1,50 0,3 0 APOIO DA QUADRA 10 B 10 B 9,85 TELHA TERMOACÚSTICA COM PINTURA ELETROSTÁTICA NA 1,00 7,85 1,00 COR GRAFITE PROJEÇÃO COBERTURA CALHA EM CONCRETO I=1% 7,85 0,15 1,50 0,15 3,02 0,15 2,73 0,15 SILHUETA DA EDIFICAÇÃO 1,08 P080 P080 PORTA DE VIDRO 8MM COM 0,80 1,17 DEPÓSITO BATERIAS PELÍCULA BRANCA TELHA TERMOACÚSTICA SOLARES A=7,91m² INC: 22% +0.16 1,00 0,50 BWC MASC. J150 +0.16 +0.16 BWC FEMININO DEPÓSITO A=13,54m² ESPORTIVO J150 +0.16 1,08 ARMÁRIO BANCO CORTE A ARMÁRIO 1,08 TELHA TERMOACÚSTICA COM BANCO PINTURA ELETROSTÁTICA NA ESC.:........1/50 COR GRAFITE BWC FEM. A A A=13,54m² A COBERTURA COM ESTRUTURA 10 CALHA EM CONCRETO/ I=1% CALHA EM CONCRETO/ I=1% 10 +0.16 10 METÁLICA GALVANIZADA COM CALHA EM PINTURA ELETROSTÁTICA GRAFITE 1,00 0,50 0,15 0,82 DEPÓSITO MATERIAL J150 BRISE EM ALUMÍNIO COM CONCRETO I=1%PINTURA ELETROSTÁTICA ESPORTIVO FORRO DE LAMBRI J150 GRAFITE 0,50A=7,91m² BRISE EM ALUMÍNIO COM SILHUETA DA CALHA +0.16 0,30 PINTURA ELETROSTÁTICA EM CONCRETO MÃO-FRANCESA METÁLICA GRAFITE TUBO DE QUEDA - ÁGUA GALVANIZADA COM PINTURA MÃO-FRANCESA METÁLICA PLUVIAL /100mm ELETROSTÁTICA GRAFITE GALVANIZADA COM PINTURA ELETROSTÁTICA GRAFITE TUBO DE QUEDA - ÁGUA 0,15 PLUVIAL /100mm P080 P080 0,13 INC: 22% COBERTURA EM BEBEDOURO INOX PAREDE REVESTIDA COM PEDRA TELHA TERMOACÚSTICA ESTRUTURA METÁLICA NATURAL - ASSENTAMENTO JUNTA GALVANIZADA COM SECA PINTURA ELETROSTÁTICA BWC PNE FEM. DIVISÓRIA EM GRANITOBWC PNE MASC. GRAFITE A=5,18m² A=5,18m² 0,70 0,27 0,70 0,26 0,70 0,27 0,26 0,70 0,26 0,70 0,27 0,70+0.16 +0.16 PORTA DE VIDRO 8MM COM PELÍCULA BRANCA HALL P090 A=3,54m²+0.15 P090 J150 J150 BEBEDOURO EM INOX SILHUETA DA EDIFICAÇÃO 0,20 2,73 0,20 1,69 0,20 2,73 0,20 3,13 1,69 3,13 1,00 7,95 1,00 CORTE B APOIO QUADRA ESC.:........1/50 QUADRO DE ESQUADRIAS CÓDIGO LARGURA ALTURA PEITORIL MATERIAL TIPO PROJEÇÃO COBERTURA PORTAS FACHADAS FACHADAS S P080 0.80m 2.10m - MADEIRA S MACIÇA GIRO COBERTURA PLANTA BAIXA L O P090 0.90m 2.10m - MADEIRA L O 1 MACIÇA GIRO 1 10 B ESC.:................1/50 10 B ESC.:....................1/50 JANELAS 2 N 2 N J150 1.50m 0.50m 1.60m ALUMÍNIO + VIDRO BASCULANTE MÃO-FRANCESA METÁLICA GALVANIZADA COM PINTURA COBERTURA COM ESTRUTURA MÃO-FRANCESA METÁLICA ELETROSTÁTICA GRAFITE METÁLICA GALVANIZADA COM GALVANIZADA COM PINTURA ELETROSTÁTICA GRAFITE PINTURA ELETROSTÁTICA BRISE EM ALUMÍNIO COM PINTURA GRAFITE MÃO-FRANCESA METÁLICA ELETROSTÁTICA GRAFITE PAREDE COM ACABAMENTO DE COBERTURA COM ESTRUTURA GALVANIZADA COM PINTURA CIMENTO QUEIMADO METÁLICA GALVANIZADA COM ELETROSTÁTICA GRAFITE FORRO DE LAMBRI PAREDE REVESTIDA COM PEDRA NATURAL - ASSENTAMENTO JUNTA PINTURA ELETROSTÁTICA GRAFITE SECA BRISE EM ALUMÍNIO COM PINTURA ELETROSTÁTICA GRAFITE O CALHA EM CONCRETO MOCKUP PINTADA DE GRAFITE S N ESC.:.1/2000 L BRISE EM ALUMÍNIO COM PINTURA ELETROSTÁTICA GRAFITE 1,00 1,00 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE 0,15 2,55 0,43 0,43 2,55 0,15 2,10 PPAPMA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA, PROJETO E MEIO AMBIENTE PAREDE COM ACABAMENTO CENTRO DE TECNOLOGIA DE CIMENTO QUEIMADO DISCENTE: ORIENTADORA: MAÍRA NASCIMENTO QUEIROZ REIS EUNADIA SILVA CAVALCANTE PAREDE REVESTIDA COM PEDRA NATURAL - MATRÍCULA: 20181032227 CO-ORIENTADORA: ASSENTAMENTO JUNTA SECA CAU Nº A87524-4 SOLANGE VIRGINIA GALARCA GOULART PROJETO: PRANCHA: ANTEPROJETO DE UMA POUSADA NA SERRA DE PATU/RN PERSPECTIVA 01 CONTEÚDO: ASSUNTO: FACHADA 01 SEM ESCALA PLANTA BAIXA APOIO QUADRAFACHADA 02 COBERTURA CORTES 10 ESC.:...............1/50 FACHADAS DATA: ESCALA:ESC.:...............1/50 PERSPECTIVAS 20/08/2020 1/50 /11 4,22 3,00 0,94 0,30 0,25 0,30 143 2,10 8,36 1,20 11,65 4,43 3,00 2,25 6,10 0,20 1,90 0,15 2,90 0,15 2,90 0,15 1,50 1,40 1,50 2,43 2,55 0,45 0,78 0,70 0,02 0,02 0,70 0,78 2,10 0,70 0,27 0,70 0,26 0,70 0,26 0,26 0,70 0,26 0,70 0,27 0,70 0,95 0,95 0,97 0,96 0,94 0,95 0,20 1,90 0,15 2,90 0,15 2,90 0,15 2,25 6,10 2,10 8,35 1,20 3,00 2,85 0,15 1,15 1,80 1,60 0,50 0,15 1,65 0,31 1,80 0,15 1,65 1,60 0,50 143 1,81 2,31 2,55 0,45 1,15 143 1,8 0 143 VERMICOMPORTAGEM CASA DE LIXO COBERTURA EM ESTRUTURA METÁLICA GALVANIZADA COM B 11 PINTURA ELETROSTÁTICA B 11GRAFITE PROJEÇÃO COBERTA 6,00 B 11 COBERTURA EM ESTRUTURA 0,15 5,70 0,15 METÁLICA GALVANIZADA COM B 11 PINTURA ELETROSTÁTICA GRAFITE SILHUETA DA EDIFICAÇÃO PROJEÇÃO COBERTA 0,80 6,00 0,80 GRADIL FIXO (1,95 X 1,90M) COM TELA ALAMBRADO EM 0,80 7,80 0,80 AÇO GALVANIZADO 0,15 2,85 0,15 4,50 0,15 CASA DE LIXO GRADIL DE GIRO (1,0 X 2,20M) SILHUETA DA EDIFICAÇÃO INC: 10% A=13,11m² COM TELA ALAMBRADO EM TELHA TERMOACÚSTICA +0.15 AÇO GALVANIZADO COMPOSTEIRAS BASE EM ALVENARIA PARA DEPÓSITO APOIO DAS COMPOSTEIRAS A A A INC: 10% A=6,56m² COMPOSTAGEM 11 11 11 TELHA TERMOACÚSTICA +0.16 A=10,35m² G100 +0.15 1,10 0,15 PLANTA BAIXA A A 1,00 2,20 A 11 11 11 ESC.:....................1/50 PROJEÇÃO COBERTAP080 GRADIL FIXO (1,95 X 1,90M) G100 COM TELA ALAMBRADO EM AÇO GALVANIZADO 7,60 FACHADAS B 11 PAREDE COM TEXTURA 3,00 0,40 1,00 0,25 S B 11 ACRÍLICA NA COR GRAFITEGRADIL DE GIRO (1,0 X 2,20M) COBERTURA COBERTURA EM ESTRUTURA METÁLICA COM TELA ALAMBRADO EM O GALVANIZADA COM PINTURA COBERTURA EM ESTRUTURA METÁLICA AÇO GALVANIZADO 2 L PROJEÇÃO COBERTA ESC.:................1/50 ELETROSTÁTICA GRAFITE GALVANIZADA COM PINTURA ELETROSTÁTICA GRAFITE GRADIL FIXO (1,95 X 1,90M) FACHADAS GRADIL FIXO (3,00 X 1,20M) 1 N COM TELA ALAMBRADO EM GRADIL FIXO (1,95 X 1,90M) O COBERTURA COM TELA ALAMBRADO EM B 11 AÇO GALVANIZADO COM TELA ALAMBRADO EM B 11 FACHADAS AÇO GALVANIZADO AÇO GALVANIZADO 2 S N ESC.:................1/50 O PLANTA BAIXA 0,80 0,80 1 L 2 S N 0,80 0,80 0,80 ESC.:....................1/50 1,95 1,95 0,80 1 L GRADIL FIXO (3,00 X 1,20M) COM TELA ALAMBRADO EM AÇO GALVANIZADO +0.15 +0.15 BASE EM ALVENARIA PARA PAREDE COM TEXTURA CASA DE LIXO CASA DE LIXO APOIO DAS COMPOSTEIRAS ACRÍLICA NA COR GRAFITE COBERTURA EM ESTRUTURA GRADIL FIXO (3,00 X 1,20M) METÁLICA GALVANIZADA COM COM TELA ALAMBRADO EM COBERTURA EM ESTRUTURA PINTURA ELETROSTÁTICA BASE EM ALVENARIA PARA AÇO GALVANIZADO COBERTURA EM ESTRUTURA METÁLICA GALVANIZADA GRADIL FIXO (1,95 X 1,90M) METÁLICA GALVANIZADA COM COM PINTURA GRAFITE APOIO DAS COMPOSTEIRAS COM TELA ALAMBRADO EM PINTURA ELETROSTÁTICA ELETROSTÁTICA GRAFITE CORTE A CORTE B FACHADA 02 AÇO GALVANIZADO GRAFITE ESC.:........1/50 ESC.:........1/50 ESC.:...............1/50 0,80 0,80 0,80 0,80 0,80 0,801,95 COBERTURA EM ESTRUTURA METÁLICA GALVANIZADA COM PINTURA 0,70 +0.15 +0.15 +0.15 0,80 0,80 ELETROSTÁTICA GRAFITE DEPÓSITO COMPOSTAGEM COMPOSTAGEM 1,00 GRADIL DE GIRO (1,0 X 2,20M) COM TELA ALAMBRADO EM CORTE A CORTE B FACHADA 02 AÇO GALVANIZADO ESC.:........1/50 ESC.:........1/50 ESC.:...............1/50 PAREDE COM TEXTURA ACRÍLICA NA COR GRAFITE VERMECOMPOSTAGEM CASA DE LIXO FACHADA 01 O COBERTURA EM ESTRUTURA PAREDE COM TEXTURA GRADIL FIXO (3,00 X 1,20M) GRADIL DE GIRO (1,0 X 2,20M) MOCKUP METÁLICA GALVANIZADA COM ACRÍLICA NA COR COM TELA ALAMBRADO EM COM TELA ALAMBRADO EM S N PINTURA ELETROSTÁTICA GRAFITE AÇO GALVANIZADO AÇO GALVANIZADO ESC.:................1/50 GRAFITE ESC.:.1/2000L UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE 3,00 1,00 PPAPMA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA, PROJETO E MEIO AMBIENTE CENTRO DE TECNOLOGIA DISCENTE: ORIENTADORA: MAÍRA NASCIMENTO QUEIROZ REIS EUNADIA SILVA CAVALCANTE MATRÍCULA: 20181032227 CO-ORIENTADORA: CAU Nº A87524-4 SOLANGE VIRGINIA GALARCA GOULART PROJETO: PRANCHA: ANTEPROJETO DE UMA POUSADA NA SERRA DE PATU/RN FACHADA 01 PERSPECTIVA 01 CONTEÚDO: ASSUNTO: PLANTA BAIXA VERMICOMPOSTAGEM / ESC.:................1/50 SEM ESCALA CASA DE LIXO PERSPECTIVA 01 COBERTURA CORTES 11 FACHADAS DATA: ESCALA: SEM ESCALA PERSPECTIVAS 20/08/2020 1/50 /11 2,36 0,20 1,20 2,20 0,30 1,90 2,20 2,70 2,70 0,80 2,60 0,80 1,00 1,20 0,20 2,16 2,44 0,70 0,55 2,70 0,15 1,95 0,20 0,15 2,30 0,15 1,90 2,60 2,44 2,36 0,80 2,60 0,80 2,23 0,30 1,90 4,20 2,60 0,15 2,30 0,15 2,45 1,90 2,71 2,71 0,15 1,95 0,20 1,90 2,45