UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE EDUCAÇÃO DEPARTAMENTO DE PRÁTICAS EDUCACIONAIS E CURRÍCULO CURSO DE PEDAGOGIA VALÉRIA LUCILENE MOURA DA CUNHA O MEIO AMBIENTE NA SALA DE AULA: experiências e práticas de Educação Ambiental na Educação Infantil NATAL/RN 2017 VALÉRIA LUCILENE MOURA DA CUNHA O MEIO AMBIENTE NA SALA DE AULA: experiências e práticas de Educação Ambiental na Educação Infantil Trabalho de conclusão de curso, na modalidade Relatório de Práticas Educativas apresentado ao Curso de Pedagogia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para obtenção do grau de Licenciada em Pedagogia. Orientador: Pablo Sebastian Moreira Fernandez NATAL/RN 2017 VALÉRIA LUCILENE MOURA DA CUNHA O MEIO AMBIENTE NA SALA DE AULA: experiências e práticas de Educação Ambiental na Educação Infantil Trabalho de conclusão de curso, na modalidade Relatório de Práticas Educativas apresentado ao Curso de Pedagogia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para obtenção do grau de Licenciada em Pedagogia. BANCA EXAMINADORA Dr. Pablo S. M. Fernandez (Presidente – CE/UFRN) Dr. Alexandre da Silva Aguiar (CE/UFRN) Dra. Rute Alves de Sousa (CE/UFRN) DEDICATÓRIA Dedico esse trabalho à minha família, especialmente a minha mãe Francisca das Chagas de Moura da Cunha que me ajudou nos momentos mais difíceis da minha trajetória acadêmica, sempre me apoiando e me incentivando a nunca desistir de uma formação superior. Dedico também as minhas grandes amizades construídas durante o curso: A Lorena Mirella e Jessica Mayara que estiveram presentes nessa caminhada desde o cursinho preparatório para o vestibular. E a Lílian Kelly, Yuriane Kaline e Clidiene Gurgel que foram companheiras nos momentos mais alegres e também nos mais difíceis. E a todos os professores e autores que fizeram parte da minha formação como pedagoga, que foram fundamentais para que este trabalho fosse concluído. RESUMO Este relato tem como objetivo refletir sobre as experiências vividas em uma proposta de Educação Ambiental durante o Estágio Supervisionado na Formação de Professores I,realizado no CMEI Mailde Ferreira Pinto Galvão localizado na Zona Norte de Natal/RN, no ano de 2016. O estágio foi realizado em uma turma do nível IV da Educação Infantil, onde foram desenvolvidas durante as regências, atividades voltadas para a percepção, conscientização e preservação do Meio Ambiente. Além dessas experiências o foco deste trabalho também é construir um breve histórico acerca da Educação Ambiental no Brasil, e também, como esta ideia torna-se relevante na escola através do tema integrador “Meio Ambiente”. Ainda, buscaremos indicar caminhos de como este tema pode permitir práticas educativas, tanto dentro como fora da sala de aula, entendendo que este permite aos alunos e professores um contato sensível com o real, estimulando por exemplo, a construção das habilidades de observar, pesquisar, descobrir, coletar dados, organizar e sistematizar seus conhecimentos. Outro aspecto apontado neste relato foi o de questionar sobre a relação das crianças com o meio ambiente nos dias atuais, tendo em vista a inserção cada vez mais cedo dessas crianças no mundo das tecnologias, bem como a importância da relação com a natureza para o ensino aprendizagem dos alunos. Palavras-chaves: Estágio Supervisionado. Meio Ambiente. Educação Ambiental. Experiência. ABSTRACT This report aims to reflect on how living experiences in a proposal of Environmental Education during the “Estágio Supervisionado na Formação de Professores I” (supervised internship), performed on CMEI Mailde Ferreira Pinto Galvão, located on North Zone of the City of Natal/RN, In the year 2016. The internship was carried out in a class of the level IV of Early Childhood Education, where they were developed during the regencies, activities focused on the perception, awareness and preservation of the Environment. Besides these experiences the focus of this work is also to build a brief history about Environmental Education in Brazil, and also, how this idea becomes relevant in the school through the integrating theme "Environment". Still, we will try to indicate ways of how this theme can allow educational practices both inside and outside the classroom, Understanding that this allows students and teachers a sensitive contact with the real, stimulating for example the construction of the skills of observing, researching, discovering, collecting data, organizing and systematizing their knowledge. Another aspect pointed out in this report was the questioning of the relationship between children and the environment in the present day, in view of the earlier insertion of these children in the world of technologies, as well as the importance of linking with nature for the teaching- learning of the students. Keywords: Supervised Internship. Environment. Environmental education. Experience. SUMÁRIO 1 – A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NAS ESCOLAS.............................................1 2 – PRIMEIROS PASSOS ..................................................................................9 2.1 – DESABROCHANDO................................................................................12 2.2. – SOBRE O LUGAR ..................................................................................13 2.3 – SOBRE AS PRÁTICAS ...........................................................................16 3 – CONSIDERAÇOES FINAIS .......................................................................30 4 – REFERÊNCIAS.......................................................................................... 32 5 – APÊNDICE..................................................................................................34 Cresci brincando no chão, entre formigas. De uma infância livre e sem comparamentos. Eu tinha mais comunhão com as coisas do que comparação. Porque se a gente fala a partir de ser criança, a gente faz comunhão: de um orvalho e sua aranha, de uma tarde e suas garças, de um pássaro e sua árvore. Então eu trago das minhas raízes crianceiras a visão comungante e oblíqua das coisas. Eu sei dizer sem pudor que o escuro me ilumina. É um paradoxo que ajuda a poesia e que eu falo sem pudor. Eu tenho que essa visão oblíqua vem de eu ter sido criança em algum lugar perdido onde havia transfusão da natureza e comunhão com ela. Manoel de Barros 1 1. A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NAS ESCOLAS A temática da Educação Ambiental e o conceito de Meio Ambiente ganha projeção a partir da Conferência de Estocolmo, organizada pelas Nações Unidas em 1972, onde o meio ambiente é definido como o “conjunto de componentes físicos, químicos, biológicos e sociais capazes de causar efeitos diretos ou indiretos, em um prazo curto ou longo, sobre os seres vivos e as atividades humanas” (CAMOZZATO, 2013, p.60). Outro momento importante para o desenvolvimento da Educação Ambiental no Brasil foi à conferência realizada em junho no ano de 1992 no Rio de Janeiro, que envolveu vários chefes de estado, ONGS e movimentos sociais. Conhecida como Rio-92, Eco-92 ou Cúpula da Terra, que ocorreu quase 20 anos depois da conferencia de Estocolmo. Essa conferência marcou uma fase importante para a conscientização do termo sustentabilidade. O termo finalmente foi aceito pelos países e reconhecido como importante para o continuo desenvolvimento dos países para progredirem em harmonia com a natureza cuidando e preservando do meio ambiente para as futuras gerações. Diante disso percebemos a importância do tema Meio Ambiente para ser discutido na escola desde os primeiros níveis de ensino, pois o mesmo permite uma transversalidade com outros temas e disciplinas dos currículos. Visto que, só a educação pode preparar futuros cidadãos responsáveis e conscientes das questões ambientais. Estimulando a preservação, o cuidado e indicação dos meios e possibilidades para que esta relação seja equilibrada e sustentável. Ainda, o conceito de Meio Ambiente é definido e constituído pelos Parâmetros Curriculares Nacionais como um tema transversal norteador que: Incluem no currículo de forma a compor um conjunto articulado e aberto a novos temas, buscando um tratamento didático que contemple sua complexidade e sua dinâmica, dando-lhes a mesma importância das áreas convencionais. O currículo ganha em flexibilidade e abertura, uma vez que os temas podem ser priorizados e contextualizados de acordo com as diferentes realidades locais e regionais e outros temas podem ser incluídos (BRASIL, 1997 p. 25). 2 A relação deste conceito com os Parâmetros Curriculares vem sendo construído ao longo do tempo a partir das várias conferências mundiais com o objetivo de discutir os problemas ambientais existentes no nosso planeta. Estas conferências tinham como principal objetivo discutir os danos causados pelo Homem ao Meio Ambiente, criando estratégias para compreender e buscar soluções sustentáveis para a relação homem-natureza, momento em que surge a ideia de sustentabilidade. Uma dessas estratégias apontadas na conferência para a solução de problemas ambientais foi a educação dos indivíduos para um uso mais equilibrado e consciente dos recursos naturais. É neste contexto que surge a Educação Ambiental, e que segundo a Política Nacional de Educação Ambiental - Lei nº 9795/1999, Art 1º é definida como: Entende-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade (BRASIL, 1999, 1/5). No Brasil a Educação Ambiental surgiu muito antes da sua institucionalização, pois, durante a década de 70 já existiam movimentos criados por grupos de ambientalistas, professores e alunos que realizaram pequenas ações na sociedade com o objetivo de despertar a população acerca da importância do meio ambiente, o que nos remete ao caráter “não-escolar” desta prática e de seu significado político no país em suas diversas escalas: local, estadual e nacional. Só em 1973 teve início ao processo de institucionalização da Educação Ambiental no Governo Federal Brasileiro com a criação da Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA). Outro fator importante para a implementação da Educação Ambiental em nossa constituição, foi a implantação da Política Nacional do Meio Ambiente criada em 1981, que estabeleceu na legislação a necessidade de implantar a Educação Ambiental em todos os níveis de ensino incluindo “a educação das comunidades”. Neste sentido, a Constituição Federal de 1988, no inciso VI do § 1º do artigo 225 determina que o Poder Público deve promover a Educação 3 Ambiental em todos os níveis de ensino, pois “todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações” (BRASIL, 1988, p. 127 ). Durante o evento foram Rio-92 definidos vários documentos importantes relacionados aos modos de exploração dos recursos naturais do meio ambiente e o desenvolvimento sustentável, dentre eles estão: Agenda 21, Convenção da Biodiversidade, Convenção da Desertificação, Convenção das Mudanças Climáticas, Declaração de Princípios sobre Florestas, A Declaração do Rio sobre Ambiente e Desenvolvimento, e por fim a Carta da Terra. Este último documento, A Carta da Terra é um manifesto escrito por Maurice Strong, Mikhail Gorbachev e o Governo da Holanda em 1994, lançada em Haia no ano de 2000. A Carta da Terra foi criada com o intuito de servir como documento das Organizações das Nações Unidas (ONU) para indicar os princípios para uma sociedade global, justa, equilibrada, sustentável e pacífica. Esse documento tem como base dezesseis princípios que segundo o documento: Necessitamos com urgência de uma visão compartilhada de valores básicos para proporcionar um fundamento ético à comunidade mundial emergente. Portanto, juntos na esperança, afirmamos os seguintes princípios, todos interdependentes, visando um modo de vida sustentável como critério comum, através dos quais a conduta de todos os indivíduos, organizações, empresas, governos, e instituições transnacionais será guiada e avaliada. (PREFEITURA, SP 2007 p. 7). A Carta da Terra é sem dúvida um documento importantíssimo para ser colocado em prática na nossa vida e na vida de nossos alunos, que trás consigo princípios a serem partilhados por todas as instâncias da sociedade e seus integrantes. Permitindo-nos ser inspirados pelos princípios éticos de responsabilidade com o planeta, com o bem estar da raça humana, com a democracia, a solidariedade e a paz. 4 Além disso, ainda durante a conferência Rio-92 ocorreu o Fórum Internacional das Organizações Não Governamentais que criaram o “Tratado de Educação Ambiental Para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global”, que trataria de ações (ou posições) não governamentais, indicando o protagonismo da sociedade civil. Este documento criado por entidades ambientalistas que visariam reconhecer: A educação como direito dos cidadãos e firma posição na educação transformadora, convocando as populações a assumirem suas responsabilidades individuais e coletivamente, e a cuidar do ambiental local, nacional e planetário. [...] O documento afirma ainda que a educação ambiental “não é neutra, mas ideológica”, coloca-a numa perspectiva holística, e afirma também que a interdisciplinaridade é de fundamental importância para que a educação possa assumir seu papel na construção de sociedades sustentáveis pela promoção do pensamento critico e inovador dos sujeitos/educandos [...] (TOZONI-REIS, 2004, p. 6-7). Novamente a Educação Ambiental é proposta como uma possibilidade de transformação na educação dos sujeitos, uma educação que dialoga com a realidade, que transforma e melhora o cotidiano daqueles que a praticam.Desta forma, essa prática de ensino deve ser desenvolvida de uma maneira espontânea não como uma “obrigação” que deve ser estudada separadamente, mas como um componente curricular que deve ser introduzido em diferentes disciplinas. Desta forma, trabalhando com a interdisciplinaridade os alunos podem compreender que o processo de Educação Ambiental é algo continuo e está presente em todos os momentos da nossa vida, faz parte de nossa história, da geografia, das ciências naturais ou de qualquer outra disciplina que indique o compromisso com o ser humano e com planeta em que vive. Neste sentido, resgatamos o pensamento de Debesse-Arviset para quem: “Somente pelo ensino se pode obter esta consciência universal da responsabilidade de cada um na proteção da biosfera”(DEBESSE-ARVISET, 1974 p.18). O Meio Ambiente, visto como lugar de morada, onde a “mãe natureza” fornece todos os elementos necessários para a vida, o ar, a água, os solos férteis, os animais, o alimento, elementos essenciais para nossa sobrevivência humana e que é fornecido pelo meio ambiente. Porém devido à evolução da 5 nossa sociedade e a necessidade de atender essa evolução, nos deparamos com o uso desenfreado e a destruição da natureza, destruição essa que fazemos parte, direta ou indiretamente. Durante os primórdios da civilização, o homem primitivo não tinha domínio nenhum sob a natureza e a sua relação com o meio natural era como a de qualquer outro animal: ele tinha que caçar, pescar, procurar abrigo para se proteger e procriar. Entretanto, neste processo evolutivo, o conhecimento foi sendo desenvolvido pelo homem o que o fez se diferenciar dos outros animais, criando ferramentas para facilitar e melhorar o seu trabalho, e assim com o passar do tempo passou de “dominado pela natureza” a “dominador da natureza”. Apesar de todo conhecimento adquirido pelo homem, o mesmo transformou essa postura “dominadora” em ideais sociais e políticos, como os de “Progresso” ou “Desenvolvimento. Neste contexto, a educação deve ser entendida como processo de desenvolvimento Critico, físico, intelectual e moral do ser humano, podendo reverter essa concepção utilitarista de mundo. Assim, deve-se construir um conceito de educação a partir de uma dimensão mais ampla, que abranja o meio ambiente, e que trabalhe os valores e as atitudes dos seres humanos com o meio. Trabalhar a Educação Ambiental nas escolas, além de promover aos alunos competências, valores, atitudes e respeito pela vida do nosso planeta, pode contribuir para a transformação de “pontos de vista” dos alunos, de hábitos atribuídos durante o processo educativo relacionados ao individualismo, ao egocentrismo a competitividade e a hierarquia entre professor e aluno, construindo um elo de confiança, respeito e cuidado. Diante disso o papel do professor nessa perspectiva da educação é o de “motivador” de conhecimentos, com o objetivo de indicar a esses alunos novos referenciais voltados para uma conscientização ambiental. Fazendo o uso das novas tecnologias, mídia, diálogos, debates, ou qualquer tipo de ferramenta e linguagem que possa assim desenvolver nesses alunos um pensamento crítico acerca das atitudes do homem sobre o meio ambiente. 6 De inicio, elegemos como guia de nossas reflexões “A Carta da Terra para Crianças” (versão do documento oficial traduzido em uma linguagem infantil), que indica formas lúdicas e adequadas aos alunos, de realizar ações que enfatizem os princípios e deveres, e os conhecimentos que as crianças podem construir e revelar enquanto experiências com o meio ambiente. Nós, as crianças, faremos pequenos esforços diários, para transformar as coisas ruins em coisas boas. Iremos tratar a todos muito bem e dividir melhor o que temos. Se ajudarmos e respeitarmos os outros, viveremos com muito mais alegria e felicidade. (NAIA, 2003 p.4) Fazer com que os alunos reconheçam a importância do meio ambiente para as suas vidas, entendendo que toda vida da natureza esta interligada e que cada particularidade tem sua importância para o desenvolvimento do planeta, buscando um sentido de conexidade e complexidade do saber. Trabalhar juntos os princípios da Carta fazem-nos promover uma cultura de responsabilidade, tolerância e paz, estimulando-os através de projetos e ações voltados para a conscientização ambiental o cuidado, a cooperação, a participação e o respeito pelos outros e pelo planeta em que vivem. Para trabalhar esses princípios devemos estar atentos as dificuldades que iremos encontrar no caminho, tendo em vista o desenvolvimento da nossa sociedade e o constante avanço tecnológico. As crianças estão cada vez mais cedo inseridas no mundo das tecnologias, e assim, poderíamos refletir se o uso de tecnologias pode distanciar ou favorecer as relações destes sujeitos com o meio ambiente. Segundo YI-FU, Tuan (1930): “Na vida moderna, o contato físico com o próprio meio ambiente natural é cada vez mais indireto e limitado a ocasiões especiais. Fora da decrescente população rural, o envolvimento do homem tecnológico com a natureza é mais recreacional do que vocacional”. (2012 p. 139) Mesmo que ainda não consigamos responder o questionamento construído acima, é relevante expressar aos alunos a importância de compreender o meio ambiente nos dias atuais. É necessário que o contato com a natureza não seja limitado apenas a um lugar de recreação, mas a “lugares” 7 em que os alunos possam construir aprendizados significantes para a sua vida. Sendo assim, nos resta pensar em modos de criar caminhos para a aproximação dessas crianças com o meio ambiente, orientando-as de como devem ser suas atitudes e como elas podem interferir na natureza. Em nosso entendimento, a ação, a brincadeira, o jogo, o estimulo à imaginação, a leitura e a escrita, ou qualquer estimulo ao movimento corporal, são caminhos para uma Educação Ambiental escolar que revele as interações da criança com “o outro” e com o meio ambiente. A brincadeira além de ser um momento lúdico e recreativo para a criança, também é um momento de aprendizado, pois permite a criação, ao devaneio, a expressão e a construção de formas de comunicação. Diante disso podemos ressaltar a importância de realizar atividades e práticas com as crianças que proporcionem o contato com o Meio Ambiente, para que elas se sintam livres ao compreender o mundo através do tato, do olfato, da audição, e de outros sentidos. A criança deve conhecer o que está em sua volta a partir de sua percepção ambiental, através do contato direto com a terra ao brincar de amarelinha, ou “conversando” com as árvores ao construir um esconderijo na brincadeira de “esconde”. Apesar de em alguns casos as tecnologias dificultarem a relação das crianças com o meio ambiente, nós podemos inverter essa situação e trabalhar com elas a nosso favor. Diante dessas informações podemos considerar que as ferramentas tecnológicas utilizadas hoje em dia como a internet, TV, celulares, aplicativos entre outros são meios de informação, que estão presentes em nossa rotina, portanto são de fácil acesso e podem permitir a ampliação do conhecimento ambiental. A integração das TIC na escola, em todos os seus níveis, é fundamental porque estas técnicas já estão presentes na vida de todas as crianças e adolescentes e funcionam – de modo desigual, real ou virtual– como agências de socialização, concorrendo com a escola e a família ( BELLONI e BEVÓRT p. 1089, 2009). O professor como mediador do conhecimento pode utilizar dessas ferramentas para deixar os alunos mais próximos dos problemas ambientais 8 existentes em nosso planeta, apesar da tecnologia não transmitir o contato direto com o meio ambiente, pode possibilitar através da informação a importância da preservação ambiental, partindo através de um filme em sala de aula, ou por meio de imagens produzidas “ao vivo”. Através desses métodos, as tecnologias tornam-se aliadas para o processo de ensino aprendizagem, facilitando as trocas de conhecimentos e envolvendo os alunos no tema estudado. 9 2. PRIMEIROS PASSOS Este relato tem como objetivo compartilhar e refletir experiências vivenciadas ao longo do meu percurso acadêmico que só podem ser transformadas em conhecimento através da escrita, do exercício de uma reescrita de trajetória enquanto futura pedagoga. Neste ponto, abordarei de forma introdutória minhas experiências pessoais com o Meio Ambiente (tema deste trabalho) tendo como ponto de partida algumas memórias da infância que reverberam nos dias de hoje. Tais memórias participam hoje como substrato para as experiências de conhecimento que se constroem enquanto acadêmica da graduação em Pedagogia na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, e puderam ser elaboradas neste relato do Estágio Obrigatório (campo da prática aqui relatada). É no interior desta disciplina obrigatória que revelo o desejo de tecer uma reflexão acerca dos conhecimentos adquiridos, das relações sociais, afetivas, de pertencimento, profissionais dialogados (e sonhadas) durante o curso com a prática desenvolvida durante minha trajetória acadêmica. O curso de Pedagogia me possibilitou despertar o interesse pela Educação Ambiental através das disciplinas Ensino de Geografia e Ensino de Ciências Naturais, as quais me subsidiaram e fundamentaram ideias durante as aulas, que indicaram o diálogo e o pensamento reflexivo acerca dos problemas ambientais construídos pela ação dos Homens modificando a Natureza, construindo o seu meio ambiente, assim, tais diálogos foram fundamentais para que eu escolhesse o tema deste trabalho. Deste modo, ao reconhecer as especificidades deste componente curricular (Educação Ambiental) venho ressaltar a importância de seu desenvolvimento nas instituições e as possibilidades de ensino aprendizagem que ele proporciona. Os motivos que me levaram a construir tal relato é o de compreender e narrar um tipo de experiência profunda enquanto sujeito (professor) e sua relação com os educandos e com a escola, entendidos como integrantes do Meio Ambiente e, para isso, propõe-se alguns questionamentos: Como tem se 10 dado as relações dos alunos com o Meio Ambiente? E, o que elas podem apreender a partir do seu estudo? Quais habilidades o estudante pode desenvolver a partir de uma experiência escolar (e não-formal) com o meio ambiente? E também, de que modo um estudo ambiental pode participar da construção de seres humanos críticos e conscientes, que atuem no desenvolvimento de uma sociedade mais solidária e humanista? Como ponto de partida desse relato, gostaria de resgatar algumas memórias pessoais da infância, que foram fundamentais para despertar a minha relação de sujeito e educadora para com o Meio Ambiente. Fui uma criança que cresceu e viveu na cidade, e o contato que tinha com a Natureza se resumia aos passeios nos finais de semana para uma praia, um parque ou uma pequena viajem “de vez em quando” para o sítio do meu avô, no município de São Rafael, no interior do Estado do Rio Grande do Norte. Apesar de visitá- lo em diferentes momentos do ano e ter vivido este lugar em diversos contextos, a paisagem que sempre vem a minha mente é a de um espaço castigado pela falta d’água, árido e seco. Era um grande terreno cercado com arame farpado com duas casas: a primeira feita de taipa, bem simples, construída pelo meu próprio avô, onde ele conviveu algum tempo com minha avó até seu falecimento, a segunda construída alguns anos depois pelos meus tios. Não tinha rio próximo, nem muitas árvores para fazer sombra, e o sol intenso castigava a plantação. Bastava andar da casa até o curral que meus pés já ficavam acinzentados, e apesar dessas circunstâncias, a lembrança revela um ambiente que transmitia sensação de liberdade. Eu e meus primos costumávamos correr entre as cercas de arame para invadir terrenos vizinhos que estavam abandonados, afim descobrir algo novo. Nós subíamos nas árvores e comíamos a fruta diretamente do “pé”, e ao entardecer voltávamos para casa, jantávamos e, durante a noite, dormíamos com as portas e janelas abertas. Era como se não houvesse perigo, o que gerava uma intensa vontade de permanecer vivendo desta forma. Além dessas memórias recordo-me que sempre fui muito curiosa e gostava de realizar experiências no quintal da minha casa. Lembro-me que 11 gostava de comer as frutas da cozinha e guardar as sementes para depois plantá-las, então, eu contava quantos dias era necessário esperar para nascer nem que fosse um brotinho daquelas sementes. Ver aquelas sementes germinando, trazia uma sensação e o sentido de que eu era capaz de realizar algo, eu me sentia útil, apesar de que algumas vezes essas experiências não foram bem sucedidas, algumas dessas sementes não brotavam, e eu me questionava sobre o porquê e não conseguia responder tais questões. Sobre este quintal-laboratório, desse universo que se revela ao olhar da criança curiosa, me aproximo do filósofo Gaston Bachelard quando comenta: “A casa é o nosso canto no mundo. Ela é, como se diz freqüentemente, nosso primeiro universo. É um verdadeiro cosmos” (1988, p. 112). Estas experimentações “cientificas” pré-escolares não se resumiram à observação destas sementes. Alguns anos depois, um pouco mais velha (adolescente), participei de uma ação desenvolvida pelo grupo de jovens da igreja a qual fazia parte. Era um grupo onde nos reuníamos aos finais de semana para desenvolver atividades que contribuíssem de alguma forma para o bem-estar da sociedade. Em uma dessas atividades decidimos coletar lixo nas praias da cidade e distribuir saquinhos plásticos para os banhistas depositarem o mesmo que seria produzido. Lembro-me que algumas pessoas expressavam não estar preocupados com aquela situação, agradeciam, mas em seguida agiam como se nada tivesse acontecido. Apesar dessa situação sentia que estava fazendo o certo, “preservando o que é nosso, o nosso bem maior, a natureza”. Apesar deste contato que tive com o Meio Ambiente durante a infância ter ficado no passado, hoje percebo que esse contato “fugaz” foi fundamental para a minha formação, pois, pude observar bem as paisagens que estavam ao meu redor e vivenciá-las, investiguei o meio em que faço parte, realizei experimentos e colaborei com atitudes sustentáveis. Diante disso posso dizer que pude retirar desse contato, experiências muito significantes para a minha formação como professora e ser humano consciente dos cuidados com a natureza. 12 2.1. DESABROCHANDO Durante os cinco anos de graduação no curso de Pedagogia, pude vivenciar práticas educativas em “sala de aula” através dos Estágios Obrigatórios em algumas Escolas Municipais e Estaduais da cidade de Natal. Destas, particularmente, a vivência que me conduz a este trabalho, foi no CMEI Mailde Ferreira Pinto Galvão, localizada na Avenida Joinvile, no bairro Potengi,onde pude desenvolver trabalhos voltados para a relação das crianças com o Meio Ambiente e a importância dos cuidados que devemos desenvolver com o mesmo. A regência foi realizada durante o Estágio Supervisionado na Formação de Professores I, ministrado pela professora Soraneide Soares Dantas no ano de 2016 em uma turma do Estágio IV da Educação Infantil. Como forma de fundamentar e dar sentido à experiência, utilizamos as palavras do pedagogo Jorge Larrosa, para quem: “[...] Experiência vem do latim experiri, provar (experimentar). A experiência é em primeiro lugar um encontro ou uma relação com algo que se experimenta que se prova” (LARROSA, p 25. 2002). Partindo desta primeira definição de Larossa, a experiência de estágio nessa instituição fez parte de um processo de conhecimento fundado na minha história pessoal e na formação docente (com suas disciplinas, cotidianos, trocas, ...) que foram aportes fundamentais para que eu pudesse experimentar “o que é ser professora”. Tais experiências durante o estágio não se resumem apenas a belas lembranças entre a relação professor e aluno, mas também a momentos difíceis em que a aula planejada não deu certo, ou que não alcancei os objetivos propostos para os alunos, com tudo vale salientar a experiência como algo que foi aprendido, que nos tocou seja a partir de uma relação boa ou ruim, sempre existe algo a ser aprendido, aprimorado e compartilhado. Hoje, tenho consciência da importância deste estágio, visto o tanto ansiosa e cheia de expectativas que me encontrava naquele momento iniciativo. Lembro que comecei as regências com alguns “pré-conceitos” sobre 13 os alunos, pois achava que eles tinham muito a aprender comigo e eu nada a aprender com eles, o que pediu uma mudança de pensamento, me colocando novamente como aprendiz. Com o passar do tempo, ao interagir com os alunos, minhas concepções foram mudando e percebi a necessidades do professor estar aberto a mudanças tanto na forma de trabalha quanto na forma de pensar. 2.2. SOBRE O LUGAR Quando entramos em um novo ambiente, em uma nova escola nos deparamos com uma nova realidade, a realidade de um lugar desconhecido, nele encontramos pessoas diferentes, com pensamentos distintos e histórias de vida bem diferente das nossas. Portanto, o próprio caminho de acesso à experiência nos permite essa mudança. Podemos ser assim transformados por tais experiências, de um dia para o outro ou no transcurso do tempo, pode ler-se outro componente fundamental da experiência: sua capacidade de formação ou de transformação. É experiência aquilo que “nos passa”, ou que nos toca, ou que nos acontece, e ao nos passar nos forma e nos transforma. Somente o sujeito da experiência está, portanto, aberto à sua própria transformação (LARROSA p. 25-26). Com base nessas experiências gostaria de fazer uma breve caracterização do lugar em que essas crianças estão inseridas. O CMEI fica localizado em um bairro da Zona Norte de Natal, e ao redor da instituição podemos observar em sua paisagem um grande número de casas e ruas asfaltadas, com um amplo tráfego de veículos, já que a escola fica localizada próximo a um shopping, hospital e supermercados. Caracteriza com poucos elementos naturais apresentando algumas árvores nos canteiros da avenida que podem trazer alguma referência sobre a natureza. 14 Imagem:Entrada do CMEI Mailde Ferreira Pinto Galvão, lugar onde foi realizado o estágio. Fonte: Valéria Cunha, 2017. A instituição de ensino foi inaugurada no dia 22 de Maio de 2014 pela gestão do atual prefeito Carlos Eduardo, é uma instituição com capacidade para atender 240 alunos com faixa etária de 1 ano a 5 anos e 11 meses, os alunos ingressam a partir do berçário e permanecem até o nível IV da educação infantil.A estrutura física do CMEI conta com 07 salas de aula, 02 salas destinadas para o berçário e as demais para os outros níveis da educação infantil. Todas as salas de aula possuem ar condicionado, três pias para serem realizadas as escovações e questões de higiene e um quarto de descanso para a hora do relaxamento. Além desses espaços a instituição oferece 01 sala de informática e multiuso, 06 banheiros, 02 banheiros adaptados para a faixa etária das crianças, 02 banheiros adaptados para pessoas portadores de deficiência, 02 para uso dos funcionários, 01 sala de professores, 01 sala da coordenação pedagógica, 01 sala da direção, 01 cozinha, 01 pátio onde fica situado o refeitório e parque, 01 quadra de areia, estacionamento interno e guarita (a guarita atualmente não é utilizada). Sobre o horário de funcionamento, das 07:00 horas às 11:00 funciona o turno matutino e a partir das 12:00 horas começa o turno vespertino que se estende até as 16:00. 15 Durante a realização do estágio a instituição se encontrava em greve durante o turno da manhã exercendo suas funções somente no turno da tarde. Grande parte dos alunos matriculados na escola provém de famílias carentes da redondeza, crianças que não possuem muitas oportunidades de lazer ou contato com diferentes ambientes que sirvam de estimulo. Devido à greve dos professores no período da manhã, pude perceber durante meu processo inicial de estágio muitos pais a procura de informações sobre as aulas, ou até mesmo querendo que seu filho pudesse freqüentar as aulas no período da tarde, já que esse período não havia sido prejudicado, pois as crianças estavam em casa muito ociosas, querendo voltar para a escola. Com isso percebi a importância da escola para esses alunos tendo em vista a situação em que as famílias se encontravam, e as poucas oportunidades de aprendizagem e lazer que essas crianças tinham em casa. A instituição tornava-se um lugar não só de aprendizagens mais também de criação de laços e afeto. Ao iniciar o seu processo educativo os alunos desenvolvem uma rotina diária onde existem combinados, relações afetivas, trocas de aprendizagem e muitas brincadeiras, através da rotina a criança se sente segura para desenvolver sua autonomia, e estimular suas habilidades, hábitos e atitudes durante todo processo educativo. Sendo assim, a escola pode ser considerada como o segundo lar para esses alunos, pois é por meio dela que começam a conviver em sociedade, seguindo normas, criando laços afetivos entre colegas e professores, construindo valores e vivenciando experiências no lugar em que está inserida. O geógrafo Yi-Fu Tuan,que lança um questionamento, sobre o modo que uma criança pequena entende um lugar? Se definirmos lugar de maneira ampla como um centro de valor, de alimento e apoio, então a mãe é o primeiro lugar da criança. A mãe pode bem ser o primeiro objeto duradouro e independente no mundo infantil de impressões fugazes. Mais tarde ela é reconhecida pela criança como o seu abrigo essencial e fonte segura de bem-estar físico e psicológico (TUAN, 1983 p. 32). Partindo da concepção de Yi-Fu Tuan, pode-se definir o lugar como um espaço de afetividade onde a criança desenvolve laços de intimidade com os 16 seres ou objetos que estão presentes neste lugar, que através dessas relações afetivas desenvolvem a sensação de segurança e aconchego tornando essa relação entre sujeito e lugar única. 2.3. SOBRE AS PRÁTICAS 1o. Momento: resgatando sentidos sobre a natureza A aproximação com a turma se deu por meio de três dias de observações que me permitiram um reconhecimento da realidade, das necessidades e dificuldades dos alunos, assim como, facilitaram o conhecimento do trabalho que estava sendo desenvolvido pela professora. No período da regência a metodologia adotada para desenvolver a prática educativa surgiu por meio de uma conversa com a professora titular da turma, em que a mesma pediu para que eu desse continuidade ao projeto desenvolvido pela escola:“Todos contra o mosquito Aedes Aegypti”,que de algum modo (transversal) busca tratar com os alunos a responsabilidade de preservar o Meio Ambiente ou questões sobre o desequilíbrio ambiental. Diante dessa situação e desse desconhecimento inicial sobre os alunos, busquei iniciar a regência através de um reconhecimento sobre os conhecimentos prévios destes sujeitos e sobre o que eles entendem por natureza. Em seguida serão apresentadas algumas narrativas e falas das crianças que pude registrar neste momento: – “Natureza é a floresta e os animais”, – “A natureza é quando chove”, – “São as flores, as plantas e todos os animais”, 17 A partir dessas respostas podemos perceber que os alunos já conseguem relacionar a ideia de natureza a seres vivos e fenômenos naturais. Após essa primeira aproximação, pude levar os alunos para caminhar em volta da escola, com intuito de que eles pudessem observar os elementos naturais que estão ao nosso redor. Ao voltar para a sala de aula, novamente em roda de conversa pude questionar os alunos sobre o que foi observado durante o percurso. Inúmeros elementos avistados foram destacados durante a roda: “Coqueiros”, “plantas”, “areia”, “nuvens”, “frutinhas”, “formigas”, “passarinhos” “pedras” (...). Diante dessa atividade supus que os alunos puderam resignificar (trazendo novos significados e sentidos) a idéia de natureza que conceitualmente pode ser definido como: tudo aquilo que cresce e desenvolve sem a intervenção do homem. A importância de trabalhar o elemento natureza na educação infantil são as inúmeras possibilidades de aprendizagens que podem ser retiradas a partir do estudo do meio, pois exploramos a realidade concreta, para a criança entender melhor o seu mundo e o espaço em que está inserida e reconhecer a importância da natureza para a vida. 2o Momento: diferenciando a paisagem natural da construída No segundo encontro, ainda trabalhando dentro da mesma temática, resgatei as impressões e saberes revelados na aula anterior, enfatizando os elementos naturais que foram destacados durante a “aula-passeio” em torno da escola. A partir disso, mencionei que além dos elementos naturais o nosso mundo também é permeado de elementos construídos pelo homem, como:“a nossa própria escola”, “a nossa casa”, os prédios, avenidas, pontes entre outros elementos de uma cidade ou de um bairro. Diante desta explanação inicial, apresentei, em formato de roda, algumas fotografias de paisagens naturais e construídas pelo homem para que os alunos pudessem identificar e reconhecer a diferença entre esses elementos. 18 Nesta aula-regência, realizamos duas atividades que organizaram da seguinte maneira: a primeira foi a elaboração de um cartaz construído de modo coletivo a partir das figuras destacadas durante a roda. Em um lado do cartaz seriam elencados e organizados os elementos naturais, e no outro lado, os elementos construídos pelo homem. Imagem: Cartaz apresentando paisagens naturais e construídas. Fonte: Valéria Cunha, 2017. A segunda atividade realizada buscaria evidenciar através da escrita e do desenho, um elemento que representasse cada tipo de paisagem. Trabalhar paisagem com as crianças possibilita a construção de capacidades para identificar os elementos que compõem o espaço e entender as mudanças espaciais promovidas pela a ação do homem com o meio. 3o Momento: o corpo como meio ambiente No terceiro encontro pensei em trabalhar as possibilidades de revelar conhecimentos a partir do nosso próprio corpo, ou propor um diálogo com os alunos partindo do entendimento que o corpo é integrante da natureza, e 19 carrega consigo múltiplas naturezas (sociais, culturais, políticas,...). A partir deste entendimento, parte-separa uma reflexão de como devem construir a ideia de Meio Ambiente, já que nosso corpo está diretamente conectado e em interação com o meio. Tal proposta vai ao encontro dos Parâmetros Curriculares Nacionais, pois: “Assim como a natureza, o corpo humano deve ser visto como um todo dinamicamente articulado; os diferentes aparelhos e sistemas que o compõem devem ser percebidos em suas funções especificas para manutenção de todos” (BRASIL, 1997 p. 50). As relações entre corpo e meio ambiente estão mais interligadas do que costumamos pensar. Cada um com suas especificidades, mas que acabam se tornando parecidas a partir de suas relações. Para um bom entendimento sobre o corpo como ser integrante da natureza é de suma importância conhecer essas especificidades e suas relações para um bom desenvolvimento com os outros e com o meio. Sendo assim, para dar inicio ao processo de reconhecimento do corpo como Meio Ambiente, solicitei aos alunos que “olhassem para o coleguinha” do lado e buscasse reconhecer quais as semelhanças e diferenças entre o seu corpo e o do vizinho. Diferenciando de si, quem é mais alto, mais baixo, negro, branco, magro, gordo, cabelo curto ou grande. Em seguida foi proposta a orientação para que cada aluno realizasse um desenho do seu corpo para que eu pudesse compreender o entendimento que a criança já tinha do seu próprio corpo.Então cada aluno,utilizando uma folha de papel A4 com giz de cera,desenhou seu corpo, suas características: cor do cabelo, membros, olhos, boca. O que fica evidente é a singularidade que estes sujeitos se “apresentam” e dão sentido a suas próprias existências, sendo o corpo uma primeira morada. 20 Imagem: Registros da atividade “Meu Corpo é Assim”. Fonte: Valéria Cunha, 2017. Utilizando os desenhos dos alunos em uma roda de conversa, lançamos questionamentos sobre as partes do corpo humano, quais são os membros superiores e inferiores, explorando os cinco sentidos, visão, audição, olfato, paladar e tato. No segundo momento realizamos, em dupla, o mapa do corpo de algumas crianças. Utilizando o papel madeira, uma das crianças deitou-se sobre o papel enquanto a outra, com o meu auxilio, contornou com a caneta o corpo de seu colega. Em seguida solicitei que elas completassem o que faltava, preenchendo o desenho com os olhos, boca, nariz, orelha entre outras partes. Este “mapa do corpo” torna-se um caminho metodológico que dialoga com os Parâmetros Curriculares Nacionais, pois: [...] o conhecimento sobre o corpo humano para o aluno deve estar associado a um melhor conhecimento do seu próprio corpo, por ser seu e por único, e com o qual ele tem uma intimidade e uma percepção subjetiva que ninguém mais pode ter. Essa visão favorece o desenvolvimento de atitudes de respeito e de apreço pelo próprio corpo e pelas diferenças individuais (BRASIL, 1997 p. 51). 21 Tal indicação corrobora com essa proposta metodológica, pois esta pode auxiliar na compreensão das crianças a respeito do seu corpo, pois proporciona esclarecer que somos seres únicos e diferentes das outras pessoas, ao ressaltar a importância dessas diferenças os alunos adquirem sentimentos de respeito e valorização do seu próprio corpo. 4o Momento: a importância da alimentação Em seguida, deu-se continuidade à regência a partir do tema Alimentação. Este que diz de um hábito fundamental na vida dos seres humanos, pois faz parte do processo de ingestão de nutrientes do nosso corpo, porém muitas vezes devido à falta de tempo e da praticidade dos alimentos industrializados nos esquecemos de como é importante para nossa saúde. Tendo em vista a importância da alimentação em nossa vida e também por estar dentro dos temas abordados nos PCNs, iniciei a aula seguinte com a leitura do livro “Amanda no país das vitaminas” de Leonardo Mendes Cardoso, com intuito de dar prosseguimento ao estudo do corpo. Livro que conta a história de Amanda, uma menina fraquinha que não gostava de se alimentar com frutas e verduras e um dia, após cair em um sono profundo, descobriu o valor das vitaminas. Após a leitura, questionei os alunos sobre o que eles acharam da atitude de Amanda, se ela era uma criança saudável ou não? E o que podemos fazer para nos manter fortes e saudáveis? Como devemos nos alimentar? Depois dos questionamentos realizei o registro da fala das crianças: – “Devemos comer verduras para não ficar fracos”, – “Não podemos comer só doces se não ficamos doentes”, – “As verduras são importantes porque tem vitaminas”, – “Amanda não gostava das frutas”. Ao trabalhar com este tema, por um momento me questionei sobre, como é a relação com alimentação dessas crianças em casa? Já que muitas 22 famílias que freqüentam a escola, são famílias de baixa renda, e em alguns casos não conseguem proporcionar um cardápio tão variado que contenham frutas e verduras ou outros alimentos ricos em vitaminas, para proporcionar a essas crianças uma boa alimentação ou hábitos alimentares mais saudáveis. Diante desse questionamento, perguntei as crianças como elas se alimentam em casa? Se elas comem frutas e verduras? Se elas gostam do almoço da escola? Segue o registro da fala das crianças: – “Eu não como isso em casa”, –“Não gosto de verduras tem gosto ruim”, – “A comida da escola é muito boa”, – “Gosto mais de almoçar aqui do que em casa”. Logo após os questionamentos realizamos duas atividades: uma de escrita e outra de desenho. Na primeira atividade foi solicitado que os alunos escrevessem o nome de dois legumes que estavam presentes na história “Amanda no país das vitaminas” A segunda foi registrar através do desenho uma refeição que fosse saudável onde tivesse muitos legumes, frutas e verduras para nutrir o nosso corpo. 23 Imagem: Registro da atividade em sala sobre os alimentos. Fonte: V aléria Cunha, 2017. Na aula seguinte, ao dar continuidade ao tema trabalhado, a escola promoveu um conjunto de atividades diferentes para os alunos, voltado para o bem estar do corpo e cuidados com a saúde. Foram desenvolvidas atividades lúdicas que estimulavam o movimento e a motricidade dos alunos. Através de um circuito montado com pneus os alunos tinham que passar por vários obstáculos, pular, correr e se equilibrar para conseguir chegar ao seu destino final. 24 Imagem: Alunos na realização do Circuito. Fonte: Valéria Cunha, 2017. No momento do lanche foram servidos vários tipos de frutas para estimular o consumo de vitaminas e nutrientes que são fundamentais para a saúde do nosso corpo. Além da alimentação, também foram enfatizadas em nossa rotina diária a importância da higiene pessoal, orientando os alunos a lavar as mãos depois de utilizar o banheiro e de escovar os dentes sempre após as refeições. Tendo em vista, que esses hábitos são “os combinados”, pois estão incorporados na rotina diária dos alunos, e que já foram estabelecidos durante o inicio do ano letivo pela professora titular da turma. Apenas reforçamos esses hábitos durante o projeto, pois contribuem para a saúde dos sujeitos. No momento final, em roda, questionei as crianças sobre o dia, se tinha sido proveitoso para as mesmas, e qual momento do dia havia sido mais importante para eles. E o que havia sido aprendido durante essas aulas.Em seguida realizei o registro da fala dos alunos, no qual pude perceber que com o desenvolvimento dessas atividades conseguimos estabelecer nos alunos os conceitos de conhecer e cuidar, desenvolvendo atitudes de respeito e apreço pelo próprio corpo. Após esses conceitos já estabelecidos na rotina das crianças o segundo passo foi desenvolver atividades direcionadas a relação do ser humano com a natureza, onde dei continuidade ao projeto realizado pela escola. 25 5o Momento: a dengue e a saúde do meio ambiente Na segunda semana iniciei a regência com uma roda de conversa,nela questionei os alunos sobre a importância de preservar a natureza e sobre quais danos podíamos causar ao meio ambiente se não o preservamos, foi o momento em que consegui chegar ao projeto do mosquito Aedes Aegpyti. Questionei as crianças se as mesmas já tinham ouvido falar a respeito do mosquito, quais doenças são transmitidas por ele e como ele faz para se desenvolver através da água parada acumulada pelo lixo. Ao fazer esses questionamentos me surpreendi com a quantidade de informações que as crianças tinham sobre o assunto, alguns me relataram que seus pais, ou avós já tinham sido picados pelo mosquito e adquirido alguma das doenças. Em seguida registrei a fala das crianças e destacamos quais eram as doenças transmitidas pelo mosquito e como ele fazia para se reproduzir. A atividade construída durante essa regência foi um cartaz coletivo com a ilustração das crianças mostrando como o mosquito fazia para desenvolver-se e colocar seus ovos. O cartaz foi fixado no mural da sala para nos orientar sobre os perigos de depositar lixo na natureza. Imagem: Cartaz construído de forma coletiva sobre os focos de dengue. Fonte: Valéria Cunha, 2017. 26 Durante as intervenções, em conversa com a professora titular da turma,foi proposto a realização de uma aula de campo ministrada fora da escola, já que o tema estudado se tratava do Meio Ambiente, entendido como um momento que os alunos pudessem “sentir de perto”a natureza, pois alguns deles relataram durante as regências não ter esse tipo de contato com o meio.Em nosso entendimento, este método de ensino teria como objetivo tornar mais significativo o processo de ensino aprendizagem e proporcionar aos alunos um olhar mais crítico e investigador acerca da realidade que estão inseridos. Segundo Haydt (2006): O estudo do meio cria condições para que o aluno entre em contato com a realidade circundante, promovendo o estudo de seus vários aspectos de forma direta, objetiva e ordenada. Propicia a aquisição de conhecimentos geográficos, históricos, econômicos, sociais, políticos, científicos, artísticos etc., de forma direta por meio da experiência vivida. Desenvolve as habilidades de observar, pesquisar, descobrir, entrevistar, coletar dados, organizar e sistematizar os dados coletados, analisar, sintetizar, tirar conclusões e utilizar diferentes formas de expressão para descrever o que observou (HAYDT, 2006, p.199). Ao mencionar essa proposta, a coordenação da escola mostrou um pouco de resistência, devido algumas dificuldades encontradas para realizar a aula de campo. Primeiro a instituição precisava enviar um oficio à secretaria de educação para solicitar com antecedência o ônibus escolar que seria utilizado para transporte. E mesmo quando a secretaria cedesse esse transporte, ainda poderiam ocorrer imprevistos devido à falta de manutenção e revisão desses veículos. Isso acabaria gerando transtorno para a escola ocasionando o atraso no planejamento e a quebra de rotina das crianças. Sem mencionar o desânimo que os alunos iriam sentir ao romper com o compromisso que havia sido feito. Além da questão do transporte, a escola deveria entrar em contato com o lugar a ser visitado para apresentar o projeto desenvolvido pelo professor e verificar a disponibilidade de receber a turma, como também fazer o comunicado aos pais sobre a aula de campo. No livro “A Escola e a agressão do Meio Ambiente”, o educador francês Debesse-Arviset, comenta que: “só a observação do meio-ambiente permite 27 uma análise intelectualmente frutuosa” (DEBESSE-ARVISET, 1974, p.11), assim, o educador deve estar atento às inúmeras formas e modos de construção do conhecimento a partir das relações dos alunos com o meio ambiente, seja através de aulas com imagens, vídeos, ou um simples olhar pela janela para poder mudar todo o sentido das coisas e tornar essas relações mais significativas. Essas relações com o meio ambiente devem ser, se possível, através do contato real, em que ela possa entender o real significado do sentido “Meio Ambiente” que a criança possa “colocar seu pé no chão” para poder sentir que ele se faz presente em nossas vidas e nós como seres humanos fazemos parte dele. Na terceira semana tendo em vista a conversa com a professora, sobre a importância do contato com a natureza, pude retirar os alunos de sala para realizarmos uma simulação no parque/pátio da escola, espalhamos possíveis focos de proliferação do mosquito Aedes Aegypti, como: Vasos de planta com água parada, pneus, garrafas de plástico entre outras coisas. Durante a simulação, os alunos deveriam encontrar os possíveis focos e retirar a água parada para combater o mosquito e ao mesmo tempo recolher o lixo espalhado pela escola. Imagem: Alunos encontrando possíveis focos do mosquito no pátio da escola. Fonte: Valéria Cunha, 2017. 28 Avaliação e reflexão Durante a “saída da sala” ficou nítido na expressão desses alunos a sensação de envolvimento e dedicação com a atividade. Aqui novamente, ressalto a importância dos professores buscarem alternativas de metodologias de ensino que visam estimular nas crianças o contato com a sua realidade. Ao retornar para sala de aula, realizei questionamentos sobre a importância de manter o meio ambiente limpo e o que pode vir a acontecer caso isso não seja feito. Em seguida colocamos o lixo recolhido durante a simulação em seu devido lugar para a sua reciclagem. Durante essas intervenções realizadas com a turma do Estágio IV pude refletir não só sobre as práticas desenvolvidas em sala, mas também sobre minha responsabilidade como educadora e cidadã. Proporcionar a essas crianças a possibilidade de desenvolver um pensamento crítico a respeito das nossas atitudes sobre o Meio Ambiente é um fator importante para a saúde do nosso planeta, tendo em vista que essas crianças “são o futuro”. A todo o momento durante a regência eu trabalhei com “os objetivos que pretendia atingir” com tal planejamento, ou tal atividade, mas não me dei conta que em algumas vezes o processo de aprendizagem é algo fluido, quando deixamos os alunos livres e nos entregamos ao momento a aprendizagem se torna mais significativa, dessa forma o processo de aprendizagem é mais prazeroso. Partindo então dessa percepção, os métodos de ensino desenvolvidos durante as regências foram momentos de interação entre os colegas e o meio ambiente, sempre tentando criar uma aula mais dinâmica retirando a formalidade da sala de aula e proporcionando momentos ao ar livre, induzindo o aluno a investigação estimulando a criatividade e a curiosidade. A observação do meio permite a criança entender a importância de cada elemento da natureza para a nossa vida desenvolvendo a admiração e respeito ao mundo natural e firmando um compromisso de responsabilidade e bem estar com a nossa sociedade. 29 Diante disso, o trabalho desenvolvido possibilitou construir nas crianças inúmeras habilidades e competências essenciais para formar futuros cidadãos críticos e conscientes dos nossos problemas ambientais, que visam ajudar a resolver situações problemas encontradas no cotidiano dos alunos, como também melhorar as relações entre homem e natureza. O desenvolvimento desses projetos possibilitou estimular o respeito por si próprio, pelo outro e pelo o Meio Ambiente, sensibilizando não só os alunos, mas também a mim, desenvolvendo a professora que não havia pensado em existir aqui dentro e despertando ainda mais o meu interesse pela Educação Ambiental. 30 CONSIDERAÇÕES FINAIS Este trabalho me possibilitou realizar uma reflexão crítica acerca dos conhecimentos adquiridos durante a experiência de Estágio Obrigatório I no curso de Pedagogia, como também questionar e embasar o trabalho desenvolvido pelos professores nas instituições de ensino nos dias atuais, servindo de apoio e incentivo para trabalhar a educação ambiental nas escolas. Durante a etapa de pesquisa e fundamentação teórica para este relato de prática educativa, não me limitei apenas aos autores referenciados neste trabalho, mas também as minhas experiências pessoais com o Meio Ambiente adquiridas durante a minha infância até os dias de hoje. Tais lembranças foram de suma importância para que eu pudesse realizar esse trabalho, pois me permitiu refletir sobre a relação das crianças com o Meio Ambiente, e as habilidades e competências que podem ser desenvolvidas a partir dessa relação. Fazendo assim, ressaltar a necessidade que temos de preservar e cuidar da natureza, tendo em vista sua importância para nossa vida e para o bom funcionamento do nosso planeta. Buscando fazer, a partir das ações do homem sobre a natureza, uma reflexão crítica a cerca dos problemas ambientais encontrados em nossa sociedade. Trabalhar com a Educação Ambiental durante a experiência do estágio foi de extrema relevância para que os alunos pudessem ter uma nova visão sobre o meio ambiente, e entender que nós seres humanos somos agentes transformadores do meio em que vivemos. Trabalhar questões ambientais contribui na formação de cidadãos conscientes aptos para atuarem na sociedade de modo que estejam comprometidos com a vida, o bem estar social, desenvolvendo o respeito, a solidariedade e a responsabilidade com o Meio Ambiente. O tema Meio Ambiente também me permitiu construir e dialogar com os alunos sobre hábitos mais saudáveis com relação aos cuidados do seu corpo, tentando apresentar a ideia de que o corpo é uma expressão do Meio Ambiente 31 e da Sociedade, articulando a importância da alimentação com a importância de seu desenvolvimento físico através das brincadeiras que proporcionam ao corpo: o movimento, o equilíbrio, o fortalecimento dos músculos e também a interação com os colegas através das atividades lúdicas que proporcionam prazer e diversão em aprender. Por fim, esse trabalho possibilitou-me desenvolver um novo olhar sobre minha prática pedagógica, bem como sobre o trabalho dos professores da educação infantil, que é estimular nessas crianças (futuros cidadãos) capacidades para entender desde cedo que é preciso cuidar e preservar o nosso futuro. Fazer desse processo de ensino aprendizagem um momento único, prazeroso, proporcionando o contato com a natureza, e momentos lúdicos que tragam satisfação e prazer para as crianças. 32 REFERÊNCIAS BACHELARD, Gaston, A poética do espaço. Tradução Remberto Francisco Kuhnen, Antonio da Costa Leal e Lídia do Valle Santos Leal. São Paulo: Nova Cultura, 1988. BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ciências naturais/ Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1997. BRASIL, Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: apresentação dos temas transversais, Ética. Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1997. BRASIL, Lei no 9.795, de 27 de Abril de 1999. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Ambiental. Disponível em: http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=321 BRASIL. Constituição Federal de 1988. Promulgada em 5 de outubro de 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituição.htm BELLONI M. L, BEVÓRT E. Mídia – Educação: conceito, histórico e perspectiva. São Paulo: 2009. CAMOZZATO, Mauro M. A Importância Individual do Integrante da sociedade em Rede na Proteção do Meio Ambiente. Revista Eletrônica do Curso de Direito. UFSM, 2013. Disponível em: www.ufsm.br/revistadireito DEBESSE-ARVISET, M. L. A Escola e a Agressão do Meio Ambiente – Uma revolução pedagógica.São Paulo: DIFEL, 1974. LAROSSA, Jorge B. Notas Sobre A Experiência e o Saber de Experiência. Revista Brasileira de Educação, n. 19. Jan/Fev/Mar/Abr, 2002. NAIA, A Carta da Terra Para Crianças - Vivemos Juntos: Conhecendo e Vivendo a Carta da Terra, 2003 OLIVEIRA, Roni I. R. ,GASTAL, Maria L. A Educação Formal Fora da Sala de Aula – Olhares Sobre o Ensino de Ciências Utilizando Espaços Não Formais. Florianópolis, 2009. 33 PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO PAULO, Carta da Terra. Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente. 2007. TOZONI-REIS, Marília Freitas de Campos. Educação Ambiental: Natureza, razão e história / Marília Freitas de Campos Tozoni Reis. – Campinas, SP: Autores Associados, 2004. TUAN, YI Fu, 1930- Espaço e Lugar: a perspectiva da experiência. Tradução de Lívia de Oliveira. São Paulo: DIFEL,1983. TUAN, YI Fu. Topofilia : um estudo da percepção, atitudes valores do meio ambiente. Tradução: Lívia de Oliveira - Londrina: Eduel 2012. 34 APÊNDICE 35 PLANOS DE AULA ASSUNTO: Natureza e Paisagem NECESSIDADE:  Conhecer a natureza  Entender os elementos que a compõe  Reconhecer determinados tipos de paisagem presentes na natureza OBJETIVOS:  Identificar a natureza como algo natural que desenvolve –se sem intervenção do homem  Identificar os elementos naturais e construídos pelo homem  Reconhecer a ação do homem sobre a natureza CONTEÚDO:  Natureza e Sociedade METODOLÓGIA: -Levantamento de conhecimentos prévios acerca do tema natureza -Registro da fala das crianças -Passeio em torno da escola para destacar paisagens naturais e construídas pelo homem - construção de cartaz destacando os diferentes tipos de paisagens - produção da escrita através das atividades RECURSOS:  Imagens 36  Atividade impressa  Cartolina  Cola e canetas AVALIAÇÃO:  Participação durante a roda de conversa;  Envolvimento nas atividades;  Observação no desenvolvimento da escrita. PLANO DE AULA ASSUNTO: Conhecendo Nosso Corpo NECESSIDADES:  Proporcionar o conhecimento e funcionamento do nosso corpo;  Estabelecer semelhanças e diferenças entre o corpo dos colegas;  Respeitar e valorizar as diferenças entre o seu corpo e os demais; OBJETIVOS:  Identificar os membros e principais órgãos que fazem parte do nosso corpo, como também o seu funcionamento;  Reconhecer a importância do cuidado e do respeito com o seu corpo e o do colega;  Identificar a importância de desenvolver uma alimentação e de uma boa higiene para o bom funcionamento do corpo; CONTEÚDO:  Ser Humano e Saúde METODOLOGIA: 37 - Levantar questionamento sobre as diferenças entre o nosso corpo e o dos colegas. -Realizar leitura do livro “ Amanda No País Das Vitaminas” trabalhando com os alunos a importância de ser alimentar bem para a saúde do nosso corpo. - Produção de mapas do corpo e da escrita ligadas a temática do trabalho. RECURSOS:  Papel Madeira;  Livro “Amanda No País Das Vitaminas”;  Atividade impressa;  Canetas e coleções;  Circuito; AVALIAÇÃO:  Participação durante os questionamentos feitos em roda;  Envolvimento nas atividades desenvolvidas durante a aula. PLANO DE AULA ASSUNTO:Todos Contra o Mosquito Aedes Aegypti NECESSIDADE:  Conhecer a importância da preservação do meio ambiente;  Valorizar a natureza como um todo dinâmico;  Identificar as ações do homem causadas ao meio ambiente; OBJETIVOS:  Reconhecer as ações do homem sobre o meio ambiente;  Desenvolver atitudes responsáveis com relação ao Meio Ambiente; 38  Identificar as principais características e doenças transmitidas pelo mosquito; CONTEÚDO:  Natureza e Sociedade METODOLOGIA: - Questionamentos acerca dos perigos causados pelo mosquito Aedes Aegipti. Como o mosquito se desenvolve? Quais as doenças causadas por ele? E o que podemos fazer para impedir a sua proliferação? - Confecção de cartaz com os desenhos dos alunos sobre como preservar o ambiente e impedir o desenvolvimento do mosquito. - Simulação realizada no pátio, com possíveis focos do mosquito espalhados em torno da escola, através de garrafas pet, pneus e vasos de planta. RECURSOS:  Cartolina;  Coleções;  Pneus, garrafas pet, vasos de planta (simulação). AVALIAÇÃO:  Participação das atividades lúdicas;  Envolvimento nas atividades coletivas;  Expressão de opinião durante a roda de conversa.