Navegando por Autor "Alencar, Rafael Barros de"
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Tese A palo seco: neobarroco e musicalidade nas obras de João Cabral de Melo Neto e Belchior(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2025-01-31) Alencar, Rafael Barros de; Lima, Samuel Anderson de Oliveira; https://orcid.org/0000-0001-7525-5997; http://lattes.cnpq.br/4097533367851915; https://orcid.org/0000-0002-0653-3794; http://lattes.cnpq.br/8535584579712153; Menezes, Roniere Silva; Morais Neto, João Batista de; Paiva, Kalina Alessandra Rodrigues de; Araújo, Rosanne Bezerra deTanto a poesia quanto a canção dispõe um universo sonoro, campo das percepções, das representações, dos afetos, das críticas, das tradições e das rupturas. A mirada sonora aporta na palavra como componente mínimo sonoro, palavra que está presente na poesia e canção. Assim, como sugerido pelo título, a tese busca investigar a musicalidade na obra do poeta João Cabral de Melo Neto e do cancionista Antônio Carlos Belchior, ambos brasileiros nascidos na região nordeste do país. João Cabral de Melo Neto, poeta pernambucano, possui uma relação muito específica com a música propriamente dita e com as consequências musicais do poema. Tema complexo para o poeta, a música e a musicalidade não passa desapercebida em sua obra e em nosso enfoque ganha lugar de destaque. Antônio Carlos Belchior, por sua vez, elabora seu sistema compositivo a partir do conteúdo poético de suas letras, tensionando a simbiose cancional (letra e melodia). A investigação é do tipo qualitativa, revisitando o arcabouço teórico e bibliográfico, ao mesmo tempo, em que realiza a análise dos poemas e das canções, análise esta que, parte do nascedouro desses complexos rios poéticos-musicais e investiga tanto o complexo tradicional do metro do verso, da rima, das estrofes, como os complexos dialogais que tem cada obra, a poesia e a canção, com estruturas sociais, estéticas e culturais. Na elaboração da discussão foram erguidos alguns pilares teóricos, como a percepção da literatura e da música como um conhecimento transdisciplinar e interdependente; a Literatura Comparada como um conjunto de ferramentas que auxiliam na lida com um objeto híbrido, entre a literatura e a música; e o Barroco e o Neobarroco como estruturas para a compreensão das artes de João Cabral e Belchior. A pesquisa aponta para uma mudança na interpretação da antimusicalidade cabralina sugerindo um caminho da tonalidade para a atonalidade a partir de uma análise reflexiva, crítica e teórica que divide sua obra em dois rios, em duas dicções, uma tonal e outra atonal. A musicalidade de Belchior percorre caminhos críticos semelhantes. Com uma proposta de arte racional, o cancioneiro Belchior (robô goliardo) conduz sua musicalidade por um diálogo crítico entre a tradição e a ruptura artística (musical e poética). Para abordar a musicalidade de Belchior se percorreu os caminhos do seu trabalho racional em diálogo com o neobarroco para entender os corpos “terrestres” que orbitam em seu universo cancional, são pintores, poetas e compositores que figuram em constante diálogo.Dissertação A Palo Seco: uma aproximação neobarroca entre Belchior e João Cabral de Melo Neto(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2020-06-25) Alencar, Rafael Barros de; Lima, Samuel Anderson de Oliveira; ; ; Santos, Derivaldo dos; ; Morais Neto, João Batista de;“Eu quero é que esse canto torto feito faca corte a carne de vocês” (NETO, 2019, p. 74). Esta pesquisa é desenvolvida com o suporte da Literatura Comparada e tem como objetivo analisar características neobarrocas na obra de Belchior a partir do diálogo com signos poéticos presentes na obra de João Cabral de Melo Neto. O mote para esta pesquisa é “A Palo Seco”, um poema em João Cabral e uma canção em Belchior, do disco Mote e Glosa (1974). No poema cabralino, “A Palo Seco”, expressão espanhola que remete à matriz do flamenco, aparece associado à imagem da lâmina, ao “cante sem,/ a esse cante despido,/ é um cante desarmado:/ só a lâmina da voz/ sem a arma do braço” (SECCHIN, 1985, p. 146), signo poético utilizado nas canções de Belchior, não só em “A Palo Seco”, mas também em “Apenas um rapaz latinoamericano”, “Pequeno mapa do tempo”, entre outras. Na pesquisa, duas perspectivas artísticas (João Cabral e Belchior), duas formas poéticas (a literatura e a música), um diálogo (Barroco e neobarroco) e cenários de análises (sertão, global, retirante, cante a palo seco, a voz e a vida). O trabalho está organizado em quatro capítulos, passando pela questão da aproximação da literatura com a música e mais especificamente pelo imbricamento desses temas sob a perspectiva da Literatura Comparada, seguida de um capítulo que observa as pesquisas já realizadas que envolvem Belchior e João Cabral de Melo Neto e, por fim, o capítulo analítico, que desenvolve o tema do neobarroco na obra do cancioneiro. O levantamento sobre as pesquisas que envolvem Belchior e João Cabral passa pelos trabalhos de autores como Josely Carlos (2007), Eurídice Figueiredo (2013), Jotabê Medeiros (2017), Glenda Moura (2014), José Américo Saraiva (2007), Lenise dos Santos Santiago (2007 e 2011), entre outros. O caminho de análise passa por signos poéticos cabralinos barrocos, como a lâmina, a faca, o retirante, o regional e o global, o cante e a vida, que são apropriados na obra do cearense e, como aporte teórico para entender o neobarroco, trabalhamos com autores a exemplo de Severo Sarduy (1987), Francisco Ivan (2013), Francisco Israel de Carvalho (2012). Os resultados desta análise buscaram perceber características neobarrocas nas canções de Belchior a partir do contato com o Barroco moderno em João Cabral.