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Título: O Trabalho e o labirinto da responsabilidade socioempresarial:a experiência da cidadania empresarial do Banco do Brasil
Autor(es): Ponte, Júlio Ramon Teles da
Orientador: Vitullo, Gabriel Eduardo
Palavras-chave: Democracia;Capitalismo;Sociedade capitalista;Trabalho;Capital rentista;Democracy;Capitalism;Capitalist society;Work;Rentier capital
Data do documento: 8-Set-2011
Editor: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Referência: PONTE, Júlio Ramon Teles da. O Trabalho e o labirinto da responsabilidade socioempresarial:a experiência da cidadania empresarial do Banco do Brasil. 2011. 381 f. Tese (Doutorado em Desenvolvimento Regional; Cultura e Representações) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2011.
Resumo: Na crise sistêmica contemporânea, a política econômica é direcionada para corrigir as consequências do funcionamento deste metabolismo, porém dentro dos limites do capital. Nessa perspectiva, os tomadores de decisão propõem políticas comerciais, agrícolas e industriais a fim de garantir condições para o crescimento econômico. Todavia, tal como numa rua sem saída, constata-se a insuficiência do Estado em conferir efetividade para o funcionamento de todos os segmentos da economia, sobretudo, em face da limitação orçamentária. Os gestores públicos são forçados a buscar recursos externos, retomando o ciclo de submissão das políticas aos interesses da banca financeira internacional e de seus representantes, instalados nos chamados organismos multilaterais. O complexo ideológico do capital entra em ação na tentativa de convencer a sociedade que os caminhos tomados pelos governos são inevitáveis, e que o capitalismo pode ser ―humanizado‖, mesmo com a constatação das crescentes desigualdades historicamente causadas pelo irracionalismo do modo de produção do capital. Nesse sentido, emergem conceitos que tentam demonstrar a compatibilidade do sistema às reais necessidades humanas. Essa ofensiva ideológica tem por finalidade legitimar o capital. O chamado Terceiro Setor tem especial destaque junto com o conceito de responsabilidade social das empresas. Cria-se um ambiente político em que o inexorável mistura-se com as novas miragens proporcionadas e muitas vezes financiadas pelo metabolismo do capital, de modo a enquadrar as pessoas neste sistema que se pretende eternizado. Em tal contexto, as elites políticas, e considerável fração da academia, embarcam em ―ondas de otimismo capitalista‖, enquanto o sociometabolismo do capital expande seus limites históricos, acionando forças que postergam seu colapso, mas que causam sofrimentos humanos e desgastes ecológicos. Guerras são disseminadas para fortalecer a mortífera indústria bélica e a indústria automobilística; e devasta-se o meio ambiente, do qual depende o sistema do capital. Nesse cenário de desmonte, emergem proposições em torno de um ―novo pacto social‖ como forma de minimizar os efeitos perversos da dinâmica da reprodução do capital. A classe empresarial é convocada para exercer seu protagonismo pela via do discurso que apela para programas de responsabilidade social, para assim intervir de forma direta na chamada ―questão social‖. É justamente neste ponto que se inclui o cerne da presente investigação. Embora exista uma considerável produção acadêmica sobre o fenômeno da Responsabilidade Social e da Cidadania Empresarial, também existe uma evidente carência dessa abordagem, voltada para o segmento bancário no Brasil. A importância do capital rentista na apropriação crescente de parcelas da riqueza produzida pelo conjunto da sociedade brasileira, justifica uma investigação sociológica sobre os projetos de Responsabilidade Social no segmento financeiro nacional. Nesse sentido, optou-se por realizar uma abordagem da dinâmica da ―Cidadania Empresarial‖ no setor bancário, precisamente no Banco do Brasil. Como se trata de uma instituição-chave, a análise dos impactos dessa estratégia fetichista da reprodução capitalista, permite avaliar as consequências sociais da legitimação do capital rentista no Brasil. Nesse cenário de profusão do discurso da Responsabilidade Social, situa-se a progressiva precarização do trabalho neste segmento profissional no Brasil. Constata-se um desencontro dramático entre o discurso e a prática em virtude do aprofundamento da tendência à vulnerabilidade das condições laborais do trabalhador bancário brasileiro, desde os anos de 1990. No caso específico do Banco do Brasil, a primeira iniciativa da instituição foi se conformar aos postulados da ONU e do Instituto Ethos, objetivando alinhar suas políticas internas a essa nova estratégia de dominação do capital. O propósito é inserir o Banco na esfera ideológica da responsabilidade social das empresas, do mesmo modo como ocorreu com seus parceiros da concorrência intercapitalista privada financeira. Com efeito, no âmbito interno do Banco do Brasil, surge uma política voltada para adequar seus segmentos funcionais à doutrina da Responsabilidade Socioempresarial. Os conceitos da doutrina são apresentados como algo inexorável. Não há alternativas. O Banco do Brasil atua num mercado altamente competitivo; no segmento que caracteriza a dominância financeira da acumulação de capital na atualidade. Por este motivo não pode deixar de incorporar os avanços tecnológicos organizacionais. Para seus funcionários não há alternativas, a não ser adaptar-se ao conjunto de propostas deste novo ideário do metabolismo do capital
Abstract: In the current systemic crisis, economic policy is directed to correct the consequences of the functioning of this metabolism, but within the limits of the capital. From this perspective, decision makers propose trade policies, agricultural and industrial to ensure conditions for economic growth. However, as a dead end, there is failure of the State in giving efficacy to the operation of all segments of the economy, especially given the budget constraint. Public managers are forced to seek external resources, resuming the cycle of political allegiance to the interests of international financial and banking representatives, installed in so-called multilateral. The complex ideological capital comes into play in trying to convince society that the paths taken by governments are inevitable, and that capitalism can be "humanized", even with the realization of the growing inequalities caused by historical irrationalism of the production process of capital . In this sense, emerging concepts that attempt to demonstrate the compatibility of the system to real human needs. This ideological offensive is intended to legitimize the capital. The so-called third sector has a special highlight with the concept of corporate social responsibility. It creates a political environment in which the inevitable mix-up with new illusions offered by and often funding the metabolism of capital in order to perpetuate this system. In this context, political elites, and considerable portions of the academy, embark on "waves of capitalist optimism," while the sociometabolismo capital expands its historical limits, driving forces postponing their collapse, but that cause human suffering and ecological stress. Wars are disseminated to strengthen the deadly war industry and the automobile industry; and devastating the environment of which depends the capital system. In this scenario disassemble, propositions emerge around a "new social pact" in order to minimize the adverse effects of the dynamics of reproduction of capital. The business class is called to exercise its role through the discourse that appeals to social responsibility programs, in order to intervene directly in the "social question". The core of this research is precisely this point. Although there is considerable scholarship on the phenomenon of Social Responsibility and Corporate Citizenship, there is also an evident lack of this approach focused on the banking sector in Brazil. The importance of rentier capital increased ownership of shares in the wealth produced by all of Brazilian society, justifies a sociological research project on Social Responsibility in the domestic financial sector. In this sense, it was decided to perform a dynamic approach to the "Corporate Citizenship" in the banking industry, specifically in the Bank of Brazil. As this is a key institution, is important analyze of the impacts of this strategy fetish of capitalist reproduction, in order to evaluate the social legitimization of rentier capital in Brazil. In this scenario of the abundance of the discourse on social responsibility there exist a progressive impoverishment of professional work in this segment in Brazil. There is a dramatic mismatch between rhetoric and practice because of the trend of deepening vulnerability of the working conditions of the Brazilian bank worker, from the 1990's. In the specific case of the Bank of Brazil, the first initiative of the institution was to conform to the principles of the UNO and the Ethos Institute, aiming to align their domestic policies to this new strategy of domination of capital. The purpose is to place the Bank in the ideological sphere of corporate social responsibility, just as with its partners in the private financial intercapitalist competition. Indeed, in the internal ambit of the Bank of Brazil, there is a policy to adjust its functional segments to the doctrine of Social Corporate Responsibility. The concepts of this doctrine is presented as something inexorable. There are no alternatives. The Bank of Brazil operates in a highly competitive market, the segment featuring the dominance of financial capital accumulation today. For this reason it can not fail to incorporate the technological advances organizational. For employees there is no alternative but to adapt to this new set of ideas proposed by the metabolism of capital
URI: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/13780
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