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Título: Sair curado para a vida e para o bem: diagramas, linhas e dispersão de forças no complexus nosoespacial do Hospital de Caridade Juvino Barreto (1909-1927)
Autor(es): Silva, Rodrigo Otávio da
Orientador: Rocha, Raimundo Nonato Araújo da
Palavras-chave: Hospital de Caridade Juvino Barreto. Espaço Médico-hospitalar. Práticas Médicas;Hospital de Caridade Juvino Barreto. Hospital Space. Medical Practices
Data do documento: 27-Ago-2012
Editor: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Referência: SILVA, Rodrigo Otávio da. Sair curado para a vida e para o bem: diagramas, linhas e dispersão de forças no complexus nosoespacial do Hospital de Caridade Juvino Barreto (1909-1927). 2012. 353 f. Dissertação (Mestrado em História e Espaços) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2012.
Resumo: Este trabalho tem por objeto de estudo o Hospital de Caridade Juvino Barreto, instituição nosocomial localizada na cidade do Natal (RN), entre a Praia de Areia Preta e o Monte Petrópolis, focalizando-o no período compreendido entre 1909, ano em que o novo edifício hospitalar fora construído e inaugurado, e 1927, data da transferência de sua administração de domínio público para a recém-criada associação médica da Sociedade de Assistência Hospitalar (SAH). Estudamos as condições de possibilidade da emergência desse espaço hospitalar no ambiente urbano da capital do Rio Grande do Norte, buscando compreender as diferentes táticas e estratégias implementadas pelos sujeitos históricos envolvidos na constituição desse nosocômio. Partindo de um corpus documental constituído de memórias médicas (tendo o Doutor Januário Cicco como observador privilegiado), informações presentes em jornais (A República e O Diário do Natal), acervo fotográfico e extenso material de natureza administrativa e legal (Discursos, Exposições, Falas, Leis, Relatórios e Resoluções), analisamos detalhadamente a geografia médica do HCJB, relacionando os discursos da Geografia e da Medicina na escolha da localização espacial do referido nosocômio hospitalar, bem como examinamos a arquitetura do hospital, sua espacialidade interna, divisões, formas de controle do espaço, e, por fim, abordamos as práticas médicas que se desenrolaram no seu interior, conduzindo-nos, a esse respeito, a partir das experiências do chefe de clínicas do hospital, o Dr. Januário Cicco, destacando-se aí a discussão sobre a ética no trabalho médico-hospitalar. A percepção do HCJB como nosoespacialidade médica sempre em movimento, constituída segundo princípios taxonômicos baseados na diferença e na dispersão de forças, levou-nos a articulá- lo teoricamente a partir do arsenal conceitual-metodológico do filósofo Michel Foucault, em especial suas reflexões da fase genealógica, centradas no fenômeno do poder, posição que nos permite valorizar o espaço noso-hospitalar como construção, invenção, produto de relações de força, que conferem ao nosocômio aspecto inacabado, aparente, sempre em jogo, possibilidade perpétua de modelagem que não tem matriz previamente definida, instaurando-o no campo do possível, da virtualidade, da potência: hospital que poderia ter sido e que não foi. Com efeito, a investigação dos diversos aspectos/elementos do espaço hospitalar do Juvino Barreto revelou-nos novas dimensões da espacialidade médico-hospitalar, muito mais complexa do que a simples e corrente idéia de um lugar para abrigo de doentes: a plasticidade e fluidez do espaço, que não se deixava circunscrever aos limites da empeiria, plasmando-se ao sabor das relações de força travadas entre os diferentes sujeitos; sua constituição como espaço de transição, heterotópico, fazendo conviver no seu interior elementos modernos com prémodernos (médicos profissionais trabalhando com religiosas, pensamento cético da medicina positivista convivendo com a fé religiosa das freiras de Santana); a impossibilidade de se pensar o espaço noso-hospitalar do HCJB enquanto unidade homogênea, estática, transistórica, naturalizando essa espacialidade, sem se considerar as profundas diferenças, fraturas e deslocamentos que animavam sua própria existência, multiplicando as suas expressões identitárias
Abstract: This work has as object of study the Hospital de Caridade Juvino Barreto, nosocomial institution located in the city of Natal (RN), between the Praia de Areia Preta and the Monte Petrópolis, focusing on the period from 1909, the year in which the new hospital building was constructed and opened, and 1927, the date of the transfer of administration of the public domain to the newly created Sociedade de Assistência Hospitalar (SAH). We study the conditions of possibility of the emergence of this hospital space in the urban environment of the capital of Rio Grande do Norte, seeking to understand the different tactics and strategies implemented by the historical subjects involved in the formation of this institution nosocomial. Starting from a corpus of documents consisting of medical memories (with Dr. Januário Cicco as privileged observer), information present in newspapers (the Republic and the Christmas Journa l), photo collection and extensive administrative and legal material (Speeches, Exhibitions, Reports, Laws and Resolutions), we analyzed in detail the medical geography of HCJB, relating the discourses of medicine and geography in choosing the spatial location of the hospital as we examine the architecture of the hospital, its inner spat iality, divisions, forms of space control, and, finally, we discuss the medical practices that took place within it, leading us in this regard, from the experiences of clinical hospital chief, Dr. Januário Cicco, especially the discussion on "ethics" in hospital work. The perception of HCJB as medical nosoespaciality always on the move, incorporated under taxonomic principles based on difference and dispersion forces, led us to articulate it theoretically from the conceptual-methodological arsenal of philosopher Michel Foucault, particularly his reflections of genealogical phase, focusing on the phenomenon of power, a position that allows us to enhance our space-hospital construction, invention, product of power relations, which give the unfinished aspect nosocômio, apparent, always at stake, perpetual non-modeling possibility has previously defined array, establishing it at the field of possible, of virtuality, of power: hospital that could have been and that it was not. Indeed, the investigation of various aspects/elements of hospital space Juvino Barreto revealed us new dimensions of hospital space, far more complex than the simple and the current idea of a place to shelter patients: plasticity and fluidity of space, which is not made to circumscribe the limits of empeiria, engraving up to strength relations fought between different subject; its Constitution as a transitional space, Heterotopic, doing live inside modern elements with premoderns (professional doctors working with religious thought, skeptical of positivist medicine living with the religious faith of the nuns of Santana); the impossibility of thinking hospital space of HCJB while homogeneous unit, static, transistoric, making the spatiality, without considering the profound differences, fractures and dislocations that animated his own existence, multiplying their expressions of identity
URI: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/16971
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