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Título: Efeitos do treinamento muscular respiratório com diferentes modalidades em pacientes com Doença Pulmonar Obstrutiva (DPOC) - ensaio clínico aleatório controlado
Autor(es): Farias, Catharinne Angélica Carvalho de
Orientador: Fregonezi, Guilherme Augusto de Freitas
Palavras-chave: DPOC;Reabilitação pulmonar;Treinamento muscular respiratório
Data do documento: 31-Ago-2018
Referência: FARIAS, Catharinne Angelica Carvalho de. Efeitos do treinamento muscular respiratório com diferentes modalidades em pacientes com Doença Pulmonar Obstrutiva (DPOC) - ensaio clínico aleatório controlado. 2018. 139f. Tese (Doutorado em Fisioterapia) - Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2018.
Resumo: Introdução: O Treinamento Muscular Respiratório (TMR) em pacientes com Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), ainda não apresenta consenso sobre os efeitos que poderiam adicionar à Reabilitação Pulmonar (RP). Objetivo: Diante disso, nosso objetivo foi propor um protocolo de RP associado à diferentes modalidades de TMR e avaliar seus efeitos adicionais nos desfechos primários da capacidade de exercício e dispneia em indivíduos com DPOC. Métodos: Tratou-se de um ensaio clínico aleatório controlado cego, composto por pacientes com diagnóstico de DPOC, distribuídos aleatoriamente em 3 grupos: Reabilitação Pulmonar (RP), RP associado ao treinamento muscular inspiratório com carga de resistência ao fluxo cônico (RP+ TMRRFC) e RP associado ao TMR modalidade de endurance por hiperpneia normocapnica (RP+ TMRHN). O protocolo teve duração de 10 semanas, com frequência de 3 dias semanais supervisionados e dois dias sem supervisão, composto de educação em saúde, técnicas de conservação de energia, treinamento aeróbico individualizado em esteira com carga de 70% da velocidade máxima alcançada no teste incremental e fortalecimento muscular periférico para todos os grupos. O grupo RP+TMRRFC realizou treinamento com carga inicial de 35% da pressão inspiratória máxima (PImáx) obtida na avaliação inicial com progressões de 5% a cada semana, até um limite de 80% da PImáx, reavaliada e ajustada semanalmente. O grupo RP+TMRHN realizou treinamento com uma bolsa de reinalação equivalente a 50% da capacidade vital, uma frequência respiratória de 35 vezes o valor do volume expiratório forçado no primeiro segundo, com incrementos de 2 a 3 minutos por semana, até atingir, o tempo máximo de 20 minutos. Foram avaliadas as características antropométricas, função pulmonar, força e resistência muscular respiratória (PImáx, SPImáx, SNIP, PEmáx e VVM), capacidade de exercício (6MWT e ISWT), volumes da parede torácica no teste de endurance, força muscular periférica, sensação de dispneia e fadiga (BORG0-10), estado de saúde (CAT), risco de exacerbação e de mortalidade dos sujeitos (BODE), antes e após o período de intervenção. A análise estatística foi realizada pelo teste de Shapiro-Wilk, Anova One-way, Chi quadrado e Anova Two-way com Pos hoc de Bonferroni, de acordo com a distribuição dos dados. Foi considerado um p < 0,05 e utilizado o software GraphPad Prism, 6.0 . Resultados: Foram avaliados 34 sujeitos e treinados 33 pacientes, sendo 17 (51,5%) do gênero feminino, 66,2(±4,9) anos e IMC 28,0(±4,3) kg/m2 . Nos desfechos primários, encontramos após as 10 semanas, aumento na capacidade do exercício nos grupos RP+TMRRFC e RP+TMRHN (p˂0,0001), sendo que, na análise intergrupos, o grupo RP+TMRHN foi superior no ISWT ao grupo RP (Pos hoc de p<0,005). Encontramos ainda, redução nas sensações de dispneia e fadiga após o 6MWT e ISWT, nos três grupos (p<0,001), sem diferença entre eles. Além disso, houve aumento na PImax em todos os grupos (p<0,0001), na SPImáx apenas no grupo RP+TMRRFC (p<0,0001) e melhora na SNIP nos grupos que realizaram RP + TRM, com p<0,0001. No grupo RP+TMRHN observamos melhora na PEmáx (p<0,0001) com Pos hoc de 0,004 em relação ao grupo RP, e na força de preensão manual (p˂0,0001). Verificou-se ainda que nos três grupos, houve redução do risco de mortalidade (p˂0,0001), com melhora no estado de saúde no RP+ TMRRFC (p<0,001). O grupo RP+ TMRRFC apresentou uma redução no risco de exacerbação (p=0,0006) e uma melhora no CAT (p=0,0001). Conclusões: A associação do TMR aos programas de RP proporcionou ganhos adicionais sobre a capacidade de exercício, o estado de saúde, a força muscular respiratória e periférica, além dos benefícios encontrados em todos os grupos com redução do risco de exacerbação, mortalidade, dispneia e fadiga. Apesar de não conseguirmos diferenciar qual modalidade de TMR foi superior, acreditamos que a RP deve ser enfatizada e o TMR adicionado à RP em programas futuros para essa população.
Abstract: Introduction: Respiratory Muscular Training (RMT) in patients with Chronic Obstructive Pulmonary Disease (COPD), does not yet have consensus about the effects that could add to Pulmonary Rehabilitation (PR). Objective: Our objective was to propose a PR protocol associated with different RMT modalities and to evaluate its additional effects on primary endpoints of exercise capacity and dyspnea in individuals with COPD. Methods: This was a blinded randomized clinical trial composed of patients diagnosed with COPD randomly assigned to three groups: Pulmonary Rehabilitation (PR), PR associated with inspiratory muscle training with conical flow resistance load (PR+RMTCFR) and PR associated with RMT endurance modality by normocapnic hyperpnea (PR+RMTNH). The protocol lasted 10 weeks, with a frequency of 3 supervised weekly and 2 days without supervision, composed of health education, energy conservation techniques, individual aerobic training on treadmill with a load of 70% of the maximum speed reached in the incremental test and peripheral muscle strengthening for all groups. The PR+RMTCFR group underwent training with an initial load of 35% of maximal inspiratory pressure (MIP) obtained in the initial evaluation with 5% progressions each week, up to a limit of 80% of MIP, reassessed and adjusted weekly. The PR+RMTNH group underwent training with a rehousing pocket equivalent to 50% of vital capacity, a respiratory rate of 35 times the value of forced expiratory volume in the first second, with increments of 2 to 3 minutes per week, until the maximum time of 20 minutes. The anthropometric characteristics, pulmonary function, respiratory muscle strength and endurance (MIP, SMIP, SNIP, MEP and MVV), exercise capacity (6MWT and ISWT), thoracic wall volumes in the endurance test, peripheral muscle strength, dyspnea and fatigue (BORG0-10), health status (CAT), risk of exacerbation and mortality of the subjects (BODE), before and after the intervention period. Statistical analysis was performed using the Shapiro-Wilk test, Anova One-way, Chi square and Anova Two-way with Bonferroni Pos hoc, according to the data distribution. A p <0.05 was considered and GraphPad Prism, 6.0 software was used. Results: A total of 34 subjects were evaluated and 33 patients (51.5%), 66.2 (± 4.9) years and BMI 28.0 (± 4.3) kg / m2 were evaluated. In the primary outcomes, we found, after 10 weeks, increased exercise capacity in the PR+RMTCFR and PR+RMTNH (p˂0.0001) groups, and in the intergroup analysis, the PR+RMTNH group was higher in the ISWT group RP (Pos hoc of p <0.005). We also found a reduction in the sensations of dyspnea and fatigue after 6MWT and ISWT, in all three groups (p <0.001), with no difference between them. In addition, there was an increase in PImax in all groups (p <0.0001), in SPImax only in the PR+RMTCFR group (p <0.0001) and improvement in SNIP in the groups that performed PR+RMT, with p<0.0001. In the PR+RMTNH group we observed an improvement in MEP (p<0.0001) with Pos hoc of 0.004 in relation to the PR group, and in the manual grip strength (p˂0.0001). It was also verified that in all three groups, there was a reduction in the risk of mortality (p˂0.0001), with an improvement in the health status in PR+RMTNH (p<0.001). The PR+RMTCFR group presented a reduction in the risk of exacerbation (p=0.0006) and an improvement in CAT (p=0.0001). Conclusions: The association of RMT to PR programs provided additional gains on exercise capacity, health status, respiratory and peripheral muscle strength, and the benefits found in all groups with reduced risk of exacerbation, mortality, dyspnea and fatigue. Although we can´t differentiate which RMT modality was superior, we believe that PR should be emphasized and RMT added to PR in future programs for this population.
URI: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/26518
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