UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE EDUCAÇÃO CURSO DE PEDAGOGIA HUILANA SALES VIANA UMA EXPERIÊNCIA SIGNIFICATIVA: ESTIMULANDO A AUTONOMIA DA CRIANÇA NA EDUCAÇÃO INFANTIL NATAL-RN 2017 HUILANA SALES VIANA UMA EXPERIÊNCIA SIGNIFICATIVA: ESTIMULANDO A AUTONOMIA DA CRIANÇA NA EDUCAÇÃO INFANTIL Relatório Reflexivo referente à prática na Educação Infantil, realizado em uma escola da rede privada e apresentado ao Curso de Licenciatura em Pedagogia do Centro de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como requisito parcial para obtenção do grau de licenciatura em Pedagogia Orientadora: Profª Drª. Jacyene Melo de Oliveira Araújo – UFRN NATAL-RN 2017 HUILANA SALES VIANA UMA EXPERIÊNCIA SIGNIFICATIVA: ESTIMULANDO A AUTONOMIA DA CRIANÇA NA EDUCAÇÃO INFANTIL Relatório reflexivo de práticas educativas apresentado ao Curso de Pedagogia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como requisito parcial para obtenção do título de Licenciatura em Pedagogia. Orientadora: Profª. Drª. Jacyene Melo de Oliveira Araújo. Aprovado em: _____ / _____/ ________. BANCA EXAMINADORA Prof.ª Dr.ª Jacyene Melo de Oliveira Araújo (Orientadora) Universidade Federal do Rio Grande do Norte Prof.ª Dr.ª Giane Bezerra Vieira (Examinadora) Universidade Federal do Rio Grande do Norte Prof.ª Msc.ªIvone Priscilla de Castro Ramalho(Examinadora) Universidade Federal do Rio Grande do Norte AGRADECIMENTOS Dedico este trabalho, em primeiro lugar a Deus e a minha amada e querida avó, Neuma. Sei que aonde quer que esteja, olha por mim e me manteve de pé, dando- me forças para enfrentar essa jornada. Em segundo, as peças fundamentais desse processo: a minha família (mãe, pai, irmãos, namorado, cunhada) sem vocês, esse sonho não teria se realizado. Todas as vezes que estive aflita, angustiada, pude contar com o apoio e suporte de vocês, mostrando que tudo isso passaria e que estariam comigo independente de qualquer coisa. Agradeço também a minha querida orientadora Jacyene Araújo, que me acolheu com tanto carinho e de braços abertos, para me dar todo suporte na realização do meu trabalho. Não posso esquecer-me de todos os outros mestres que percorreram o meu caminho dentro da educação infantil até a universidade, tenho certeza que também coloquei um pedacinho de cada um deles aqui dentro desse trabalho. LISTA DE ILUSTRAÇÕES E QUADROS Figura 1- Entrada da escola......................................................................................09 Figura 2- Horta..........................................................................................................11 Figura 3- Espaço externo da escola..........................................................................12 Figura 4- Horário da turma ........................................................................................17 Figura 5-Rotina escolar .............................................................................................18 Figura 6- Cartaz dos combinados..............................................................................19 Figura 7- Cartaz do medidor do barulho.....................................................................21 Figura 8- Cartaz da autoavaliação.............................................................................21 Figura 9- Dinâmica da Chapeuzinho..........................................................................24 Figura 10-Leitura do clássico ....................................................................................25 Figura 11- Atividade de natureza e sociedade...........................................................26 SUMÁRIO INTRODUÇÃO..........................................................................................................8 DIAGNÓSTICO DA ESCOLA...................................................................................9 EU PROFESSORA.................................................................................................13 UMA EXPERIÊNCIA SIGNIFICATIVA....................................................................14 CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................28 REFERÊNCIAS........................................................................................................29 RESUMO O presente trabalho apresenta um relato reflexivo das experiências vivenciadas no meu primeiro ano como professora titular na Educação Infantil, dentro da Fundação Marie Jost, localizada na cidade do Natal/RN. A prática docente foi realizada no nível V com crianças entre 5 e 6 anos, tendo a finalidade de intervir na construção do conhecimento e autonomia dos alunos. O trabalho traz descrições das características da escola, assim como práticas realizadas, autores e fundamentação teórica que auxiliaram na metodologia, mostrando a capacidade de construir seres autônomos desde a infância. Tendo como base o Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil – RCNEI (BRASIL, 1998), além de teóricos como PIAGET (1994) e VYGOTSKY (1989). Conclui-se, a partir desse estudo, que o professor tem papel primordial no processo evolutivo e na construção da autonomia das crianças, pois, a criança é um ser social, que é constituída pelas relações criadas durante a vida. Palavras-chave: Educação Infantil. Autonomia. Planejamento. ABSTRACT The current research presents a reflective account of the experiences I underwent on my first year as a head teacher in Early Childhood Education, inside Fundação Marie Jost (Marie Jost Foundation), located in the city of Natal / RN. The teaching practice was carried out in Kindergarten with children between 5 and 6 years old, aiming to intervene in the construction of pupils' knowledge and autonomy. The research brings descriptions of the school characteristics, as well as practices carried out, authors and theoretical foundation that aided in the methodology, showing the capacity to build autonomous beings since childhood. Based on the National Curriculum Standards for Early Childhood Education - RCNEI(BRASIL, 1998), in addition to theorists such as Piaget (1994) and Vygotsky (1989). It was concluded, from this study, that the teacher has a primordial role in the evolutive process and in the construction of the autonomy of the children, since the child is a social being, that is constituted by the relations created throughout life. Keywords: Early Childhood Education. Autonomy. Planning. 1.INTRODUÇÃO O presente relato apresenta a sistematização da minha primeira experiência como professora titular em uma turma de Educação Infantil. Irei retratar o papel que tive como professora na construção do conhecimento dos meus alunos e como desenvolvi minhas atividades de maneira que eles tivessem a capacidade de seguir uma rotina, levando-os a compreender que cada um deles tinha um papel importante nesse processo para a construção da autonomia da turma. A turma era composta por 21 alunos com idades entre 5 e 6 anos. A escola era particular, localizada em Natal – RN, no bairro Pitimbú. O relato também descreve as angústias e aflições que tive ao receber uma turma considerada na escola como “complicada”. Nesse sentido, aponto as estratégias que encontrei para que os meus alunos pudessem ser vistos como disciplinados e autônomos. Pois, sabemos que: “A instituição de educação infantil é um dos espaços de inserção das crianças nas relações éticas e morais que permeiam a sociedade na qual estão inseridas.” (BRASIL, 1998, p.11) Sabemos que a construção da autonomia é de extrema importância na educação infantil, pois, é nessa fase que os alunos passam por diversos processos da construção dela. Porém, como o professor pode ser mediador dessa construção? Como é possível auxiliá-los para que a construam de uma maneira positiva e significativa? Capacitando esse indivíduo a compreender que a sociedade na qual ele está inserido é pautada de regras e diferentes cidadãos que convivem em conjunto. Ser professora sempre foi o meu sonho, uma meta que traçava e imaginava desde o começo do curso. Fui auxiliar de sala durante 3 anos e de repente me veio a oportunidade de mudar de escola e me tornar, enfim, professora titular. Recebi a turma e já desde o início do ano tive que lidar com o preconceito, pois, muitos afirmavam que a turma tinha dificuldades para conviver com regras e rotinas. Busquei estratégias e caminhos para conduzir a turma da melhor forma possível e prometi a mim mesma que me dedicaria ao máximo. Portanto, aqui nesse relato reflexivo, mostrarei os passos e estratégias que utilizei para estimular a autonomia dos meus alunos. 7 Essa experiência me motivou a torná-la meu estudo de Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), um requisito curricular para a conclusão do curso de Pedagogia. 2. DIAGNÓSTICO DA ESCOLA ESTRUTURA FÍSICA E FUNCIONAMENTO DA ESCOLA A Fundação Marie Jost está localizada à Rua Doutor Zeca Passos, 100, no bairro Pitimbú, em Natal, capital do Rio Grande do Norte e oferece ensino bilíngue, em tempo integral, desde a educação infantil até o ensino médio. Figura 1: Entrada da escola Fonte: acervo digital da escola O colégio foi fundado em 2005, a partir da Fundação Marie Jost, instituição brasileira sem fins lucrativos, criada 2002 em Natal/RN, reconhecida como Utilidade Pública Estadual, de acordo com a Lei Nº 8.718, de 03 de novembro de 2005, publicada no Diário Oficial de 04 de novembro de 2005, e Municipal, como consta na Lei Nº 5.659, de 19 de julho de 2005, publicada no Diário Oficial de 20 de julho de 2005. Ela tem como objetivo preparar os alunos para atuarem como cidadãos no 8 cenário nacional e internacional. Reforçando esse ideal, em 2009 passaram a desenvolver o projeto de implantação do Ensino Bilíngue na instituição. Em 2010 a Educação Infantil Bilíngue foi implantada que em 2012 se estendeu aos anos iniciais do Ensino Fundamental (1º ao 5º ano). A fundação recebe um total de 271 alunos, divididos em 14 turmas, todas de tempo integral. TURMA QUANTIDADE DE ALUNOS Nível IV 20 Nível V 21 1º ano 27 2º ano 26 3º ano 23 4º ano 22 5º ano 17 6º ano 23 7º ano 16 8º ano 15 9º ano 17 1ª série 19 2ª série 11 3ª serie 14 Em sua estrutura a Fundação Marie Jost conta com 14 salas de aula, sala dos professores, sala da direção, secretaria, biblioteca, cozinha, refeitório, parque de areia e parque gramado, sala de multimídia, 5 banheiros coletivos (alunos, funcionários e professores), 4 dos banheiros com chuveiros, sala de música, laboratório de química, quadra, piscina, cozinha experimental, sala de artes, lavanderia, horta, e dispensa para materiais de limpeza. As salas são amplas e arejadas, os parques são espaçosos e conta com brinquedos adequados para a idade das crianças, para isso existem dois parques gramados, um para as crianças da educação infantil e outro com brinquedos maiores para o fundamental 1. 9 Figura 2: Horta fonte: acervo digital da escola A escola conta com 42 professores, onde 3 estão cursando letras ou pedagogia, 30 tem nível superior, 5 especialistas, 2 possuem mestrado e 1 possui doutorado. A gestora com magistério e licenciatura em geografia, tem especialização em educação para ensino de jovens e adultos (EJA). Conta também com 6 auxiliares de sala, todas com ensino médio completo e cursando o superior em cursos de licenciatura. A escola conta também com 12 ASGs, 1 porteiro, e 3 auxiliares de cozinha e uma chefe, e uma nutricionista. Temos um conselho escolar, formado por pais, professores, direção e coordenação, e a escola possui o PPP, que conta toda sua história e a forma de educar as crianças, construído junto com a colaboração da comunidade escolar. CARACTERIZAÇÃO DA SALA DE AULA 10 A sala de aula fica localizada no pátio da Educação Infantil. Possui quadro branco, armários, bancadas de madeira para a disposição dos materiais das crianças. Conta com 22 cadeiras e 6 mesas coletivas. Por serem alunos ainda da educação infantil, eles são divididos em grupos, não possuem mesas individuais. É uma sala arejada e ampla, que contribui para a execução das atividades necessárias. Também possui um tapete para a realização da roda dentro da sala. Quanto à decoração e disposição dos cartazes, é função de cada professor selecionar materiais a serem expostos no decorrer do ano. Os materiais didáticos dos alunos são individuais, cada um possui o estojo com lápis de madeira, hidrocor, cola, giz de cera e tesoura. Vale salientar, que dentro do Marie Jost o professor tem a liberdade de realizar atividades e ministrar aulas fora do ambiente de sala, visto que a escola dispõe de vários e amplos espaços, em contato com a natureza. Figura 4: Espaço externo da escola fonte: acervo digital da escola 3. EU, PROFESSORA... 11 Estudante de Pedagogia no 9º período, com 3 anos de experiência em uma escola privada como auxiliar de sala na Educação Infantil, recebi, então, a tão esperada proposta: Tornar-me-ia professora titular do Colégio Marie Jost em uma turma do nível V. De início, veio o medo, pois, ouvia rumores em toda escola que receberia uma turma com dificuldades em seguir regras e que não havia a autonomia tão bem desenvolvida, ou seja, "a capacidade de coordenação de diferentes perspectivas sociais com o pressuposto do respeito recíproco". (KESSELRING T. 1993. p.193). A turma era composta por 21 alunos, com idades entre 5-6 anos, 9 meninos e 12 meninas. Decidi que não criaria nenhuma impressão a respeito da turma antes de fazer qualquer avaliação e conviver com os alunos, portanto, esperei a semana de adaptação para que pudesse conhecê-los e pensar em estratégias que me auxiliassem no trabalho de professora titular. Finalmente havia chegado o momento: De agora em diante eu faria os meus planos de aula, meus relatórios, minhas avaliações e em uma escola onde a metodologia é única e com um diferencial enorme. No início, a parte mais difícil foi lidar com o olhar dos pais, havia preconceito, pois, muito nova e já com tanta experiência. Como lidaria com toda essa situação? Mas hoje vejo que me encontrei, estou como professora titular, alfabetizando crianças, ensinando regras, disciplina e amando muito isso. É mágico! Essa profissão traz gratificações diárias, o amor dos meus pequenos faz com que eu me sinta muito feliz e realizada. A Universidade deu a oportunidade de aprender muito e levar o conhecimento adquirido para a prática. 12 4. UMA EXPERIÊNCIA SIGNIFICATIVA: ESTIMULANDO A AUTONOMIA DA CRIANÇA NA EDUCAÇÃO INFANTIL Sabemos que o ano letivo se inicia com a adaptação e esse é um momento muito delicado para as crianças, pois, para elas, entrar na escola é um desafio, algo excitante pelo novo a ser desvendado, mas também é frequentemente aterrador, pois, o desconhecido, traz, com certeza, inseguranças. Por isso, podemos dizer que uma certa ambivalência normalmente ocorre em todo início de ano escolar. Afinal, trata-se do começo da vida escolar da criança, de uma escola nova, de uma sala de aula desconhecida ou de um novo professor. Seja qual for a dimensão do elemento novo, é bom lembrar que a autoconfiança surge de separações bem-sucedidas e, sendo a escola um dos primeira os lugares onde essa experiência vai se dar na história de uma criança, vê-se a importância da escola estar preparada para ajudar seu aluno e respectiva família a viverem essa situação. (PETRY, ARLETE.1998. p.5) Logo nos primeiros dias de aula, era nítida a dificuldade que tinham em manter uma fila e se comportar nos espaços da escola. Por se tratar de uma escola em tempo integral, a escola necessita que a autonomia dos alunos seja a cada dia mais estimulada, porém, os alunos ainda não conseguiam realizar atividades simples sem o auxílio das professoras, tais como: almoçar, manter-se em fila, organizar pertences pessoais, tomar banho. Compreendemos que o “cuidar” na educação infantil, não pode ser separado do “educar” e O cuidado precisa considerar, principalmente, as necessidades das crianças, que quando observadas, ouvidas e respeitadas, podem dar pistas importantes sobre a qualidade do que estão recebendo. Os procedimentos de cuidado também precisam seguir os princípios de promoção da saúde. Para se atingir os objetivos dos cuidados com a preservação da vida e com o desenvolvimento das capacidades humanas, é necessário que as atitudes e procedimentos estejam baseadas em conhecimentos específicos sobre desenvolvimento biológico, emocional, e intelectual das crianças, levando em conta diferentes realidades sócio-culturais (BRASIL, 1998, p. 25). Como professora da Educação Infantil, acredito que é SIM, é o nosso dever ensinar os nossos alunos a serem autônomos, pois, 13 A autonomia, definida como a capacidade de se conduzir e tomar decisões por si próprio, levando em conta regras, valores, sua perspectiva pessoal, bem como a perspectiva do outro, é, nessa faixa etária, mais do que um objetivo a ser alcançado com as crianças, um princípio das ações educativas. Conceber uma educação em direção à autonomia significa considerar as crianças como seres com vontade própria, capazes e competentes para construir conhecimentos, e, dentro de suas possibilidades, interferir no meio em que vivem. Exercitando o autogoverno em questões situadas no plano das ações concretas, poderão gradualmente fazê- lo no plano das ideias e dos valores. (BRASIL, 1998, p. 14). Conforme Cruz (2003), o ensino de Natureza e Sociedade, pode dar ao aluno subsídios para que ele compreenda, de forma mais ampla, a realidade na qual está inserido e nela interfira de maneira consciente e propositiva. Convém ressaltar que o ensino desse eixo na educação infantil tem o caráter transformador e o professor através de práticas educativas e didáticas com sua mediação possibilitará que o aluno se sinta o sujeito que faz a História ao longo da vida, juntamente com a escola, espaços sociais e culturais, visto que deve ser um meio onde o aluno tenha a possibilidade de aprender sobre a vida e a cidadania, que seja preparado para isso. Muitos ainda choravam ao início da aula, pois, não queriam deixar os pais e se dirigirem a sala sozinhos, então, percebi deveria entrar na vida daqueles alunos e daqueles pais, da forma mais positiva possível. Sempre feliz ao chegar à escola, acolhendo os alunos com beijos e abraços, notei que ao longo dos dias, eles estavam felizes quando chegavam, começaram a subir as escadas do pátio sem a ajuda dos pais e sentiam-se mais seguros ao entrar na sala. Segundo Freire (2002, p.73) O professor autoritário, o professor licencioso, o professor competente, sério, o professor incompetente, irresponsável, o professor amoroso da vida e das gentes, o professor mal-amado, sempre com raiva do mundo e das pessoas, frio, burocrático, racionalista, nenhum deles passa pelos alunos sem deixar sua marca. Não me contentaria se não marcasse os meus alunos de maneira positiva e agradável, afinal, sabia que aqueles que estava recebendo ali, passavam a maior parte de seu tempo na escola, só encontrariam os pais ao final da tarde e já muito cansados, teriam pouco tempo para conviver. A escola precisa ser um lugar que faça com que o aluno sinta-se acolhido e seguro. 14 Como dito acima, a escola é um lugar que está inserido numa sociedade pautada de regras e de acordo com PIAGET (1994), tais regras, orientam nossas ações, podemos chamá-las de moral. Tal moral é dividida em três estados: anomia, heteronomia e autonomia. A anomia é o estado em que nascemos, pois, quando nascemos, ainda estamos sem conhecimento das regras. À medida que crescemos, tomamos conhecimento delas. Em seguida, passamos pelo momento de heteronomia, onde somos governados pelos outros, dependendo da autorização do outro para algo que vamos ou não fazer, agindo de tal maneira porque as pessoas falaram que deveria ser assim, dependendo da opinião dos outros para executar nossas ações. Já na autonomia a pessoa passa a executar suas ações por si próprias. Tomando, ou não, atitudes porque sabem que aquilo é o melhor, refletindo sobre as consequências das mesmas. A autonomia é a capacidade de tomar decisões em dois campos. Tendo como base o campo moral, que envolve o que é certo e o que é errado. Como também, o campo intelectual, definindo o que é verdadeiro ou não, visando os fatos e não recompensas ou punições. A criança nasce sem conhecer regras em um mundo, passa a compreender essas regras e por fim, as internaliza. Vale ressaltar, que a moralidade não está ligada a obediência, e sim a respeito. A essência da moralidade está aí. E o respeito é um sentimento construído através da relação entre dois sentimentos, o amor e o medo, para que o respeito se construa, é preciso ter um vínculo afetivo, mesmo que ainda mínimo. A autonomia é construída através do respeito mútuo e cooperação. A moral é construída na interação com o outro, por isso a escola tem um papel tão importante, pois, o aluno aprende com os outros. O professor não ensina moral apenas através da fala ou de histórias. A criança aprende mais através dos atos dos professores junto a ela. O docente precisa levar os alunos a refletir sobre seus comportamentos e consequências de suas atitudes. Um aluno autônomo é aquele capaz de resolver seus conflitos sem necessidade do professor por perto, capaz de chegar as suas próprias conclusões. O professor que estimula autonomia dos alunos, não dá respostas prontas, mas sim, meios que os conduzam as respostas, valorizando o caminho que cada aluno percorreu. 15 Em situações de conflito com outros alunos, o professor que estimula a autonomia não soluciona o problema, leva o aluno a procurar soluções para tais problemas. Tendo como base o RCNEI constata-se uma ampliação do repertório de gestos nas crianças, os quais contam com crescente precisão. Atos que exigem coordenação de vários segmentos motores e o ajuste a objetos específicos, como, por exemplo, recortar, colar encaixar pequenas peças. E também as crianças têm maiores facilidades de assimilar conteúdos que tenham uma associação com o contexto social em que estão inseridas. Era perceptível que as crianças apresentavam uma grande dificuldade em seguir a rotina de sala de aula, em se organizar no espaço e estarem devidamente preparadas para as aulas que aconteceriam. Pois, além das aulas de Natureza e sociedade, Linguagem e Matemática, os alunos também tinham aula de Educação Física e Música, essas aulas exigiam preparações específicas. Figura 4– Horário da turma Fonte: acervo da autora 16 Para que os alunos pudessem se situar, organizei um quadro com a rotina de sala, fazendo uso de imagens e o nome de cada momento do dia. Figura 5– Rotina escolar Fonte: acervo digital da autora Outro aspecto que contribui para o desenvolvimento da autonomia é que a criança tenha referências para situar-se na rotina da instituição. Quando se está num ambiente conhecido e em que se pode antecipar a sequência dos acontecimentos, tem-se mais segurança para arriscar e ousar agir com independência. (BRASIL, 1998, p. 40) Agora os alunos já não se mantinham inquietos perguntando o que teria depois dos momentos, não questionavam mais se precisavam trocar de roupa ou guardar os materiais que estavam sendo utilizados. Observei a turma mais tranquila e diariamente, ao início da manhã montava a rotina que ficava em um local visível para eles. Mesmo que muitos ainda não soubessem ler, eles conseguiam fazer a associação das imagens e se familiarizavam com a escrita dos nomes nas fotos. Outra metodologia utilizada foi a de montar o quadro dos combinados junto dos alunos, de acordo com o que achavam necessário para manter a organização da sala. Logo no primeiro dia de aula, elaborei um cartaz de tempestade de ideias com o tema: O QUE SABEMOS SOBRE O NÍVEL V? Para que eu pudesse analisar o 17 conhecimento prévio dos alunos, pois, de acordo com Piaget, para que um conhecimento novo se construa, é necessário que haja um conhecimento anterior. A partir desse conhecimento, tive uma base de como iria produzir as imagens e frases dos combinados. Analisei que os alunos trabalhavam melhor com o uso de frases positivas, portanto, selecionei frases que iniciavam com ideias positivas. Fiz a leitura compartilhada das imagens em roda e pedi ajuda dos alunos para colar em uma cartolina. Figura 6- Cartaz dos combinados Fonte: acervo pessoal da autora Conversamos a respeito da importância do cumprimento daqueles combinados e que tudo aquilo era necessário para A TURMA DO NÍVEL V, não só para um ou dois alunos, mas TODOS. É nítido que A cooperação consolida-se como interação possível nesta faixa etária. Pode ser desenvolvida por meio de atividades em grupo em que cada criança desempenha um papel ou tarefa para a realização de um objetivo comum. (BRASIL, 1998, p. 43) Convém ressaltar que o ensino de conteúdos como esses na educação infantil tem o caráter transformador e o professor através de práticas educativas e didáticas com sua mediação possibilitará que o aluno se sinta o sujeito que faz a 18 História ao longo da vida, juntamente com a escola, espaços sociais e culturais, visto que deve ser um meio onde o aluno tenha a possibilidade de aprender sobre a vida e a cidadania e que seja preparado para isso. Em relação às regras, além de se manter a preocupação quanto à clareza e transparência na sua apresentação e à coerência das sanções, é preciso dar oportunidade para que as crianças participem do estabelecimento de regras que irão afetar-lhes diretamente.” (BRASIL, 1998, p.43) Um outro aspecto da turma que pude analisar é que os alunos utilizavam o tom de voz extremamente elevado dentro da sala de aula, mas que não percebiam isso. Decidi que eu mesma começaria a diminuir o meu tom de voz, falando de uma forma clara, porém, mais baixa e ia aos poucos, em cada mesa, solicitando que cada grupo de alunos fizesse o mesmo. Esperava que através do tom de voz que eu vinha utilizando e daquilo que eu solicitava, que a turma pudesse falar com o tom de voz mais baixo. Eu não gostaria que eles deixassem de falar, mas sim, que diminuíssem o tom da voz. A imitação é resultado da capacidade de a criança observar e aprender com os outros e de seu desejo de se identificar com eles, ser aceita e de diferenciar-se. É entendida aqui como reconstrução interna e não meramente uma cópia ou repetição mecânica. As crianças tendem a observar, de início, as ações mais simples e mais próximas à sua compreensão, especialmente aquelas apresentadas por gestos ou cenas atrativas ou por pessoas de seu círculo afetivo. A observação é uma das capacidades humanas que auxiliam as crianças a construírem um processo de diferenciação dos outros e consequentemente sua identidade. (BRASIL, 1998, p. 22) Pensei, então, em uma maneira que os alunos pudessem fazer isso sozinho, com autonomia, sem a necessidade das professoras solicitarem o tempo inteiro. Então, criei o “medidor do barulho”, um cartaz com imagens e palavras que mostrava como o tom de voz deveria estar nos momentos, que mudava de acordo com a necessidade. A utilidade daquele cartaz e a forma como ele seria utilizado, foi explicada previamente em roda. 19 Figura 7: Cartaz do “medidor do barulho” . fonte: acervo da autora Em cada momento de aula, eu circulava no cartaz a forma como os alunos deveriam se comportar e eles visualizavam e conseguiam seguir de maneira autônoma, sem que eu precisasse solicitar a todo instante. Comecei a notar que a turma estava consciente, calma e já apresentava um pouco mais de autonomia. Os alunos tornaram-se menos resistentes às regras, porém, eles ainda precisavam de um estímulo maior, algo que os levassem a uma melhor conduta, deixando-os mais felizes em conquistar isso. Então, resolvi inserir na sala de aula o cartaz de Autoavaliação, um quadro com os nomes dos alunos e com um espaço para cada dia da semana. Figura 7: Cartaz de autoavaliação Fonte: acervo pessoal da autora 20 A ideia era que ao final de cada dia, conversássemos a respeito do comportamento da turma. E cada um, iria refletir sobre o seu comportamento. Não era eu, como professora que iria dizer ou definir como foi o comportamento deles, porém, eles próprios. Havia os seguintes conceitos: Estrela cadente – quando o aluno não foi chamado atenção nenhuma vez e cumpriu os combinados estabelecidos. Estrela- quando o aluno foi chamado atenção menos de três vezes e cumpriu os combinados, ainda que com algumas intervenções. E por fim, o símbolo de um ponto de exclamação, que chamávamos de atenção, quando o aluno não conseguia cumprir os combinados, foi chamado atenção mais de três vezes e mesmo com o auxílio das professoras, ainda não conseguia realizar aquilo que era pedido. No início, expliquei como seria diariamente, conversei sobre a importância de serem sinceros e realmente refletirem a respeito daquilo. Logo nos primeiros dias, era difícil para eles, pois, muitos não refletiam verdadeiramente. Mas, depois de conversas diárias, logo eles se estimularam e ficavam extremamente felizes quando ganhavam estrela cadente. Os próprios pais também se empolgaram e elogiaram a melhora no comportamento dos filhos até em casa. Eu sempre mostrava aos alunos a minha alegria quando eles não recebiam o conceito de atenção e cumpriam os objetivos necessários. Dessa forma, os alunos não se sentiam avaliados e nem julgados, já que não era a professora que dizia como estavam se comportando, eles estavam recebendo aqueles conceitos como resultados de suas ações. De acordo com FREINET (1979), é importante realizar esses processos sem que o aluno sinta-se avaliado, sentimento que, na maioria das vezes, prejudica o processo de aprendizagem deles. À medida que o tempo passava, mais notava a turma independente, chamando menos as professoras e apresentando menos dificuldades para realizar atividades simples. Comecei a mostrá-los que eles tinham a capacidade de realizar atividades diárias sozinhos, sem necessitar de um adulto ao lado para isso. Eles mesmos podiam arrumar o colchão para a hora da soneca, levar o garrafão de água quando estivesse vazio, colocar a própria comida, limpar a mesa que sujassem, trocar de 21 roupa. Todas essas ações contribuirão para quando eles crescerem, tornando-os adultos mais independentes. VYGOTSKY (1989), define a criança como um ser social, constituída pelas relações que cria durante a vida. Para ele, o desenvolvimento se dá através de um processo evolutivo, onde as nossas funções psicológicas se constroem através da interação com o meio. É a partir daí que surge a ideia da zona do desenvolvimento proximal (a distância entre o que nós já sabemos, o nosso conhecimento real, e o que o que possuímos potencialidade para aprender). A aprendizagem para Vygotsky também é uma experiência social, que deve ser mediada e precisa ocorrer dentro dessa zona de desenvolvimento proximal, por isso existe a importância de um professor como mediador, que faça com que a aprendizagem aconteça de forma realmente significativa. O nosso é um trabalho realizado com gente, miúda, jovem ou adulta, mas gente em permanente processo de busca. Gente formando-se, mudando, crescendo, reorientando-se, melhorando, mas, porque gente, capaz de negar os valores, de distorcer-se, de recuar, de transgredir. Não sendo superior nem inferior a outra prática 'profissional, a minha, que é a prática docente, exige de mim um alto nível de responsabilidade ética de que a minha própria capacitação científica faz parte. (FREIRE, 1996. p.39) Na condição de professora da educação infantil, não poderia deixar de lado a literatura como minha aliada nesse processo, pois, sabemos que “estabelecer relação entre infância e literatura é reconhecer a inserção da criança no tecido social. No contexto desta reflexão, é incluí-lo enquanto ser capaz de gerar mudanças na amplitude do conceito de literatura, sua produção, sua recepção e seu ensino” (AMARILHA, 2002. p.127) Logo nos primeiros dias de aula, resolvi que iria trabalhar com a história da Chapeuzinho Vermelho, pois, gostaria de mostrar aos alunos o que aconteceu com a chapeuzinho quando ela não ouviu os conselhos e ordens da mãe. Sendo assim, fazendo compreender que a nossa atitude tem consequências e que quando não fazemos o certo, algo pode dar errado. Contei a história do chapeuzinho e logo em seguida, me fantasiei, atuando como uma Chapeuzinho que tinha ido visitá-los, conversamos sobre a importância de ouvir os mais velhos. Confeccionei plaquinhas com os combinados da sala e coloquei dentro de uma cesta, durante a dinâmica 22 levei os alunos ao pátio e li com eles o que estava dentro da cesta, questionando a respeito daquilo. Os alunos assimilaram que eram os combinados da sala e estavam cada vez mais conscientes da necessidade de seguir aquelas regras, visto que, o não cumprimento delas, traria consequências negativas. Figura 9 – Dinâmica da chapeuzinho Fonte: acervo pessoal da autora Outra maneira de fazer uso da literatura como um suporte na construção da autonomia dos alunos, foi através de um projeto que a escola já possuía, chamado Clássicos, onde cada turma escolhe um Clássico da Literatura para que seja trabalhado em sala de aula, utilizando os conteúdos presentes no mesmo e relacionando-os com o plano anual de cada nível. Ao longo do primeiro bimestre, tivemos como apoio de trabalho o livro “O Nabo Gigante”, da autora Aleksei Tolstói & Niamh Sharkey (Editora Girafa). O livro conta a história de um velhinho e uma velhinha que tinham uma fazenda e resolveram plantar algumas raízes. Entre as raízes, plantaram um nabo. Quando chegou no dia de colher o nabo, perceberam que ele estava gigante. O velhinho não conseguiu colher o nabo sozinho, até que chamou a velhinha e mesmo assim ainda não conseguiu. Por fim, chamou todos os animais da fazenda, para que juntos, colhessem o nabo. Mostrando que juntos, é mais fácil conseguir. Ainda assim estava difícil, então, resolveram chamar o ratinho e só dessa forma, conseguiram colher o nabo e fizeram uma sopa deliciosa. 23 A história mostra que todos juntos conseguem alcançar um objetivo de forma mais fácil e que todos são importantes nesse processo, até o ratinho pequeno. Com essa história, pretendia mostrar a turma que se todos colaborassem com o propósito esperado, juntos, conseguiríamos alcançar os objetivos através da colaboração. Utilizando esse projeto tínhamos como objetivo despertar nas crianças a percepção da importância do respeito, da amizade, das diferenças individuais, do trabalho em grupo, dos cuidados com a natureza, a importância da água para o crescimento das plantas, apreciando e valorizando o que a natureza pode nos oferecer diariamente. Também trabalhamos a formação do conceito da palavra – chave: colaboração, despertando a curiosidade das crianças e favorecendo a ampliação dos conhecimentos referentes à importância do trabalho em equipe e realizando atividades motoras, de linguagem, matemática e artísticas relacionadas ao tema do livro. Figura 10: Leitura do clássico Fonte: acervo pessoal da autora 24 Trabalhando a palavra chave colaboração Com os alunos sentados em roda, escrevi a palavra chave no quadro, em letra maiúscula. Solicitei que fizéssemos a leitura compartilhada da palavra, em voz alta. Após a leitura da palavra, perguntei aos alunos se eles sabiam o significado da mesma, fazendo a sondagem dos conhecimentos prévios. Muitos disseram que colaborar significava ajudar, trabalhar, apoiar. E assim, fomos construindo o conceito da mesma. Em seguida, levei algumas fotos com atitudes positivas e atitudes negativas, mostrando aos alunos em roda e perguntando em quais fotos apareciam realmente atitudes de COLABORAÇÃO. Analisei que aos poucos, eles iam internalizando mais tal conceito e de forma natural, sendo assim, capazes de realizar a atividade em folha: Construir com o alfabeto móvel a palavra colaboração e desenhar uma atitude que representasse tal palavra. Figura 11: Atividade de natureza e sociedade Fonte: acervo pessoal da autora As atividades apresentadas acima foram algumas realizadas durante o projeto “O Nabo Gigante”, serviram como suporte para incentivar os alunos a tornarem-se 25 mais autônomos, capazes de resolver seus próprios conflitos e de tomar atitudes positivas por vontade própria. Diante do exposto convém estabelecer e apresentar que, segundo Geraldi (2010, p. 82), “um dos aspectos da escola existente é que escola é lugar em que se ensina e lugar em que se aprende” e que a sala de aula “deve servir para despertar os sentidos do aluno, transformando-se em um local propício à aprendizagem” (RUSSO, 2012, p.19). Pode-se relacionar a experiência vivida com o planejamento do ensino e curricular, já que tomando como base, “os conteúdos curriculares propriamente ditos, o professor deve procurar elaborar, juntamente com os alunos, uma rotina diária de trabalho”. [...] “O professor deve incentivar, também, na rotina, a interdisciplinaridade e a generalização de temas e conceitos para áreas correlacionadas, quando o tema permitir” (RUSSO, 2012, P. 21). Não podemos esquecer essa parte tão importante do processo, todo professor precisa planejar, como buscaremos as metodologias corretas de acordo com a turma se não pensamos nisso? Se não colocamos no papel? Todo professor precisa ter um plano de aula, assim como nós planejamos diariamente as nossas atividades da vida, na escola não é diferente. Precisamos traçar objetivos para os nossos alunos. De acordo com MENEGOLLA (2004), os professores fazem muitos planejamentos nas escolas, porém, a rotina continua a mesma, com poucas mudanças. O professor precisa levar em consideração o contexto de seus alunos antes de realizar qualquer planejamento. Uma educação que, pelo processo dinâmico, possa ser criadora e libertadora do homem. Planejar uma educação que não limite, mas que liberte que conscientize e comprometa o homem diante do seu mundo. Esta é o teor que se deve inserir em qualquer planejamento educacional. (OLIVEIRA. 2007 p.27). Todo esse processo só foi possível pelo planejamento pensado na realidade da turma. Vale ressaltar que a coordenação pedagógica da escola deu total suporte na elaboração dos planos de aula e planejamentos semanais. Sempre dando feedbacks e analisando os planos durante as reuniões pedagógicas, também observando as aulas e atividades realizadas. 26 ANEXOS Carta de autorização 27 4. Considerações finais A realização desse trabalho me proporcionou fazer um elo entre a minha prática e os teóricos que embasaram para ajudar na construção da autonomia das crianças, podendo perceber que ao final do semestre eles realmente já estavam muito bem adaptados dentro do ambiente escolar, recebendo o seguinte feedback, em um relatório avaliativo, feito pela gestão pedagógica da escola, nas observações diárias: “A construção do vínculo afetivo entre alunos e professora ocorreu de forma tranquila, é perceptível que as crianças se sentem seguras em relação a professora. Huilana demonstra domínio da turma, que tem se caracterizado como um grupo maduro e é perceptível a evolução deles em termos de autonomia nos diversos espaços: sala, refeitório, biblioteca, etc.” Foi rico ter a oportunidade de ser professora titular ainda dentro do curso, tendo a possibilidade de aplicar os conhecimentos adquiridos na academia, analisando o que era válido e importante para utilizar na sala de aula. Perceber que como professores também somos responsáveis pela formação pessoal dos alunos e servimos de exemplos para eles, portanto, se tivermos atitudes e gestos positivos, eles também terão. A elaboração do relato de práticas educativas possibilitou enxergar que trabalhar na Educação Infantil requer uma atenção especial às crianças, bem como ações, intervenções educativas e pedagógicas encantadoras e instigantes, também que o pedagogo deverá atuar como mediador, além de observar os limites e necessidades de cada criança, acreditando na capacidade delas para serem autônomos e independentes. Sem dúvidas, após passar pelo preconceito inicial, medos e angústias, é ainda maior a certeza que não me imagino fazendo outra coisa a não ser ensinar. 28 5. REFERÊNCIAS Acervo Digital – Colégio Marie Jost. Disponível em: < http://colegiomariejost.org.br/>. Acesso em: 20 nov. 2017. AMARILHA, Marly. Infância e Literatura: Traçando história. In: Educação em questão. Natal: EDUFRN, v.10/11 BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil - Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental. — Brasília: MEC/SEF, 1998.3v.: il. FREINET, Élise. O itinerário de Cèlestin Freinet. Rio de Janeiro: Livraria Francisco Alves Editora S. A. 1979. FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996. FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 34. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2002. GERALDI, João Wanderley. A aula como acontecimento. São Carlos: Pedro & João Editores, 2010. MENEGOLLA, Maximiliano. SANT’ANNA, Ilza Martins. Por que planejar? Como planejar? 10ª Ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2001. OLIVEIRA, Dalila de Andrade. Gestão Democrática da Educação: Desafios Contemporâneos. 7ª edição. Petrópolis, RJ. Editora Vozes. PETRY, Arlete dos Santos. Adaptação escolar: ações a serem realizadas para receber a criança na escola. Revista do Professor. Porto Alegre: v.14 nº 53. 1998. PIAGET, Jean. 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