UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE - UFRN CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS LUANNE SANTIAGO DANTAS RENTABILIDADE DAS COMPANHIAS DA CARTEIRA DO ISE DENTRE AS MAIS NEGOCIADAS NA B3: UMA ANÁLISE COMPARATIVA. NATAL/RN 2020 LUANNE SANTIAGO DANTAS RENTABILIDADE DAS COMPANHIAS DA CARTEIRA DO ISE DENTRE AS MAIS NEGOCIADAS NA B3: UMA ANÁLISE COMPARATIVA. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel pelo curso de Ciências Contábeis da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Orientador: Prof. Dr. Adilson de Lima Tavares. NATAL/RN 2020 Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Sistema de Bibliotecas - SISBI Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro Ciências Sociais Aplicadas - CCSA Dantas, Luanne Santiago. Rentabilidade das companhias da carteira do ISE dentre as mais negociadas na B3: uma análise comparativa / Luanne Santiago Dantas. - 2020. 36f.: il. Monografia (Graduação em Ciências Contábeis) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Ciências Sociais Aplicadas, Departamento de Ciências Contábeis. Natal, 2020. Orientador: Prof. Dr. Adilson de Lima Tavares. 1. Contabilidade - Monografia. 2. Índice de sustentabilidade empresarial (ISE) - Monografia. 3. Desempenho econômico- financeiro - Monografia. 4. Rentabilidade - Monografia. 5. Índice Brasil - Monografia. I. Tavares, Adilson de Lima. II. Título. RN/UF/CCSA CDU 657:658.15 Elaborado por Shirley de Carvalho Guedes - CRB-15/440 LUANNE SANTIAGO DANTAS RENTABILIDADE DAS COMPANHIAS DA CARTEIRA DO ISE DENTRE AS MAIS NEGOCIADAS NA B3: UMA ANÁLISE COMPARATIVA. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel pelo curso de Ciências Contábeis da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Aprovado em ____/____/____ BANCA EXAMINADORA ________________________________________________________ Prof. Dr. ADILSON DE LIMA TAVARES - Orientador Universidade Federal do Rio Grande do Norte ________________________________________________________ Prof. Dr. CLAYTON LEVY LIMA DE MELO Universidade Federal do Rio Grande do Norte ________________________________________________________ Prof. Dr. LUIS MANUEL ESTEVES DA ROCHA VIEIRA Universidade Federal do Rio Grande do Norte NATAL/RN 2020 Dedico este trabalho a minha avó, Maria Luzimar Santiago, sei que estaria muito orgulhosa de mim. AGRADECIMENTOS Depois de muitos altos e baixos, dificuldades e acertos dentro e fora do ambiente acadêmico durante esses quase cinco anos de graduação, saio com um sorriso no rosto e um sentimento de missão cumprida. Agradeço a Deus por me dar saúde e forças para ser capaz de lutar para cumprir com meus objetivos e por me guiar até aqui. Agradeço profundamente aos meus pais, Danielle Virgínia Santiago Dantas e Fabiano Augusto Rabelo Dantas, por sempre fazerem de tudo por mim e sempre me apoiarem não importando qual a escolha eu tomasse ou desafio aceitasse, sempre estiveram ao meu lado me dando forças. Agradeço ao meu avô Tharcísio, as minhas tias Brena e Lorena e meus primos Arthur, Cecília e Stephanie, por todo carinho. Agradeço imensamente ao meu amado, Arlindo Menezes da Costa Neto, por toda a atenção, carinho, cuidado, compreensão, assistência e ajuda que me deu por todo esse tempo e, principalmente, agora nesse fim de curso conturbado. Agradeço a Black, meu melhor amigo, por estar sempre ao meu lado com todo seu amor incondicional. Agradeço a todo o corpo docente do curso de ciências contábeis por todo o conhecimento compartilhado e pelas oportunidades de aprendizado, principalmente, para meu orientador Prof. Dr. Adilson de Lima Tavares que tanto me ajudou e orientou para concluir este trabalho final com êxito. Agradeço muito a todos meus colegas de curso, tanto os que tive o privilegio de trabalhar, como os que apenas convivi em sala, por toda a experiência, ajudas, trocas e suporte. Agradeço ao Hatha Contabilidade, as suas sócias Amanda e Radna, pela oportunidade de aprendizado e crescimento profissional. A todos que participaram da minha vida nessa jornada, meus mais sinceros agradecimentos, obrigada de todo coração. RESUMO O presente trabalho propõe como objetivo analisar o desempenho econômico-financeiro das companhias que compõem o ISE em comparação às demais empresas do IBrX100. Essa comparação é realizada com a intenção de compreender se as empresas com uma posição sustentável, possuem um melhor desempenho econômico-financeiro por tentar utilizar o viés da sustentabilidade como vantagem competitiva. A análise é realizada utilizando as empresas que compõe as carteiras do IBrX100 e do ISE no período do 4º trimestre de 2020, conforme disponível no site da B3. Sendo assim, a janela temporal definida para análise abrange o período de 2017 a 2019. A amostra formada pelas 91 empresas selecionadas, segregou as empresas que compõe o IBrX100 em dois grupos, o primeiro formado pelas 28 empresas que compõe o ISE e que também estão presentes na carteira do IBrX100, ou seja, as empresas em comum, e outro formado pelas 63 empresas do IBrX100 que não estão presentes na carteira do ISE. A partir das demonstrações financeiras e notas explicativas das empresas utilizadas no trabalho foram calculados os seguintes índices selecionados para a análise: Retorno sobre o capital investido (ROIC), Retorno sobre o patrimônio líquido (ROE), Valor econômico agregado (EVA) por ação e o Ebitda por ação. Para comparar esses índices entre os dois grupos foi utilizado o Teste Mann-Whitney. Por fim, os resultados indicaram que as empresas possuem valores de índices estatisticamente iguais, portanto, nenhum dos dois grupos apresenta vantagem competitiva perante o outro, logo, pode-se concluir que as empresas que utilizam do viés da sustentabilidade, dentro das condições propostas no trabalho, não tem desempenho econômico- financeiro superior as demais empresas que possuem as ações mais negociadas na B3. PALAVRAS-CHAVE: ISE. IBrX100. Desempenho econômico-financeiro. Sustentabilidade. ABSTRACT The present work proposes to analyze the economic and financial performance of the companies composing the ISE, enterprises sustainability index, in comparison to the other companies composing the IBrX100, the one first hundredth most traded titles in Brazil’s market. Said comparison is made with the intention of understanding whether companies with a sustainable position have a better economic and financial performance given their use of sustainability as a competitive advantage. The analysis is performed using the companies present on the IBrX100 and ISE indexes, from 2017 to 2019, as available on the B3's website. The sample is formed by the 91 companies, these being divided into two groups, the first is composed by the 28 companies that make up the ISE and that are also present in the IBrX100 portfolio, that is, common companies, while the second group is formed by the 63 IBrX100 companies that are not present in the ISE portfolio. From the financial statements and explanatory notes of the companies used in the work, the following indexes selected for analysis were calculated: Return on invested capital (ROIC), Return on equity (ROE), Economic value added (EVA) per share and Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization (Ebitda) per share. In order to compare these indicators between the two groups, the Mann-Whitney test was used. Finally, the results indicated that the companies have statistically equal index values, therefore, neither one of the two groups have a competitive advantage over the other, allowing the conclusion that, companies that use the argument of sustainability, within the conditions proposed at work, thus, it has no superior economic and financial performance than the the companies that compose the IBrX100. KEYWORDS: ISE. IBrX100. Economic and financial performance. Sustainability. LISTA DE TABELAS Tabela 1: Resultados médios do teste Mann-Whitney para o índice ROE ............................ 26 Tabela 2: Resultado do teste estatístico de Mann-Whitney para o índice ROE ..................... 26 Tabela 3: Resultados médios do teste Mann-Whitney para o índice ROIC ........................... 27 Tabela 4: Resultado do teste estatístico de Mann-Whitney para o índice ROIC ................... 27 Tabela 5: Resultados médios do teste Mann-Whitney para o índice EBITDA/AÇÃO ......... 27 Tabela 6: Resultado do teste estatístico de Mann-Whitney para o índice EBITDA/AÇÃO .. 28 Tabela 7: Resultados médios do teste Mann-Whitney para o índice EVA/AÇÃO ................ 28 Tabela 8: Resultado do teste estatístico de Mann-Whitney para o índice EVA/AÇÃO ........ 28 LISTA DE ABREVIAÇÕES E SIGLAS ABRAPP - Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar ANBID - Associação Nacional dos Bancos de Investimento APIMEC - Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais B3 - Bolsa, Brasil, Balcão CISE - Conselho Deliberativo do ISE FGV-EAESP - Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas GVces - Centro de Estudos em Sustentabilidade IBGC - Instituto Brasileiro de Governança Corporativa IBRX100 - Índice Brasil 100 IFC - Corporação Financeira Internacional ISE - Índice de Sustentabilidade Empresarial ROA - Retorno sobre o ativo ROE - Retorno sobre o patrimônio líquido ROI - Retorno sobre investimento ROIC - Retorno sobre o capital investido EBITDA - Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização EVA - Valor econômico agregado WACC - Custo Médio Ponderado de Capital WCED - Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 11 1.1. OBJETIVO .................................................................................................................... 12 1.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS ....................................................................................... 12 1.3. JUSTIFICATIVA .......................................................................................................... 13 2. REFERENCIAL TEÓRICO ........................................................................................... 13 2.1. Sustentabilidade ............................................................................................................ 13 2.2. Responsabilidade Social Empresarial .......................................................................... 16 2.3. Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) ............................................................ 18 2.4. Indicadores de Desempenho ......................................................................................... 21 3. METODOLOGIA ............................................................................................................ 23 4. ANÁLISE DOS RESULTADOS ..................................................................................... 25 4.1. ROE ................................................................................................................................ 25 4.2. ROIC .............................................................................................................................. 26 4.3. EBITDA/AÇÃO ............................................................................................................. 27 4.4. EVA/AÇÃO .................................................................................................................... 28 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................... 29 REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 31 11 1. INTRODUÇÃO O consumo incessante causado pela ambição do desenvolvimento econômico, permitido pelas evoluções tecnológicas, concebeu-se ao custo de enorme desgaste ambiental. O crescimento desenfreado da produção e do consumo colidem-se contra as limitações que os ecossistemas impõem à expansão do aparato produtivo (ABRAMOVAY, 2012). A terra tem mostrado sinais de estar perto de atingir seu limite, os vários problemas ambientais provocados pelas atividades humanas agravam-se adquirindo dimensões globais, como a perda da biodiversidade, a redução da camada de ozônio, a contaminação das águas e solos, e as mudanças climáticas decorrentes da intensificação do efeito estufa (BARBIERI, 2011). De acordo com Alves (2019), a escassez, o esgotamento dos recursos naturais e as pressões das demandas dos stakeholders para adquirir produtos ecologicamente responsáveis permitirão que os mercados migrem da produção convencional para uma produção mais sensível às questões ambientais. Demasiados debates acerca obter um ponto de equilíbrio entre o desenvolvimento econômico e a preservação ambiental, desencadearam encontros internacionais para elucidar um caminho para ser seguido perante essa proposta. Decorrente dessas reuniões mundiais, May (2018) explica que o termo desenvolvimento sustentável foi concebido no início da década de 1970, surgindo como uma opção conciliadora, reconhecendo a importância do crescimento econômico para satisfazer as necessidades atuais, no entanto, sem afetar a capacidade futura de satisfazer suas necessidades, como citado no relatório de Brundtland em 1987, quando o conceito foi formalizado. Buscando atender essa nova demanda sustentável, com o combate e subsequente redução dos desgastes ambientais e sociais sem comprometer o desenvolvimento econômico, surge uma nova conduta adotada pelas companhias que agregam tais valores e ações, nomeada de Responsabilidade Social Empresarial ou Responsabilidade Social Corporativa. Para Mazurkiewicz e Grenna (2003), a Responsabilidade Social Corporativa pode ser interpretada por diferentes perspectivas, sendo a primeira dessas a garantia de uma boa Governança Corporativa mostrando responsabilidade com os seus stakeholders no seu modo de produção de produtos responsáveis, boas condições de trabalho, treinamento e preparação adequados para seu pessoal. Bem como, inclui estar em conformidade com a legislação, além disso, ainda inclui ser um membro responsável da sociedade que mantém uma boa relação com as pessoas da comunidade com as quais interage, assim como, o meio ambiente. 12 As mudanças causadas nas empresas decorrentes da adesão à Responsabilidade Social Empresarial, alteraram profundamente as companhias, as quais precisaram se adaptar e mudar completamente sua cultura organizacional, valores e práticas. Essas mudanças se tornaram tão substanciais ao ponto de o mercado perceber que a influência do fator sustentabilidade na economia mundial. O mercado acionário, empenhado em assimilar essa questão, a qual se tornou uma variável para a tomada de decisão de stakeholders, desenvolveu um tipo de índice especifico, os chamados índices de sustentabilidade. Dentre os vários índices de sustentabilidade criados pelas bolsas em todo o mundo, a B3, em conjunto com as instituições ABRAPP, ANBID, APIMEC, IBGC, IFC, Instituto Ethos e o Ministério do Meio Ambiente, uniram-se para conceber um novo índice de ações o qual servisse como referencial para os investimentos socialmente responsáveis, Índice de Sustentabilidade Empresarial (NOSSA et al., 2009). É esperado que as empresas que compõe a carteira do ISE disponham de acesso mais rápido ao crédito, reduzam custos com seguros e com um bom clima organizacional, inclusive que possuam entre sua equipe os melhores talentos, conquistem a lealdade do consumidor, consequentemente, valorizem sua imagem institucional. Bem como, ainda, reduzam riscos e passivos socioambientais, abaixem as chances de conflitos e garantam a licença social (MARCONDES; BACARJI, 2010). Desse modo, a partir do tema proposto, o presente trabalho apresenta o seguinte problema de pesquisa: Como se apresenta o desempenho das companhias que compõem a carteira do Índice de Sustentabilidade Empresarial – ISE em comparação ao conjunto de companhias que têm ações mais negociadas na Bolsa, Brasil, Balcão – B3? 1.1. OBJETIVO Analisar o desempenho econômico-financeiro das companhias que compõem o ISE em comparação as demais empresas do IBRX100. 1.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS A fim de atingir o objetivo geral desta pesquisa, são estabelecidos os seguintes objetivos específicos: ▪ Identificar, dentre as empresas que têm ações mais negociadas na B3, aquelas que compõem a carteira do ISE. 13 ▪ Mensurar o desempenho econômico-financeiro das companhias objeto de estudo, a partir de indicadores contábeis que reflitam o retorno das operações e a remuneração do capital próprio. ▪ Comparar o desempenho econômico-financeiro do grupo de companhias integrantes do ISE com o do grupo daquelas que não integram o índice, a fim de observar a existência de diferenças estatisticamente significativas. 1.3. JUSTIFICATIVA Em vista que um dos requisitos para uma empresa ser elegível para compor a carteira do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) é estar dentre as 200 empresas mais negociáveis, o trabalho propõe comparar o desempenho econômico-financeiro das empresas que compõe o Índice Brasil 100 (IBrX100), o qual é composto pelas empresas com as 100 ações mais negociadas na B3, segregando-as entre as empresas que também fazem parte do ISE e aquelas que estão presentes apenas na listagem do IBrX100. Dessa maneira, essa comparação é realizada com o intuito de compreender se as empresas com uma posição sustentável possuem melhor desempenho econômico-financeiro, logo, se utilizam do viés da sustentabilidade como possível vantagem competitiva, capaz de reduzir risco, passivos socioambientais, custos e conflitos, assim como garantir acesso mais rápido a crédito e aumentar a sua reputação, realizando todos esses atos com o intuito de aumentar seus resultados econômico-financeiros. Ademais, pode-se entender que o trabalho aqui descrito poderá prover uma melhor compreensão sobre a relação dos indicadores de desempenho das empresas que atuam e investem com viés socioambiental, frente aquelas de não possuem tal preocupação, permitindo melhor julgamento, por parte dos stakeholders, sobre possíveis futuras estratégias de investimento. 2. REFERENCIAL TEÓRICO 2.1. Sustentabilidade A revolução industrial foi um grande divisor de águas para a economia mundial, mudando profundamente a estrutura da sociedade. Essa fase da humanidade se iniciou na Europa com a invenção da máquina a vapor, dando inicio à produção mecânica que gradativamente substituiu o trabalho artesão e manual por grandes indústrias. Essa nova configuração impactou todo o mundo, alterando, inclusive, as relações da humanidade com a natureza (ROCHA; LIMA; WALDMAN, 2020). 14 Dentre as principais mudanças com o crescimento das indústrias pode-se ressaltar o êxodo rural para os centros urbanos, resultado de um grande aumento de oportunidades de trabalho assalariado nas indústrias. Tal situação permitiu o aumento das produções e, devido a tal incremento produtivo, os produtos se tornaram financeiramente mais acessíveis, consequentemente houve uma ampliação do mercado consumidor. Entretanto, tal ampliação da demanda acaba por induzir à ambição pelo aumento da produção bem como seus efeitos colaterais, como problemas sociais como exploração do trabalhador o qual trabalhava em situações precárias. Em adição a este, também foram reconhecidos danos ambientais pelo aumento da poluição pelas máquinas a vapor, o aumento de desmatamentos e a extração exacerbada de recursos ambientais. Em seu trabalho, Almeida (2015) reflete que deve-se reconhecer que apesar da industrialização ter sido capaz de fornecer consideráveis avanços econômicos, também trouxe destruição dos recursos naturais, desmatamentos, erosões, emissões de poluentes, resíduos de materiais nucleares e a extinção de espécies de plantas e de animais, da mesma forma que indiretamente desencadeou fenômenos como alterações climáticas, efeito estufa, catástrofes ambientais, entre outros que põem em perigo a vida no planeta. Aos poucos a população mundial começa a relacionar a degradação causada em nome do progresso às tragédias ambientais e alterações da natureza. Essa percepção da capacidade destrutiva do modo de vida atual da sociedade dá inicio a debates a respeito de sustentabilidade. De acordo com Serrão, Almeida e Carestiato (2020), passa-se a se questionar o que antes era tão estimado como essencial para o desenvolvimento das sociedades de consumo que lastreava seu progresso no aumento da produção industrial. Começa a se compreender que com o esgotamento dos recursos naturais e os desequilíbrios ambientais de que existem limites físicos, ambientais, sociais e culturais para o modelo de desenvolvimento que vinha ocorrendo. Partindo desses questionamentos, encontros internacionais foram organizados com o intuito de encontrar soluções para esses conflitos. Desde a década de 70, os encontros internacionais direcionados para a sustentabilidade e questões ambientais, assim como alguns locais influenciados por estes, começaram a desenvolver e definir ações, metas, programas e objetivos com a intenção de conservar, recuperar e proteger os recursos naturais e o meio ambiente. Por consequência de tal fenômeno, segundo Dewes e Wittckind (2006), sugiram novos conceitos como educação ambiental, sustentabilidade, desenvolvimento sustentável e ecodesenvolvimento. 15 O primeiro grande encontro mundial foi a Conferencia de Estocolmo, na Suécia, a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano que ocorreu em 1972. Fruto desse encontro, foi proposto um manifesto ambiental, denominado de Declaração de Estocolmo sobre o Ambiente Humano, com a finalidade de oferecer inspiração e servir de guia para os povos do mundo melhorarem a relação com o meio ambiente. Em 1987, foi divulgado o relatório de Brundtland, também intitulado Our Common Future, traduzido para Nosso Futuro Comum, o qual foi responsável por formalizar a definição desenvolvimento sustentável, conceituando como "O desenvolvimento que satisfaz as necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades" (WCED, 1987). O próximo grande encontro foi a conferência das nações unidas sobre meio ambiente e desenvolvimento, a RIO-92, realizado em 1992. O grande marco dessa reunião internacional foi a assinatura da Agenda 21, que propunha um novo padrão de desenvolvimento que preservasse a biodiversidade e utilizasse os recursos naturais de forma sustentável, ou seja, um modelo que convergisse com o desenvolvimento sustentável. Vários encontros são realizados desde então para rever conceitos, metas e estratégias de alcançar um mundo mais equilibrado. Contudo, toda essa comoção respingou nas empresas, as quais não poderiam mais apenas pensar em formas de aumentar a lucratividade a todo custo, algumas leis ambientais foram impostas, tais como tratados ambientais, bem como o grande público aos poucos tornou-se mais consciente em relação à sustentabilidade e passou a exigir mais dos fornecedores de produtos e serviços que consomem. Dessa forma, as empresas precisam converter seus valores, métodos, processos e estratégias para estarem de acordo com essa nova demanda. Esse novo valor dado à sustentabilidade a tornou uma variável considerada relevante para a tomada de decisão de consumidores e de todos os stakeholders de uma organização. As mudanças provocadas pelo advento da economia limpa, a qual utiliza-se cada vez mais energias limpas, forçam ajustes no modelo de negócios de empresas e governos e esse fato tem sido compreendido e assimilado pelo mercado (ALVES, 2019). Concomitantemente, o mercado acionário acaba por captar esse comportamento, juntamente com a percepção das consequências trazidas pelas alterações nas configurações das empresas pelas demandas do desenvolvimento sustentável, logo, identificou-se a possibilidade e a viabilidade da criação de carteiras teóricas voltadas para essa finalidade, denominados de índices de sustentabilidade. 16 Enquanto isso Freitas (2019) explica que a sustentabilidade assegura condições propícias ao bem-estar físico e psíquico no presente, sem empobrecer e inviabilizar o bem-estar no amanhã, motivo pelo qual leva ao abandono dos modelos inadequados. Dessa maneira, visa- se interromper o barbarismo injustificável dos que apostam no crescimento econômico a todo custo, nas perdas irreparáveis da biodiversidade e na devastação da biosfera. Restaura-se o equilíbrio ecológico dinâmico, mediante alocação inteligente de serviços naturais, tudo sem endosso a decrescimento regressivo. 2.2. Responsabilidade Social Empresarial Toda organização empresarial com finalidade em obter lucro, sempre busca uma forma de permanência no mercado a fim de garantir continuidade as suas atividades, de modo que procura ferramentas e práticas de gestão com o intuito de se destacar e de alavancar seu potencial competitivo. Tal como afirmado por Ashley et al. (2005), para perpetuar-se no mercado é preciso gerar valor e com essa intenção os empresários preocupam-se constantemente com a conquista e posição de suas marcas no mercado, criando estratégias empresariais que se utilizem de novos elementos, tais como ecologia, ética e cidadania que devem servir para guiar as práticas e atitudes adotadas pela empresa perante o mercado. Dessa forma, prezando pela vantagem competitiva, as empresas devem acompanhar as demandas do mercado, tal como a recente conscientização sobre o âmbito social e ambiental que criaram demandas cujas empresas precisaram se adaptar, acrescentar novos valores e condutas, assim como, elaborar estratégias inovadoras as quais sejam capazes de prover as reivindicações dos stakeholders. Conforme explicado por Barney e Hesterly (2011), uma empresa que gera maior valor econômico em comparação as suas concorrentes possui uma vantagem competitiva. Esse valor econômico seria considerado a diferença entre os benefícios percebidos obtidos por um cliente que consome produtos ou serviços de uma empresa e os custos econômicos totais desses produtos ou serviços. Logo, as empresas cujos atos refletem uma preocupação social e ambiental acabam por se enquadrar como aquelas que atuam com responsabilidade social empresarial, ou responsabilidade social corporativa, ou ainda chamada de responsabilidade social das organizações. Seguindo tal linha Paula, Waltrick e Pedroso (2017) afirmam que este é um conceito que apesar de recente, tem ganhado espaço no mundo empresarial e criado adeptos seja por obrigações legais que foram impostas, ou pela pura pressão social. A prática da 17 responsabilidade social é muito mais que cuidar de questões ambientais, inclui também o combate a preconceitos, injustiças e exclusões sociais. O novo modus operandi das empresas com interesse em se engajar como uma entidade que atua com responsabilidade social é prezar pelo tripé da sustentabilidade, também chamado de Triple Bottom Line, o qual Elkington (1997) compara-o com um "garfo" de três dentes cada um deles representando um aspecto: a prosperidade econômica, a qualidade ambiental e a justiça social. Em síntese, a sustentabilidade empresarial revela-se classificada em conformidade com os três pilares: Crescimento Econômico, Preservação Ambiental e Progresso Social, da mesma maneira que suas interfaces (Socioambiental; Socioeconômica e Ecoeconômica). Essa mudança passa a incluir todos os stakeholders, ampliando a visão da sustentabilidade ao invés de somente considerar os aspectos econômicos e produtivos da companhia (CRISTÓFALO et al. 2016). É revelado por Hammer e Pivo (2016) que o conceito do triple bottom line está diretamente vinculado com o conceito de desenvolvimento sustentável, enquanto que inerentes à definição de desenvolvimento sustentável estão os conceitos de gestão ambiental e equidade inter e intrageracional. É perceptível que triple bottom line se baseia na teoria dos stakeholders, porém com uma perspectiva mais abrangente das partes afetadas pela organização. Desse modo, se fundamenta na ideia qual a empresa deve medir seu desempenho em relação aos seus stakeholders, o que engloba as comunidades locais e governos, não apenas aquelas partes interessadas com quem tem relações diretas e transacionais como, por exemplo, os funcionários, os fornecedores e os clientes (HUBBARD, 2009). De modo geral, as ações desempenhadas pelas empresas influenciam e afetam muito a sociedade como um todo, dessa forma, os gestores precisam ser mais conscientes socioambientalmente para quebrar paradigmas dos modelos tradicionais de gestão e inovar para diferentes modelos os quais compactuem com uma visão socioambiental (PAULA; WALTRICK; PEDROSO, 2017). Elkington (1997) ainda defende que as empresas que visam a sustentabilidade não podem atuar focadas apenas no resultado financeiro, mas precisam considerar o Triple Bottom Line. As empresas socialmente responsáveis transparecem estarem mais preparadas para enfrentarem diversos tipos de riscos, como econômico, social e ambiental, sendo capazes de sustentar a criação de valor ao acionista a longo prazo (ASSAF NETO, 2014). 18 Por fim, conforme dito por Tachizawa (2019), tal gestão ambiental se apresenta como uma resposta ao recém popularizado cliente ecologicamente correto, e acaba por criar uma preocupação que não será opcional no futuro, mas essencial. Portanto, pode-se reconhecer a urgência tanto quanto a necessidade de tomarem essa posição, tornando bons negócios as empresas que tomam essas medidas o mais cedo possível. 2.3. Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) Segundo a Comissão de Valores Mobiliários (2019), o sistema financeiro pode ser definido como um conjunto de instituições e instrumentos viabilizadores da interação financeira entre os poupadores e os tomadores de recursos na economia, o qual permite a promoção de investimentos e crescimento econômico, através das transações com moedas e títulos, e participações de capital. Essa troca de recursos é chamada de intermediação financeira cuja finalidade é de alavancar recursos no mercado financeiro com o intuito da sua transferência para diversos agentes de mercado (ASSAF NETO, 2014). Existem quatro divisões estabelecidas para o mercado financeiro, sendo estes o mercado monetário, no qual é realizado o controle de oferta de moeda e das taxas de juros de empréstimo a curto prazo, o mercado de crédito, no qual ocorre a intermediação de recursos de médio e longo prazo entre os agentes superavitários e os deficitários, o mercado cambial, em que ocorre a troca de moeda estrangeira por moeda nacional e vice-versa e, por fim, o mercado de capitais em que há a captação de recursos através de oferta de valores mobiliários (ABREU; SILVA, 2017). O mercado de capitais é conceituado por Santi et al. (2011), como o segmento do mercado financeiro que se caracteriza pela negociação direta entre os aplicadores e os tomadores de recursos. Assim, as transações são efetuadas em um ambiente o qual todos os agentes negociam seus papeis a preço aberto, como no caso da bolsa, ou em um ambiente restrito que somente as partes determinam o preço, como no caso do Balcão. Conforme explicado por Fortuna (2015), as bolsas de valores são autônomas, entretanto, operam supervisionadas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), e consistem em um ambiente adequado que foi criado e é mantido para negociação de valores mobiliários em mercado livre e aberto. São considerados valores mobiliários títulos como ações, debêntures, entre outros. 19 De acordo com Assaf Neto (2014), um índice de bolsa de valores pode ser considerado uma medida do desempenho médio dos preços de uma carteira de ações, espelhando o comportamento do mercado em um intervalo de tempo especifico. O valor absoluto do índice da carteira representa o valor de mercado da carteira de ações negociadas na Bolsa de Valores, contudo, as variações que ocorrem de determinado período para o seguinte são entendidas como seu desempenho. A sustentabilidade é considerada uma oportunidade para os investidores, pois o mercado de Investimento Sustentável e Responsável segue expandindo-se e corrobora com a demanda por empresas cujas atividades possam conseguir ganhos ambientais, sociais e econômicos. Isso é respaldado pelo que é explicado por Freguete, Nossa e Funchal (2015), sobre o quanto a literatura sobre as condutas de Responsabilidade Social Corporativa, as quais se baseiam na sustentabilidade, tem indicado que empresas que se comprometem-se socialmente desenvolvem efeitos positivos de longo prazo, como o aumento de valor da empresa, a construção de uma boa imagem, fortalecimento da relação entre stakeholders e redução de certos tipos de riscos decorrentes da prevenção. O Investimento Sustentável e Responsável é definido pelo European Sustainability Forum (Eurosif) como um processo de investimento que alia os objetivos financeiros do investidor com suas preocupações e valores acerca do meio ambiente, da sociedade e de questões de governança. Com essa nova demanda sustentável as empresas passaram a adotar valores e ações voltados para a responsabilidade social corporativa, surgindo uma nova tendência de aderência a tal conceito como métrica de rendimento para as grandes empresas que negociam no mercado acionário, os quais foram denominados de índices de sustentabilidade. Cristófalo et al. (2016) relata a historicidade desse tipo de índice, cujo surgimento em 1999, nos Estados Unidos, debutou o primeiro índice de sustentabilidade, o Dow Jones Sustainability Index. Este inspirou a criação em outras bolsas de valores, como o FTSE4good de Londres, o qual foi o segundo criado, seguido do índice JSE SRI de Johanesburgo, sendo, portanto, o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), o quarto índice de sustentabilidade, o qual foi criado pela a Bolsa de Valores de São Paulo em 2005. De acordo com a apresentação do ISE pela B3 (2020), esse é um índice que mede o retorno médio de uma carteira teórica de ações de empresas de capital aberto e listadas na B3 com as melhores práticas em sustentabilidade. 20 Conforme explicado por Marcondes e Bacarji (2010), esse índice pode ser considerado um benchmark para que investidores possam avaliar comparativamente o retorno de empresas que se intitulam sustentáveis. Dessa forma, o ISE, de modo geral, proporciona um incentivo a outras empresas a adotarem as questões ambientais e sociais e aos investidores na tomada de decisão de investimentos sustentáveis e responsáveis. Desse modo, o ISE visa ser um indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de empresas com engajamento sustentável. É explicado por Fortuna (2015) que o conceito-base do ISE é o do Triple bottom line, os quais avaliam os elementos econômico-financeiros, sociais e ambientais, mas o índice também inclui critérios e indicadores de governança corporativa e indicadores gerais e de natureza do produto. O ISE é um índice de retorno total, o qual muda anualmente, com vigência de janeiro a dezembro, possuindo caráter de participação voluntária, de modo que as empresas que compõe sua carteira teórica de ativos são selecionadas pelo Conselho Deliberativo do ISE (CISE), o qual tem a capacidade para eleger até 40 empresas para compor a carteira. O CISE é o órgão máximo de governança do índice e que tem como missão garantir um processo transparente de construção do índice e de seleção das empresas, é composto por representantes de 11 instituições e é presidido pela B3 com vice-presidência da APIMEC. É possível perceber o valor na participação de iniciativas voluntárias em sustentabilidade através de benefícios intangíveis que são proporcionados por essa experiência, tais como o reforço na reputação e o compartilhamento de experiências com a comunidade empresarial. Todavia, ainda há ganhos tangíveis como o valor de mercado, a relação entre desempenho financeiro e desempenho socioambiental ou reações do mercado financeiro às ações das companhias consideradas mais sustentáveis (MACEDO et al., 2012). Para estar dentre as empresas elegíveis para compor o ISE, uma empresa precisa estar entre as 200 ações mais líquidas, ou seja, ocupar as 200 primeiras posições do índice de Negociabilidade (B3, 2020). O CISE possui parcerias com o Centro de Estudos em Sustentabilidade (GVces) da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV- EAESP), logo, que auxilia no processo seletivo para composição do índice (B3, 2020). Conforme elucidado pela APIMEC e Comissão de Valores Mobiliários (2017), a metodologia do ISE não exclui setores por questões de sustentabilidade, e avalia as empresas em sete dimensões, sendo essas: a dimensão geral, a dimensão da governança, a dimensão 21 econômica, a dimensão ambiental, a dimensão social, a dimensão de mudanças climáticas e a dimensão da natureza do produto. O GVces desenvolveu a metodologia, a qual inclui um questionário para avaliar o desempenho em sustentabilidade das companhias elegíveis para a carteira do ISE. Esse questionário que consiste em apenas questões objetivas, geram respostas que são consideradas o desempenho quantitativo da empresa na seleção. Entretanto, as respostas devem ser respaldadas por documentos comprobatórios, esses documentos representaram o desempenho qualitativos das empresas na seleção. A junção de ambos os desempenhos compõe uma matriz de resultados, cujo CISE se baseia para avaliar e decidir o grupo de empresas que farão parte do ISE. Em síntese, conforme introduzido pela B3, o ISE funciona como uma ferramenta para análise comparativa da performance das empresas listadas na B3. A compreensão acerca de empresas e grupos comprometidos com a sustentabilidade os distingue em termos de qualidade, nível de compromisso com o desenvolvimento sustentável, equidade, transparência e prestação de contas, natureza do produto, bem como em termos de desempenho empresarial nas dimensões econômico-financeira, social, ambiental e de mudanças climáticas. 2.4. Indicadores de Desempenho A Comissão de Valores Mobiliários (2019), explica que os dados econômicos e financeiros das informações contábeis são essenciais para orientar decisões de investimento, financiamento e estrutura de capital e decisões de dividendo e retenção de lucros. Os índices de desempenho são uma ferramenta de análise comparativa que utiliza das informações contábeis geradas pelas demonstrações contábeis elaboradas sobre determinado exercício. Oliveira (2015) explica que indicadores de desempenho são valores utilizados para demonstrar uma variação de magnitude como custo, preço, volume ou lucro em determinado período de tempo. E ainda defende que os principais indicadores de desempenho podem ser classificados em quatro grandes grupos: Indicadores econômico-financeiros, Indicadores de mercado, Indicadores operacionais, e Indicadores administrativo. A análise das demonstrações financeiras examina o desempenho econômico-financeiro de uma empresa com o intuito de diagnosticar, em determinado período, sua posição para se basear na previsão de tendências futuras. Em suma, avalia os reflexos que as decisões tomadas 22 que determinam sobre sua liquidez, estrutura patrimonial e rentabilidade naquele exercício analisado (ASSAF NETO, 2014). Portanto, a análise das demonstrações contábeis é fundamental para entender a situação econômico-financeira de uma companhia (KALIL; BENEDICTO, 2018). O resultado do desempenho é importante para os investidores, pois a empresa é julgada com base no seu desempenho pelos demais stakeholders da companhia (RONEN; YAARI, 2008). Segundo Fischmann e Zilber (2000), indicadores financeiros estão organizados e padronizados por convenções determinadas pela administração contábil, são segregados índices de em liquidez, rentabilidade e endividamento. Esses tipos de indicadores concedem a capacidade de comparar e investigar as relações entre as diferentes partes das informações financeiras (Ross et al., 2013). Ross et al. (2013) esclarece que os indicadores de liquidez são um grupo cuja principal preocupação é medir a capacidade da empresa de pagar suas contas de curto prazo. Consequentemente, esses indicadores se focam no ativo e no passivo circulantes. Assaf Neto (2014) ensina que os indicadores de atividade mensuram o ciclo operacional, envolvendo todas as fases operacionais, desde a aquisição de insumos básicos ou mercadorias até o recebimento das vendas realizadas. Conforme explica Iudícibus (2017), os índices de endividamento relacionam as fontes de fundos entre si, procurando retratar a posição relativa do capital próprio com relação ao capital de terceiros. São quocientes de muita importância, pois indicam a relação de dependência da empresa com relação a capital de terceiros. De acordo com Reis e Tosetto (2018), os indicadores de rentabilidade medem a rentabilidade do investimento, o que auxilia na análise a qual visa compreender a capacidade da empresa em gerar retornos. Para Wardil (2009), Retorno sobre o patrimônio líquido (ROE - Return on Equity), é um dos critérios mais usados na medição de desempenho de empresas nas análises econômico- financeiras. Compõe os indicadores de rentabilidade e lucratividade, e é um índice obtido pela divisão do lucro líquido pelo patrimônio líquido (Martins; Alves, 2018). Esse indicador mede a capacidade de uma empresa agregar valor através do retorno da rentabilidade a partir de seus recursos próprios. O retorno dos ativos (ROA - Return on Assets) busca mensurar o desempenho econômico da organização, por meio da taxa de lucro contábil produzido no período em relação 23 ao ativo total médio empregado no negócio (KONRAHT et al., 2018). Em conformidade ao exposto por Brealey, Myers e Allen (2013), esse índice de rentabilidade, o ROA, portanto, mede o rendimento disponível aos investidores em divida e em capitais próprios dos ativos totais da empresa. O retorno sobre investimentos (ROI – Return On Investment), o lucro residual e seu primo EVA são amplamente utilizados para avaliar o desempenho de centros de investimentos (Garrison; Noreen; Brewer, 2013). Assim, o ROI pode ser definido como a receita operacional líquida dividida pelos ativos operacionais médios. Esse índice precisa ser comparado com o ROE e com o custo do endividamento para se avaliar sua atratividade (ASSAF NETO, 2015). O retorno sobre capital investido (ROIC) determina a eficiência de geração de lucro com base no capital alocado pela companhia, sendo assim, portanto, calculado baseado no aporte de capital próprio e de capital de terceiros (AZEVEDO, 2018). O valor econômico agregado (EVA – Economic Value Added) avalia a rentabilidade de uma empresa em relação ao capital empregado para criar essa rentabilidade. O método do EVA, desenvolvido pela Stern Stewart & Co., é um meio de avaliar o desempenho corporativo (Ross et al., 2013). O EVA de uma empresa é o lucro após a dedução de todos os custos, incluindo o custo de capital, isso significa que mede quanto uma empresa esta obtendo depois de deduzir o seu custo de capital. Sendo assim, o EVA reconhece o montante de capital empregado e o montante de riqueza adicional criada, o que torna possível perceber quando vale a pena investir, ou seja, apenas se o aumento dos lucros for suficiente para cobrir o custo do capital (Brealey; Myers; Allen, 2013). Enquanto isso, o EBITDA é um indicador financeiro que expressa os ganhos antes de impostos, juros, depreciação e amortizações (FISCHMANN; ZILBER, 2000). Ou seja, é obtido pela soma do EBIT com as depreciações e amortizações presentes na demonstração de fluxo de caixa. Esse indicador tem utilidade na avaliação das empresas para entender a situação financeira da companhia. Reis e Tosetto (2018) explicam que o EBITDA representa o potencial de geração de caixa da empresa. 3. METODOLOGIA O presente trabalho propõe uma analise comparativa do desempenho entre as empresas que compõe o ISE e as demais empresas, dentre aquelas integrantes do IBrX100. 24 A análise é realizada utilizando dados das empresas que compõe as carteiras do IBrX100 e do ISE estabelecidas para o período de setembro a dezembro de 2020, conforme disponível no site da B3. Sendo assim, a janela temporal da análise abrange o período de 2017 a 2019. Para a análise, segregou-se as empresas que compõe o IBrX100 em dois grupos, o primeiro formado pelas empresas que compõe o ISE que estão presentes na carteira do IBrX100, ou seja, as empresas em comum, e outro formado pelas empresas do IBrX100 que não estão presentes na carteira do ISE. Dessa maneira, as empresas listadas no IBrX100, de acordo com a carteira utilizada, totalizam 96 empresas, contudo apenas 91 serão utilizadas, sendo necessária a exclusão de 4 empresas que apresentaram valores negativos de Patrimônio Líquido em suas demonstrações durante o período analisado, assim como, também foi necessária a exclusão de uma empresa a qual não foi possível obter o WACC. Portanto, dentre essas empresas que serão analisadas, 28 irão compor o grupo das empresas participam do IBrX100 e que também estão presentes na carteira do ISE e o outro grupo será composto pelas demais 63 empresas apenas presentes na listagem do IBrX100. Os dados necessários para calcular os índices econômico-financeiros foram obtidos das demonstrações financeiras divulgadas no site da B3, considerando a janela temporal deste estudo. Alguns dados, tal como o WACC, necessário para o cálculo do EVA, foram obtidos no banco de dados da plataforma Thomson Reuters (Eikon). Para a análise econômico-financeira das empresas foram selecionados os índices de rentabilidade Retorno sobre o capital investido (ROIC) e o Retorno sobre o patrimônio líquido (ROE), bem como, o Valor econômico agregado (EVA) por ação e o Ebitda por ação. As empresas do setor financeiro não apresentaram em suas demonstrações financeiras a segregação dos passivos em circulante e não circulante. Tal detalhamento é importante ao cálculo do capital investido e, consequentemente, do ROIC e do EVA. Portanto, para atender a esta demanda, optou-se por estimar o passivo circulante somando os valores constantes dos seguintes grupos de contas: “Passivos Financeiros ao Valor Justo através do Resultado”, “Outros Passivos Financeiros Designados ao Valor Justo através do Resultado” e “Passivos Financeiros ao Custo Amortizado”. Os WACC de algumas empresas não foram disponibilizados pelo banco de dados Thomson Reuters (Eikon), desse modo, para esses casos utilizou-se a média do WACC das empresas do mesmo setor de atuação da amostra utilizada no trabalho, referente ao ano faltante em questão, para definir um WACC estimado. 25 Por fim, para executar a análise a fim de comparar os dois grupos perante seu desempenho econômico-financeiro, foi utilizado o Teste Mann-Whitney, tal como Ulum, Rizqiyah e Jati (2016) e Setyawati et al. (2017) o utilizam em seus trabalhos para comparação de desempenho entres grupos de empresas. O teste de Mann-Whitney (U) é um teste não paramétrico que testa a igualdade das medianas. Os valores de U calculados pelo teste avaliam o grau da associação dos dados dos dois grupos. A maior a separação dos dados em conjunto revela que as amostras são distintas e, dessa forma, a hipótese de igualdade das medianas é rejeitada. 4. ANÁLISE DOS RESULTADOS Partindo do conjunto de 91 empresas integrantes do IBRx100, foi efetuada uma segregação que resultou em um grupo de 28 empresas integrantes do ISE e IBrX100, concomitantemente, e, em outro grupo, as demais 63 empresas que integram apenas o IBrX100 no último quadrimestre de 2020. A fim de comparar o desempenho econômico-financeiro anual entre estes dois grupos, nos exercícios de 2017, 2018 e 2019, foi aplicado o teste Mann- Whitney. Como medidas de desempenho operacional, foram consideradas o ROIC e EBITDA por ação, e, como medidas de desempenho de capital próprio, foram utilizadas o ROE e o EVA por ação. Dessa forma, a hipótese nula levantada é a de a mediana dos dois grupos serem iguais, ou seja, H0: índice (grupo 0) = índice (grupo 1). Sendo, grupo 0 referente as empresas apenas presentes no IBrx100 e grupo 1 as empresas do IBrx100 em comum com a carteira do ISE. 4.1. ROE O teste realizado para os índices calculados do Retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) demonstram que tanto para os anos 2017, 2018, 2019, assim como, para a média desse período, dentro de um nível de significância de 5%, não é possível rejeitar a hipótese nula, logo, compreende-se que a mediana dos dois grupos é igual. Portanto, como pode ser observado nos resultados do Teste de Mann-Whitney constantes das Tabelas nº 2, não é possível rejeitar H0 e afirmar que as empresas integrantes do ISE tiveram desempenhos, mensurados a partir do ROE, estatisticamente diferentes em um nível de significância de 5% daqueles obtidos por empresas não integrantes do ISE, no período 26 sob análise. Vale ressaltar, entretanto, que ao analisar as médias do ROE de cada empresa para todo o período de 2017 a 2019, poder-se-ia rejeitar H0 em nível de 10% de significância. Todavia, pode-se observar uma tendência a redução do valor da Prob > |z|, sugerindo que possivelmente no futuro os grupos apresentem diferença entre suas medianas, cabendo, então, investigação nos anos seguintes. Tabela 1: Resultados médios do teste Mann-Whitney para o índice ROE. Soma de escala Grupo Observações Esperado 2017 2018 2019 Média 0 63 2828 2783 2724 2702 2898 1 28 1358 1403 1462 1484 1288 Combinado 91 4186 4186 4186 4186 4186 Fonte: Dados da Pesquisa com base nas informações da B3. Tabela 2: Resultado do teste estatístico de Mann-Whitney para o índice ROE. ROE Teste 2017 2018 2019 Média Mann-Whitney 13524 13524 13524 13524 Z -0,602 -0,989 -1,496 -1,685 Prob >|Z| 0,5472 0,3227 0,1346 0,0919 Fonte: Teste Mann-Whitney realizado no STATA com base nos dados da pesquisa. 4.2. ROIC Realizando o teste para os índices calculados do Retorno sobre o capital investido (ROIC), os resultados demonstram que para os anos 2017, 2018, 2019 e para a média desse período, dentro de um nível de significância de 5% ou de 10%, não é possível rejeitar a hipótese nula, desse modo, entende-se que a mediana dos dois grupos é estatisticamente igual. Dessa forma, como pode ser observado nos resultados do Teste de Mann-Whitney constantes das Tabelas nº 4, não é possível rejeitar H0 e afirmar que as empresas integrantes do ISE tiveram desempenhos, mensurados a partir do ROIC, estatisticamente diferentes em um nível de significância de 5% ou em um nível de significância de 10% daqueles obtidos por empresas não integrantes do ISE, no período sob análise. Desse modo, nenhum dos dois grupos leva vantagem quanto ao rendimento sobre capital investido. Observa-se que o valor da Prob > |z| aumenta consideravelmente de 2017 para 2018, de 2018 para 2019 há uma queda, contudo, ainda se mantém muito alta. 27 Tabela 3: Resultados médios do teste Mann-Whitney para o índice ROIC. Soma de escala Grupo Observações Esperado 2017 2018 2019 Média 0 63 2828 2894 2884 2826 2898 1 28 1358 1292 1302 1360 1288 Combinado 91 4186 4186 4186 4186 4186 Fonte: Dados da Pesquisa com base nas informações da B3. Tabela 4: Resultado do teste estatístico de Mann-Whitney para o índice ROIC. ROIC Teste 2017 2018 2019 Média Mann-Whitney 13524 13524 13524 13524 Z -0,602 -0,034 -0,120 -0,619 Prob >|Z| 0,5472 0,9726 0,9042 0,5358 Fonte: Teste Mann-Whitney realizado no STATA com base nos dados da pesquisa. 4.3. EBITDA/AÇÃO Após a realização do teste para os índices calculados do Ebitda sobre o número de ações (Ebitda/Ação), constata-se que durante o período de 2017, 2018 e 2019, bem como para a média desse período, dentro de um nível de significância de 5% ou de 10%, não é possível rejeitar a hipótese nula, consequentemente, interpreta-se que a mediana dos dois grupos é igual. Portanto, entende-se que nenhum dos dois grupos leva vantagem sobre o outro. Desse modo, como pode ser observado nos resultados do Teste de Mann-Whitney constantes das Tabelas nº 6, não é possível rejeitar H0 e afirmar que as empresas integrantes do ISE tiveram desempenhos, mensurados a partir do EBITDA/AÇÃO, estatisticamente diferentes em um nível de significância de 5% ou em um nível de significância de 10% daqueles obtidos por empresas não integrantes do ISE, no período sob análise. O valor da Prob > |z|, apesar de maior que o nível de confiança para todos os anos, registra valores muito diferentes durante o período estudado, duplicando seu valor de 2017 para 2018 e em seguida reduzindo para quase um quarto desse valor de 2018 para 2019. Tabela 5: Resultados médios do teste Mann-Whitney para o índice EBITDA/AÇÃO. Soma de escala Grupo Observações Esperado 2017 2018 2019 Média 0 63 2803 2865 2773 2836 2898 1 28 1383 1321 1413 1350 1288 Combinado 91 4186 4186 4186 4186 4186 Fonte: Dados da Pesquisa com base nas informações da B3. 28 Tabela 6: Resultado do teste estatístico de Mann-Whitney para o índice EBITDA/AÇÃO. EBITDA/AÇÃO Teste 2017 2018 2019 Média Mann-Whitney 13524 13524 13524 13524 Z -0,817 -0,284 -1,075 -0,533 Prob >|Z| 0,4140 0,7766 0,2824 0,5939 Fonte: Teste Mann-Whitney realizado no STATA com base nos dados da pesquisa. 4.4. EVA/AÇÃO Dos testes realizados para os índices calculados do Valor econômico agregado sobre o número de ações (EVA/Ação), no decorrer do período de 2017, 2018 e 2019, tal como para a média desse período, em um nível de significância de 5% ou de 10%, não é possível rejeitar a hipótese nula, de tal modo que se considera que a mediana dos dois grupos é igual. Dessa maneira, como pode ser observado nos resultados do Teste de Mann-Whitney constantes das Tabelas nº 8, não é possível rejeitar H0 e afirmar que as empresas integrantes do ISE tiveram desempenhos, mensurados a partir do EVA/AÇÃO, estatisticamente diferentes em um nível de significância de 5% ou em um nível de significância de 10% daqueles obtidos por empresas não integrantes do ISE, no período sob análise. Sendo assim, de tal forma que pode-se considerar quem nenhum dos dois grupos leva vantagem sobre o outro. Enquanto que o valor da Prob > |z| aumenta consideravelmente durante os anos no período estudado de 2017 à 2019, ficando mais forte a semelhança entre grupos. Tabela 7: Resultados médios do teste Mann-Whitney para o índice EVA/AÇÃO. Soma de escala Grupo Observações Esperado 2017 2018 2019 Média 0 63 2797 2862 2903 2832 2898 1 28 1389 1324 1283 1354 1288 Combinado 91 4186 4186 4186 4186 4186 Fonte: Dados da Pesquisa com base nas informações da B3/ Thomson Reuters Eikon. Tabela 8: Resultado do teste estatístico de Mann-Whitney para o índice EVA/AÇÃO. EVA/AÇÃO Teste 2017 2018 2019 Média Mann-Whitney 13524 13524 13524 13524 Z -0,868 -0,310 0,043 -0,568 Prob >|Z| 0,3851 0,7569 0,9657 0,5704 Fonte: Teste Mann-Whitney realizado no STATA com base nos dados da pesquisa. 29 Os resultados encontrados após a aplicação do teste de Mann-Whitney, indicam que, de modo geral, não há diferenças entre o desempenho econômico-financeiro entre os dois grupos comparados, tal resultado vai de encontro aos achados de Castro (2017), cuja comparação se deu entre amostras com empresas do ISE, excluindo as financeiras, e com empresas do mesmo setor dessas empresas listada no ISE. Enquanto que para Silva e Lucena (2019) os resultados foram divergentes com os encontrados neste trabalho, contudo, a comparação de desempenho utiliza alguns indicadores de desempenho econômico-financeiro distintos como o ROA. Vale se ressaltar que nenhum trabalho foi encontrado com as mesmas exatas escolhas metodológicas, todavia, tratavam de temática semelhante. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Este trabalho propunha uma análise das empresas listadas no IBrX100, sendo assim, as empresas com as 100 ações mais negociadas na B3, perante a questão da sustentabilidade empresarial, comparando dois grupos criados a partir da composição de sua carteira. Um dos grupos foi formado por empresas em comum com o Índice de sustentabilidade empresarial (ISE) e outro formado pelas demais empresas apenas presentes no IBrX100. Dessa forma, analisou-se 91 empresas, 63 apenas do IBrX100 e 28 em comum com o ISE, entre os exercícios de 2017 a 2019, bem como, fez-se uma análise da média desses anos. De modo geral, os resultados contrariaram a expectativa de resultados de acordo com o tema proposto. Uma vez que se defendia a ideia da sustentabilidade como vantagem competitiva perante outras companhias. Contudo, após a análise dos índices econômico-financeiros, dentro da janela de tempo proposta, verificou-se que a mediana de todos os índices econômico-financeiros calculados para análise de ambos os grupos eram estatisticamente iguais para todos os anos verificados e, também, para a média dos anos. Entendendo-se que nenhum grupo analisado tem vantagem sobre o outro. Portanto, desse modo, sem haver diferença entre as medianas, concluí-se que perante o presente estudo as empresas ditas sustentáveis não apresentam vantagem competitiva em relação as demais empresas mais negociadas na B3 perante seu desempenho econômico- financeiro. Vale se ressaltar que os resultados do presente estudo podem ser generalizados, estando restrito a este grupo de empresas e no período proposto no estudo. É possível se indicar que um fator limitante do estudo se encontra não utilização de carteiras distintas para cada ano analisado 30 na pesquisa, apenas utilizaram-se as a listagem de empresas que compõem as carteiras no 4º trimestre de 2020. 31 REFERÊNCIAS ABRAMOVAY, Ricardo. Muito além da economia verde. São Paulo: Editora Abril, 2012. ABREU, Edgar Gomes de; SILVA, Lucas. Sistema Financeiro Nacional. 1. ed. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2017. ALMEIDA, Marcelo de. Sustentabilidade. Rio de Janeiro: Seses, 2015. 141 p. ALVES, Ricardo Ribeiro. Sustentabilidade empresarial e mercado verde: a transformação do mundo em que vivemos. Petrópolis, RJ: Vozes, 2019. ASHLEY, Patricia Almeida et al (org.). Ética e responsabilidade social nos negócios. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2005. ASSAF NETO, Alexandre. Estrutura e análise de balanços: um enfoque econômico- financeiro. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2015. ASSAF NETO, Alexandre. 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