UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE BIOCIÊNCIAS DEPARTAMENTO DE OCEANOGRAFIA E LIMNOLOGIA CURSO DE ECOLOGIA AVALIAÇÃO ECOTOXICOLÓGICA EM UM COMPLEXO ESTUARINO NO NORDESTE BRASILEIRO UTILIZANDO O MICROCRUSTÁCEO Mysidopsis juniae COMO ORGANISMO-TESTE. LUCAS RAMIRES RODRIGUES DA SILVA NATAL – RN 2015 LUCAS RAMIRES RODRIGUES DA SILVA AVALIAÇÃO ECOTOXICOLÓGICA EM UM COMPLEXO ESTUARINO NO NORDESTE BRASILEIRO, UTILIZANDO O MICROCRUSTÁCEO Mysidopsis juniae COMO ORGANISMO-TESTE. Trabalho de conclusão de curso, apresentado ao Departamento de Ecologia do Centro de Biociências da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito final para a obtenção do grau de Bacharel em Ecologia. Orientador: Prof. Dr. Guilherme Fulgêncio de Medeiros NATAL – RN 2015 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE BIOCIÊNCIAS COORDENAÇÃO DO CURSO DE ECOLOGIA CENTRO DE BIOCIÊNCIAS *ATA DA APRESENTAÇÃO DE MONOGRAFIA DE BACHARELADO PARA CONCLUSÃO DO CURSO DE ECOLOGIA As nove horas do dia 14 de dezembro de 2015, no Centro de Biociências da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. o(a) aluno(a) Lucas Ramires Rodrigues da Silva apresentou a monografia intitulada “AVALIAÇÃO ECOTOXICOLÓGICA EM UM COMPLEXO ESTUARINO NO NORDESTE BRASILEIRO UTILIZANDO O MICROCRUSTÁCEO Mysidopsis juniae COMO ORGANISMO-TESTE.” que foi avaliada pela banca examinadora composta por: Guilherme Fulgêncio de Medeiros (orientador(a)), Thiago Farias Nohrega e Ivanildo Surine de Souza, reunidos em assembleia pública. Após a apresentação e as observações dos membros da banca avaliadora, ficou definido que o(a) aluno(a) foi considerado aprovado(a) (X) / reprovado(a) ( ), cumprindo parte dos requisitos necessários para a obtenção do diploma de Bacharel em Ecologia e eu, Professor(a) Guilherme Fulgêncio de Medeiros, lotado(a) no Departamento de Oceanografia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, lavrei a presente ata confonne vai assinada por mim e pelos membros da Banca Examinadora. Natal, 14 de dezembro de 2015. Universidade Federal do Rio Grande do Norte 1 Caixa Postal 1524 - Campus Universitário Lagoa Nova CEP 59072-970 Natal/RN - Brasil| - coordenacoes@cb.utin.br - (84) 3215-3408 *0 aluno poderá tirar tuna cópia dessa ala e cniregai a \ ia original na coordenação do curso logo após o encerramento da apresentação. Agradecimentos Agradeço primeiramente a deus por ter me dado o dom da vida e da sabedoria para que percorresse essa jornada com sabedoria e muita fé. A minha família que é a minha base e sempre está ali nos momentos bons e ruins me apoiando e dando força, obrigado por estarem comigo em mais uma etapa.Mainha sem os seus puxões de orelha eu não estaria apresentando o TCC hoje,Painho obrigado pelos conselhos e a força,Julinha obrigado pelos conselhos e por me ajudar no debate científico do tcc,Deyse minha esposa obrigado por estar do meu lado em todos os momentos,Letícia obrigado por ser compreensiva na hora que painho dizia que não podia brincar.Resumindo a todos os familiares um abraço. Ao meu orientador Guilherme Fulgêncio pela paciência e pelos ensinamentos. As minhas amigas Ale e Gabi e Ingrid pela força nessa fase tão difícil que é a produção e posteriormente a defesa de um tcc. A Aline técnica do ECOTOX-LAB pelos ensinamentos, pela força e por estar sempre do nosso lado. Ao ECOTOX-LAB por ter me acolhido com muita atenção e me ensinado muitas coisas. A banca examinadora por se dispor a tirar um tempo para me avaliar e sugerir melhorias para o trabalho. A todos os amigos que não foram aqui citados mas que contribuiram de alguma forma para minha formação. Ao professor Márcio Zikan pelas dicas para o tcc. A UFRN pelo trabalho em me transformar em um estudante de ensino médio em um futuro bacharel em Ecologia, também a todos os professores e funcionários que fazem tudo acontecer na universidade. Obrigado! SUMÁRIO RESUMO .................................................................................................................................................. 7 ABSTRACT ................................................................................................................................................ 8 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................... 9 1.1. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA ............................................................................................................. 10 1. OBJETIVOS ...................................................................................................................................... 11 2.1OBJETIVO GERAL ................................................................................................................. 11 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................................... 11 2. METODOLOGIA .............................................................................................................................. 12 3. RESULTADOS .................................................................................................................................. 16 4. DISCUSSÃO ..................................................................................................................................... 25 5. CONCLUSÃO ................................................................................................................................... 26 6. REFERÊNCIAS .................................................................................................................................. 27 SILVA, Lucas Ramires Rodrigues da. Avaliação ecotoxicológica em um complexo estuarino no nordeste brasileiro, utilizando o microcrustáceo Mysidopsis juniae como organismo-teste. 2015. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Ecologia) - Curso de Ecologia, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2015. RESUMO Este trabalho tem como objetivo determinar a toxicidade das amostras de água obtidas no complexo estuarino dos rios Potengi/Jundiaí, nas estações P1 (jusante do canal do baldo), P2 (vão central da ponte Newton Navarro) e P3 (lançamento do Centro Industrial Avançado (CIA), do Programa Água Azul. As amostras de água para análise foram obtidas superficialmente nas respectivas estações e a testes agudos e crônicos com o organismo- teste M.juniae. Entre os resultados, observou-se que houve toxicidade apenas na estação P3, cuja amostra é obtida em ambiente que recebe efluentes líquidos do Sistema Industrial de Tratamento de Efluentes de Macaiba (RN) tratados pela CIA, e são provenientes de várias industrias e alguns contaminantes não devem ser neutralizados no processo causando assim toxicidade na amostra. Palavras-chave: Ecotoxcicologia; Programa Água Azul; Toxicidade. SILVA, Lucas Ramires Rodrigues da. Avaliação ecotoxicológica em um complexo estuarino no nordeste brasileiro, utilizando o microcrustáceo Mysidopsis juniae como organismo-teste. 2015. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Ecologia) - Curso de Ecologia, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2015. ABSTRACT This work aims to evaluate the toxicity of water samples obtained in the estuarine com- plex Potengi/Jundiaí , in the P1 stations (Jusante do canal do baldo ) , P2 ( vão central da ponte Newton Navarro) and P3 (lançamento do CIA ) Programa água azul sing the micro- crustacean Mysidopsis juniae as orgsnismo test . Water samples for surface analysis were obtained at the respective stations and the results , it was observed that there was toxicity only in the P3 toxicity of the sample. The station can be explained because of the water body ultilization that it receives treated water CIA is a company that deals with waste from various industries and some contaminants should not be neutralized in the process thus causing toxicity in the sample Keywords: Mysidopsis juniae, Programa água azul, ecotoxcicology. 9 1 INTRODUÇÃO Com o início da industrialização houve um aumento na densidade populacional nos centros urbanos. Atrelado a isso, ampliação na produção de rejeitos, avanço na urbanização e ampliação do quantitativo de resíduos industriais. Os rios urbanos são os que mais sofrem agressões, através do lançamento de esgotos “in natura” ou mesmo servindo como área de deposição de lixo de naturezas diversas, tais como doméstico, hospitalar e/ou industrial (TUCCI, 1994). A hidrosfera é constituída por vários tipos de ecossistemas aquáticos, dentre os quais se encontram os rios, lagos, estuários, mares e oceanos. Cada ecossistema é caracterizado por interações bióticas e abióticas que podem afetar significativamente a biodiversidade e o impacto dos agentes químicos e outros xenobióticos (NÓBREGA T. F, 2011). Os estuários são corpos d’água costeiros, semiconfinados, onde ocorre a mistura de água doce vinda do continente com a água salgada do oceano (PRITCHARD, 1967). Os ecossistemas estuarinos são importantes não só para os organismos que neles habitam como para toda a comunidade urbana que o circunvizinha. Para as populações ribeirinhas, os estuários significam mais do que fonte de renda, fazem parte de seu modo de vida. Para toda a cidade prestam serviço ambiental importante, como por exemplo, a renovação de estoques pesqueiros e a diluição de efluentes (NÓBREGA T. F, 2011). Um dos impactos aos quais os ecossistemas aquáticos estão vulneráveis são os de natureza toxicológica, onde compostos químicos naturais e manufaturados causam efeitos adversos aos organismos. Esses compostos passam a interagir com os componentes abióticos e bióticos do sistema; o que definirá a toxicidade será o resultado dessa interação (SCHWARZENBACH et al., 2006). Lotze et al. (2006) em um estudo com 12 sistemas costeiros e estuarinos temperados na Europa, América do Norte e Austrália, observou que impactos advindos da ação antropogênica causaram o desaparecimento de 90% de espécies animais e 65% de gramíneas e pantanal. Além disso, também ocasionaram a degradação da qualidade da água devido ao input excessivo de nutrientes e a entrada de espécies invasoras. Nessa perspectiva temos os testes de toxicidade que são empregados para avaliar a toxicidade de efluentes e amostras ambientais, pois os ecossistemas aquáticos constituem os principais receptáculos de contaminantes, sejam eles lançados diretamente nos corpos d’água por meio das descargas de efluentes, emitidos no ar ou depositados nos solos (BERTOLETTI & ZAGATTO, 2006). 10 Ecotoxicologia compreende as interações dos efeitos físico-químicos com os organismos em um ambiente (BERTOLETTI & ZAGATTO, 2006). Os ensaios ecotoxicológicos são largamente utilizados na avaliação da qualidade ambiental em todo o mundo. Podem ser utilizados em diversos segmentos, tais como, indústria farmacêutica, produtos químicos em geral e efluentes industriais e domésticos (BERTOLETTI & ZAGATTO, 2006). A poluição aquática por metais pesados é uma das formas mais prejudiciais de poluição que, por sua vez, resulta em graves problemas ambientais, pois esses elementos não são degradáveis, são extremamente tóxicos e cumulativos em organismos vivos (bioacumulação); as consequências podem ir desde a intoxicação e envenenamento da biota até a dizimação de seres vivos (RAMÍREZ et al., 1987). Outros efeitos adversos a biota incluem o decréscimo na abundância de invertebrados bentônicos, aumento da mortalidade e mudanças comportamentais entre outros (CANADA, 1999). Uma forma importante de monitoramento da qualidade da água é a análise da contaminação por metais pesados em bioindicadores, pois, alguns organismos marinhos possuem a capacidade de concentrar metais pesados podendo atingir concentrações muito superiores às concentrações encontradas na água, sendo por isso responsáveis por grande parte da dinâmica destes poluentes no ambiente marinho (BRITO et al., 2008). A presença de metais pesados em peixes, crustáceos e ostras está associada a riscos em relação à saúde pública, porque estes contaminantes podem acumular-se nos homens se estes organismos forem consumidos (JONES et al., 2000). Vários trabalhos estão sendo feitos na ecotoxicologia no Brasil e no mundo pois é uma área importante para ser de base para várias decisões e também para se verificar como está a qualidade de determinados corpos d’água se esses ambientes podem abrigar a vida.No rio grande do norte devido a sua grande de rios que cortam o estado com problemas há vários estudos que fazem esses testes e complementando com os testes químicos dão resultados mais acurados sobre a toxicicidade. 1.1. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA O estuário do Potengi estende-se por cerca de 25 km com uma largura que varia entre 400 e 600 m, e é formado pelas águas dos Rios Potengi, Jundiaí e Doce (SILVA et al., 2006). O rio Potengi tem suas nascentes na Serra de Santana no município de Cerro Corá e 11 outras serras distribuídas nos municípios de Currais Novos, Campo Redondo e São Tomé na localidade denominada de São Boa Ventura. Seus afluentes mais importantes da margem esquerda são constituídos pelos rios Pedra Preta, Pedra Branca, Guajirú e Jaguaribe. Na margem direita temos o Rio Jundiaí, Guarapes e o Riacho do Salgado (NUNES, 2006). O Rio Jundiaí tem uma influência independente, com menor descarga e é mais influenciado pelas marés, cujos efeitos são observados até a cidade de Macaíba, a 30 km da boca do estuário (SILVA et al., 2006). O Rio Doce é a menor entrada de água doce para o 3 estuário do Potengi com uma descarga de aproximadamente 2m a temperatura da água varia 26,5-29,0ºC ao longo do ano (SILVA et al., 2006). O estuário dos Rios Potengi e Jundiaí, apesar de sua grande importância, e de ser um ambiente de transição entre o continente e o oceano sofre por apresentar, nas suas proximidades, uma intensa densidade humana. Por isso, as conseqüências ambientais de impactos antropogênicos costumam ser mais graves nestes, que em outros ambientes aquáticos (IDEMA, 2009). Dentre os impactos podemos citar como agravantes: lançamento “in natura” de esgotos domésticos e da indústria têxtil, além de lixo urbano e matadouros clandestinos (GUEDES et al., 2005). Diante do exposto, e considerando a importância da preservação e conservação do estuário do Potengi/Jundiaí e a constante interferência antrópica na dinâmica aquática do estuários, torna-se relevante estudos de análise ecotoxicológica que visem contribuir com a qualidade do estuário. 1. OBJETIVOS 2.1OBJETIVO GERAL Avaliar a qualidade da água do complexo estuarino Potengi/Jundiaí ultilizando testes de toxcicidade agudo e crônico com o organismo Mysidopsis juniae. 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS  Verificar a taxa de sobrevivência do organismo;  Verificar a taxa de fecundidade do organismo ;  Verificar os parâmetros físicos-químicos da água. 12 2. METODOLOGIA Este trabalho calcula a taxa de sobrevivência e fecundidade para cada estação no período estudado com base em dados brutos obtidos nos relatórios do Programa Água Azul/IDEMA referentes ao período de julho e novembro 2014 e março e maio de 2015. Os dois primeiros pontos estão localizados no estuario do Potengi e outro ponto localizado no estuario do rio Jundiaí como mostra a tabela 1. Na figura 1 temos um mapa dos rios obtido através do programa “Google Earth” com três marcadores que mostra aonde foram feitos a coleta para este trabalho. Erro! Fonte de referência não encontrada. – Localização das Estações de Amostragem dos corpos d’água. COORDENADAS ESTAÇÃO BACIA MUNICÍPIO UTM(Zona 25* Sul) SIGLA HIDROGRÁFICA NOME LESTE NORTE P1 Jusante do canal do baldo Natal Potengi 254.899 9.360.328 Vão central da ponte P2 Natal Potengi 256.125 9.363.325 Newton Navarro P3 Lançamento do CIA Macaíba Jundiaí 241.497 9.352.619 13 Figura 1:Mapa do RN com ênfase no litoral. A coleta das amostras para os testes foram realizadas na coluna d’água utilizando garrafas PET devidamente identificadas com a data da coleta,localização e salinidade.Esses recipientes foram higienizados com sabão neutro e água destilada para que não haja alterações nos testes em virtude de alguma substância presente no recipiente.Essa água pode ser usada nos testes em até 48 h depois de recebida ou se for congelada depois de 60 dias.As amostra e os testes são realizados do ECOTOX-LAB-UFRN este intervalo e como é feita a armazenagem,transporte entre outras informações estão presentes na norma(ABNT NBR 15469,2007). Outra fase desse programa é fazer a análise química dessa amostra para que se tenha mais essa informação que possa somar com os testes ecotoxcicológicos tendo assim resultados mais completos.Esses testes são realizados no NUPRAR(NÚCLEO DE PROCESSAMENTO PRIMÁRIO E REÚSO DE ÁGUA PRODUZIDA E RESÍDUO) nesta análise é feita uma quantificação dos metais que estão presentes nas amostras tais como:Cobre,cádmio,cromo,chumbo,níquel,zinco,fosfóro,mercúrio e outros dois parâmetos:Nitrogênio e carbono orgânico total.Para fazer esse teste o laboratório usa as seguintes metodologias:Procedimento interto PLBE18R00 segundo norma 14 oficial,procedimento interno PLIE05R00 segundo norma oficial USEPA 7470A,7471B,procedimento interno PLIE01R00 segundo norma oficial USEPA 6010 e procedimento interno PLOE07R00 segundo norma oficial EPA 9060 a. O organismo a ser utilizado foi o Mysidopsis juniae (Mysidacea – Crustacea) como mostrado na figura 3, são organismos testes muito ultilizados em testes ecotoxcicológicos por serem organismos de fácil manutenção e criação em laboratório,tem um ciclo de vida curto permitindo que a avaliação de uma amostra tóxica seja observado em todos os estágios deste organismo(teste crônico) .Seu alimento é outro fator importante para seu cultivo, é alimentado com náuplios vivo de artêmia que é cultivado no próprio laboratório, diariamente usou-se 1ml desse organismo para alimentar o organismo teste.Os organismos são mantidos em recipientes de 10 L com mais ou menos 34 ppm de salinidade ,temperatura de 24°C e fotoperíodo de 12 h. O aquário matriz (onde se encontra mais ou menos 30 fêmeas / 10 machos adultos) que é onde esses organismo vão produzir os filhotes que serão usados como organismo-teste, são a cada sete dias limpo e repareado de modo a retirar as sujeiras contidas no aquário, essa técnica esta na norma(ABNT 15308,2005) nesse dia é retirado os filhotes que serão usados nos testes ecotoxcicológicos que segue a mesma norma dos teste do M.bahia (USEPA,2002) são colocados em cada bequer(15 no total) de 400ml 10 filhotes para cada diluição mais o controle com três réplicas,colocados em bandejas de plástico e cobertas com papel filme de modo a não entrar outros componentes que possam interferir no teste. 15 Figura 2:Duas fêmeas de M.juniae.Fonte:NICODEMO 2010. A interpretação dos resultados dos testes agudos se deu pela contagem de quantos organismo estavam mortos ou imóveis,enquanto dos crônicos avalia-se a reprodução.A sobrevivência é obtida fazendo a contagem em cada amostra quantos organismos estavam vivos e para a fecundidade é feita uma coleta na amostra só de fêmeas. Depois é levado ao microscópico para visualizar quantas estavam ovadas.Essas informações vão para uma planilha , em posse dessas informações foi colocado em uma planilha do excel e calculada uma taxa para a fecundidade que foi feita pela razão entre a quantidade de fêmeas ovadas pelo total de fêmeas obtendo um valor de 0 a 1 que significa que quanto mais perto de 0 menor a proporção e quanto mais perto de 1 maior essa razão. Com todos esses dados na planilha foi dado um tratamento estatístico no programa R CORE TEAM (R Foundation for Statistical Computing 2013) versão 3.0.2. e foi feito uma ANOVA ONE WAY para a toxcicidade da amostra tanto em relação a sobrevivência quanto a fecundidade,e ultilizado a ANOVA TWO WAY para analisar teste de normalidade e homocedasticidade na evolução da fecundidade e sobrevivência. Se houve diferença significativa os dados foram colocados no programa Toxstat versão 3.4 (por ser mais fácil de ser ultilizado) para que fossem feito um teste T para saber quais 16 estações apresentaram toxcicidade em relação ao controle tanto para a fecundidade quanto para sobrevivência. Com esses valores construiu-se gráficos de toxcicidade para fecundidade e sobrevivência em cada estação em relação a cada período do experimento como mostrado na figura 6,7,8,9,10,11,12 e 13. 3. RESULTADOS Na figura 3 encontra-se a média da fecundidade de cada ponto no mês e ano, podemos observar que em dois períodos um em 2014 e o outro em 2015 o P3 mostra-se com média de fecundidade 0. Figura 3:Média de fecundidade para cada estação. 17 A figura 4 mostra a fecundidade nas estações estudadas. Como se pode observar não há diferença (p≥0.05) na fecundidade dos organismos teste entre as amostras analisadas em P1 e P2 e o controle. Diferença significativa (p≤0.05) em relação ao controle pode ser observada em P3 tanto em 2014 quanto em 2015 conforme pode ser demonstrado na tabela 2. Figura4:Gráfico de fecundidade nos anos de 2014 e 2015 nos pontos de coleta:P1(Jusante do canal do baldo);P2(Vão central da ponte Newton Navarro);P3(Lançamento do CIA). Tabela2: Resultado estatísticos para Fecundidade. Fec undidade P1 media df soma sq sq valor F valor p Água do rio 1 22.74 22.743 14.882 0.2354 Residuos 22 336.21 15.282 Fecundidade P2 media Df soma sq sq valor F valor p Água do rio 1 53.145 53.145 37.242 0.6663 Residuos 22 313.949 14.270 Fecundidade P3 media Df soma sq sq valor F valor p Água do rio 1 16069.7 16069.7 128.36 1.189e-10*** Residuos 22 2754.3 125.2 18 A sobrevivência é outro parâmetro importante, esta métrica é obtida pela contagem de organismo que sobreviveram para cada amostra por campanha .Na tabela 3 pode-se observar a média de sobrevivência e seu desvio padrão tanto para os anos de 2014 quanto para 2015 nos meses do estudo, pode-se observar que só o P3 em julho/14 teve uma média de sobrevivência muito menor que a do controle,esta estação apresentou morte de todos os organismos em nov/14 e março/15. Tabela 3:Média da sobrevivência do Mysidopsis juniae nas amostras 2014/2015 2014 JULHO NOVEMBRO Pontos de ÁGUA DO RIO CONTROLE ÁGUA DO RIO CONTROLE Coleta MÉDIA ±DP MÉDIA ±DP MÉDIA ±DP MÉDIA ±DP P1 9 1 9.67 0.57 9.33 1.15 9.67 0.57 P2 8.67 1.52 9.67 0.57 8.67 1.15 9.67 0.57 P3 5.33 1.15 9.33 0.57 0 0 8.33 2.08 2015 MARÇO MAIO Pontos de ÁGUA DO RIO CONTROLE ÁGUA DO RIO CONTROLE Coleta MÉDIA ±DP MÉDIA ±DP MÉDIA ±DP MÉDIA ±DP P1 8.33 2.08 9.33 0.57 7 1 10 0 P2 8.33 1.15 9.67 0.57 8.33 1.52 9.33 1.15 P3 0 0 10 0 10 0 9.33 0.57 Dispondo os dados na figura 5 onde pode ser observado número de sobreviventes por ano e por estação tanto para o controle quanto para a amostra, podemos notar que há diferença p≤0.05 ( esses valores podem ser observados na tabela 4) entre a amostra e o controle nas três localidades, e com valores abaixo do valor encontrado no controle para P3 dando provável indícios da presença de alguma substância que faz com que a sobrevivência do organismo seja prejudicado. Esses valores sendo significativos nos mostra que essa diferença não está sendo observada ao acaso e sim algum efeito que está afetando a sobrevivência,fazendo com que a amostra apresente uma sobrevivência menor que a do controle. Na estação P3 apresenta-se uma quantidade de sobreviventes muito menor se comparado a os outros dois pontos. 19 Figura 5:Gráfico da sobrevivência nos anos de 2014 e 2015 nos três pontos de coleta.P1(Jusante do canal do baldo);P2(Vão central da ponte Newton Navarro);P3(Lançamento do CIA). Tabela4:Resultado da análise estatística para sobrevivência2014/15 Sobr evivência P 1 Df soma sq media sq valor F valor p Agua rio 1 85.349 85349,00 88.619 3.582e-09*** Residuos 22 21.188 0.0963 Sobrevivência P2 Df soma sq media sq valor F valor p Agua rio 1 56.091 56091,00 145.46 3.609e-11*** Residuos 22 0.8484 0.0386 Sobrevivência P3 Df soma sq media sq valor F valor p Agua rio 1 56.091 56091,00 145.46 3.609e-11*** Residuos 22 0.8484 0.0386 Na tabela 5 podemos ver os dados da análise química realizada pelo projeto, temos os respectivos metais que são analisados pelo laboratório em mg/l nas estações e no período de coleta das amostras.Podemos observar que alguns parâmetros foram quantificados como acima do permetido esse valor é estabelecido pela metodologia adotada pelo laboratório para 20 fazer as análises. Tabela5:Análise química das amostras. Met P1 P2 P3 ais mg/ JUL NOV MAR MAI JUL NOV MAR MAI JUL NOV MAR MAI L 2014 2014 2015 2015 2014 2014 2015 2015 2014 2014 2015 2015 Cd . 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