UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA BACHARELADO EM GEOGRAFIA LEON DENIZAR COSTA DE MORAES PLUVIOSIDADE E EROBILIDADE: UMA ANÁLISE QUALITATIVA SOBRE A CIDADE DO NATAL/RN NATAL/RN 2021 LEON DENIZAR COSTA DE MORAES PLUVIOSIDADE E EROBILIDADE: UMA ANÁLISE QUALITATIVA SOBRE A CIDADE DO NATAL/RN Monografia apresentada ao curso de Geografia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, para a obtenção do título de Bacharel em Geografia Orientador: Prof. Dr. Orgival Bezerra Da Nóbrega Júnior. NATAL/RN 2021 LEON DENIZAR COSTA DE MORAES PLUVIOSIDADE E EROBILIDADE: UMA ANÁLISE QUALITATIVA SOBRE A CIDADE DO NATAL/RN Monografia apresentada ao curso de Geografia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, para a obtenção do título de Bacharel em Geografia. Aprovada em: ______/______/______ BANCA EXAMINADORA ______________________________________ Prof. Dr. Orgival Bezerra da Nóbrega Júnior (orientador e presidente) UFRN/CCHLA/DGE ______________________________________ Prof. Dr. Paulo César de Araújo (examinador e membro interno) UFRN/CCHLA/DGE ______________________________________ Profª. Dr. Maria Francisca de Jesus Lírio Ramalho (examinadora e membra externa) NATAL/RN 2021 AGRADECIMENTOS Primeiramente a Deus que em sua infinita bondade e misericórdia me sustentou até aqui, ao amor maternal de Maria santíssima que por meio da oração diária do rosário me deu forças diariamente para que eu perseverasse dentro do curso. Agradecer a minha família por acreditar em mim, ter tido paciência e me ajudado a concluir o curso em especial Tia Neta, Padrinho Duma, vovó, Mãe, Pai e Dinael. A Padre Pio (in memoriam) por todo apoio na minha formação, sou eternamente grato pela sua paternidade A Fátima (in memoriam) que sempre foi apoio afetivo para mim nas horas difíceis, essa conquista também é sua minha querida. A Edwiges Bianca (Didinha) todo amor e carinho cercado de gratidão por ser um porto seguro para mim, e ao longo desses anos de amizade ter feito com que eu encarasse a vida de frente e colocasse em prática tudo aquilo que eu almejava, quando nem eu mesmo acreditava em mim ela acreditou, e cá eu estou apresentando esse trabalho que sendo esse o primeiro de muitos passos que darei. A Ezilda, Primo (Cidinha) pela amizade, carinho e paciência comigo. A Carlos Eduardo (Cadu) e Jardel por toda parceria, cumplicidade e paciência sendo eles dois verdadeiros tesouros que a vida me deu. A Natália (Bollor) por toda parceria ao longo desses anos sendo esse ombro amigo em tantos momentos. Também a Ariadna Lima pela sua gentil amizade. A Vitor Hugo por toda parceria e incentivo ao longo desses oito anos. A Ana Cibelly essa amiga que virou uma grande irmã de caminhada na qual guardo carinhosamente em meu coração, cada palavra de incentivo e exortação foi combustível para que eu fosse criando juízo e me moldando como uma pessoa melhor. Ao meu grande amigo Gildo, um dos maiores presentes que a graduação me deu, generosamente a cada dia passava aqui em casa para me levar e trazer, quantos dias não passei o dia de fome devido sua generosidade em pagar um café para mim, os valores e ensinamentos transmitidos por você meu irmão são maiores que quaisquer conteúdo visto em sala. Ao meu grande mestre Professor Dr. Fernando Moreira1 por ter me dado a oportunidade de adentrar na iniciação cientifica e fazer com que a cada dia eu descobrisse coisas novas dentro da ciência. Os valores e ensinamentos transmitidos por ti são de um valor impar para mim e com fé em Deus os honrarei por toda a vida. Ao meu querido orientador Professor Dr. Orgival por toda paciência e por cada ensinamento transmitido em sala de aula e nas conversas que sempre me levava a pensar a frente, e mais precisamente na orientação desse trabalho que fez com que fosse possível ser construído mesmo diante de um cenário tão contraditório. Aos amigos que fiz durante o curso todo o meu carinho e pedido de desculpa por não ter dado o meu melhor em algum momento, não poderia deixar de registrar um abraço afetuoso a Allamo, Luiz e Reginaldo que me acolheram na licenciatura.ao meu parceiro de trabalhos e de profissão Gabriel Gerônimo que tanto me ajudou. A galera do movimento edgarismo em especial Edgar, João e Erenilson; A Conceição, Iolanda e Noeme meu abraço fraterno. A Rejane e Elvis todo meu carinho, respeito e gratidão por cada convivência, sem esquecer de Fatinha do café por cada copo que me deu ao longo da graduação. A Allan Anderson minha gratidão pela ajuda dada no desenvolvimento do trabalho. A Danielle Oliveira por ter sido minha confidente e parceira nas horas de descontração, sempre sendo auxilio nos momentos mais difíceis e de deserto, obrigado pela amizade tão cara. A Antonio Frazão e Clévio minha estima por tantos anos de amizade e tantas aventuras compartilhadas. Como também a Claude Alexandre (Xandão) minha gratidão por tantos conselhos e ensinamentos em vista do meu crescimento acadêmico e profissional. Ao Padre Antonio Ranis por cada conselho dado e por ter sido esse porto seguro na minha vida. Ao Padre Geovanio por ter sido um dos maiores presentes que Deus me deu sendo esse amigo/irmão de todas as horas. Ao Padre Tiago pelo apoio dado quando eu estava sem perspectiva de nada, sido um dos responsáveis por eu não ter entrado em declínio. minha profunda gratidão, como também meu amigo/irmão Padre Leandro Rafael, não podia esquecer meus amigos Padre Carlos e Geraldo. A Edvanilson, Renatinha e Salizete pelas risadas no clube da pepeka. 1 Conhecido e carinhosamente chamado pela comunidade acadêmica e alunos por Cabavéi. Aos queridos professores e amigos que fiz no Ulisses de gois vocês estão guardados em meu coração. Aos professores Luiz Henrique e Luiz Roberto por serem referencias e terem acreditado em meu potencial quando nem eu acreditava que tinha. A Francisca Leão meu carinho e gratidão.A Zeneide Alves meu profundo agradecimento por tantos ensinamentos A Enne Karol pela sua maternidade espiritual, como também a Larissa e Rodolfo minha gratidão pelas orações, testemunho amizade fecunda. Aos professores que lecionaram as disciplinas minha estima e gratidão em especial a Anelino, Adriano, Eugenia, Dozena, Francys, Laecio, Lutiane, Marcelo, Marlucia, Paulo e Zuleide por terem acreditado no meu potencial e me ajudado ao longo do curso. A Andrielly Medeiros minha gratidão por sua amizade e irmandade, tendo cuidado e zelado por mim quando eu mais precisei, sua dócio e fecunda amizade me estimulou a perseverar e transformar meus sonhos em realidade, despertando tantos potenciais que nem eu sabia que existia em mim, sem dúvidas um socorro de Deus em minha vida, sua amizade foi um grande tesouro que encontrei na vida. Ao estimado casal Aluízio e Amanda por toda amizade e carinho, sem dúvida são espelhos de generosidade e humanidade a ser seguido por mim, muito me constrange a generosidade de vocês, gratidão pela preciosa amizade. A Clarice Mariz e Herbert (HBT) pela grande amizade, gratidão pela simplicidade e despojamento de vocês, e generosidade em sempre me ajudar na hora da precisão. A Ana Paula por ter tornado os trabalhos mais leves, através de sua amizade e por cada convivência e partilha que trouxeram descanso e motivação, além da paz vinda de seu sorriso que de tão lindo faz lembrar uma noite de lua no mar. A Marilia Cristina minha profunda gratidão por sua generosidade sem tamanho, uma pessoa de Deus que transmite Deus a todos que estão ao seu redor por meio de sua docilidade e doação, em tempos tão difíceis sua amizade tornaram bem mais leve as produções cientificas. Enfim a cada um que direta ou indiretamente me ajudou no decorrer dessa caminhada que se iniciou lá atrás em meados de 2012, minha profunda gratidão cada frase desse trabalho tem o dedo de vocês. Deus abençoe grandemente cada um de vocês!!! Só quem toma o sonho como sua forma de viver, vai desvendar o desejo de ser feliz. É feliz quem a Deus se confia! RESUMO O estudo da erosão é importante para uma melhor utilização do solo., o presente trabalho visa através de análise qualitativa e quantitativa discutir de forma sistemática o efeito da precipitação na erodibilidade do solo, utilizando duas parcelas experimentais localizadas em Natal/RN, na Estação Climatológica da UFRN, Nessa perspectiva foram coletadas as amostras em uma parcela como solo desnudo e em outra com cobertura vegetal seguido de um processo de separação dos sedimentos onde os mesmos foram sendo tabulado para se obter os respectivos resultados. Os resultados mostraram uma variação no comportamento em cada parcela analisada no decorrer dos períodos chuvosos, foi auferida a importância de cada um dos fragmentos de solo e identificado que a vegetação auxilia na contenção da erosão, quanto maior for a vegetação maior será a retenção das águas pluviais. Na fração do solo desnudado o resultado do escoamento superficial foi baixo, em virtude do baixo teor de umidade que tinha no solo da parcela, devido ao amplo período de exposição o traz uma grande probabilidade de que o solo esteja compactado pela ação humana, o escoamento superficial tende a ser maior que no ambiente com vegetação, com a implementação de métodos de modelagem analítica foi possível entender quantitativamente temporalidade do fluxo pluvial em vista dos sedimentos escoados. Palavras-chaves: Erosão – solo – cobertura vegetal – parcela – escoamento superficial – modelagem. ABSTRACT The study of erosion is important for a better use of the soil. The present work intends, through qualitative and quantitative analysis, to systematically discuss the effects of precipitation on soil erodibility, using two experimental plots located in Natal, RN, at the Climatological Station from UFRN. In this perspective, samples were collected in a plot of bare soil and in another one covered with vegetation, followed by a process of separation of the sediments in which they were being tabulated to obtain the respective results. The results have shown a variation in behavior in each plot analyzed during the rainy periods, the importance of each soil fragment was assessed and the fact that vegetation helped to contain erosion, being the more the vegetation, the bigger was the quantity of rainwater retained by the fraction of the bare soil. The result of the runoff was low in the naked soil, due to the low moisture content that was present in it, because of the long period of exposure to the soil to compaction by human interference, the runoff tends to be higher than in the vegetated environment. With the implementation of analytical modeling methods, it was possible to quantitatively understand the temporality of the rain flow in view of the drained sediments. Keywords: Erosion – soil – vegetation covered – portion – runoff – modeling. LISTA DE FIGURAS Figura 01 - Vista longitudinal da Estação Experimental do Laboratório de Climatologia da UFRN.................................................................................................................. ...29 Figura 02 - Mapa da localização da área de trabalho..................................................33 Figura 03 - Mapa geológico da cidade do Natal.........................................................35 Figura 04 - Mapa geomorfológico da cidade do Natal.................................................36 Figura 05 - Perfil topográfico da cidade do Natal/RN..................................................37 Figura 06 - Mapa dos solos da cidade do Natal..........................................................38 Figura 07 - Diagrama de Guassem com os dados climatológicos da cidade do Natal.39 Figura 08 - Modelagem dos sedimentos pelo método polinomial...............................42 Figura 09 - Modelagem dos sedimentos pelo método exponencial............................42 Figura 10 - Modelagem dos sedimentos pelo método potencial.................................42 Figura 11 - Modelagem dos sedimentos pelo método polinomial...............................45 Figura 12 - Modelagem dos sedimentos pelo método polinomial...............................48 LISTA DE TABELAS Tabela 01 - Sumarização dos modelos de sedimentos por precipitação pesquisados e implementados para a cidade de Natal/RN..............................................................41 Tabela 02 - Estimação de sedimentos em uma área de um hectare pelo modelo polinomial para a cidade de Natal/RN.........................................................................43 Tabela 03 - Quantificação dos sedimentos da parcela desnudada.............................44 Tabela 04 - quantificação dos sedimentos da parcela com vegetação........................48 Tabela 05 - Quadro comparativo entre volume escoado e os sedimentos..................49 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS PDITS - Plano de Desenvolvimento Integrado do Turismo Sustentável. UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte. P.C.V- Parcela com Vegetação. P.D.- Parcela Desnudada Prec-precipitação Sed-Sedimentos Sed._mod- Sedimentos modelagem SUMÁRIO 1.INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 16 1.1. Método de parcelas experimentais ................................................................ 18 1.2. Objetivos e justificativa................................................................................... 20 2.FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................ 22 2.1. Erosão Hídrica ............................................................................................... 22 2.2. Erosão Pluvial e Laminar ............................................................................... 22 2.3. Escoamento superficial .................................................................................. 23 2.4. Estudos do solo ............................................................................................. 24 2.5. Cobertura Vegetal .......................................................................................... 25 2.6. Modelagem Analítica ..................................................................................... 26 2.7. Espaço ........................................................................................................... 28 2.8. Escala ............................................................................................................ 29 3.PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS .............................................................. 31 4.CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA ........................................................................... 35 5.ASPECTOS GEOAMBIENTAIS DA CIDADE DO NATAL .................................... 36 5.1. Geologia ........................................................................................................ 36 5.2. Relevo ........................................................................................................... 37 5.3. Solo ............................................................................................................... 39 5.4. Clima ............................................................................................................. 40 5.5. Vegetação...................................................................................................... 42 6.RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................ 43 6.1. Estudo sobre a modelagem ........................................................................... 43 6.2. Resultado na Parcela Desnudada .................................................................. 45 6.3. Resultado Parcela com Vegetação ................................................................ 49 7.CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 55 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................ 58 16 1.INTRODUÇÃO A erosão dos solos é algo recorrente no cotidiano, fator esse que ocorre não de agora, mas ao longo dos séculos, tendo sido intensificado nas últimas décadas em virtude da intensidade na qual foi se executando a urbanização nas cidades brasileiras, somado a outros efeitos como as práticas de manejo do solo para a produção agrícola, ou mesmo o percurso natural do meio ambiente, fazendo com que a interação desses vetores fomente consideravelmente a elevação dos índices da erosão. Esse processo necessariamente não chega a ser algo padronizado, pois em alguns locais os índices serão altos, já em outros serão baixos, os vetores que influenciaram diretamente na dimensão desse processo são a ação antrópica e a ação da natureza, como exemplo podemos elementar a vegetação, clima e irregulares nos terrenos que individualmente ou em conjunto ditaram o tamanho da escala com o a qual o evento vai acontecer. Tal fenômeno tem ocorrência secular, sendo entremeado pela interação entre o homem e a natureza como enfatiza Silva (1995) afirmando que “desde a antiguidade, o homem desmata, indiscriminadamente, a terra com o objetivo de cultivá-la, visando produzir seu próprio sustento, expondo, desta forma, o solo à ação destrutiva da chuva e do vento quando da utilização de práticas inadequadas”. A junção dos fatores citados anteriormente são elementos controladores do processo erosivo, além dos mencionados previamente, podemos acrescentar o grau de erodibilidade da chuva, as propriedades do solo e a características das encostas como fatores reguladores no processo de transporte de massas. Embora formem uma espécie de rede, necessariamente ambos não precisam agir em conjunto, tendo em sua ação individualizada um efeito considerável na contenção do avanço do transporte da massa. De acordo com Ramalho (2010) “A combinação local desses fatores tem uma relação de sustentabilidade pelo equilíbrio que se estabelece no ambiente natural, onde a vegetação tem papel importante.” No território urbano as alterações são acarretadas pelo impacto no aumento do povoamento e desenvolvimento da infraestrutura, impulsionando uma série de alterações dentro da paisagem, onde aos poucos foi cominando na degradação do 17 meio ambiente, segundo Puskás e Farsang(2009): “A construção de edificações e as demais atividades desenvolvidas nas cidades são responsáveis por todas as alterações ambientais, traduzidas na intensa remoção da cobertura vegetal e na elevada compactação do solo, bem como pela contaminação dos solos”. A temática sobre o processo de erosão nas cidades também é abordado por Freire (2006): Na relação entre a natureza do solo e a urbanização, a natureza do solo se reflete na salubridade das áreas urbanas, na poluição dos cursos d'água e na degradação estética do ambiente. Uma forma de manifestação desta degradação estética do ambiente são os processos erosivos, que se manifestam principalmente na forma de ravinas e voçorocas, que além de contribuir prejudicialmente para a estética do meio ambiente afetam o recurso natural solo, desagregando-o e tornando-o menos fértil. Em áreas urbanas o principal agravante é o planejamento inadequado na execução de obras, principalmente de drenagem. Com o processo de ocupação na área urbana da Grande Natal, conforme Ramalho, (2010), deve ser observada a característica arenosa do solo e outros fatores condicionantes da erosão como o tipo de cobertura vegetal, forma, comprimento e declividade das encostas, impermeabilização do terreno, entre outros que conduzem os diferentes segmentos do escoamento superficial e subsuperficial da água. Neste contexto, de acordo como a mesma autora, a água que escoa ou infiltra- se no solo pode causar formação de ravinas e voçorocas pela remoção de partículas, escavamento e abatimento da superfície do terreno o deixando de certa forma vulnerável e susceptível a degradação. Um exemplo local dessa ação conjunta dos vetores ocorre na cidade de Mossoró/RN que é acometida com sérios problemas ambientais, causados pela ocupação irregular do solo através de construções indevidas que acarretaram na compactação do solo, gerando a perda gradual na infiltração das águas que cominou na instabilidade no abastecimento da água na cidade, uma vez que os aquíferos ficaram sem ter a entrada de água, sendo este um exemplo oriundo da utilização inadequada dos agentes pertencentes ao meio físico. Sendo assim entendemos que o estudo da erosão é de uma considerável amplitude e importância para a sociedade, por estudar como os agentes naturais e antrópicos atuam na degradação das partículas que impulsionam a referida ação de desgaste da superfície, a investigação do desenvolvimento dessas ações torna-se 18 uma forma de prevenção para possíveis desastres ocasionados pela degradação dos solos. Sobre os agentes que compõem a cadeia do processo, Guerra (2006) destaca que a erosão no brasil possui várias formas de expressão na paisagem e inúmeros fatores controladores entre eles o próprio homem, sendo assim se faz necessário um amplo estudo que venha a discutir a conjuntura do processo nessa perspectiva. Polivanov e Barroso (2011) afirmam que: O problema da erosão dos solos vem sendo estudado já algum tempo no brasil onde ele ocorre com grande intensidade em diversas partes do território nacional. Seu estudo tem acontecido tanto no âmbito das universidades como no de outras instituições públicas especializadas no assunto, como a Embrapa. Através dessas pesquisas o problema tem sido melhor conhecido e tem surgido uma sério de tecnologias de prevenção e de combate a erosão. Em vista disto ao longo dos anos inúmeras técnicas foram sendo empregadas e introduzidas afim de estabelecer parâmetros que auxiliassem no entendimento da erosão em suas diversas formas, a movimentação desses fatores na maioria das vezes acontece de forma abstrata onde terá sua ação visível quando a conjuntura se materializa, tornando o desempenho mais amplo. Uma técnica utilizada no entendimento da genética do fenômeno são as parcelas experimentais método elaborado por Guerra (1996) que é um modo de subsidiar os estudos sobre erosão e escoamento superficial. 1.1. Método de parcelas experimentais O método das parcelas experimentais foi desenvolvido por Guerra (1996) afim de investigar a degradação dos solos em sua essência com as devidas particularidades, entretanto com o avanço das tecnologias foram surgindo métodos e formas de investigação e controle precisos, que por vezes trazem as causas, mas não possibilitam um amplo entendimento sobre o efeito dos agentes. Dentro dessa perspectiva achamos por bem adotar um método que viesse nos auxiliares sobre o entendimento do processo de erosão na sua forma genérica e nesse entendimento se resolveu utilizar a técnica de parcelas experimentais proposto por Guerra (1996) na tentativa de trabalhar sistematicamente a junção dos fatores com 19 uma escala pontual que viesse a preencher aquilo que almejávamos, todavia comungando pensamento de Fernandes (2016): Dessa forma, devemos sempre ter em mente que não é a realidade em si que se encontra ali representada no modelo, mas sim a nossa visão do sistema em estudo e a maneira como percebemos e compreendemos essa realidade, o que define uma íntima relação entre o estágio de desenvolvimento da teoria e o poder de aplicação de um determinado modelo. “A erosão causada pela água é a forma mais comum e de maior distribuição espacial na superfície terrestre, apesar de nas cidades não costumar ser a principal forma de degradação ambienta (Hasset e Banwart,1992)”. dentro do balanço hídrico temos o escoamento superficial elemento responsável pelo deslocamento da água pela superfície do solo após o mesmo ficar em estado de saturação. A muito tempo que a problemática e sua ramificação vem sendo discutida dentro da literatura como podemos ver na afirmativa de Coelho Netto (1994): O entendimento da geração e produção do escoamento superficial é importante para a orientação de obras de engenharia como construção de pontes ou represas, é igualmente importante para o manejo e conservação dos solos, na medida em que os fluxos d’agua superficiais podem erodir o topo dos solos e remover os nutrientes básicos para o crescimento de vegetais. Com base em estudos dessa natureza, Silva, Furtado e Ramalho (2012) enfatizam que as parcelas de erosão podem simular condições ambientais que são comuns no campo e nas áreas urbanizadas, tendo em vista que elas permitem observar como ocorrem o escoamento e o transporte de sedimentos, considerando os referidos autores uma possível análise em uma escala maior, visando o caso da cidade de Natal assentada em terrenos com cobertura superficiais de fraca coesão, que sem a vegetação ficam vulneráveis à erosão. (Ramalho, 2007; 2010). Neste sentido os estudos de parcelas experimentais elaborado por Guerra (1994) visa entender de forma sistemática e quantitativa a dinâmica do processo erosivo e como se comporta diante dos cenários apresentados, sobretudo dando ênfase a modelagem matemática apresentada após coleta do material em campo “entendendo que Medições do escoamento superficial no campo são caras e 20 demandam tempo, e isso tem motivado o desenvolvimento e o uso de modelos matemáticos para predizer o escoamento superficial (MA et al., 1998)”. Segundo Bertoni e Lombardi Neto (2009) “O monitoramento das parcelas experimentais possibilita a análise da evolução temporal dos danos provocados, em função das alterações do relevo do solo. Assim, determina-se a profundidade de solo perdida em determinado espaço de tempo”. Com uma metodologia voltada ao trabalho de campo e análises laboratoriais de forma periódica o estudo visa entender o comportamento do solo mediante a ação das águas pluviais, ou seja, identificar até que ponto vai sua estabilidade e inicia seu processo de erodibilidade e como consequência dessa cadeia determinar um modelo matemático que venha a explicar de forma clara e “geográfica” o fenômeno. 1.2. Objetivos e justificativa Considerando os estudos sobre o efeito das águas pluviais, temos como objetivo geral investigar sistematicamente o efeito da pluviosidade no solo exposto, e coberto por vegetação, o método das parcelas experimentais nos proporcionará analisar como vai suceder erosão através do escoamento superficial nas respectivas parcelas com vegetação e sem vegetação, durante o período chuvoso correspondente aos meses de outubro de 2019 a fevereiro de 2020. E os objetivos específicos podemos enumerar o emprego da modelagem analítica, na discussão referente ao movimento dos sedimentos de cada parcela, tornando-se uma ferramenta que auxilia no entendimento da evolução temporal do fenômeno estudado, outra ponto diz respeito acerca da escala empregada se está coerente com o que vamos analisar; Outra questão diz respeito as ações intermediarias que coagirão em cada parcela ,e por fim detectar de que modo a cobertura vegetal vai agir diante do escoamento, e até que ponto ela irá representar- se um agente mitigador no deslocamento dos sedimentos. Visto isso o trabalho se justifica por apresentar uma discussão entre a prática e a teoria a respeito do processo de erosão, analisando como é o seu comportamento nas referidas parcelas, somado a aplicação de métodos matemáticos que auxiliam na análise dos dados referentes ao efeito da pluviosidade no meio ambiente. Dentro do cenário urbano, os estudos sobre a erosão e escoamento superficial são de grande relevância, considerando que o espaço urbano perpassa por um 21 constante estado de mudanças e transformações, fazendo com que estudos e técnicas venham ser empregados afim de identificar possíveis áreas de riscos de eventual desabamento. Para além disso, os estudos das parcelas experimentais também são utilizados em áreas rurais visando estudar os efeitos provocados pela produção agrícola que causam consideráveis degradações no meio ambiente. Nessas áreas as alterações na paisagem são constantes e mais fácil de serem visualizadas. No caso especifico deste estudo foi analisado em um fragmento da área urbana, sendo este um cenário totalmente diferente dos abordados dentro da literatura, possibilitando uma nova forma para se estudar a ocorrência da erosão dentro da conjuntura urbana, onde continuamente se estuda a amplitude por causa dos transtornos, levando minimamente as considerações referentes aos pilares que desencadearam na remoção dos sedimentos. 22 2.FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Dentro da literatura podemos encontrar no trabalho de vários autores (Guerra, 1998; 2006; Guerra, 2015; Ramalho, 1996, 1999, 2003; Bertoni e Lombardi, 1993; Casseti, 1995, entre outros), os componentes que venham acrescentar na discussão levantada no trabalho. Para a melhor compreensão, dividimos em forma de tópicos as vertentes a serem trabalhadas, sendo eles a Erosão, Escoamento Superficial, Cobertura Vegetal, Modelagem Analítica, finalizando com a discussão a respeito do conceito de espaço. Iniciaremos as discussões classificando os diferentes tipos de erosão, entre as quais podemos elementar a erosão hídrica, pluvial e laminar que serão detalhados nas inserções a seguir. 2.1. Erosão Hídrica Podemos classificar a erosão em diferentes tipos, dentre elas a erosão hídrica que é oriunda da ação das águas tanto no âmbito da pluviosidade ou pelo trabalho fluvial, Brito (2012) classifica a erosão hídrica como: Erosão provocada pela ação da água. Ela faz parte do ecossistema e está relacionada com o escoamento superficial, que é uma das fases do ciclo hidrológico, correspondente ao conjunto de águas que, sob a ação da gravidade, movimenta-se na superfície do solo no sentido do seu pendente. A forma e a intensidade da erosão hídrica, embora estejam relacionadas com atributos intrínsecos do solo, são mais influenciadas pelas características das chuvas, da topografia, da cobertura vegetal e do manejo da terra, ocorrendo a interação de todos esses fatores. 2.2. Erosão Pluvial e Laminar Outro exemplo de erosão são a pluvial e laminar, este fenômeno pode ser causado pela ação da água das chuvas que segundo estudos da EMBRAPA (1980): As características das chuvas determinam o seu potencial erosivo, isto é, a capacidade de causar erosão. O potencial erosivo é avaliado em termos de erosividade que é a medida dos efeitos de impacto, salpico e turbulência provocados pela queda das gotas de chuva sobre o solo, combinados com os da enxurrada, que transportam as partículas do solo. 23 Outra forma de ocorrer o transporte se dá pelo processo de erosão laminar ocasionada pelo escoamento superficial fator esse que Brito (2012) descreve na seguinte vertente: Consiste na perda de camada superficial de forma uniforme do solo em terreno com certa declividade. Afeta as partículas liberadas por salpicamento. É um processo pouco aparente, só se identificando pela faixa do solo em que, depois de uma chuva, os elementos grossos na superfície aparecem limpos. Esse tipo de erosão pode ser facilmente eliminado com a utilização de equipamentos agrícolas adequados. Caracteriza-se pela remoção. Além das formas já citadas ocorre também as de forma concentradas que formam os sulcos, ravinas e voçorocas essas por se tratarem de processos mais amplos não terá grande ênfase dentro do discursão do trabalho. Outro ponto a ser discutido para não causar confusão é a diferença entre erosividade e erodibilidade que segundo Silva (2011) o primeiro se refere ao grau de ação do agente erosivo como água ou vento. Enquanto a segunda se atribui a vulnerabilidade do solo perante ao processo de erosão. Os trabalhos científicos sobre erosão dos solos tiveram seu início ainda no século XIX conforme Volk (2006): As primeiras investigações científicas em erosão do solo foram feitas na Alemanha, entre os anos de 1877 e 1895, em pequenas parcelas utilizadas para observações e medições de diversos efeitos relacionadas ao processo erosivo. Em 1923 ocorreu no Estado de Missouri, a primeira publicação de resultados de erosão pluvial do solo em parcelas experimentais de campo. 2.3. Escoamento superficial Dentro do ciclo hidrológico a precipitação em forma de chuva modifica a paisagem, ao ter contato com o solo. Nesse sentido parte desse volume é infiltrado e ao chegar ao seu limite ocasiona o escoamento superficial que por sua vez é definido segunda a EMBRAPA (2004) como: O processo de desagregação da estrutura do solo, produzidos pela gota da chuva, constituem dois principais causadores da erosão pluvial. Esses dois são causas diretas da precipitação pluviométrica que ocorre em um determinado local, assim essa é considerada o elemento do clima mais importante no processo de erosão. 24 Conforme estudado na literatura os processos erosivos são responsáveis pelas constantes mutações nas paisagens os dois modelos apresentados nesse estudo nos auxiliam no entendimento. A cobertura vegetal visa a estabilidade do solo, e o solo desnudado temos como vetores, estudar a permeabilidade e como vai se comportar mediante as ações do tempo, esse entendimento especifico tem grande relevância sobretudo nas atividades industriais e de agriculturas. Guerra (2006) explica que o trabalho realizado pela água das chuvas na superfície do relevo é compreendido por três fases pluvierosão, deplúvio e aplúvio, o trabalho de erosão das chuvas está diretamente ligado à intensidade da chuva, expressa pela quantidade de precipitação em um espaço de tempo. Contudo é importante enfatizar que para o processo erosivo ocorrer, não depende apenas da chuva em si, mas da junção de alguns fatores citados anteriormente e que sistematicamente Volk (2006) discorre “a capacidade da chuva de causar erosão do solo (Erosividade) vai depender de várias das suas características, mas, principalmente, da intensidade, duração e probabilidade de ocorrência ou período de retorno da chuva”, seguindo essa linha e a do pensamento de alguns autores da literatura podemos sintetizar a erosão como sendo um trabalho mecânico de destruição em virtude de sua constância. 2.4. Estudos do solo Aliado aos processos de erosão e escoamento superficial, precisamos introduzir a base conceitual de dois elementos de destaque no trabalho que são o solo e a cobertura vegetal, nos estudos referentes ao solo muitas tem sido as teorias. O desenvolvimento do estudo dos solos como passando por dois estágios, o primeiro muitos séculos atrás em que referência as práticas agrícolas são encontradas na literatura de antigos povos, muitas vezes com sentido religioso, o segundo refere-se há tempos mais recentes dos últimos dois séculos fundamentada na aplicação do método cientifico. (Lepsch,2011, p.21) 25 Sendo assim é importante fazer uma pequena classificação referente a diferença entre solo, pedologia e ciência do solo o próprio Lepsch (2011) aborda sistematicamente cada um dos elementos classificados abaixo: Solo: O material mineral ou orgânico inconsolidado sob a superfície da terra a qual durante certo tempo sofreu influência de fatores genéticos e ambientais do clima e de macro e micro organismos sendo condicionado pelo relevo. Pedologia: Parte da ciência do solo que trata da origem, morfologia mapeamento e classificação. Ciência do solo: ciência que considera o solo como recurso natural da superfície da terra, incluindo modo de formação, classificação, mapeamento, propriedade física, química, biológicas e fertilidade além disso estuda essas propriedades em relação ao uso de manejo dos solos. 2.5. Cobertura Vegetal Referente a cobertura vegetal mais precisamente a gramínea que é o tipo de vegetação encontrada na área que o trabalho foi desenvolvido, temos uma certa escassez na literatura sendo assim vamos enfatizar o papel da cobertura vegetal no controle do processo erosivo Brito (2012) afirma que: A cobertura vegetal funciona como uma defesa natural para os vários tipos de solo existentes. Sua existência normalmente determina condições que favorecem a infiltração e a evapotranspiração, reduzindo assim o volume de água escoada superficialmente e consequentemente a ação erosiva da água. Dentro do mesmo raciocínio Guerra (2006) argumenta que o “aumento da cobertura vegetal do solo implica em maior proteção contra o impacto da gota de chuva, permitindo melhor estruturação do solo em função do papel agregador da matéria orgânica a ele incorporado, reduzindo o escoamento superficial”. Nishyama (1995) destaca que com a remoção da vegetação nativa, a substituição por outro tipo de cobertura não apresentará a mesma eficiência na prevenção dos processos erosivos, podendo ainda, favorecer o desenvolvimento do mesmo. Ainda sobre a discursão Bertoni e Lombardi Neto (1993) classificam as ações benéficas da cobertura vegetal na proteção do solo da seguinte forma: 26 a) proteção direta contra o impacto das gotas de chuva; b) dispersão da água, interceptando-a e evaporando-a antes que atinja o solo; c) decomposição das raízes das plantas que, formando pequenos canais no solo, aumentam a infiltração da água; d) melhoramento da estrutura do solo pela adição de matéria orgânica, aumentando assim sua capacidade de retenção de água; e) diminuição da velocidade de escoamento da enxurrada pelo aumento do atrito na superfície. Ainda dentro dessa discussão Guerra (2006) faz um agrupamento dos vetores que agem dentro do ciclo hidrológico e sintetiza da seguinte forma: a cobertura vegetal (densidade) é fator importante na remoção de sedimentos, no escoamento superficial e na perda de solo. O tipo e percentagem da cobertura vegetal podem reduzir os efeitos dos fatores erosivos naturais. Ela pode reduzir a quantidade de energia que chega ao solo durante uma chuva e, dessa forma, minimiza os impactos das gotas, diminuindo a formação de crostas no solo, reduzindo a erosão. A cobertura vegetal tem papel importante também na infiltração de água no solo. 2.6. Modelagem Analítica Sendo assim vamos somar todos esses vetores a outro elemento do trabalho que é a modelagem analítica na qual segundo Harvey (1969) “A definição de modelo pode também contemplar a sua relação com a teoria, uma vez que é uma formalização e/ou uma estruturação simplificada de uma teoria que pode, por sua vez, ser representada por um ou mais modelos, permitindo a manipulação de deduções complexas”. A modelagem vem sendo empregado dentro da geografia conforme Christofoletti (1982) da seguinte maneira: Como ferramenta de análise nos diferentes campos da geografia física. Mais do que um objetivo final, ou seja, o de desenvolver modelos em si, na geografia física estes representam, em geral, instrumentos na busca de previsões de comportamentos, seja de cenários futuros ou pretéritos, nas mais variadas escalas espaciais e temporais. A utilização das modelagens nos trabalhos de geografia física vem sendo utilizados conforme Fernandes (2016): 27 Por nos deparamos com várias limitações nas mensurações, monitoramentos e experimentos de campo, as quais podem estar associadas, por exemplo, às escalas espaciais e/ou temporais utilizadas, aos custos envolvidos, a problemas de acesso, que fazem com que os modelos possam ser usados como complementos nessas investigações. Na geografia física podemos empregar três tipos distintos de modelos, sendo eles o de predição que em resumo se volta para estudar previsão de determinados fenômenos, o de retrodição que podem ser aplicados numa simulação de uma determinada situação que não mais exista, e um terceiro modelo é o de teste de hipóteses que segundo Lawler e Fairchild (2010) os modelos representam ferramentas que nos ajudam a avançar na compreensão do funcionamento de um certo sistema. Todavia a modelagem em geografia física é algo ainda confuso de se entender, tendo em vista a escassez de trabalhos e de novas metodologias aplicadas aos estudos dos fenômenos. Uma das grandes obras referente a modelagem se encontram nos estudos de Chorley e Haggett (1967) onde eles dividem modelos matemáticos em três tipos sendo eles empíricos, determinísticos e estocásticos. Dentre esses modelos matemáticos utilizamos de maneira empírica equações, visando interligar a dualidade entre a geografia e a matemática. A comprovação cientifica do método aplicado, dado que essa interlocução metodológica é um dos grandes problemas encontrados nos trabalhos sobre modelagem e na geografia física como um todo identificado por Fernandes (2016): Um desafio, diretamente associado aos procedimentos de metodologia científica, refere-se à necessidade de uma maior reflexão teórica por parte daqueles que usam, ou pretendem usar modelos. Para o usuário comum da geografia física, o desenvolvimento do modelo, ou mesmo o seu uso, não representa a etapa final do trabalho, mas sim uma ferramenta auxiliar para se alcançar os objetivos da pesquisa. No entanto, observa-se uma falta de interesse em tentar compreender como o modelo escolhido funciona, ou seja, como ele se propõe a simular o fenômeno, quais as suas hipóteses e o significado delas em termos da interpretação dos resultados alcançados. Com frequência, observamos usuários que se limitam a rodar o modelo e a apresentar os resultados, sem desenvolver uma discussão mais profunda sobre o significado científico deles. Paralelamente, para que o usuário consiga tirar o máximo proveito da ferramenta modelagem é necessário que ele adquira uma visão crítica do modelo em uso, conhecendo no detalhe suas bases conceituais, as escalas espaciais e temporais mais adequadas para a sua implementação, os parâmetros e variáveis que são mais relevantes, assim como as suas principais potencialidades e limitações. 28 Sendo assim encontramos um grande desafio a ser desbravado no desenrolar do trabalho que é manter o olhar e a base geográfica em meio a computação e tabulação dos dados. Por se tratar de um método de fácil investigação tendemos agir no automático sem expender a discussão para os parâmetros geográficos. Nesse caso, cabe ter consciência de que “a prática na teoria é outra” (Silva,2019) sendo esse o sentimento que nos levar a investigar o fenômeno e sua ramificação dentro do meio ambiente. 2.7. Espaço Toda essa conjuntura vai resultar em um sistema integrado no qual atuam, em diferentes escalas dentro do espaço geográfico, que por sua vez pode ser entendido sinteticamente como sendo a categoria geográfica na qual está inserido todo dinamismo social, econômico e ambiental. Essa categoria é uma das mais abrangentes dentro dos conceitos chaves da ciência geográfica encabeçando discussões em vários parâmetros que resultam na interação das demais categorias interiorizadas em sua área. Santos (1985) define o espaço como “uma realidade objetiva, um produto social em permanente processo de transformação”. Dentro de um raciocínio semelhante Isnard (1978) define o espaço como sendo “um todo que estabelece necessariamente uma coerência sem rigidez na maioria das vezes o espaço geográfico se abre para o exterior e se articulam entre si segundo os processos de organização”. Santos (1985) em seus estudos enumerou elementos que auxiliam no entendimento da conjuntura que forma o espaço, dentre os quais podemos destacar dentro da discussão o Homem, infraestrutura e meio ecológico. Nessa circunstância o homem seria o agente modelador, a infraestrutura diz respeito as obras e o meio ecológico segundo Santos (1985) seria: O meio modificado já é o meio modificado e cada vez mais é meio técnico. Dessa forma o que em realidade se dá é um acréscimo ao meio de novas obras dos homens, a criação de um novo meio a partir daquele que já existia: o que se costuma chamar de natureza primeira, como sinônimo de “natureza natural”, só existiu até o momento imediatamente anterior aquele em que o homem se transformou em um homem social, através da produção social, a partir desse momento tudo o que consideramos como natureza primeira já foi transformado. 29 Desse modo; os estudos sobre o espaço têm uma ampla conotação dentro dos estudos da geografia, tendo em vista que através de suas categorias de analises torna-se possível desenvolver um amplo entendimento a respeito não apenas dos estudos sociais bem como os de âmbito ambiental, assim, referente a essa interação Santos (1985) aborda da seguinte forma: O estudo das interações entre os diversos elementos do espaço é um dado fundamental na análise, na medida em que a função é ação, a interação supõe interdependência funcional entre os elementos e através do estudo das interações recuperamos a totalidade, isto é, a totalidade como um todo. De modo que, estudar o espaço faz com que se amarre uma serie de circunstancias que facilitam o melhor entendimento das transformações em determinado local. Assim, dentro dos nossos estudos temos a junção de alguns fatores como as edificações, retirada da vegetação que não apenas formam como modelam o espaço geográfico. 2.8. Escala Outra ferramenta utilizada na análise e discussão do trabalho foi utilizando as escalas como forma de interpretar de maneira ampla os resultados obtidos, dessa forma é importante diferenciar a escala cartográfica da geográfica, enquanto a primeira difere na modalidade quantitativa retendo-se a encontrar a melhor forma de representar a delimitação estudada, a segunda corresponde a maneira qualitativa da analise ou seja abrangendo de forma mais eficaz a área estudada. Conforme Marques (2009) “a escala como medição/cálculo ou como recortes do território é um conceito muito importante. Não há leitura em um mapa sem determinação da escala, assim como não há análise de fenômenos sem que seja esclarecida a escala geográfica adotada”. Dentro dessa prerrogativa Menezes e Coelho Netto(2002) acrescentam que “O entendimento e uso correto da escala são fundamentais em pesquisas geográficas, cartográficas e ambientais, ou em todas aquelas que se realizem sobre o espaço geográfico no qual ocorrem os fenômenos”, a discussão sobre os parâmetros abordados dentro dos estudos sobre escala são dissertados nos estudos de 30 Silveira(2004) que traz uma pequena observação sobre os aspectos investigados em uma análise da escala de dado fenômeno: Forma, tamanho, desenho são atributos de uma geometria do espaço. Tempo e forma constituem dados de um processo, frutíferos para a construção de novos conceitos. A funcionalização dos eventos cria e recria formas materiais. Trata-se, desse modo, de captar a vida nas formas, um enfoque que possa ser, a um só tempo, genético, morfológico e dialético porque movimento é um outro nome para a contradição. O resultado é um contínuo fazer e refazer de formas e limites. Milton Santos (1991) traz um entendimento de que “a escala, entendida como extensão da organização dos fenômenos ou como um dado da organização, vem depois e constitui, assim, uma manifestação do conjunto indissociável de sistemas de objetos e sistemas de ações que forma o espaço”, de modo que o entendimento da escala é imprescindível para uma boa desenvoltura dos estudos geográficos. A validação do trabalho dependerá da maneira com a qual for empregada a escala geográfica. Pois o método utiliza-se da escala para determinar o resultado da junção comportamental dos vetores investigados dentro da análise quantitativa e qualitativa dos dados obtidos através do trabalho de campo, uma vez não sendo utilizada adequadamente o trabalho perde a validade. 31 3.PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS O trabalho teve um cunho teórico experimental onde inicialmente foi feito uma pesquisa bibliográfica em busca de referencial teórico, para posteriormente definir os parâmetros a serem abordados no trabalho. Passado esse primeiro momento foi definido que seria utilizada a estação experimental que anteriormente já havia sido montada nas dependências da estação climatológica da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como pode ser observado na Figura 01. Figura 01 - Vista longitudinal da Estação Experimental do Laboratório de Climatologia da UFRN. Autor: acervo pessoal. De acordo com a metodologia proposta por Guerra & Cunha (1996), as parcelas foram elaboradas com 1 metro de largura por 5 metros de comprimento e uma inclinação de 3°, delimitadas por telhas Brasilit e paredes de tijolos. O escoamento superficial é coletado por uma calha de captação posicionada na parte inferior de cada parcela. Este material coletado pela calha é conduzido por canos e armazenado por tambores com capacidade para até 30 litros, segundo Bracken e kirtib,2005, e Parsons et al., 1997: A geração de escoamento e a erosão do solo são processos mutualmente relacionados, o monitoramento desses processos em parcelas experimentais permite uma análise detalhada dos mecanismos em áreas pequenas e contribui para análise dos processos em escala pequena. 32 . Em seguida foi feito um estudo sobre os índices pluviométricos e de temperatura da cidade com base em um diagrama de Guassem onde pudemos escrutinar o histórico de chuvas na cidade do Natal em uma escala temporal de mais de trinta anos, evidencia-se que ao longo desse tempo apresentou grande variedade no que diz respeito aos denominados picos de chuvas e a temperatura. Inicialmente tínhamos a pretensão de aplicar o método de estudo e trabalho de campo durante de doze meses, entre outubro de 2019 a outubro de 2020 afim de se ter um maior parâmetro da magnitude a ser analisada e descrita. Entretanto com o advento pandemia da covid-19 os trabalhos tiveram que passar por uma adaptação atrelando-se a um viés qualitativo, sendo desenvolvido a partir dos dados coletado no transcorrer dos primeiros cinco meses pré-pandemia, englobando os estudos a uma escala pequena onde foi possível investigar as variáveis apresentadas de forma pontual e concreta. O trabalho foi dividido em três partes sendo elas a coleta do material, análise laboratorial e trabalho de gabinete. Do mês de outubro de 2019 até início de março do ano de 2020, semanalmente foram realizadas visitas a estação climatológica para coletar dados pluviométricos e em seguida vistoria nos galões afins de verificar se tinha material a ser recolhido para ser executado o balanço. Foi possível observar dentro desse espaço de tempo a evolução do processo de erosão, levando em consideração que o decurso do trabalho foi preconizado por dois estiagem quase que total entre os meses de outubro e novembro, sucedido de aproximadamente oitenta dias de intensas precipitações compreendendo os meses de dezembro e fevereiro com as famosas chuvas de verão. Uma vez tendo material para ser extraído, executava-se a coleta do volume de água de cada parcela seguido da filtragem por intermédio da decantação, separando os sedimentos da água, posteriormente a secagem e pesagem, concluindo essa seção tabulando os resultados em planilhas e aplicando a equação originária da fundamentação analítica proposta por Pinese Júnior et al (2008), metodologia essa que estima a quantidade de sedimentos por área unitária, dado por: 33 S. F 𝑀 = 𝐴. 𝐶 Onde: M – Relação de sedimento transportado por metro Quadrado (g/m²) S – Total de sedimentos transportados por parcela (g) f – Total de escoamento superficial por parcela (L) a – Área da parcela experimental (m²) c – Quantidade de amostra coletada (L) A área de cada parcela compreende a 5 m² e a amostra coletada foi fixada em com o volume de 1 litro, tendo sido coletado um valor menor quando o escoamento não atingiu o valor de referência. A partir desses dados os sedimentos escoados foram sendo calculados e tabulados em uma planilha no software Excel, onde posteriormente foi introduzido um diagrama que melhor se ajustasse com os dados tabulados. Concluindo essa primeira etapa com o trabalho de gabinete utilizando o software Excel, aplicando nas planilhas o resultado final das equações, no final foram empregados em diferentes gráficos com diferentes linhas de tendência, afim de reconhecer a que melhor se encaixava dentro dos parâmetros demandados. Visto isso foi feito uma investigação e acareação dos resultados, a fim de entender o percurso da curva e justificar sistematicamente, visto que não são os dados por si, e sim toda uma conjuntura geográfica a ser discorrido Fernandes(2016) alerta que; Durante o processo de modelagem, necessariamente, são feitas diversas hipóteses simplificadoras. Nessa etapa temos que evitar a inclusão de detalhes considerados “supérfluos”, o que levaria a um aumento no gasto computacional que, em situações extremas, poderia até mesmo impedir a implementação numérica do modelo. Por outro lado, temos que evitar a exclusão de detalhes importantes, ou mesmo fundamentais, o que levaria à obtenção de soluções inadequadas do modelo. 34 De maneira geral a modelagem analítica é uma importante ferramenta de auxilio nos estudos geográfico, por vezes foi escanteado mais outrora vem ganhando cada vez mais notoriedade dentro dos estudos, sobretudo na geografia física, a cada dia surgem novas formas de estudar os aspectos físicos e ambientais, costumeiramente emprega-se a matemática nos estudos da geografia humana especialmente a estatística, entretanto a contribuição vai bem mais além desse parâmetro. 35 4.CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA A área de estudo está localizado nas dependências da estação climatológica situado no campus central da UFRN no bairro de lagoa nova zona sul da cidade do Natal/RN, como mencionado acima os estudos se desenvolveram no perímetro urbano, perímetro esse situado em uma região com amplo movimento de fluxo,no qual passou por constantes mudanças nos últimos cinquenta anos, o próprio campus universitário nos últimos anos foi passando por constantes obras de infraestrutura acarretando em mudanças na localidade que tange tanto o aspecto social quanto o ambiental. Figura 02 - Mapa da localização da área de trabalho. Autor: Allan Fernandes (2021). 36 5.ASPECTOS GEOAMBIENTAIS DA CIDADE DO NATAL 5.1. Geologia Natal está inserida na formação geológica do grupo barreiras que segundo Santos (2008) são encontrados com mais frequência nas proximidades do litoral caracterizado como Rocha sedimentar que apresenta sedimentos de areia, silte, argila, conglomerados e seixos arredondados de quartzo e limonita. MABESOONE et. al. (1978) elucida que: A cobertura sedimentar cenozóica, denominada grupo Barreiras é constituída por clásticos areno-argilosos, com seixos de quartzo e limonita, granulometricamente mal selecionados e afossilíferas de ambiente fluvial. Apresentam um certo grau de compactação e oxidação, os quais tendem a aumentar nas proximidades do litoral, formando “couraças” ferruginosas. A Formação Barreiras repousa sobre embasamento cristalino pré-cambriano ou sobre depósitos cretácicos, sendo composto por sedimentos arenosos variegados com fácies argilosas e linhas de seixos arredondados que evidenciam a atuação erosiva pretérita. Seguindo essa narrativa Nunes (2000) acrescenta algumas peculiaridades encontradas formação barreiras: Capeando a Formação Barreiras encontram-se sedimentos arenosos com pouca argila, friáveis, permeáveis e espessos, de coloração amarelo avermelhada, as quais chegam ao litoral nas falésias, sendo denominados de cobertura de alteração intempérica latossolizada e cobertura de alteração intempérica arenosa quartzosa. Esta unidade tem origem certamente da dissipação dos campos dunares, através da mistura de material eólico com outros da formação subjacente. A seguir se encontra o mapa correspondendo a espacialidade dos diferentes tipos de formação geológica no território da cidade. 37 Figura 03 - Mapa geológico da cidade do Natal. Autor: Allan Fernandes (2021); 5.2. Relevo A cidade se localiza em uma região formada por planícies costeiras, tendo uma certa ondulação em decorrência das dunas que circundam a cidade. Segundo dados do PDITS (2013) suas feições se restringem a terrenos planos, suavemente ondulados, não ultrapassando 100 metros de altitude. O relevo pode ser classificado segundo dois tipos principais de feições: tabuleiro e planície costeira. Ainda segundo Nunes (1996): O relevo de planície sedimentar em Domínio Geoambiental Litorâneo-eólico, apresenta-se suavemente ondulado a ondulado, devido a predominância de dunas que cobrem grande parte da cidade. As mesmas são alongadas e paralelos (longitudinais), dispostos segundo a orientação SE - NW conforme a direção predominante dos ventos atuais, e elevam-se até 60m de altura são fixas ou móveis, de constituição de areias quartzosas marinhas, de cores brancas, amareladas e avermelhadas, resultante de gerações diversas. 38 Figura 04 - Mapa geomorfológico da cidade do Natal. Autor: Allan Fernandes (2021). Conforme os estudos de Medeiros (2001) “as Dunas costeiras existentes no município de Natal, têm no clima seu controle mais importante, além da variação do nível do mar e do comportamento dos ventos alísios. Os Campos de Dunas costeiras ativas estão presentes somente naqueles trechos onde ocorrem, pelo menos, quatro meses de seca consecutivos durante o ano”. Na figura 05 é possível observar essa espacialização da topografia na cidade, de acordo com Ramalho, Fernandes e Sousa (2011) as dunas vegetadas são importantes para o ambiente da cidade, bem como para o conforto térmico. A perda da vegetação expõe a superfície arenosa que fica vulnerável à erosão. 39 Figura 05 - Perfil topográfico da cidade do Natal/RN. Autor: Allan Fernandes (2021). 5.3. Solo As bases geológicas de natal são originaria de uma rede sedimentar, os nossos solos são relativamente novos, originaram-se das dunas conforme os estudos de Nunes (2000) a formação dos solos em Natal se dá pelas “areias quartzosas marinhas (areia de dunas), solo aluvial (solo de várzea), solo glei (solo de paúl), e solo de mangue. O segundo, trata-se do grupo Barreiras que está relacionado com as planícies sedimentares costeiras (tabuleiros), e formam os latossolos amarelos (solo de tabuleiro)”. Assim sendo predomina em Natal os neossolos que caracterizados por serem arenosos, ou seja, tendo em sua composição uma ampla parcela de areia, além de serem hidro mórficos que variam entre ácidos e alcalinos sendo excessivamente drenados. Ainda segundo Nunes (2000): Os solos da Região Metropolitana de Natal são oriundos dos períodos Quaternário e Terciário na escala geológica. No caso específico de Natal, os solos do Quaternário são de formação mais recente e encontrados, principalmente, sobre as formações dunares, recebendo a denominação de Areias Quartzosas Marinhas, por terem sido transportados do oceano para o continente por efeito da atuação dos ventos. 40 Figura 06 - Mapa dos solos da cidade do Natal. Autor Allan Anderson Mais na frente o mesmo autor vai ratificar seu raciocínio aprimorando de forma mais detalhada e precisa os aspectos que difere sobre a dinâmica do solo na cidade do Natal/RN, segundo Nunes (2006): Os solos encontrados em Natal possuem a característica peculiar de serem em sua maioria profundos, possuindo espessura superior aos 2 metros. Além disso, observa-se que os solos de Natal, em sua maioria, apresentam um aspecto textural mais arenoso do que argiloso, principalmente, nas primeiras camadas do perfil. Entretanto, graças ao efeito da lixiviação ocasionada pela água das chuvas, estes solos vão, gradualmente, apresentando um material de granulometria média a fina nas camadas mais profundas com forte teor de argila. Solos com essas características, associados à estrutura geológica local e a geomorfologia predominantemente plana da cidade, favorecem a infiltração e consequente armazenamento de água em subsuperfície. 5.4. Clima O clima da cidade é o tropical úmido caracterizado pela alta temperatura e pelo alto teor de umidade, segundo estudos elaborados para o PDITS: 41 O clima que abrange o município de Natal é o Tropical Litorâneo Úmido. A massa de ar que influencia diretamente a sua configuração climática é a Massa Tropical Atlântica (mTa), que por ser quente e úmida culmina em temperaturas médias de 26º, e na umidade relativa do ar de 76%. A média de precipitação pluviométrica segundo a estação meteorológica de Natal varia em torno de 1.500 mm/ano, com chuvas concentradas entre fevereiro e julho, e 2.700 horas de insolação por ano. Conforme os estudos de Nunes (2000), “O clima da região litorânea é classificado como As’ de acordo com o sistema de Köppen, tropical chuvoso com verão seco, com precipitação pluviométrica em torno de 1.500 mm anuais, e as temperaturas máxima e mínima estão compreendidas entre 30 ºC e 24 ºC” tendo o período com altos níveis de precipitação concentrado entre os meses de março-julho e um período de baixos índices entre setembro-novembro. Durante esse período entre março e julho Natal é acometida pela ação de dois agentes sinóticos sendo eles a Zona de Convergência Intertropical – ZCIT que inicia sua ação no fim do verão perdurando durante todo o outono, que em sequência cederá lugar a outro evento sinótico que são as Ondas de Leste, que atuam durante o período de inverno , a atuação desses agentes pode ser observado na figura 07 com diagrama de diagrama de Guassem que aborda as médias pluviométricas e de temperaturas na cidade. Figura 07- Diagrama de Guassem com os dados climatológicos da cidade do Natal. 42 Outro importante agente pertencente a dinâmica climática são os ventos conforme (Barros et al 2013), “Os ventos que sopram em Natal são 86% de sudeste com pouca intensidade numa média de 4,4m/s, porém contínuos, qualificados como os ventos Alísios de sudeste, o que proporcionam condições agradáveis na qualidade de vida da população”. Dentro dessa conjuntura é importante frisar o papel modelador que o vento desempenha dentro da paisagem, influenciando nas diversas mutações morfológicas, sobretudo no caso especifico de natal e litoral que são cercadas por áreas dunares fomentando o processo de mutação e erosão; para além vale pontuar que Natal geograficamente é privilegiada por sua posição geográfica que faz com que se tenha uma constância na produção dos ventos, sendo conhecida como a cidade que mais venta no Brasil. 5.5. Vegetação Quanto à vegetação, a formação característica do município de Natal é a Mata Atlântica, presente também em toda a zona úmida do litoral leste do Rio Grande do Norte. A mata Atlântica se apresenta em Natal sob três principais formas: Floresta de Tabuleiro, Mangue e Vegetação de Dunas e Restingas. A vegetação restinga é um importante agente para conter o avanço das dunas, tendo sua atividade desenvolvida através de suas raízes tornando o ambiente instável sem grandes alterações. Percebemos esse desempenho de forma clara ao observar a área pertencente ao parque das dunas que tem pouca modificação, mesmo estando vulnerável a ação dos ventos e antrópica, de modo que a restinga atua para conter embora que parcialmente o avanço da areia. 43 6.RESULTADOS E DISCUSSÃO 6.1. Estudo sobre a modelagem Os resultados dos sedimentos foram modelados pelos métodos polinomial, exponencial e potencial. A Tabela 02 apresenta os modelos de sedimentos (Y) em função da precipitação (X), bem como seu Coeficiente de Explicação (R2). Modelo Equação R2 Polinomial Y = 2*10-6X4 - 0,0004X3 + 0,0261X2 - 0,9998 0,3072X Exponencial Y = e0,0325X 0,6976 Potencial Y = 0,1354X1,1395 0,9359 Tabela 01 – Sumarização dos modelos de sedimentos por precipitação pesquisados e implementados para a cidade de Natal/RN. A modelagem polinomial melhor se adequou ao comportamento dinâmico dos sedimentos frente a quantidade de precipitação, pois apresentou um Coeficiente de Explicação ou Determinação (R2) de 0,9998, segundo Pearson tem-se uma forte correlação, sendo útil para analisar quantidade de sedimentos dependente apenas da precipitação. O Fato é que se comprova, o sistema polinomial apresenta melhor forma de empregar modelagem analítica no estudo da erosão nas parcelas experimentais. Observando as Figuras 08, 09 e 10 vê-se que a os o peso dos sedimentos transportados começaram a ser mais expressivos quando a precipitação ultrapassa 40 mm/dia, entretanto com valores de precipitação acima de 90mm/dia a situação se torna inquietante acarretando em uma investigação mais afundo sobre os fatores condicionantes desse sistema. 44 Figura 08 - Modelagem dos sedimentos pelo método polinomial. Figura 09 – Modelagem dos sedimentos pelo método exponencial. Figura 10 - Modelagem dos sedimentos pelo método potencial. 45 Como pode ser observado tanto a figura 08(Pag.42) como na figura 09(Pag. 42) a linha de tendência não se apresenta como o melhor modelo para o entendimento sintético do sistema representado. A Tabela 02 mostra a quantidade de sedimentos em quilograma por hectare (Kg/ha) ou em tonelada por hectare (t/ha) e estimados pelo modelo polinomial considerando vários valores de precipitação diária: Precipitação (mm/dia) Sedimento (Kg/ha) Sedimento (t/ha) 40 90 0,09 60 110 0,11 80 130 0,13 100 150 0,15 120 400 0,40 140 1000 1,00 Tabela 02 – Estimação de sedimentos em uma área de um hectare pelo modelo polinomial para a cidade de Natal/RN. 6.2. Resultado na Parcela Desnudada Considerando os parâmetros apresentados e discutidos, em seguida serão apresentados as tabelas e gráficos com o resultado parcial das coletas realizadas em campo, em que vão ser devidamente elementadas e quantificadas de acordo com os procedimentos metodológicos adotados, a priori serão introduzidos os dados da parcela desnudada com o solo exposto e posteriormente os dados da parcela com vegetação. 46 Prec(mm) Sed(g/m^2) Sed_mod(g/m^2) 16,9 0 3,7 0,4 0 0,0 1,3 0 0,0 0 0 0,0 2,1 0 0,0 15,8 0 0,0 1,7 0 0,0 0,4 0 0,0 90,6 13 15,7 136 86 82,2 52,7 11 4,9 Tabela 03 - Quantificação dos sedimentos da parcela desnudada. A parcela com o solo desnudado, é um importante elemento a ser estudado devido sua vulnerabilidade em relação a parcela com vegetação. Por Natal se localizar em cima de dunas, a drenagem transcorre rapidamente, podemos assim entender o solo sendo uma espécie de esponja que suga a água proveniente das chuvas e ao saturar dilata, sucedendo-se do escoamento superficial ou mesmo pontos de alagamentos. Não obstante dessa perspectiva Silva (2011, pag43) argumenta que “Nas áreas urbanas consolidadas não se pode dizer que existe o solo propriamente dito pois aterros, decapeamentos e a impermeabilização do solo são tão fortes que descaracterizam aquilo que se convencionou a chamar de solo”. Sendo assim muitos foram os processos no solo através da ação das águas. Há de se pontuar que durante os primeiros 80 dias de trabalho de campo não se teve coleta em virtude das precipitações terem sido mínimas, como analisado no diagrama ombrotérmico historicamente no último trimestre do ano, correspondente aos meses de outubro a dezembro se tem os índices pluviométricos mais baixos na cidade, sendo assim não se teve escoamento, muito menos infiltração, o máximo que aconteceu foi a umidificação do solo. Ao analisar o resultado se constatou a ampla capacidade de infiltração que o solo tem, chegando a uma estimativa de 99.9% de infiltração, contudo é importar frisar 47 que do mesmo modo que o solo é ágil na infiltração, também é ágil na secagem; Eis outra importante variável, a rapidez com a qual o solo fica seco, observando que bastou um pequeno tempo de estiagem para que o solo retese a infiltração total do volume pluviométrico; Coelho Netto (1994) “Explica que os solos definem as quantidades de chuvas que infiltram ou que excedem para escoar na superfície do terreno”. De forma que concluímos a investigação compreendendo que o solo pertencente a parcela desnudada é vulnerável ao volume de chuva, pois ao ser exposto continuamente ao volume de chuvas, a massa de sedimentos foi crescendo gradativamente como pode ser observado na figura 11, que em larga escala pode acarretar em situações mais drásticas, tendo grande probabilidade de ocorrer deslizamento e deslocamentos de massa a depender da declividade do local. Contudo, eventos pluviométricos dessa magnitude são raros de acontecer na cidade do Natal/RN, diante disso tende-se a ter uma estabilidade na umidade do solo, fazendo com que o estudo empregado evidencie o comportamento da drenagem e infiltração do solo perante a incidência de captação de águas. Levando em consideração que o solo estando umedecido favorece a incidência do escoamento superficial. Baseado na modelagem analítica observamos na figura 11 que o comportamento do solo perante a incidência das chuvas através da linha de tendência polinomial, que nos traz um panorama a respeito dessa atividade destrutiva das águas na superfície dos solos. 100 90 y = 9E-05x3 - 0,0112x2 + 0,4432x - 1,0328 80 R² = 0,9882 70 60 Série1 50 Polinomial (Série1) 40 30 Polinomial (Série1) 20 10 0 -10 0 50 100 150 Figura 11 - Modelagem dos sedimentos pelo método polinomial 48 Vejamos que a curva seguia uma linha estável do que tange ao transporte de sedimentos, com pouca oscilação na maior parte do percurso, ao final teve-se uma alavancada em decorrência do estado de saturação do solo, o que acarretou em aumento no escoamento acompanhado do carregamento. A discussão entorno dessa progressão nos remete a estudar em um primeiro momento a correlação entre infiltração e intensidade das chuvas e dentro dessa conjuntura os estudos de Horton (19--, Pag. 149) vai nos dizer que: A relação entre a intensidade das chuvas e a capacidade de infiltração define a quantidade de água que infiltra, quando a intensidade da chuva é menor que a capacidade de infiltração a taxa de infiltração é igual ao volume da chuva, porém quando a intensidade da chuva ultrapassar a capacidade de infiltração o solo absorve parte da água de acordo com sua capacidade e o excedente de precipitação, após preencher as micro depressões do terreno escoa sobre a superfície em direção ao canal. Coelho Netto (19--) em seus estudos ressalta que “Os solos definem as quantidades de chuvas que infiltram ou que excedem para escoar na superfície do terreno.” Já Pinese Júnior e Cruz (2008) explanam: a descompactação do solo que pode ocasionar maior transporte de sedimentos, pois a ação do splash é maior e o material fica mais facilmente transportável. Entretanto, o solo exposto, com o passar do tempo, sofre a selagem de seus poros, o que dificulta a infiltração da água das chuvas e provoca escoamento superficial com maior poder de transporte de sedimentos, devido à sua energia cinética. Essa discussão abordada por Pinese Júnior e Cruz (2008) é bastante pertinente dentro do trabalho, considerando que no primeiro momento eles falam sobre a descompactação do solo, o local de coleta se localiza no perímetro urbano da cidade, fator esse que impulsiona a evolução do processo. Além do que no perímetro urbano tudo se encontra em um constante estado de mudança, tornando difícil falar de estabilidade, o próprio local onde foi realizado a coleta é oriundo do processo de evolução morfológica, tendo um continuo processo de descompactação dos solos. No estudo adotamos uma escala mais pontual, que visava entender o processo em sua forma genérica e sistemática para poder identificar o comportamento diante dos cenários empregados e posteriormente projetar ou estimar como se daria o 49 procedimento em um cenário mais amplo, a metodologia das parcelas visa entender o processo de forma simplificada. Partindo para uma escala mais ampla dentro da realidade urbana de Natal/RN, esse sistema pode ser entendido e visualizado na incidência de precipitações pluviométricas de grau mais elevados, onde são comuns os pontos de alagamentos, acrescentado a áreas de deslizamento e de abertura de crateras causadas na maioria das vezes em virtude de a cidade ter sua terraplanagem áspera devido sua bacia sedimentar o que torna o ambiente bastante instável. Diante desses parâmetros, os resultados estimados dos sedimentos mostram que há fortes condições de erosão em Natal/RN, pois genericamente Natal foi construída sobre neossolos em especial os de areia quartzosas, associado a altos valores de precipitação, notadamente entre os meses de março a julho por ser um período sazonal de maiores valores de precipitação. Se em entre dezembro e fevereiro tivemos um resultado considerável, a projeção para o trimestre seguinte entre abril e junho era de aumentar gradualmente a incidência de transportes de sedimentos através do escoamento. 6.3. Resultado Parcela com Vegetação Referente à cobertura vegetal muitos são os vetores a serem discutidos e analisados, pela inviabilidade de acompanhar de uma forma mais ampla como seria a curva do escoamento superficial, temos que nos reter ao papel de proteção que a vegetação faz ao prender os sedimentos que se desprendem do solo, mesmo em pouco tempo é possível constatar que tanto em uma escala pequena quanto ampla o papel desempenhado por ela seria essencial para controlar a ação da erosão e escoamento superficial Pinese Júnior(2008) nos seus estudos ressaltou que; Os resultados sobre a influência da cobertura vegetal na proteção do solo contra a erosão pluvial comprovaram a importância das gramíneas e principalmente das florestas na proteção do solo garantindo a interceptação das chuvas, infiltração e a diminuição do escoamento superficial. As áreas de plantio garantiram uma proteção inicial, formando uma “barreira” contra o escoamento superficial e produção de sedimentos. Na tabela 04 são abordados os resultados provenientes da parcela com vegetação e posteriormente discutido as formas pelas quais a precipitação agiu nesse 50 fragmento de terra, quais foram os vetores que influenciaram na contenção ou degradação dos sedimentos dessa parcela e o que a difere da parcela com o solo exposto. Prec(mm) Sed(g/m^2) Sed_mod(g/m^2) 90,6 11 17,62 29,1 8 10,09 53,6 13 14,48 136,0 12 23,73 52,7 13 14,37 0,0 0 0,00 Tabela 04 - Quantificação dos sedimentos da parcela com vegetação. Primeiramente antes da vegetação agir na contenção da mobilização dos solos ela age interceptando as águas que vem da chuva. Baseado nos índices pluviométricos, pois tivemos dois meses de estiagem nos meses de outubro e novembro, o que fez com que a vegetação ficasse seca e com um alto índice de retenção, sendo assim observamos que no primeiro momento as águas serviram para molhar a vegetação. Esse comportamento fica muito claro quando exploramos o gráfico com a modelagem analítica, em que tem o impulso inicial com um quantitativo de sedimentos semelhante ao desnudado e posteriormente observar-se uma onda de instabilidade provocada em sua maior parte pelo crescimento da vegetação e como não poderia deixar de ser pela variação das precipitações. 51 Figura 12 - Modelagem dos sedimentos pelo método polinomial. Quanto maior for a vegetação melhor será a eficiência do seu desempenho em reter o transporte de sedimentos, Pinese Júnior e Cruz (2008) afirma que “O transporte de sedimentos é barrado pelos troncos e raízes das plantas que agem como filtros, segurando grande parte destes sedimentos.” Este desempenho fica fácil de ser compreendido ao analisar a tabela 05 correspondentes ao resultado tabulado entre o volume escoado e sedimentos pesados oriundos das coletas em campo. Parcela com vegetação P.C. V Parcela desnudada P. D V.E P. S V.E P. S 18,0 11,0 1,1 13 2,1 8 0,19 48 8,3 13 0 0 29,0 12,0 14,4 86 28,4 13 0,84 11 Tabela 05 - Quadro comparativo entre volume escoado e os sedimentos. Na tabela 05 Observou-se que embora o volume de água escoado tenha sido consideravelmente maior na parcela com vegetação(P.C.V.), foi na parcela desnudada(P.D.) em que ocorreu maior transporte de sedimentos, sendo assim a cobertura vegetal seria um agente mitigador que age para conter a erosão, Silva (2011) em seus estudos sintetiza o papel da vegetação perante o processo “O 52 transporte de sedimentos é barrado pelos troncos e raízes das plantas que agem como filtros, segurando grande parte destes sedimentos”. Essa ressalva feita por Silva (2011) é bastante pertinente, precisamos entender que o fato da cobertura vegetal ser um agente mitigador, ele não veda ou impede o seguimento do escoamento, o escoamento superficial segue normalmente o seu curso, nos dados obtidos pela coleta o papel desempenhado se assemelha ao de um asfalto ou área pavimentada e como toda área pavimentada, quando não se tem a devida manutenção transcorre o deslizamento. Sendo assim, não apenas a vegetação em si, mas “A natureza (tipo, forma, densidade e declive da superfície) assim como as características físicas da chuva constituem importante variável de controle da interceptação” (Hamilton e Rone 1949- Jackson 1975- Coelho Netto et al, 1986 e Miranda 1992) de modo que o dinamismo erosional em arreio. Assim sendo entendemos a ação da cobertura vegetal como sendo um importante agente nas ações de mitigação não se limitando há conter a erosão, mas agindo na interceptação da água da chuva entre outros aspectos do ciclo hidrológico, percebemos dentro desse estudo o papel que a vegetação desempenha no meio ambiente e que deve ser levado em consideração nos estudos referente ao planejamento. Conforme Freire (2005) “Em uma situação de cobertura natural do solo, em que apenas a vegetação ocupa a área, estima-se que do total precipitado 40% corresponde à evapotranspiração, 10% ao escoamento superficial direto, 25% para o escoamento subsuperficial e 25% infiltração profunda (recarga subterrânea). Do que as cidades vão se desenvolvendo as denominadas áreas verdes vão dando lugar a pavimentação e construção de casas provocando a impermeabilidade dos solos. Essa circunstância fica visível quando ocorre os eventos de precipitações nas metrópoles onde é quase que unanime a incidência de alagamentos e em casos extremos as enchentes, referente a essa e outras situações Freire e Omena (2005) alegam que: O processo de urbanização provoca diversos impactos ao meio ambiente, refletindo diretamente na qualidade e na quantidade da água. A impermeabilização do solo, ocasionada pelas construções de casas, prédios e asfaltamento de ruas, acaba por diminuir as existências de zonas permeáveis que possibilitam a recarga dos aquíferos a partir do processo de infiltração da água no solo. Com a redução da infiltração, há um estímulo 53 natural do escoamento superficial, normalmente com maior velocidade e magnitude, em direção às partes baixas do relevo. Os resultados desse processo são bastante conhecidos: redução do volume de água na recarga dos aquíferos, erosão dos solos, enchentes e assoreamento dos cursos de água. Considerando o processo de ocupação na área urbana da Grande Natal, no período das chuvas, conforme Ramalho (2010), as evidências de processos erosivos são observadas em diversos pontos da cidade do Natal em que “o desmatamento acelerara a erosão, sendo inevitável a degradação do solo até mesmo das áreas impermeabilizadas com a má drenagem das águas pluviais.” De acordo com o mesmo autor, o desmatamento das dunas favorece a degradação do terreno, reativa a mobilidade de sedimentos e propicia a intensificação e o transporte de areia tanto pelas águas pluviais como pelo vento, enquanto o escoamento concentrado marca a superfície do terreno com as ravinas. Estudando os aspectos referente as ações mitigadoras da vegetação somos capazes de entender o porquê Natal/RN mesmo situando-se em uma bacia sedimentar cercada de planícies pouquíssimos são os casos registrados de deslocamentos de massas sendo quase que inerente quando se comparado a outras cidades como Recife/PE chega a ser inerente. Esta discrepância pode se justificar por duas vertentes primeiras pela preservação da vegetação nas áreas inclinadas da cidade, outra vertente a ser considerada é ação humana que na cidade não foi tão incisiva, mesmo nas áreas denominadas de risco como o bairro de Mãe Luiza a expansão das moradias não causou devastação em largas escalas que comprometessem a integridade física da área. Ao mesmo tempo que os resultados preliminares apontam benefícios no que se refere ao controle do transporte de sedimentos, os números vão nos apontar para uma problemática gerada por ocasião dessa contenção que é o local de deposito da água escoada, uma vez em que a vegetação chegando ao seu ápice de umidade não irá interceptar a água da chuva que por sua vez terá seu escoamento proporcional a uma área pavimentada. De modo que os órgãos responsáveis pela gestão municipal ficam obrigado a dentro do seu planejamento esboçarem soluções dentro de seu plano de drenagem englobando as águas que vão escoar das áreas capeadas com vegetação, se fosse 54 no meio ambiente essas questões não teriam problemas por se tratar de um encadeamento natural, mas ao tratar de uma superfície modificada é imprescindível que se tenha esse planejamento para que a população residente nessas localidades não seja penalizada. Nessa prerrogativa entre as precipitações e sua descarga em seu ciclo natural SILVA (2019) discute de forma incisiva o papel da gestão pública; O grande problema não são as precipitações, pois elas são características do lugar antes mesmo do firmamento do marco zero da cidade. Tudo vai se resumir, principalmente na incapacidade do município em se adaptar a uma característica natural. Se por um lado, a cidade cresce, por outro, os problemas se multiplicam e o orçamento não acompanha essas mudanças. Tornando a solução cada vez mais cara e inviável para o poder público. Posto isso, as discussões a respeito do escoamento superficial vão se ramificar geneticamente em outras variáveis onde serão inseridos outros tipos de agentes , dentro dos aspectos estudados ainda é importante frisar o papel dos sedimentos transportados, que analogicamente se assemelha a uma analogia a uma bola de neve que ao se desmembrar vai aumentando gradativamente, assim são os sedimentos que ao se desagregar do solo em pequenas partículas, vão fomentando uma série de alterações dentro daquele espaço, acarretando desde a situações inerentes a circunstancias drásticas. 55 7.CONSIDERAÇÕES FINAIS Chegando à parte final do trabalho vigente, cabe aqui introduzir alguns comentários acerca da conjuntura de vetores e sua importância para os estudos dentro da geografia, de modo que lamentamos profundamente a paralisação dos trabalhos que impossibilitaram uma discussão precisa acerca do tema abordado. O trabalho evidenciou a erosão na cidade do Natal/RN através dos eventos pluviométricos sendo eles em forma constante ou simplesmente em um elevado nível de precipitação, que acarretara no transporte de sedimentos em baixa ou larga escala tudo dependerá da intensidade ou dos vetores de mitigação aqui estudados como cobertura vegetal e permeabilidade dos solos. Do que se refere ao solo é importante manter um estudo de forma contínua acerca da umidade do solo, considerando que quanto mais úmido ele estiver maior será a incidência de escoamento superficial e de partículas desagregadas, notadamente o solo de Natal tem uma drenagem elevada onde somado a falta de constância de chuvas torna mais difícil acontecer eventos em larga escala. Conforme já mencionado para se ter o escoamento superficial o solo tem que atingir o limite de saturação, diante desse quadro, diversos estudos tem sido realizado afim de dimensionar e calcular as taxas de infiltração do solo, para identificar sistematicamente a drenagem e saturação no solo, afim de entender de maneira mais ampla os condicionantes para o processo de erosão. Dentro desses estudos podemos mencionar o referente a medição da infiltração por cilindros proposto por Netto e Avelar (1994) onde observou se que no primeiro momento a água escoava de forma irregular até que o raio ao redor do cilindro foi se aproximando da saturação fazendo com que se tivesse uma constância na vazão. Outro importante método de estudo desenvolvido por Netto e Avelar (1994) são a mensuração indireta da água por tensiometria visando medir a sucção no solo, o próprio Guerra (1994) aborda em seus estudos técnicas que calculem o tempo de infiltração e através de modelagem e gráficos cheguem a um valor estimado . De Ploey e Gabriels (1980) desenvolveram estudos sobre erosão utilizando pinos para medir a agilidade da erosão em alguma área propicia ao evento, Ramalho (1999), também desenvolveu um estudo utilizando pinos como técnica de campo para 56 coleta de dados referentes à perda de solo, visando analisar parâmetros que interferem na erosão. Conforme seja, em uma eventual retomada dos estudos sobre a erosão nas parcelas experimentais, teremos condições de implementar alguma dessas técnicas em vista de investigar mais afundo, e encontrar possíveis soluções ou mesmo ações mitigadoras que venham a controlar o avanço do deslocamento de massas em áreas passiveis desse evento, considerando que o resultado obtido no cunho teórico experimental Provocam questionamentos a serem melhor aprofundados em estudos futuros em termos de projeção e aplicabilidade na cidade do Natal. Ainda sobre a parcela com vegetação, diante dos resultados obtidos parcialmente, percebemos um considerável potencial em uma possível continuação dos estudos, nesse sentido poderemos aplicar novas técnicas de estudo sobre a vegetação, além de estudar o escoamento superficial diante de vegetações diferentes da estudada anteriormente. Importante ressaltar que essa ação da vegetação só ocorre plenamente quando a mesma está no ápice de sua composição e plenamente umidificada, caso contrário os efeitos da erosão pluvial poderão se sobressair dentro dessas áreas, como ocorreu logo quando se iniciou o período de chuva no decorrer dos estudos, de modo que já temos em tese uma variável concluída, com a implementação de novos tipos outras variáveis serão estudadas e identificadas. Para além dessas questões, dentro dos estudos geográficos é muito importante trabalhar com escala essa ferramenta própria de nossa ciência, que possibilita analisar de forma resumida e extensiva, sendo um grande auxilio dentro dos estudos práticos e teóricos, uma boa utilização da escala possibilitara uma eficácia no emprego da modelagem analítica como forma de interpretar e discutir os fenômenos geográficos. Toda discussão vigente neste trabalho se deu baseado na escala adotada sendo ela uma escala bem pequena e pontual, com a utilização do método de parcelas experimentais não se tinha a pretensão de encontrar soluções para conter a erosão, e sim de entender como o processo coagia diante dos diferentes cenários apresentados, e a partir das peculiaridades expostas entender a sistemática e estender a discussão a outros parâmetros com escalas mais amplas. Embora o trabalho tenha ocorrido em sua maior parte de forma qualitativa experimental, foi identificado algumas situações estudadas na literatura e 57 empiricamente, contudo não existe conclusão precisa tendo em vista que trabalhou- se com simulação de dados de eventuais fenômenos da natureza em uma escala pontual de analise, como falado anteriormente gerou sim, questionamentos a serem devidamente investigados. Para além disso diante dessa adversidade, temos o potencial de projetar algumas situações a serem abordadas em uma futura continuação dos estudos com parcelas experimentais ou mesmo em outros estudos científicos, na ciência devemos trabalhar de forma contínua, sempre buscando elementos que condicionem um embasamento teórico metodológico a respeito de cada fenômeno investigado, o referido trabalho aponta caminhos a serem alçados em uma continuidade ou mesmo implemento em novos estudos. 58 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BARROS, Jocilene Dantas; FURTADO, Maria Luiza Silva; COSTA, Ana Mônica de Britto; SILVA, Fernando Moreira da; MARINHO, George Santos. Sazonalidade do vento na cidade de Natal/RN pela distribuição de Weibull. Sociedade e Territorio, Natal, v. 25, n. 2, p. 78-92, 01 dez. 2013. Semestral. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/sociedadeeterritorio/article/view/3580. Acesso em: 03 set. 2020. BRITO, Annanery de Oliveira. 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