UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES
DEPARTAMENTO DE LETRAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS DA LINGUAGEM
ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: LINGUÍSTICA APLICADA
Elis Betânia Guedes da Costa
O PLANO DE TEXTO E AS MARCAS LINGUÍSTICAS DA RESPONSABILIDADE
ENUNCIATIVA NO ARTIGO DE OPINIÃO DO VESTIBULAR 2010 DA UFRN
Natal/RN
2015
Seção de Informação e Referência
Catalogação da Publicação na Fonte. UFRN / Biblioteca Central Zila Mamede
Costa, Elis Betania Guedes da.
O plano de texto e as marcas linguísticas da responsabilidade enunciativa no artigo de
opinião do vestibular 2010 da UFRN / Elis Betania Guedes da Costa. - Natal, 2016.
224 f. : il.
Orientadora: Maria das Graças Soares Rodrigues.
Tese (Doutorado) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de
Ciências Humanas, Letras e Artes – Departamento de Letras. Programa de Pós-graduação
em Estudos da Linguagem.
1. Plano de texto - Tese. 2. Responsabilidade enunciativa - Tese. 3. Artigo de opinião
- Tese. I. Rodrigues, Maria das Graças Soares. II. Título.
RN/UF/BCZM CDU 81’42
Elis Betânia Guedes da Costa
O PLANO DE TEXTO E AS MARCAS LINGUÍSTICAS DA RESPONSABILIDADE
ENUNCIATIVA NO ARTIGO DE OPINIÃO DO VESTIBULAR 2010 DA UFRN
Tese apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Estudos da Linguagem da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte,
como requisito parcial para obtenção do título
de Doutora em Linguística Aplicada.
Orientadora: Profa. Dra. Maria das Graças
Soares Rodrigues.
Natal/RN
2015
Elis Betânia Guedes da Costa
O PLANO DE TEXTO E AS MARCAS LINGUÍSTICAS DA RESPONSABILIDADE
ENUNCIATIVA NO ARTIGO DE OPINIÃO DO VESTIBULAR 2010 DA UFRN
Tese apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Estudos da Linguagem da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte,
como requisito parcial para obtenção do título
de Doutora em Linguística Aplicada e
aprovada pela seguinte banca examinadora:
____________________________________________________
Profa. Dra. Maria das Graças Soares Rodrigues – UFRN
Orientadora
_____________________________________________________
Prof. Dr. Luis Álvaro Sgadari Passeggi – UFRN
Examinador interno
_______________________________________________________
Profa. Dra. Célia Maria Medeiros Barbosa da Silva - UNP
Examinadora externa
_______________________________________________________
Profa. Dra. Micheline Mattedi Tomazi - UFES
Examinadora externa
_______________________________________________________
Profa. Dra. Sueli Cristina Marquesi - PUC - SP
Examinadora externa
Natal /RN
01/12/2015
Dedico este trabalho a Renato, Maria Elisa e
Piedro, que me mostraram um novo sentido
para o termo responsabilidade.
AGRADECIMENTOS
À minha orientadora, Profa. Maria das Graças Soares Rodrigues, pela dedicação e
empenho na orientação deste trabalho, e em toda minha formação acadêmica. Pelo exemplo
de humanidade, determinação, ética, simplicidade e profissionalismo, que nos entusiasma nos
momentos de maiores dúvidas e dificuldades e nos faz sonhar em um dia trilhar seus
caminhos. Graça, sem você nada disso seria possível!
Aos professores e funcionários do Programa de Pós-Graduação em Estudos da
Linguagem da UFRN, em especial aos professores Dr. Luiz Passeggi e Dra. Marise Mamede
Galvão, os quais dedicaram parte de seu precioso tempo para discutir e apontar sugestões
indispensáveis, no momento da qualificação.
À equipe da COMPERVE – UFRN, que sempre me atendeu de braços abertos,
auxiliando nas dúvidas relativas à amostragem do corpus.
A todos os companheiros da pós-graduação, que caminharam ao meu lado nesses
cinco anos, trocando experiências, incentivando-me e apoiando-me nas horas difíceis. Em
especial à Fabíola Barreto, pelas agradáveis conversas; Anayh Zamblano e Vitória Nunes,
pela companhia agradabilíssima nas primeiras disciplinas e na viagem a Belo Horizonte; a
Rosângela Bernadino, Angélica, Alyane Chacon, Emiliana Fernandes, Lucélio Aquino e
Lidemberg, pelo carinho e apoio em tantos projetos vivenciados ao longo do dessa jornada.
À Profa. Célia Maria Medeiros, amiga de todas as horas e companheira do grupo de
pesquisa Análise Textual dos Discursos, que sempre incentivou meu trabalho acadêmico, e
muito colaborou nessa caminhada, ora repassando textos teóricos, no período da minha
licença-maternidade, ora com palavras de apoio e incentivo. À Celinha, os meus mais sinceros
votos de agradecimento, por todas as parcerias!
Aos meus colegas de trabalho do IFRN: gestores, coordenadores, técnicos e
terceirizados, pelo acolhimento em cada campus, em especial: ao grupo de Língua Portuguesa
do IFRN – Currais Novos: Virna Lúcia, Andréa Lacerda, Marta Helena Feitosa e Daniela
Lago, por todo auxílio prestado na fase inicial, e ao atual grupo de São Paulo do Potengi, pela
compreensão e apoio na fase final do doutorado, em especial a professora Kéfora Medeiros,
que divide comigo os desafios de ensinar Língua Portuguesa no Ensino Médio Integrado e as
angústias da fase final da pós-graduação.
Aos meus alunos e ex- alunos da Escola Estadual Joaquim José de Medeiros, do IFRN
Campus Currais Novos, Nova Cruz e São Paulo do Potengi. Em especial aos meus bolsistas e
monitores: Jeane Paiva, João Marcos Borges, Ivínna Elionay, Milena Claudino, Rafael
Rodrigo, Kidja Frazão, Wiliton José, Ruthiane Basílio, Amanda Karine e Antônio Patrick,
pela confiança, carinho e respeito que demostram na sala de aula, nas orientações e nos
eventos acadêmicos.
À minha mãe, Antônia Elisa Guedes e à minha avó Elvira Elisa Dantas (in memoriam)
por sempre acreditarem em minha capacidade e pelas inúmeras renúncias que fizeram ao
longo de suas vidas em nome da minha formação escolar e humana.
À minha irmã Pollyana, pela contribuição na digitação de parte do corpus e pelas
vezes que cuidou dos sobrinhos para eu poder me dedicar aos estudos.
À Dandara Sousa, por me acompanhar em todos os remanejamentos de campus e
moradia.
Ao meu esposo, Emerson Silva, meu companheiro diário, que sempre apoiou e
compreendeu meus sonhos acadêmicos e profissionais, assumindo, principalmente na fase
final do doutorado, as responsabilidades com a nossa família.
A toda a minha família: tios (as), primos e primas que compreenderam minhas
ausências e me presenteiam com horas leves e agradáveis de conversas e brincadeiras, em
especial à tia Dalva Guedes e tia Rosilda Costa, que, além de todo apoio, sempre estão prontas
para ajudar nas horas de dificuldades.
À família do meu esposo, pela forma carinhosa como me acolheram e pelo carinho
que tem com meus filhos: Renato e Elisa. Em especial a dona Graça Silva, Lourdinha Silva,
Ramon Fabrício e minhas cunhadas: Márcia, Mércia e Milena Silva.
Às minhas amigas de hoje e sempre: Raquel e Rafaela Medeiros, Cinelândia Soares,
Lucineide Dantas, Ananília Meire, Kaline Juliana, Ayanne Feitosa, Maríllya Angélica, Emília
Villar e Izabel Celeste, por permanecerem presentes mesmo com a distância.
Enfim, agradeço a todos aqueles que contribuíram de forma direta ou indireta para a
realização deste trabalho, e acima de tudo agradeço a Deus, por ter colocado tanta gente
especial em minha vida, pelas inúmeras portas e janelas que abre em meu caminho, pela
saúde, força e, especialmente, pelo dom da vida.
A todos, o meu muito obrigada!
A linguagem passa a ser encarada como
forma de ação, ação sobre o mundo dotada de
intencionalidade, veiculadora de ideologia,
caracterizando-se, portanto, pela
argumentatividade.
(KOCH, 2008, p. 15)
RESUMO
Com esta tese investigamos em redações produzidas pelo candidato ao vestibular 2010 da
UFRN a (não) assunção de diferentes pontos de vista em zona textual de argumentação e de
contra-argumentação. Aos candidatos foi solicitada a produção de um Artigo de Opinião,
abordando a polêmica em torno do uso das câmeras de segurança. O corpus desta pesquisa se
constitui, pois, de 100 redações produzidas pelos candidatos ao vestibular 2010 da UFRN das
diferentes áreas (humanística I, humanística II, tecnológica I, tecnológica II e biomédica).
Para realizar nosso estudo, subsidiamo-nos em perspectivas teóricas postuladas por autores de
diferentes teorias e correntes linguísticas que dialogam entre si. Nessa direção,
acompanhamos Bakhtin (1995), Rabatel (2008 a, 2008 b), Guentchéva (1994, 1996, 2011) e
Rodrigues, Passeggi e Silva Neto (2010), entre outros que se inscrevem no dialogismo, em
teorias enunciativas, na análise do discurso e na linguística do texto. Esse conjunto de
abordagens linguísticas orienta a Análise Textual dos Discursos (ADAM, 2011), que subsidia
a análise dos dados, desta investigação. No que diz respeito à metodologia, seguimos a
abordagem qualitativa de natureza interpretativista. Investigamos como o vestibulando,
enquanto articulista, assume as informações veiculadas no seu artigo. Para tanto, nossa
pesquisa buscou responder às seguintes questões: (1) Como o vestibulando organiza o
discurso no que diz respeito à responsabilidade enunciativa? (2) Que marcas linguísticas nos
levam a identificar as diferentes vozes presentes nos textos? (3) Como se apresenta o plano
textual do gênero Artigo de Opinião? (4) Em que parte do plano textual se materializa a
responsabilidade enunciativa? Nesse sentido, estabelecemos como objetivos identificar,
descrever, analisar e interpretar as diferentes vozes presentes no texto e a forma como o aluno
assume (ou não) os diferentes pontos de vista manifestados nas redações no momento da
argumentação e da contra-argumentação. De forma geral, os resultados revelam que a
presença de marcas linguísticas (conectores, índices de pessoas, entre outras) constrói o grau
de responsabilidade enunciativa do articulista, favorecendo o envolvimento e a assunção da
responsabilidade enunciativa.
PALAVRAS-CHAVE: Responsabilidade Enunciativa. Plano de Texto. Artigo de opinião.
Vestibular.
ABSTRACT
With this thesis, we investigate papers produced by candidates to the vestibular 2010 from
UFRN related to the (non) taking on of different points of view in the textual zone of the
argumentation and counter-argumentation. The candidates had to produce an opinion article
about the polemic theme of the security cameras. The corpus of this research contents 100
papers produced by the candidates to the vestibular 2010 from different areas (humans I,
humans II, technological I, technological II and biomedical). To this study, we are based on
theoretical perspectives from authors of different theories and linguistic fields that dialog
among them. In this direction, we follow Bakhtin (1995), Rabatel (2008 a, 2008 b),
Guentchéva (1994, 1996, 2011) and Rodrigues, Passeggi e Silva Neto (2010), among others,
that are concerned to dialogism, enunciative theories, discuss analyzes, and linguistic of the
text. This group of linguistic approach is linked to the Textual Analyze of the Discuss
(ADAM, 2011), that conducts analyze of the data of this research. Related to the
methodology, we follow the qualitative analyze in an interpretative way. We investigate how
the candidate, as a writer, takes on information inserted in his/her paper. With this in mind,
this research tries to answer the following questions: (1) How the candidate organizes his/her
discuss in respect to the enunciative responsibility? (2) Which linguistic marks conduct to
identify the different voices in the texts? (3) How the textual plan is presented in the opinion
article? (4) In which part of the textual plan is possible to identify the enunciative
responsibility? In this sense, the aims of this study are identify, describe, analyze and interpret
the different voices presented in the text and the way the candidate takes on (or not) the
different points of view presented in the papers during argumentation and counter-
argumentation movement. In general, the results reveal that the presence of linguistic marks
(connectors, people marks, among others) design the grade of enunciative responsibility of the
writer, stimulating his/her involving and taking on enunciative responsibility.
KEYWORDS: Enunciative responsibility. Plan of the text. Opinion article. Vestibular.
RÉSUMÉ
Avec cette thèse nous recherchons dans des rédactions produites par les candidats au
vestibular de 2010 de l’UFRN le postulat (ou non) de différents points de vue en zone
textuelle d’argumentation et de contre-argumentation. La production d’un article d’opinion
abordant la polémique sur l’utilisation des caméras de surveillance a été sollicitée aux
candidats. Le corpus de cette recherche est constitué de 100 rédactions produites par les
candidats au vestibular 2010 de l’UFRN des différentes séries (humaines I, humaines II,
technologique I, technologique II et biomédicales). Pour réaliser notre étude nous nous
sommes appuyées sur des perspectives théoriques postulées par des auteurs de différentes
théories et courants linguistiques qui dialoguent entre eux. Dans cette voie nous avons
accompagné, Bakhtin (1995), Rabatel (2008 a, 2008 b), Guentchéva (1994, 1996, 2011) et
Rodrigues, Passeggi et Silva Neto (2010), entre autres et qui s’inscrivent dans le dialogisme,
les théories énonciatives, l’analyse du discours et la linguistique du texte. Cet ensemble
d’abordages linguistiques oriente l’Analyse Textuelle des Discours (ADAM, 2011), qui
supporte l’analyse des données de cette recherche. En ce qui concerne la méthodologie, nous
avons suivi l’abordage qualitatif de nature interprétative. Nous avons recherché comment le
candidat, en tant qu’auteur, assume les informations véhiculées dans son article. Pour ce faire,
notre étude a cherché à répondre aux questions suivantes : (1) Comment le candidat organise
son discours en ce qui concerne la responsabilité énonciative ? (2) Quelles marques
linguistiques nous amène à identifier les différentes voix présentes dans les textes ? (3)
Comment se présente le plan textuel du genre Article d’Opinion ? (4) Dans quelle partie du
plan textuel se matérialise la responsabilité énonciative ? Dans ce sens, nous établissons
comme objectifs d’identifier, de décrire, d’analyser et d’interpréter les différentes voix
présentes dans le texte et la façon par laquelle l’élève assume (ou pas) les différents points de
vue manifestés dans les rédactions au moment de l’argumentation et de la contre-
argumentation. Les résultats révèlent, de manière générale, que la présence de marques
linguistiques (connecteurs, indices de personnes, entre autres) construit un degré de
responsabilité énonciative de l’auteur, favorisant l’engagement et le postulat de la
responsabilité énonciative.
MOTS-CLÉS: Responsabilité Énonciative. Plan de Texte. Article d’opinion. Vestibular.
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Gêneros discursivos/textuais por domínios discursivos e modalidades ................. 27
Quadro 2 - Gêneros sugeridos para a prática de produção de textos orais e escritos ............... 31
Quadro 3 - Estrutura de seções do Jornal do Brasil .................................................................. 32
Quadro 4 - Expectativa da redação: argumentação .................................................................. 37
Quadro 5 - Características da noção de plano de textos elencadas por Miranda (2010) com
base nos trabalhos de Adam ..................................................................................................... 39
Quadro 6 - Plano textual do Artigo de Opinião ........................................................................ 41
Quadro 7 - Ilustração do plano textual do Artigo de Opinião .................................................. 42
Quadro 8 - Organizadores e marcadores textuais ..................................................................... 48
Quadro 9 - Marcadores de responsabilidade enunciativa ......................................................... 49
Quadro 10 - Conectores argumentativos .................................................................................. 51
Quadro 11 - Ilustração da organização linguística do Artigo de Opinião ................................ 54
Quadro 12 - Marcas linguísticas presentes no Artigo de Opinião ............................................ 56
Quadro 13 - Desdobramento polifônico em Adam .................................................................. 74
Quadro 14 - Grau de responsabilidade enunciativa: categorias e marcas linguísticas ............. 77
Quadro 15 - Síntese da relação área das provas e quantidade de redações corrigidas,
disponibilizadas e analisadas .................................................................................................... 87
Quadro 16 - Proposta de solicitação do artigo de opinião ........................................................ 89
Quadro 17 - Faixa Etária .......................................................................................................... 91
Quadro 18 - Tipo de escola em que concluiu ou está concluindo o Ensino Médio .................. 91
Quadro 19 - Número de vezes que prestou vestibular .............................................................. 92
Quadro 20 - Acesso à internet .................................................................................................. 93
Quadro 21 - Meio que utiliza para se manter informado .......................................................... 93
Quadro 22 - Código dos textos ................................................................................................. 95
Quadro 23 - Plano de texto dos artigos produzidos pelos candidatos da área humanística I . 100
Quadro 24 - Fragmentos textuais de T5 e T13 ....................................................................... 101
Quadro 25 - Plano de texto de T06 ......................................................................................... 102
Quadro 26 - Plano de texto dos artigos produzidos pelos candidatos da área humanística II 104
Quadro 27 - Plano de texto de T36 ......................................................................................... 105
Quadro 28 - Plano de texto de T43 ......................................................................................... 107
Quadro 29 - Fragmentos textuais............................................................................................ 108
Quadro 30 - Fragmentos textuais............................................................................................ 108
Quadro 31 - Plano de texto dos artigos produzidos pelos candidatos da área Tecnológica I . 109
Quadro 32 - Índices de pessoa presentes nos textos da área tecnológica I ............................. 110
Quadro 33 - Adjetivos qualificadores presentes nos textos da área tecnológica I ................. 111
Quadro 34 - Plano de texto de T48 ......................................................................................... 112
Quadro 35 - Plano de texto de T50 ......................................................................................... 114
Quadro 36 - Plano de texto dos artigos produzidos pelos candidatos da área Tecnológica II 116
Quadro 37 - Plano de texto de T60 ......................................................................................... 117
Quadro 38 - Plano de texto dos artigos produzidos pelos candidatos da área Biomédica ..... 119
Quadro 39 - Plano de texto de T89 ......................................................................................... 120
Quadro 40 - Grau de responsabilidade enunciativa: categorias e marcas linguísticas no texto
analisado ................................................................................................................................. 121
Quadro 41 - Estrutura do plano de texto do Artigo de Opinião do PSV-2010 da UFRN ...... 123
Quadro 42 - Número de parágrafos apresentados nos Artigos de Opinião por área .............. 124
Quadro 43 - número de linhas apresentadas nos Artigos de Opinião por área ....................... 125
LISTA DE ESQUEMAS
Esquema 1- Gêneros discursivos .............................................................................................. 24
Esquema 2 - Correspondências entre elementos característicos dos Gêneros Discursivos ...... 29
Esquema 3 - Classificação dos conectores ............................................................................... 47
Esquema 4 - Argumentação (Toulmin) .................................................................................... 57
Esquema 5 - Esquema proposto por Grize ............................................................................... 58
Esquema 6 - Esquema simplificado de base Proposta de Adam .............................................. 59
Esquema 7 - A sequência argumentativa .................................................................................. 60
Esquema 8 - Análise dos discursos........................................................................................... 68
Esquema 9 - Níveis ou planos da Análise de discurso ............................................................. 69
Esquema 10 - Instâncias Enunciativas ..................................................................................... 72
Esquema 11 - As três dimensões da proposição-enunciado ..................................................... 75
LISTA DE SIGLAS
ATD Análise Textual dos Discursos
COMPERVE Comissão Permanente do Vestibular
ENEM Exame Nacional do Ensino Médio
IFRN Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do
Norte
L Locutor
OVEU Observatório da Vida do Estudante Universitário
PCN’s Parâmetros Curriculares Nacionais
PdV Ponto de Vista (ADAM, [2008] 2011)
PSV Processo Seletivo Vestibular
SARESP Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo
UFRN Universidade Federal do Rio Grande do Norte
UNESP Universidade Estadual Paulista
UNICAMP Universidade Estadual de Campinas
USP Universidade de São Paulo
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 17
2 O GÊNERO DISCURSIVO/TEXTUAL ARTIGO DE OPINIÃO ........................ 23
2.1 NOÇÕES GERAIS SOBRE OS GÊNEROS DE DISCURSO .................................... 23
2.2 O GÊNERO ARTIGO DE OPINIÃO .......................................................................... 30
2.3 O TEMA E O PÚBLICO DA PRODUÇÃO TEXTUAL ............................................ 34
2.3.1 Critérios que orientam a produção e a avaliação dos textos .................................. 36
2.3.2 O plano de texto do artigo de opinião ....................................................................... 38
2.4 A ORGANIZAÇÃO LINGUÍSTICA DO ARTIGO DE OPINIÃO ............................ 43
2.4.1 Os verbos de opinião ................................................................................................... 45
2.4.2 Os conectores e os operadores argumentativos ........................................................ 45
2.4.2.1 Os organizadores e marcadores textuais ..................................................................... 47
2.4.2.2 Os marcadores de responsabilidade enunciativa ......................................................... 49
2.4.2.3 Os conectores argumentativos ...................................................................................... 49
2.4.2.4 As aspas ........................................................................................................................ 52
2.4.2.5 Organização linguística do artigo de opinião: uma breve ilustração ......................... 53
2.5 A ARGUMENTAÇÃO E A SEQUÊNCIA ARGUMENTATIVA ............................. 56
3 ANÁLISE TEXTUAL DOS DISCURSOS: A RESPONSABILIDADE
ENUNCIATIVA ..................................................................................................................... 62
3.1 A LINGUÍSTICA TEXTUAL ...................................................................................... 63
3.2 A ANÁLISE TEXTUAL DOS DISCURSOS .............................................................. 67
3.3 NOVAS CATEGORIAS PARA ESTUDAR O TEXTO E O DISCURSO ................. 68
3.4 NOÇÕES QUE DÃO SUPORTE AO ESTUDO DA RESPONSABILIDADE
ENUNCIATIVA ....................................................................................................................... 70
3.4.1 A proposição-enunciado e o período ......................................................................... 70
3.4.2 As instâncias enunciativas .......................................................................................... 71
3.4.3 Refletindo sobre os conceitos de Locutor e Enunciador ......................................... 73
3.4.4 A Responsabilidade enunciativa e o Ponto de vista................................................75
3.4.5 O quadro Mediativo ................................................................................................... 80
4 PERCURSOS METODOLÓGICOS DA PESQUISA ............................................ 83
4.1 ABORDAGEM DA PESQUISA .................................................................................. 84
4.2 OBJETO DE ESTUDO, COMPOSIÇÃO E SELEÇÃO DO CORPUS ....................... 85
4.3 A PROVA DE REDAÇÃO DO VESTIBULAR 2010 DA UFRN .............................. 89
4.4 CARACTERIZAÇÃO DO PERFIL DO VESTIBULANDO 2010 ............................. 90
4.5 PROCEDIMENTOS DE ANÁLISE E DE INTERPRETAÇÃO DOS DADOS ......... 93
5 ANÁLISE DOS DADOS ............................................................................................ 99
5.1 ANÁLISE DOS TEXTOS DE HUMANÍSTICA I ...................................................... 99
5.2 ANÁLISE DOS TEXTOS DE HUMANÍSTICA II ................................................... 104
5.3 ANÁLISES DOS TEXTOS DE TECNOLÓGICA I .................................................. 109
5.4 ANÁLISES DOS TEXTOS DE TECNOLÓGICA II ................................................ 115
5.5 ANÁLISE DOS TEXTOS DE BIOMÉDICAS .......................................................... 119
5.6 SÍNTESE DAS ANÁLISES ....................................................................................... 122
6 CONCLUSÕES ......................................................................................................... 128
REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 130
ANEXOS ............................................................................................................................... 136
16
INTRODUÇÃO
17
1 INTRODUÇÃO
Nas últimas décadas, os documentos que regem o ensino da língua materna apontam
para a necessidade de estudá-la por meio de contextos reais. Isso significa refletir acerca do
uso da Língua Portuguesa na vida e na sociedade, de modo que o texto assuma o papel de
unidade básica do ensino. Nesse sentido, a proposta de estudo dos Gêneros Discursivos é mais
fortalecida, uma vez que as competências e habilidades, a serem desenvolvidas, apontam para
a utilização da linguagem na “produção de textos escritos de modo a atender a múltiplas
demandas sociais [...]. E considerar as diferentes condições de produção do discurso”
(BRASIL, 1998, p. 32).
Adaptando-se a essas mudanças, os processos seletivos do vestibular, ENEM (Exame
Nacional do Ensino Médio) e até mesmo de concursos públicos, também têm redimensionado
sua avaliação visando, assim, um aspecto mais funcional e interativo da Língua Portuguesa.
As mudanças que concernem à parte objetiva (questões de múltipla escolha), de forma
geral, passam a avaliar a capacidade do aluno/candidato de ler, interpretar, analisar e
compreender as diferentes linguagens e seus recursos expressivos relacionando informações e
reconhecendo posições que são pautadas no uso da linguagem no contexto social.
Tais competências são reforçadas na matriz de referência do ENEM (BRASIL, 2009,
p. 3), entre as quais destacamos para a área de Língua Portuguesa a necessidade de o aluno
“confrontar opiniões e ponto de vista sobre as diferentes linguagens e suas manifestações”, de
forma que seja capaz de reconhecer e empregar no texto as estratégias argumentativas que
visam o convencimento e a persuasão do leitor, assim como “compreender e usar a Língua
Portuguesa como língua materna, geradora de significação e integradora da organização do
mundo e da própria identidade”.
Essas mudanças também afetaram a prova subjetiva, a qual passa a avaliar a
competência escrita de tal candidato através da solicitação de produção de um texto de caráter
argumentativo. O Processo Seletivo Vestibular da UFRN1, que era o maior processo seletivo
de ingresso à universidade no nosso Estado, também passou por alterações nos seus últimos
anos.
De acordo com Ramos (2006, p. 12), a redação foi incorporada aos “vestibulares como
componente obrigatório e classificatório” nas universidades públicas do Brasil desde 1980,
1 A partir de 2013, o Processo Seletivo Vestibular da UFRN, passou a aderir 100% ao ENEM.
18
porém na maioria das universidades, entre elas a UFRN, a redação estava inserida na prova
discursiva de Língua Portuguesa. Tal prova continha cinco questões discursivas, podendo
uma delas ser uma redação. Somente a partir do vestibular 2007, a prova subjetiva de Língua
Portuguesa do PSV da UFRN deixou de solicitar que o aluno respondesse questões
discursivas e passou a exigir a produção de uma Carta Argumentativa ou um Artigo de
Opinião, o que, por um lado, possibilitava ao candidato mais tempo para se dedicar a tal
produção, e, por outro, tinha um maior peso no processo avaliativo, o que exigia do aluno um
posicionamento em relação a determinados temas polêmicos.
Essas mudanças ocorridas no ensino e nos processos seletivos se refletiram nas nossas
atividades enquanto docente e pesquisadora. O Artigo de Opinião é um gênero que esteve
presente em nossa trajetória em momentos significantes. Inicialmente, nas experiências
vivenciadas no Ensino Médio, no qual participamos da realização de projetos com o gênero
em questão, como as Olimpíadas de Língua Portuguesa e a produção do livro Cruzeta, uma
cidade repleta de memórias e poesias, no qual orientamos os alunos a produzir um Artigo de
Opinião sobre questões polêmicas na cidade e na região. Somam-se a essas experiências a
convivência com alunos concluintes do Ensino Médio da rede pública e particular de ensino e
a participação como corretora da prova discursiva do PSV da UFRN e nos processos seletivos
do IFRN e do ENEM, esse último, substitui a maioria dos PSV das universidades brasileiras,
que, de forma geral, mantêm a prova de redação semelhante ao PSV da UFRN. No decorrer
dessas vivências, percebemos as angústias e dificuldades dos alunos/vestibulandos em
produzir um texto argumentativo posicionando-se e argumentando de forma a defender um
ponto de vista.
Essa dificuldade também é reforçada pelo fato de os livros didáticos, de forma geral,
não contemplarem a questão do ponto de vista e da responsabilidade enunciativa do autor dos
textos, considerando que esses são temas que não chegaram à sala de aula do Ensino Básico
(Ensino Fundamental e Ensino Médio).
Tendo em vista essa problemática, e considerando que muitos alunos reclamam da
dificuldade de se posicionar em relação a determinados temas, surgiu nosso interesse por
investigar como o vestibulando, enquanto produtor da redação, assume as informações
veiculadas no seu artigo. Dessa forma, nossa pesquisa busca responder às seguintes questões:
Questão geral:
x (1) Como o vestibulando organiza o discurso no que diz respeito à
responsabilidade enunciativa?
19
Questões específicas:
x (2) Como se apresenta o plano textual do gênero Artigo de Opinião?
Em qual das partes se materializa a responsabilidade enunciativa?
x (3) Que marcas linguísticas nos levam a identificar as diferentes vozes
presentes nos textos?
Para responder a essas questões, analisamos 100 redações do Processo Seletivo do
Vestibular (PSV) da UFRN 2010, vislumbrando ilustrar o plano textual, a organização
linguística e a questão da responsabilidade enunciativa nos Artigos de Opinião produzidos
pelos vestibulandos. Dessa forma, estabelecemos como objetivos identificar, descrever,
analisar e interpretar as diferentes vozes presentes no texto e a forma como o aluno assume
(ou não) os diferentes pontos de vista manifestados no texto, observando em que parte do
texto se materializa a responsabilidade enunciativa. Para especificar melhor, detalhamos
abaixo os nossos objetivos:
Objetivo geral: identificar, descrever, analisar e interpretar como o vestibulando
organiza (ou não) o seu discurso no que diz respeito à responsabilidade enunciativa.
Objetivos específicos:
x Identificar, descrever e analisar as marcas linguísticas utilizadas pelo
autor do texto, identificando as diferentes vozes presentes.
x Descrever e analisar o plano de texto do Artigo de opinião e identificar
e analisar em que parte desse plano se materializa a responsabilidade enunciativa.
Desde já, convém lembrar que já existem inúmeros trabalhos que abordam a questão
da argumentação e da produção textual em eventos comunicativos como o vestibular ou
outros processos seletivos. Assim, apresentaremos sucintamente, alguns estudos
desenvolvidos em programas de pós-graduação do nosso país que contemplam essa temática,
entre estes: Arima (2008), Augusto (2006) e Pereira e Nascimento (2007).
Arima (2008) desenvolveu um estudo dos editais e enunciados das provas de redação
aplicadas nos vestibulares 2007 da UNESP, UNICAMP e USP. Tal pesquisa contempla
estudos relacionados aos gêneros edital de vestibular e redação de vestibular. Nessa
perspectiva, a autora faz a análise dos dois gêneros mencionados, constatando que os
enunciados das provas de redação são condizentes com as informações apresentadas no edital
do processo e que os comandos das redações apresentam certo grau de complexidade, de
forma que os alunos necessitam de um aprofundamento no nível de leitura, além do domínio
20
de conhecimentos de outras áreas. Por fim, a pesquisadora apresenta algumas sugestões para a
leitura da prova de redação do vestibular.
Augusto (2006) apresenta uma análise dos textos dissertativo-argumentativos
solicitados no Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo
(SARESP). A autora identifica de que maneira esse texto é bem-sucedido ou não na
sinalização para o leitor dos estágios da estrutura Problema-Solução, de Hoey (1994). A
pesquisadora enfoca também as questões relacionadas à coesão e coerência dos textos
produzidos pelos alunos avaliados. Tal estudo aponta, ainda, grande dificuldade que os alunos
têm em relação à produção textual.
Pereira e Nascimento (2007) apresentam os resultados do projeto de pesquisa Gêneros
textuais no Ensino Médio: modelos didáticos de gêneros para uma abordagem no ensino de
língua materna. As autoras discorrem sobre as dificuldades dos alunos do Ensino Médio,
futuros vestibulandos, na recepção e produção do Artigo de Opinião. Ressaltam a importância
do trabalho com o gênero em questão, uma vez que atende as necessidades dos alunos em
situações escolares e extraescolares nas quais as capacidades de posicionar-se, argumentar e
refutar determinados temas constitui-se como uma prática discursiva.
A prova de redação do vestibular da UFRN também já foi objeto de estudo de outros
pesquisadores do Programa de Pós-graduação em Estudos da Linguagem (PPgEL) da UFRN,
entre os quais Ramos (2006) e Andrade (2008).
Ramos (2006), em sua dissertação de mestrado intitulada Linguagem e argumentação
na produção escrita de vestibulandos, destaca a dificuldade dos alunos para produzir textos
argumentativos e analisa como os vestibulandos usam as técnicas argumentativas na
construção da argumentação. O autor trabalha com 20 redações do PSV 2005 da UFRN
selecionadas aleatoriamente.
Andrade (2008), em sua pesquisa de mestrado, estudou A modalização como
estratégia argumentativa em textos de vestibulandos; seu corpus era composto por 60 textos
da questão discursiva cinco do PSV 2007. Em seu estudo, a autora destaca a importância do
processo de modalização para a análise de textos argumentativos.
Como podemos observar, os estudos em torno da prova de redação em processos
seletivos têm contribuído em diversos aspectos para a discussão desse evento comunicativo, o
vestibular, porém, ainda não contempla a questão da responsabilidade enunciativa, uma vez
que as discussões em torno dessa temática ainda demandam estudos em nosso país. Esse fato
reforça a pertinência deste estudo acerca da responsabilidade enunciativa em tais textos.
21
De forma geral, o vestibular, que a partir de 2013, passou a ser substituído na UFRN
pelo ENEM, processo esse que mantém a produção textual de um texto argumentativo,
direciona como os conteúdos devem ser abordados no Ensino Médio e nos cursinhos. Dessa
forma, acreditamos que nossa pesquisa, além de contribuir para a comunidade acadêmica e
para o desenvolvimento da Análise Textual dos Discursos – ATD – no Brasil, será também
uma importante contribuição aos professores do Ensino Médio que preparam os alunos para a
prova de redação dos processos seletivos.
Para discutirmos a problemática aqui proposta, dividimos a tese em seis capítulos, a
saber: (1) introdução; (2) O gênero discursivo/textual Artigo de Opinião, que apresenta
considerações gerais sobre as questões dos Gêneros Discursivos, tendo como ponto de partida
estudos realizado por Bakthin (2003) e Adam (2011), entre outros autores. Nesse capítulo,
também refletimos sobre o gênero Artigo de Opinião; (3) Análise textual dos discursos: a
responsabilidade enunciativa; que é dedicado ao estudo da responsabilidade enunciativa; (4)
Percursos metodológicos da pesquisa, que expõe os aspectos metodológicos da pesquisa,
enfatizando a abordagem qualitativa e os procedimentos de coleta e análise do corpus; (5)
Análise dos dados que discorre sobre a análise do corpus, de acordo com o referencial teórico
e (6) Conclusões, no qual expomos algumas reflexões sobre o plano textual e as marcas
linguísticas da responsabilidade enunciativa nas redações do PSV 2010. Em seguida,
apresentamos as referências bibliográficas. Os anexos contêm o corpus da análise, a prova de
redação e o edital do processo seletivo em questão, entre outras informações fornecidas pela
COMPERVE.
22
2 O GÊNERO DISCURSIVO/TEXTUAL ARTIGO DE OPINIÃO
23
2 O GÊNERO DISCURSIVO/TEXTUAL ARTIGO DE OPINIÃO
2.1 NOÇÕES GERAIS SOBRE OS GÊNEROS DE DISCURSO
Este tópico apresenta questões referentes aos gêneros do discurso, com base nas
perspectivas teóricas de Bakhtin (2003), Adam ([2008] 2011) e Marcuschi (2008)2.
Priorizamos essa discussão, para subsidiar o estudo do gênero Artigo de Opinião.
Segundo Charaudeau e Maingueneau (2008, p. 249), o estudo dos gêneros tem sua
origem na Antiguidade e voltava-se principalmente para a “tradição da crítica literária que
assim classifica as produções escritas segundo certas características”. Nesse período
“coexistiram dois tipos de atividade discursiva” (CHARADEAU; MAINGUENEAU, 2008, p.
249); uma voltada para a tradição literária, que permitia aos indivíduos classificar certos
gêneros como: o épico, o lírico e o dramático, entre outros; e outra direcionada à semiótica,
análise do discurso e análise textual, que “encontra-se de novo essa noção aplicada
igualmente aos textos não literários. Mas aqui coexistem realmente opostas, diferentes
definições que testemunham cada posicionamento teórico ao qual elas se filiam”
(CHARADEAU; MAINGUENEAU, 2008, p. 250). Entre esses posicionamentos teóricos, os
autores citam: um ponto de vista funcional; um ponto de vista enunciativo; um ponto de vista
textual e um ponto de vista comunicacional. Dessa forma:
A diversidade dos pontos de vista mostra a complexidade da questão dos
gêneros, incluindo as denominações, já que alguns falam de “gêneros de
discurso”, outros de “gêneros de texto”, outros ainda de “tipos de textos:
Adam opõe “gêneros” e tipos de textos” (1999); Bronkart opõe “gêneros de
textos e tipos de discursos” (1996), Maingueneau distingue, em relações de
encaixamento, ‘tipo de texto’, ‘hipergenero” e “gênero de discurso” (1998);
Charadeau (2001) distingue “gêneros e subgêneros situacionais’ e, no
interior desses, variantes de gêneros de discurso (CHARADEAU;
MAINGUENEAU, 2008, p. 251).
Considerando que nosso objetivo não é discutir as diferentes nomenclaturas, optamos
por usar indistintamente as expressões gêneros do discurso, proposta por Bakhtin, ou gêneros
textuais, como propõe Marcuschi, ou ainda gêneros de discurso (ADAM, [2008] 2011).
2 Marcuschi (2008) usa a nomenclatura gêneros textuais, apresentando as quatro tendências atuais para os
estudos dos gêneros na atualidade (1 baktiniana – PUC/SP; 2 swalesiana – UFC, UFSC, UFSM; 3 perspectiva
sistêmico-funcional – UFSC). Nossa pesquisa segue a quarta perspectiva, que é influenciada por Bakhtin (1992),
Adam (2008), Bronckart (1999), entre outros.
24
Acompanhamos Adam ([2008] 2011), no que concerne aos conceitos de gêneros e sequências
textuais. Tendo situado essas questões terminológicas, passamos a refletir sobre os
pressupostos bakhtinianos.
A contribuição de Bakhtin (2003) para o estudo dos gêneros discursivos foi e é de
grande relevância para os estudos linguísticos. Esse autor traz para o centro das discussões os
gêneros do cotidiano, que até então não constituíam objeto de investigação dos linguistas,
pois, na maioria das vezes, os estudos sobre gêneros resumiam-se aos literários.
Dessa forma, o autor relaciona o uso da linguagem com as atividades humanas,
defendendo, assim, que o caráter e a forma desse uso sejam multiformes. Sendo assim, os
gêneros assumem um caráter infinito, uma vez que a cada dia passamos a ampliar o uso da
linguagem a fim de atender as nossas necessidades. Temos, como exemplo de novos gêneros,
os que surgem no espaço virtual, de acordo com os avanços tecnológicos.
Bakhtin (2003, p. 262) enumera três elementos fundamentais para a caracterização dos
gêneros: conteúdo temático, estilo e construção composicional. Nesse contexto, acrescenta:
Todos esses três elementos – o conteúdo temático, o estilo, a construção
composicional – estão indissoluvelmente ligados no todo do enunciado e são
igualmente determinados pela especificidade de um determinado campo da
comunicação. Evidentemente, cada enunciado particular é individual, mas
cada campo de utilização da língua elabora seus tipos relativamente estáveis
de enunciados, os quais denominamos gêneros do discurso (BAKHTIN,
2003, p. 262, grifo do autor).
O Esquema 1, a seguir, sintetiza os elementos fundamentais para a caracterização dos
gêneros:
Esquema 1- Gêneros discursivos
Fonte: Adaptado de Bakthin (2003).
25
Como podemos perceber, esse conceito de gêneros do discurso enfatiza a relevância
do conteúdo (sobre o que se fala/escreve?) do estilo (como se fala ou escreve?) e da forma
(como se materializa, quanto à estrutura física do texto falado ou escrito?). Assim, para se dá
forma a um texto, o produtor deve definir um conteúdo e usar um estilo adequado à estrutura
do gênero discursivo desejado.
Bakthin (2003, p. 263) apresenta, ainda, a divisão dos gêneros em dois grupos: (1)
gêneros discursivos primários (simples) “que se formam nas condições da comunicação
discursiva imediata”; e (2) gêneros discursivos secundários (complexos) predominantes
principalmente no meio artístico, científico e sociopolítico. Vale ressaltar que no processo de
formação de um gênero secundário são incorporados e reproduzidos diversos gêneros
primários. Esses, por sua vez, “perdem o vínculo imediato com a realidade concreta e os
enunciados reais alheios” (Op. Cit.). Dessa forma, ambos, gêneros primários e secundários,
estão intimamente ligados e, independentemente de sua natureza, simples ou complexa, são
infinitos e diversificados em formas e funções, refletindo, assim, o uso da linguagem.
De acordo com Bakhtin (Op. Cit., p. 282), “nós falamos por diversos gêneros sem
suspeitar da sua existência”. No cotidiano escolar, por exemplo, percebemos a utilização
desses dois tipos de gênero, os primários nas conversas informais entre discentes, docentes e
funcionários em geral e o secundário nos eventos (palestras, reuniões pedagógicas,
apresentações teatrais, saraus etc.) e no desenvolver das aulas (leitura e produção de diversos
textos). É interessante perceber que a escolha de um determinado gênero direciona, também, a
forma de organizarmos o nosso discurso, as escolhas lexicais e estruturas gramaticais.
Para direcionar o estudo dos gêneros, o autor agrupa-os de acordo com as esferas da
atividade humana. Para Bakhtin ([1953] 1992, p. 179): “Todas as esferas da atividade
humana, por mais variadas que sejam, estão relacionadas com a utilização da língua. Não é de
surpreender que o caráter e os modos dessa utilização sejam tão variados como as próprias
esferas da atividade humana”.
Entendemos que para Marcuschi (2008) os domínios discursivos correspondem às
esferas da atividade humana, propostas por Bakhtin (2003). Para o autor, a capacidade de
distinguir as diversas práticas sociais de acordo com os domínios discursivos nas quais estão
inseridas é que direciona o nosso comportamento discursivo, sendo assim:
[...] os domínios discursivos produzem modelos de ação comunicativa que se
estabilizam e se transmitem de geração para geração com propósitos e
efeitos definidos e claros. Além disso, acarretam formas de ação, reflexão e
avaliação social que determinam formatos textuais que em última instância
26
desembocam na estabilização de gêneros textuais (MARCUSCHI, 2008, p.
194).
Partindo dessa perspectiva, Marcuschi (2008) apresenta um quadro distribuindo alguns
gêneros discursivos de acordo com seus domínios, ou seja, esfera da vida social ou
institucional, ao qual o gênero está relacionado, e modalidades de uso da língua, conforme
reproduziremos resumidamente a seguir. Esse autor enfatiza que alguns gêneros podem
aparecer em mais de um domínio, como é o caso das cartas do leitor, que podem ser
enquadradas tanto no domínio jornalístico como no domínio interpessoal, conforme podemos
observar no Quadro 1.
27
Quadro 1 - Gêneros discursivos/textuais por domínios discursivos e modalidades
DOMÍNIOS
DISCURSIVOS
MODALIDADES DE USO DA LÍNGUA
ESCRITA ORALIDADE
INSTRUCIONAL
(científico,
acadêmico,
educacional)
artigos científicos, resenhas
relatórios, notas de aula,
conferências, projetos, sumário
etc.
debates, discussões, aulas
participativas etc.
JORNALÍSTICO editoriais, reportagens, nota social,
artigos de opinião, cartas do
leitor, entrevistas jornalísticas etc.
entrevistas jornalísticas, debates
etc.
RELIGIOSO orações, catecismo, bulas papais
etc.
sermões, rezas, confissão etc.
SAÚDE receita médica, bulas, receitas
culinárias etc.
consulta, entrevista médica etc.
COMERCIAL rótulo, classificados, nota fiscal,
bilhete de ônibus etc.
publicidade e refrão de feira-
livre etc.
INDUSTRIAL instrução de montagem de
equipamento, manuais de
instrução, avisos etc.
ordens expressas em linha de
produção etc.
JURÍDICO contratos, leis, estatutos, certidões
de batismo etc.
tomada de depoimento,
exortações etc.
PUBLICITÁRIO propagandas, anúncios, outdoors,
endereço eletrônico, endereço de
internet etc.
publicidade na TV e no rádio
etc.
LAZER histórias em quadrinhos,
horóscopo, palavras cruzadas etc.
piadas, fofocas, adivinhas etc.
INTERPESSOAL cartas pessoais, cartas do leitor,
telegramas, lista de compras,
diário pessoal etc.
conversações espontâneas,
recados etc.
MILITAR roteiro de cerimônia oficial, lista
de tarefas etc.
ordem do dia, comandos de
formatura etc.
FICCIONAL contos, crônicas, roteiro de filme,
romances etc.
fábulas, lendas, poemas etc.
Fonte: adaptado de Marcuschi (2008, p. 194-196).
28
Nesse quadro, que segue a proposta de Marcuschi (2008, p. 194-196), identificamos
doze (12) domínios discursivos: instrucional, jornalístico, religioso, saúde, comercial,
industrial, jurídico, publicitário, lazer, interpessoal, militar e ficcional. Cada domínio
apresenta uma diversidade de gêneros que podem manifestar-se na modalidade escrita ou oral.
Destacamos também que o quadro não contempla todos os gêneros que permeiam nossas
práticas sociais, tendo em vista que os gêneros são infinitos.
Como podemos observar no Quadro 1, o autor não cita o Artigo de Opinião em
nenhum dos domínios apresentados, porém, considerando o propósito comunicativo e
observando as práticas sociais do nosso cotidiano, podemos afirmar que o Artigo de Opinião é
um gênero que pertence tanto ao domínio jornalístico, por estar presente em inúmeros jornais
e revistas, como ao domínio escolar, uma vez que os próprios PCN orientam situações de
leitura e escrita de tal gênero.
Nesse sentido, cada domínio apresenta características específicas de acordo com o
tema, a esfera social e sua função sociodiscursiva. Para Marcuschi (2008, p. 194), os
“domínios discursivos produzem modelos de ação comunicativa que se estabilizam e se
transmitem de geração para geração com propósitos e efeitos definidos e claros”. Sendo
assim, a compreensão de cada prática social é fundamental para orientar o nosso
comportamento discursivo nas diversas situações comunicativas.
Marcuschi (2008) propõe que a análise de gêneros englobe uma análise do texto e do
discurso, considerando não só os aspectos descritivos da língua como também os
socioculturais. O autor define os gêneros como “rotinas sociais do nosso dia-a-dia”
(MARCUSCHI, 2006, p. 24), afirmando tratar-se, ainda, de:
[...] textos que encontramos em nossa vida diária e que apresentam padrões
sociocomunicativos característicos definidos por composições funcionais,
objetivos enunciativos e estilos concretamente realizados na integração de
forças históricas, sociais, institucionais e técnicas (MARCUSCHI, 2008, p.
155).
Além da questão dos domínios, Marcuschi (2008) aborda vários temas relacionados
aos estudos dos gêneros, no livro Produção Textual: análise de gêneros e compreensão, como
a diferença entre gênero e tipo textual, a relação oralidade/escrita, a influência da mídia, os
suportes textuais, entre outros. O autor também apresenta reflexões sobre a questão dos
gêneros e o ensino de Língua Portuguesa, fazendo uma análise dos manuais de ensino que,
embora apresentem uma grande variedade de gêneros, exploram de maneira aprofundada
apenas alguns e não abordam de modo sistemático os gêneros orais.
29
Para formular o conceito de gêneros, Adam (2008, p. 44) recorre a Pêcheux (1990),
fazendo uma relação entre os gêneros e as formações discursivas, e a Todorov (1978), que
“inscreve muito claramente esses fenômenos no espaço sociodiscursivo de um determinado
lugar social”. Para Adam (2011, p. 14), a questão dos gêneros está relacionada às práticas
sociodiscursivas dos grupos sociais, considerando seu momento histórico. Sendo assim, “os
sistemas de gêneros evoluem e os gêneros desaparecem com as formações sócio-discursivas e
as práticas às quais eles estavam associados”. Para ilustrar essa questão, podemos pensar, por
exemplo, na carta de alforria, que após o término da escravidão, perde seu sentido e torna-se
um gênero em extinção no nosso país.
Para sintetizar nossa reflexão sobre os gêneros discursivos/ textuais, recorremos às
palavras de Flores (2009, p. 133), para quem trata-se de “[...] materiais discursivos dinâmicos,
que têm como pressuposto a construção do enunciado concreto a partir de uma esfera de
atividade, em que locutor, interlocutor, tempo, lugar e finalidade do dizer são constitutivos”.
Partindo das ideias dos autores em questão, e considerando os objetivos do nosso
trabalho, propomos um esquema no qual o plano composicional e o estilo, ambos propostos
por Bakthin (2003), relacionam-se, respectivamente, ao plano textual e à organização
linguística, termos propostos por Adam ([2008] 2011).
Esquema 2 - Correspondências entre elementos característicos dos Gêneros Discursivos
Fonte: elaborado pelo autora, com base em Bakthin (2003) e Adam (2011)
30
Após revisitarmos algumas questões referentes ao estudo dos gêneros, passaremos a
refletir sobre o gênero discursivo/textual escolhido para nossa pesquisa, o Artigo de Opinião.
2.2 O GÊNERO ARTIGO DE OPINIÃO
Antes de apresentarmos considerações relacionadas ao plano do texto e à organização
linguística do gênero Artigo de Opinião, vamos refletir sua situação de produção e universo
de circulação, uma vez que tal gênero está presente em dois relevantes domínios: o
jornalístico e o instrucional/escolar. Tal discussão se faz necessária tendo em vista que, de
acordo com Marcuschi (2003), o suporte não é irrelevante para análise textual e o gênero não
fica indiferente a ele. Para o autor, “os textos situam-se em domínios discursivos que
produzem contextos e situações para as práticas sociodiscursivas características”
(MARCUSCHI, 2008, p. 193). Dessa forma, o agrupamento dos gêneros em domínios
possibilita a compreensão dos propósitos e efeitos das práticas comunicativas.
Como sabemos, o Artigo de Opinião é um gênero de grande relevância no domínio
jornalístico, tendo em vista que através dele os jornalistas ou especialistas em determinados
temas expressam seu ponto de vista, ou seja, apresentam comentários sobre fatos ocorridos e
questões polêmicas. A partir da popularização dos PCN e da teoria dos gêneros, que colocou o
texto como objeto central do Ensino de Língua Portuguesa, o gênero em questão adquiriu
também grande relevância no domínio instrucional/educacional.
Tal relevância justifica-se pelo gênero em questão caracterizar-se como um
instrumento de interação discursiva, no qual os sujeitos podem manifestar opiniões sobre
fatos polêmicos em sua sociedade. Porém, fortificou-se ainda mais, quando os processos
seletivos de vestibular substituíram a prova discursiva de Língua Portuguesa pela produção de
um Artigo de Opinião ou carta argumentativa.
Bonini (2006) destaca que as pesquisas sobre os gêneros pertencentes ao domínio
jornalístico são de grande relevância social, não só por trazerem colaborações para os
profissionais da área (jornalistas) como também para a formação do cidadão crítico, capaz de
compreender os usos sociais dos gêneros pertencentes a essa esfera. Tal pensamento pode ser
comprovado pelos próprios PCN, quando observamos o Quadro 2, no qual são apresentados
os gêneros sugeridos para a prática de produção textual no cotidiano escolar.
31
Quadro 2 - Gêneros sugeridos para a prática de produção de textos orais e escritos
Fonte: PCN (BRASIL, 1998, p. 57).
De forma geral, observamos no Quadro 2, uma orientação para o trabalho com gêneros
pertencentes à modalidade oral e escrita, entre os gêneros elencados percebemos que são
priorizados os que pertencem a três domínios, a saber: literários; de imprensa e de divulgação
científica. Estabelecendo as comparações entre esse quadro e o Quadro 1 – Gêneros
discursivos/textuais por domínios discursivos e modalidades, elaborado com base na proposta
de Marcuschi (2008), podemos dizer que a expressão “literários” apresentada pelos PCN
(BRASIL, 1998) corresponde aos gêneros “ficcionais”, assim denominados por Marcuschi
(2008), assim como “de imprensa” corresponde a “jornalísticos” e “de divulgação científica”,
o que Marcuschi (2008) chama de “instrucional (científico, acadêmico, educacional)”.
Nessa proposta, o Artigo de Opinião, ou simplesmente “artigo”, como é assinalado no
Quadro 2, enquadra-se nos gêneros “de imprensa”, localizando-se na coluna destinada aos
textos escritos, juntamente com a notícia, a carta do leitor e a entrevista. Atrelados a estes os
PCN (1998) destacam a necessidade do trabalho com alguns gêneros de imprensa
apresentados na linguagem oral: a notícia, a entrevista, o debate e o depoimento.
Considerando-se os estudos sobre o domínio jornalístico, Bonini (2006) diagnostica a
partir de sua pesquisa a existência de quarenta e dois (42) gêneros presentes no jornal
impresso, classificando-os entre fixos e variáveis e estabelecendo categorias, conforme o
32
quadro abaixo, no qual percebemos que o gênero Artigo de Opinião é incluído na seção de
opinião.
Quadro 3 - Estrutura de seções do Jornal do Brasil
F
I
X
O
S
GRANDES SEÇÕES SEÇÕES SUBSEÇÕES
Capa/1ª página Cabeçalho; Chamadas
Política
Brasil Informa JB; Lance Livre
Internacional
Opinião Expediente; Editorial;
Charges; Cartas dos leitores;
Artigos de opinião
Ciência Previsão do tempo; Guia do
leitor
Economia Indicadores; Seu bolso
The Wall Street Journal
Americas
Boca de trombone;
What’s news
Cidade Obituário
Esportes
Caderno B B programa; Danuza;
Horóscopo;
Quadrinhos; Antena;
Registro
Viagem (dom)
V
A
R
I
Á
V
E
I
S
Guia Viagem
Estilo de vida (dom) Saúde e prazer à mesa;
Consultório
Conversa na varanda Papo de consultório;
Entrevista
Casa (dom) Quanto custa: guia de
produtos e serviços
Educação e trabalho:
emprego (dom)
Coluna do concurso;
Profissional do futuro;
Aconselhamento de carreira;
Cartas
Internet (qui) Solucionática; Mundo dos
pixels; Games e cia
Carro e moto (qua/sáb) Guia do motorista;
Consultório mecânico
Ideias: livros (sáb) Informe ideias; Mais
vendidos; O que eles estão
lendo
Fonte: Bonini (2006, p. 62)
Como podemos observar no Quadro 3, o autor destaca a estrutura das seções do Jornal
do Brasil com base nos gêneros, apresentando os termos: “fixos” e “variáveis”, para indicar se
33
tais textos aparecem todos os dias no jornal citado (fixos), ou se aparecem ocasionalmente em
dias alternados (variáveis).
O gênero estudado está enquadrado na seção de opinião, juntamente com outros
gêneros como: expediente; editorial; charges e cartas dos leitores. O Artigo de Opinião pode
ser veiculado de forma impressa ou virtual, uma vez que a maioria dos jornais e revistas
apresenta-se nesses dois formatos. Outra característica desse gênero é que o autor não
necessita ser um jornalista vinculado à empresa, em muitos casos encontramos artigos escritos
e assinados por colaboradores, que de forma geral ocupam papel de destaque na sociedade,
representando as mais diversas profissões como: psicólogos, pesquisadores, políticos,
médicos, professores, entre outros. Tais autores, ao produzirem o artigo, apresentam e
sustentam um ponto de vista sobre determinado fato, que geralmente é um assunto atual e
polêmico.
Na escola, por sua vez, o artigo é um dos gêneros que possibilita ao aluno/autor se
afastar da posição de leitor, espectador dos fatos, e compartilhar com a comunidade escolar
seu posicionamento, podendo tal texto ser veiculado no jornal da escola, do bairro e até
mesmo em redes sociais de circulação mais ampla. Dessa forma, o aluno/articulista torna-se
interlocutor dos acontecimentos sociais.
Por isso mesmo que os Artigos de Opinião são importantes instrumentos para a
formação do cidadão. Para Gagliardi e Amaral (2008, p. 9), “aprender a ler e a escrever esse
gênero na escola contribui para desenvolver a capacidade de participar, com argumentos
convenientes, das discussões [...] de formar opinião sobre elas, contribuir para resolvê-las,
praticar a cidadania”.
Por sua vez, Cunha (2010) apresenta uma análise do funcionamento dialógico nos
gêneros notícias e Artigo de Opinião, confirmando a necessidade de se trabalhar na escola
com tal temática nos gêneros midiáticos. Para essa autora:
Os gêneros da mídia têm sido objeto de inúmeras descrições nos últimos
vinte anos, com uma grande diversidade de enfoques em função do
instrumental teórico adotado. A escola também passou a estuda-los com o
objetivo de formar leitores críticos e construtores dos diversos textos que
circulam na sociedade (CUNHA, 2010, p. 193).
Para Cunha (2010, p. 193), o gênero Artigo de Opinião “é constituído de outros
discursos sobre os fatos comentados e de antecipações das objeções do leitor, para fazer aderir
ao seu ponto de vista e para criticar os outros com os quais mantém uma relação de conflito”,
34
comprovando assim, que no texto se materializa a circulação do discurso e que o sentido é
alcançado nas relações que o sujeito estabelece com o já dito.
Rodrigues (2005) aponta que na esfera jornalística a interação autor/leitor não ocorre
no mesmo espaço (físico e temporal) e enfatiza a valorização que o texto jornalístico,
inclusive o Artigo de Opinião, adquire ao ser veiculado na mídia, uma vez que a publicação
de tais textos subtende um processo de seleção e diagramação. Outra característica que a
autora expõe sobre os textos jornalísticos é sua brevidade, ou seja, tais textos, na maioria dos
casos, têm sua temporariedade limitada à circulação do suporte no qual os textos estão
publicados. Segundo ela:
O Artigo de Opinião se situa entre os gêneros que historicamente têm seu
horizonte temático e axiológico orientado para a manifestação da expressão
valorativa a respeito de acontecimentos sociais que são notícia jornalística. É
um gênero onde os participantes da interação reconhecem e assumem esse
trabalho avaliativo do autor (RODRIGUES, 2005, p. 170).
Dessa forma, podemos considerar os discursos argumentativos como um conjunto de
gêneros imprescindíveis para a construção das relações sociais, “já que, em última instância,
são os argumentos (ditos e/ou implícitos) que parametrizam as regras e valores de grupos
sociais e que, portanto, orientam os comportamentos dos indivíduos que os compõem”,
constituindo, assim, os valores que estabelecem as bases para a tomada de posição em
situações sociais que envolvem pontos de vistas divergentes (ROSENBLAT, 2000, p. 185).
2.3 O TEMA E O PÚBLICO DA PRODUÇÃO TEXTUAL
Após refletirmos sobre o domínio discursivo no qual circula o Artigo de Opinião,
torna-se relevante fazermos algumas observações sobre o tema e o público-alvo. Bronckart
(1997, p. 95-100) defende que o contexto de produção é caracterizado por vários parâmetros,
sendo eles: o local e o momento de produção, o emissor e o receptor, a instituição social onde
se dá a interação, os papéis sociais representados pelo enunciador e receptor, e o(s) objetivo(s)
que o produtor quer atingir com sua produção.
Sendo assim, ao redigir um Artigo de Opinião, o autor pode ter objetivos diferentes,
que são determinados principalmente pela esfera na qual o texto irá circular e pelo contexto de
produção.
Santos e Hack (2009, p. 5) confirmam esse raciocínio e apontam que muitas
características da situação de produção interferem na construção do texto, “tais como as
35
representações do redator acerca das opiniões dos possíveis leitores; a complexidade do tema;
os conhecimentos sobre o gênero discursivo a ser construído; dentre outros”.
De forma geral, em ambos os domínios, jornalístico ou escolar, temos uma imensidade
de temas, sendo que no domínio jornalístico o público-alvo pode apresentar uma relação mais
próxima com o tema, como por exemplo, em revistas e jornais específicos de determinadas
áreas. Já no domínio escolar, de acordo com estudos desenvolvidos por Costa (2010) e
Antunes (2003), entre outros, percebemos que muitas vezes o único leitor do texto, Artigo de
Opinião, é o próprio professor.
Já no contexto do vestibular, temos duas situações: uma fictícia, na qual o
aluno/vestibulando se coloca no papel de um cidadão, geralmente um jornalista, e entra em
um “jogo” proposto pelo comando da prova e uma segunda situação, “real”, em que o aluno
tem consciência que seu texto será corrigido por uma banca de professores de Língua
Portuguesa, sendo tal texto determinante para sua aprovação no processo seletivo. Dessa
forma, esses fatores podem interferir no contexto de produção e na forma que o aluno vai
apresentar o tema.
Rosenblat (2000, p. 197) destaca que “a discutibilidade dos temas não é apenas dada
por sua natureza social, mas se vincula à situação de produção, o que está relacionado a vários
fatores, dentre eles os interlocutores, o tempo e o espaço e o lugar social da enunciação”.
A autora considera alguns aspectos relevantes para a discutibilidade de um tema,
sendo estes: a maturidade cognitiva dos interlocutores, o posicionamento ideológico e as
características do espaço institucional em que se enuncia. No caso do nosso objeto de estudo,
os Artigos de Opinião produzidos pelos vestibulandos do PSV-2010 da UFRN, não temos
como antecipar a maturidade cognitiva desses sujeitos nem seus posicionamentos ideológicos,
apesar de inferirmos que nos textos em questão encontraremos posicionamentos diversos.
No que diz respeito ao espaço da enunciação, sabemos que trata-se de algo
predeterminado, ou seja, os textos em questão foram todos produzidos em um mesmo dia e
horário, com um intervalo de tempo definido e em salas de aula, geralmente da própria
UFRN, que são adaptadas para a aplicação da prova do vestibular, tendo nestas a presença de
dois (2) fiscais.
Para a autora, a relação entre o tema em discussão e o posicionamento ideológico dos
interlocutores, também é fundamental na produção de um discurso argumentativo, já que, “se
podemos antecipar que nosso interlocutor não está minimamente disponível para uma
negociação de opiniões ou posições sobre um dado tema, não se estabelecerá uma
comunicação de cunho argumentativo” (ROSENBLAT, 2000, p. 198).
36
Sendo assim, a articulação dessas três variáveis define a situação como controversa
(ou não), uma vez que desencadeia a possibilidade de um posicionamento diante das possíveis
representações.
Para compreendermos melhor essa situação de produção, citamos Paula (2011, p. 17),
para quem “o valor socialmente atribuído ao vestibular configura um importante dado a ser
considerado, pois, como sabemos, esse processo seletivo tem uma carga ideológico-
representativa bastante significativa em nossa sociedade”. Assim, agregamos a essa produção
textual, além das questões destacadas, a ansiedade do candidato, que pode, muitas vezes,
interferir na produção de tal texto.
2.2.2 Critérios que orientam a produção e a avaliação dos textos
Após refletirmos sobre o tema e o público-alvo do gênero Artigo de Opinião,
passaremos a observar as normas e orientações para a produção e avaliação dos textos, que, de
forma geral, podem servir de norteadores para seus produtores.
Primeiramente, destacamos algumas observações acerca do edital do PSV-2010. Esse
documento, que é disponibilizado para todos os candidatos, informa que será requerida do
candidato a elaboração de um Artigo de Opinião ou Carta Argumentativa (que tem caráter
obrigatório e eliminatório) e em seguida apresenta os procedimentos operacionais que serão
usados para a correção do texto, ou seja, o detalhamento da constituição de uma banca de
avaliação e informações sobre o processamento da nota do vestibulando, destacando como a
nota do texto será incorporada à média final. Porém, não fornece orientações sobre o plano de
texto da redação, o tema solicitado, ou indicação de referências bibliográficas para o estudo
dos gêneros apontados.
Na própria prova de redação, como podemos ver no capítulo metodológico deste
trabalho, também encontramos algumas normas que direcionam a produção do texto, como
por exemplo: número máximo e mínimo de linhas, uso da linguagem formal, entre outros.
Outro documento fornecido pela Comperve é a expectativa de resposta da prova de redação,
que sempre é disponibilizada no site da instituição, após o término do Processo Seletivo. Esse
documento apresenta-se dividido em duas partes, sendo a primeira sobre o domínio da
argumentação e a segunda sobre as normas da língua.
Como nosso foco é nos processos relacionados à organização argumentativa do texto,
apresentaremos, a seguir, apenas a primeira parte dos critérios que orientam a avaliação da
prova de redação.
37
Quadro 4 - Expectativa da redação: argumentação
Fonte: Comperve/UFRN (2011).
38
Como podemos observar no Quadro 4, os critérios que orientam a avaliação da
redação estão diretamente relacionados ao plano textual esperado pela banca de avaliação. Ou
seja, percebemos, através da descrição das competências, que o candidato deve apresentar em
seu texto: introdução, argumentação, refutação e conclusão.
De acordo com tais critérios, compreendemos que a introdução deve evidenciar o
tema e a questão a ser discutida; no desenvolvimento (argumentação), o candidato deve
apresentar uma tese e fundamentá-la com argumentos consistentes; na refutação o articulista
deve desenvolver uma contra-argumentação, anulando os argumentos contrários aos que ele
defende, e na conclusão espera-se que o vestibulando reforce sua tese, demonstrando
originalidade. Além dessas competências, também é avaliada a orientação argumentativa do
texto, no qual é decisivo o uso adequado dos mecanismos de coesão e coerência.
2.2.3 O plano de texto do artigo de opinião
Neste item faremos uma breve reflexão teórica sobre o plano de texto, tendo como
base a proposta de Adam ([2008] 2011) e alguns trabalhos desenvolvidos por Coutinho
(2003), Miranda (2010) e Rodrigues, Passeggi e Silva-Neto (2014). Em seguida, ilustraremos
o plano de texto do Artigo de Opinião considerando o quadro anterior que destaca a
expectativa da redação do PSV-2010 da UFRN. Tal discussão se faz necessária, uma vez que
nos propomos a identificar em que parte(s) do plano de texto são mais recorrentes as marcas
linguísticas da responsabilidade enunciativa.
Em sua obra A linguística textual: introdução à análise textual dos discursos, Adam
(2011) apresenta uma proposta para o estudo do texto. Tal proposta defende que a análise de
um texto deve considerar o seu plano de texto, uma vez que tais planos “desempenham um
papel fundamental na composição macroestrutural do sentido” (ADAM, 2011, p. 257). De
acordo com o autor, “a estrutura composicional global dos textos é inicialmente ordenada por
um plano de texto, base de composição, e é geralmente categorizável em termos de dominante
sequencial” (ADAM, 2011, p. 278), portanto, ao estudarmos o plano de um determinado
texto, devemos considerar os elementos de textura, a estrutura composicional, a semântica, a
enunciação e os atos de discurso.
Coutinho (2003, p. 50) relata que o termo plano de texto foi usado por Jean-Michel
Adam em 1987 com objetivo de estabelecer a dimensão sequencial do texto, distinguindo
assim as superestruturas e os planos de texto. Miranda (2010) também apresenta
considerações sobre o plano de texto tendo como base os estudos de Adam; uma das
39
contribuições da autora é a forma didática como resume as características da noção de plano
de texto nos trabalhos do pesquisador, conforme transcreveremos no quadro a seguir:
Quadro 5 - Características da noção de plano de textos elencadas por Miranda (2010) com base nos trabalhos de
Adam
P
L
A
N
O
S
D
E
T
E
X
T
O
Características:
Estão disponíveis no interdiscurso.
Permitem construir (na produção) e reconstruir (na leitura e na escuta) a
organização global de um texto.
Sendo responsáveis pela organização global dos textos, os planos organizam a
estrutura composicional dos textos.
Estão associados à dispositio da Retórica antiga.
São responsáveis pela segmentação “vi-lisible” do texto escrito.
Podem ser convencionais (fixados pelo gênero) ou ocasionais.
A marcação de um plano de texto inclui fenômenos tais como: as indicações de
mudança de capítulo ou de parágrafo, os títulos e subtítulos, a versificação e
estrofes na poesia, a paginação em geral, a escolha de caracteres tipográficos, a
pontuação. Os organizadores textuais e os conectores podem vir a assinalar
também um plano de texto.
Fonte: Adaptado de Miranda (2010, p. 127-128).
Como podemos observar no quadro acima, uma das características apontadas por
Miranda (2010) sobre a proposta de Adam para o estudo dos planos de texto, é a divisão
destes em dois grupos, a saber: convencional (fixos) ou ocasional. Para o autor: “Os textos
são, de fato, estruturados de maneira muito flexível, e a importância dos planos de texto fixos
ou ocasionais é preponderante” (ADAM, 2011, p. 258).
Sobre o plano de texto convencional, também denominado de fixo, Adam (2011, p.
258) destaca que é “fixado pelo estado histórico de um gênero ou subgênero de discurso”.
Entre os textos que apresentam esse plano, o autor destaca: o plano canônico da dissertação;
os verbetes de dicionário, a estrutura em atos do teatro clássico e as estruturas do soneto
italiano e do soneto elisabetiano.
No que concerne ao plano de texto ocasional, Adam (2011, p. 258) o define como
“...inesperado, deslocado em relação a um gênero ou subgênero de discurso”, citando entre os
gêneros em que é comum esse plano o editorial, o poema, o discurso político, entre outros em
40
que sua análise revele “...um trabalho de reconstrução de sua estrutura...” ( ADAM, 2011, p.
263).
Rodrigues, Passeggi e Silva-Neto (2014) apresentam no artigo Planos de texto e
representações discursivas em processos crime, a descrição do plano de texto da seção de
abertura do processo crime articulando a análise da representação discursiva com a noção de
plano de texto; destacando após a análise dos dados a indentificação de “planos de texto (quase)
fixos...” (RODRIGUES; PASSEGGI; SILVA-NETO, 2014, p. 253).
Como sabemos, o Artigo de Opinião é um gênero no qual o autor argumenta sobre
determinado assunto, que geralmente parte de uma questão polêmica de relevância social. Por
isso, ao escrever um artigo, o articulista deve assumir uma posição, defendê-la com
argumentos e dialogar com diferentes pontos de vista que circulam sobre a polêmica.
Brakling (2010, p. 227) define o gênero Artigo de Opinião como:
[...] um gênero de discurso em que se busca convencer o outro de uma
determinada ideia, influenciá-lo, transformar os seus valores por meio de um
processo de argumentação a favor de uma determinada posição assumida
pelo produtor e de refutação de possíveis opiniões divergentes. É um
processo que prevê uma operação constante de sustentação das afirmações
realizadas, por meio da apresentação de dados consistentes, que possam
convencer o interlocutor.
Tal texto pode ser escrito em primeira pessoa do singular ou plural e assinado pelo
autor, também é comum encontrarmos Artigos de Opinião na terceira pessoa. No caso do
vestibular e dos processos seletivos, esses textos ou são assinados por pseudônimos ou são
anônimos, visando à idoneidade do processo.
Dessa forma, ao escrever esse gênero, devemos deixar clara a posição assumida,
procurar utilizar argumentos consistentes e bem fundamentados, explicar ao leitor quais as
razões que nos levaram a tomar determinada posição e apresentar o pensamento de opositores.
Os elementos que compõem o plano textual do artigo podem variar para atender a
intencionalidade do articulista, mas, de forma geral, o Artigo de Opinião é composto por:
título, introdução, apresentação de argumentos favoráveis (a qual denominaremos
argumentação), apresentação de argumentos contrários (refutação), conclusão e assinatura.
Como descrevemos no Quadro 6:
41
Quadro 6 - Plano textual do Artigo de Opinião
Título Deve ser criativo e coerente com a temática proposta. Tem por
função despertar o interesse do leitor, por isso não deve ser longo.
Introdução Localiza-se no primeiro parágrafo e deve evidenciar a ideia principal
do autor do texto. Nesse parágrafo o autor deve identificar o tema e
formular uma tese.
Argumentação Localiza-se entre a introdução e a conclusão e pode se estender por
mais de um parágrafo. Nesse espaço o autor do texto deve expor
argumentos em defesa de um ponto de vista. Alguns processos
seletivos exigem do candidato a apresentação e o desenvolvimento
de pelo menos dois argumentos que devem sustentar a tese
apresentada na introdução.
Refutação Argumentos que têm por objetivo desqualificar a justificativa do
outro, ou seja, rebater os argumentos contrários ao ponto de vista
apresentado.
Conclusão A conclusão deve ser o parágrafo final do texto, ela é um
fechamento de todas as ideias apresentadas. Nesse parágrafo o autor
deve reafirmar a posição assumida, (re)apresentando explicitamente
sua opinião.
Assinatura A assinatura do artigo de opinião evidencia que as ideias
apresentadas são de responsabilidade do autor. Normalmente, ao
lado da assinatura encontramos algumas informações sobre o autor
como, por exemplo, sua formação acadêmica e/ou experiência
profissional. Em alguns jornais e revistas a assinatura aparece no
início do texto.
Fonte: elaborado pela pesquisadora
Para ilustrar o plano textual do artigo de opinião, reproduziremos no Quadro 7 um
texto extraído da coletânea de textos das Olimpíadas Nacionais de Língua Portuguesa, no qual
identificamos as partes descritas no quadro anterior.
42
Quadro 7 - Ilustração do plano textual do Artigo de Opinião
Título Café na avenida: certo ou errado?
Introdução Um fato estranho aconteceu em minha cidade. O prefeito interditou a
avenida principal para secagem de café, provocando muita polêmica.
Um cafeicultor pediu um espaço ao prefeito alegando que a colheita
estava atrasada por causa da chuva, como a safra foi muito grande ele
já não possuía espaço suficiente para secar café. Segundo ele, se o
prefeito não cedesse um espaço, ele teria que parar com safra e
demitir duzentos trabalhadores rurais.
Argumentação Os que são contra dizem que o prefeito agiu com intenções políticas,
porque é candidato à reeleição; dizem ainda que a medida atrapalhou
o trânsito; que a população não foi avisada com antecedência e que
essa atitude abre precedentes para outros produtores solicitarem o
mesmo benefício, caso fiquem em dificuldades.
Os que são favoráveis dizem que a medida impediu a demissão dos
trabalhadores, que a avenida é larga o suficiente para ser usada em
mão dupla e que será utilizada por pouco tempo, aproximadamente
trinta dias.
Eu penso que com a pista interditada havia possibilidade de acontecer
acidentes, visto que a interdição da avenida não foi mesmo
comunicada com antecedência à população. Esta avenida é uma das
mais movimentadas de minha cidade, pois dá acesso ao distrito
industrial, à usina de açúcar e álcool e à rodovia estadual próxima,
portanto não deveria estar sendo usada dessa forma.
Penso ainda que o fazendeiro deveria ter construído outros terreiros
para secar café ou tentar encontrar outra solução sem incomodar os
cidadãos, pois acredito que dinheiro não é problema para ele, já que
como foi publicado no jornal da cidade o cafeicultor é o maior
produtor da região.
Refutação Apesar de algumas pessoas garantirem que o decreto do prefeito é
legal, porque está previsto na lei orgânica do município em seu artigo
94, o promotor de justiça afirmou que “a medida é juridicamente
discutível”.
Conclusão Portanto, sou contra a colocação do café na avenida porque privilegia
alguns em detrimento de outros, abre precedentes e atrapalha o
trânsito da cidade.
Assinatura Angélica Larissa Ferreira, aluna da professora Maria Ângela Tidei,
da E. E. Professora Laura Rebouças de Abreu,
participante do Prêmio Escrevendo o Futuro.
Texto 12 - Olimpíadas de Língua Portuguesa
Fonte: elaborado pela pesquisadora
43
O texto “Café na avenida”, publicado na coletânea de artigos das Olimpíadas de
Língua Portuguesa, foi escrito por uma aluna do Ensino Médio. Esse artigo retrata uma
questão do local onde a autora reside. A aluna inicia o texto localizando o leitor a respeito da
polêmica que sua cidade vive após o prefeito ter permitido que um cafeicultor usasse uma das
avenidas principais da cidade para secar seu café, ou seja, na introdução temos a
contextualização da problemática apresentada no texto.
De acordo com Santos e Hack (2009, p. 4), os Artigos de Opinião iniciam-se com a
identificação do tema, localizando o leitor em relação a seus antecedentes e seu alcance e
“segue com uma tomada de posição, isto é, com a formulação de uma tese; depois, apresenta-
se os diferentes argumentos de forma a justificar esta tese; para encerrar, faz- se uma
reafirmação da posição adotada no início do texto”.
Para os autores em questão o articulista pode usar diversas estratégias discursivas para
persuadir o leitor, dentre as quais citam: “acusações claras aos oponentes, as ironias, as
insinuações, as agressões, as apelações à sensibilidade ou, ao contrário, a tomada de distância
através do uso das construções impessoais, para dar objetividade e consenso à análise
realizada” (SANTOS; HACK, 2009, p. 4). Assim, a escolha dessas estratégias deve levar em
conta principalmente o objetivo do autor e o público-alvo, de forma que tais estratégias sejam
coerentes com a questão apresentada e favoreçam ao articulista o convencimento do seu
leitor.
2.5 A ORGANIZAÇÃO LINGUÍSTICA DO ARTIGO DE OPINIÃO
De acordo com Adam (2011), a organização linguístico-discursiva de um determinado
gênero diz respeito aos elementos linguísticos que estão presentes na microestrutura textual.
No gênero Artigo de Opinião, o enfoque é para o uso dos verbos, o gerenciamento das vozes,
como também o uso dos conectores que favorecem a progressão textual.
Brakling (2010, p. 227) apresenta um trabalho a partir de Artigos de Opinião coletados
em revistas não técnicas e jornais não especializados, nesse corpus, a pesquisadora destaca
como marcas relevantes:
I. A organização do discurso quase sempre em terceira pessoa;
II. O uso do presente do indicativo- ou do subjuntivo- na apresentação
da questão, dos argumentos e contra-argumentos;
III. A possibilidade de uso do pretérito em uma explicação ou
apresentação de dados;
IV. A presença de citações de palavras alheias;
44
V. A articulação coesiva por operadores argumentativos.
A pesquisadora em questão também observa nos textos analisados a “ordem de
apresentação da tese, conclusão, argumentos, contra-argumentos” (BRAKLING, 2010, p.
228).
Para Cunha (2010, p. 184), “O Artigo de Opinião expõe o ponto de vista de um
jornalista ou de um colaborador do jornal, fazendo uso de dêiticos e do presente do indicativo
como tempo de base, num texto claramente argumentativo. Comentando sempre algo já dito”.
Ou seja, para a autora, o Artigo de Opinião é um texto que constitui-se de um dizer sobre
outro dizer, seja o ele imediato ou recente.
Em seu estudo, Cunha (2010) focaliza principalmente o dialogismo recorrente nesse
gênero. Para ela esse dialogismo se faz presente tanto por meio das formas marcadas como
também através de formas não marcadas, possibilitando “a posição e os pontos de vista do
enunciador do discurso atual, o grau de distância ou de adesão aos discursos dos enunciadores
citados ou mencionados, e os lugares ocupados por eles” (CUNHA, 2010, p. 179).
Ainda de acordo com Cunha (2010, p. 181), “todo enunciado é uma resposta a um já
dito, seja numa situação imediata, seja num contexto mais amplo”. Nesse sentido a autora
defende que no Artigo de Opinião essa resposta não se dá através de um diálogo, uma
conversação entre dois falantes, mas sim de um texto escrito no qual o enunciado apresenta
relações com outros que abordam o mesmo assunto. Seguindo esse raciocínio, a pesquisadora
afirma que:
O tratamento dado a outros discursos varia de acordo com os gêneros. O
Artigo de Opinião não faz uso do dialogismo mostrado, mas é
fundamentalmente dialógico. Vale ressaltar que, diferentemente da notícia,
os outros discursos mencionados, citados e antecipados funcionam como
argumento para sustentar os pontos de vista do jornalista (CUNHA, 2010, p.
190, 191).
Outro fator que deve ser considerado no estudo do Artigo de Opinião é a sua
heterogeneidade genérica, ou seja, a possibilidade de, em sua composição, encontrarmos
fragmentos textuais que lembram outros gêneros. Rodrigues (2010, p. 216) aponta que, “na
sua configuração composicional encontra-se, muitas vezes, mais ou menos marcados,
fragmentos de outros gêneros, por exemplo, relatos, que funcionam no todo do gênero como
estratégia discursiva de sustentação da argumentação”. Tal fato também é explicado por
45
Cunha (2010), quando afirma que o uso de narrativas e citações nos Artigos de Opinião
configura-se como uma estratégia argumentativa do articulista.
Para Koch (2008, p. 18), “a simples seleção das opiniões a serem reproduzidas já
implica, por si mesma, uma opção”, defendendo assim, que a argumentatividade está presente
não só na sequência argumentativa, mas também em sequências como a narração e a
descrição. Dando continuidade a esse raciocínio, a autora defende que “em cada texto, de
acordo com a intencionalidade do locutor, estabelece-se um novo tipo de relações: relações
argumentativas, que implicam, por exemplo, a apresentação de explicações, justificativas,
razões, relativas aos atos de enunciação anteriores” (KOCH, 2008, p. 31).
Expostas algumas características gerais da organização linguística do gênero Artigo de
Opinião, passaremos agora a ver outros elementos característicos de tal gênero, a saber: o uso
de verbos de opinião, a presença dos conectores e o uso das aspas.
2.5.1 Os verbos de opinião
Rosenblat (2000, p. 195) destaca em sua pesquisa o uso do verbo achar, que em seu
corpus sinaliza uma opção para introdução de opiniões referentes ao tema. A pesquisadora
observa em seu universo de dados que tal recurso argumentativo “se posiciona no início dos
turnos pelo fato dos alunos desconhecerem recursos mais sofisticados para o gênero como o
uso de um parágrafo introdutório, apresentando o tema (a polêmica) e a organização de
argumentos em parágrafos subsequentes”.
Marcuschi (1991) apresenta em seu estudo A ação dos verbos introdutores de opinião
uma análise dos verbos usados por jornalistas para introduzir opiniões. Para o autor, o uso dos
verbos de opinião é a forma linguística que os jornalistas usam com mais frequência quando
objetivam relatar opiniões. Entre os verbos mais usados Marcuschi (1991, p. 76) destaca:
“declarar, confirmar, elogiar, dizer, frisar, indagar, reiterar, advertir, acusar, pedir, sugerir,
defender, atacar, contar, considerar, enfatizar, lembrar, acreditar, concordar, etc.”.
2.5.2 Os conectores e os operadores argumentativos
Flores (2009, p. 66) define o termo conector como “entidade teórica que tem a função
de ligar dois segmentos”. De acordo com Charaudeau (2008, p. 115), essa expressão foi
usada, inicialmente, pelo escocês Blair em seu Cours de rhétorique et de belles-lettres,
referindo-se às conjunções que possibilitavam ao discurso a estruturação, articulação e
46
progressão textual. Ainda seguindo o autor, só em 1980, Ducrot apresentou uma “reflexão
sobre advérbios, conjunções e locuções conjuntivas que desempenham um papel de conexão
entre unidades do discurso” (CHARAUDDEAU, 2008, p. 115).
Nesse período os estudos dos princípios de textualidade, apresentados por Beaugrande
e Dressler (1981), que situam a coesão e a coerência como propriedades textuais focadas no
próprio texto, também contribuem para o avanço das pesquisas sobre os conectores.
Dando sequência ao estudo de tal fenômeno, Adam (2011, p. 179) afirma que:
Os conectores entram numa classe de expressões linguísticas que reagrupa,
além de certas conjunções de coordenação (mas, portanto, ora, então), certas
conjunções e locuções conjuntivas de subordinação (porque, como, com
efeito, em consequência, o que quer que seja, então, etc.) e grupos nominais
ou preposicionais (apesar disso etc.).
Adam (2011) estabelece três tipos de conectores, quais sejam: os conectores
argumentativos, os organizadores e marcadores textuais e os marcadores de responsabilidade
enunciativa; acrescentando ainda que os organizadores textuais situam-se, na sua maioria, no
nível N4 (Textura-proposições enunciadas e períodos) dos Níveis ou Planos da Análise de
Discurso; os marcadores de responsabilidade enunciativa no nível N7 (Enunciação-
responsabilidade enunciativa e coesão polifônica) e os conectores argumentativos dependem,
além desses dois níveis (N4 e N7), da orientação argumentativa.
Segundo Adam (2011), a função e o emprego desses termos estão relacionados com os
gêneros de discurso. Para o autor, essas três categorias apresentam uma mesma função de
ligação semântica entre unidades de níveis diferentes, sendo que, “o que as diferencia é que
elas acrescentam ou não, a essa função de conexão, a indicação de responsabilidade
enunciativa (PdV) e/ou de orientação argumentativa” (ADAM, 2011, p. 180).
De acordo com Adam (2011, p. 276), nos textos argumentativos, fator aplicável ao
gênero que estudamos, “o papel estruturante dos organizadores e dos conectores é
determinante”. Tais marcadores são definidos como elementos textuais que favorecem a
articulação do texto, podendo encadear segmentos textuais diversos como períodos,
parágrafos e/ou sequências.
Por exemplo, em um texto argumentativo, os conectores “servem para evidenciar as
relações entre argumentos e contra-argumentos, entre a tese própria e a contrária” (RIEGEL et
al, 1994 apud ADAM, 2011, p. 181). No esquema, a seguir, apresentamos a divisão proposta
por Adam (2011) no que concerne à classificação dos conectores.
47
Esquema 3 - Classificação dos conectores
Fonte: Adaptado de Adam (2011, p. 181-191).
Como podemos observar no esquema acima, essa classificação refere-se,
principalmente, à função que os conectores assumem nos textos/discursos, que podem ser,
respectivamente: (1) assegurar a função da conexão, (2) sobrepor a essa função a marcação
e/ou retomada enunciativa e (3) agrupar, além das duas funções anteriores, a orientação
argumentativa do enunciado. Contextualizado a questão geral dos conectores, passaremos a
focalizar cada um dos grupos.
2.5.2.1 Os organizadores e marcadores textuais
Conforme observamos, esse primeiro grupo compreende os organizadores espaciais,
temporais, enumerativos, os marcadores de mudança de topicalização e os marcadores de
ilustração e de exemplificação. Para Adam (2011, p. 181), um dos principais papéis que esses
organizadores exercem nos textos está relacionado aos planos textuais, pois entre eles
“podem-se distinguir os que ordenam as partes da representação discursiva nos eixos maiores
do tempo e do espaço e os que estruturam, essencialmente, a progressão do texto e a indicação
de suas diferentes partes”.
48
Considerando a proposta de Adam (2011, p. 181-186), elaboramos o quadro a seguir,
que sintetiza a função e os organizadores e marcadores textuais mais conhecidos.
Quadro 8 - Organizadores e marcadores textuais
Conectores Detalhamento Exemplos
Organizadores
espaciais
Contribuem para a organização
espacial do texto, favorecendo a
coerência.
À esquerda/à direita,
antes/depois, em cima/embaixo,
mais longe, de um lado/de outro
lado etc.
Organizadores
temporais
Encadeiam e favorecem a
organização temporal das
informações nos textos, podendo
apresentar uma ordem de
informatividade crescente (e +
então + depois + após, entre
outras possibilidades).
Então, antes, em seguida, [e]
então, depois, após, na véspera,
no dia seguinte, três dias depois...
Organizadores
enumerativos
Tem a função de segmentar e
ordenar, podendo combinar esse
valor de ordem com o valor
temporal. Divide- se em dois
grupos: os aditivos e os
marcadores de integração linear,
que podem indicar abertura,
continuidade ou fechamento de
uma série enumerativa.
Aditivos: e, ou, também, assim
como, ainda, igualmente, além
disso...
Marcadores de integração linear
que abrem uma série: de um lado,
inicialmente, primeiramente, em
primeiro lugar...
Que indicam continuidade: em
seguida, depois, em segundo
lugar...
Que indicam fechamento: por
outro lado, enfim, em último
lugar, e, é tudo, para terminar,
em conclusão...
Marcadores de
mudança de
topicalização
Também estão relacionados à
organização do plano de texto e
da estrutura da argumentação.
Quanto a, no que concerne a.
Marcadores de
ilustração e de
exemplificação
Sua função está relacionada à
introdução de exemplos
Por exemplo, notadamente, em
particular, como, entre outros e
assim.
Fonte: Adaptado de Adam (2011, p. 181-186).
49
2.5.2.2 Os marcadores de responsabilidade enunciativa
Os marcadores de responsabilidade enunciativa, além de estabelecer a conexão,
indicam uma (não) assunção enunciativa, ou seja, tais marcadores estão diretamente ligados à
atribuição de uma determinada parte do texto a um ponto de vista. Para Adam (2011, p. 187),
“a segmentação tipográfica, os tempos verbais e o recurso aos conectores concessivos são os
meios correntes de indicar um quadro enunciativo”.
O autor divide esse grupo em quadro partes, sendo: (1) os marcadores de quadros
mediadores ou de fontes do saber, que indicam quando uma porção do texto não é assumida,
mas sim, mediada; (2) os marcadores de reformulação que assinalam uma retomada e/ou uma
reformulação; (3) os marcadores de estruturação da conversação e (4) os fáticos, sendo estes
dois últimos mais relacionados à modalidade oral da língua. No quadro a seguir, podemos
observar o detalhamento desses marcadores.
Quadro 9 - Marcadores de responsabilidade enunciativa
Marcadores de responsabilidade
enunciativa
Exemplos
Marcadores de quadros mediadores ou de
fontes do saber
Segundo, de acordo com, para, de fonte
segura
Marcadores que permitem opor duas
fontes, desqualificando a primeira
Alguns pensam, nós pensamos
Marcadores de reformulação Isto é, dito de outro modo, numa palavra,
em outras palavras
Marcadores de integração linear
conclusivos
Enfim, em resumo, finalmente, no final
das contas, no fundo, contas feitas, em
conclusão, para dizer tudo, na realidade,
de fato, afinal, depois de tudo, em todo
caso, de toda forma, de toda maneira.
Marcadores de estruturação da
conversação
Bom, bem, pior, então, etc.
Fáticos Você sabe/tu sabes, você vê/tu vês, eh...
Fonte: Adaptado de Adam (2011, p. 187-188).
2.5.2.3 Os conectores argumentativos
Como já mencionamos anteriormente, os conectores argumentativos agregam, além da
função de conexão e de marcação de uma responsabilidade enunciativa, a articulação de
enunciados que desempenham uma relação argumentativa. Para abordarmos tais conectores,
50
consideraremos as propostas de Adam (2011) e Koch (2008), que denominam tal fenômeno
como operadores argumentativos. Esclarecemos que em nosso estudo esse termo será usado
com o mesmo sentido de conectores argumentativos, como é proposto por Adam (2011).
Charaudeau (2008, p. 117) afirma que:
Os conectores argumentativos adicionam à função de segmentação dos
enunciados um marcador forte de assunção enunciativa. Diferentemente de
outros conectores, eles orientam argumentativamente a cadeia verbal,
desencadeando a retomada de um conteúdo proposicional seja como
argumento, como uma conclusão, como um argumento encarregado de
apoiar ou reforçar uma inferência ou ainda como um contra-argumento.
Adam (2011, p. 189) defende que “os conectores argumentativos associam as funções
de segmentação, de responsabilidade enunciativa e de orientação argumentativa dos
enunciados”. Para o autor, “um conector, indica um ponto de vista enunciativo (PdV), o grau
de responsabilidade enunciativa, pelo Locutor (L), dos enunciados atribuídos, diretamente ou
não aos enunciadores” (ADAM, 2011, p. 194).
Para compreendermos melhor a questão dos conectores argumentativos, é relevante
refletir um pouco sobre a relação argumentativa que, para Coutinho (2004, 2005, p. 7), ocorre
“entre dois enunciados quando um deles é apresentado como destinado a fazer admitir, ou
justificar, o outro, o primeiro será argumento, o segundo conclusão”. Dando continuidade a
esse raciocínio, a autora defende que nem sempre essa relação será explícita.
Simplificando o estudo dos conectores argumentativos, Adam (2011, p. 190-191)
apresenta quatro grandes categorias de conectores, que transcrevemos a seguir:
x Conectores argumentativos marcadores do argumento: porque, já
[uma vez] que, pois, com efeito, como, mesmo, aliás, por sinal etc.
x Conectores argumentativos marcadores da conclusão: portanto,
então, em consequência etc.
x Conectores contra-aargumentativos marcadores de um argumento
forte: mas, porém, contudo, entretanto, no entanto.
x Conectores contra-argumentativos marcadores de argumentos
fracos: certamente, embora, apesar de que, ainda que etc.
Segundo Koch (2008, p. 33), os operadores argumentativos são responsáveis pelo
encadeamento dos enunciados, estruturando-os em textos e determinando a sua orientação
discursiva.
Para Santos e Hack (2009, p. 8), os operadores argumentativos:
51
Podem relacionar elementos de conteúdo, ou seja, situar os estados de coisas
de que o enunciado fala no espaço e/ou no tempo, bem como estabelecer
entre eles relações entre dois ou mais atos de fala, exercendo funções
enunciativas ou discursivo-argumentativas: oposição, contraste, concessão,
justificativa, explicação, generalização, disjunção argumentativa,
especificação, comprovação, entre outras. Esses articuladores comentam, de
alguma forma, a própria enunciação; e podem, ainda, desempenhar, no texto,
funções de ordem meta-enunciativa.
Koch (2008, p. 104-106) propõe a divisão dos operadores argumentativos em sete
grupos, a saber: (1) operadores que estabelecem a hierarquia dos argumentos; (2) operadores
que favorecem o encadeamento de elementos quando existem dois ou mais argumentos; (3)
introdutor de argumento decisivo; (4) marcador de excesso ou introdutor de mais um
argumento; (5) marcadores de oposição; (6) introdutor de asserção derivada (esclarecimento
e/ou reiteração); e (7) operadores de afirmação ou negação plena. Para a autora, “grande parte
da força argumentativa do texto está na dependência dessas marcas” (KOCH, 2008, p. 108),
sendo assim, adquirir consciência do valor argumentativo desses operadores é fundamental
para possamos utilizá-los adequadamente em nossos textos/discursos e também
identificarmos e interpretarmos em discursos outros.
Para um melhor efeito de compreensão, elaboramos o quadro a seguir, sintetizando os
conectores argumentativos e as relações estabelecidas por eles.
Quadro 10 - Conectores argumentativos
Relações estabelecidas pelos operadores Operadores argumentativos
Operadores que estabelecem a hierarquia dos
elementos
Até, até mesmo, inclusive – marcam argumentos
mais fortes.
Ao menos, pelo menos, no mínimo – marcam
argumentos mais fracos.
Operadores que encadeiam dois ou mais
argumentos
E, também, nem, tanto... como, não só...mas
também, além de, além disso etc.
Operadores que marcam excesso, introduzem mais
um argumento e/ou indicam mudança de estado
Ainda, já.
Introduzem um argumento decisivo, apresentando-
o como acréscimo
Aliás, além do mais.
Marcadores de oposição/conectores contra-
argumentativos
marcadores de um argumento forte
Mas, porém, contudo, entretanto, no entanto,
embora etc.
Conectores argumentativos
marcadores do argumento
Porque, já [uma vez] que, pois, com efeito, como,
mesmo, aliás, por sinal etc.
Conectores contra-argumentativos marcadores de
argumentos fracos:
Certamente, embora, apesar de que, ainda que etc.
Conectores argumentativos
marcadores da conclusão
Portanto, então, em consequência etc.
Fonte: Adaptado de Adam (2011, p. -191).
52
Comparando as categorias apresentadas por Adam (2011) e Koch (2008), percebemos
que Adam se dedica mais ao estudo dos operadores argumentativos marcadores de oposição,
não só por apresentar um número maior de possibilidades de conectivos, como também por
propor uma divisão entre os marcadores de argumentos fracos e fortes. Koch (2008), por sua
vez, prioriza, em sua classificação, os operadores (marcadores) que acompanham os
argumentos, seja introduzindo, encadeando ou destacando-os em relação aos outros
argumentos apresentados.
2.5.2.4 As aspas
As aspas funcionam como “um sinal de distância que o locutor pode colocar, na
escrita, em palavras que produz” (AUTHIER-REVUZ, 2004, p. 217). Para a autora, tal
recurso pode apresentar dois valores diferentes; um relacionado à autonímia e o outro à
conotação autonímica.
Na autonímia esse processo se dá quando o enunciador refere-se ao próprio signo. Para
ilustrar essa questão, transcreveremos um exemplo proposto por Authier-Revuz (2004, p.
217). Podemos observar que em tal uso a palavra entre aspas não pode ser trocada por um
sinônimo. Exemplo: A palavra “caridade” tem quatro sílabas.
O segundo valor ao qual o uso das aspas está associado é o de conotação autonímica
(AUTHIER-REVUZ, 2004) ou modalização autonímica (MAINGUENEAU, 2011). Para
Maingueneau (2011, p. 162), as aspas empregadas na “modalização autonímica não são
obrigatórias. O enunciador indica ao leitor que seu discurso não coincide consigo mesmo,
porém não explica os motivos”.
Em um capítulo intitulado Palavras mantidas a distância, Authier- Revuz (2004)
apresenta algumas funções que as aspas podem assumir, entre as quais destacamos as que são
mais recorrentes em nosso corpus.
Em resumo, as aspas de modalização autonímica podem ser usadas para:
x Marcar palavras estrangeiras, neológicas, técnicas;
x Marcar uma expressão familiar, que remete a um outro nível de linguagem;
x Provocar um uso ostentatório, no qual o sujeito as utiliza como “instrumento de
distinção” (AUTHIER- REVUZ, 2004, p. 222)
x Proteger o enunciador de julgamentos. Para Authier-Revuz (2004, p. 224), essas
“aspas de proteção postas sobre uma palavra assinalada assim como aproximativa
53
[...] preparam uma eventual réplica e frustram preventivamente a ofensiva do
outro”.
Maingueneau (2011, p. 161) acrescenta, ainda, as aspas que marcam um clichê, um
estereótipo. Como podemos observar, as aspas podem assumir significados muito variados.
Authier-Revuz (2004, p. 228) afirma que “as aspas não marcam com certeza uma distância
irônica, mas a resposta à suspensão de responsabilidade própria a qualquer colocação de aspas
através de uma nova asserção”.
2.5.2.5 Organização linguística do artigo de opinião: uma breve ilustração
Para ilustrar a organização linguística de um Artigo de Opinião, vamos retomar o texto
“Café na avenida: certo ou errado?”, apresentado no item anterior, e observarmos o
gerenciamento das vozes, o uso dos verbos e dos conectivos. Para um melhor efeito de
compreensão, destacamos os conectivos com as cores: amarelo (operadores que marcam
excesso, introduzem mais um argumento e/ou indicam mudança de estado) azul (conectores
argumentativos marcadores do argumento), rosa (conectores argumentativos marcadores da
conclusão) e verde (marcadores de quadro mediadores ou de fontes do saber) e os verbos de
opinião em negrito.
54
Quadro 11 - Ilustração da organização linguística do Artigo de Opinião
Título Café na avenida: certo ou errado?
Introdução Um fato estranho aconteceu em minha cidade. O prefeito interditou a
avenida principal para secagem de café, provocando muita polêmica.
Um cafeicultor pediu um espaço ao prefeito alegando que a colheita
estava atrasada por causa da chuva, como a safra foi muito grande ele já
não possuía espaço suficiente para secar café. Segundo ele, se o prefeito
não cedesse um espaço, ele teria que parar com safra e demitir duzentos
trabalhadores rurais.
Argumentação Os que são contra dizem que o prefeito agiu com intenções políticas,
porque é candidato à reeleição; dizem ainda que a medida atrapalhou o
trânsito; que a população não foi avisada com antecedência e que essa
atitude abre precedentes para outros produtores solicitarem o mesmo
benefício, caso fiquem em dificuldades.
Os que são favoráveis dizem que a medida impediu a demissão dos
trabalhadores, que a avenida é larga o suficiente para ser usada em mão
dupla e que será utilizada por pouco tempo, aproximadamente trinta
dias.
Eu penso que com a pista interditada havia possibilidade de acontecer
acidentes, visto que a interdição da avenida não foi mesmo comunicada
com antecedência à população. Esta avenida é uma das mais
movimentadas de minha cidade, pois dá acesso ao distrito industrial, à
usina de açúcar e álcool e à rodovia estadual próxima, portanto não
deveria estar sendo usada dessa forma.
Penso ainda que o fazendeiro deveria ter construído outros terreiros
para secar café ou tentar encontrar outra solução sem incomodar os
cidadãos, pois acredito que dinheiro não é problema para ele, já que
como foi publicado no jornal da cidade o cafeicultor é o maior produtor
da região.
Refutação Apesar de algumas pessoas garantirem que o decreto do prefeito é legal,
porque está previsto na lei orgânica do município em seu artigo 94, o
promotor de justiça afirmou que “a medida é juridicamente discutível”.
Conclusão Portanto, sou contra a colocação do café na avenida porque privilegia
alguns em detrimento de outros, abre precedentes e atrapalha o trânsito
da cidade.
Assinatura A. L. F., aluna da professora M. Â. T.,
da E. E. Professora Laura Rebouças de Abreu,
participante do Prêmio Escrevendo o Futuro.
Texto 12- Olimpíadas de Língua Portuguesa
Fonte: elaborado pela pesquisadora
55
Como podemos observar, a leitura do texto revela o posicionamento da autora. Nesse
caso, a presença dos marcadores de quadros mediadores, introduzida pela expressão segundo
ele, “permite opor duas fontes desqualificando a primeira sem, no entanto, mencionar a
identidade do PdV oposto. Esses marcadores indicam que uma porção do texto não é
assumida por aquele que fala, mas mediada por uma voz ou PdV” (ADAM, 2011, p. 187). Ou
seja, a autora do texto apresenta inicialmente a opinião das outras pessoas, dividindo-as em
dois grupos: as que são contra e as que são a favor. Por fim, cita a voz do promotor de justiça,
devidamente colocada entre aspas, para fortalecer sua argumentação, já que esta citação
caracteriza-se como um argumento de autoridade, uma vez que o promotor é um representante
do poder judicial.
Para uma melhor compreensão dos elementos em análise na organização linguística
desse texto, destacamos em negrito os verbos de opinião (penso, dizem, deveria, acredito e
afirmou) que inserem a opinião da autora sobre a questão apresentada no texto.
Em relação à presença dos conectivos, dos quatorze (14) tipos apresentados neste
capítulo, encontramos quatro (4), os quais para um melhor efeito de visualização foram
destacados com cores divergentes, sendo de amarelo, os (1) operadores que marcam
excesso, introduzem mais um argumento e/ou indicam mudança de estado (ainda); de
azul, destacamos (2) os conectores argumentativos marcadores do argumento (porque,
pois, visto que); com a cor rosa, focalizamos (3) os conectores argumentativos marcadores
da conclusão, nesse caso observamos duas ocorrências do mesmo marcador (portanto) e de
verde, (4) os marcadores de quadro mediadores ou de fontes do saber (segundo).
Esses conectores, além de favorecer a conexão, também agregam a marcação de uma
retomada enunciativa e possibilitam a manutenção da orientação argumentativa do texto.
Como exemplo, podemos citar o operador “ainda”, que aparece duas vezes na argumentação:
no primeiro caso marcando um excesso e ao mesmo tempo enfatizando o ponto de vista da
autora do texto “Os que são contra dizem que o prefeito agiu com intenções políticas, porque
é candidato à reeleição; dizem ainda que a medida atrapalhou o trânsito”; e, no segundo caso,
introduzindo mais um argumento: “Penso ainda que o fazendeiro deveria ter construído outros
terreiros para secar café ou tentar encontrar outra solução sem incomodar os cidadãos[...]”.
Vislumbrando articular as análises das marcas linguísticas com o plano de texto,
elaboramos o quadro a seguir, que explicita as marcas já comentadas neste capítulo. Nele,
cada sinal de adição (+) representa uma ocorrência do fenômeno e o sinal de subtração (-)
indica que na parte do plano de texto em questão não apareceu nenhuma ocorrência do
fenômeno elencado.
56
Quadro 12 - Marcas linguísticas presentes no Artigo de Opinião
Plano de texto Marcas linguísticas
Conectores Verbos de opinião Aspas
Título - - -
Introdução + - -
Argumentação ++++++++ ++++++++ -
Refutação ++ + +
Conclusão ++ - -
Fonte: elaborado pela pesquisadora
De forma geral, podemos verificar que a parte do plano textual na qual localizamos
uma maior recorrência das marcas linguísticas, foi na parte da argumentação, onde
identificamos oito (8) conectivos e oito (8) verbos de opinião. Na sequência, surge a parte da
refutação, na qual encontramos as três marcas linguísticas apresentadas neste capítulo. Enfim,
após ilustrarmos a articulação do plano de texto e da organização linguística do gênero Artigo
de Opinião, passaremos ao estudo da argumentação e da sequência argumentativa.
2.6 A ARGUMENTAÇÃO E A SEQUÊNCIA ARGUMENTATIVA
Antes de iniciar nossa reflexão sobre esta temática, é necessário reafirmar que a
sequência argumentativa – unidade que entra na composição dos textos – é diferente da
argumentação. De acordo com Grize (1996 apud ADAM, 2009, p. 135), “O caráter
argumentativo de um discurso repousa antes de tudo nos propósitos daquele que o produz”.
Isso nos leva a constatar que a argumentação está constantemente presente em nossa vida,
pois estamos sempre interagindo com as pessoas sobre os acontecimentos do cotidiano.
Frequentemente, expomos nossa opinião, defendendo-a com (bons) argumentos.
De acordo com Koch (2008, p. 18), “a simples seleção das opiniões a serem
reproduzidas já implica, por si mesma, uma opção. Também nos textos denominados
narrativos e descritivos, a argumentatividade se faz presente em maior ou menor grau”. Dessa
forma, a argumentação baseia-se na necessidade de persuasão e convencimento e não na
estruturação do período e nas marcas linguísticas que usamos na construção dos nossos textos.
Quando argumentamos, buscamos convencer o nosso interlocutor de nossas teses e
propostas. De acordo com Alvarado e Yeannoteguy (2007, p. 64), “argumentar é dirigir ao
57
outro (um interlocutor) um argumento, é dizer uma boa razão para admitir uma conclusão e
induzir as condutas pertinentes”.
Para Bonini (2005, p. 220-221), argumentar é “direcionar a atividade verbal para o
convencimento do outro ou, mais especificamente, é a construção por um falante de um
discurso que visa modificar a visão de outro sobre determinado objeto, alterando, assim, o seu
discurso”. Nesse sentido, a argumentação é um ato linguístico, já que a elaboração do discurso
argumentativo envolve fundamentalmente as intenções do sujeito produtor.
Como sabemos, os estudos relacionados à argumentação remetem-nos a Aristóteles na
Antiguidade Clássica. Mais precisamente, à Retórica Antiga, nascida na Grécia entre os
séculos V e IV a.C., que apresentou como principal finalidade a arte do bem falar e visava o
convencimento e a persuasão.
Plantin (2008, p. 8) defende que a argumentação “foi inicialmente pensada como
componente dos sistemas lógico, retórico e dialético”. Para o autor, esse termo ganha
destaque a partir de 1958, quando dois estudos retóricos surgem concomitantemente: Os usos
do argumento, de Toulmin, publicado na Inglaterra e O tratado da argumentação: a nova
retórica, de Perelman e Olbrechts-Tyteca, publicado na Bélgica.
Toulmin ([1958] 1993, p. 121 apud ADAM, 2009, p. 137) apresenta o esquema
argumentativo 04, o qual é composto por seis componentes: (1) Dados, (2) Tese ou
Conclusão, (3) Garantia, (4) Fundamento ou suporte da Garantia, (5) Qualificador ou
indicador modal, e (6) Condições de refutação.
Esquema 4 - Argumentação (Toulmin)
Fonte: Toulmin, ([1958] 1993 apud ADAM, 2009, p 138).
58
Como podemos observar, os Dados estão apoiados em uma Garantia, para a qual
podemos ter um determinado Suporte, temos ainda a possibilidade de uma Refutação para
podermos chegar à Tese ou Conclusão. Com base nessa proposta, Grize (1996) apresenta uma
simplificação, deixando de lado o indicador de força ou de qualificação modal, como
podemos observar a seguir.
Esquema 5 - Esquema proposto por Grize
Fonte: Grize (1996 apud ADAM, 2009, p. 138)
Conforme podemos observar, esse esquema deixa de lado o indicador modal e
simplifica a proposta argumentativa, centrando-se nos fatos (Dados), na sustentação
(Garantia) e na Conclusão.
De acordo com Adam (2009, p. 139):
J-B Grize sintetiza os movimentos argumentativos possíveis em duas
fórumlas de encadeamento potencial dos enunciados:
a) Fato- argumento logo asserção conclusiva, visto que < salvo se
Restrição > Princípio- Lei de passagem em virtude de Base.
b) Asserção conclusiva. Com efeito, Fato-argumento, visto que < salvo
se Restrição > Princípio –Lei de passagem em virtude de Base.
Segundo Adam (2009), para dá sequência ao estudo das frases periódicas
argumentativas, Toulmin, apresenta duas possibilidades de estruturas argumentativas de base,
sendo uma retroativa [Conclusão, porque Dado-Arg] e outra proativa [Dado-Arg., logo
Conclusão]. Grize, em concordância com Toulmin, propõe dois tipos de movimentos
argumentativos de base: regressivo e progressivo, os quais estabelecem uma determinada
correspondência com a proposta do autor citada acima.
59
Continuando essa discussão, Plantin (1990, p. 33) concluiu sua apresentação do
esquema de Toulmin aprovisionando uma noção interessante, a de célula argumentativa, a
qual terá uma significativa influência para a proposta do esquema da sequência
argumentativa. De acordo com Adam (2009, p. 146), “A organização dessa célula não
depende de uma forma ou de um elemento textual determinado; ela é tanto maquete como
modelo reduzido; corresponde tanto a um enunciado quanto a um parágrafo”.
Adam (2009) propõe o esquema simplificado de base que considera quatro elementos:
Dados (premissas) fatos, que dão início ao discurso argumentativo; em seguida, a sustentação,
e o princípio de base que conduz até o quarto elemento, a asserção conclusiva.
Esquema 6 - Esquema simplificado de base Proposta de Adam
Fonte: Adam (2009, p.147).
Considerando os esquemas anteriormente citados, Adam (1999, p. 148) apresenta o
esquema da sequência argumentativa; para o autor “este esquema não é de ordem linear
obrigatória: a (nova) tese (P. arg. 3) pode ser formulada logo de entrada e pode ser retomada
ou não por uma conclusão que a reduplica no fim da sequência; a tese anterior (p. arg. 0) pode
ser subtendida” (ADAM, 2009, p. 148). Como podemos observar no Esquema 7, apresentado
na sequência.
60
Esquema 7 - A sequência argumentativa
Fonte: Adam (2009, p. 148).
Como podemos observar, o Esquema 7 – sequência argumentativa – proposto por
Adam (2009) – apresenta correspondências com o esquema da célula argumentativa, tendo
como elementos comuns os dados, a sustentação e a conclusão. O autor explicita que esse
esquema, obrigatoriamente, não é de ordem linear, podendo comportar dois níveis: (1)
Justificativo, no qual “a estratégia argumentativa é dominada pelos conhecimentos trazidos”;
(2) Dialógico ou contra-argumentativo no qual a estratégia “visa uma transformação dos
conhecimentos” (2009, p. 148).
Para Adam (2009, p. 150):
No movimento argumentativo ressaltado pelos conectores, a ligação entre
argumentos e conclusão prende-se novamente a um sistema de normas. [...]
Um conector determina um ponto de vista enunciativo e o grau em que o
locutor (L) assume as enunciações atribuídas diretamente ou não aos
enunciadores.
Após apresentarmos os esquemas argumentativos de Tolmin, Grize e da sequência
argumentativa de Adam (2009), nos voltamos para Plantin (2008, p. 64), para quem “a
argumentação é uma atividade custosa, tanto do ponto de vista cognitivo como do ponto de
vista interpessoal; só nos engajamos nela pela resistência do outro a opinião que estamos
expondo”. Enfim, o autor defende que “o estudo da argumentação é o estudo das capacidades
projetivas dos enunciados, da expectativa criada por sua enunciação” (PLANTIN, 2008, p.
32).
Com essa breve reflexão sobre o estudo da argumentação e da sequência
argumentativa, não pretendemos dar conta de todas as temáticas que envolvem esses estudos,
uma vez que para este trabalho com o gênero Artigo de Opinião buscamos compreender a
61
sequência argumentativa, muitas vezes predominante no gênero em questão, e diferencia-la da
argumentação.
Além de estar presente no gênero Artigo de Opinião, a sequência argumentativa pode
estar presente em gêneros como o editorial, a carta argumentativa e a resenha crítica, entre
outros. Nesses gêneros podemos identificar tal sequência pelas características a seguir:
• O falante se manifesta e confronta a sua opinião com a dos outros;
• Propõe-se persuadir o interlocutor, conseguir adesão;
• A organização da mensagem volta-se para o encadeamento lógico dos argumentos, a
coerência textual;
• A presença de conectivos argumentativos e contra-argumentativos que colaboram com
a orientação argumentativa do enunciado.
Portanto, ao estarmos respaldados a partir do quadro teórico esboçado neste capítulo,
passaremos ao estudo da Responsabilidade Enunciativa, para, em seguida, apresentarmos os
aspectos metodológicos da pesquisa e a análise dos dados com base nas teorias aqui
discutidas.
62
3 ANÁLISE TEXTUAL DOS DISCURSOS: A RESPONSABILIDADE
ENUNCIATIVA
63
3 ANÁLISE TEXTUAL DOS DISCURSOS: A RESPONSABILIDADE
ENUNCIATIVA
3.1 A LINGUÍSTICA TEXTUAL
A linguística textual é um ramo da Linguística que tem como objetivo investigar o
texto, descrevendo assim, os fenômenos sintático-semânticos ocorrentes entre enunciados ou
sequências enunciativas. Beaugrande 1997 (apud KOCH, 2005, p. 154) afirma que “a
linguística de texto é provavelmente melhor definida como o subdomínio linguístico de uma
ciência transdisciplinar do texto e do discurso”.
Para compreender melhor seu conceito, acompanhamos Marcuschi (1983, p. 2), que a
definiu como uma “linha de investigação interdisciplinar dentro da linguística e como tal
exige métodos e categorias de várias procedências”, em sua obra A linguística de texto: o que
é e como se faz, a qual marcou a divulgação dessa teoria no Brasil.
Segundo Koch (2001, p. 443), o termo “linguística textual” foi utilizado pela primeira
vez por Coseriu (1955), porém só passou a designar o sentido que tem hoje por Weinrich
(1966-1967).
Surgida na década de 1960, na Europa, especialmente na Alemanha, ganha maior
projeção a partir da década de 1970. Para compreendermos sua evolução, é imprescindível
observar como o texto se situa nos Estudos Linguísticos.
Para Saussure, nem a frase nem o texto fariam parte dos estudos linguísticos; já
Bloomfield (apud MARCUSCHI, 1983, p. 2) “admitia a frase como pertencente ao nível da
langue, mas excluía o texto, da mesma forma que o gerativismo americano não o incluía entre
suas preocupações”.
Houve várias orientações para a adoção do texto e do discurso como unidade básica
dos estudos linguísticos, essas propostas podem ser agrupadas em duas tendências: a Análise
do Discurso de linha francesa e a Linguística Textual, oriunda, sobretudo dos países
germânicos (Alemanha, Países-Baixos) ou do Reino Unido.
Conte (1977 apud VILELA; KOCH, 2001, p. 443) “distinguia três momentos
fundamentais na passagem da teoria da frase à teoria do texto: o da análise transfrástica, o das
gramáticas textuais e o da teoria ou linguística do texto”.
Nas análises transfrásticas, a corrente que surgiu para explicar fenômenos não
explicáveis pelo gerativismo e estruturalismo, o texto ainda não era considerado objeto de
64
análise, “pois o percurso ainda é da frase para o texto” (Cf. GALEMBECK, 2005, p. 65) e,
nessa época, o objeto de estudo era a coesão.
Já nas gramáticas de texto, o objetivo era apresentar os princípios textuais em uma
determinada língua. De acordo com Marcuschi (1999 apud GALEMBECK, 2005, p. 66), elas
[...]procuraram estabelecer um sistema de regras finito e recorrente,
partilhado (internalizado) por todos os usuários de uma língua. Esse sistema
de regras habilitaria os usuários a identificar se uma dada sequência de frases
constitui (ou não) um texto e se esse texto é bem formado.
Na década de 1980, adotou-se uma perspectiva pragmático-enunciativa, ampliando
assim o conceito de coerência, que passou
[...]de mera propriedade ou qualidade do texto em si, mas de um fenômeno
muito mais amplo: a coerência se constrói, em dada situação de interação,
entre o texto e seus usuários, em função da atuação de uma complexa rede de
fatores, de ordem linguística, sociocognitiva e interacional (Cf. KOCH,
2005, p. 150).
É nesse momento que Beaugrande e Dressler (1981) propõem o estudo de outros
critérios responsáveis pela textualidade, sendo que entre eles a coesão e a coerência, que já
eram objetos da LT, são centrados no texto e a situacionalidade, informatividade,
intertextualidade, intencionalidade e aceitabilidade são centrados no usuário.
Tendo em vista essas novas discussões, a noção de textualidade estabelecida por
Beaugrande e Dressler passa a ser considerada, e o contexto e a interação são mais enfocados,
“chega-se, assim, à fase da teoria do texto ou da Linguística Textual propriamente dita, que se
propõe como tarefa investigar a constituição, o funcionamento, a produção e a compreensão
dos textos” (VILELA; KOCH, 2001, p. 446).
Entende-se por interação uma troca e ao mesmo tempo um compartilhamento de
valores e conhecimentos (linguísticos, enciclopédicos ou de mundo) que as pessoas
envolvidas numa situação comunicativa disponibilizam para que esta ocorra de forma eficaz.
Nessa perspectiva, a noção de contexto vai sendo construída ou reconstruída através
da interação e dos sentidos que esse texto vai assumindo no decorrer do processo. Galembeck
(2005) ressalta também a evolução desse conceito:
Para a análise transfrástica o contexto era apenas o co-texto (segmentos
textuais precedentes e subseqüentes, a um dado enunciado). Já para a
Gramática de Texto contexto é a situação de enunciação, conceito que foi
ampliado para abranger, na Lingüística Textual, o entorno sócio-cultural e
65
histórico comum aos membros de uma sociedade e armazenado
individualmente em forma de modelos cognitivos. Atualmente, o contexto é
representado pelo espaço comum que os sujeitos constroem na própria
interação (GALEMBECK, 2005, p. 73).
Em sua obra Gramática da Língua Portuguesa, Vilela e Koch (2001) percorrem os
caminhos da Linguística Textual, destacando alguns autores de fundamental importância para
o desenvolvimento da LT, como: Roland Warweg, Harald Weinrich, Wunderlich, Elisabeth
Gülich, Beaungrande e Dressler, VanDijk e Halliday Hasan, entre outros.
Outro fator determinante para a difusão da Linguística de Texto no nosso país foi a
criação do GT (Grupo de Trabalho) de Linguística Textual e Análise da Conversação da
ANPOLL, em 1985. Segundo Koch (2010), esse grupo, que tinha como coordenador o
professor e pesquisador Luiz Antônio Marcuschi, reunia, inicialmente, vários pesquisadores,
sobretudo dos Estados de São Paulo, Pernambuco e Rio de Janeiro.
Entre os estudos da Linguística Textual no Brasil, teve/têm bastante destaque os
trabalhos acerca da noção de gênero, as diferenças entre textos falados e escritos, assim como
os processos de coesão e coerência que são considerados fatores responsáveis pela
textualidade.
O estudo da coesão, por exemplo, vem sendo objeto de pesquisa de muitos autores,
como Koch, Marcuschi, entre outros. Esses pesquisadores trabalham a coesão como
formuladora de uma “tessitura” textual, envolvendo fatores como referenciação e
sequenciação, processos realizados pelos falantes no momento da escolha de expressões que
fazem para referir e designar o mundo a sua volta.
As investigações na área da cognição vêm contribuindo bastante para o avanço da LT.
Assumiram grande importância também
[...]as questões de ordem sociocognitiva, que envolvem, evidentemente, as
da referenciação, inferenciação, acessamento ao conhecimento prévio etc.; o
tratamento da oralidade e da relação oralidade/escrita; e o estudo dos gêneros
textuais, este agora conduzido sob outras luzes, isto é, a partir da perspectiva
bakhtiniana (KOCH, 2005, p. 151).
Para Koch (2010, p. 42):
[...] as abordagens sociointeracionistas passaram a considerar a linguagem
uma ação compartilhada que percorre um duplo percurso na relação sujeito/
realidade e exerce dupla função frente ao desenvolvimento cognitivo:
intercognitivo (sujeito/mundo) e intracognitivo (linguagem e outros
processos cognitivos).
66
Esses estudos favoreceram muito o processo de ensino-aprendizagem, principalmente,
no que diz respeito ao enfoque dado ao texto, que passou a assumir uma posição de destaque
no ensino de Língua Portuguesa. Verificamos isso, por exemplo, ao observar as propostas dos
PCN e as Matrizes Curriculares do ENEM, que priorizam as atividades de leitura e produção
textual, conduzindo o aluno a trabalhar com a linguagem em uma perspectiva interdisciplinar
e interativa.
Situado esse percurso histórico, passaremos a refletir sobre o texto, observando o
ponto de vista de alguns autores.
Marcuschi (1983, p. 1) conceituou o texto como “uma unidade linguística
hierarquicamente superior à frase”. Para Vilela e Koch (2001, p. 456), “o texto pode, pois, ser
concebido como resultado parcial de nossa atividade comunicativa, que se realiza por meio de
processos, operações e estratégias que tem lugar na mente humana e são postos em ação em
situações concretas de interação social”.
Em seu livro A linguística textual: introdução à análise textual dos discursos, Adam
([2008] 2011) ressalta que tanto a produção escrita como a leitura e a interpretação dos fatores
de textualidade são de igual interesse para essa teoria. Quanto ao seu objeto de estudo, a
Linguística Textual deve voltar-se para a análise de textos concretos, uma vez que se
caracteriza como “uma teoria da produção co(n)textual de sentido” (ADAM, 2011, p. 23).
Fundamentado em estudos da filologia, o autor lembra que “os textos não são dados, mas
construções problemáticas decorrentes de diversos procedimentos” (RASTIER, 2001 apud
ADAM, 2011, p. 72).
Hanks (2008, p. 120-121) define o texto como “um fenômeno comunicativo”. Como
podemos observar, essa definição se alinha à visão de Adam ([2008] 2011), no que diz
respeito ao objeto de estudo da Linguística Textual. Em seu estudo sobre texto e textualidade,
o autor aponta que a pesquisa sobre o texto abrange questões relacionadas a letramento e à
escrita, à aquisição da linguagem, à educação, à socialização, a discursos e a debates políticos,
entre outros. No entanto, escolhe direcionar seu trabalho concentrando-se no status de texto
enquanto produto e processo sociocultural. Para ele, “de uma perspectiva linguística, o texto
pode ser visto como a realização da língua na fala coerente, contextualmente interpretável”
(HANKS, 2008, p. 121).
Considerando esse quadro, concordamos com Cavalcante et al (2010, p. 226), que
apontam:
Foram justamente as mudanças por que passaram os conceitos de língua, de
linguagem, de texto, de discurso, de argumentação e de cognição, em relação
67
a objetivos a serem alcançados, que fizeram com que se passasse a
compreender a Linguística Textual como uma teoria essencialmente
transdisciplinar [...].
Esses autores, assim como nós, também defendem a “proposta teórica de Adam
(2011), no interior da qual texto e discurso são pensados de forma contextualizada, articulada”
(CAVALCANTE et al, 2010, p. 228). Para eles, a noção de enunciação seria o ponto de
partida para esclarecer as relações estabelecidas entre texto e discurso.
3.2 A ANÁLISE TEXTUAL DOS DISCURSOS
Em 2008, foi publicada no Brasil a obra A linguística Textual: Introdução à análise
textual dos discursos de Jean-Michel Adam, professor da Universidade de Lausanne na Suíça.
Nesse livro, Adam discute as fronteiras entre texto e discurso, repensando seus conceitos e
orientando análises de textos de vários gêneros e épocas. Nesse sentido, o autor propõe
elementos para uma análise textual dos discursos, isto é, “uma teoria da produção
co(n)textual de sentido que deve, necessariamente, ser fundamentada na análise de textos
concretos” (ADAM, 2011, p. 13).
O livro em questão, que foi traduzido para o português pelos professores Maria das
Graças Soares Rodrigues, João Gomes da Silva Neto, Luis Passeggi e Eulália Vera Lúcia
Fraga Leurquin, passou por um processo de reedição em 2011, sendo revisto e ampliado. Os
dois exemplares apresentam-se divididos em oito capítulos que partem das noções iniciais de
texto, discurso, gênero e contexto defendidas por Saussure e Benveniste, entre outros grandes
linguistas, e, em seguida, apresentam propostas para novas categorias de análise textual.
Tal obra repercutiu positivamente em nosso país, contribuindo decisivamente para os
rumos dos estudos do Texto/discursos, além de apresentar uma proposta muito bem
consolidada e conhecida para os estudos das sequências textuais. Para Passeggi (2010, p.
263), “outro tópico de pesquisa, para o qual a contribuição de Adam é de extrema relevância é
a articulação entre texto, discurso e gênero, redefinindo os campos da Linguística Textual e da
análise de discurso”.
No que concerne ao tom da escrita, o autor consegue, com eficiência, apresentar
embasamentos teóricos e ilustrações (exemplos e análises) sobre as principais teorias da
Linguística Textual, o que torna o livro um guia “prático” para pesquisadores.
Como define o próprio Adam (2011, P. 24), tal obra registra-se “na perspectiva de um
posicionamento teórico e metodológico que, com o objetivo de pensar o texto e o discurso em
68
novas categorias, situa decididamente a Linguística Textual no quadro mais amplo da análise
do discurso”.
Entre os temas contemplados, voltaremos nosso olhar para os capítulos um (1) dois
(2), três (3) e cinco (5), nos quais focalizaremos, respectivamente: (1) as relações entre texto e
discurso; (2) as categorias para a análise de textos e a responsabilidade enunciativa; (3) o
estudo dos conectores e (5) os planos de texto.
3.3 NOVAS CATEGORIAS PARA ESTUDAR O TEXTO E O DISCURSO
Para compreendermos melhor a proposta de Adam (2011) sobre a articulação entre o
texto e discurso, é necessário considerar que essa análise parte de um plano textual (que
envolve, além dos elementos estruturais de um texto, questões semânticas e enunciativas) e
considera também elementos externos ao texto que estão relacionados ao plano discursivo.
Para o autor, “A linguística textual é, em contrapartida, uma teoria da produção co(n)
textual de sentido, que deve fundar-se na análise de textos concretos” (ADAM, 2011, p. 23).
Uma vez que o texto, em si, como defende o próprio Adam (2011), é um objeto complexo que
necessita de diferentes teorias para fundamentar sua descrição; fato este, que justifica os
eventuais empréstimos de conceitos oriundos de outras ciências da linguagem.
Nesse sentido, Adam (2011, p. 43) propõe “articular uma linguística textual
desvencilhada da gramática de texto e uma análise de discurso emancipada da análise de
discurso francesa (ADF)”; indicando assim a inserção da Linguística Textual dentro de um
quadro geral da Análise dos discursos, conforme representado no Esquema 8.
Esquema 8 - Análise dos discursos
Fonte: Adam (2011, p. 43)
69
Como podemos observar no esquema acima, a Linguística Textual compreende os
estudos do plano de texto, dos períodos e das sequências, das proposições e das palavras,
considerando as operações de segmentação, ligação e continuidade. Porém, esses estudos não
estariam isolados, mas teriam uma relação com a questão dos gêneros, do interdiscurso, das
formações sociodiscursivas, considerando a língua em uma perspectiva de interação. Para
Adam (2011, p. 44, grifos do autor):
Esse esquema evidencia o jogo complexo das determinações textuais
“ascendentes” (da direita para esquerda) que regem os encadeamentos de
proposições no sistema que constitui a unidade TEXTO – objeto da
linguística textual – e as regulações “descendentes” (da esquerda para
direita) que as situações de interação nos lugares sociais, nas línguas e nos
gêneros dados impõem aos enunciados- objeto da análise de discurso.
Dando sequência à apresentação de sua teoria, ele propõe outro esquema que traz
alguns detalhes relacionados ao esquema anterior (Análise dos discursos) e estabelece os
níveis ou planos (N) de Análise do discurso.
Esquema 9 - Níveis ou planos da Análise de discurso
Fonte: Adam (2011, p. 61).
70
Como podemos verificar, esse esquema apresenta sucintamente a divisão e a relação
entre níveis de Análise de discurso, que se estende do nível um ao três (N1, N2 e N3), nos
quais são contemplados aspectos relacionados à ação da linguagem, interação social,
formação sociodiscursiva, interdiscurso e gêneros; e os níveis ou planos da análise textual,
apresentados em cinco grupos, a saber: nível quatro (N4) Textura (proposições enunciadas e
períodos); nível cinco (N5) Estrutura Composicional (sequências e planos de textos); nível
seis (N6) Semântica (representação discursiva); nível sete (N7) Enunciação (responsabilidade
enunciativa e coesão polifônica) e nível oito (N8) Atos de discurso (ilocucionários) e
orientação argumentativa.
Com base nesses dois esquemas, podemos compreender claramente a proposta de
Adam (2011). Para completarmos nossa reflexão sobre as categorias que subsidiam o estudo
do texto e do discurso na perspectiva da ATD, nos reportamos a Adam (2011, p. 63), que
situa o papel da Linguística Textual na análise de discurso a partir dos esquemas
apresentados. Para ele, esse papel é de “teorizar e descrever os encadeamentos de enunciados
elementares no âmbito da unidade de grande complexidade de que constitui um texto”. Sendo
assim, o autor situa sua obra na parte direita do Esquema 8 (Análise dos discursos) e na base
do Esquema 9 (Níveis ou planos da análise de discurso).
3.4 NOÇÕES QUE DÃO SUPORTE AO ESTUDO DA RESPONSABILIDADE
ENUNCIATIVA
Nesta seção, nos propomos a refletir sobre algumas noções que dão suporte ao estudo
da responsabilidade enunciativa, entre as quais destacamos: a proposição enunciado e o
período, conforme Adam (2011), as instâncias enunciativas e o conceito de locutor e
enunciador, na perspectiva de Rabatel (2011) e Adam (2011).
3.4.1 A proposição-enunciado e o período
Para Adam (2011), as unidades textuais de base, ou seja, os núcleos verbais ou
nominais de extensão mínima correspondem à proposição-enunciado. Em outras palavras, “a
unidade mínima a que chamamos proposição-enunciado é o produto de um ato de
enunciação: ela é enunciada por um enunciador inseparável de um coenunciador” (ADAM,
2011, p. 108, grifos do autor.).
Essa definição tem como ponto de partida uma crítica da frase para as pesquisas sobre
a análise textual dos discursos. Para o autor:
71
Ao escolher falar de proposição enunciado, não definimos uma unidade tão
virtual como a proposição dos lógicos ou a dos gramáticos, mas uma unidade
textual de base, efetivamente realizada e produzida por um ato de
enunciação, portanto, como um enunciado mínimo (ADAM, 2011, p. 106).
Outra noção que também se faz indispensável para os avanços das pesquisas na
Análise Textual dos Discursos, diz respeito ao conceito de período, proposto por Adam
([2008] 2011). Para compreendermos melhor esse termo, acompanhamos Passeggi et al
(2010, p. 271-272):
A noção de “período” utilizada por Adam deve ser interpretada como um
termo técnico da ATD. Ela não corresponde ao “período” da tradição
gramatical da língua portuguesa. Pelo fato de a gramática francesa não
utilizar a noção de “período”, que é do âmbito da tradição retórica, o rótulo
estava disponível, em língua francesa, para uma interpretação de cunho
textual. Assim, a ATD recupera essa noção retórica para designar uma
unidade de estruturação textual. Este é um dos vários pontos teórico-
terminológicos da ATD que merecem ser classificados, e que permitiriam
avanços teóricos e descritivos visto que o período é uma unidade textual
intermediária articuladora de proposições e sequências, na interface
gramática/texto.
3.4.2 As instâncias enunciativas
O conceito de instâncias enunciativas está fortemente atrelado à enunciação, que é
definida por Charaudeau e Maingueneau (2008, p. 193) como “um conjunto de operações
constitutivas de um enunciado”. A partir desse conceito, e considerando os estudos de Culioli
(1973) e Ducrot (1984), aqueles autores defendem que “o indivíduo que produz o enunciado
não é necessariamente a instância que assume a responsabilidade por ele” (CHARAUDEAU;
MAINGUENEAU, 2008, p. 194). Para Bronkart (2012, p. 320, grifos do autor):
O autor, como agente da ação de linguagem que se concretiza num texto
empírico, é, aparentemente, responsável pela totalidade das operações que
darão a esse texto seu aspecto definitivo: é, aparentemente, ele quem decide
sobre o conteúdo temático a ser semiotizado, quem escolhe um modelo de
gênero adaptado à sua situação de comunicação, quem seleciona e organiza
os tipos de discursos, quem gerencia os diversos mecanismos de
textualização, etc. [...].
Nessa definição, podemos perceber que o autor é aparentemente o responsável pela
criação e elaboração do texto, conforme assegura Bronkart (2012, p. 320), “este, certamente,
estaria na origem do texto, seria o seu “criador”, mas não seria ele (ou apenas ele),
verdadeiramente, o único responsável pelo que é enunciado?”. Por meio desse
72
questionamento, o pesquisador aponta para a complexidade do estudo das instâncias
enunciativas, uma vez que o autor do texto (quem fala ou escreve) pode transferir para essas
instâncias a responsabilidade do texto.
Nesse sentido, entendemos que as instâncias enunciativas podem ser representadas por
pessoas, leis, autores, instituições, entre outros; e de acordo com a atribuição das vozes do
texto a essas instâncias, é que estabeleceremos se existe uma assunção do PdV, o que marca a
responsabilidade enunciativa ou um quadro mediativado; como podemos observar na
ilustração a seguir.
Esquema 10 - Instâncias Enunciativas
Fonte: elaborado pela pesquisadora.
O esquema das instâncias enunciativas apresenta essa dimensão dividida em duas
partes: na primeira, temos a assunção que em nosso trabalho segue os pressupostos de Adam
(2011) e Rabatel (2008); na segunda, o quadro mediativo, que demarca a não assunção da
responsabilidade enunciativa, para o estudo do quadro mediativo tomamos como base a teoria
de Guentchéva (1994).
Bronkart (2012, p. 326) defende que “a instância de enunciação pode pôr em cena uma
ou várias vozes ‘outras’, que são, por isso, vozes infra-ordenadas em relação ao narrador ou
ao expositor”; identificando assim três tipos de vozes, a saber: vozes de personagens, vozes de
instâncias sociais e a voz do autor, o que resultará na polifonia do texto.
73
3.4.3 Refletindo sobre os conceitos de Locutor e Enunciador
A compreensão dos termos “Locutor” e “Enunciador”, enquanto instâncias do ponto
de vista, é indispensável para o estudo da responsabilidade enunciativa e do PdV. Antes de
iniciarmos nossa reflexão, esclarecemos que não há um consenso entre Adam ([2008] 2011),
Rabatel (2008, 2009, 2011) e Guentchevá (1994, 1996) sobre a definição de tais conceitos.
Para Rabatel (2015, p. 158):
Locutor é a instância que profere os enunciados, como a fonte da atualização
e da língua em discurso, oralmente ou por escrito. Quanto ao enunciador, ele
é a fonte dos pontos de vista contidos em uma predicação [...] Essas duas
instâncias andam juntas a maior parte do tempo (não há enunciador sem
locutor e vice-versa).
Para esse autor, diferenciar locutor e enunciador não é algo muito simples, uma vez
que muitos linguistas usam os dois termos como equivalentes ou fazem opção por apenas um.
Nos trabalhos de Rabatel, de forma geral, podemos perceber que o locutor é o produtor físico
do enunciado, enquanto o enunciador é o responsável pelo posicionamento enunciativo. Como
ele mesmo define: “locutor como produtor do enunciado e o enunciador como instância de
responsabilização” (RABATEL, 2011, p. 3).
Nesse sentido, assegura que:
O enunciador é a instância que se posiciona em relação aos objetos do
discurso aos quais ele se refere, e ao fazer é que eles se tomam a
responsabilidade enunciativa para si. O conceito de enunciador corresponde
a uma posição (enunciativa) que adota o locutor, em seu discurso, visando os
fatos, os conceitos, sob tal ou tal PDV por sua responsabilidade ou de
outrem. Assim o enunciador é definido como instância aos PDV
(RABATEL, 2011, p. 5).
Nessa perspectiva, o autor defende que falamos e nos posicionamos a partir de PDV
de outros, enfim, “nos construímos como indivíduos apenas através da dinâmica interacional
coletiva, de maneira que o primeiro enunciador/locutor é verdadeiramente em relação ao
segundo enunciado [...]” (RABATEL, 2011, p. 5).
Adam (2011) apresenta uma noção de locutor e enunciador semelhante à de Rabatel,
para o autor locutor é a pessoa física, que fala, porém o conceito de locutor e enunciador se
confunde quando este assume a responsabilidade. Nesses casos, temos então um locutor-
enunciador. Para simplificar a proposta de Adam (2011), apresentamos, a seguir, um quadro
que sintetiza o desdobramento polifônico.
74
Quadro 13 - Desdobramento polifônico em Adam
ASSUNÇÃO DO PDV: E=L NÃO ASSUNÇÃO DO PDV: E ≠ L
LOCUTOR-NARRADOR=
LOCUTOR- ENUNCIADOR:
Pessoa física que fala e que
assume a responsabilidade
enunciativa.
LOCUTOR-
NARRADOR= PESSOA
FÍSICA QUE FALA
ENUNCIADOR 1 e
ENUNCIADOR 2:
O enunciador 2 [E2] é a
pessoa física que fala, mas
não assume a
responsabilidade e imputa o
PDV a um enunciador
anterior chamado de
enunciador 1 [E1].
Fonte: Gomes (2014, p. 70).
Comparando as noções de Rabatel (2011) e Adam (2011), percebemos que os dois
concordam ao atribuir ao locutor o papel de pessoa física e ao enunciador o papel de
responsável pelos enunciados, perspectiva essa que seguiremos em nossa investigação. No
entanto, ressaltamos que essas noções não são interpretadas da mesma forma por Guentchéva
(1994, p. 8), para quem o enunciador é a pessoa física, a que fala ou escreve, como podemos
interpretar na definição que ela apresenta do mediativo: “o enunciador indica de forma
explícita que ele não é a fonte primeira da informação”. Traçado algumas considerações sobre
as noções de locutor e enunciador, passaremos a abordar de forma mais direta, a questão da
responsabilidade enunciativa e do ponto de vista.
3.4.4 A Responsabilidade enunciativa e o Ponto de Vista
O estudo da Responsabilidade enunciativa situa-se na polifonia e é uma das principais
propostas de análise da ATD. No Brasil, esse termo ganha visibilidade a partir de 2008, com a
publicação da obra A linguística Textual: introdução à análise textual dos discursos, já citada.
Nesse livro, Jean-Michel Adam apresenta a responsabilidade enunciativa em dois momentos,
a saber: no capítulo 2, ao discutir as categorias para a análise de textos, e no capítulo 3, tipos
de ligação das unidades de base, mais especificamente ao tratar do estudo dos conectores.
Mesmo focalizando a responsabilidade enunciativa em dois capítulos, Adam ([2008]
2011) apresenta essa noção de forma resumida e aberta, sinalizando para o diálogo com outros
autores, entre os quais destacamos: Rabatel (2008, 2009) e Guentcheva (1994, 1996).
Devemos considerar, também, outros pontos no estudo da responsabilidade
enunciativa: (1) essa noção “não é consensual para os autores que se dedicam ao seu estudo”
75
(RODRIGUES; PASSEGGI; SILVA-NETO, 2010, p. 153); e (2) as pesquisas que
contemplam tal questão “ainda não atingiram um grau de difusão correspondente à relevância
do assunto para os estudos linguísticos” (RODRIGUES et al, 2014, p. 33).
Para Adam ([2008] 2011), a responsabilidade enunciativa é equivalente ao ponto de
vista (PdV) e “consiste na assunção por determinadas entidades ou instâncias do conteúdo do
que é enunciado, ou na atribuição de alguns enunciados ou PdV a certas instâncias
(PASSEGGI et al., 2010, p. 299). De acordo com Rodrigues (2010, p. 5), a responsabilidade
enunciativa pode ser “individual quando um produtor físico (locutor –narrador-enunciador)
assume o(s) enunciado(s)” ou coletiva, quando esses enunciados são assumidos, por exemplo,
por um grupo de indivíduos.
Nessa perspectiva, Adam (2011, p. 109) afirma que “toda proposição-enunciado
compreende três dimensões complementares”: dimensão enunciativa, conteúdo referencial e
valor ilocucionário. Para ilustrar essa questão, o autor propõe o esquema a seguir, no qual
podemos ver a representação dessa ligação, que de forma geral é determinada pela orientação
argumentativa (ORarg). O autor acrescenta ainda que “não existe enunciado isolado: mesmo
aparecendo isolado, um enunciado elementar liga-se a um ou a vários outros e/ou convoca um
ou vários outros em resposta ou como simples continuação” (ADAM, 2011, p. 109).
Esquema 11 - As três dimensões da proposição-enunciado
Fonte: Passeggi et al. (2010, p. 299)
76
Observando esse esquema compreendemos que a RE situa-se no topo da pirâmide,
estando diretamente ligada a um contexto anterior, ou seja, aos enunciados já ditos ou
inferidos, e a um contexto posterior, em outras palavras, com as enunciações futuras e ao
mesmo tempo ligadas ao nível A, a representação discursiva constituída pelo conteúdo
proposicional; e ao no nível C, representado pelo valor ilocucionário resultante das
potencialidades argumentativas dos enunciados. Para Adam (2011, p. 111), esse “triângulo
que não hierarquiza os três componentes; situa [A] e [C] na mesma linha (o que corresponde à
condição clássica F [p] da pragmática dos atos de discurso) e põe a enunciação [B] em
posição mediana, entre [A] e [C]”.
Adam ([2008] 2011, p. 117) afirma que “o grau de responsabilidade enunciativa de
uma proposição é suscetível de ser marcado por um grande número de unidades da língua”. O
autor em questão enumera entre essas grandes categorias os índices de pessoa, os dêiticos
espaciais e temporais, os tempos verbais, as modalidades, os diferentes tipos de representação
da fala, as indicações de quadros mediadores, os fenômenos de modalização autonímica e as
indicações de um suporte de percepções e de pensamentos, como podemos ver no quadro
seguinte.
77
Quadro 14 - Grau de responsabilidade enunciativa: categorias e marcas linguísticas
Ordem Categorias Marcas linguísticas
01 Índices de pessoas Meu, teu/vosso, seu
02 Dêiticos espaciais e
temporais
Advérbios (ontem, amanhã, aqui, hoje)
Grupos nominais (esta manhã, esta porta)
Grupos preposicionais (em dez minutos)
Alguns determinantes (minha chegada)
03 Tempos verbais Oposição entre o presente e o futuro do pretérito
Oposição entre o presente e o par pretérito imperfeito e pretérito perfeito.
04 Modalidades Modalidades sintático-semânticas maiores:
Téticas (asserção e negação)
Hipotéticas (real)
Ficcional e
(4) Hipertéticas (exclamação)
Modalidades objetivas
Modalidade intersubjetivas
Modalidade subjetivas
Verbos e advérbios de opinião
Lexemas afetivos, avaliativos e axiológicos
05 Diferentes tipos de
representação da fala
Discurso direto (DD)
Discurso direto livre (DDL)
Discurso indireto (DI)
Discurso narrativizado (DN)
Discurso indireto livre (DIL)
06 Indicações de quadros
mediadores
Marcadores como segundo, de acordo com e para
Modalização por um tempo verbal como o futuro do pretérito.
Escolha de um verbo de atribuição de fala como afirmam, parece
Reformulações do tipo é, de fato, na verdade, e mesmo em todo caso
Oposição do tipo alguns pensam (ou dizem) que X, nós pensamos
(dizemos) que Y
07 Fenômenos de
modalização autonímica
Não coincidência do discurso consigo mesmo (como se diz, para empregar
um termo filosófico)
Não coincidência entre as palavras e as coisas (por assim dizer, melhor
dizendo, não encontro a palavra)
Não coincidência das palavras com elas mesmas (no sentido etimológico,
nos dois sentidos do termo)
Não coincidência interlocutiva (como é a expressão? Como você costuma
dizer)
08 Indicações de um suporte
de percepções e de
pensamentos relatados
Focalização perceptiva (ver, ouvir, sentir, tocar, experimentar)
Focalização cognitiva (saber ou pensamento representado)
Fonte: Passeggi et al (2010, p. 300-301)
78
Através da análise do quadro acima, compreende-se que a responsabilidade
enunciativa pode ser materializada por diferentes marcas linguísticas que permitem ao locutor
assumir ou não os enunciados. Para Passeggi et al (2010, p. 301, grifos do autor.):
As oito categorias sintetizadas no quadro acima permitem o estudo da
responsabilidade enunciativa ou do PdV em suas várias formas de
materialização. Entre essas diversas possibilidades, como, por exemplo, a
descrição da responsabilidade enunciativa assumida pelo locutor narrador,
Adam (2008 a) exemplifica dois tipos de PDVs (1) PdV anônimo da
opinião comum introduzido por verbos discendi ( verbos na terceira pessoa
do singular ou plural) e (2) quadro mediador ( mediação epistêmica e
mediação perceptiva- percepção).
Para ilustrarmos a questão, acompanhamos Adam (2011, p. 112), que apresenta alguns
exemplos que favorecem a compreensão dos fenômenos aqui expostos. Vejamos:
T6 [F1-e1] Um desconhecido pintava de ocre os muros do cemitério e Pantin.
[F2-e2] Dujardin perambulava nu por Saint- Ouen- l’Aumône.
[F3-e3] Loucos, parece.
De acordo com Adam (2011, p. 112), nesse exemplo, encontramos um apagamento
enunciativo, uma vez que “a informação parece relatada sem que a pessoa fale”. Nesse
sentido, “a predição nominal monorrema Loucos, que recategoriza os sujeitos de F1 e F2, é
atribuída a um enunciador cujo locutor se distancia, explicitamente, pela fórmula impessoal:
parece”, ocasionando assim um PdV (ponto de vista) anônimo.
Para Adam (2011, p. 115) o PdV anônimo, frequentemente, é introduzido por
expressões “como segundo, de acordo com, para; mas também se encontram introdutores
mais específicos, como Em Washington, Em Paris”. Para o autor, essas questões são
esclarecidas nos trabalhos de Zlatka Guentchéva, sobre o quadro mediativo que “marcam uma
zona textual sob a dependência de uma fonte de saber (mediação epistêmica) ou de percepção
(mediação perceptiva). Os enunciados podem assim, não ser assumidos pelo locutor-narrador”
(ADAM, 2011, p. 115). Sobre o PdV anônimo, Passeggi et al (2010, p. 301) acrescentam que
tal fenômeno se insere nas categorias 5 e 6 do quadro apresentado.
Após situarmos o estudo da responsabilidade enunciativa, trazemos algumas reflexões
sobre duas noções que complementam o fenômeno em questão. Nossas reflexões
acompanharam, principalmente, as pesquisas de Rabatel (2008, 2009), no que diz respeito ao
Ponto de vista, e Guentchevá (1994, 1996), no que concerne ao quadro mediativo. Desde já,
enfatizamos que concordamos com Rodrigues (2010, p. 05) ao afirmar que “a identificação da
(não) assunção ou a (não) atribuição da responsabilidade enunciativa está estreitamente ligada
79
à identificação de a quem pertence o ponto de vista”. Desse modo, entendemos que o estudo
do PdV está atrelado a (não) materialização da RE.
As noções sobre os pontos de vista, termo assinalado por Rabatel com todas as iniciais
maiúsculas (PDV), é um item de destaque nos estudos rabatelianos. Para o pesquisador
(RABATEL, 2005, p. 2), “o PDV é uma categoria transversal”, que situa-se no centro do
dialogismo, sendo assim, é concebido como uma ferramenta para o estudo da alteridade.
Acompanhamos Rabatel (2008, p. 503) no que diz respeito ao entendimento sobre o
dialogismo, que “não é somente o fato de que o discurso se compõe de discursos anteriores, é,
também, o fato de refletir, voluntariamente em seu discurso, pontos de vista diferentes”.
Rabatel (2014, p. 152), em uma entrevista cedida à Revista de Estudos do Discurso,
afirma que a polifonia e o dialogismo o levaram a articular a enunciação e a argumentação no
estudo de textos literários, podendo estabelecer assim um “embaralhamento enunciativo”
entre a voz e os pontos de vista, representados nos textos. Para o pesquisador, “o domínio dos
principais motivos, mecanismos e ferramentas do PDV são indispensáveis para a leitura dos
textos literários como para os textos documentários, frequentemente solicitados pelas
atividades de escritas [...]” (RABATEL, 2005, p. 57). Nesse mesmo artigo, o autor acrescenta
que o PDV não está relacionado a um único tipo/sequência textual como, por exemplo, o
narrativo, descritivo ou argumentativo, mas que pode aparecer em outros como o injuntivo e o
explicativo.
Ao longo de suas pesquisas, Rabatel (2008, p. 101) estabelece três formas diferentes
de PDV: (1) PDV representado, que está relacionado à percepção; (2) PDV contado, que
parte da perspectiva dos personagens e (3) PDV afirmado, que exprime falas ou
pensamentos. Para o autor:
[...] com o PDV representado, o focalizador percebe, pensa “sem falar...”,
enquanto que com o PDV contado, o focalizador percebe, pensa contando.
Esse ponto de vista contado não concerne assim, às falas reportadas dos
personagens ou às expressões do narrador, pois no momento em que o centro
da perspectiva sai da atividade de narração stricto sensu e ele se põe a falar,
trate-se de comentários explícitos do narrador, trate-se dos enunciados no
discurso direto, então o PDV muda de natureza e se tem necessidade de um
outro conceito para analisá-lo, o de PDV afirmado. (RABATEL, 2008, p.
101).
Enfim, para identificarmos o PDV, é indispensável reconhecer a fonte, mesmo que
esta esteja implícita; uma vez que para o PDV ser veiculado necessita de uma instância
enunciativa. Dessa forma, podemos dizer que através do PDV o enunciador pode assumir ou
80
não a responsabilidade enunciativa dos enunciados. Mais especificamente, podemos dizer
que,
[...]conforme seja conveniente ou não esse enunciador irá assumi-la. No caso
da negativa da conveniência, o enunciador poderá atribui-la a outra fonte do
saber ou apresentar um ponto de vista anônimo ou até mesmo se distanciar
do que está sendo veiculado (RODRIGUES, 2014, p. 34).
Rodrigues (2010, p. 6) explica a (não) assunção da responsabilidade enunciativa
seguindo a proposta de Rabatel (2009), para quem:
[...] há três possibilidades enunciativas; seja L1/E1 discordar de e2,
materializando-se, assim, a não assunção da responsabilidade enunciativa;
seja, ele marcar sua neutralidade, implicando a responsabilidade enunciativa
zero; seja concordar com o PDV de e2 podendo chegar a assumir totalmente
o PDV de e2. Este último caso evidencia que ainda que as palavras não
sejam de L1/E1, ele pode assumir a responsabilidade enunciativa a partir de
um enunciado anterior, ou seja, em um contexto dialógico, com as palavras
de outrem.
Outro ponto que merece destaque na teoria de Rabatel (2009) é a noção de “quase-
Re”, que pode ser definida como a atribuição de um PDV a enunciadores segundos por L1/E1,
de forma que esse não seja assumido integralmente pelos locutores/enunciadores primeiro.
Para Rodrigues, Passeggi e Silva-Neto (2010, p. 157), a noção de “quase-Re” permite
“atribuir um ponto de vista PdV mesmo a quem não está na origem do enunciado”.
3.4.5 O quadro Mediativo
A noção da categoria do mediativo proposta por Guentchéva (1994) é uma forma de
marcar o distanciamento e o não envolvimento do locutor (produtor físico do texto) frente às
informações enunciadas, caracterizando assim a não assunção da responsabilidade
enunciativa. Em outras palavras, podemos dizer que tal categoria tem como característica o
fato de o “enunciador não assumir a responsabilidade pelo conteúdo que ele enuncia,
estabelecendo uma distância entre ele e os fatos reportados” (GUENTCHÉVA, 1994, p. 6).
De acordo com a pesquisadora:
Numerosas línguas tipologicamente diferentes possuem procedimentos
gramaticais mais ou menos específicos (formas construídas a partir do
perfeito nas línguas indo-europeias e altaicas, sufixos e mais raramente
prefixos nas línguas ameríndias, partículas em certas línguas como as línguas
81
tibeto-birmanas) que permitem ao enunciador significar os diferentes graus
de distância que ele toma com respeito às situações descritas já que ele as
distinguiu de maneira mediata2. Em outros termos, o enunciador indica de
forma explícita que ele não é a fonte primeira da informação porque os fatos:
a) constituem conhecimentos geralmente admitidos ou transmitidos pela
tradição; b) foram levados ao seu conhecimento por uma terceira pessoa ou
por ouvir dizer; c) foram inferidos a partir de índices observados; d) são o
resultado de um raciocínio. Nas línguas em que um tal sistema gramatical
específico existe, o enunciador é então obrigado a marcar formalmente, no
seu próprio ato de enunciação, se ele se envolve ou se ele não se envolve nos
fatos enunciados. Resulta daí um jogo sutil de valores que se estruturam de
maneira diferente conforme as línguas em uma categoria gramatical que nós
propomos chamar de mediativo. (GUENTCHÉVA, 1994, p. 1).
Partindo desse princípio, permite ao produtor do texto não se envolver (não se engajar)
com os fatos enunciados, marcando assim uma distância no que concerne à responsabilidade
enunciativa. Sendo assim, Guentchéva (1994, p. 2) propõe que “a categoria do mediativo
(daqui em diante MED) se organiza em torno de três valores fundamentais: 1) fatos relatados,
inclusive segundo o ouvir-dizer; 2) fatos inferidos; 3) fatos de surpresa”. Cabe destacar, ainda,
que esses fatos podem ser interpretados como também inferidos, ou seja, as informações que
são repassadas, não são assumidas porque não correspondem a algo comprovado, mas sim a
um conhecimento mediatizado.
Adam (2011, p. 115) se refere ao trabalho de Guentchéva sobre o mediativo afirmando
que esse quadro marca “uma zona textual sob a dependência de uma fonte do saber (mediação
epistêmica) ou de percepção (mediação perceptiva)”. Ao estabelecer as oito (08) grandes
categorias de unidades da língua que marcam o grau de responsabilidade enunciativa do
enunciado, conforme apresentamos no Quadro 17, Adam enquadra o mediativo na categoria
06, acrescentando-lhe a modalização a partir dos pressupostos de Authier Revuz.
Rodrigues et al (2014, p. 55) enumeram alguns processos gramaticais que servem
para marcar o distanciamento da responsabilidade enunciativa do enunciador, na Língua
Portuguesa, sendo eles:
x O modo verbal;
x As modalidades (poder, crer, achar, parecer etc.);
x Os advérbios de frase (aparentemente, alegadamente, certamente);
x As locuções conjuntivas conformativas (de acordo com..., segundo...);
x Os verbos de dizer e de ação metalinguística;
x As formas verbais do condicional e do futuro do pretérito;
82
x As aspas, os dois pontos, entre outros recursos que servem para indicar as fronteiras
entre o texto e a fonte.
Para explicar a diferença entre o quadro mediativo o discurso indireto, como propõe
Guentchéva (1994), Rodrigues (2010, p. 149, grifos do autor) destaca que:
[...] do ponto de vista sintático, o primeiro se materializa, sobretudo, por
orações independentes, enquanto que o segundo se exprime, através de
períodos compostos por subordinação. Igualmente, em uma perspectiva
semântica, a categoria do mediativo revela uma negociação do enunciador
no que diz respeito à responsabilidade enunciativa pelo conteúdo do
enunciado, enquanto que o discurso indireto, na perspectiva definida por
Authier- revuz (1984), é uma tomada de posição do enunciador acerca do
sentido de um ato de fala.
Sintetizando as noções aqui expostas, podemos dizer que o locutor (produtor físico do
texto):
a) assume a responsabilidade enunciativa por meio da: mediação perceptiva e dos índices
de pessoas (quando referidas à primeira pessoa);
b) não assume a responsabilidade enunciativa através da mediação epistêmica (atribuição
de uma porção do texto a outra voz, referindo-se a uma fonte do saber) e do PdV
anônimo ou impessoal (caracterizado pela presença de formas verbais na 3ª pessoa do
singular/impessoal); e
c) assume parcialmente os enunciados por meio da “quase- Re” (os enunciados não são
assumidos totalmente).
Por fim, acrescentamos que essas não são as únicas categorias de análise da
responsabilidade enunciativa, mas as elegemos considerando o contato com o nosso objeto de
estudo. Dessa forma, após ter delineado o quadro teórico que irá subsidiar nossas análises,
passaremos aos aspectos metodológicos da nossa pesquisa.
83
4 PERCURSOS METODOLÓGICOS DA PESQUISA
84
4 PERCURSOS METODOLÓGICOS DA PESQUISA
Neste capítulo, apresentamos uma contextualização do nosso estudo, focalizando: (1) a
abordagem da pesquisa; (2) o nosso objeto de estudo; (3) os procedimentos realizados para a
coleta e seleção do corpus; (4) a apresentação e os comentários da prova de redação do
vestibular 2010 da UFRN; (5) o perfil do vestibulando 2010; e (6) os procedimentos de
análise e interpretação dos dados.
4.1 ABORDAGEM DA PESQUISA
Como já anunciamos na introdução, nesta pesquisa, objetivamos identificar, descrever,
analisar e interpretar as diferentes vozes presentes nos textos produzidos no PSV 2010 da
UFRN e a forma como o aluno/vestibulando assume (ou não) os diferentes pontos de vista
manifestados na redação, observando em que parte do texto se materializa a responsabilidade
enunciativa.
Para tanto, seguimos a abordagem qualitativa de natureza interpretativista, uma vez
que os métodos qualitativos se assemelham a procedimentos de interpretação dos fenômenos
no qual o pesquisador assume um papel fundamental, considerando seu caráter descritivo e o
enfoque mais indutivo, como afirmam Bogdan e Biklen (1994).
Dessa forma, a escolha da abordagem qualitativa reflete nosso interesse em
compreender, interpretar e traduzir, em nosso corpus, o significado do nosso objeto de
pesquisa, contribuindo, assim, para os estudos da linguagem. Acrescentamos, porém, que o
método quantitativo pode auxiliar na compreensão dos fenômenos pesquisados através da
visualização de gráficos e quadros, pois as “Apresentações de dados numéricos chamam,
frequentemente, a atenção no discurso dos meios de comunicação” com afirmam Bauer e
Gaskell (2011, p. 35).
Esse raciocínio, de atrelar o método quantitativo ao qualitativo, é confirmado por
Charaudeau (2011, p. 20), que apresenta dois pontos fundamentais do trabalho quantitativo: a
possibilidade de construir índices estatísticos, que sirvam de base para análises qualitativas e a
capacidade de construir amostragens que podem ser representativas das categorias a serem
estudadas. O autor acrescenta ainda que, “desse modo, o estudo quantitativo faz sentido em si,
mas um sentido provisório que deve ser confirmado, corrigido ou mesmo contradito e, em
todo caso, estendido e aprofundado pela análise qualitativa” (CHAURADEAU, 2011, p. 20).
85
Para Troike (2005, p. 121), “os procedimentos quantitativos podem, por sua vez, servir
para determinar a confiabilidade da observação qualitativa”. O autor esclarece, portanto, que a
presença dos dados quantitativos tem sua validade, desde que estes sejam mediados pelos
processos qualitativos e usados como uma forma de facilitar a apresentação dos dados.
Do ponto de vista da natureza da pesquisa, optamos pela análise interpretativista. De
acordo com Signorine (1998, p. 101), “A Linguística aplicada tem buscado cada vez mais a
referência de uma língua real”, preocupando-se com as práticas reais e específicas decorrentes
do uso da linguagem nos contextos sociais. Em termos metodológicos, a escolha desse objeto
de pesquisa vai implicar percursos de investigação, “daí o interesse na área pelas
metodologias de base interpretativista que não obscurece essa participação do pesquisador na
construção do campo de referência” (SIGNORINE, 1998, p. 104). Dessa forma, concordamos
com Moita Lopes (1996, p. 167) que a pesquisa interpretativista “se centra na ideia de que o
social é fruto de significados/interpretações produzidas pelos participantes deste contexto”.
No que se refere aos procedimentos de coleta, esta pesquisa se caracteriza como
documental, uma vez que trabalharemos apenas com o produto, as redações dos
vestibulandos, sem acompanhar o processo de produção.
Para caracterizar o processo seletivo do vestibular da UFRN e compreender o contexto
de produção do texto analisado, lançamos mão de todas as informações fornecidas pela
COMPERVE (Comissão Permanente do Vestibular), como edital do vestibular, prova de
redação e aspectos considerados na correção do texto (documentos anexos).
4.2 OBJETO DE ESTUDO, COMPOSIÇÃO E SELEÇÃO DO CORPUS
Antes de descrevermos os procedimentos adotados para a composição e seleção do
corpus, faremos uma breve reflexão sobre essa temática dentro das ciências da linguagem,
para tanto nos remetemos a Charaudeau e Maingueneau (2008, 2011) e Bauer e Gaskell
(2011). Para Charaudeau e Maingueneau (2008, p. 137), o corpus nas ciências humanas
“designa o conjunto de dados que servem de base para a descrição e análise de um
fenômeno”.
Charaudeau (2011) aponta para as dificuldades em definir e justificar a formação de
um corpus de pesquisa nas ciências da linguagem, considerando, principalmente, a falta de
consenso entre os pesquisadores. Segundo Charaudeau e Maingueneau (2008, p. 137), “a
questão da constituição do corpus é determinante para a pesquisa, pois trata-se de, a partir de
um conjunto fechado e parcial, analisar um fenômeno mais vasto que essa amostra”.
86
Para o autor, “As ciências da linguagem fazem parte, então, das disciplinas de corpus:
compilação de dados linguísticos [...] que são constituídos em objeto de análise”
(CHARAUDEAU, 2011, p. 3). Dessa forma, ele propõe que para definirmos esse corpus,
devemos, antes de tudo, considerar a natureza dos dados.
De acordo com Bauer e Gaskell (2011, p. 39-40), “A orientação mais elaborada para
selecionar a evidência nas ciências sociais é a “amostragem estatística aleatória”. Tais autores
defendem que essa estratégia para construção do corpus fornece um referencial seguro, uma
vez que se vale do critério da representatividade. Sendo assim, ela “garante eficiência na
pesquisa ao fornecer uma base lógica para o estudo de apenas partes de uma população sem
que se percam as informações”. Os autores ainda destacam como exemplo que “A lista de
estudantes que estão prestando exame em uma universidade é um referencial de amostragem
para a população estudantil deste ano específico” (2011, p. 41). Fato este que confirma nossa
opção por estudar as redações do vestibular.
Em nossa pesquisa, optamos por analisar a (não) assunção da responsabilidade
enunciativa a partir de um corpus formado por provas de redação, mais precisamente, Artigos
de Opinião do Vestibular 2010 da UFRN. Acreditarmos que tal gênero é um instrumento para
a formação do cidadão, pois contribui para desenvolver a capacidade de participar, com
argumentos convenientes, das discussões, de formar opinião sobre questões polêmicas e
contribuir para resolvê-las, praticando, assim, a cidadania. O estudo de tal gênero é
contemplado na grade curricular do Ensino Médio, sendo, assim, justificamos a escolha dos
textos decorrentes do vestibular da UFRN, considerando-se, principalmente, a grande
participação dos estudantes que estão concluindo ou concluíram o Ensino Médio e a seriedade
e transparência no desenvolvimento de tal processo seletivo.
Nossa amostragem inicial é composta por duzentas (200) redações, número este
cedido pela própria COMPERVE, que, após cada processo seletivo, elege uma quantidade de
provas que podem ser utilizadas em pesquisas. Nesse universo de textos, selecionamos cem
(100) redações para analisarmos, conforme critérios detalhados a seguir. Os dados foram
fornecidos pela COMPERVE, atendendo a uma solicitação nossa. Para isso, realizamos três
visitas ao local de coleta do corpus.
Na primeira visita, realizada em junho de 2010, entramos em contato com alguns
funcionários responsáveis pelo armazenamento das amostragens de provas dos vestibulares
anteriores e conversamos, informalmente, sobre a possibilidade de realizarmos um estudo
com as redações do PSV 2010, assim como quais seriam os procedimentos necessários para
ter acesso a tais textos.
87
Nosso segundo encontro teve um caráter mais formal. Nele, entregamos um
requerimento encaminhado para a Profa. Betânia Ramalho, presidente da COMPERVE no
período em questão, no qual explicitávamos nosso interesse de estudo. Após a aprovação de
tal requerimento, fomos convidados a comparecer, no dia 11 de novembro de 2010, para
receber o material, ocasião em que assinamos um Termo de Responsabilidade,
comprometendo-nos a devolvê-lo até o dia 11 de dezembro daquele ano. Vislumbrando
devolver o material dentro do prazo solicitado, copiamos as redações fornecidas e devolvemos
as originais, ainda, no dia 11 de novembro.
Para seleção dos textos, a COMPERVE considerou as 05 (cinco) áreas. Na sequência,
selecionou, no âmbito das áreas, de forma aleatória, as redações. Dessa forma, os dados estão
assim constituídos:
x 1 a 40 – totalizando quarenta (40) provas da área Humanística I;
x 158 a 208 – totalizando cinquenta (50) provas da área Humanística II;
x 397 a 407 – totalizando dez (10) provas da área Tecnológica I;
x 501 a 551 – totalizando cinquenta (50) provas da área Tecnológica II e
x 701 a 751 – totalizando cinquenta (50) provas da área Biomédica.
No Quadro 15, podemos visualizar o número de redações corrigidas em cada área, o
número de redações disponibilizadas pela COMPERVE e o número de redações que serão
analisadas no nosso estudo.
Quadro 15 - Síntese da relação área das provas e quantidade de redações corrigidas, disponibilizadas e analisadas
Área Nº de vagas Nº de
redações
corrigidas
Nº de redações
disponibilizadas
pela
COMPERVE
Nº de
redações que
serão
analisadas na
nossa
pesquisa
Humanística I 674 1908 40 20
Humanística II 1940 5950 50 25
Tecnológica I 40 179 10 5
Tecnológica II 2373 5263 50 25
Biomédica 1280 4496 50 25
Total 6307 17796 200 100
Fonte: elaborado pela pesquisadora
Como podemos observar, no Quadro 15, o total de textos disponibilizados por área
está relacionado ao número de vagas e ao número de redações corrigidas pela banca. Tal
relação justifica o fato de termos um número 20%, percentual inferior de redações da área
88
Humanística I e um número 80% inferior da área Tecnológica I. Para uma maior
compreensão, informamos, a seguir, a discriminação dos cursos por área. Tais informações
foram retiradas do edital do processo seletivo que consta em anexo.
Humanística I – Administração, Ciências Contábeis, Ciências Econômicas e Turismo.
Humanística II – Artes Visuais, Biblioteconomia, Ciências Sociais, Comunicação
Social (Jornalismo), Comunicação Social (Radialismo), Comunicação Social (Publicidade e
Propaganda), Dança, Design, Direito, Filosofia, Geografia, Gestão de Políticas Públicas,
História, Letras (Espanhol), Letras (Francês), Letras (Inglês), Letras (Português), Música
(Instrumento), Música (Canto), Música, Pedagogia, Psicologia, Serviço Social e teatro.
Tecnológica I – Arquitetura e Urbanismo
Tecnológica II – Ciências e Tecnologia, Ciências Atuariais, Ciências da Computação,
Engenharia Civil, Engenharia de Alimentos, Engenharia de Produção, Engenharia de
Software, Engenharia Elétrica, Engenharia Florestal, Engenharia Química e Engenharia
Têxtil, Estatística, Física, Geofísica, Geologia, Matemática, Química e Química do Petróleo.
Biomédica – Aquicultura, Biomedicina, Ciências Biológicas, Ecologia, Educação
Física, Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Gestão em Sistemas e Serviços
de Saúde, Medicina, Nutrição, Odontologia e Zootecnia.
Para selecionarmos os textos que compõem o corpus, usamos como critério a escolha
dos textos pertencentes aos pacotes ímpares, descartando os textos oriundos dos pacotes
pares.
Vale ressaltar que todas as provas que compõem nossa amostragem foram corrigidas
pela banca de avaliação das redações, no entanto, não temos conhecimento de suas notas e se
seus autores foram aprovados na segunda fase do processo seletivo.
Após a formação do corpus, fizemos uma leitura prévia do material, vislumbrando
detectar redações que não atendessem a proposta solicitada, mas não encontramos casos que
pudessem resultar em eliminação de acordo com as normas do PSV. Nessa leitura preliminar
foram detectadas apenas quatro redações sem título, sendo uma da área Humanística I, duas
da Tecnológica II e uma da Biomédica; encontramos também quatro redações com menos de
vinte linhas, sendo uma da área Humanística I, duas da Humanística II e uma da Tecnológica
II. Porém, de acordo com o edital, o comando da prova e a chave de correção, esses critérios
não constituem indicativos de eliminação dos candidatos. Não foi encontrado nenhum texto
que tivesse mais de quarenta (40) linhas, limite máximo permitido, assim como assinatura ou
outra forma de identificação do candidato, critérios esses que eliminariam os candidatos do
PSV.
89
4.3 A PROVA DE REDAÇÃO DO VESTIBULAR 2010 DA UFRN
De acordo com o item 39 do edital do Vestibular 2010,
[...] a Prova de Redação, comum a todas as áreas, exigirá que o candidato
produza um texto argumentativo em prosa, segundo o padrão culto da língua
escrita, com base em uma situação comunicativa determinada, em um dos
seguintes gêneros: Artigo de Opinião ou Carta Argumentativa.
A proposta de redação do Vestibular 2010 solicitava que o aluno produzisse um Artigo
de Opinião, posicionando-se em relação à “crescente vigilância por meio de câmeras e outros
recursos tecnológicos”.
O texto deveria ser produzido em um espaço marcado, tendo no mínimo vinte (20) e
no máximo quarenta (40) linhas, apresentar título, não ser assinado e “apresentar
explicitamente um ponto de vista, fundamentado em, no mínimo dois argumentos”, entre
outras orientações presentes na prova. Para uma melhor compreensão, transcrevemos a
Proposta de solicitação do Artigo de Opinião.
Quadro 16 - Proposta de solicitação do artigo de opinião
Prova de Redação
“Além das ruas, os cidadãos modernos vivem cercados de câmeras em muitos
outros lugares, como elevadores, portarias de prédios, bancos, supermercados e
estações de metrô, para citar alguns exemplos bastante conhecidos. Trata-se de
uma tendência mundial”.
(RT Informa, São Paulo, ano VII, n. 46, p. 4, nov./dez. 2006).
Redija um artigo – para ser publicado no Jornal Cidadão Natalense – no qual você se posicione sobre
essa crescente vigilância por meio de câmeras e outros recursos tecnológicos.
Seu texto deverá, obrigatoriamente, atender às seguintes normas:
_ ser redigido no espaço destinado à versão definitiva;
_ ter um título;
_ apresentar explicitamente um ponto de vista, fundamentado em, no mínimo, dois
argumentos;
_ ser redigido na variedade padrão da língua portuguesa;
_ não ser escrito em versos;
_ conter, no mínimo, 20 linhas;
_ não ser assinado (nem mesmo com pseudônimo).
ATENÇÃO
Será atribuída nota zero à redação em qualquer um dos seguintes casos:
_ fuga ao tema ou à proposta;
_ letra ilegível;
_ identificação do candidato (nome, pseudônimo ou assinatura);
_ texto escrito em versos.
Fonte: .
90
Como podemos observar, a proposta de solicitação apresenta duas instâncias
enunciativas; a primeira, RT Informa, apresenta informações sobre a questão proposta para a
produção textual; a segunda, equipe de elaboração da prova, apresenta o comando da questão,
direcionando o candidato em relação a algumas normas do processo que devem ser seguidas
na elaboração do texto. Nesse sentido, cria um contexto específico no qual o produtor do
artigo assume o papel de articulista do Jornal Cidadão Natalense, podendo o candidato
posicionar-se contra ou a favor do uso das câmeras de segurança e outros recursos
tecnológicos.
No direcionamento da proposta, encontramos várias normas que devem ser cumpridas
“obrigatoriamente”, fato este que é reforçado pelo termo em destaque. Entre essas
orientações, destacamos a presença do título e o número mínimo de linhas, vinte (20). No
entanto, na sequência, temos outro item que expõe os casos em que será atribuída nota zero
(o) e, nesse item, as questões que acabamos de expor não aparecem. Dessa forma,
subtendemos que tais fatores (presença de título e número mínimo de vinte (20) linhas)
podem penalizar o candidato, mas não podem eliminá-lo do processo.
É válido ressaltar, também, que o candidato dispunha de quatro (4) horas e trinta (30)
minutos para produzir o artigo e responder quarenta e quatro (44) questões de múltipla
escolha, sendo vinte (20) questões de Português e Literatura Brasileira, doze (12) de
Geografia e doze (12) de História.
4.4 CARACTERIZAÇÃO DO PERFIL DO VESTIBULANDO 2010
Como já mencionamos na introdução, o processo seletivo da UFRN era o mais
importante do nosso Estado, de acordo com os dados da COMPERVE, em 2010, tivemos
vinte e sete mil e cinquenta e quatro (27.054) candidatos inscritos, dos quais seis mil trezentos
e cinco (6.305) foram aprovados.
Objetivando caracterizar os nossos informantes (vestibulandos), apresentamos
algumas informações referentes ao perfil dos candidatos ao PSV 2010 da UFRN. Tais
informações foram retiradas do Observatório da Vida do Estudante Universitário (OVEU) e
contemplam questões relacionadas à faixa etária do candidato, tipo de escola em que concluiu
ou está concluindo o Ensino Médio, categoria socioeconômica, hábitos de leitura e estudos,
entre outras pertinentes à pesquisa.
91
Quadro 17 - Faixa Etária
Variáveis PSV 2010
15 a 17 anos 1467
18 a 19 anos 2247
20 a 21 anos 955
22 a 24 anos 671
25 a 29 anos 531
30 a 39 anos 305
40 a 72 anos 113
Não respondeu/A variável não existia 0
Total 6289
Fonte: Comperve (2011)
Como podemos observar, o quadro acima mostra que, dos 6.289 vestibulandos, a
maioria apresentava uma faixa etária entre dezoito (18) e dezenove (19) anos, seguidos dos
alunos que tinham entre quinze (15) e dezessete (17) anos. Tal fato confirma que cada vez
mais os alunos estão concluindo o Ensino Médio no prazo adequado e concorrendo ao
vestibular na faixa etária bem semelhante aos países do primeiro mundo. Podemos observar,
também, que poucos vestibulandos apresentam uma idade superior a trinta (30) anos. Tal fato
pode vir a influenciar na elaboração dos textos dos alunos, uma vez que temos candidatos
predominantemente pertencentes a uma geração que acompanhou todo o surgimento da
tecnologia.
Quadro 18 - Tipo de escola em que concluiu ou está concluindo o Ensino Médio
Variáveis PSV 2010 (Nº- %)
Todo em escola pública 2658- 42,3 %
Todo em escola particular 3244- 52,0 %
Parte em escola pública parte em escola particular 343 – 5,5 %
Outro tipo de escola 44 – 0,2 %
Não respondeu/A variável não existia 0 – 0 %
Total 6289- 100%
Fonte: Comperve (2011)
92
A análise desse quadro nos permite constatar que o número de jovens de escolas
públicas que estão tentando o ingresso na universidade pública ainda era inferior ao número
de jovens que cursaram o Ensino Médio em escolas particulares. Percebemos, ainda, poucos
candidatos, apenas 5% do total, passaram parte do período na escola pública e outra parte na
escola particular.
O Quadro 19 confirma a expectativa do quadro 17, uma vez que temos uma maior
concentração de candidatos bastante jovens, com idade entre quinze (15) e dezenove (19)
anos, é esperado que a maioria deles estivesse tentando o vestibular pela primeira (37% dos
candidatos) ou segunda vez (28 % dos candidatos).
Quadro 19 - Número de vezes que prestou vestibular
Variáveis PSV 2010 (Nº / %)
Nenhuma 2349 – 37,4 %
Uma 1803 – 28,7 %
Duas 1085 – 17,2 %
Três ou mais 1052- 16,7 %
Não respondeu/A variável não existia 0 – 0%
Total 6289 – 100%
Fonte: Comperve (2011)
Nos quadros seguintes, podemos ver como a maioria dos vestibulandos tem acesso às
informações. É relevante ressaltar que mais da metade desses jovens, exatamente 63%, dispõe
de internet em casa. Comparando essa informação com o Quadro 18, percebemos que o
acesso à internet na própria casa não é um privilégio apenas dos alunos que frequentam escola
particular, tendo em vista que esse percentual é de 51 %. A internet também vai aparecer
como a segunda maior fonte de informações (atualidades) usadas pelos vestibulandos,
perdendo apenas para o jornal da televisão, como podemos observar no Quadro 21.
93
Quadro 20 - Acesso à internet
Variáveis PSV 2010 (Nº / %)
Não acessa 57- 0,9 %
Em casa 3971 – 63,1 %
No trabalho 319 – 5,1 %
No colégio 259 – 4,1 %
Em outros locais não mencionados 1683 – 26,8 %
Não respondeu/A variável não existia 0 – 0%
Total 6289 – 100%
Fonte: Comperve (2011)
Quadro 21 - Meio que utiliza para se manter informado
Variáveis PSV 2010 (Nº / %)
Jornal (escrito) 176 – 2,8 %
Jornal (televisão) 3091 – 49,2 %
Jornal (rádio) 53 – 0,8 %
Revistas 347 – 5,5 %
Internet 2508 – 39,9 %
Outras fontes 114 – 1,8 %
Não respondeu/A variável não existia 0 – 0%
Total 6289 – 100%
Fonte: Comperve (2011)
Como podemos observar no quadro acima, o telejornal era o meio de informação mais
utilizado pelos candidatos ao vestibular 2010, representando um percentual de 49,2%; em
segundo lugar aparece a internet com 39,9%. Esses dois veículos de informação abrem uma
distância bem significativa em relação ao rádio (0,8%), o jornal escrito (2,8%) e as revistas
(5,5).
4.5 PROCEDIMENTOS DE ANÁLISE E DE INTERPRETAÇÃO DOS DADOS
Como já foi ressaltado, nossa pesquisa situa-se ao âmbito da Análise Textual dos
Discursos (ATD), que se subsidia na Linguística Textual e na Linguística da Enunciação,
mais precisamente no que Adam (2011) denomina de translinguística. Portanto, nossa análise
fundamenta-se em trabalhos sobre a responsabilidade enunciativa, tendo como autores de base
94
Adam (2011) Rabatel (2008, 2009, 2011), Guentchéva (1994, 1996) e Rodrigues (2010).
Subsidiamo-nos, também, em estudos sobre os Gêneros Discursivo/Textuais, focalizando o
gênero Artigo de Opinião e explicitando as alterações (determinação do número máximo e
mínimo de linhas, ausência de assinatura do autor e/ou uso de pseudônimo, entre outras) que
o texto passa em processos seletivos, no nosso caso o Vestibular.
Antunes (2010), em sua obra Análise de textos: fundamentos e práticas, apresenta
reflexões sobre o processo de análise de textos e enfatiza a importância de tais estudos para a
compreensão das regularidades que costumam ocorrer na produção e circulação dos diversos
gêneros presentes nas atividades sociais, pois através desses estudos podemos entender
melhor os processos linguísticos presentes nas nossas interações verbais, sejam elas realizadas
na fala ou na escrita. Para a autora, “A própria atividade da análise- reiterada e consistente-é
fundamental para desenvolver nossa capacidade de perceber, de enxergar, de identificar os
fenômenos ou os fatos que ocorrem nos textos” (ANTUNES, 2010, p. 51).
Sendo assim, a pesquisadora ressalta que “A finalidade da análise, portanto, é
promover esse estado de pergunta, de busca; esse querer ver, mais por dentro, a engrenagem
de funcionamento da linguagem” (ANTUNES, 2010, p. 52). Dessa forma, a análise de textos
nos permite enxergar diversas questões relacionadas ao grupo que o produz, revelando muito
mais do que os próprios autores podem imaginar. Como afirma Antunes (2010, p. 66):
Um texto assume determinadas formulações, é expresso em certos níveis de
formalidade, em certos formatos e suportes na dependência das normas,
sociais e discursivas, que decorrem do universo de referência e do campo
social em que o evento comunicativo se insere e vai circular. Por isso é que a
produção e a recepção social das ações verbais constituem “verdadeiras
rotinas comunicativas”.
Para realizarmos a análise dos textos e responder as questões de pesquisa, anunciadas
na Introdução, seguimos uma abordagem qualitativa de natureza interpretativista. Nesse
sentido, concordamos com Charadeau (2011, p. 14), quando este afirma que “interpretar
consiste em uma operação de correlação de fatos observados com outros fatos, para formular,
por inferência, hipóteses de sentido”.
Dessa forma, adotamos os seguintes procedimentos:
x leitura das redações selecionadas, identificando o plano textual das redações
(Artigo de Opinião);
x identificação, descrição e análise das marcas linguísticas utilizadas pelo autor do
texto;
95
x análise e interpretação das diferentes vozes presentes nas redações dos
vestibulandos.
Objetivando possibilitar uma melhor compreensão do leitor, os textos que compõem
nosso corpus foram transcritos preservando suas características originais no que diz respeito à
centralização do título, divisão de parágrafos e inadequações gramaticais. Para uma melhor
visualização, cada texto foi digitado seguindo a ordem apresentada no Quadro I, ou seja:
primeiro, os da área Humanística I, seguidos pelos textos da Humanística II, Tecnológica I,
Tecnológica II, e por fim os da área Biomédica.
Os dados coletados foram codificados de acordo com a área do candidato,
possibilitando assim a comparação dos resultados no que diz respeito ao plano textual e às
marcas linguísticas da responsabilidade enunciativa. No Quadro 22, apresentamos o código
dos textos e sua identificação original.
Quadro 22 - Código dos textos
Código do
texto
Número do pacote
ao qual pertence
Código do
texto
Número do pacote ao
qual pertence
Texto 01 P1 Texto 51 P501
Texto 02 P3 Texto 52 P503
Texto 03 P5 Texto 53 P505
Texto 04 P7 Texto 54 P507
Texto 05 P9 Texto 55 P509
Texto 06 P11 Texto 56 P511
Texto 07 P13 Texto 57 P513
Texto 08 P15 Texto 58 P515
Texto 09 P17 Texto 59 P517
Texto 10 P19 Texto 60 P519
Texto 11 P21 Texto 61 P521
Texto 12 P23 Texto 62 P523
Texto 13 P25 Texto 63 P525
Texto 14 P27 Texto 64 P527
Texto 15 P29 Texto 65 P529
Texto 16 P31 Texto 66 P531
Texto 17 P33 Texto 67 P533
Texto 18 P35 Texto 68 P535
96
Texto 19 P37 Texto 69 P537
Texto 20 P39 Texto 70 P539
Texto 21 P 159 Texto 71 P541
Texto 22 P 161 Texto 72 P543
Texto 23 P163 Texto 73 P545
Texto 24 P165 Texto 74 P547
Texto 25 P167 Texto 75 P549
Texto 26 P169 Texto 76 P701
Texto 27 P171 Texto 77 P703
Texto 28 P173 Texto 78 P705
Texto 29 P175 Texto 79 P707
Texto 30 P177 Texto 80 P709
Texto 31 P179 Texto 81 P711
Texto 32 P181 Texto 82 P713
Texto 33 P183 Texto 83 P715
Texto 34 P185 Texto 84 P717
Texto 35 P187 Texto 85 P719
Texto 36 P189 Texto 86 P721
Texto 37 P191 Texto 87 P723
Texto 38 P193 Texto 88 P725
Texto 39 P195 Texto 89 P727
Texto 40 P197 Texto 90 P729
Texto 41 P199 Texto 91 P731
Texto 42 P201 Texto 92 P733
Texto 43 P203 Texto 93 P735
Texto 44 P205 Texto 94 P737
Texto 45 P207 Texto 95 P739
Texto 46 P397 Texto 96 P741
Texto 47 P399 Texto 97 P743
Texto 48 P401 Texto 98 P745
Texto 49 P403 Texto 99 P747
Texto 50 P405 Texto 100 P 749
Fonte: elaborado pela pesquisadora
97
Para um melhor efeito de visualização, destacamos os textos representativos das áreas
com cores diferentes, sendo: azul, Humanística I; rosa, Humanística II, amarelo, Tecnológica
I; cinza, Tecnológica II e verde, Biomédica.
Após delinearmos os aspectos metodológicos de nossa pesquisa, passamos a
apresentar as análises dos dados.
98
5 ANÁLISE DOS DADOS
99
5 ANÁLISE DOS DADOS
O princípio condutor da análise dos dados assenta-se na investigação de fenômenos
recorrentes que mostrem a (não) assunção da responsabilidade enunciativa. Buscamos, neste
capítulo, responder às questões propostas já apresentadas, no início deste trabalho, para,
assim, cumprirmos os objetivos identificar, descrever, analisar e interpretar como o
vestibulando organiza (ou não) o seu discurso no que diz respeito a responsabilidade
enunciativa.
Como já ressaltamos, anteriormente, nossa pesquisa se circunscreve no âmbito da
Análise Textual dos Discursos (ATD), que se subsidia na Linguística Textual e na Linguística
Enunciativa. Nesta direção, nossa análise se fundamenta em trabalhos sobre a
responsabilidade enunciativa, tendo como autores de base Adam (2011), da ATD; Rabatel
(2008, 2009, 2011) e Guentchéva (1994), em perspectivas teóricas da enunciação.
Conforme informado na metodologia, os textos que compõem nosso corpus resultam
do Processo Seletivo Vestibular- 2010 da UFRN, no qual os vestibulandos foram solicitados a
escrever um Artigo de Opinião posicionando-se em relação ao uso das câmeras de segurança.
Tais textos foram transcritos preservando-se suas características originais, no que diz respeito
à centralização do título, divisão de parágrafos e inadequações linguísticas concernentes ao
registro padrão.
Apresentaremos a análise em seis partes, as cinco primeiras correspondem,
respectivamente, à análise dos textos representativos das áreas: Humanística I, Humanística
II, Tecnológica I, Tecnológica II e Biomédica. Na sexta e última parte do capítulo,
apresentaremos uma síntese dessas análises, considerando os cem (100) textos que compõem
nossa amostragem total.
5.1 ANÁLISE DOS TEXTOS DE HUMANÍSTICA I
Antes de observarmos as questões referentes à (não) assunção da responsabilidade
enunciativa nos textos representativos de cada área, apresentaremos um quadro destacando
como o plano de texto se materializa nas redações (Artigos de Opinião) produzidos pelos
vestibulandos das diversas áreas. Para facilitar a identificação dos textos que apresentam as
cinco partes do plano de texto indicadas pela Comperve, destacamos seus respectivos códigos
em negrito.
100
Quadro 23 - Plano de texto dos artigos produzidos pelos candidatos da área humanística I
Texto Título Introdução Argumentação Refutação Conclusão
T1 x x xx - x
T2 x x x - x
T3 x x xx x x
T4 x x x x x
T5 x x x x x
T6 x x x x x
T7 x x x - x
T8 x x x x x
T9 x x xxx x x
T10 x xx xx - x
T11 x x xx - x
T 12 x x xx - x
T 13 x x xx - x
T 14 x x xx - xxx
T15 x x xxx - x
T 16 x x xxx - x
T 17 - x xxx - x
T18 x x x x x
T 19 x x x - x
T 20 x x xx - x
Fonte: elaborado pela pesquisadora
Dos vinte (20) textos analisados, na área de humanística I, sete (7) apresentam as cinco
(5) partes solicitadas pela Comperve, a saber: título, introdução, argumentação, refutação e
conclusão. Desses, cinco (5) apresentam-se divididos em quatro, sendo dois (2) de
argumentação e outro, T9, apresenta seis parágrafos, sendo três (3) destinados à apresentação
dos argumentos.
Como podemos perceber, através do quadro acima, a maioria dos artigos apresenta um
plano semelhante, com a presença de título, introdução, argumentação e conclusão. Há,
apenas, texto sem título, trata-se do texto 17.
101
Observamos que as marcas linguísticas que revelam a ocorrência da responsabilidade
enunciativa são as mesmas, a saber: índices de pessoas verbais e lexemas avaliativos.
Ressaltamos que identificamos a assunção do PdV total em todos os textos deste grupo, mas
em dois textos (T5 e T13) há, também, recorrência a outras instâncias enunciativas, na
introdução e na argumentação, para embasar o seu posicionamento, a saber:
Quadro 24 - Fragmentos textuais de T5 e T13
T5 “(...) alguns dados comprovam que, a cada dia o mundo passa por diversas
mudanças entre elas esta a tecnologia.”
T13 “Os noticiários demonstram as barbaridades cometidas, que revolta a
população (...).”
Fonte: elaborado pela pesquisadora
Como ressaltado anteriormente nesses dois textos encontramos a atribuição de uma
informação a outras instâncias enunciativas. Em T5 podemos inferir que essa instância está
relacionada a pesquisas e em T13 o vestibulando atribui as informações aos noticiários.
Porém, a não assunção da responsabilidade enunciativa ocorre apenas nesses fragmentos. Nas
outras partes destes textos encontramos expressões na primeira pessoa do plural (T5: estamos,
percebemos, devemos; T13: evitamos, nos indagamos, nos traz, nosso favor) que configuram
a assunção da responsabilidade enunciativa através dos índices de pessoas. Fato este que torna
esses dois textos diferentes dos demais desse grupo, uma vez que neles encontramos uma
“mistura de posicionamentos”.
102
Quadro 25 - Plano de texto de T06
Título Artigo de luxo (texto 06)
Introdução Em meio a tanta violência passamos a viver como na Paz Armada, em
que a potências mundiais investiam em armamentos a espera da grande
guerra. O que se observa é uma inversão de papéis: criminosos em
liberdade e nós vivendo monitorados por câmeras que estão por toda a
parte; aprisionados em nossos lares por cercas elétricas e sendo
abordados em estabelecimentos privados por seguranças particulares.
Argumentação O fato é que a segurança se tornou um “artigo de luxo”, pois a
população menos favorecida (representando a maior parte da
sociedade) não tem condições de se prevenir em níveis igualitários a
elite.
Refutação É bem verdade que cada um se previne como pode e que não seria
justo com aqueles que tem acesso a esse tão “valioso bem” que
abrissem mão do mesmo apenas porque não é acessível a todos. Mas,
o que realmente não é justo é a segurança que deveria ser direito de
todos ser apenas para alguns.
Argumentação Desta maneira só estamos aumentando a desigualdade social, o que
na minha opinião é a principal causa do crescimento do índice de
criminalidade mundial. Não é se equipando de recursos tecnológicos
que vamos conseguir manter a ordem pública e proteger a cidadania da
violência, é investindo no desenvolvimento da classe pobre da
sociedade.
Conclusão Assim, sabemos que o percentual da violência não chegaria perto de
ser zero, mas haveria um declíneo considerável, com pessoas que não
seriam obrigadas a praticar furtos, comercializar drogas, entre outros
crimes apenas para o seu sustento.
Fonte: elaborado pela pesquisadora
O texto 06, Artigo de luxo, apresenta-se estruturado em cinco parágrafos; já na
introdução percebemos o ponto de vista do autor em relação ao tema proposto. No primeiro
período da introdução observamos que o locutor/enunciador assume a responsabilidade
103
enunciativa quando o usa a expressão “passamos”, que se caracteriza como uma marca
linguística da categoria índices de pessoas e favorece a assunção do PdV total. Porém, no
segundo período da introdução o vestibulando não se engaja totalmente. Ao propor que na
sociedade atual encontramos os papeis invertidos o autor recorre a mediação perceptiva, como
podemos ver na expressão destacada em negrito em que o verbo observar está acompanhado
da partícula “se” que caracteriza um PdV mediatizado, no qual o locutor não assume a
responsabilidade pela informação “O que se observa é uma inversão de papéis...”.
A partir da argumentação podemos afirmar que existe um engajamento total do
enunciador, o que caracteriza a assunção da responsabilidade enunciativa, ou seja, temos na
argumentação, refutação e conclusão um enunciador que se compromete com as informações
e opiniões apresentadas no texto. Esse engajamento pode ser comprovado pelas marcas
linguísticas da primeira pessoa do plural (“estamos”, “vamos conseguir”, “sabemos”); do
singular (na minha opinião) e pela presença de expressões qualificadoras, como: “valioso
bem”, “apenas” e “só” que expõe uma avaliação deste enunciador sobre a temática
apresentada, implicando assim, em uma assunção total da responsabilidade enunciativa.
No que diz respeito ao uso dos conectivos identificamos no texto em questão a
presença de quatro conectores que direcionam a argumentação, desses; dois pertencem ao
grupo dos conectores argumentativos marcadores do argumento (pois, porque), o “mas” que
está presente na refutação e na conclusão faz parte dos marcadores de oposição e o assim,
marca a conclusão.
De forma geral o “pois” e o “porque” que aparecem no texto, respectivamente na parte
da argumentação e da refutação, apresentam uma justificativa, como podemos comprovar em
“O fato é que a segurança se tornou um “artigo de luxo”, pois a população menos favorecida
(...) não tem condições de se prevenir em níveis igualitários a elite.”.
Em relação ao “mas” no primeiro caso reforça a contra-argumentação e no segundo
caso coloca dois argumentos em oposição reforçando o segundo que deixa implícita a
conclusão, como podemos observar no fragmento: “Assim, sabemos que o percentual da
violência não chegaria perto de ser zero, mas haveria um declínio considerável, com pessoas
que não seriam obrigadas a praticar furtos(...)”, ou seja, através do uso desse conectivo o
enunciador reforça sua proposta de solução, inferindo que o investimento no desenvolvimento
social da classe pobre ocasionará uma redução da violência.
Enfim, através dos índices de primeira pessoa, dos lexemas avaliativos e dos
conectivos percebemos o engajamento e comprometimento do enunciador.
104
5.2 ANÁLISE DOS TEXTOS DE HUMANÍSTICA II
A área de humanística II ofertava no edital do PSV- 2010 mil novecentas e quarenta
(1940) vagas, distribuídas em vinte e quatro (24) cursos. Nesta área dispomos de vinte e cinco
(25) textos para análises, dos quais apresentaremos a seguir um quadro que sintetiza os planos
de textos recorrentes nesta amostragem.
Quadro 26 - Plano de texto dos artigos produzidos pelos candidatos da área humanística II
Textos Título Introdução Argumentação Refutação Conclusão
T21 x x x x x
T22 x x xx - x
T23 x x x x -
T24 x x xxxx x x
T25 x xx xx - xx
T26 x x xx x x
T27 x x xxx - x
T28 x x xx x x
T29 x x x - x
T30 x x x x x
T31 x x xx x x
T32 x x x x -
T33 x x x - x
T34 x x xx - x
T35 x x xx - x
T36 x x xx - x
T37 x x x - x
T38 x x x - x
T39 X x x - x
T40 x x xx - x
T41 x x x - x
T42 x x xx - xx
T43 x x xxx xx xx
T44 x x x - -
T45 - x x x x
Fonte: elaborado pela pesquisadora
105
No que diz respeito ao plano de texto da amostragem referente à área de humanística
II, percebemos que dos vinte e cinco (25) textos, sete (7) apresentam o plano de texto com os
cinco itens apresentados na expectativa de correção da Comperve, como podemos observar no
quadro 26, os dados com destaque em negrito. Na maioria dos casos, os textos que não
contemplam todas as partes elencadas pela banca de avaliação deixam de apresentar
principalmente a refutação. Nesta área dos vinte e cinco textos analisados a refutação foi
identificada em dez (10) textos, temos assim, quinze (15) textos que não apresentam
refutação. Também identificamos neste grupo três textos sem conclusão e um texto sem título.
Situado o plano de texto apresentado pela área de humanística II passaremos à análise
de dois textos representativos desta área.
Quadro 27 - Plano de texto de T36
Título A sociedade precisa de câmeras (texto 36)
Introdução Devido a grande necessidade de vigilância, a câmera de segurança assim
como outros recursos tecnológicos, é de grande importância para a sociedade.
Com o aumento da violência e da criminalidade, a sociedade ficou muito
insegura e frustada. Precisando de meios tecnológicos para garantir, a
tranquilidade e a segurança da mesma.
Argumentação Com isso a câmera de segurança é um dos recursos de grande
importância para garantir que a população esteja segura e tranquila, onde a
mesma monitora todas aquelas pessoas que tem acesso ao local, e filma
também as acões feitas por elas, deixando os que dependem dela
despreocupados. A função da mesma é tão ágil e eficiente, que para substituí-
la seria necessários vários homens. Uma outra importância da mesma, é que
suas imagens podem ser guardadas por vários anos sem ser danificadas,
podendo ser assistidas facilmente, necessitando apenas de um aparelho que
reproduza suas imagens.
Sua nitidêz e eficiência são tão grandes que a câmera de segurança
atualmente é usada para desvendar inúmeros crimes, pois é considerado um
dos métodos mais seguros pela justiça.
Refutação
Conclusão Assim, devido a grande necessidade de segurança é um recurso tecnológico
muito importante para deixar a sociedade mais segura e tranquila.
Fonte: elaborado pela pesquisadora
106
No texto 36, o locutor apresenta argumentos favoráveis para o uso das câmeras de
segurança. Na introdução, argumentação e conclusão percebemos algumas expressões
qualificadoras (insegura e frustada) referindo-se a sociedade atual e (recursos de grande
importância, ágil e eficiente, nitidez e eficiência e recurso tecnológico muito importante)
referindo-se a câmera de segurança. Essas expressões que permitem ao autor do texto
apresentar uma avaliação valorativa sobre a sociedade e as câmeras de segurança marcam
uma zona textual em que existe a assunção da responsabilidade enunciativa.
Porém, no final da argumentação identificamos uma porção do texto que é atribuída a
outra instância enunciativa “é considerado um dos métodos mais seguros pela justiça.”, ou
seja, através da atribuição dessa informação a justiça percebemos que o locutor esquiva-se da
responsabilidade enunciativa expressando seu PdV através de uma outra voz que insere em
sua argumentação, caracterizando assim o não engajamento do locutor.
107
Quadro 28 - Plano de texto de T43
Título O sacrifício da privacidade (texto 43)
Introdução Andar de forma anônima, pelas ruas e estabelecimentos da nossa cidade, está
cada vez mais difícil. O avanço da tecnologia popularizou a presença das
câmeras de vigilância. A profecia de George Orwell parece estar se
concretizando – todos, o tempo todo, às vistas do “grande irmão”.
Refutação É notório o aumento da criminalidade no Brasil. Nosso país chegou,
em anos recentes, a uma taxa de cinquenta mil homicídios ao ano.
O medo da criminalidade faz o cidadão brasileiro gradear portas e
janelas, pagar por segurança privada e encastelar-se em condomínios
vigiados vinte e quatro horas por dia. E instalar câmeras também, porque
não? Elas desestimulam o crime, não?
Argumentação A doença existe, mas o remédio não é tão eficaz quanto parece. A
câmera não evita o crime, nem ajuda em sua resolução câmeras apenas
constrangem o cidadão de bem e tornam mais cuidadoso o criminoso. Num
primeiro momento marginais não acostumados com a novidade até caem na
arapuca. Agora, cientes do “olho mágico”, seu arsenal inclui bonés, óculos,
barbas e cabelos postiços. A câmera vê, mas não identifica - e quando isto
acontece, é mais por descuido do infrator do que mérito do equipamento.
Até nós cidadãos inocentes, que nada temos a esconder, nos sentimos
acuados. Privacidade não existe mais. Com um pouco de investigação é
possível mapear todos os passos de alguém que nada deve à justiça. O que é
feito com tal informação? O registro fica nas mãos de quem?
Pode parecer paranóia, mas não é. Não existe entidade mais perigosa
que o Estado. É a omissão estatal que alimenta a criminalidade, que por sua
vez nos faz abrir mão de nossa privacidade pela ilusão de segurança. Não
tardará ser possível a qualquer burocrata saber onde anda e quais os hábitos
de quem quer que seja. Qual o próximo passo?
Conclusão GPS obrigatório em veículos automotivos? Chips sob a pele? As
possibilidades são muitas, mas a maioria das pessoas as ignora.
Sacrificamos nossa privacidade no altar da segurança. E como diria o antigo
sábio, quem abre mão de primeira não merece a segunda.
Fonte: elaborado pela pesquisadora
108
No texto citado, identificamos à assunção da responsabilidade enunciativa quando o
enunciador utiliza os índices de pessoas, como as construções na primeira pessoa do plural
(“temos”, “sentimos” e “sacrificamos”) além dos pronomes (“nossa”, “nosso”, “nós” e “nos”);
destacadas em negrito.
Outra marca linguística que nos permite atribuir ao produtor do texto a
responsabilidade pelo conteúdo veiculado é a presença de expressões qualificadoras que
indicam avaliações e julgamentos de valor sobre uma determinada informação, como ocorre
nos fragmentos a seguir:
Quadro 29 - Fragmentos textuais
Introdução “Andar de forma anônima, pelas ruas e estabelecimentos da nossa
cidade, está cada vez mais difícil.”
Argumentação “...câmeras apenas constrangem o cidadão de bem...”
Argumentação “Até nós cidadãos inocentes...”
Fonte: elaborado pela pesquisadora
No primeiro fragmento observamos a presença do adjetivo “difícil” avaliando o nível
de segurança da “nossa cidade”, no segundo destacamos a expressão “apenas” que apresenta
um julgamento valorativo, ou seja, para o enunciador o uso das câmeras não é suficiente para
resolver os problemas de violência e insegurança; neste mesmo período ele caracteriza a
parcela da população que se sente insegura como cidadãos “de bem”; por fim acrescenta a
essa parte da população, na qual ele se engaja o adjetivo “inocente”, que reforça a ideia
apresentada.
Essas duas marcas linguísticas juntas com o uso do operador argumentativo “até” que
marca um argumento mais forte, como ocorre, por exemplo, neste fragmento da argumentação
“Até nós cidadãos inocentes, que nada temos a esconder, nos sentimos acuados.”;
evidenciam um agir do enunciador que mostra-se engajado e participativo ao se incluir, como
no exemplo acima, dentro do grupo de cidadãos inocentes que temem a insegurança.
Outro conector que o vestibulando usa para favorecer a orientação argumentativa do
texto é o marcador de oposição “mas” que aparece três vezes no texto:
Quadro 30 - Fragmentos textuais
Argumentação A doença existe, mas o remédio não é tão eficaz quanto parece.
Argumentação A câmera vê, mas não identifica
Conclusão As possibilidades são muitas, mas a maioria das pessoas as ignora.
Fonte: elaborado pela pesquisadora
109
Nesses três casos o “mas” conecta duas informações, marcando a oposição entre elas e
enfatizando o seu posicionamento.
5.3 ANÁLISES DOS TEXTOS DE TECNOLÓGICA I
Na área tecnológica I, nossa amostragem corresponde a cinco (5) textos, tendo em
vista que nessa área só temos um curso, como já informamos anteriormente. Para
conduzirmos a análise apresentaremos alguns comentários gerais sobre o plano de texto em
seguida ilustraremos a (não) assunção da responsabilidade enunciativa nos textos 46 e 48.
Quadro 31 - Plano de texto dos artigos produzidos pelos candidatos da área Tecnológica I
Textos Título Introdução Argumentação Refutação Conclusão
T46 x x X x x
T47 x x Xxx - x
T48 x x Xx x x
T49 x x xx - x
T50 x x xxx x x
Fonte: elaborado pela pesquisadora
Considerando as informações expostas no quadro percebemos que dos cinco (5) textos
representativos dessa área, três (3), o que equivale a 60%, atendem as perspectivas
apresentadas pela COMPERVE nos critérios que orientam a avaliação dos textos em relação
ao plano de texto. Ou seja, a maior parte dos textos dessa área (60%) apresentam todos os
itens do plano textual do artigo de opinião: título, introdução, argumentação, refutação e
conclusão. Em quarenta por cento (40%) dos textos encontramos a presença do título,
introdução, argumentação e conclusão, mas não encontramos a presença da refutação.
Podemos perceber também que os textos representativos desta da área tecnológica I
apresentam entre quatro (4) e seis (6) parágrafos. Sendo que alguns textos (T47 e T49) não
apresentam a refutação, mesmo apresentando dois ou três parágrafos de argumentação. Em
todos os textos analisados os itens introdução e conclusão apresentam um parágrafo. Outro
item também presente no plano dos textos analisados foi o título, que identificamos nos cinco
textos o que corresponde a 100%.
No que concerne a (não) assunção do PdV, encontramos marcas linguísticas que
remetem a assunção total do PdV nos textos 46, 47, 49 e 50. Nesses textos a responsabilidade
110
enunciativa é assumida principalmente através dos índices de pessoas (1ª pessoa do plural ou
singular), destacados no texto em negrito, e de adjetivos qualificadores, marcados com itálico,
que serão transcritos nos quadros seguintes.
Quadro 32 - Índices de pessoa presentes nos textos da área tecnológica I
Código do
texto
Parte do
plano de texto
Índices de pessoas
T46 Introdução “nós, cidadãos corretos, somos os que mais
sofremos com isso, pois a nossa privacidade fica
cada vez mais restrita.”
Argumentação “já possuimos conhecimento / somos submetidos/
nós, a população, nos sentirmos os criminosos.”
Refutação “Sabemos”
Conclusão “nossa liberdade”
T47 Conclusão “...quando não nos depararmos”
T50
Introdução “nosso mundo/ Estamos cercados”
Argumentação “Nosso cotidiano / nossos aliados”
Conclusão “Vejo”
Fonte: elaborado pela pesquisadora
Os índices de pessoas permitem ao locutor/enunciador assumir o seu posicionamento;
essa marca linguística foi bastante recorrente nos textos escritos pelos candidatos da área
Tecnológica II através do uso de pronomes pessoais do caso reto e oblíquo na primeira pessoa
do plural (nós/ nos); dos pronomes possessivos também na primeira pessoa do plural (nossa e
nosso); das terminações verbais (somos, sofremos, estamos...) e do verbo “vejo” na primeira
pessoa do singular que indica uma referência a si mesmo por parte do locutor/enunciador que
se engaja na problemática apresentada.
Observando o quadro percebemos que as marcas da primeira pessoa do singular ou
plural aparecem em 60% dos textos desta área (tecnológica I). No que diz respeito à
articulação do plano de texto e da assunção da responsabilidade enunciativa destacamos que
nos textos em que ocorre o engajamento através da categoria dos índices de pessoas
identificamos essa marca linguística principalmente na conclusão, na introdução e na
argumentação.
111
Quadro 33 - Adjetivos qualificadores presentes nos textos da área tecnológica I
Código do texto Parte do plano de texto Adjetivo avaliativo
T46 Introdução “Cidadãos corretos”
Refutação “Precário policiamento”
T47 Introdução “a tecnologia do século
XXI, tão bem adaptada ao
cotidiano”
“a sensação de vigilância,
antes incômoda, passou a
ser necessária”
T49 Conclusão “sinal que ela é eficiente”
T50 Argumentação “nossos aliados/ é uma
forma eficiente”
Fonte: elaborado pela pesquisa
Os adjetivos qualificadores apresentam avaliações e julgamentos de valor que indicam
a assunção da responsabilidade enunciativa nos textos. Essa marca linguística está presente
em quatro textos desta área, o que simboliza 80 %. No primeiro texto da área T46 ela aparece
na introdução e na refutação, em T47, T49 e T50 percebemos a ocorrência dos adjetivos
qualificadores em apenas uma das partes do plano de texto, a saber: introdução T47,
conclusão em T49 e argumentação em T50.
Expostas algumas informações gerais sobre os textos que compõe a amostragem
referente à área tecnológica I passaremos a analisar os textos 48 e 50.
112
Quadro 34 - Plano de texto de T48
Título Tecnologia a serviço da classe média (texto 48)
Introdução Sabe-se que o crescente desenvolvimento tecnológico tem inovado em
relação as câmeras de segurança, uma vez que a violência na maioria das
cidades brasileiras acabam por gerar essa necessidade devido ao medo que
assola à população. No primeiro semestre deste ano na revista “veja” os
aparatos para câmeras sejam elas portáteis ou conectadas à televisão
acentuaram-se em todo o país.
Argumentação Todavia, a placa de “sorria você está sendo filmado” em algumas situações
intimida a ação de pessoas, as quais desejam furtar algo de supermercados,
shoppings ou estabelecimentos. Já em outros casos, o sistema de segurança
ajuda a solucionar casos de furtos como aconteceu em Natal na redes de
supermercados Carrefour há um mês atrás, em que quatro pessoas foram
presos em flagrante passando produtos alimentícios sem registrá-los,
segundo o jornal : “Tribuna do norte”.
Além disso, o monitoramento traz outro benefício. Com algumas escolas de
todo o Brasil utilizam-se câmeras com o objetivo de reduzir às conversas dos
danos, aumentando o desenvolvimento escolar dos mesmos que acabam
sendo mais atentos e ocasionando uma redução na interferência do professor
na aula para pedir silêncio. Em reportagem ao RNTV, a aluna de uma
escola particular em Natal disse ter um rendimento satisfatório graças à essa
interferência e se sente mais segura com esses equipamentos mesmo dentro
das escolas.
Refutação Porém, segundo Isacc Neuton “para cada ação corresponde uma reação” e
isso é válido para este assunto. As câmeras utilizadas em prédios acabam
gerando a reação de tirar a privacidade das pessoas residentes no mesmo. O
porteiro controla a vida dos cidadãos, saídas à noite gerando insatisfação de
alguns por necessitarem de uma melhor segurança acabam aceitando a
situação e tornam-se reféns do próprio medo.
Conclusão Por fim, como bem abordado a ligação “câmera e segurança” tem aparecido
até em livros como o de Luís Fernando Veríssimo que acaba fazendo uma
crítica através da crônica “Segurança” às pessoas que vivem por trás das
grades, cercas e câmeras nos prédios, as quais tornam-se verdadeiras
“presidiários”. O medo traz desenvolvimento econômico para os setores de
tecnologia, conflitos e soluções psicológicas à vida dos indivíduos, os quais
são impostos à isso e tentam conviver harmoniosamente com a situação.
Fonte: elaborado pela pesquisadora
113
O texto quarenta e oito (T48), tecnologia a serviço da classe média, já mostra o
posicionamento defendido pelo autor a partir do título, ou seja, através da análise semântica
do título podemos inferir que o vestibulando não é totalmente a favor do uso das câmeras de
segurança, uma vez que este serviço só está ao alcance da classe média.
O texto inicia-se com a expressão “sabe-se” que introduz um PdV impessoal, ainda na
introdução o locutor faz referencia a revista “Veja” atribuindo a esta instância jornalística a
informação sobre o aumento do uso de câmeras de segurança. Ao longo do texto, mais
precisamente na argumentação, na refutação e na conclusão, o locutor atribui partes dos
enunciados apresentados a outras instâncias enunciativas como podemos observar nos
fragmentos transcritos: “segundo o jornal : “Tribuna do norte”.”, “Em reportagem ao RNTV,
a aluna de uma escola particular em Natal disse ter um rendimento satisfatório...” e ,
“segundo Isacc Neuton “para cada ação corresponde uma reação””. No primeiro e no terceiro
fragmento o quadro mediativo materializa-se através do marcador de quadro mediador
“segundo” que permite ao locutor do texto não assumir as informações relatadas. No segundo
fragmento o distanciamento do locutor é marcado pelo verbo “disse” que atribui as
informações apresentadas a aluna da escola particular que aparece na reportagem do jornal.
Nesse texto também encontramos o uso das aspas seja para identificar uma instância
enunciativa (Revista Veja, Tribuna do Norte); para atribuir uma parte do enunciado a outra
instância “sorria, você está sendo filmado!”, que é atribuída ao enunciado da prova de redação
e as placas que encontramos em locais que usam a câmera de segurança e “para cada ação
corresponde uma reação” que é atribuída a Isacc Newton para fundamentar o argumento de
que as câmeras de segurança também apresentam um lado negativo, no caso, retiram a
privacidade da população e para afastar a responsabilidade enunciativa referente ao uso do
termo “presidiários” que pode ser interpretado como uma metáfora.
Enfim, no texto quarenta e oito (T48) percebemos que o locutor não assume a
responsabilidade pelos enunciados, optando por um distanciamento que é marcado
principalmente pelo mediativo.
114
Quadro 35 - Plano de texto de T50
Título No controle do sistema (texto 50)
Introdução O crime, a violência e a desonestidade transformaram o nosso mundo
em um grande “reality show”. Estamos cercados por todos os lados de
câmeras, sensores e máquinas fotográficas, seja numa loja,
condomínio, no trabalho ou mesmo nas ruas.
Refutação Devido a essa constante presença da tecnologia vigilante no nosso
cotidiano, um grupo de pessoas contrárias a esse sistema reclamam
sua privacidade.
Argumentação Todavia, é necessário compreender que com a corrupção e a
bandidagem que se alastram, os recursos tecnológicos de patrulha nada
mais são que nossos aliados, pois estão para a sociedade como a
polícia para o Estado está.
Os que vão de encontro a tais argumentos alegam que quem deve ser
monitorado é o bandido, e não o cidadão. Contudo, o bandido está
entre os cidadãos e essa é uma forma eficiente de identificá-lo, como já
vem acontecendo.
Concomitantemente, essa é uma tendência cada vez mais forte, pois
além de segurança, as câmeras e sensores representam controle. É
como ter olhos espalhados pelos lugares mesmo não estando presente.
Esse controle representa poder diante da sociedade.
Conclusão Desta forma, vejo na vigilância tecnológica a sociedade como um
todo. Esse avanço tecnológico deve se disseminar por todas as áreas do
cotidiano do mundo, trazendo segurança e ordem para o futuro.
Fonte: elaborado pela pesquisadora
No texto cinquenta (T50) encontramos a materialização da responsabilidade
enunciativa através dos índices de pessoas (nosso mundo/ estamos cercados/ nosso cotidiano/
vejo) destacados em negrito no texto e dos adjetivos qualificadores (aliados/ eficientes/forte),
marcados no texto com itálico, ambos apresentados na argumentação. O qualificador
“aliados” refere-se aos recursos tecnológicos; o termo “eficientes”, por sua vez faz uma
referência implícita também aos recursos tecnológicos que são usados para o monitoramento
como forma de garantir a segurança da população e a expressão “forte” qualifica a expressão
tendência que também se refere ao uso das câmeras de segurança. A presença dessas duas
115
marcas linguísticas confirma que o locutor assume a responsabilidade enunciativa na maioria
dos períodos apresentados no texto.
Todavia, em uma porção do texto, mas precisamente no momento da refutação o
locutor atribui parte do enunciado a outro enunciador, como podemos verificar nos
fragmentos: “... um grupo de pessoas contrárias a esse sistema reclamam sua privacidade.” e
“Os que vão de encontro a tais argumentos alegam que quem deve ser monitorado é o
bandido, e não o cidadão”. A atribuição dessas opiniões a outro enunciador é marcada pelo
quadro mediador; no primeiro fragmento quando o locutor indica que “um grupo de pessoas
contrárias (...) reclamam” ele apresenta um ponto de vista contrário ao seu posicionamento
sem, no entanto, mencionar a fonte desta opinião.
No segundo fragmento o locutor repete essa estratégia argumentativa, porém o
marcador de oposição “contudo” que aparece após o argumento contrário ao posicionamento
defendido pelo autor do texto, marca a introdução de um argumento forte contrapondo o
ponto de vista anterior e modificando a orientação argumentativa do enunciado.
5.4 ANÁLISES DOS TEXTOS DE TECNOLÓGICA II
Na área de tecnológica II, nossa amostragem é composta por vinte e cinco (25) textos.
Para nossa análise seguiremos o formato já apresentado com os textos de outras áreas, de
forma que trazemos inicialmente a apresentação do quadro dos planos de texto dos artigos
produzidos pelos vestibulandos que concorrem a uma vaga nesta área e na sequência
ilustramos como se materializa a (não) assunção da responsabilidade enunciativa.
116
Quadro 36 - Plano de texto dos artigos produzidos pelos candidatos da área Tecnológica II
Textos Título Introdução Argumentação Refutação Conclusão
T51 x x xx - x
T52 x x x x x
T53 x x xx x x
T54 x x x - x
T55 - x x - -
T56 x x x x x
T57 x xxx x - x
T58 x x x x x
T59 x x xxx - x
T60 x x x x x
T61 x x xx - x
T62 x x xx x x
T63 x x xx - x
T64 x x xx - x
T65 x x xxx - x
T66 x x x - x
T67 x x xxx - x
T68 x x x x x
T69 x x xxxx - x
T70 x x xx x x
T71 x x x x x
T72 x x xxx - x
T73 x x xx - x
T74 x x x x x
T75 x x xx - x
Fonte: elaborado pela pesquisadora
Na área de tecnológica II identificamos o maior número de redações com os cinco
elementos do plano de texto elencados na expectativa de correção da Comperve, como
podemos verificar no quadro através dos dados com destaque em negrito. Dos vinte cinco
textos representativos desta área dez (10) apresentam o plano de texto completo. Como ocorre
em outras áreas também identificamos neste grupo um texto sem título.
117
Quadro 37 - Plano de texto de T60
Título “Big Brother” da vida real (texto 60)
Introdução No mundo atual, as pessoas têm suas vidas cada vez mais vigiadas, seja no
trabalho, na escola ou até mesmo em seus próprios condomíníos e
residências. Dizem os especialistas, tratar-se de um padrão universal que
visa somente a segurança dos indivíduo. Todavia, essa segurança cobra um
preço bastante alto, o maior direito pregado pelas democracias ao valo do
mundo: a liberdade.
Refutação Eu não vou mentir, é óbvio que as câmeras de segurança ajudam a inibir
assaltos, assassinatos, consumo de drogas e até a destruição do patrimônio
público. O que venho criticar aqui é o modo como as polícias, tanto civil
quanto federal e militar, e seguranças invadem a privacidade das pessoas,
sem ao menos perguntar o que elas pensam sobre o assunto. Do modo como
as coisas vão logo chegaremos ao extremo de termos que ser mantidos a
força em nossas casas para escaparmos da violência, como ocorre na
crônica Segurança de Luís Fernando Veríssimo.
Argumentação Na realidade não precisamos ir tão longe, na vida real temos um exemplo
bastante interessante de como os governos estão deixando de respeitar as
liberdades individuais dos cidadãos. Ele ocorreu logo após os ataques
terroristas de 11 de Setembro de 2001 às torres gêmeas em Nova Iorque, nos
Estados Unidos. Sob a justificativa de que estaria travando uma guerra contra
o terror a polícia secreta do governo norte-americano (FBI) grampeou sem
mandado judicial os números telefônicos de mais de um milhão de pessoas.
Outro exemplo também dos Estados Unidos é a prisão de Gustómano,
localizada na ilha de cuba, na qual os soldados americanos torturam os
presos, que não têm sequer direito a julgamento.
Conclusão Apesar de o caso das câmeras de segurança ser bem menos grave que esses,
ele também suprime parcialmente a liberdade individual, visto que as pessoas
ficam bem mais inibidas sabendo que estão participando de um verdadeiro
“Big Brother”, que muitas vezes não adianta de nada devido ao trabalho
falho da polícia. Como ocorreu em um caso recente no qual um empresário
paulista viu, por câmeras, sua residência sendo roubada, telefonou para a
polícia, e esta, mesmo chegando cinco minutos antes de os ladrões irem
embora não conseguiu prendê-los.
Fonte: elaborado pela pesquisadora
118
No texto sessenta (60) identificamos a materialização de dois tipos de PdV. O PdV
anônimo se materializa no segundo período da introdução por meio de dois recursos
linguísticos: a presença do verbo dicendi no impessoal “dizem” atribuindo uma informação
aos especialistas e o verbo tratar acompanhado do índice de indeterminação “se”, como
podemos observar no fragmento: “Dizem os especialistas, tratar-se de um padrão universal
que visa somente a segurança dos indivíduo.”. Nesse fragmento textual percebemos que o
vestibulando não assume a responsabilidade enunciativa pela informação veiculada,
atribuindo o enunciado a uma outra voz, no caso os especialistas.
A partir do terceiro período da introdução, com o uso do conectivo “todavia” que
marca uma oposição, até o final do texto identificamos marcas linguísticas do PdV total, entre
as quais destacamos o uso de expressões qualificadoras “um preço bastante alto” que
apresenta uma avaliação do produtor do texto sobre o fragmento anterior que foi atribuído aos
especialistas e a expressão “trabalho falho” referindo-se a ineficiência da polícia, o que
justificaria então, o uso das câmeras de segurança.
Os índices de pessoas também confirmam a assunção da responsabilidade enunciativa
por parte do autor do texto. As expressões em primeira pessoa do singular “eu não vou
mentir”, “o que venho criticar” mostram um enunciador participativo, envolvido com a
questão indicando também uma referência a si mesmo. No mesmo parágrafo ele usa a
primeira pessoa do plural para apresentar uma previsão sobre as consequências da
insegurança, como podemos comprovar: “Do modo como as coisas vão logo chegaremos ao
extremo de termos que ser mantidos a força em nossas casas para escaparmos da
violência...”. Sendo assim, identificamos na maior porção do texto a presença de um
enunciador engajado que assume a responsabilidade enunciativa.
Na conclusão temos a presença dos conectivos apesar, também e visto que que
desempenham respectivamente a função de: marcar um argumento fraco, encadear dois
argumentos e introduzir uma justificativa, colaborando assim para a orientação argumentativa
e a assunção da responsabilidade enunciativa do texto.
Outra marca linguística que localizamos na conclusão é o uso das aspas, que de forma
geral caracteriza uma não assunção da responsabilidade enunciativa, porém no fragmento em
questão atribuímos o uso das aspas como função de marcar uma expressão em língua
estrangeira “Big Brother” que também remete a um programa de televisão.
119
5.5 ANÁLISE DOS TEXTOS DE BIOMÉDICAS
A área de biomédicas ofertava no edital do PSV- 2010 vagas para quinze (15) cursos.
Nesta área, assim como em humanística II e tecnológica II, dispomos de vinte e cinco (25)
textos para análises, dos quais apresentaremos a seguir um quadro representativo dos planos
de textos recorrentes nesta amostragem e na sequência a ilustração da (não) assunção da
responsabilidade enunciativa.
Quadro 38 - Plano de texto dos artigos produzidos pelos candidatos da área Biomédica
Código do
texto
Título Introdução Argumentação Refutação Conclusão
T76 x xx xxx - x
T77 x x xx - x
T78 x x xx - x
T79 x x xx - x
T80 x x xx - x
T81 x x x - x
T82 x x xx - x
T83 x x xx - x
T84 x x x x x
T85 x x x - x
T86 x x x - x
T87 x x x x x
T88 x x x - x
T89 x x x - x
T90 x x x - x
T91 x x x x x
T92 x x x x x
T93 x x xxx - x
T94 - x x - x
T95 x x x - x
T96 x x xx x xx
T97 x x xxxx x x
T98 x x xxx - x
T99 x x xx x x
T100 x x x - x
Fonte: elaborado pela pesquisadora
120
No que concerne ao plano de texto referente as redações produzidas pelos candidatos
da área biomédicas, percebemos que dos vinte e cinco (25) textos, sete (7) apresentam o plano
de texto com os cinco itens: título, introdução, argumentação, refutação e conclusão,
conforme podemos comprovar no quadro com os dados destacados em negrito. Na maioria
dos casos, os textos que não contemplam todas as partes elencadas pela Comperve deixam de
apresentar principalmente a refutação. Nesta área dos vinte e cinco (25) textos analisados a
refutação não foi identificada em dezoito (18) textos. Também identificamos nesta
amostragem um texto sem título.
Quadro 39 - Plano de texto de T89
Título Ajuda tecnológica
Introdução Existem câmeras por todos os lados para impedir ou identificar
vandalismos e assaltos, atualmente é moda nas repartições, utilizarem
as mesmas por precaução.
Argumentação A frase “Sorria você está sendo filmado” já não é mais
constrangedora como já foi á alguns anos atrás, hoje nos sentimos
seguros quando deparamos com alguma desse tipo, por ser uma forma
de proteção; andar nas ruas hoje sem estar com medo de ser
perseguido é quase impossível.
Pesquisas apontam que depois das câmeras terem sido instaladas em
pontos estratégicos, os índices de assaltos, vandalismo e até crimes
diminuíram em números considerados satisfatórios, pois as câmeras
tem inibido algumas de suas ações.
Com o avanço tecnológico produz-se câmeras de todos os tipos com
diversas funções e tamanhos, hoje a maioria dos aparelhos portáteis
também tem a função de filmar, facilitando por exemplo a filmagem
de uma sena que estar acontecendo agora e no mesmo instante ser
enviada para a internet.
Refutação
Conclusão Enfim essa tecnologia veio para ajudar e inovar atos que nos deixava
inseguros, hoje podemos sorrir pois estamos sendo filmados.
Fonte: elaborado pela pesquisadora
121
O texto acima apresenta em sua estrutura as características do artigo de opinião,
divide-se em cinco parágrafos, sendo o primeiro de introdução, os três seguintes de
argumentação e o último de conclusão. Em relação ao conteúdo, observamos que o autor/
vestibulando atendeu a proposta do Vestibular, que solicitava um artigo de opinião sobre o uso
das câmeras de segurança.
A leitura do texto revela o posicionamento do autor e nos permite afirmar que o
mesmo é a favor do uso de tal recurso de segurança. No primeiro parágrafo, ou seja, na
introdução, temos a apresentação de algumas funções das câmeras. No segundo parágrafo,
temos a presença de índices de pessoas, indicações de quadros mediadores, organizadores
textuais temporais e lexemas avaliativos evidenciando o envolvimento do autor do texto,
permitindo, assim, identificar a voz do vestibulando, como podemos observar no quadro a
seguir, que apresenta uma síntese das marcas linguísticas utilizadas.
.
Quadro 40 - Grau de responsabilidade enunciativa: categorias e marcas linguísticas no texto analisado
Ordem Categorias Marcas linguísticas utilizadas no texto analisado
01 Índices de pessoas x “nos sentimos”, “deparamos”- 2º parágrafo
x “podemos”, “estamos”- 5º parágrafo
04 Modalidades x Lexemas avaliativos e uso de aspas : A frase “Sorria
você está sendo filmado” já não é mais
constrangedora...2º parágrafo
06 Indicação de quadro
mediador
y Indicação de quadro mediador: “pesquisas
apontam”.
Fonte: elaborado pela pesquisadora
Nesta direção, na primeira categoria, temos a presença da primeira pessoa do plural
(nós) evidenciada pelos morfemas de número e de pessoa das seguintes formas verbais:
“sentimos”, “deparamos”, “podemos” e “estamos”. Na segunda categoria, destacamos os
dêiticos espaciais e temporais, representados pelos organizadores textuais temporais: “anos
atrás”, “hoje”, “agora” e “no mesmo instante”. Também temos a presença do adjetivo
“constrangedora” que nos permite identificar a avaliação que o autor faz da frase que aparece
na proposta de texto “Sorria você está sendo filmado”. O uso das aspas, nessa expressão,
mostra que o autor mantem distância do enunciado, atribuindo-o a outras vozes.
122
O terceiro parágrafo inicia-se com a expressão “Pesquisas apontam” que se
caracteriza como uma indicação de quadro mediador. Essa marca linguística, normalmente,
estabelece distância entre o autor e os fatos reportados.
Outras expressões que merecem destaque, como, “também” e “por exemplo”, que
aparecem no quarto parágrafo, confirmando a ideia do autor. Já na conclusão, a expressão
“hoje podemos sorrir pois estamos sendo filmados” retoma de forma implícita o enunciado da
prova de redação “Sorria você está sendo filmado” e confirma mais uma vez o ponto de vista
defendido pelo autor do texto, ou seja que as câmeras de segurança são necessárias.
Temos também o conector argumentativo “pois” que aparece no terceiro e quinto
parágrafos. Ainda, o organizador enumerativo “e até”, no terceiro parágrafo; o conector “e”
no quarto parágrafo e o conector argumentativo marcador da conclusão: “enfim”. Esses
conectores, além de apresentarem uma função de ligação semântica entre os argumentos e
contra-argumentos, também contribuem para a construção do posicionamento e do PdV.
De acordo com CUNHA (2010) em alguns artigos de opinião vamos encontrar as
citações, outros, porém vão funcionar sob o modo da alusão, podendo esta ser representada
pelo uso das aspas e das expressões que remetem a outros discursos, os quais o leitor precisa
ter conhecimento para assim construir o sentido global do texto. Podemos comprovar na
análise dos textos acima, que apesar dos artigos abordarem a mesma temática, o uso das
câmeras de segurança, “cada um tem um modo de inscrição de discursos outros no fio do
texto em função do foco escolhido, mostrando que ao trabalharmos com a linguagem estamos
lidando sempre com a heterogeneidade”. (CUNHA: 2010, p. 193).
5.6 SÍNTESE DAS ANÁLISES
Após apresentarmos as análises dos textos por área passaremos a discutir esses
resultados de forma geral. No que concerne a maneira como o vestibulando organiza o
discurso no que diz respeito à responsabilidade enunciativa percebemos nos textos poucas
ocorrências da não assunção da responsabilidade enunciativa, materializada principalmente
por meio do quadro mediativo, quando o locutor atribui a informação veiculada a outra
instância, seja esta coletiva ou individual.
Nos casos em que identificamos a presença do quadro mediativo, assim como de
formas impessoais percebemos que o produtor do texto esquiva-se, ou seja, se distancia do
que está sendo dito, expressando seu PdV através de outras vozes, o que caracteriza o PdV
anônimo. Enfim, ele transmite a responsabilidade do conteúdo apresentado à outra instância
123
enunciativa: um escritor de prestígio, um especialista no assunto ou jornais, revistas e
programas de televisão. Enfim, compartilhamos das ideias de Rodrigues (2010, p. 149) ao
defender que “a categoria do mediativo revela uma negação do enunciador no que diz respeito
a responsabilidade enunciativa pelo conteúdo enunciado...”.
Em nosso “corpus” é bastante recorrente as marcas do envolvimento como os índices
de pessoas, que favorecem a identificação da fonte enunciativa e as expressões qualificadoras
(adjetivos, advérbios) que contribuem para o engajamento do locutor/ enunciador.
No que concerne ao tipo de PdV mais recorrente identificamos a predominância do
PdV total, que caracteriza-se pela assunção da responsabilidade enunciativa. Dessa forma,
evidenciamos que ao apresentar sua opinião sobre o uso das câmeras de segurança o
vestibulando, na maioria dos casos, se engaja e se posiciona.
Em relação ao plano textual do gênero Artigo de Opinião no PSV-2010 da UFRN
podemos dizer que eles não se mantém fixos nas cem (100) redações que compõe nossa
amostragem, como podemos comprovar no quadro 41.
Quadro 41 - Estrutura do plano de texto do Artigo de Opinião do PSV-2010 da UFRN
Estrutura do plano de
texto
Huma-
nística
I
Huma-
nística
II
Tecno-
lógica I
Tecno-
lógica II
Biomé-
dicas
Total
(Título- introdução-
argumentação-
refutação- conclusão)
7
6
1
5
7
26
(Título- introdução-
argumentação-
conclusão)
11
13
2
14
15
55
(Título- introdução-
refutação-
argumentação-
conclusão)
0
3
2
5
2
12
Outros
2
3
0 1
1
7
Total 20 25 5 25 25 100
Fonte: elaborado pela pesquisadora
124
Os dados comprovam que a maioria dos textos apresenta um plano de texto formado
por título- introdução- argumentação e conclusão, ou seja, na maior parte dessas redações não
localizamos a refutação o que corresponde a 55% dos casos no total; 38% dos textos
apresentam todos os elementos indicados (título, introdução, argumentação, refutação e
conclusão), sendo que em 26% a argumentação antecede a refutação e em 12% a refutação
vem entre a introdução e a argumentação.
Observando cada área isoladamente percebemos que a única em que o número de
textos com presença da refutação é superior ao número de textos que não apresenta a
refutação é tecnológica I, em que 60% dos textos da área em questão apresentam todos os
itens do plano de texto do Artigo de Opinião, como proposto pela expectativa de resposta da
Comperve.
Na categoria outros agrupamos textos que faltam um elemento, como por exemplo,
título ou conclusão.
Para definirmos o plano de texto do Artigo de Opinião produzido pelos candidatos ao
PSV-2010 da UFRN também tivemos interesse em identificar o número de parágrafos e
linhas que os textos apresentam, de acordo com as áreas, para isso elaboramos os dois quadros
seguintes que sintetizam essas informações.
Quadro 42 - Número de parágrafos apresentados nos Artigos de Opinião por área
Número
de
parágrafos
Humaní-
stica I
Humanís-
tica II
Tecnoló-
gica I
Tecnoló-
gica II
Biomédica
Total
1 - - - 01 02 03
2 01 04 - 01 03 09
3 02 06 - 01 06 15
4 09 06 01 12 07 35
5 06 05 03 08 05 27
6 02 02 01 02 01 08
7 - 01 - - 01 02
8 - 01 - - - 01
Total 20 25 05 25 25 100
Fonte: elaborado pela pesquisadora
125
A análise do quadro indica que de forma geral predomina os textos com quatro (4)
parágrafos seguidos pelos textos com cinco (5) parágrafos. Em humanística I, Tecnológica II
e biomédica predomina o texto com quatro (4) parágrafos; já em humanística II a maioria dos
textos apresentam três (3) ou quatro (4) parágrafos; sendo bastante expressivo o número de
textos com cinco (5) parágrafos. No “corpus” aparece apenas um (1) texto com oito (8)
parágrafos, dois (2) textos com sete (7) parágrafos e três (3) textos com um (1) parágrafo.
Quadro 43 - número de linhas apresentadas nos Artigos de Opinião por área
Número
de
linhas
Humanística
I
Humanística
II
Tecnológica
I
Tecnológica
II
Biomédica Total
6- 10 01 02 - 02 - 05
11- 15 07 10 - 07 09 33
16- 20 09 11 04 06 08 38
21- 25 03 01 - 03 06 13
26- 30 - 01 01 06 02 10
31-35 - - - 01 - 01
Total 20 25 05 25 25 100
Fonte: elaborado pela pesquisadora
No que concerne ao número de linhas dos textos observamos que de forma geral a
maioria dos textos apresenta entre 16 e 20 linhas. Nas áreas tecnológica II e biomédica os
textos que apresentam entre 11 e 15 linhas superam os textos que apresentam entre 16 e 20
linhas.
Em nosso “corpus” identificamos apenas um (1) texto, da área tecnológica II que fica
no intervalo que compreende os textos que apresentam 31 e 35 linhas, esse texto apresenta 32
linhas, sendo o mais longo da nossa amostragem.
O número de textos com até 10 linhas também é raro, correspondendo a 5 % do total
de textos analisados. Vale ressaltar que nas áreas tecnológica I e biomédica não encontramos
nenhum texto com menos de 10 linhas.
Além da semelhança no número de linhas e parágrafos apresentados pelos textos que
compõe a amostragem representativa do PSV-2010 da UFRN também encontramos algumas
características comuns, como:
126
x Na introdução observamos uma maior incidência de contextualização sobre o
tema;
x Na conclusão identificamos que de forma geral os vestibulandos ou apresentam
uma reflexão sobre a temática exposta ou apresentam alguma proposta de solução.
Através das nossas análises também buscamos identificar em qual das partes do plano
de texto se materializa a responsabilidade enunciativa sendo que constatamos que a categoria
dos índices de pessoas está presente em todas as partes do plano de texto, destacando-se no
momento da argumentação e da conclusão quando o enunciador se engaja mais para defender
seu posicionamento. Já as expressões qualificadoras são mais recorrentes na introdução e na
argumentação.
Em relação às marcas linguísticas do PdV anônimo percebemos que o quadro
mediativo aparece principalmente no momento da apresentação dos argumentos favoráveis a
tese defendida pelo produtor do texto e na refutação. São frequentes também textos que
apresentam marcas do impessoal na introdução. Na verdade, é um caso bem curioso, uma vez
que em alguns dos textos que utilizamos para demostrar a análise percebemos por exemplo,
que o vestibulando usa as marcas do impessoal na introdução, o que vai caracterizar um PdV
anônimo e nas outras partes do texto faz opção por ser um enunciador participativo e
engajado, usando como estratégia, por exemplo, os índices de pessoas na primeira pessoa do
singular ou plural.
127
6 CONCLUSÕES
128
6 CONCLUSÕES
Esta pesquisa teve como objetivo identificar, descrever, analisar e interpretar como o
vestibulando organiza (ou não) o seu discurso no que diz respeito à responsabilidade
enunciativa. A partir das análises dos dados podemos dizer que o gênero Artigo de Opinião
contribui para a materialização da responsabilidade enunciativa através, principalmente, dos
índices de pessoas (pronomes e verbos na primeira pessoa do singular ou plural) esses índices
de pessoas revelam a presença e o engajamento do locutor/enunciador diante das opiniões
apresentadas.
De forma mais específica os resultados da nossa pesquisa nos permitiram afirmar que
nos Artigos de Opinião do PSV-2010 da UFRN é recorrente a materialização da
responsabilidade enunciativa.
Identificamos em nosso “corpus” o predomínio de um plano de texto que apresenta as
seguintes partes: Título- Introdução- Argumentação e Refutação, em mais de 50% dos textos
analisados. Partindo destes dados foi possível identificar que as marcas linguísticas que
favorecem a assunção da responsabilidade enunciativa localizam-se com maior frequência,
respectivamente; na argumentação, na introdução e na conclusão;
No que concerne ao PdV, observamos que a atribuição do PdV a uma outra instância
enunciativa, não ocorre com muita frequência em nossa amostragem e, quando se materializa,
é identificada principalmente na parte da argumentação, caracterizando o quadro mediativo.
Identificamos também, que o PdV impessoal é marcado, nos textos analisados, através da
terceira pessoa do singular, geralmente acompanhada da partícula “se”. Esse tipo de PdV
localiza-se na maioria das ocorrências na introdução do texto.
Em relação ao uso das aspas, localizamos este recurso em 36% dos textos analisados,
predominando principalmente nos textos das áreas Tecnológica I e II. Este fenômeno
linguístico aparece na maioria dos casos na argumentação ou na conclusão do texto, porém,
nem sempre essa marca linguística está associada a (não) assunção da responsabilidade
enunciativa. Em muitos casos, ela marca palavras estrangeiras ou informais.
Nosso estudo também investigou a presença dos conectivos que acumulam a função de
conexão, orientação argumentativa e marcador de retomada enunciativa. Em nosso “corpus”
identificamos que os mais recorrentes de forma geral, são os conectivos “pois” que marca um
argumento favorecendo sua justificativa e “mas” que marca uma oposição.
129
De forma mais específica identificamos que na introdução é mais recorrente o uso do
“pois” seguido do “já que”, ambos desempenhando a função de marcar um argumento e
inserir uma justificativa. Na argumentação identificamos o predomínio do uso do “mas”,
seguido do “porém”, ambos marcando a oposição de argumentos. Já na refutação destacou-se
o conectivo “ainda” marcando a introdução de mais um argumento e do “mas” introduzindo
um contra-argumento. Na conclusão os conectivos mais usados foram o “portanto” que
direciona o fechamento do texto e o “enfim” ou “por fim” que além de sinalizar a conclusão
estabelece uma relação de resumo com as informações apresentadas nas partes anteriores do
texto.
Também identificamos em nossa amostragem, o uso do discurso indireto para atribuir
uma determinada informação a uma fonte de saber individual (escritor, pesquisador) ou
coletiva (jornal, revistas, documentários e programas de televisão). Induzimos que tal marca
linguística pode ser usada pelo produtor de texto como argumento de autoridade, sendo
possivelmente usados para garantir a credibilidade pelo conteúdo enunciado, indicando assim
que o aluno/vestibulando é um sujeito atualizado e bem informado.
Enfim, podemos dizer que os resultados alcançados pela nossa investigação
respondem as nossas questões de pesquisa e nos permitem afirmar a necessidade e viabilidade
de estudar esse fenômeno não só na graduação e na pós-graduação, mas também no Ensino
Médio, como defende Rabatel (2005, p. 67) em seu artigo O ponto de Vista uma categoria
transversal que propõe que:
desenvolver as competências em matéria de elaboração e de expressão do
PDV permite aos aprendizes adquirir habilidades de todo tipo, linguageiras,
literárias, enciclopédicas, que são tanto instrumentos de compreensão, de
problematização do real, e mesmo tomadas efetivas sobre uma realidade
complexa a se transformar.
Para o autor, desde o final do terceiro ciclo é possível e produtivo o professor escolher
textos adaptados ao nível dos alunos e orientar estes a identificar e compreender as várias
marcas dos variados tipos de PdV, uma vez que tais exercícios contribuem para o
aperfeiçoamento da capacidade de argumentação e explicação dos sujeitos.
Nesse sentido, reafirmamos a pertinência do nosso estudo sobre os planos de textos e
as marcas da responsabilidade enunciativa com redações (Artigos de Opinião), produzidos por
vestibulandos.
130
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136
ANEXOS
Anexo A - Edital do PSV 2010 da UFRN
137
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
COMISSÃO PERMANENTE DO VESTIBULAR
A Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), por meio da Comissão Permanente do Vestibular
(COMPERVE), considerando os termos da Resolução nº 015/2009, do Conselho de Administração (CONSAD) de
18/06/2009, da Resolução nº 097/2009, do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CONSEPE) de 26/05/2009
e da Resolução nº 104/2009, do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CONSEPE) de 02/06/2009, torna
público que:
I – DO PROCESSO SELETIVO
1. O Vestibular para ingresso nos cursos de graduação da UFRN no ano de 2010 será realizado,
simultaneamente, nos municípios de Natal, Mossoró, Caicó, Currais Novos e Santa Cruz, abrangerá os
conhecimentos comuns às diversas formas de escolarização do ensino médio e obedecerá às diretrizes deste
Edital.
1.1. Serão oferecidas 6.307 vagas nos cursos de graduação da UFRN, distribuídas em diferentes áreas
e campi, conforme o Quadro de Cursos e Vagas, em anexo.
2. O Vestibular estará aberto aos portadores de certificado de conclusão do ensino médio (ou curso
equivalente) ou aos que estiverem cursando, no ano letivo de 2009, o último ano do ensino médio (ou curso
equivalente).
II – DAS DISPOSIÇÕES GERAIS SOBRE A INSCRIÇÃO
3. A inscrição do candidato implicará a aceitação total e incondicional das disposições, normas e
instruções constantes neste Edital, na Resolução e no Manual do Candidato.
4. Cabe à COMPERVE coordenar o processo de isenção do pagamento da taxa de inscrição no Vestibular,
obedecendo às normas publicadas em Edital específico para esse fim, divulgado no sítio da COMPERVE em 16
de abril de 2009.
5. Todas as informações prestadas pelo candidato, ao inscrever-se no Vestibular 2010, serão de sua
inteira responsabilidade.
5.1. O candidato inscrito por outrem assume total responsabilidade pelas informações prestadas,
arcando com as conseqüências de eventuais erros que seu representante venha a cometer ao preencher o
Formulário de Inscrição.
6. Terá a sua inscrição cancelada e será eliminado do Vestibular o candidato que usar dados de
identificação de terceiros para realizar a sua inscrição.
7. A inscrição somente será consolidada mediante confirmação, pela COMPERVE, do pagamento efetuado.
8. Se o pagamento for efetuado por cheque sem o devido provimento de fundos, a COMPERVE cancelará
a inscrição do candidato.
9. O valor referente ao pagamento da taxa de inscrição não será devolvido em hipótese alguma.
10. O valor referente ao pagamento da taxa de inscrição é intransferível.
11. O candidato poderá optar por, no máximo, dois cursos (1ª e 2ª opções) de uma mesma área, no
Campus Central (Natal, Jundiaí e Santa Cruz) ou no Centro de Ensino Superior do Seridó (CERES), exceto
quando a área não oferecer essa possibilidade.
11.1. Só poderá se inscrever no Vestibular 2010 da UFRN, para o curso de Música - Instrumento
(Bacharelado), em 1ª ou 2ª opção, o candidato que tiver sido considerado APTO na Prova Discursiva de Teoria
Musical e Musicologia e na Avaliação da Execução Instrumental, de acordo com as Normas para inscrição,
aplicação e correção do Teste de Habilidade Específica em Música, publicadas no sítio da COMPERVE em 30 de
abril de 2009.
11.2. Só poderá se inscrever no Vestibular 2010 da UFRN, para o curso de Música - Canto
(Bacharelado), em 1ª ou 2ª opção, o candidato que tiver sido considerado APTO na Prova Discursiva de Teoria
Musical e Musicologia e na Avaliação da Execução Vocal, de acordo com as Normas para inscrição, aplicação e
correção do Teste de Habilidade Específica em Música, publicadas no sítio da COMPERVE em 30 de abril de
2009.
11.3. Só poderá se inscrever no Vestibular 2010 da UFRN, para o curso de Música (Licenciatura), em 1ª
ou 2ª opção, o candidato que for considerado APTO na Prova Discursiva de Conhecimentos Gerais em Música e
na Avaliação Prática, de acordo com as Normas para inscrição, aplicação e correção do Teste de Verificação de
Habilidade Específica, publicadas no sítio da COMPERVE em 30 de abril de 2009.
11.3. O desempenho do candidato no THEM e/ou THE não influenciará na sua classificação no
Vestibular 2010.
11.4. O candidato que optar por curso no Campus Central poderá inscrever-se, em 2ª opção, em
qualquer curso da mesma área, em Natal, Jundiaí ou Santa Cruz.
11.5. O candidato que optar por curso em um campus do CERES poderá inscrever-se, em 2ª opção, em
qualquer curso da mesma área, no outro campus do CERES.
11.6. O candidato que fizer opção por curso de mesma modalidade que funciona em turnos distintos
concorrerá automaticamente, desde que habilitado, à possível vaga remanescente nesse curso, no turno pelo
qual ele não optou ao inscrever-se, nos termos do Item 48.
11.7. O candidato cuja 1ª ou 2ª opção for para o curso de Letras com habilitação em Língua Estrangeira
fará, obrigatoriamente, provas da língua estrangeira correspondente.
12. O candidato com necessidades especiais que precisar de condições diferenciadas para realizar as
provas deverá entregar um requerimento (em duas vias), acompanhado de atestado médico com a descrição de
sua necessidade e especificando o tratamento diferenciado adequado.
12.1. O requerimento e o atestado médico deverão ser entregues na sede da COMPERVE, nos dias
úteis do período de 27 de julho a 31 de agosto de 2009, no horário das 7h30min às 11h30min ou das 13h30min
às 17h30min ou enviados por Correios com Aviso de Recebimento, endereçados à COMPERVE (BR 101,
Campus Universitário, Lagoa Nova, 59078-900, Natal/RN).
12.2. O candidato será avaliado por uma junta médica da UFRN, nos dias úteis do período de 05 a 09
de outubro de 2009.
12.3. O candidato será comunicado via postal, com Aviso de Recebimento, sobre o dia, o local e o
horário do seu comparecimento à junta médica.
12.4. A junta médica emitirá laudo conclusivo acerca da necessidade referida no Item 12 deste Edital,
sendo terminativo seu parecer.
12.5. O candidato cujo requerimento tiver sido deferido pela junta médica terá direito a tempo adicional
de 1 (uma) hora, em cada dia de aplicação das provas.
12.6. A condição especial de que trata o Item 12 será desconsiderada caso o pedido do requerente não
seja efetuado no período estabelecido no subitem 12.1.
12.7. O candidato que faltar à avaliação médica referida no subitem 12.2 terá seu requerimento
indeferido.
13. O candidato que, por motivo de debilidade imprevista de saúde, apresentar alguma restrição de
acessibilidade ao local de realização das provas, poderá solicitar à COMPERVE, até às 6h30min de cada dia de
aplicação das provas, a concessão de condições especiais.
13.1. A COMPERVE poderá atender à solicitação, comprovada, por meio de atestado médico, a
necessidade da condição especial requerida e observados os critérios de viabilidade e de razoabilidade.
14. Para efeito de inscrição, serão considerados documentos de identificação:
a) Carteiras expedidas pelas Secretarias de Segurança Pública, pelos Comandos Militares, pelos
Institutos de Identificação, pelos Corpos de Bombeiros Militares e por órgãos fiscalizadores (ordens,
conselhos, etc.);
b) Passaporte;
c) Certificado de Reservista;
d) Carteira de Trabalho e Previdência Social;
e) Carteira Nacional de Habilitação, contendo foto;
f) Carteiras funcionais do Ministério Público ou expedidas por órgão público que, por lei federal,
tenham validade como identidade.
15. Cada candidato terá direito apenas a uma inscrição.
15.1. Caso efetue pagamento correspondente a mais de uma inscrição, será validada, apenas, a
inscrição correspondente a do último pagamento efetuado.
16. Após o envio eletrônico do Formulário de Inscrição, será proibido substituir opções de códigos de
cursos, língua estrangeira ou local de realização das provas.
16.1. A COMPERVE não se responsabiliza pelo não-recebimento de solicitação de inscrição via Internet
por motivos de ordem técnica dos computadores, falhas de comunicação, congestionamento das linhas de
comunicação, bem como por outros fatores de ordem técnica que impossibilitem a transferência de dados.
17. O candidato poderá escolher, dentre os locais discriminados a seguir, aquele onde deseja realizar as
provas, independente da sua opção de curso ou área: na grande Natal (Região Centro, Norte ou Sul), Caicó,
Currais Novos, Mossoró ou Santa Cruz.
17.1. Na grande Natal, a COMPERVE tentará atender à demanda dos candidatos, dentro do limite de
locais disponíveis para realização das provas, não se obrigando a aplicar as provas no local escolhido pelo
candidato.
III − DA INSCRIÇÃO
18. A inscrição será realizada exclusivamente via Internet.
18.1. Para se inscrever, o candidato deverá, obrigatoriamente, ter Cadastro de Pessoa Física (CPF),
documento de identificação, dentre os constantes no Item 14, e preencher todos os campos do Formulário de
Inscrição.
19. A taxa de inscrição será no valor de R$ 100,00 (cem reais) para os candidatos pagantes.
20. A inscrição deverá ser realizada a partir das 8 horas do dia 27 de julho até às 23h59min do dia 30 de
agosto de 2009, observando-se os seguintes procedimentos:
a) acessar o sítio da COMPERVE (www.comperve.ufrn.br), no qual estarão disponíveis o Manual do
Candidato, o Edital do Vestibular 2010 e o Formulário de Inscrição;
b) preencher integralmente o Formulário de Inscrição de acordo com as instruções constantes nele;
c) enviar eletronicamente o Formulário de Inscrição com uma foto recente, para documento, tamanho
3x4, em arquivo digital formato jpeg;
d) imprimir a Guia de Recolhimento da União (GRU), no caso de candidato pagante e o Comprovante de
Inscrição, no caso de candidato isento; e
e) efetuar o pagamento da taxa de inscrição até o dia 31 de agosto de 2009, no local indicado na GRU.
21. O candidato pagante que não cumprir o que determina o Item 20 não estará inscrito no Vestibular
2010.
21.1. É de inteira responsabilidade do candidato pagante guardar o Comprovante de Pagamento até a
data da validação de sua inscrição.
22. O candidato selecionado como isento do pagamento da taxa deverá fazer sua inscrição no período e
horário citados no Item 20 e seguir os procedimentos constantes no mesmo Item, letras a, b, c e d.
22.1. O candidato com isenção da taxa que não cumprir o que determinam as letras a, b, c e d, do Item
20 não estará inscrito no Vestibular 2010.
22.2. É de inteira responsabilidade do candidato isento guardar o Comprovante de Inscrição até a data
de validação de sua inscrição.
IV – DA VALIDAÇÃO DA INSCRIÇÃO
23. O candidato devidamente inscrito poderá, a partir do dia 22 de setembro de 2009, acessar o sítio da
COMPERVE para verificar a validação de sua inscrição.
23.1. O candidato devidamente inscrito cuja inscrição não estiver validada deverá entregar na sede da
COMPERVE, no horário das 7h30min às 11h30min ou 13h30min às 17h30min, ou enviar via fax (84 3211 9202)
ou por Correio (BR 101, Campus Universitário, Lagoa Nova, 59078-900, Natal/RN), cópia do Comprovante de
Pagamento (para o candidato pagante) ou Comprovante de Inscrição (para o candidato isento).
V – DA APLICAÇÃO E DA CORREÇÃO DAS PROVAS
24. A COMPERVE divulgará no dia 09 de novembro de 2009, no sítio www.comperve.ufrn.br, os locais de
realização das provas.
25. As provas serão aplicadas no período de 22 a 24 de novembro de 2009, das 8h10min às 12h40min,
conforme o seguinte quadro:
26. O acesso ao local onde se realizarão as provas ocorrerá das 7h20min às 8 horas (horário oficial local).
26.1. São de responsabilidade exclusiva do candidato a identificação correta do local de realização das
provas e o comparecimento no horário determinado no Item 26 deste Edital.
26.2. O candidato só poderá realizar as provas no local divulgado pela COMPERVE.
26.3. O candidato que chegar após as 8 horas não terá acesso ao local de realização das provas
naquele dia e estará eliminado do Vestibular.
27. Para ter acesso à sala de provas, o candidato deverá apresentar o original do mesmo documento de
identificação utilizado no ato de sua inscrição, salvo quando explicitamente autorizado pela COMPERVE.
28. Caso o candidato esteja impossibilitado de apresentar, no dia de realização das provas, documento de
identificação original, por motivo de perda, roubo ou furto, deverá apresentar documento que ateste o registro da
ocorrência em órgão policial, expedido há, no máximo, noventa dias, ocasião em que será submetido à
identificação especial, compreendendo coleta de assinaturas e de impressão digital em formulário próprio.
28.1. A identificação especial referida no Item 28 será exigida, também, do candidato cujo documento
de identificação apresente dúvidas relativas à fisionomia ou à assinatura.
28.2. Não será aceita cópia de documento de identificação, ainda que autenticada, nem protocolo de
documento.
29. Durante a realização das provas, não será permitido ao candidato portar arma, celular (ligado ou não),
relógio eletrônico, calculadora, câmera fotográfica ou qualquer outro tipo de aparelho eletrônico, dicionário,
apostila, “dicas” ou qualquer outro material didático do mesmo gênero, livro, boné, corretivo líquido, lápis grafite,
borracha e outros.
29.1. A COMPERVE não se responsabilizará por perdas ou extravios de objetos durante a realização
das provas.
30. Será eliminado do Vestibular o candidato que, durante a realização das provas:
a) for surpreendido fornecendo e/ou recebendo auxílio para a execução das provas;
ÁREA TIPO DE PROVA 1o DIA (22/11) 2o DIA (23/11) 3o DIA (24/11)
Todas Objetiva
Química
Biologia
Física
Matemática
Língua Estrangeira
Português / Lit. Brasileira
História
Geografia
–
Humanística I Discursiva – Redação
Matemática
História
Geografia
Humanística II Discursiva – Redação
Língua Estrangeira
História
Geografia
Tecnológica I Discursiva – Redação
Matemática
História
Física
Tecnológica II Discursiva – Redação
Matemática
Química
Física
Biomédica Discursiva – Redação
Biologia
Química
Física
b) for surpreendido portando celular, relógio eletrônico, gravador, receptor, calculadora, câmera
fotográfica, pager, notebook e/ou equipamento similar, ligados ou não;
c) atentar contra a disciplina ou desacatar a quem quer que esteja investido de autoridade para
supervisionar, coordenar, fiscalizar ou orientar a aplicação das provas;
d) recusar-se a entregar o material das provas ao término do tempo estabelecido;
e) afastar-se da sala, a não ser em caráter definitivo, sem o acompanhamento de fiscal;
f) ausentar-se da sala, a qualquer tempo, portando Folha de Respostas ou Caderno de Provas;
g) descumprir as instruções contidas nos Caderno de Provas ou na Folha de Respostas;
h) perturbar, de qualquer modo, a ordem dos trabalhos; ou
i) utilizar ou tentar utilizar meios fraudulentos ou ilegais para obter aprovação própria ou de terceiros,
em qualquer etapa do Vestibular.
31. No primeiro dia, o candidato receberá um Caderno de Provas Objetivas, contendo 60 (sessenta)
questões de múltipla escolha, comuns a todas as áreas, das disciplinas Química, Biologia, Física, Matemática e
Língua Estrangeira, com 12 (doze) questões cada uma, uma Folha de Respostas e uma caneta esferográfica.
32. No segundo dia, o candidato receberá um Caderno de Provas, contendo uma Prova de Redação,
comum a todas as áreas, e Provas Objetivas, também comuns a todas as áreas, com 44 questões de múltipla
escolha, sendo 20 questões de Português e Literatura Brasileira, 12 de Geografia e 12 de História, uma Folha de
Respostas e uma caneta esferográfica.
33. No terceiro dia, o candidato receberá um Caderno de Provas contendo 12 questões discursivas – 4 por
disciplina – , de acordo com a área escolhida, e uma caneta esferográfica.
34. Será proibido ao candidato portar lápis grafite (ou lapiseira), ou qualquer tipo de caneta, de modo que
até mesmo os rascunhos de todas as provas deverão ser feitos com a caneta esferográfica fornecida pela
COMPERVE.
35. Em cada dia o candidato disporá de, no máximo, 4 (quatro) horas e meia para responder a todas as
questões e, quando for o caso, preencher a Folha de Respostas e redigir, em caráter definitivo, as respostas (ou
soluções) das questões discursivas, exceção feita ao candidato com necessidades especiais cuja solicitação
tenha sido atendida de acordo com o Item 12 deste Edital.
35.1. Não haverá, por qualquer motivo, prorrogação do tempo previsto para a aplicação das provas.
35.2. O candidato que, por qualquer motivo, se ausentar do prédio onde estiver realizando as provas,
não mais terá acesso ao referido local naquele dia.
36. Na primeira hora de aplicação das provas, em cada dia, o candidato será identificado por meio das
coletas de sua impressão digital e assinatura na Ficha de Identificação Individual.
36.1. O candidato deverá, também, quando for o caso, assinar a Folha de Respostas e/ou a capa do
Caderno com questão(ões) discursiva(s), no espaço reservado para esse fim.
36.2. Será eliminado do Vestibular 2010, o candidato que não permitir ser identificado, conforme
estabelecido no Item 36.
37. Na Folha de Respostas, constarão, dentre outras informações, o nome do candidato, seu número de
inscrição, o número do seu documento de identificação e as provas objetivas correspondentes àquele dia.
37.1. O candidato deverá verificar se os dados constantes na Folha de Respostas estão corretos e,
constatado algum erro, comunicá-lo, imediatamente, ao fiscal da sala.
37.2. O candidato terá inteira responsabilidade sobre sua Folha de Respostas e não deverá rasurá-la,
dobrá-la, amassá-la nem danificá-la, pois ela é insubstituível.
37.3. Na Folha de Respostas, o candidato deverá marcar, exclusivamente, a opção que julgar correta
para cada questão, seguindo as orientações ali contidas e usando a caneta esferográfica fornecida pela
COMPERVE.
37.4. Questão sem marcação ou com mais de uma marcação anulará a resposta à respectiva questão.
37.5. As Folhas de Respostas das questões de múltipla escolha serão corrigidas por sistema eletrônico
de computação, na COMPERVE.
38. As questões de múltipla escolha versarão sobre conhecimentos gerais, considerarão domínio de
conteúdo e interpretação adequada de situações apresentadas, e cada uma delas terá quatro opções de
resposta, das quais apenas uma será correta.
39. A Prova de Redação, comum a todas as áreas, exigirá que o candidato produza um texto
argumentativo em prosa, segundo o padrão culto da língua escrita, com base em uma situação comunicativa
determinada, em um dos seguintes gêneros: artigo de opinião ou carta argumentativa.
39.1. A Prova de Redação valerá 10 (dez) pontos na nota bruta.
39.2. A Prova de Redação será avaliada por equipes de professores, sendo as notas lançadas em
Folhas de Avaliação e processadas eletronicamente.
39.3. A Banca Examinadora NÃO levará em consideração o Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa.
39.4. A banca examinadora só avaliará a redação inserida no espaço reservado para esse fim e
redigida com a caneta esferográfica fornecida pela COMPERVE.
39.5. A Prova de Redação será avaliada, isoladamente, por dois professores e a nota será o resultado
obtido pela média aritmética das notas atribuídas por cada um.
39.6. Se as notas tratadas no subitem anterior divergirem em mais de 2 (dois) pontos, um terceiro
examinador será convocado para tirar a divergência.
40. As Provas Discursivas, específicas para cada área, avaliarão o candidato quanto ao domínio de
conteúdo e à capacidade de raciocínio, a partir da expressão escrita de suas idéias.
40.1. Cada questão discursiva valerá, no máximo, 1 (um) ponto na nota bruta.
40.2. As Provas Discursivas serão avaliadas por equipes de professores, sendo as notas lançadas em
Folhas de Avaliação e processadas eletronicamente.
40.3. A banca examinadora só avaliará resposta ou resolução inserida no espaço reservado para esse
fim e redigida com a caneta esferográfica fornecida pela COMPERVE.
40.4. Cada questão da Prova Discursiva será avaliada, isoladamente, por dois professores e a nota
será o resultado obtido pela média aritmética das notas atribuídas por cada um.
40.5. Se as notas tratadas no subitem anterior divergirem em mais de 0,2 ponto (dois décimos), um
terceiro examinador será convocado para eliminar a divergência.
41. As respostas às questões discursivas, inclusive as das provas de Língua Estrangeira (Inglês, Francês
e Espanhol) e a Prova de Redação deverão ser redigidas em Português.
42. Ao retirar-se definitivamente da sala de provas, o candidato deverá entregar ao fiscal a Folha de
Respostas e o Caderno de Provas.
43. Só serão corrigidas as Provas Discursivas, incluindo a Redação, do candidato que:
a) obtiver, pelo menos, um acerto em cada uma das Provas Objetivas;
b) inserir-se no grupo constituído por um número de candidatos correspondente a, no máximo, (2,5 +
0,2di) vezes o total de vagas oferecidas para o curso i de sua 1ª (ou única) opção, considerando-
se os primeiros classificados pela ordem decrescente da média dos oito escores padronizados
obtidos nas Provas Objetivas.
43.1. Na fórmula referida na letra b do Item 43 di é a demanda do curso i (número total de candidatos
inscritos no curso i, dividido pelo número de vagas existentes para o mesmo curso).
43.2. Ocorrendo empate na última colocação dos classificados nas Provas Objetivas dos grupos citados
na letra b do Item 43 serão corrigidas as Provas Discursivas de todos os candidatos nessa condição.
44. Nas Provas Discursivas, incluindo a Redação, será eliminado o candidato que:
a) obtiver zero (na nota bruta) em pelo menos uma das provas;
b) identificar-se em qualquer Prova Discursiva, em outro espaço, além daquele reservado para esse fim,
na capa do Caderno; ou
c) redigir as respostas com lápis grafite (ou lapiseira), ou caneta diferente da fornecida pela COMPERVE.
45. O candidato que obtiver zero na nota bruta em qualquer Prova Discursiva, não terá as demais provas
corrigidas.
VI – DO ARGUMENTO DE INCLUSÃO PARA ALUNO DA REDE PÚBLICA
46. Os alunos da Rede Pública poderão se beneficiar do Argumento de Inclusão, definido como um fator
multiplicativo, no valor de 1,1 (um vírgula um), igual para todos os cursos.
46.1. O Argumento de Inclusão, será multiplicado pelo Argumento Parcial do candidato (acréscimo de
10%), que obedeça ao disposto nos Itens 43 e 44 e nos subitens 46.2, 46.3 e 47.6 deste Edital.
46.2. São requisitos para que o candidato da Rede Pública se beneficie do Argumento de Inclusão:
a) ter cursado, com aprovação, na modalidade regular, os três últimos anos do ensino fundamental e
todo o ensino médio na Rede Pública;
b) ter concluído, em qualquer ano, o ensino médio ou estar concluindo em 2009, na Rede Pública,
ambos na modalidade regular.
c) estar inserido no grupo de candidatos referido no Item 43 e seus subitens;
d) ter entregue, todos e de uma só vez, no período de 16 de setembro a 07 de outubro de 2009,
cópias do Comprovante de Inscrição e dos documentos que comprovem os requisitos
estabelecidos nas letras a e b deste subitem.
46.3. A documentação referida na letra d do subitem 46.2 deverá ser entregue na sede da COMPERVE,
em Natal, ou na sede de cada um dos campi, em Caicó ou Currais Novos, no horário das 8 horas às 11h30min ou
das 14 horas às 17h30min, ou remetida via correio, com Aviso de Recebimento, endereçada à COMPERVE.
46.4. Os alunos da Rede Pública que cursaram por meio da modalidade de ensino supletivo, o ensino
fundamental e/ou o ensino médio, não serão beneficiados com o Argumento de Inclusão.
46.5. O candidato que não entregar a documentação de que tratam os subitens 46.2 e 46.3 não terá
direito ao benefício do Argumento de Inclusão.
46.6. O Argumento de Inclusão será igual a 1,00 (hum) para o candidato que não atender a todos os
requisitos dos subitens 46.2 e 46.3.
VII – DA SELEÇÃO E DA CLASSIFICAÇÃO
47. O preenchimento das vagas, por curso, dar-se-á através de processo classificatório, obedecendo à
ordem decrescente dos Argumentos de Classificação dos candidatos que se submeterem a todas as provas de
sua área e forem considerados aptos, segundo os critérios estabelecidos pelos Itens 43 e 44 e pelo subitem 47.6
deste Edital.
47.1. O cálculo do escore padronizado de cada Prova Objetiva será efetuado pela padronização do
número de acertos obtidos pelo candidato, na respectiva prova, considerando-se a média e o desvio-padrão do
número de acertos obtidos pelos candidatos concorrentes a uma mesma área.
47.2. O cálculo do escore padronizado de cada Prova Discursiva será efetuado pela padronização da
nota bruta obtida pelo candidato, na respectiva prova, considerando-se a média e o desvio-padrão das notas
brutas obtidas pelos candidatos concorrentes a uma mesma área.
47.3. A padronização de que trata o subitem anterior será calculada pelo número de desvios-padrão em
relação ao qual o valor (número de acertos ou nota bruta) se encontra afastado da média, multiplicado por 100 e
somado a 500.
47.4. O Argumento das Provas Objetivas (AO) será calculado pela soma dos escores padronizados
obtidos pelo candidato em cada prova, dividida por oito.
47.5. O Argumento das Provas Discursivas (AD) será calculado pela soma dos escores padronizados
obtidos pelo candidato em cada prova, dividida por quatro.
47.6. O candidato deverá atingir, nas Provas Discursivas, o Argumento mínimo de 450 pontos,
calculado de acordo com o subitem 47.5.
47.7. O disposto no subitem 47.6 não se aplica aos candidatos concorrentes a cursos que não
possibilitem 2ª opção.
47.8. O Argumento Parcial (AP) será obtido pela média ponderada entre o Argumento das Provas
Objetivas (peso dois) e o Argumento das Provas Discursivas (peso três).
47.9. O Argumento de Classificação (AC) será obtido pela multiplicação entre o Argumento Parcial e o
Argumento de Inclusão.
47.10. Para efeito de apresentação dos resultados do Argumento de Classificação, levar-se-á em conta
o arredondamento para duas casas decimais.
47.11. Ocorrendo empate de Argumentos de Classificação entre candidatos de determinado curso, o
desempate será decidido pelos escores padronizados obtidos nas Provas Discursivas, consultando-se, em ordem
seqüencial, as seguintes provas para cada área:
Área Humanística I: Redação / Matemática / História / Geografia
Área Humanística II: Redação / História / Geografia / Língua Estrangeira
Área Tecnológica I: Redação / Matemática / Física / História
Área Tecnológica II: Redação / Matemática / Física / Química
Área Biomédica: Redação / Biologia / Química / Física
VIII – DAS VAGAS NÃO-PREENCHIDAS
48. Caso não sejam preenchidas as vagas de um curso com candidatos classificados em 1ª opção, de
curso e turno, proceder-se-á à classificação de candidatos de 1ª opção de curso de mesma modalidade e
habilitação, o qual funcione em turnos distintos, nos termos do subitem 11.6 deste Edital.
48.1. A classificação de que trata o Item 48 obedecerá aos mesmos critérios estabelecidos no Item 47 e
respectivos subitens e implicará uma única convocação de candidatos.
49. No caso de ainda não serem preenchidas todas as vagas de um curso com candidatos em 1ª opção e
turnos distintos, proceder-se-á à classificação dos candidatos a partir de sua 2ª opção.
49.1. A classificação em 2ª opção será feita observando-se a ordem decrescente dos Argumentos de
Classificação em cada uma das áreas, calculados como especificado no Item 47 e seus subitens deste Edital e
obedecendo ao mesmo critério de desempate.
50. No caso de ainda não serem preenchidas as vagas de um curso por candidatos de 1ª ou 2ª opção, elas
serão preenchidas por candidatos que optaram por 1ª ou 2ª opção e que não atingiram o Argumento Mínimo de
450 pontos nas Provas Discursivas, classificados na ordem decrescente do Argumento de Classificação.
IX – DO CADASTRAMENTO, DO REMANEJAMENTO E DA MATRÍCULA
51. O candidato classificado, independentemente do período letivo de entrada, deverá se cadastrar no
primeiro semestre, no curso para o qual foi classificado, em local e prazo estabelecidos em Edital de
Cadastramento do Departamento de Administração Escolar/Pró-Reitoria de Graduação – DAE/PROGRAD,
publicado na data da divulgação do resultado final do Vestibular 2010.
51.1. No ato do cadastramento, o candidato classificado deverá atender, integralmente, ao que
estabelece o Edital a que se refere o Item 51.
51.2. O candidato que não efetuar o cadastramento de que trata o Item 51 estará excluído deste
processo de ingresso.
51.3. As vagas não-preenchidas, em qualquer curso, decorrentes do não-comparecimento no período
de cadastramento de candidato classificado ou da não-apresentação da documentação exigida, toda e de uma só
vez, acarretarão tantas convocações quantas necessárias, dentre os candidatos habilitados de acordo com o
processo classificatório estabelecido nos Capítulos VII e VIII deste Edital e conforme Edital de Remanejamento
do DAE/PROGRAD, publicado na data de divulgação do resultado final do Vestibular.
52. As matrículas em componentes curriculares serão realizadas nas Coordenações dos respectivos
cursos e efetuadas de acordo com o período letivo de entrada do candidato, nos prazos estabelecidos no
Calendário Universitário.
52.1. Serão cancelados os cadastros dos alunos que não efetuarem matrícula em componente(s)
curricular(es) para o semestre letivo para o qual foram classificados, acarretando tantas convocações quantas
necessárias, dentre os candidatos habilitados, de acordo com o processo classificatório estabelecido nos
Capítulos VII e VIII deste Edital.
52.2. Os cadastros cancelados, antes do início do período letivo para o qual as vagas se destinam,
definido no Calendário Universitário, gerarão novas chamadas de candidatos classificados, obedecendo aos
critérios estabelecidos nos Capítulos VII e VIII deste Edital.
53. O DAE/PROGRAD ficará encarregado de proceder às convocações descritas nos subitens 51.3, 52.1
52.2, deste Edital.
54. O candidato deverá manter atualizado o seu endereço junto a COMPERVE.
54.1. Serão de inteira responsabilidade do candidato os prejuízos advindos da não atualização de seu
endereço.
55. O resultado do Vestibular terá validade apenas para o ano em referência.
X – DOS RECURSOS
56. Os Gabaritos Oficiais Preliminares das Provas Objetivas serão afixados na COMPERVE e divulgados
via Internet, no sítio www.comperve.ufrn.br, uma hora após o término da aplicação das provas de cada dia.
57. O candidato que desejar interpor recurso contra a UFRN em relação aos Gabaritos Oficiais
Preliminares das Provas Objetivas poderá fazê-lo nos dias 25 e 26 de novembro de 2009, no horário das
07h30min às 11h30min ou das 13h30min às 17h30min.
57.1. Para recorrer, o candidato deverá utilizar os modelos de formulários denominados “Capa de
Conjunto de Recurso” e “Justificativa de Recurso”, disponíveis no sítio www.comperve.ufrn.br.
57.2. O candidato deverá entregar 2 (duas) cópias de cada recurso.
57.3. Cada conjunto de recurso deverá atender às seguintes especificações:
a) folhas separadas para questões diferentes;
b) em cada folha, indicação do número da questão, da resposta marcada pelo candidato, bem como
da resposta divulgada pela COMPERVE;
c) para cada questão, argumentação lógica e consistente;
d) capa única, constando o nome, o número de inscrição e a assinatura do candidato;
e) sem identificação do candidato no corpo dos recursos;
f) recursos datilografados ou digitados nos formulários “Capa de Conjunto de Recurso” e
“Justificativa de Recurso”.
57.4. O candidato deverá identificar-se no ato da entrega do recurso, mediante apresentação de
documento de identificação original.
57.5. Só será aceita interposição de recurso por procurador, mediante instrumento de procuração
pública ou particular, se acompanhada da cópia de documento de identificação do candidato.
57.6. Recursos extemporâneos ou recebidos via postal, via fax ou via correio eletrônico, serão
preliminarmente indeferidos.
57.7. Os resultados dos recursos serão fornecidos aos candidatos que os interpuseram, no sítio da
COMPERVE, a partir do dia 15 de dezembro de 2009.
58. Em hipótese alguma será aceita revisão e/ou recurso de recurso.
59. Se houver alteração de respostas do Gabarito Oficial Preliminar, as alterações valerão para todos os
candidatos, independentemente de terem recorrido.
60. Na hipótese de alguma questão das provas vir a ser anulada, o seu valor em pontos não será
contabilizado em favor de nenhum candidato.
61. Não serão aceitos recursos relativos a preenchimento incompleto, equivocado ou incorreto das Folhas
de Respostas.
62. O candidato poderá requerer cópia de suas Folhas de Respostas das Provas Objetivas ou das Provas
Discursivas, dois dias úteis após a divulgação do respectivo resultado, observando os seguintes procedimentos:
a) acessar o sítio da COMPERVE, no qual estará disponível o formulário de Requerimento Específico;
b) preencher integralmente o Requerimento de acordo com as instruções nele constantes; e
c) enviar eletronicamente o Requerimento.
62.1. O candidato que cumpriu o que determina as letras a, b e c, do Item 62 receberá a(s) cópia(s) na
sede da COMPERVE, no segundo dia útil após o término do período do requerimento referido no Item 62.
63. O candidato poderá interpor recurso à correção das suas provas discursivas até 2 (dois) dias úteis
contados a partir da data do recebimento da(s) cópia(s) da(s) Prova(s) Discursiva(s), observando os seguintes
procedimentos:
a) acessar o sítio da COMPERVE, no qual estará disponível o formulário de Requerimento Específico;
b) preencher integralmente o Requerimento de acordo com as instruções nele constantes; e
c) enviar eletronicamente o Requerimento.
63.1. O candidato deverá consultar, no sítio da COMPERVE, o dia e o horário para recebimento do
Parecer da Banca de Revisão.
XI – DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
64. As Folhas de Respostas, os cadernos de Provas Discursivas, as Folhas de Avaliação e todo o material
de aplicação ficarão arquivados por 60 (sessenta) dias consecutivos, contados a partir da divulgação do
resultado final do Vestibular 2010.
65. Nas situações que se fizerem necessárias, a COMPERVE poderá, a qualquer momento, durante a
aplicação do Vestibular, solicitar à autoridade competente a identificação datiloscópica e/ou fazer uma vistoria
rigorosa em qualquer candidato.
66. Será eliminado do Vestibular, a qualquer tempo, o candidato que utilizar meios fraudulentos por
ocasião da inscrição, da aplicação ou do cadastramento.
67. O Edital do Vestibular 2010 será publicado, mediante Extrato do Edital, no Diário Oficial da União, com
divulgação veiculada nos jornais de circulação mais expressiva no estado e estará disponível, na íntegra, no sítio
da COMPERVE.
67.1. Cópia do Edital será afixada na sede COMPERVE.
68. Serão incorporados ao presente Edital, para todos os efeitos, quaisquer Editais complementares que
vierem a ser publicados pela UFRN com vistas ao Vestibular 2010, no Diário Oficial da União, bem como as
disposições e instruções contidas no Manual do Candidato, nas Folhas de Respostas e nos Cadernos de Provas.
69. Os casos omissos e as situações não previstas neste Edital serão analisados pela COMPERVE e
encaminhados, se necessário, ao CONSEPE.
70. Este Edital entra em vigor a partir da data de sua divulgação, sendo válido apenas para o Vestibular
2010, revogadas as disposições em contrário.
Natal, 01 de julho de 2009.
BETANIA LEITE RAMALHO
Presidente da COMPERVE
QUADRO DE CURSOS E VAGAS
Área Humanística I
Código Curso Modalidade Turno
Vagas Reconhecimento
1º Sem. 2º Sem. Total
Decreto Federal/
Portaria
Ministerial
Data
101 Administração B M 45 45 90 80352(DF) 16/09/1977
102 Administração B N 45 45 90 80352(DF) 16/09/1977
103 Ciências Contábeis B M 45 45 90 80352(DF) 16/09/1977
104 Ciências Contábeis B N 40 40 80 80352(DF) 16/09/1977
105 Ciências Econômicas B M - 52 52 79372(DF) 10/03/1977
106 Ciências Econômicas B N 52 - 52 79372(DF) 10/03/1977
107 Turismo B T 40 40 80 1553 (PM) 29/09/2000
Total da Área 267 267 534
Área Humanística II
Código Curso Modalidade Turno
Vagas Reconhecimento
1º Sem. 2º Sem. Total
Decreto
Federal/
Portaria
Ministerial
Data
111 Artes Visuais L MT 40 - 40 * *
112 Biblioteconomia B T 35 - 35 1779(PM) 08/08/2001
113 Ciências Sociais B M 50 - 50 77363(DF) 01/04/1976
114 Ciências Sociais L N 50 - 50 77363(DF) 01/04/1976
115 Comunicação Social – Jornalismo B T 40 - 40 82313(DF) 25/09/1978
116 Comunicação Social – Jornalismo B N - 40 40 82313(DF) 25/09/1978
117 Comunicação Social – Radialismo B T 30 - 30 * *
118 Comunicação Social – Radialismo B N - 30 30 * *
119 Comunicação Social – Publicidade e Propaganda B N 40 40 80 * *
120 Dança L N 40 - 40 * *
121 Design B MT - 40 40 * *
122 Direito B M 45 45 90 43142(DF) 03/02/1958
123 Direito B N 45 45 90 43142(DF) 03/02/1958
124 Filosofia B N 35 - 35 * *
125 Filosofia L N 35 - 35 584 (PM) 11/08/1986
126 Geografia B M 40 - 40 46868(DF) 16/09/1959
127 Geografia L N 40 - 40 46868(DF) 16/09/1959
128 Gestão de Políticas Públicas B T - 60 60 * *
129 Gestão de Políticas Públicas B N - 60 60 * *
130 História B M 22 - 22 46868(DF) 16/09/1959
131 História L M 34 - 34 46868(DF) 16/09/1959
132 História L N 54 - 54 46868(DF) 16/09/1959
133 Letras - Língua Espanhola e Literatura L N 20 20 40 * *
134 Letras - Língua Francesa e Literatura L M 20 - 20 46868(DF) 16/09/1959
135 Letras - Língua Inglesa e Literatura L M 20 - 20 46868(DF) 16/09/1959
136 Letras - Língua Portuguesa e Literatura L M 30 - 30 46868(DF) 16/09/1959
137 Letras - Língua Portuguesa e Literatura L N - 40 40 46868(DF) 16/09/1959
138 Música - Instrumento B MT 24 - 24 131(PM) 18/01/2002
139 Música - Canto B MT 02 - 02 * *
140 Música L N 40 - 40 * *
141 Pedagogia L T 40 40 80 77499(DF) 27/04/1976
142 Pedagogia L N 40 40 80 77499(DF) 27/04/1976
143 Psicologia F MT 45 - 45 450(PM) 09.11.82
144 Serviço Social F M 47 - 47 40066(DF) 04.10.56
145 Serviço Social F T - 47 47 40066(DF) 04.10.56
146 Teatro L M 35 - 35 * *
Total da Área 1038 547 1585
Área Tecnológica I
Código Curso Modalidade Turno
Vagas Reconhecimento
1º Sem. 2º Sem. Total
Decreto Federal/
Portaria
Ministerial
Data
150 Arquitetura e Urbanismo F MTN 20 20 40 83208(DF) 28.02.79
Total da Área 20 20 40
Área Tecnológica II
Código Curso Modalidade Turno
Vagas Reconhecimento
1º Sem. 2º Sem. Total
Decreto Federal/
Portaria
Ministerial
Data
151 Ciências e Tecnologia B T 280 280 560 * *
152 Ciências e Tecnologia B N 280 280 560 * *
153 Ciências Atuariais B N 40 - 40 * *
154 Ciências da Computação B MT 53 - 53 1451(PM) 01.10.92
155 Engenharia Civil F MTN 50 50 100 77816(DF) 15.06.76
156 Engenharia de Alimentos F N - 40 40 * *
157 Engenharia de Produção F T 45 - 45 1093(PM) 29.04.04
158 Engenharia de Produção F N - 45 45 1093(PM) 29.04.04
159 Engenharia de Software B MT 40 - 40 * *
160 Engenharia Elétrica F MTN 45 45 90 77688(DF) 26.05.76
161 Engenharia Florestal F MT 40 - 40 * *
162 Engenharia Química F MTN 35 35 70 82170(DF) 24.08.78
163 Engenharia Têxtil F TN 30 30 60 * *
164 Estatística F M 50 - 50 82164(DF) 24.08.78
165 Física B MT 50 - 50 80352(DF) 16.09.77
166 Física L N 60 - 60 80352(DF) 16.09.77
167 Geofísica B MT 45 - 45 * *
168 Geologia F MT 30 - 30 193(PM) 31.05.82
169 Matemática B MT 20 - 20 79372(DF) 10.03.77
170 Matemática L MT 30 - 30 79372(DF) 10.03.77
171 Matemática L N 60 - 60 79372(DF) 10.03.77
172 Química B M 45 - 45 79372(DF) 10.03.77
173 Química L M 50 - 50 79372(DF) 10.03.77
174 Química L N 50 - 50 79372(DF) 10.03.77
175 Química do Petróleo B MT 50 - 50 * *
Total da Área 1478 805 2283
Área Biomédica
Código Curso Modalidade Turno
Vagas Reconhecimento
1º Sem. 2º Sem. Total
Decreto Federal/
Portaria
Ministerial
Data
180 Aqüicultura B MT 40 - 40 * *
181 Biomedicina B MT - 40 40 * *
182 Biomedicina B N - 30 30 * *
183 Ciências Biológicas B MT 20 20 40 79627(DF) 28.04.77
184 Ciências Biológicas L MT 15 15 30 79627(DF) 28.04.77
185 Ciências Biológicas L N 35 35 70 79627(DF) 28.04.77
186 Ecologia B MT - 40 40 * *
187 Ecologia B N - 40 40 * *
188 Educação Física L MT 40 - 40 81762(DF) 06.06.78
189 Educação Física B TN - 40 40 * *
190 Enfermagem F MT 50 50 100 82026(DF) 24.07.78
191 Farmácia F MT 45 45 90 31209(DF) 29.07.52
192 Farmácia F N 45 45 90 31209(DF) 29.07.52
193 Fisioterapia F MT - 40 40 174(PM) 10.03.86
194 Fonoaudiologia F MT 40 - 40 * *
195 Gestão em Sistemas e Serviços de Saúde F N 50 - 50 * *
196 Medicina F MTN 50 50 100 42923(DF) 30.12.57
197 Nutrição F MT 40 40 80 520(PM) 31.08.81
198 Odontologia F MT 40 40 80 31209(DF) 29.07.52
199 Zootecnia F MT 40 40 80 1413(PM) 27.09.93
Total da Área 550 610 1160
Total Campus Natal 3353 2249 5602
CERES – CAICÓ
Área Humanística I
Código Curso Modalidade Turno
Vagas Reconhecimento
1º Sem. 2º Sem. Total
Decreto
Federal/
Portaria
Ministerial
Data
201 Ciências Contábeis B MN 45 - 45 80352(DF) 16.09.77
Total da Área 45 - 45
Área Humanística II
Código Curso Modalidade Turno
Vagas Reconhecimento
1º Sem. 2º Sem. Total
Decreto
Federal/
Portaria
Ministerial
Data
205 Direito B TN 45 - 45 43142(DF) 03.02.58
206 Geografia L MT 45 - 45 46868(DF) 16.09.59
207 Geografia B N 40 - 40
208 História L MT 45 - 45 46868(DF) 16.09.59
209 História B N 40 - 40
210 Pedagogia L M 45 - 45 77499(DF) 27.04.76
Total da Área 260 260
Área Tecnológica II
Código Curso Modalidade Turno
Vagas Reconhecimento
1º Sem. 2º Sem. Total
Decreto
Federal/
Portaria
Ministerial
Data
213 Matemática L MN 40 - 40 79372(DF) 10.03.77
214 Sistemas de Informação B MT 50 - 50
Total da Área 90 90
Total CERES – Caicó 395 - 395
CERES - CURRAIS NOVOS
Humanística I
Código Curso Modalidade Turno
Vagas Reconhecimento
1º Sem. 2º Sem. Total
Decreto
Federal/
Portaria
Ministerial
Data
301 Administração B TN 45 - 45 80352(DF) 16.09.77
302 Turismo B MT 50 - 50 * *
Total da Área 95 - 95
Humanística II
Código Curso Modalidade Turno
Vagas Reconhecimento
1º Sem. 2º Sem. Total
Decreto
Federal/
Portaria
Ministerial
Data
304 Letras – Língua Espanhola e Literatura L N 50 - 50 * *
305 Letras – Língua Portuguesa e Literatura L TN 45 - 45 46868(DF) 16.09.59
Total da Área 95 - 95
Total CERES – Currais Novos 190 - 190
CAMPUS DE SANTA CRUZ
Biomédica
Código Curso Modalidade Turno
Vagas Reconhecimento
1º Sem. 2º Sem. Total
Decreto
Federal/
Portaria
Ministerial
Data
401 Enfermagem F MT - 40 40 * *
402 Fisioterapia F MT 40 - 40 * *
403 Nutrição F MT 40 - 40 * *
Total da Área 80 40 120
Total - Santa Cruz 80 40 120
B = Bacharelado L = Licenciatura
* Curso devidamente autorizado em processo de reconhecimento
152
Anexo B - Prova de redação
Instruções
1 Confira se os dados contidos na parte inferior desta capa estão corretos e, em seguida, assine no
espaço reservado para isso.
2
Verifique se este Caderno contém a prova de Redação e 44 questões de múltipla escolha, distribuídas
de acordo com o quadro a seguir:
Português e Literatura Brasileira 01 a 20
História 21 a 32
Geografia 33 a 44
3
Se o Caderno estiver incompleto ou contiver imperfeição gráfica que impeça a leitura, solicite
imediatamente ao Fiscal que o substitua.
4
A Redação será avaliada considerando-se apenas o que estiver escrito no espaço reservado para o
texto definitivo.
5 Escreva de modo legível, pois dúvida gerada por grafia ou rasura implicará redução de pontos.
6
Cada questão de múltipla escolha apresenta quatro opções de resposta, das quais apenas uma é
correta.
7 Interpretar as questões faz parte da avaliação; portanto não adianta pedir esclarecimento aos Fiscais.
8
Para preencher a Folha de Respostas, fazer rascunhos, etc., use exclusivamente a Caneta que o Fiscal
lhe entregou.
9 Utilize qualquer espaço em branco deste Caderno para rascunhos e não destaque nenhuma folha.
10
Os rascunhos e as marcações que você fizer neste Caderno não serão considerados para efeito de
avaliação.
11
Você dispõe de, no máximo, quatro horas e meia para redigir o texto definitivo, responder às
questões e preencher a Folha de Respostas.
12
Antes de retirar-se definitivamente da sala, devolva ao Fiscal a Folha de Respostas, este Caderno e a
Caneta.
Assinatura do Candidato: __________________________________________________
UFRN !Vestibular 2010 1
Prova de Redação
Redija um artigo – para ser publicado no Jornal Cidadão Natalense – no qual você se posicione
sobre essa crescente vigilância por meio de câmeras e outros recursos tecnológicos.
Seu texto deverá, obrigatoriamente, atender às seguintes normas:
" ser redigido no espaço destinado à versão definitiva;
" ter um título;
" apresentar explicitamente um ponto de vista, fundamentado em, no mínimo, dois
argumentos;
" ser redigido na variedade padrão da língua portuguesa;
" não ser escrito em versos;
" conter, no mínimo, 20 linhas;
" não ser assinado (nem mesmo com pseudônimo).
ATENÇÃO
Será atribuída nota zero à redação em qualquer um dos seguintes casos:
" fuga ao tema ou à proposta;
" letra ilegível;
" identificação do candidato (nome, pseudônimo ou assinatura);
" texto escrito em versos.
“Além das ruas, os cidadãos modernos vivem cercados de
câmeras em muitos outros lugares, como elevadores, portarias de
prédios, bancos, supermercados e estações de metrô, para citar
alguns exemplos bastante conhecidos. Trata-se de uma tendência
mundial”.
(RT Informa, São Paulo, ano VII, n. 46, p. 4, nov./dez. 2006).
2 UFRN !Vestibular 2010
UFRN !Vestibular 2010 3
ESPAÇO DESTINADO AO TEXTO DEFINITIVO
_____________________________________________________
(Título)
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
Mais espaço para o texto na folha seguinte
4 UFRN !Vestibular 2010
UFRN !Vestibular 2010 5
(Continuação do espaço destinado ao texto definitivo)
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
40
(NÃO ASSINE O TEXTO)
6 UFRN !Vestibular 2010
UFRN !Vestibular 2010 7
Português e Literatura Brasileira 01 a 20
Com base no quadrinho que segue, responda às questões 01 e 02.
Disponível em: . Acesso em: 25 jul. 2009.
Questão 01
Na situação retratada pelo quadrinho, a
resposta do interrogado
A) tem por objetivo despistar o delegado,
cuja intenção é descobrir se o interlocutor
mantém bom relacionamento com a
família.
B) possibilita que o delegado atinja seu
objetivo, ou seja, descobrir se também
houve furto de confecções femininas.
C) comprova que a comunicação se realiza
com sucesso, pois o interlocutor percebe
a verdadeira pretensão do delegado.
D) surpreende e causa humor, devido ao fato
de ele interpretar equivocadamente a
pergunta que o delegado lhe faz.
Questão 02
Pode-se subentender da fala do interrogado:
A) Ele sentia alguma frustração por ter sido
a única pessoa beneficiada com a
infração que praticara havia algumas
horas.
B) Se houvesse peças femininas na loja, ele
provavelmente teria pegado pelo menos
uma, para a esposa ou para a filha.
C) Mesmo em situações consideradas de
risco, ele costumava pensar primeiro nos
familiares que em si mesmo.
D) Ele só assaltara a loja porque estava
certo de que existiam confecções para
pessoas de ambos os sexos.
As questões 03, 04, 05 e 06 referem-se ao fragmento textual abaixo.
Prólogo
No princípio era o pântano, com valas de agrião e rãs coaxantes. Hoje é o parque do
Anhangabaú, todo ele relvado, com ruas de asfalto, [...] a Eva de Brecheret, a estátua de um
adolescente nu que corre − e mais coisas. Autos voam pela via central, e cruzam-se
pedestres em todas as direções. Lindo parque, civilizadíssimo.
Atravessando-o certa tarde, vi formar-se ali um bolo de gente, rumo ao qual vinha vindo 5
um polícia apressado.
Fagocitose, pensei. A rua é a artéria; os passantes, o sangue. O desordeiro, o bêbado, o
gatuno são os micróbios maléficos, perturbadores do ritmo circulatório. O soldado da polícia
é o glóbulo branco − o fagócito de Metchennikoff. Está de ordinário parado no seu posto,
circunvagando olhares atentos. Mal se congestiona o tráfego pela ação anti-social do 10
desordeiro, o fagócito move-se, caminha, corre, cai a fundo sobre o mau elemento e arrasta-
o para o xadrez.
Foi assim naquele dia.
[...]
Alguém perturbara a paz do jardim, e em redor desse rebelde logo se juntou um grupo 15
de glóbulos vermelhos, vulgo passantes. E lá se vinha o fagócito fardado restabelecer a
harmonia universal.
LOBATO, Monteiro. O fisco (Conto de Natal). In:______. Negrinha. São Paulo: Globo, 2008. p. 63-64.
8 UFRN !Vestibular 2010
Questão 03
Conotativamente, o narrador estabelece um
paralelo entre funções da célula denominada
fagócito e funções do soldado, tendo em
vista que é tarefa de um policial
A) garantir que, principalmente à tarde, os
freqüentadores de parques circulem com
certa tranqüilidade.
B) controlar os transeuntes, evitando que, ao
caminharem por artérias que se cruzam,
atrapalhem o tráfego.
C) manter a ordem pública, protegendo o
organismo social contra elementos que
lhe são nocivos.
D) deter pessoas que descumpram suas
ordens, pois insubordinação constitui um
desacato à autoridade.
Questão 04
“[...] vi formar-se ali um bolo de gente [...]”
(linha 5)
O segmento textual em destaque está
reescrito corretamente, mantendo-se a
informação original, na opção:
A) vi formar-se, na avenida central, um bolo
de gente.
B) vi formar-se, no lindo parque, um bolo de
gente.
C) próximo ao jardim, vi formar-se um bolo
de gente.
D) nas ruas de asfalto, vi formar-se um bolo
de gente.
Questão 05
Leia o período abaixo.
“Mal se congestiona o tráfego [...], o
fagócito move-se [...].”
Nesse período, o conector Mal exprime
noção de
A) tempo e admitiria, em seu lugar, a
locução conjuntiva logo que.
B) tempo e seria correto substituí-lo pela
locução conjuntiva visto que.
C) modo e é antônimo do advérbio bem.
D) modo e é homônimo do adjetivo mau.
Questão 06
Corresponde a uma forma desenvolvida da
oração reduzida “Atravessando-o certa tarde
[...]” (linha 5):
A) Certa tarde, a ponto de atravessá-lo.
B) Quando ia atravessá-lo, certa tarde.
C) Certa tarde, enquanto o atravessava.
D) Conquanto o atravessasse, certa tarde.
Para responder às questões 07, 08, 09 e 10, baseie-se no fragmento de texto a seguir.
De quando em quando [os meninos] se mexiam, porque o lume era fraco e apenas aquecia
pedaços deles. Outros pedaços esfriavam recebendo o ar que entrava pelas rachaduras das
paredes e pelas gretas da janela. Por isso não podiam dormir. Quando iam pegando no sono,
arrepiavam-se, tinham precisão de virar-se, chegavam-se à trempe e ouviam a conversa dos
pais [Fabiano e sinha Vitória]. Não era propriamente conversa: eram frases soltas, 5
espaçadas, com repetições e incongruências. Às vezes uma interjeição gutural dava energia
ao discurso ambíguo. Na verdade nenhum deles prestava atenção às palavras do outro: iam
exibindo as imagens que lhes vinham ao espírito, e as imagens sucediam-se, deformavam-
se, não havia meio de dominá-las. Como os recursos de expressão eram minguados,
tentavam remediar a deficiência falando alto. 10
RAMOS, Graciliano. Vidas secas . Rio de Janeiro: Record, 2008. p. 63-64.
UFRN !Vestibular 2010 9
Questão 07
Admitindo-se que se pode dividir esse
fragmento textual em dois momentos, é
correto afirmar que, no segundo, o narrador
se detém em informar o leitor sobre a
A) incapacidade que os pais tinham de
prestar atenção às palavras dos filhos.
B) curiosidade que os meninos tinham de
saber sobre qual assunto os pais
conversavam durante toda a noite.
C) impossibilidade que os meninos tinham
de pegar no sono, pois Fabiano e sinha
Vitória falavam muito alto.
D) dificuldade que Fabiano e sinha Vitória
tinham para lidar com a linguagem.
Questão 08
Na linha 7, o narrador refere-se a discurso
ambíguo. Esse discurso é, muito
freqüentemente, constituído de frases
elaboradas de tal modo que o leitor pode
associar determinado pronome a mais de um
antecedente.
Constitui um exemplo disso:
A) Nem todo leitor decifra com facilidade a
mensagem contida numa charge, pois é
preciso que ele tenha conhecimento
prévio do fato que a originou.
B) Diz-se que, em linguagem, a ausência
também é presença.
C) O rapaz recortou o artigo do jornal que
lhe interessava e o arquivou.
D) Manchete, jornalisticamente falando, é o
título considerado, pela redação do jornal,
como o de maior importância entre as
notícias que a edição traz.
Questão 09
Tanto na linha 1 como na linha 5, os
colchetes são empregados
A) pelo narrador do romance, em vez de
vírgulas, para assegurar que o leitor
entenda, com facilidade, as informações
que lhe são transmitidas.
B) pelo autor da transcrição, para intercalar,
com suas próprias palavras, informação
que torna o fragmento mais
compreensível para o leitor.
C) pelo autor da obra, em vez de travessões,
para deixar suficientemente claro quem é
o agente da ação de mexer-se e o da
ação de ouvir.
D) pelo digitador da editora, para reintroduzir
informação que o revisor, provavelmente
buscando a concisão, excluiu da versão
original.
Questão 10
Assim como nas três situações que o
fragmento apresenta (linhas 4, 6 e 7), o acento
grave também está usado adequadamente
na opção:
A) A loja onde Rogério trabalha só abre de
terça à sábado.
B) A viagem à bordo de uma lancha foi muito
cansativa.
C) O automóvel que Valéria comprou é
movido à álcool.
D) O requerimento é semelhante àquele que
foi indeferido.
As questões 11 e 12 têm como referência
o seguinte poema do livro Horto (publicado
em 1900), de Auta de Souza:
CAMINHO DO SERTÃO
A meu irmão João Câncio
Tão longe a casa! Nem sequer alcanço
Vê-la através da mata. Nos caminhos
A sombra desce; e, sem achar descanso,
Vamos nós dois, meu pobre irmão, sozinhos!
É noite já. Como em feliz remanso,
Dormem as aves nos pequenos ninhos...
Vamos mais devagar... de manso e manso,
Para não assustar os passarinhos.
Brilham estrelas. Todo o céu parece
Rezar de joelhos a chorosa prece
Que a noite ensina ao desespero e à dor...
Ao longe, a lua vem dourando a treva...
Turíbulo imenso para Deus eleva
O incenso agreste da jurema em flor.
SOUZA, Auta de. Caminho do sertão. In:______. Horto,
outros poemas e ressonâncias: obras reunidas. Natal:
EDUFRN, 2009. p. 98.
Questão 11
Em contraposição à solidão, ao desespero e
à dor que o “eu-lírico” projeta no poema, o
segundo quarteto acentua
A) a harmonia da natureza.
B) o esplendor da mata.
C) o mistério da noite.
D) a grandeza do firmamento.
10 UFRN !Vestibular 2010
Questão 12
No poema, a natureza é representada em um
ambiente regional, como se percebe em:
A) “Turíbulo imenso para Deus eleva
O incenso agreste da jurema em flor.”
B) “É noite já. Como em feliz remanso,
Dormem as aves nos pequenos ninhos...”
C) “Tão longe a casa! Nem sequer alcanço
Vê-la através da mata.”
D) “Vamos mais devagar... de manso e manso,
Para não assustar os passarinhos.”
As questões 13 e 14 têm como referência
o seguinte trecho do primeiro capítulo de
Vidas Secas (publicado em 1938), de
Graciliano Ramos:
Na planície avermelhada os juazeiros
alargavam duas manchas verdes. Os
infelizes tinham caminhado o dia inteiro,
estavam cansados e famintos.
Ordinariamente andavam pouco, mas
como haviam repousado bastante na
areia do rio seco, a viagem progredira
bem três léguas. Fazia horas que
procuravam uma sombra. A folhagem dos
juazeiros apareceu longe, através dos
galhos pelados da catinga rala.
Questão 13
No trecho em destaque, os juazeiros indicam
A) a chegada a um lugar de repouso, a partir
do qual a família prossegue em busca de
uma terra mais promissora.
B) a chegada dos retirantes ao espaço da
fazenda abandonada, onde se desenvolve
a maioria das ações da narrativa.
C) a esperança de dias melhores no sul do
país, para onde a família parte
imediatamente.
D) a esperança de fixação no novo espaço,
no qual o casal manda alfabetizar os
filhos.
Questão 14
Nesse capítulo do romance, intensifica-se o
sofrimento dos “infelizes”, e Fabiano
imagina, para aquela situação trágica, uma
solução extrema, que está expressa no
trecho:
A) Fabiano procurou em vão perceber um
toque de chocalho. Avizinhou-se da casa,
bateu, tentou forçar a porta (p. 13).
B) As manchas dos juazeiros tornaram a
aparecer, Fabiano aligeirou o passo,
esqueceu a fome, a canseira e os
ferimentos (p. 12).
C) Pelo espírito atribulado do sertanejo
passou a idéia de abandonar o filho
naquele descampado (p. 10).
D) Lembrou-se dos filhos, da mulher e da
cachorra, que estavam lá em cima,
debaixo de um juazeiro, com sede (p. 15).
Para responder à questão 15, considere
os seguintes fragmentos textuais:
Baleia queria dormir. Acordaria feliz, num
mundo cheio de preás. E lamberia as
mãos de Fabiano, um Fabiano enorme.
As crianças se espojariam com ela,
rolariam com ela num pátio enorme, num
chiqueiro enorme. O mundo ficaria todo
cheio de preás, gordos, enormes.
RAMOS, Graciliano. Vidas secas, p. 91.
Morreu na esteirinha rota, abandonada
de todos, como um gato sem dono.
Jamais, entretanto, ninguém morreu com
maior beleza. O delírio rodeou-a de
bonecas, todas louras, de olhos azuis. E
de anjos... E bonecas e anjos
remoinhavam-lhe em torno, numa
farândola do céu. Sentia-se agarrada por
aquelas mãozinhas de louça – abraçada,
rodopiada.
LOBATO, Monteiro. Negrinha, p. 25.
Questão 15
Nesses trechos, narra-se, o momento da
morte, respectivamente, das personagens
Baleia e Negrinha. Em cada um deles, o
narrador
A) reforça o caráter absurdo do
comportamento das personagens,
consideradas inferiores e anormais.
B) mostra o contraste entre a morte dos
privilegiados e a dos desvalidos
socialmente, com ênfase na crítica social.
C) utiliza o delírio como forma de anular a
dor da morte, intensificando o tom trágico
das narrativas.
D) apresenta possibilidades de situações
felizes para as personagens, em contraste
com a vida sofrida que tiveram.
UFRN !Vestibular 2010 11
Questão 16
Leia o fragmento abaixo, extraído de um
conto do livro Negrinha, de Monteiro Lobato:
Sempre que [...] se anunciava no jornal,
dando um número de telefone, aquele
diálogo se repetia. Seduzidas pelos
termos do anúncio, as donas de casa
telefonavam-lhe para “tratar” – e vinha
inevitavelmente a pergunta sobre a idade,
com a também inevitável resposta dos 36
anos. Isso desde antes da Grande Guerra.
Veio o 1914 – ela continuou nos 36. Veio
a batalha do Marne; veio o armistício – ela
firme nos 36. Tratado de Versalhes – 36.
Começos de Hitler e Mussolini – 36.
Convenção de Munique – 36...
Essa personagem “sem ânimo de abandonar
a casa dos 36 anos” é
A) Dona Teodora, do conto “Sorte grande”.
B) Dona Izabel, do conto “Os negros”.
C) Dona Ana, do conto “O drama da geada”.
D) Dona Expedita, do conto “Dona Expedita”.
Questão 17
O prefácio do livro Eles não usam black-tie
reproduz um artigo escrito, em 1960, pelo
jornalista Paulo Francis, sobre
Gianfrancesco Guarnieri. Afirma Paulo
Francis nesse artigo (p. 13): “Ele é um
dramaturgo que transmite a urgência dessa
tomada de posição, que a justapõe às
acomodações de ordem individual, pedindo
ao público que escolha entre as duas
atitudes. E o faz carregando consigo a
metrópole para o palco, indo ao centro do
conflito. Marca o despertar da geração de
hoje”.
As duas atitudes a que se refere o trecho
citado são a adesão à greve pelos
trabalhadores e a traição de Tião, o qual
prefere não participar do movimento.
A opinião do jornalista sobre o dramaturgo
se justifica pelo fato de a peça tratar da
A) revolta dos habitantes da periferia de uma
grande cidade.
B) desigualdade social sob a perspectiva da
luta de classes.
C) exploração dos trabalhadores pelos
sindicatos de esquerda.
D) impossibilidade de ascensão social da
classe operária.
Questão 18
Dona Lindoca, do conto “A policitemia de
Dona Lindoca”, de Monteiro Lobato, e Dona
Morgadinha, da crônica “O Marajá”, de Luis
Fernando Veríssimo, são personagens que
têm em comum
A) o apoio dos filhos, os quais reprovam o
comportamento adúltero dos pais.
B) um marido infiel, que recompensa a
infidelidade com atenção em excesso.
C) uma vida familiar que sofre alteração
devido a uma interferência externa.
D) a saúde debilitada, o que lhes tira a força
necessária para cuidar bem da família.
Questão 19
Leia o fragmento a seguir, extraído da
crônica “Vivendo e...”, de Luis Fernando
Veríssimo.
Na verdade, deve-se revisar aquela
antiga frase. É vivendo e
desaprendendo. Não falo daquelas
coisas que deixamos de fazer porque
não temos mais as condições físicas e
a coragem de antigamente, como subir
em bonde andando – mesmo porque
não há mais bondes andando. Falo da
sabedoria desperdiçada, das artes que
nos abandonaram.
VERÍSSIMO, Luis Fernando. Comédias para se ler na
escola. Rio de Janeiro: Objetiva. 2001, p. 46.
A alteração que o autor faz no ditado popular
“Vivendo e aprendendo” evidencia certo
sentimento de
A) nostalgia. C) incompreensão.
B) revolta. D) arrependimento.
Questão 20
Os fragmentos textuais abaixo foram
extraídos de crônicas de Luis Fernando
Veríssimo (2001). Aquele em que o termo
sublinhado constitui uma onomatopéia é:
A) “Originalmente, portanto, ‘tintim por tintim’
indicava um pagamento feito
minuciosamente, moeda por moeda.”
(Tintim, p. 64)
B) “Plúmbeo devia ser o barulho que um
corpo faz ao cair na água.” (Defenestração,
p. 60)
C) “Depois de dizer ‘quatrilhão’ você tem que
pular para trás, senão ele esmaga os
seus pés.” (Pudor, p. 70-71)
D) “É dizer ‘Sílfide’ e ficar vendo suas
evoluções no ar, como as de uma
borboleta.” (Pudor, p. 69)
12 UFRN !Vestibular 2010
História 21 a 32
Questão 21
Com a formação do Estado, no Egito Antigo,
“O faraó passou a concentrar todos os
poderes em suas mãos, sendo cada vez
mais considerado um deus vivo. Boa parte
das terras passou a ser controlada por ele, a
quem a população deveria pagar tributos e
servir, por meio de trabalho compulsório. A
personificação do Estado na figura do faraó
e a sua identificação com um deus, permite-
nos, portanto, falar em uma monarquia
teocrática no Egito Antigo.”
VICENTINO, Cláudio; DORIGO, Gianpaolo. História para o
ensino médio: história geral e do Brasil: volume único. São
Paulo: Scipione, 2001. p. 40.
Muitos Estados nacionais, no mundo
contemporâneo ocidental, orientam-se pelo
ideário laico e liberal-democrático,
diferentemente do Estado organizado no
antigo Egito, no qual predominava
A) o caráter autocrático, fundamentado na
Teoria do Direito Divino dos Reis,
formulada pelos pensadores Santo
Agostinho e São Tomás de Aquino.
B) a vinculação entre religião e política, que
norteou a organização do antigo Estado,
originado com a unidade entre o Alto e o
Baixo Egito.
C) o papel desempenhado pelos sacerdotes
na construção de uma proposta política
que contemplasse os interesses dos
camponeses.
D) a organização de uma diarquia teocrática,
segundo os princípios propostos por
Amenófis IV, quando da implantação da
reforma religiosa.
Questão 22
As imagens e o fragmento textual a seguir
abordam elementos essenciais do
feudalismo medieval.
Figura 1 – Camponês arando a terra
Figura 2 – Relações de suserania e de vassalagem
“O feudalismo foi constituído pela
articulação entre dois eixos de relações: as
relações feudo-vassálicas e as relações
servis de produção. As relações feudo-
vassálicas estabeleciam-se entre membros
da aristocracia militar e territorial e
baseavam-se no feudo, na fidelidade e na
reciprocidade. As relações servis de
produção estabeleciam-se entre o senhor
da terra e o trabalhador e estavam
baseadas na desigualdade de condições e
na exploração do trabalho.”
PEDRO, Antonio; LIMA, Lizânias de Souza; CARVALHO,
Yvone de. História do mundo ocidental: ensino médio.
São Paulo: FTD, 2005. p. 97.
A partir da análise das imagens e do
fragmento textual, sobre a sociedade
medieval na Europa Ocidental é correto
afirmar:
A) A reciprocidade típica das relações entre
suseranos e vassalos também estava
presente nas relações servis de produção,
devido às desigualdades sociais
existentes entre nobres e servos.
B) As relações de produção predominantes
no mundo feudal estavam assentadas na
exploração do trabalho dos vilões, que
viviam nas comunas, base política e
econômica de suseranos e vassalos.
C) As relações servis de produção
adquiriram importância e serviram de
sustentáculo para a manutenção da
aristocracia feudal, no interior da qual se
estabeleceram relações de suserania e de
vassalagem.
D) O desenvolvimento das relações servis de
produção, graças a sua alta produtividade
no final do período medieval, reforçou,
ainda mais, os vínculos entre suseranos e
vassalos em toda a Europa.
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UFRN !Vestibular 2010 13
Questão 23
Thomas Mun, pensador inglês do século
XVII, analisando o conjunto de práticas e
idéias econômicas adotadas pelos Estados
Modernos, afirmou:
“O recurso comum [...] para aumentar
nossa riqueza e tesouro é pelo comércio
externo, no qual devemos observar
algumas regras rígidas. A primeira é
vender mais aos estrangeiros,
anualmente, do que consumimos de seus
artigos. A parte de nosso stock que não
nos for devolvida em mercadorias deverá
necessariamente ser paga em dinheiro
[...].”
MUN, Thomas. In: FREITAS, Gustavo de. 900 textos e
documentos de história. Lisboa: Plátano, 1976, v. 2. p.
223.
O conjunto das práticas e idéias
econômicas a que o texto faz referência
constitui o
A) liberalismo econômico, que propunha a
consolidação da aliança política e
econômica dos reis absolutistas com as
burguesias nacionais.
B) mercantilismo, cujos princípios incluíam a
manutenção de uma balança comercial
favorável e o acúmulo de metais
preciosos.
C) mercantilismo, que defendia a completa
eliminação do metalismo, mediante a
criação de uma balança comercial
superavitária .
D) liberalismo inglês, para o qual a
intervenção do Estado era a única forma
de uma nação superar a pobreza.
Questão 24
Refletindo sobre os resultados da Revolução
Industrial inglesa do século XVIII, o
historiador Eric Hobsbawm escreveu:
“Saber se a Revolução Industrial deu à
maioria dos britânicos mais ou melhor
alimentação, vestuário e habitação, em
termos absolutos ou relativos, interessa,
naturalmente, a todo [estudioso].
Entretanto, ele terá deixado de apreender
o que a Revolução Industrial teve de
essencial, se esquecer que ela não
representou um simples processo de
adição ou subtração, mas sim uma
mudança social fundamental”.
HOBSBAWM, Eric. Da Revolução Industrial inglesa ao
imperialismo. Rio de Janeiro: Editora Forense-
Universitária, 1983. p. 74.
A mudança referida acima resultou na
A) crescente formação de sindicatos de
orientação socialista, fundamentados nas
aspirações políticas e sociais da classe
média inglesa.
B) ruína dos grandes proprietários de terras,
a partir do deslocamento do eixo
econômico, do campo para a produção
fabril de natureza urbana.
C) melhoria da ordem social existente, em
virtude da significativa remuneração do
trabalho feminino em relação à
remuneração do homem adulto.
D) nova condição do proletariado, destituído
de qualquer fonte de renda digna de
menção além do salário em dinheiro que
recebe por seu trabalho.
Questão 25
A imagem ao lado ilustra um aspecto da política
externa norte-americana no período posterior à
Segunda Guerra Mundial.
O Plano Marshall ao qual o cartaz se refere visava a
A) estabelecer bases políticas e militares nos países do
Leste Europeu, enfraquecendo o poderio da União
Soviética.
B) bloquear o desenvolvimento econômico dos países
dominados pela URSS, subordinando-os aos
interesses norte-americanos.
C) recuperar economicamente os países europeus
devastados pela guerra e impedir a disseminação
dos ideais comunistas.
D) garantir o acentuado processo de desnazificação na
Alemanha, o qual era uma das grandes bandeiras
dos EUA.
Disponível em: . Acesso em: 30 jul. 2009.
14 UFRN !Vestibular 2010
Questão 26
No Brasil, a estrutura fundiária está marcada
pela concentração de terras, uma das mais
acentuadas do mundo, e pelo latifúndio
improdutivo.
A análise do processo histórico indica que as
origens desses problemas, entre outros
motivos, relacionam-se com a
A) forma de ocupação territorial predominante
no período colonial, cuja base foi o sistema
sesmarial, aliada às conseqüências da Lei
de Terras.
B) distribuição de terras do tipo sesmarial
realizada pelas Câmaras Municipais, após a
Independência, e com os efeitos
decorrentes da imigração.
C) estrutura de propriedade decorrente da Lei
de Terras, no Primeiro Reinado, como
também com as facilidades concedidas aos
imigrantes para a aquisição de sesmarias.
D) compra de grandes extensões de terras
pelos senhores de engenho e mineradores,
no início da colonização, e com a atuação
desenfreada dos posseiros.
Questão 27
Sobre a chamada Inconfidência Mineira, a
historiadora Cristina Leminski afirmou:
“Sem a derrama, o movimento esvaziava-
se. Para a população em geral, se a
derrama não fosse imposta, não fazia
grande diferença se Minas era ou não
independente. O movimento era
fundamentalmente motivado por
interesses, não por ideais [...]. A prisão
dos homens mais eminentes de Vila Rica
provocou [...] alvoroço na cidade [...] e o
Visconde de Barbacena foi obrigado a
admitir que a tentativa de manter sigilo
sobre o processo seria inútil”.
LEMINSKI, Cristina. Tiradentes e a conspiração de
Minas Gerais . São Paulo: Scipione, 1994. p. 59-64.
O movimento do século XVIII abordado
nesse fragmento textual relaciona-se com a
A) pretensão das lideranças econômicas de
Vila Rica, principais beneficiadas com a
arrecadação tributária portuguesa.
B) repercussão da Revolução Francesa no
seio da elite intelectual colonial da região
aurífera nas Minas Gerais.
C) exploração tributária feita pela Metrópole
sobre os colonos portugueses, no
contexto da crise do antigo sistema
colonial.
D) revolta desencadeada pela decisão da
Coroa de instalar as Casas de Fundição,
com o propósito de cobrar o quinto.
Questão 28
O fragmento textual abaixo remete a uma
conjuntura da história brasileira no século
XIX.
“Quando se sabe que muitas das antigas
queixas das províncias se voltavam contra
a centralização monárquica, pode parecer
estranho o surgimento de tantas revoltas
nesse período. Afinal de contas, [se]
procurava dar alguma autonomia às
Assembléias Provinciais e organizar a
distribuição de rendas entre o governo
central e as províncias. Ocorre porém que,
agindo nesse sentido, [...] acabaram
incentivando as disputas entre elites
regionais pelo controle das províncias cuja
importância crescia. Além disso, o governo
perdera a aura de legitimidade que bem ou
mal tivera enquanto um imperador esteve
no trono”.
FAUSTO, Boris. História concisa do Brasil. São Paulo:
EDUSP, Imprensa Oficial do Estado, 2002. p. 89.
Nesse fragmento, o historiador Boris Fausto
refere-se às
A) rebeliões regenciais, que se opunham à
pretensão de D. Pedro I de unir as coroas
portuguesa e brasileira, o que implicaria a
recolonização do Brasil por Portugal.
B) revoltas militares decorrentes do
fortalecimento do Exército após a Guerra
do Paraguai, um dos principais fatores
para que se abreviasse o regime
monárquico brasileiro.
C) rebeliões de independência que eclodiram
em Minas Gerais e na Bahia após a
chegada da Família Real, em 1808, e que
ameaçaram seriamente a unidade política
nacional.
D) revoltas provinciais, após a renúncia do
Imperador D. Pedro I, em 1831, que
significaram uma ameaça à centralização
do poder e à unidade política do Império.
UFRN !Vestibular 2010 15
Questão 29
A eclosão de movimentos sociais rurais
ocorridos durante a República Velha
decorreu, dentre outros fatores, do quadro
de injustiça social e violência a que estavam
submetidas as camadas populares.
A Guerra de Canudos foi representativa
desse contexto, pois
A) os rebeldes de Canudos, além de se
oporem a algumas leis republicanas,
insurgiam-se contra o Estado e as
lideranças eclesiásticas, os quais os
excluíam, privando-os dos direitos mais
elementares.
B) a existência de uma comunidade
sertaneja, em Canudos, controlada pelos
coronéis e pela Igreja, foi imediatamente
entendida como uma ameaça à ordem
vigente.
C) a participação do campesinato, em
Canudos, um elemento de ruptura entre o
mundo rural e o urbano, decorreu da
acentuada influência das idéias do
movimento socialista no campo.
D) o fanatismo milenarista deu um caráter
religioso ao movimento, por isso ele foi
reprimido pelo governo monárquico, que o
percebeu como ameaça à ordem.
Questão 30
As imagens abaixo fazem referência a duas das mais ativas agremiações políticas brasileiras da
década de 1930.
Sobre as agremiações políticas às quais essas imagens estão vinculadas, é correto afirmar:
A) Eram profundamente influenciadas pelos ideais anarquistas e comunistas, que, a partir da
Europa, se difundiram para o Brasil.
B) Estavam em posições ideológicas antagônicas, que refletiam o contexto de polarização
existente na Europa.
C) Participaram de um governo de coalizão com Vargas, após o golpe de 1937, que instituiu
o Estado Novo no Brasil.
D) Difundiram o ideário nazifascista, proposto pelos comunistas e integralistas, base
ideológica do Estado Novo.
Disponível em:
Acesso em: 10 ago. 2009.
Disponível em:
Acesso
em: 28 ago. 2009.
16 UFRN !Vestibular 2010
Questão 31
Ao se referir ao domínio holandês sobre a capitania do Rio Grande, no século XVII, Câmara
Cascudo afirmou:
“A conservação do Rio Grande foi uma questão vital, indiscutida, e todas as fontes
holandesas são unânimes [...]. ‘Em 1635 os Conselheiros Políticos exaltaram a conquista
final desta Capitania, como um benefício inestimável da fortuna’.”
CASCUDO, Luís da Câmara. História da Cidade do Natal. Natal: RN Econômico, 1999. p. 66.
Um dos motivos pelos quais os flamengos exaltaram a conquista da capitania do Rio Grande foi
o seguinte:
A) sem o amplo controle do rebanho bovino dessa capitania, a alimentação da crescente
população holandesa em Pernambuco seria algo muito difícil.
B) para os holandeses, o essencial era o domínio da região açucareira do Engenho Cunhaú, cuja
produção rivalizava com as dos maiores centros produtores do Nordeste.
C) à época, o expressivo processo de urbanização de Natal tornava o domínio dessa capitania
imprescindível para a instalação da estrutura administrativa dos holandeses.
D) com a derrota holandesa na Batalha dos Guararapes, Maurício de Nassau foi forçado a
deslocar suas tropas de Recife para a chamada Nova Amsterdam.
Questão 32
No dia 10 de fevereiro de 1944, uma crônica publicada no jornal O Diário retratou aspectos do
cotidiano da cidade de Natal, nos seguintes termos:
“Meio displicente o cronista entrou no café.
[...] tipos de uma outra raça, a que a uniformidade das fardas cáquis emprestava um tom
militar, enchiam as mesas. [...] A algaravia que se falava era estranha. [...] Sobre a fala de
alguns quepes, o brasão de Suas Majestades Britânicas, ou as iniciais simbólicas da RAF
canadense. A maioria, porém, era de gente da América [...].
O cronista olhou para os lados, curioso. Brasileiro, ele apenas. Sim, também as pequenas
garçonnettes [...].
No entanto, aquele era um simples e muito nortista ‘café’ da rua Dr. Barata, por mais que a
paisagem humana se mesclasse de exemplares de terras diferentes...”
Apud PEDREIRA, Flávia de Sá. Chiclete eu misturo com banana: carnaval e cotidiano de guerra em Natal. Natal: EDUFRN,
2005. p. 217.
Considerando-se o fragmento textual acima e as informações históricas sobre o período a que
ele se refere, é correto afirmar:
A) Pela proximidade com a África e por ter sediado importantes bases militares dos Estados
Unidos, Natal foi alvo de esporádicos ataques das tropas da Alemanha.
B) Os natalenses passaram a rejeitar, paulatinamente, os hábitos dos estrangeiros, como os
estilos musicais norte-americanos, o uso de roupas informais e de palavras da língua inglesa.
C) O início da guerra e a ameaça de bombardeios aéreos mudaram o clima de festa em que Natal
vivia e acirraram, ainda mais, as rivalidades entre brasileiros e norte-americanos.
D) A presença de um grande contingente de militares de outros países e a circulação de moeda
estrangeira agitaram, de forma significativa, a vida da outrora pacata Natal.
UFRN !Vestibular 2010 17
Geografia 33 a 44
Questão 33
As formações vegetais se desenvolvem de acordo com o tipo de clima, o de solo e o de relevo
em que se situam.
Observe o mapa a seguir.
Considerando-se a relação entre vegetação e clima, as áreas 1 e 3,destacadas no mapa,
correspondem, respectivamente, à
A) Caatinga, situada no domínio climático semi-árido, e à Mata de Araucária, localizada em área
de clima subtropical.
B) Mata dos Cocais, situada em área de clima tropical, e aos Campos ou Pampas, localizados no
domínio do clima tropical úmido.
C) Mata dos Cocais, localizada no domínio do clima tropical, e à Mata de Araucária, situada em
área de clima subtropical.
D) Caatinga, localizada em área de clima semi-árido, e aos Campos ou Pampas, situados no
domínio do clima tropical úmido.
TAMDJIAN, James Onnig; MENDES, Ivan Lazzari. Geografia geral e do Brasil:
estudos para a compreensão do espaço. São Paulo: FTD, p. 75-76. [Adaptado]
FORMAÇÕES VEGETAIS BRASILEIRAS
1
3
18 UFRN !Vestibular 2010
Questão 34
Anualmente, acontece o Grande Prêmio de Fórmula 1, que se realiza em diferentes localidades
do mundo. De acordo com o calendário 2009, a largada do Grande Prêmio da Austrália, realizado
em Melbourne, ocorreu às 16 h do dia 29 de março.
Observe o mapa dos Fusos Horários, a seguir.
Fonte: ANTUNES, Celso. Geografia e participação. São Paulo; Moderna, p. 50. [Adaptado]
Considerando-se a diferença de fusos horários entre Melbourne e Brasília, a hora e a data da
largada indicada acima, correspondiam na capital do Brasil, a
A) 3 h do dia 28 de março. C) 3 h do dia 29 de março.
B) 2 h do dia 28 de março. D) 2 h do dia 29 de março.
Questão 35
A II Guerra foi um fato marcante para a sociedade mundial. Dentre os acontecimentos desse
período, destacam-se a participação e a derrota do Japão, que lhe custaram a perda dos
territórios conquistados, desde o século XIX, e a destruição da economia do país. Apesar de tal
situação, entre 1945 (final da guerra) e a década de 1980, o Japão vivenciou uma reestruturação
que o elevou à segunda posição entre as maiores economias do mundo.
Dentre os fatores que favoreceram a reestruturação econômica desse país, destaca-se
A) a formação de uma poupança interna, que permitiu o direcionamento de novos investimentos
sociais e industriais pelo Estado.
B) a política econômica voltada para estimular a importação de tecnologias e produtos, visando à
ampliação do mercado de consumo.
C) o desenvolvimento da indústria bélica, como forma de torná-lo uma potência militar na região
do Pacífico.
D) o investimento do capital europeu, objetivando frear a influência do socialismo na região do
Pacífico.
UFRN !Vestibular 2010 19
Questão 36
As transformações verificadas no decorrer
da Revolução Técnico-Científica, ou Terceira
Revolução Industrial, foram acompanhadas
de uma crescente necessidade de energia.
Assim, um dos grandes desafios do mundo
atual é a ampliação dos recursos
energéticos.
A respeito de fontes de energia no mundo, é
correto afirmar:
A) A energia eólica constitui-se em uma
fonte alternativa, devido aos baixos
custos e às possibilidades de produção,
que independem das condições físicas
locais.
B) O álcool, utilizado como combustível para
automóveis, tem-se apresentado como
uma fonte renovável e menos poluidora
que a gasolina.
C) A energia hidráulica, amplamente
empregada no consumo doméstico,
produz elevados impactos ambientais,
devido ao alto nível de poluição que gera.
D) O petróleo é um combustível fóssil que
tem amplo campo de exploração e
consumo, pois é uma fonte de energia
renovável.
Questão 37
A respeito do comércio global de alimentos
no contexto atual, é correto afirmar:
A) A Argentina apresenta uma baixa
produção de cereais, constituindo-se em
um dos maiores importadores de trigo.
B) O Brasil assume uma posição irrelevante
na produção mundial de soja.
C) O Japão se destaca na produção de
cereais, constituindo-se em um dos
principais exportadores de trigo.
D) Os Estados Unidos assumem posição de
liderança na produção mundial de soja.
Questão 38
Os fenômenos climáticos têm sido discutidos
em diversos fóruns da sociedade
contemporânea. Um desses fenômenos se
caracteriza pelo aquecimento, superior à
média, das águas superficiais do Oceano
Pacífico, nas proximidades da linha do
Equador.
O fenômeno referido é
A) El Niño, cuja ocorrência provoca estiagem
no Nordeste brasileiro.
B) La Niña, cuja ocorrência provoca chuvas
no Nordeste brasileiro.
C) El Niño, que, ao se manifestar, ocasiona
estiagem no Sul do Brasil.
D) La Niña, que, ao se manifestar, ocasiona
chuvas no Sul do Brasil.
Questão 39
Os censos demográficos de 1991 e 2000
(IBGE) demonstram alterações na dinâmica
da população do Rio Grande do Norte.
Sobre essa dinâmica no território potiguar, é
correto afirmar:
A) A Região do Seridó apresenta um
acelerado crescimento da população,
devido ao desenvolvimento do setor
turístico e à revitalização da atividade
industrial têxtil.
B) A Região de Mossoró configura-se como
a área de maior atração e concentração
populacional, por ser o principal centro de
comercialização de produtos agrícolas,
destacando-se a fruticultura.
C) A Região Metropolitana de Natal é a área
de maior atração e concentração
populacional, por ser o principal pólo de
indústrias e serviços e das atividades
públicas administrativas do estado.
D) A Região da Chapada do Apodi registra
um acelerado crescimento da população,
em decorrência do desenvolvimento do
segmento fruticultor e da atividade
pesqueira.
20 UFRN !Vestibular 2010
Questão 40
O Brasil é rico em recursos minerais, condição que está associada ao arcabouço geológico do
país.
Observe, no mapa a seguir, a área destacada.
Brasil: Geologia e Ocorrência Mineral
Fonte: SIMIELLI, Maria Elena. Geoatlas. São Paulo: Ed. Ática, 2001, p. 83.
A área em destaque corresponde a
A) terrenos cristalinos, onde se verificam as principais concentrações de carvão mineral do
país.
B) terrenos sedimentares, onde se localizam as principais jazidas de carvão mineral do
Brasil.
C) terrenos sedimentares, onde se concentram as maiores reservas de petróleo do país.
D) terrenos cristalinos, onde se encontram as maiores ocorrências de petróleo do Brasil.
Questão 41
A globalização faz parte do processo de
expansão do capitalismo, que atinge as
diversas esferas da sociedade, em escala
planetária.
Sobre a globalização, é correto afirmar que
se trata de um processo
A) o qual, embora apresente tendência à
homogeneização do espaço mundial, é
seletivo e excludente.
B) o qual, embora apresente tendência à
fragmentação do espaço mundial, tem
reduzido as desigualdades
socioeconômicas.
C) o qual eleva a produção da riqueza e
conduz à distribuição eqüitativa de renda
entre os países do mundo.
D) o qual reduz a competitividade entre os
países e ameniza os conflitos
nacionalistas.
Questão 42
O processo de modernização da economia
brasileira interferiu no espaço rural,
provocando mudanças.
Nesse contexto, é correto afirmar sobre o
espaço rural:
A) As atividades econômicas se ampliaram,
aprofundando a desarticulação entre os
segmentos agropecuário, industrial e de
serviço.
B) A produção rural se desenvolve de modo
independente da dinâmica do capital
urbano-industrial.
C) A produção rural restringe a oferta de
alimentos ao atendimento das demandas
do mercado interno.
D) As atividades econômicas se
diversificaram, articulando os setores
agropecuário, industrial e de serviço.
Geologia
Ocorrência Mineral
UFRN !Vestibular 2010 21
Questão 43
Na década de 1940, teve início a exploração
da scheelita no Rio Grande do Norte,
elevando o estado à condição de maior
produtor desse minério no Brasil. A Região
do Seridó era o principal pólo de produção.
A respeito da produção da scheelita no Rio
Grande do Norte, é correto afirmar:
A) A crise na comercialização desse minério
no mercado externo forçou o
redirecionamento da produção para
atender às demandas do mercado interno,
assegurando a manutenção da atividade
na Região do Seridó.
B) A exploração desse minério na Região do
Seridó registrou crescimento durante a II
Guerra Mundial, por ser esse minério um
componente importante na fabricação de
armamentos.
C) A exploração desse minério na Região do
Seridó foi ampliada a partir da
concorrência com a produção chinesa,
que praticava preços mais elevados no
mercado internacional.
D) A crise na produção desse minério
durante a II Guerra Mundial decorreu da
necessidade de investimentos em
tecnologias, em um contexto de
diminuição das reservas minerais da
Região do Seridó.
Questão 44
No Brasil, um dos graves problemas do campo é a distorção da estrutura fundiária, marcada por
forte concentração de terras.
O mapa a seguir mostra a distribuição regional dos imóveis rurais.
Brasil: tipos de imóveis rurais – distribuição regional (%)
Fonte: MOREIRA, Igor. Espaço geográfico: geografia geral e do Brasil. São Paulo: Ática, 2006, p. 287. [Adaptado]
Considerando-se as informações acima apresentadas, é correto afirmar:
A) A estrutura fundiária da Região Sul tem um elevado percentual de grandes propriedades
que ocupam a maior parte da área total dos imóveis rurais.
B) A estrutura fundiária da Região Norte apresenta um baixo percentual de pequenas
propriedades que ocupam a maior parte da área total dos imóveis rurais.
C) A estrutura fundiária da Região Sul apresenta elevado percentual de pequenas
propriedades que ocupam a menor parte da área total dos imóveis rurais.
D) A estrutura fundiária da Região Norte tem um baixo percentual de grandes propriedades
que ocupam a maior parte da área total dos imóveis rurais.
174
Anexo C - Expectativa da redação
CRITÉRIOS QUE ORIENTARAM A AVALIAÇÃO DA PROVA DE REDAÇÃO
Avaliaram-se, separadamente, dois aspectos: argumentação (peso 6) e regras da língua: registro padrão (peso 4).
NÍVEIS DE DESEMPENHO
COMPETÊNCIAS
O texto revela uma
impressão de qualidade e
perspicácia
o texto revela uma
clareza e uma certa
reflexão
O texto é aceitável O texto apresenta falhas
diversas
O texto é
fragmentado ou
incompleto
• apresenta o tema e a
questão a ser discutida;
• enuncia claramente uma
posição (tese) acerca da
questão em foco e constrói
argumentos que a
fundamentam;
• refuta, total ou
parcialmente, a tese e
o(s) argumento(s)
contrário(s);
• mantém a orientação
argumentativa do texto
agenciando as informações
de maneira contínua,
progressiva e coerente;
• apresenta uma conclusão
relacionada com a tese e
os diferentes aspectos
tratados.
Na introdução, o candidato
chama a atenção do
interlocutor demonstrando
originalidade,
comprometimento com a tese
a ser defendida e preocupação
em convencer.
A tese resulta de uma reflexão
crítica, é sustentada por
argumentos consistentes,
desenvolvidos com certa
profundidade, e mantida ao
longo do texto.
A tese e os argumentos
contrários são anulados,
salientando-se o aspecto
errôneo do julgamento neles
implicado.
Os argumentos apresentam-se
bem articulados por
operadores e/ou elementos
textualizadores que asseguram
a coerência e a progressão
textuais.
A conclusão reforça a unidade
do texto e demonstra
originalidade.
A introdução orienta a
seqüência do texto e é
caracterizada por um certo
toque pessoal.
A tese revela uma certa
reflexão, é sustentada por
argumentos convincentes,
desenvolvidos com certa
profundidade, e mantida ao
longo do texto.
A tese contrária é refutada e
anula-se um dos argumentos
contrários.
Os argumentos apresentam-
se articulados por
operadores e/ou elementos
textualizadores que
contribuem para a coerência
e a progressão textuais.
A conclusão contribui para a
unidade do texto graças a
um toque pessoal.
A introdução orienta a seqüência
do texto de maneira geral ou
mecânica, sem despertar no
interlocutor o interesse em dar
continuidade à leitura.
A tese é sustentada por
argumentos apresentados de
forma sumária, sem
aprofundamento ou algum
desenvolvimento.
A tese contrária é negada, mas
não há o desenvolvimento de
contra-argumentação.
Os argumentos, em geral, não
se apresentam articulados por
operadores e/ou elementos
textualizadores, interferindo na
coerência e na progressão
textuais.
A conclusão é apresentada de
modo mecânico, podendo conter
repetição de alguns elementos
da introdução.
A introdução pouco orienta a
seqüência do texto; certos
elementos podem estar
ausentes.
A tese é vaga, os argumentos
e as informações são
insuficientes ou inadequados.
Não há refutação de
tese/argumentos contrários.
Os argumentos apresentam-
se atomizados, impedindo o
estabelecimento da coerência
e da progressão textuais.
A conclusão tem uma relação
vaga com o texto; certos
elementos podem estar
ausentes.
O desenvolvimento da
argumentação é apenas
esboçado ou não
pertinente (ex: não
atende a proposta)
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NÍVEIS DE DESEMPENHO
COMPETÊNCIAS
O texto revela um
excelente conhecimento
das regras da língua
O texto revela um bom
conhecimento das regras
da língua
O texto revela um
conhecimento geral das
regras da língua
O texto revela um
conhecimento limitado
das regras da língua
O texto revela um
conhecimento
nitidamente
insuficiente das regras
da língua
• construção e pontuação de
frases;
• léxico;
• formas verbais (flexões);
• ortografia;
• regência, colocação e
concordância;
• registro padrão da
modalidade escrita.
frases bem construídas e
bem pontuadas
escolhas lexicais precisas e
variadas
formas verbais corretas
ortografia correta
regência, colocação e
concordância adequadas
não-interferência de
registros inadequados à
situação comunicativa
frases construídas e
pontuadas, de modo geral,
corretamente
escolhas lexicais adequadas
formas verbais, de modo
geral, corretas
ortografia, de modo geral,
correta
regência, colocação e
concordância adequadas
poucas interferências de
registros inadequados à
situação comunicativa
frases construídas e
pontuadas, de modo geral,
corretamente, podendo
algumas apresentar problema
de incompletude ou
truncamento
vocabulário pouco variado;
poucos casos de inadequação
vocabular, sem
comprometimento da coerência
textual
formas verbais, de modo geral,
corretas, embora haja erros,
alguns dos quais recorrentes
ortografia, em geral, correta
alguns erros de regência,
colocação e/ou concordância
interferências recorrentes de
registros inadequados,
algumas das quais graves
várias frases truncadas ou
com erros graves de
pontuação
vocabulário restrito; vários
casos de inadequação
vocabular, comprometendo
seriamente a coerência
textual
formas verbais com vários
erros, alguns dos quais
graves
vários erros de ortografia
vários erros de regência,
colocação e/ou concordância,
alguns dos quais graves
numerosas interferências de
registros inadequados à
situação de comunicação,
algumas das quais graves
Atribuiu-se nota ZERO ao texto em qualquer uma das condições seguintes:
• Estava redigido fora do espaço destinado à versão definitiva.
• Estava redigido em versos.
• Não apresentava um ponto de vista fundamentado em argumento(s).
• Fugia completamente à proposta temática.
• Continha assinatura ou pseudônimo.
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174
Anexo D - Textos selecionados para análise (corpus)
Texto 01
Vigiados por câmeras
O sistema vigilante tem crescido bastante nos últimos anos e ainda mais nessa
fase de tecnologia avançada. Este crescimento dar-se por causa da insegurança em que
as pessoas vivem de vido a marginalização global, que vem da falta de emprego, falta
de educação ou de remuneração baixa. As pessoas sentem-se acolhidas com medo de
assalto, violência. De alguma forma procuram se proteger, o meio mais usado são as
câmeras, pois através delas o cidadão poderá evitar um suposto assalto.
No Brasil o emprego tem aumentado 9% nos últimos dois anos, mas ainda é
muito pouco. O governo deveria investir mais na educação, aumentará as chances de
um indivíduo conseguir emprego.
Outro ponto em que o governo poderia ajudar seria em relação aos impostos.
Poderiam cobrar de acordo com a renda do cidadão, algo que não acontece aqui no
Brasil, já que dos pobres é cobrado 33% de sua renda e dos ricos apenas 23% de sua
renda. Também poderiam aumentar o salário mínimo.
Dando ao cidadão o seu direito de ser cidadão, diminuirá e muito a
marginalização e com isso não precisarão ser vigiados por câmeras.
Texto 02
Big Brother
O mundo de hoje esta sendo todo vigiado por cameras, que estan por toda as
partes, no trabalho, em casa, nas ruas, nas lojas essas cameras por um lado mostra
demais nossa intimidade pessoal, nossa privacidade para fazer certas coisas que
sentimos vergonha de fazer com essas cameras olhando pois nen sabenos quem esta
olhando por elas.
O pronaga mesmo da televisão o “Big Brother Brasil” mostra bem isso, a nossa
intimidade para as outras, nen podemos saír do apartamento pegar um elevador que ja
se depasanar com uma camera, no prédio do hotel, nas ruas, sera que estamos dentro do
progana tambem esta só faltando receber o dinheiro que o programa oferece. Mais não
ganha esse dinheiro logo, mais vamos ganhar segurança na nossa vida, pois se
precisarmos de ajuda tem cameras por perto para nos ajudar as cameras em casa dar
mais segurança no nosso lar, já para as ladras estas cameras colocando pelo mundo já
intimido, comando medo por isso a camera não trair tanta seguranças.
Como podemos ver as cameras pelo mundo esse Big Brother da vida nos trais
dois lados de que conviver com isso esse lado bom a segurança e o ruim falta de
privacidade.
Texto 03
De olho nos passos
A globalização nos trouxe várias coisas boas e ruins, e uma coisa boa que ela
nos forneceu foi a tecnologia, que nos permite usar recursos tecnológicos, como a
câmera, seja para filmar eventos ou fazer vigilância.
Podemos citar como ponto positivo a segurança, que permite vigiar mais de
perto os pontos críticos da segurança pública, por exemplo, as ruas, as praças, e as
estações de metrô. Áreas particulares como bancos, portaria de prédios e
estabelecimentos comerciais também utilizam as câmeras para o bem estar dos
cidadãos que frequentam seus ambientes.
Outro ponto também que podemos colocar em pauta é a vigilância dentro de
ambientes fechados, como os elevadores, que permite uma segurança maior pra quem o
utiliza. Se acontece um eventual problema no elevador, as pessoas que estiverem
dentro dele, terão condições de se comunicar e serem vistas por quem for responsável
pelo sistema, assim, não ocorrerá maiores danos.
Em contrapartida, podemos nos questionar onde que fica o direito a liberdade
de ir e vir, já que câmeras espalhadas em todos os cantos possíveis estariam nos
vigiando.
Por fim, o uso de recursos tecnológicos, como as câmeras, ajudam o cidadão a
conviver melhor na sociedade em que vivemos hoje, passando um tipo de confiança, já
que estamos sendo monitorados.
Texto 04
Segurança ou falta de privacidade?
Notoriamente tem-se visto em todos os lugares um sistema de câmeras: bancos,
supermercados, portarias e tantos outros locais. Com a globalização, a informatização
junto com outros recursos igualáveis, o sistema de seguranças do mundo ainda é pouco
para manter a população segura, embora funcione bastante.
O mundo atual necessita de segurança todo lugar, tendo em vista tantos
acontecimentos diários presenciado pela população e vistos nos telejornais e
noticiários. Então é importante essa segurança como também o investimento nessa
área.
O leitor pode até pensar que a instalação de câmeras no próprio condomínio que
reside é uma falta de privacidade, ou entrar no elevador e ser monitorado. É errôneo
pensar assim. Já imaginou quantas quadrilhas foram descobertas tentando assaltar
prédios ou até mesmo ladrões flagrados por câmeras de banco, onde o mesmo ladrão
roubou o cartão magnético do cliente e foi descoberto através dos vídeos.
Assim, podemos reforçar a importância que a segurança tem no nosso dia-a-dia,
quão precioso é entender que a segurança é fator imprescindível na modernidade e que
é uma tendência em todo o mundo.
Texto 05
O mundo e suas tecnológias
Sabido que, alguns dados comprovam que, a cada dia o mundo passa por
diversas mudanças entre elas esta a tecnologia. Pois, atráves dela os cidadãos se sentem
seguros e ao mesmo tempo em alguns lugares sem privacidade, pois à câmeras em
vários pontos das cidades como nas principais avenidas e ruas da cidade.
O fato de, todos viverem cercados por câmeras, não só mostra que, sempre que
saímos estamos sendo vigiado, mais se a tecnologia continuar assim, poderemos um dia
dizer que somos livres.
Percebe-se que, dentro de um mundo tecnólogico ainda à pessoas que acham,
que, a tecnologia não pode mudar uma população onde acontece tantas tragédia.
Devido a todos instrumentos tecnólogicos como, câmeras, gravadores de voz,
alarmes isto ajuda bastante, que em si a população acha que todo depende desses tais
instrumentos, mais todos devem saber como usá-los
Texto 06
Artigo de luxo
Em meio a tanta violência passamos a viver como na Paz Armada, um que a
potências mundiais investiam em armamentos a espera da grande guerra. O que se
observa é uma inversão de papéis: criminosos em liberdade e nós vivendo monitorados
por câmeras que estão por toda a parte; aprisionados em nossos lares por cercas
elétricas e sendo abordados em estabelecimentos privados por seguranças particulares.
O fato é que a segurança se tornou um “artigo de luxo”, pois a população menos
favorecida (representando a maior parte da sociedade) não tem condições de se
prevenir em níveis igualitários a elite.
É bem verdade que cada um se previne como pode e que não seria justo com
aqueles que tem acesso a esse tão “valioso bem” que abrissem mão do mesmo apenas
porque não é acessível a todos. mas, o que realmente não é justo é a segurança que
deveria ser direito de todos ser apenas para alguns.
Desta maneira só estamos aumentando a desigualdade social, o que na minha
opinião é a principal causa do crescimento do índice de criminalidade mundial. Não é
se equipando de recursos tecnológicos que vamos conseguir manter a ordem pública e
proteger a cidadania da violência, é investindo no desenvolvimento da classe pobre da
sociedade.
Assim, sabemos que o percentual da violência não chegaria perto de ser zero,
mas haveria um declíneo considerável, com pessoas que não seriam obrigadas a
praticar furtos, comercializar drogas, entre outros crimes apenas para o seu sustento.
Texto 07
Assim se pode construir um Brasil melhor
Nas grandes metropoles de todo o país nota-se que a violência vem aumentando
em larga escala, visando diminuir assaltos e acidentes no trânsito, melhorando a
segurança, os cidadões vivem cercados por câmeras no seu dia-a-dia, na rua como
também elevadores, portarias de prédios, bancos.
Essa vigilância por meio desse recurso tecnológico um ajudando a policia a
investigar casos como assaltos em supermercados, bancos e até assassinato
comprovando-se o individuo que cometeu o crime e colocando-o na cadeia.
Acidentes de trânsito que na maioria das vezes ocasiona a morte de inocentes
pessoas, por simples discussões.
Como visto este monitoramento até um pouco excessivo é preciso, pois garante
a segurança do cidadão e o governo pode e deve melhorar a vida dos brasileiros,
proporcionando uma vida mais segura.
Texto 08
Elos que não deixão escolha
As câmeras no mundo atual fazem parte do nosso cotidiano, em todos os
ambientes eles estão lá paradinhas ajudando a solucionar crimes e também nóis
passando maior tranquilidade e segurança.
No mundo em que estamos, com altos índices de criminalidade elas nóis
proporcionão um bem-estar, uma segurança temporária, ajudando até mesmo o polícia
na identificação de criminosos.
Com todos esses pontos positivos ela também tem pontos negativos, como a
falta de privacidade, você não pode dar lhes movimento sem que esteja sendo filmado é
quase um “realite show” com você mesmo, elas estão em todos os lugares como
elevadores, prédios, bancos, shoping, supermercado, ficou muito facil de se comprar e
instalar uma câmera com isso a criminalidade caio muito nós ultimos anos depois da
utilização dela nos ruidenviar.
Elas só vieram para nos dar um pouco mais de segurança, às vezes nos intimida,
mas que é de extrema necessidade para ter maior controle sobre a novidade que cada
voz se torna mais e mais vigiada por ela.
Texto 09
O que o mundo quer
O mundo clama por segurança. E a indústria de recursos tecnológicos para
captação de imagens, sensoriamento entre outros, responde prontamente ao chamado.
É preciso diligência! Boa postura, vestimenta adequada e um leve sorriso são
quesitos importantes e que pesam no comportamento de quem tem sua imagem
registrada, quase que diariamente, por câmeras de segurança e controle, cada dia mais
frequentes, em todos os lugares, para o bem de todos.
Graças aos avanços tecnológicos da atualidade, podemos usufruir de
equipamentos que previnem e por vezes neutralizam ações de violência. Exemplo disso
são as portas magnéticas (com sensores), que restringem o acesso de portadores de
objetos metálicos, favorecendo a segurança principalmente de entidades financeiras,
que são alvo de crimes de sobtração, por abrigarem grandes valores em objetos e
moedas financeiras.
É beneficiária também a justiça, uma vez que registros de imagens são provas
incontestáveis de ações criminosas, garantindo mais eficiência aos métodos de
aplicações da justiça.
Mas há ainda quem se posioione contra os recursos de segurança eletrônica,
sugerindo que o direito básico à privacidade é violado; entretanto, basta que o
pensamento do concordante com esla idéia se volte para a verdadeira violação da
privacidade, expressa no uso ilimitado da internet que foi elevada à posição de “motor
do mundo” com aval de toda a sociedade, para que esse argumento perca a sua
fundamentação.
Enfim, que se abram portas e janelas para desejar boas vindas às próximas (e
mais avançadas) tecnologias em prol da segurança. é o que o mundo quer.
Texto 10
Quem está preso?
Não é preciso especialista em segurança pública para percebermos que os casos
de violência estão em patamares cada vez maiores, o que está causando medo à
população.
Em virtude disso, com a tentativa de prevenir ou minimizar esses casos é que
agências e empresas usam as câmeras para impactar os ladrões. Elas tem como objetivo
inibir a atuação do ladrão, deixa-los apreensivos, o que não ocorre.
Por essa ineficiência é que está aumentando o uso de recursos tecnológicos
destinados à segurança. Esses que ainda deixam brechas para a atuação, para um
possivel assalto, fazendo com que as pessoas se prendam cada vez mais em suas casas,
querendo uma segurança muito difícil de ser alcançada.
Isso faz a população pensar. Onde é que vai parar essa situação? A resposta é:
As pessoas de bem presas dentro de suas casas enquanto que os ladrões estão soltos nas
ruas causando medo a uma população que não sabe como agir. As casas se tornando
verdadeiras prisões, porém deveriam ser os ladrões os prisioneiros.
Portanto a solução mais eficaz seria uma melhoria da segurança pública e não
individual, colocando os infratores em prisões, essas sim, bem reforçadas com muitos
recursos tecnológicos de segurança.
Texto 11
A Segurança Digital
No mundo em que vivemos atualmente, a segurança cresce de forma rápida
nesta sociedade moderna, e logo, os beneficios que algumas tecnologias trás são
eficasses para a vida do cidadão.
Como a segurança é um dos temas mais comentados de todos os tempos em
diversas reuniões ou encontros politicos e sociais, onde uma das tendências mundial
para a insegurança são os chamados “recursos tecnológicos”, que são equipamentos de
vigilância eletronicas (câmera, áudio, sensores de infravermelho) que encontra-se
localizado em diversos locais a fim de contribuir para uma segurança mais agil para o
cidadão.
Estes equipamentos trazem beneficios enormes para a vida do cidadão, onde
demonstra mais segurança e servir como prova para alguem fato que ocorra ao mesmo
ou para qual quer outro dano que venha a ocorre ao cidadão que usufrui de um “bom”,
como os patrimônios públicos, particulares, entre outros.
Que em virtude dos fatos mencionados, devemos usufruir destes recursos
tecnológicos, sem abrirmos mão da nossa privacidade, onde podemos um dia viver em
união com estes equipamentos, onde um dia esta segurança seja mais eficaz para o
cidadão que sofre com esta marginalização dos tempos modernos.
Texto 12
A importância de câmeras no Brasil
Nós dias atuais vivemos momentos de tensão, somos vítimas de assaltos em
bancos, supermercado, com isso o monitoramento de câmaras é fundamentas para
população brasileira. Com a tecnológia avançada abrangendo benefícios esse benefício
tecnológico.
Com estalações de camáras faz com que fiquemos mais protegido de furtos,
quando vamos ao mercado ou umas loja de roupas e você percebe que está sendo
filmado da impressão de desconfiança, mais ao mesmo tempo de alívio
Além disso governantes é para contribuir com essa tecnológia, nas ruas por
exemplo onde está concentrada milhares de pessoas que vão ao trabalho ou outras
passear, e em todo lugar que formos tem que ter câmaras, vamos lutar para que isso
aconteça para podermo viver melhor e em paz neste país maravilhoso que é o Brasil.
Texto 13
Câmera: A Tecnologia a nosso favor
A inexistência de segurança no país é polemicamente discutida por todo o
mundo. Como o Brasil poderá sediar as olimpíadas de 2016, se nem mesmo consegue,
manter os cidadãos brasileiros seguros? as estatísticas mostram que, cada vez mais,
evita-se sair de casa, seja por medo de assalto, “acerto de conta”, estupro, estresse no
trânsito, entre outras violências ocorridas diariamente. Todos se indagam: Quando
teremos paz?
Os noticiários demonstram as barbaridades cometidas, que revolta a população,
porém que nem sempre podem ser julgadas por falta de provas. Como solução para este
problema, as empresas estão investindo em câmeras, com o objetivo de facilitar a
identificação do indeliquinte. Essa medida está virando epidemia mundial, em busca de
inibir infratores da lei, é adotada em ruas, trânsito, casas, deixando evidente que não se
confia mais, nem mesmo nas pessoas que se convive diariamente.
Babá espanca criança ou idoso, assaltante de banco foi identificado, mulher
reconhece estuprador em vídeo, menor infrator vai parar nas mãos da justiça, são
alguns casos que são solucionados com rapidez e eficácia, por conterem prova do
crime, ou seja, com as filmagens o trabalho da justiça é facilitado.
A evolução tecnológica tem possibilitado a melhoria da qualidade de vida e
amenizado a impunidade deste país. A utilização das câmeras nos traz um pouco mais
de segurança, é a tecnologia a nosso favor.
Texto 14
Câmera em ação!
Quando você está entrando em um supermercado. Fique as novas tecnologia
sempre lhe filma.
Portanto, é bom procurar não errar, pois o mundo está evoluindo.
Graças a inteligência humana, já temos algo para nos dar mais segurança
principalmente nas horas de fazer compras passeio e viagens.
Apois, fique esperto quem pensa que não vai ser vigiado sem perceber.
Porque, quando vocês bandido, vão assaltar, roubar não liga em tirar a vida do
cidadão.
Esperamos novas lecnologia para termos mais seguranças.
Texto 15
Invasão mordena de privacidade
Muitas vezes discretas e modernas, essas são as principais características das
câmera de segurança, à invasora de nossa privacidade, que por outro lado minimiza a
ação de marginais inibindo as possíveis infrações ajudando no reconhecimento e na
captura dos infratores.
Hoje em dia muitas residências, casas e prédios, empresa privadas e públicas
certas comércios além das vias publicas estão munidas com câmera de segurança, as
pessoas que residem nas áreas urbanas tem sua privacidade invadida por essas câmeras,
mas toda essa câmera nos trés um grande beneficio a segurança.
Nunca estaremos 100% seguro, mas quanto mais câmeras de segurança
estaremos sim um pouco mais seguro, elas inibe significativamente os bandidos, as
empresas usam câmeras para inibir as ações dos marginais diminuindo os custos de
perdas com assaltos e dando assim as segurança para os seus clientes, mas hoje só
fazem o uso das câmeras para combater a marginalidade, comumente podemos ver na
televisão casos de pessoas que assitem via internet sua casa sendo assantada que aciona
a policia conseguindo deter os assaltantes na integrantes.
Algumas cidade mundo já usam câmeras em vias públicas com certo 24 horas,
que quando identifica um ato de infração aciona a viatura ou posto policial mais
próximo daquela área, para fazer uma abordagem surpresa ao infrator, temos como
exemplo à cidade de São Paulo, que após a criação deste sistema é menos de um ano
teve queda do número de pequenos furtos nas áreas que foram instaladas as câmeras,
uma queda de aproximadamente 24% de pequenos furtos.
Sabemos que a falta de câmera não e o responsável pela violência e que muito
menos seja a solução, como a solução e algo distante de nossa realidade. Por que não
contamos com mais câmeras em nossa vida pelo menos nos trás um pouco mais de
tranquilidade a toda população.
Texto 16
Mundo vigiado
As ruas hoje em dia são muito vigiadas por câmeras devido a grande e crescente
violência existente no mundo, não só empresas como também prefeituras e governos
estatais estão adotando este tipo de artifício para aumentar a segurança.
As câmeras são sim se suma importância para a segurança já que elas ajudam
bastante na identificação e eventual prisão de alguns criminosos, que cometem
infrações achando que vão sair sem nenhuma punição. Só que as câmeras estão lá
vigiando as ruas e ajudando a polícia.
A sociedade é beneficiada lambém ne trânsito pelas câmeras, elas ajudam a
identificar infrações cometidas por motoristas que não seguem as leis de trânsito, e que
prejudicam não só a eles como os outros candidatos dévido a isto as câmeras estão
sendo cada vez mais implantadas nas ruas e em alguns estabelecimentos.
Hoje me dia pessoas viram celebridades até sem querer, já que com tantos
câmeras vigiando-nos podemos está sendo filmados fazendo algo inusitado, e nem se
dar conta, no outro dia está na televisão ou internete.
Alguns acham chato, acham que se perde a privacidade, mas no mundo de hoje
não conseguimos viver sem que tenha uma câmera nos filmando e vigiando cada passo
que damos.
Texto 17
Nesse século XXI, em que venviciamos a constante modernização de todos os
meios de interação utilizados pela sociedade, percebemos a crescente vigilância por
meio de câmeras e de outros recursos tecnológicos.
Esse meio é utilizados em lugares diversos, que proporciona uma mehor
segurança e tranquilidade para a sociedade, que é auvo constante da violência.
As câmeras, o meio mais utilizado, são colocadas em lugares diversos,
contribuindo na diminuição de furtos e, ao mesmo tempo, ajudando no trabalho da
polícia no reconhecimento de assaltantes e criminosos.
Percebemos também, que a utilização dessa vigilância por meio de câmeras não
contribui para uma troca direta de pessoas por câmeras, em que os lugares que
apresentam câmeras à também a presença de um vigilante.
Portanto, a vigilância por meio de câmeras e de outros recursos tecnológicos, é
um fator favorável para que se tenha uma melhor segurança, visto que é preciso a
existência de uma mobilidade por parte das autoridades para que esse meio seja
disseminado de maneira geral para a total segurança.
Texto 18
A segurança no mundo globalizado
Quando se fala em monitoramento e segurança todo cuidado é pouco as
sociedades desiguais estão aumentando com a crescente globalização nos paises
emergentes como o Brasil. Estpa havendo uma maior segregação social, por esse
motivo vivemos em um intenso “Big Brother Brasil”. Tudo é vigiado, tudo é percebido,
tudo é gravado, e a tendência é aumentar ainda mais.
Acho certo que tenhamos uma segurança boa é inevitável, pois na situação em
que estamos, é melhor prevenir do que remediar, as sociedades estão ficando cada vez
mais perigosas, os assaltos, roubos estão acontecendo com mais frequência. Mas
discaso quanto a segurança e o bom modo de vida, só exista com pessoas na maioria
das vezes, com curso superior e de classe média alta, excluindo assim a maioria da
população brasileira que não tem curso superior. Mas são justamente elas que dão
sustentáculo para a base de produção econômica no Brasil moderno.
Nós vivemos em uma alta vigilância, tem lente que não bastam. E alham que as
câmeras só servem para atrapalharem e tirar privacidade. O pior é que eles não tem
nem como contestar, porque na maioria das vezes são as empresas privadas que adotam
esse tipo de segurança, é impressionante como onde nós estivermos tem sempre
alguem além daqueles simples câmeras percebendo todos nossos movimentos.
Portanto a segurança nos dias atuais é inevitável e a tendência é cada vez mais
aumentar, as novas tecnologias servem para monitorar e garantir a eficiência dos
modos de produção. As nelhos têm que ser cumpridas, um pais sem melhor, não é um
país democrático, todo cidadão tem seus direitos e deveres.
Texto 19
O fim da privacidade
Vivemos dias cada vez piores nessa sociedade individualista egoísta. Pessoas se
aglomeram na porta das lojas para conhecer e comprar as novidades modernas que
chegam ao nosso mercado. Porém todo esse avanço tem sido privilégio só de alguns
aumentando assim a grande massa de excluídos, que dessa fatia uma parte vai escolher
a criminalidade, levando empresários e governo usar a tecnologia para aplacar a fúria
dos criminosos. Lembro com clareza quando ainda se dormia como as janelas abertas.
O viver não era tão neurótico como nos dias atuais, que tempos maravilhosos e
saudosos vividos pelos nossos antepassados. Se andava na rua com a sensação que não
estávamos sendo vigiados, podíamos ter nossa privacidade garantida nas ruas da
cidade. deus permita que essa estátistica, volte a cair para vivermos de forma leve e
solta em qualquer lugar desse planeta.
Texto 20
Segurança fajuta
Diante de toda insegurança em que vivemos, buscamos algumas “soluções”
para acreditarmos que estamos menos desprotegidos. A cada dia nos solamos mais, e
gastamos grande arte da renda familiar (que poderia ser destinada a outro
investimentos, taís como: fundo fixo, poupança, comércio, educação dos nossos filhos)
com equipamentos eletrônicos (câmeras, cerca elétrica, alarme) e segurança privada.
Sem duvida essa falta de segurança é fruto da falta de oportunidades e de
educação juntamente com a má distribuição de renda determinada nações.
Com a busca por um lugar ao sol, muitos trabalhadores saem de sua terra natal
para uma grande metrópole com o sonho de poder dar uma renda mais digna a seus
familiares, e acabam aumentando ainda mais a população dos bairros periféricos dos
grandes centros urbanos.
Não seria uma melhor saída investir em uma educação de qualidade, em
programas sociais no qual buscassem realmente o melhor para as camadas menos
Humanística II
Texto 21
Poder atuante, olhar atuante
Outro dia respondi uma enquete sobre a segurança em minha cidade. O
entrevistador ficou surpreso, pois minhas respostas eram apenas “zero”. Indagado sobre
meus “zeros” lhe perguntei: - Você é político? Autoridade ou apenas cidadão como eu?
Se for, nós não podemos fazer nada – Era inútil mesmo.
A informatização na segurança pública, a meu ver, tem muita utilidade para
assistir crimes, acidentes mostrados em telejornais sensacionalistas. De que nos adianta
ruas monitoradas se no comando estão policiais que quando têm responsabilidade, não
tem recursos e vice-versa. De nada adianta ter câmaras se não temos projetos de leis
mais severos para delatores; se não temos politicas públicas de segurança em
comunidades mais carentes e menos esclarecidas; por que não combate-se a evasão
escolar? Por que não investir no esporte; capacitar o jovem para o trabalho. Tudo isso
bem elaborado, planejado é bem melhor que câmaras.
Afinal, câmaras para quê, se não somos atores, somos sim autores, espectadores
de histórias que não se resolvem ligando fios, fazendo circuitos, apertando um botão.
Texto 22
Privacidade, um direito de todos?
Ao tocar em um tema tão divergente, logo surgem diversos questionamentos,
como por exemplo; até onde nossos direitos, nossas vidas intimas são resguardadas,
Pois tem se colocado em dúvida esses aspectos.
O que se tem observado ao longo dos anos em nossa sociedade, é a maior
valorização, preocupação da “segurança”, do que com nossas vidas pessoais, nossa
privacidade. Pois nos deparamos todos os dias em estabelecimentos, prédios e até
mesmo nas ruas, com câmeras filmadoras, que na maioria das vezes não nos passa
sensação de proteção, pelo simples fato da banalização com que esse instrumento vem
sendo usado.
Pois são nos documentários, jornais que temos a prova e a sensação de estarmos
em um verdadeiro “big brother”, sendo filmados o tempo todo, e em qualquer lugar,
expostos a tudo e á todos. Sem na verdade sabermos onde essas imagens irão parar,
pois na maioria das vezes servem realmente de instrumento para boas “ações” como no
caso de furtos e roubos onde se é necessário “provas”, como também para ser motivo
de constrangimento no caso de imagens que por nós não permitidas, acabam parando
em mãos erradas, devido a banalização e um não controle, uma fiscalização adequada.
Então, o que no resta a fazer é esperar que orgãos competentes encontrem
maneiras de “modernizarem” projetos, fiscalizações, assim acompanhando a
favorecidas e não uma promoção própria proxima a campanhas eleitorais ou até mesmo
superfaturamento destes projetos do que gastos horrores com a construção de novos
prédios e automóveis para a polícia? Seria mais viável-a longo prazo-implantar todos
essas políticas sociais do que continuar mantendo preso em cadeias públicas. Que
continuar acreditando que esses avanços tecnológicos como novas armas, carros
blindados, câmeras de última geração e cercas elétricas vão nos trazer segurança.
modernização.
Texto 23
Invasão de privacidade necessária
As ruas dos centros urbanos, os shopping centers, supermercados, seja qual for o
local público em que estivermos, iremos nos deparar com câmeras de vigilância, que
estarão gravando todas as ações realizadas por nós.
Todo esse monitoramento das vias públicas, nos deixa uma sensação de invasão
de privacidade, pois todos os nossos passos e ações estão sendo registrados e
observados por uma equipe que controla as imagens. Comtudo, esse controle dos
movimentos dos cidadãos, nas vias de livre movimento público, são essenciais para a
fiscalização de ações de infratores, facilitar a ação da polícia na procura de criminosos,
melhorando a segurança das pessoas na cidade.
Texto 24
Liberdade vigiada
É cada vez mais comum nos dias de hoje que o cidadão correto, que paga seus
impostos, se sinta vivendo no papel inverso. Somos constantemente vigiados, a cada
passo, em qualquer lugar.
É fácil compreender o porquê de tudo que fazemos ser monitorado. A constante
violência, o medo que nos cerca o tempo todo e a banalização da maldade nos torna
prisioneiros da sociedade.
Famílias se fecham no seu mundo, prédios com câmeras por todos os lados, cerca
elétrica, segurança armada...tudo isso não faz com que possamos nos sentir realmente
seguros.
Para o comércio não é diferente. Pequenos furtos são constantes e, ainda mais
para o pequeno comerciante, muitas vezes é assim, o escoamento do lucro.
Vivemos em um mundo de aparências onde já não somos o que podemos, e sim,
o que temos ou parecemos. E assim, caímos em armadilhas recorrentes de que
indigentes ou pessoas mal vestidas é que são os prováveis bandidos. Mas será que é
essa realidade? A TV, até mesmo a internet, nos mostram o tempo todo que não é bem
assim.
Então, como julgar? A vigilância eletrônica é errada? Até onde o seu direito à
privacidade interfere na segurança de todos, inclusive a sua?
E nesse mundo que é quase um “reality show” diário, vamos vivendo sem muitas
alternativas. Pagando pela própria segurança, esperando que nossos direitos mais
básicos como saúde, moradia e segurança, sejam um dia, de fato, reais em nossa vida.
Texto 25
Vigilia da vida
Sorria! Você está sendo filmado. A frase é vista em todo e qualquer lugar
comum. Caro cidadão você é vigiado.
As câmeras estão por todas as partes, e já ultrapassam a questão da segurança
pública e privada. Para não ultrapassar o limite de cada cidadão usa-se o bom senso (ou
não).
Até onde temos o direito de fazermos uso da técnica que serve para nos
proteger? Ora, mas nem sempre as leis são respeitadas na nossa “terra de ninguem”.
Para isso...Bom senso mais uma vez.
Eu faço a minha parte e deixo filmar a minha vida até o momento que meu
espaço, minha privacidade seja respeitada! Permito.
Só me restou fazer um filme (documentário) e mostrar o cotidiano dos
personagens da vida, que somos nós, cidadões natalenses.
Vigilia da Vida com produção, direção, edição, roteiro e trilha sonora realizada
pelos alunos de comunicação – habilitação rádio e TV 2010.1 !
Texto 26
Tecnologia e sua influência
No decorrer dos anos a modernização vem-se crescendo de uma forma
gigantesca, abraçando assim, as grandes e pequenas cidades bem como a sua
população.
Com o desenvolvimento da tecnologia e suas criações renovadoras e
grandiosas, o ser humano precisa adaptar-se a interagir junto a ela.
Nas grandes metropolis o que se pode observar são as inumeras mudanças que
ocorrem no comportamento de seus habitantes, devido a tais modernizações, a
população e vigiada vinte e quatro horas, por câmeras espalhadas por toda cidade, isso
ocorre que enquanto cresce a tecnologia, aumenta a criminalidade, a imprudência, e
assim há uma necessidade de se proteger.
Opiniões são diversas, algumas favoráveis outras contrárias, porém viver em
um mundo cercado por concretos, onde todos os dias há algo novo e surpreendentes no
mercado tecnologico, é render-se a esta mudanca procurando assim viver bem.
O ser filmado ou não, é que este é o reálite show da vida onde os personagens
são reais, o comportamento não é uma força. Não adianta olhar para os lados ou para
cima, precisa-se continuar andando em frente, com câmeras ou não tudo vai se
modificando, a tecnologia continuará crescendo e todas precisam continuar vivendo
como se nada estivesse acontecendo por que parar de viver é retroceder no tempo.
Texto 27
Tecnolôgia não é tudo
Segurança. essa palavra está cada vez mais escassa em nossa sociedade. O
mundo esta cada dia mais violento e uma ótima ideia para combater a insegurança ou
pelo menos ameniza-la é usar a tecnologia a nosso favor.
Entretanto só esse artificil não basta, pelomenos enquanto não houver educação.
Educação é o principio da vida, com ela as pessoas teriam mais oportunidade e a
insegurança diminuiria. Os maiores índices de violência estam nas partes mais pobres,
nos países subdesenvolvidos onde o ensino e precário e não há investimento na
educação.
Toda via outro forte agravante para situação em que nós estamos, é a
impunidade. Os ladrões fazem o que querem, de um simples assalto a tirarem uma
vida, ou pelomenos marca-la para sempre e nada aconteça eles continuam soltos e as
autoridades nada fazem para mudar essa situação, diante disso a tecnologia
infelizmente é ineficaz
Além disso não podemos nos sercar de cameras alarmes e outros. As pessoas
precisam de privacidade, não podemos transforma o meio em que vivemos numa prisão
onde nós somos os presos em quanto as verdadeiros bandidos andam soltos e livres
pela rua.
Sim mais, é indiscutivel a eficiência da tecnologia associada a outros fatores,
porém só cameras e alarmes não adiantam. É preciso que antes da tecnologia se invista
na educação.
Texto 28
Atenção!
No mundo em que vivemos temos por obrigação, parar e prestar atenção em
tudo aquilo que fazemos, pois dependendo do lugar onde nos encontramos, poderemos
ser pegos em uma situação constrangedora.
Nas grandes capitais, as ruas e avenidas já estão sendo filmadas pelo fato de
terem assaltos, com essa ação facilita o trabalho da polícia pois fica muito mais fácil de
se identificar os meliantes. Nesses grandes centros urbanos, não só nas ruas, mais
também encontramos nos grandes e em pequenos estabelecimentos uma placa que
avisa: “Sorria você está sendo filmado”.
A pessoas que não se importam com isso, mas existem aquelas pessoas que não
gostam, não se sentem bem ao ver que todos os seus movimentos estão sendo
monitorados. Na minha concepção as câmeras assim também como o identificador de
metal são de grande importância, tanto para os proprietários, quanto para nós que
somos usuários, pois nos trás mais confiança de estar em um lugar bem protegido.
Quem não se sente bem mesmo sabendo que você está sendo vigiado, mas está
em segurança?
Então quem não quizer ser pego desprevenido, antes de entrar em qualquer
lugar, leia os avisos, ou então se você de nada tem a temer, não precisa se preocupar,
pois como diz um antigo ditado: “quem não deve não teme”.
Texto 29
O mundo vive na mira das câmeras
Nos dias de hoje, o mundo vive em constante vigilância, em decorrer do alto
índice de criminalidade em que o mundo se encontra.
Antes isso só ocorria em lojas, bancos, clubes, mas hoje o uso das câmeras de
vigilância tomam o espaço em que antes não lhe era ocupado, muitas maquinas são
encontradas em, prédios, bairros, e até casas de familiares, que por preocupação em
relação a seus funcionarios e familiares adotaram a medida preventiva de viver quase
que diariamente sob a mira das câmeras. Sem falar que vivemos na era digital! De lan
houses, telefones celulares, jogos eletrônicos entre outros, que muitas vezes são
dotados com toda tecnologia que falamos anteriormente, mas não podemos tambem,
deixar que toda essa tecnologia nos escavise e façam –nos parar de viver bem e e
satisfeitos com nossa própria privacidade, coisa em que possamos vir a deixar de faser,
por meio de muitas vezes, estarmos sendo vigiados, olhados, sem falar que por diversas
vezes protegidos, por olhos mecânicos.
Texto 30
Luiz Camêra ação!
Nos dias de hoje, estamos observando com maior frequência o uso de câmeras
filmadoras, porque com o avanço das tecnologias e os surgimento de várias aparelhos
como a camêra filmadora, mais pessoas vão querer usufruir dessa tecnologia, para com
isso promover mais segurança a seus estabelecimentos.
Mais não é só nos estabelecimentos comerciais que ela vem sendo usado.
Ocorrem o seu bantante usos nos prédios e residências, para em vista disso
proporcionar mais conforto e segurança a seus moradores. E investigadores, que
através da filmagem pode identificar o bandido. Como também contribuindo para
identificar vários acidentes, que vem acontecendo nas grandes capitais do nosso país.
Enfim, com isso varta tecnologia, muitas pessoas fogem do que seria um uso
destinado para proterão, e vem tornando uma invasão de privacidade. Colocando cada
vez mais camêras em todos os lugares. E com isso viemos a perder a nossa liberdade de
fazer o que quer sem ser vigiada. E usando da maneira correta futuramente vai ser
importante para toda humanidade.
Texto 31
“Sorria você está sendo vigiado”
Hoje o numero de violência, roubos, assaltos vem crescendo alarmantemente,
com isso a população brasileira vem sofrendo com a falta de segurança, que é um
grande problema a ser resolvido.
Entretanto os moradores de grandes condomínios, donos de restaurantes e de
empresas de grande e pequeno portes, estão optando por outros meios de obter
segurança, investindo em equipamentos de alta tecnologia para assegurar seus imóveis
e até suas vidas, mas será que esses equipamentos, nos dão tanta segurança assim?
É uma pergunta que a maioria das pessoas podem fazer, e não temos tanta
certeza se nos dá segurança ou não, mas enfim, as câmeras de segurança elas não
evitam que pessoas más intencionadas possam cometer atos inescrupulosos. Pensando
bem, esses sistemas de segurança também se encontram nas ruas.
Sabendo que nessa marcação cerrada, acalcamos quando expostas. Tendo nosso
dia-a-dia invadido, vigiado. Isso causa um grande constrangimento a população que
uma vez da sensação de segurança que eles tentam passar.
Precisamos de segurança, mas de segurança de verdade, não câmeras que façam
a nos observar como fossemos “ratinhos de laboratório”, em observação, queremos
investimentos em prol da nossa segurança e capacitação aos geradores de segurança.
Texto 32
A Câmera
Nos dias atuais de hoje, a população entre si vive assustada com a violência no
Brasil e no mundo. E com este recurso tecnologico, muitos lugares estão estalando a
famosa câmera, que com a mesma que a polícia vem identificando bandidos,
assaltantes e ladrões, com as suas características; mesmo assim alguns deles quebram e
fazem com que porteiros de prédios deêm a chave dos apartamento para eles roubarem.
Com avanço da tecnologia, até os celulares de hoje tem câmera, que é muito útil
para fazermos até mesmo, um fraga de alunos no colégio, como foi o caso de alunas
que estavam brigando, no pátio e um rapaz com um célula filmou tudo. E é com este
recurso que a população do país e do mundo está botando a mão nessas pessoas que
estão querendo mandar e desmandar. Sem saber que tem uma câmera; para identifica-
las e filmalas.
Texto 33
O bem das câmeras em nossa vida.
As câmeras trazem um bem especial, pois nos dam segurança, repelem a
criminalidade e mostram fatos que as pessoas não conseguem ver.
A segurança que uma câmera traz para nossa vida, é muito especial. Facilita
uma investigação policial, sendo utilizada como uma espece de testemunho, só que
eletrônica, onde seu depoimento será melhor apurado e bem definido.
As câmeras podem ser úteis em varios estabelecimentos, como uma carta na
manga dos proprietários contra a criminalidade, repelindo muitos bandidos que não
querem ser desmascarados por suas lentes.
As câmeras vem com mais um beneficil, que é mostrar um fato que uma pessoa
não ver, podendo está despercebido. Mas a câmera buscar o 100% de visibilidade, e
tendo a opção de poder voltar o vídeo para rever, e não deixa passar nada.
Portanto, os bens que as câmeras nos trazem é incomparável, facilitando
completamente o dia-a-dia de nossa população.
Texto 34
Segurança para poucos.
Com forte presença nas mídias e grandes cidades brasileiras, os equipamentos
de segurança e a serviço da segurança particular, vem ocasionando um sentimento do
salve-se quem puder na população, o que assemelha-se a uma zona de guerra, em que
cada um tenta se proteger da maneira que pode.
O rápido e desordenado processo de urbanização veio acompanhado de uma
serie de problemas sociais como violência, e desemprego e a falta de uma boa
educação. Tais problemas agravou-se nas médias e grandes cidades, onde o ineficiente
sistema de segurança pública acarretou a procura pela segurança particular, como uma
forma de garantir a proteção dos bens pessoais da reduzida fatia da população, em
contrapartida o restante da população encontra-se entregue a sorte.
Tais soluções encontradas por parte da população para diminuir os constantes
furtos mostram a falta de preocupação governamental com a segurança pública no
nosso país, em que começando pelos policiais mal treinados, mal equipados e
recebendo baixos salários não sentem-se estimulado para o combate ao crime.
O crescente uso de serviço de segurança privada e de equipamentos de
segurança deixa claro que medidas governamentais devem ser tomadas visando a
diminuição nos índices de criminalidade, entre elas podemos citar a melhoria na
educação pública, uma maior geração de emprego e projetos de melhoramento nas
moradias brasileiras. Com tais atitude postas em prática teremos uma diminuição nos
índices de criminalidade e uma melhor qualidade de vida.
Texto 35
A tecnologia a serviço da segurança
No Brasil, o emprego da tecnologia de câmera de segurança é muito importante,
pois aumenta a segurança em prédios públicos e privados, bancos, supermercados e em
setores de transportes, como também, serve, como ferramenta, para elucidar atos
criminosos.
Seguindo a tendência mundial, foi implantada, no Brasil, a tecnologia de
câmeras de vigilhança. É um sistema muito importante, pois aumenta a segurança,
principalmente, nos locais mais vulneráveis aos atos criminosos. Este beneficio
tecnológico está ajudando substancialmente os serviços de segurança pública e privada
pois, como é mostrado na imprensa, na maioria das vezes dá para registrar o indivíduo,
na hora que está ou praticou algum ato criminoso.
Também está tecnologia é usada, como prova técnica, pela polícia, para flagrar
atos da corrupção como por exemplo: as operações da polícia federal, que é filmado
agentes sendo subornados, com dinheiro, pelos banqueiros, políticos e por próprios
policiais.
Emfim, a tecnologia de câmera de vigilhança é uma ferramenta muito
importante para inibir e elucidar práticas criminosas e só deve ser usada para trazer
benefícios à sociedade.
Texto 36
A sociedade precisa de câmeras
Devido a grande necessidade de vigilância, a câmera de segurança assim como
outros recursos tecnológicos, é de grande importância para a sociedade.
Com o aumento da violência e da criminalidade, a sociedade ficou muito insegura e
frustada. Precisando de meios tecnológicos para garantir, a tranquilidade e a segurança
da mesma.
Com isso a câmera de segurança é um dos recursos de grande importância para
garantir que a população esteja segura e tranquila, onde a mesma monitora todas
aquelas pessoas que tem acesso ao local, e filma também as acões feitas por elas,
deixando os que dependem dela despreocupados. A função da mesma é tão ágil e
eficiente, que para substituí-la seria necessários vários homens. Uma outra importância
da mesma, é que suas imagens podem ser guardadas por vários anos sem ser
danificadas, podendo ser assistidas facilmente, necessitando apenas de um aparelho que
reproduza suas imagens.
Sua nitidêz e eficiência são tão grandes que a câmera de segurança atualmente é
usada para desvendar inúmeros crimes, pois é considerado um dos métodos mais
seguros pela justiça.
Assim, devido a grande necessidade de segurança é um recurso tecnológico
muito importante para deixar a sociedade mais segura e tranquila.
Texto 37
Jornal cidadão natalense
Nas ruas, prédios, bancos, supermercados e estações de metrô e etc. As pessoas
estão sendo filmadas diariamente para não ocorre furtos, arrombamento de casas e
carros, evitando ações que prejudique o cidadão.
Devemos sempre está atentos as desordes que vivem em nosso meio, tendo
câmaras ao nosso trabalho, facilitando a harmonia em um mundo cheio de desafios e
descobertas da tecnológia que vai avançando mais. Temos hoje em mãos oportunidades
enormes do conhecimento através da informatização eletrônica.
O nosso futuro é conseguido através de grande desenvolvimento das pessoas que
procuram conhecer as tendências da modernidade. Procurando aprender e evoluir a
responsabilidade de ser um cidadão informado das descobertas do mundo que vive da
tecnologia.
Texto 38
A tecnológia a favor da sociedade
A modernidade, a globalização, o desenvolvimento tecnológico, está cada vez
mais presente no dia a dia das pessoas. A sociedade está em um momento de grande
tensão, o crescimento da violência está levando medo e insegurança a população. A
falta de emprego, de melhores eslelas, a descriminação, as drogas, o alcóol, os doenças
são algumas das razões que está levando a toda essa alta criminalidade.
É comum vermos alarmes, espalhados por todos os lugares, principalmente em
casas e condôminios, estes que são hoje um dos principais alvo dos bandidos. A
vigilância eletrônica também está sendo usada pela polícia espalhadas por vários
lugares das cidades, elas mostram o que está acontecendo naquele exato momento, de
morte, com isso a polícia tem conseguido prender criminosos que estão agindo naquele
exato momento.
Sabemos que toda essa tecnologia não é a solução para todo esse problema,
precisamos trabalharmos juntos. Governos, escolas e principalmente toda a sociedade e
que toda essa tecnologia que podemos despir hoje, seja utilizada também na melhoria
de vida das pessoas.
Texto 39
As câmeras
As câmeras hoje em dia é muito importante para nós brasileiros para nós
cidadães. Mais praquê tantas câmeras?
Datas que nós cidadães precisamos de câmeras para filmar ladrões, roupas,
bancas, lojas é muito mais. Até porque uma câmera numa loja, num banco, num
supermecado é muito bom, porque fica mais fácil de pega os ladrão. Hoje a tecnologia
tá mais moderna, mais antes não tinha nada disso, si nos dias atuais fazem assim como
é hoje seria muito bom.
Bom eu acho legal câmeras para lojas, supermecados, bancos, mais para as
privacidades também é de mais, o mundo hoje esta cheio de tecnologias, esta tudo
moderno. Mas é bom p/ todos os brasileiros, é bom para todo o mundo que tem sua
empresa, seu comercio, sua loja é bom de mais.
Texto 40
Motivos que nos levam a sermos vigiados
Podemos observar em meio toda sociedade que o cidadão vem sendo vigiado
por todos os lugares onde quer que esteja. É a tendência de toda essa vigilância é
apenas aumentar, pois infelizmente o cidadão, mesmo não sendo a maioria, busca
motivos para que isso aconteça. Os roubos, os furtos e a própria violência, são causas
que trazem como consequência à vigilância, tentando assim buscar de alguma forma à
segurança.
Em supermercados, bancos é comum vemos câmeras por todos os lugares.
Evitando ter maiores prejuízos quando vier acontecer algum roubo ou até mesmo
assaltos. Sendo à violência a grande causadora por buscas de segurança.
Em portarias de prédios e até mesmo nas ruas, estamos sendo vigiados. O ser
humano não passa segurança ao próximo, o medo, a falta de confiança, a falta de
respeito, são motivos que nos fazem buscar proteção. Não apenas em câmeras, mas em
alarmes, vigias, cercas de proteção e outras tecnologias que poderão surgir.
A crescente vigilância vem ocorrendo pelo fato de também crescerem os
motivos. A busca por proteção e por segurança é o que muitos querem. E é por isso que
não só as câmeras que nos cercam, em um futuro próximo, poderão servir se a
violência que também nos cercam deixar de existir.
Texto 41
Câmeras: Benéficio que ajuda na segurança
No nosso dia-a-dia estamos acostumados a ver cartazes dizendo: Sorria! Você
está sendo filmado! Ou, outras frases que endica, que naquele local, ou
estabelecimento, tem uma câmera de vigilância. Muitos acreditam que é invasão de
privacidade, já outros acreditam que ajudam na segurança.
Na verdade o segundo grupo tem razão, pois nos dias atuais esses benéficios de
segurança, vêm ajudando a polícia a solucionar crimes, assaltos e espancamentos de
crianças e idosos, como sempre acompanhamos nos noticiários de telejornais, pessoas
sendo flagrada espancando crianças e idosos, e também assaltos em supermercados e
entre outros.
Se não fosse o beneficio das câmeras, ou outros recursos tecnológicos, nunca
iriamos saber se a nossa babá espanca os nossos filhos, ou quem foi o assaltante que
roubou o supermercado do vizinho. Por isso, a importância desse pequeno objeto, em
nosso dia-a-dia, e a busca por esse recurso vêm crescendo nos dias atuais.
Texto 42
A nova ferramenta do cidadão
O cidadão moderno agora tem uma ferramenta a seu favor, a vigilância,
atravéz de câmeras filmadoras. Hoje somos filmados em supermercados, bancos,
escolas e nas ruas. Trata-se de uma tendência onde os maiores beneficiados somos nós
cidadãos.
A vigilância urbana não estava sendo suficientemente eficiente; eram poucos
policiais para muita criminalidade, as câmeras vinheram para ajudar.
Diariamente assistimos a noticiários na televisão de crimes e violências
filmadas por câmeras de vigilância urbana, o que nos deixa mais seguros quando é
mostrado que os infratores foram identificados e punidos.
Sabe-se que a população brasileira têm opinião diferentes em relação as
câmeras de vigilância. É muita falta de informação o governo poderia usar de
propaganda e estatisticas para informar as funções reais e benefícios da vigilância
atrávez das câmeras.
Todas temos direito a privacidade e a liberdade, mas também temos deveres,
como o de contribui para a melhoria da nossa sociedade.
Usando a tecnologia para fins possitivos.
Texto 43
O sacrifício da privacidade
Andar de forma anônima, pelas ruas e estabelecimentos da nossa cidade, está
cada vez mais difícil. O avanço da tecnologia popularizou a presença das câmeras de
vigilância. A profecia de George Orwell parece estar se concretizando – todos, o tempo
todo, às vistas do “grande irmão”.
É notório o aumento da criminalidade no Brasil. Nosso país chegou, em anos
recentes, a uma taxa de cinquenta mil homicídios ao ano.
O medo da criminalidade faz o cidadão brasileiro gradear portas e janelas,
pagar por segurança privada e encastelar-se em condomínios vigiados vinte e quatro
horas por dia. E instalar câmeras também, porque não? Elas desestimulam o crime,
não?
A doença existe, mas o remédio não é tão eficaz quanto parece. A câmera não
evita o crime, nem ajuda em sua resolução câmeras apenas constrangem o cidadão de
bem e tornam mais cuidadoso o criminoso. Num primeiro momento marginais não
acostumados com a novidade até caem na arapuca. Agora, cientes do “olho mágico”,
seu arsenal inclui bonés, óculos, barbas e cabelos postiços. A câmera vê, mas não
identifica - e quando isto acontece, é mais por descuido do infrator do que mérito do
equipamento.
Até o cidadão inocente, que nada tem a esconder, sente-se acuado. Privacidade
não existe mais. Com um pouco de investigação é possível mapear todos os passos de
alguém que nada deve à justiça. O que é feito com tal informação? O registro fica nas
mãos de quem?
Pode parecer paranóia, mas não é. Não existe entidade mais perigosa que o
Estado. É a omissão estatal que alimenta a criminalidade, que por sua vez nos faz abrir
mão de nossa privacidade pela ilusão de segurança. Não tardará ser possível a qualquer
burocrata saber onde anda e quais os hábitos de quem quer que seja. Qual o próximo
passo?
GPS obrigatório em veículos automotivos? Chips sob a pele? As possibilidades
são muitas, mas a maioria das pessoas as ignora.
Sacrificam sua privacidade no altar da segurança. E como diria o antigo sábio,
quem abre mão de primeira não merece a segunda.
Texto 44
A desconfiança
Infelismente vivemos em um mundo cheio de desconfiança e mêdo, onde tudo é
motivo de vigilância, por isso fomos obrigados a vivermos em segurança por todas os
lados através de câmeras, policiamento, segurança, etc, seja em qualquer lugar que for.
A desconfiança nos gera mêdo, mêdo do próprio ser humano, e não temos mais
aquele privilégio de entrar-mos em um lugar sem que sejamos vigiado de alguma
maneira, pois nem todo mundo tem capacidade de entrar em algum lugar, ou andar por
ai, e ser fiel ao que vê, e ao que pensa, pois a maldade sempre prejudica em de alguma
maneira, por isso vivemos em um mundo cheio de vigilância.
Texto 45
Será minha vida um reality show?
Somos cercados por câmeras já virou uma coisa banal, todavia, se formos parar
para analisar, nos vemos num tipo de reality show; enclausurados por aqueles tantos
olhares ocultos, entretanto, antes enclausurados que a sete palmos do chão.
O serviço de segurança privado e, consequentemente suas câmeras, por si só não
são erradas, pelo contrário tem sido nossa “salvação”, elas são a reação pública a uma
sociedade que deveria nos dar proteção, mas em vez disso nos deparamos com policiais
bandidos, com pessoas inocentes perdendo a vida com balas perdidas, onde os maiores
criminosos ficam impunes, estes sim, deveriam estar sendo observados 24 horas ao dia,
mas a sociedade moderna anda meio rebelde, fazendo tudo ao contrário do tradicional,
vai entender!
Para o cidadão, a segurança privada é muito eficiente, todavia, ela acaba trazendo
comodidade ao serviço de segurança público, os meios de segurança pagos
indiretamente, afinal de contas também pagamos indiretamente pelo serviço público,
estão em primeiro plano, pois quando acontece um assalto, eles são acionados,
resumindo, dormimos tranquilos graças aquelas benditas câmeras.
As bases para inversão de toda essa situação se resume em salários justos e
aperfeiçoamento no treinamento dos policiais, a curto prazo, e a longo prazo, a clichê,
mas completamente fundamental, educação, e deixemos as câmeras registrarem
somente os momentos bons da vida.
Tecnológica I
Texto 46
Filmar não é suficiente
Com a grande criminalidade que a muito tempo nos cerca, é de extrema
importância uma maior fiscalização. E isso é facilitado pelo surgimento de novas
tecnologias. Porem, nós, cidadãos corretos, somos os que mais sofremos com isso, pois
a nossa privacidade fica cada vez mais restrita.
Sabemos que, de fato o monitoramento através das câmeras tem ajudado na
diminuição de alguns crimes e na resolução de outros em diversos lugares do mundo.
No entanto, esta é uma solução não tão eficaz ainda, pois com o precário policiamento
que nos acompanha, filmar não é o suficiente, além disso, os criminosos não irão
deixar de esistir. Só procurarão meios mais eficazes para não serem presos.
Com toda essa fiscalização cuja causa já possuimos conhecimento, e que é
proporcionada pelo desenvolvimento tecnologico dos últimos séculos, somos
submetidos à uma crescente falta de privacidade, a essa segurança e vigilância
constante. Com isso acaba por nós, a população, nos sentirmos os criminosos.
Se o governo investisse mais em educação, promovesse mais empregos e
lutasse para diminuir a pobreza, a criminalidade diminuiria e a nossa liberdade
aumentaria.
Não basta filmar os acontecimentos. É preciso agir.
Texto 47
A vigilância interna e externa
Com a tecnologia do século XXI, tão bem adaptada ao cotidiano da população
brasileira, a sensação de vigilância, antes incômoda, passou a ser necessária.
O aumento da violência urbana fez do cidadão refém de si próprio, que paga um
alto preço pelo resgate de sua liberdade – Segurança privada e pessoal.- destacando-se
os circuitos de vigilância interna.
As câmeras de vigilância, além de prédios públicos, privados e residenciais,
estão presentes em lojas, farmácias, supermercados, estacionamentos, bancos e até
mesmo escolas. A lista é extensa. Essa popularização do equipamento intimida e coíbe
a ação de infratores da lei e ajuda a identificar os meliantes, por exemplo.
Uma vez implantado, o sistema auxilia na manutenção da ordem e do
policiamento. Um grande problema na segurança pública do país é a insuficiência de
efetivo policial. Com as câmeras, o mesmo trabalhos de policiamento pode ser
realizado, abrangendo mais setores, ruas e avenidas, por exemplo, através de uma única
tela.
Então, não há motivos para sorrir quando não nos depararmos com o simpático
aviso: “ Sorria!você está sendo filmado!”
Texto 48
Tecnologia a serviço da classe média
Sabe-se que o crescente desenvolvimento tecnológico tem inovado em relação
as câmeras de segurança, uma vez que a violência na maioria das cidades brasileiras
acabam por gerar essa necessidade devido ao medo que assola à população. No
primeiro semestre deste ano na revista “veja” os aparatos para câmeras sejam elas
portáteis ou conectadas à televisão acentuaram-se em todo o país.
Todavia, a placa de “sorria você está sendo filmado” em algumas situações
intimida a ação de pessoas, as quais desejam furtar algo de supermercados, shoppings
ou estabelecimentos. Já em outros casos, o sistema de segurança ajuda a solucionar
casos de furtos como aconteceu em Natal na redes de supermercados Carrefour há um
mês atrás, em que quatro pessoas foram presos em flagrante passando produtos
alimentícios sem registrá-los, segundo o jornal : “Tribuna do norte”.
Além disso, o monitoramento traz outro benefício. Com algumas escolas de
todo o Brasil utilizam-se câmeras com o objetivo de reduzir às conversas dos danos,
aumentando o desenvolvimento escolar dos mesmos que acabam sendo mais atentos e
ocasionando uma redução na interferência do professor na aula para pedir silêncio. Em
reportagem ao RNTV, a aluna de uma escola particular em Natal disse ter um
rendimento satisfatório graças à essa interferência e se sente mais segura com esses
equipamentos mesmo dentro das escolas.
Porém, segundo Isacc Neuton “para cada ação corresponde uma reação” e isso é
válido para este assunto. As câmeras utilizadas em prédios acabam gerando a reação de
tirar a privacidade das pessoas residentes no mesmo. O porteiro controla a vida dos
cidadãos, saídas à noite gerando insatisfação de alguns por necessitarem de uma
melhor segurança acabam aceitando a situação e tornam-se reféns do próprio medo.
Por fim, como bem abordado a ligação “câmera e segurança” tem aparecido até
em livros como o de Luís Fernando Veríssimo que acaba fazendo uma crítica através
da crônica “Segurança” às pessoas que vivem por trás das grades, cercas e câmeras nos
prédios, as quais tornam-se verdadeiras “presidiários”. O medo traz desenvolvimento
econômico para os setores de tecnologia, conflitos e soluções psicológicas à vida dos
indivíduos, os quais são impostos à isso e tentam conviver harmoniosamente com a
situação.
Texto 49
Sorria, você esta sendo filmado.
Assim como em varias outras cidades do mundo, a segurança eletronica vem se
tornando cada vez mais constante na cidade de Natal. Mais presente em locais como
shoppings, predios, escolas e supermercados, a vigilancia atraves de câmeras tem se
tornado cada vez maior em praças e em vias públicas.
Com o intuito de aumentar a segurança, a vigilância por meio de câmeras em
locais públicos e privados, encomoda uns e tranquiliza outros. Esse tipo de segurança,
além de aumentar a vigilância em alguns locais, facilitando na identificação de
possiveis assaltantes, aumentando a probabilidade de uma possivel captura do bandido,
e tambem, aumenta as chances de devolução do que for furtado.
Sabendo que, em Natal, a eficiência das tropas policiais não é como deveria ser,
a vigilância monitorizada por câmeras, deverá ajudar na rapidez dos policiais, visto que
não será mais tão necessario o pedido de socorro atravez de telefonemas. Agilizando o
serviço.
Apesar de ser considerado caro por alguns, a segurança eletrônica já é
considerada uma tendência global, sinal que ela é eficiente, posto que de nada
adiantaria tanta tecnologia e muito dinheiro gasto se não houvesse uma resposta
positiva.
Texto 50
No controle do sistema
O crime, a violência e a desonestidade transformaram o nosso mundo em um
grande “reality show”. Estamos cercados por todos os lados de câmeras, sensores e
máquinas fotográficas, seja numa loja, condomínio, no trabalho ou mesmo nas ruas.
Devido a essa constante presença da tecnologia vigilante no nosso cotidiano,
um grupo de pessoas contrárias a esse sistema reclamam sua privacidade.
Todavia, é necessário compreender que com a corrupção e a bandidagem que se
alastram, os recursos tecnológicos de patrulha nada mais são que nossos aliados, pois
estão para a sociedade como a polícia para o Estado está.
Os que vão de encontro a tais argumentos alegam que quem deve ser
monitorado é o bandido, e não o cidadão. Contudo, o bandido está entre os cidadãos e
essa é uma forma eficiente de identificá-lo, como já vem acontecendo.
Concomitantemente, essa é uma tendência cada vez mais forte, pois além de
segurança, as câmeras e sensores representam controle. É como ter olhos espalhados
pelos lugares mesmo não estando presente. Esse controle representa poder diante da
sociedade.
Desta forma, vejo na vigilância tecnológica a sociedade como um todo. Esse
avanço tecnológico deve se disseminar por todas as áreas do cotidiano do mundo,
trazendo segurança e ordem para o futuro.
Tecnológica II
Texto 51
A segurança é um bem necessário
A preocupação de saber se vamos ter um dia tranquilo, sem ser vítimas dos
crimes que viraram rotina em nosso cotidiano é grande. O Estado tem dever de nos
proporcionar a segurança que tanto necessitamos, mas isso não acontece da forma
desejada. Procurar ajuda de empresas privadas de monitoramento com câmeras de
segurança é a solução que encontramos para se sentir seguros.
O Estado não toma medidas para melhoria da segurança da população, um
investimento maior no monitoramento com câmeras seria uma ótima maneira de nos
proporcionar mais segurança, colocar câmeras nas ruas e avenidas, estádios de futebol,
escolas e lugares públicos faria com que o índice de criminalidade diminuísse bastante.
Mas como isso não é atribuído a população de maneira eficáz, nos resta procurar ajuda
de empresas especializadas em segurança e monitoramento com câmeras.
Existe hoje muitas empresas especializadas em monitoramento com câmeras de
segurança; prédios, elevadores, supermercados, bancos e estações de mêtro, entre
outros lugares são muito comuns de usar o monitoramento com câmeras, essa é uma
maneira de nos sentirmos mais seguros. A perca da privacidade se torna despresível
quando comparada ao alívio de ter mais segurança.
A segurança é um bem necessário em nossas vidas. A preocupação de saber se
vamos ter um dia tranquilo sem ser vítimas de crimes que viraram rotina em nosso
cotidiano é grande, e as câmeras estão desempenhando um ótimo trabalho, fazendo
com que a segurança se torne mais acessível a população.
Texto 52
Os Olhos do estado
O crescente número de câmeras, entre outros artigos de vigilância, é algo que
vem preocupando cada vez mais as populações das grandes cidades, pois acreditam ser
desnecessário esse relevante aumento na segurança das cidades à que estamos
presenciando Porém, essas pessoas não refletem sobre a imensa importância da
aplicabilidade que essas novas tecnologias nos oferecem.
Essas Câmeras de segurança, vigiando-nos diariamente em nossos cotidianos,
desempenham uma função essencial na nação em que vivemos, já que são elas e outros
artifícios de segurança que auxiliam os órgãos federais especializados, facilitando e
aperfeiçoando o papel que os mesmos desempenham: aplicar corretamente a legislação
sobre os infratores, assim estabelecendo órdem na sociedade.
Sim, esses artigos realmente acabam muitas vezes sendo excessivos e invadindo
a privacidade dos cidadãos, entretando é algo necessário para o conforto da população,
é um dever que o estado tem para com a sociedade, assim como é dever dos pais
acompanharem e vigiarem seus filhos a fim de que nada de errado lhes aconteça.
Pense como seria caso não existissem essas tecnologias de segurança: ladrões
roubando sem ninguém para impedir, acidentes de carro devido a falta de radares, além
da difícil investigação do acidente, tudo aconteceria às escuras Raríssimas seriam as
provas das infrações, e pouco poderiam fazer os órgãos policiais para impedir o caos
que existiria.
Portanto, espero que todos compreendam a necessidade que temos dessas
maravílhas tecnológicas para impedir a desregulanização e estabelecer o bem social
para todos.
Texto 53
O domínio das tecnologia de vigilância
Atualmente, no mundo moderno, as tecnologia vem nos fornecendo não apenas
melhoria nas condições de vida, mas também segurança e falta de privacidade.
No mundo, a medida que cresce o capital, cresce também o mundo globalizado.
Com isso, intensiva, cada vez mais, a desigualdade social num todo. Países ricos ficam
cada vez mais ricos e paises pobres cada vez mais pobres. Uns com direitos e
privilegiados e outros com ausença do mesmo. Com isso aumentando o número de
assaltos e inseguranças, no entanto é preciso investir em nossas seguranças com
tecnologia, como: câmeras de vigilância, detectores de metais e entre outros.
Concordo com as câmeras nos metros, pois o mesmo é um dos transportes mais
utilizados tanto na ida e volta dos trabalhos sazonais como pendular. Muitas vezes
pessoas transportam a renda da família do dia ou até mesmo do mês nesses veículos,
correndo o risco de assaltos. Portanto é sempre bom investir em segurança, não só em
metrôs, mas também em qualquer meio de transporte público.
No entanto, o excesso dessas câmeras observadoras nos deixam com falta de
privacidade, sentimos a todo tempo a sensação do estarmos sendo vigiado, isso nos
leva a falta de conforto. As vezes, me da a sensação que vamos ser dominado pela
tecnologia.
Tendo em vista os argumentos citados anteriormente, um mundo mais moderno
e rico, por uma parte, sem a capacidade de desfrutar o mesmo. A vigilância é
necessária, mas não excessivamente.
Texto 54
Tecnologia em favor da sociedade
Não é de hoje que empresas utilizam-se de equipamentos de filmagem para
gravar o que ocorre em seu ambiente de trabalho Tais equipamento, além de captar
imagens, servem, indiretamente, para inibir um ato criminoso, afinal, que indivíduo,
antes de cometer um crime, não pensaria duas vezes ao se deparar com o aviso:
“SORRIA! Você está sendo filmado!”? Fora isso, essas câmeras dão a seu proprietário
(exemplo: dono de empresa) conhecimento do que ocorre no local em que essa foi
instalada.
Pensando nas vantagens de se ter uma filmadora, pessoas físicas passam a
adotá-las em suas casas. Quando utilizado adequadamente, esses instrumentos só
colaboram uma melhor qualidade de vida. Porém, não é porquê uma pessoa se sinta
insegura em sua casa que ela vá colocar uma câmera em seu banheiro; isso seria um
exagero, além, de uma invasão de privacidade exorbitante.
Devemos utilizar a tecnologia para mantermo-nos confortáveis, seja, nos
sentirmos mais seguros em casa, seja, para registrar a movimentação de um local. Um
bom exemplo da boa utilização dessa tecnologia está em sua utilização nos sinais de
trânsito, onde, tendo o sinal uma câmera, ela será acionada quando um motorista
imprudente passar o sinal vermelho. Nesse momento, a câmera capturaria a imagem da
placa do automóvel. Tal utilidade serve para inibir e, se necessário, punir o motorista
infrator, facilitando o trabalho do estado na fiscalização de suas ruas.
Texto 55
A cada dia a segurança vem sendo o fator principal para o uso dessas
tecnologias, tais como, a câmera, a cerca elétrica, o alarme, e outros sistemas de
segurança elétronica.
O uso das câmeras nas ruas das cidades, por exemplo, é uma exelente medida
de vigilância, ajudando a polícia identificar acidentes, nos assaltos os assaltantes,
facilitando o trabalho deles, uma vez que com a imagem dar para reconhecer o rosto do
assaltante.
Texto 56
Big Brother
A quantidade de cameras de vigilância vem crescendo rapidamente, já existe
cameras em todos os cantos no supermercado, em casas, no escritório, de transito e a
mais nova investida do governo em segurança as cameras de vigilância policial.
A tecnologia usada em favor da segurança a população é muito importante,
tendo em vista que nossa cidade atinge níveis de criminalidade altíssimas, um exemplo
a ser seguido é a da cidade de Londres onde a cidade conta com 90% de sua área
monitorada.
Já a invasão de privacidade, não existe em um contexto geral, já que os
beneficios proporcionados pela vigilância eletrônica são mais significativos que os
malefícios, como uma loja que consegue inibir um furto só porque a camera estava lá e
intimidou o possivel imfrator.
A vigilância eletrônica veio para melhorar nossas vidas, nos dá segurança e
também dar uma sensação de ser um “BIG BROTHER”.
Texto 57
O flagra
Na manhã de um sábado, dois novos residentes de um certo prédio se
encontram por acaso. Ao cruzarem seus pensamentos são os mesmos (Que Fité). Se
passou o dia e não se viram mais.
Ao chegar na segunda-feira foram para a faculdade, por coincidência estudavam
o mesmo curso mais turmas vizinhas, ficaram surpreendidos, os olhares se cruzaram
mas apenas um simples oi.
Se passaram algumas semanas e derrepente ele manda um buquê com seu
telefone pedindo para que o ligue pois precisa muito falar com ela. Em seguida, ela
liga, eles conversam bastante e marcam um jantar. consequentemente eles ficam e
iniciam um relacionamento.
Com um passar do tempo ele sempre gostava de coisas novas e a convidou para
realizar junto com ele uma fantasia sexual que sempre teve mas não tinha encontrado a
pessoa certa, era simplesmente “transar” no duplex do prédio onde residiam, mais não
lembrou que lá eles podiam ser filmado, como a empolgação foi maior ela aceitou.
Ao entardecer, eles subiram com pequenos aperitivos para iniciar uma grande
noite. No outro dia, a sindica os chamou para terminar a preparação dos festivos
natalinos, no meio da conversa ficaram surpresos ou virem suas imagens, não sabiam o
que falar mas a síndica os deu uma advertência e pediu para não acontecer mais, pois a
próxima vez seria caso de polícia.
Texto 58
Sorria. Você está sendo bem cuidado.
Sensação de segurança ou vergonha por ser observado: Bem, dessas sensações,
teremos uma é claro. Mas, acredito que a maioria das pessoas se sentirão seguras.
Afinal, se sente vergonha, não fara nada com que se invergonhe.
O crescimento da utilização de câmeras de vigilância para ajudar a evitar e
resolver crimes é indescutivel. Inumeros casos criminais a maior recuperação foram
recebidos com ajuda desse eficiente ferramenta.
A aceitação da sociedade ainda não é total. Mas é privada fixa consiente de que
tudo é para sua própria segurança ainda mais dentro de um pais como esse, onde o
índice de marginilalização é tão alto, um sistema como esse é essencial.
Mesmo assim, pessoas ficaram com receio de fazer certas “coisinhas” que
fariam normalmente, até por que, qualquer pessoa se intimidaria ao notar que está
sendo observado por câmeras. Mas isso é uma reação totalmente natural, e não há nada
ao que a invergonhar. Afinal, elas são para nossa segurança.
Texto 59
Quem não deve, não teme.
Câmeras são usadas basicamente para a segurança das pessoas, visando dar uma
proteção maior ao cidadão, mas qual o motivo que algumas pessoas tem para teme-las?
Câmeras de vigilância hoje, onde quer que estejam, não seriam uma arma a mais em
defesa da segurança pessoal, coletiva, ou para o dono de uma empresa ou de alguém?
Não seriam a prova necessária contra um flagrante de abuso de poder, violência,
desrespeito, vandalismo, poluição do meio ambiente, entre outros?
A verdade é que algumas pessoas se sentem inseguras a cometer atos
criminosos, ou serem flagrados cometendo algum dos atos descritos acima! Onde
exista a possibilidade de serem pegas por câmeras, com a consequência de serem
punidas.
O uso de câmeras de vigilância não é um recurso utilizado em todo o Brasil,
mas como pode se sua cidade de São Paulo, com auxílio de câmeras e monitoramento
24 horas, se tem diminuindo o número de assaltos, roubos, atos de vandalismo, além de
combater o tráfico de drogas nas ruas, uma vez flagrada pela câmera, a polícia andam
juntos, a prova de segurança. Com o crescente número de lugares que estão sendo
monitorados, o criminoso se sente cada ves mais acanhado, para cometer crimes,
mesmo ele conseguindo seu objetivo, seu ato foi pego e registrado por câmeras. Um
outro recurso utilizado como foram de vigilância, é o rastreamento por satélite, usado
principalmente por donos ou empresas de automóveis, permitindo ao dono, sobre em
tempo real, a escuta localização do veículo.
Em casos de sequestro, o rastreamento por satélite pode ser útil, divulgando a
localização do carro da vítima.
A partir estatísticas, fatos e números, pode-se perceber o quanto as câmeras
auxiliam para nossa segurança, câmeras essas monitoradas pela polícia, que não privam
ninguém de ser flagrado cometendo crimes, ou de ser ajudado quando estiver em
perigo.
(Jornal Cidadão Natalense, Natal Junho de 2009)
Texto 60
“Big Brother” da vida real
No mundo atual, as pessoas têm suas vidas cada vez mais vigiadas, seja no
trabalho, na escola ou até mesmo em seus próprios condomíníos e residências. Dizem
os especialistas, tratar-se de um padrão universal que visa somente a segurança dos
indivíduo. Todavia, essa segurança cobra um preço bastante alto, o maior direito
pregado pelas democracias ao valo do mundo: a liberdade.
Eu não vou mentir, é óbvio que as câmeras de segurança ajudam a inibir
assaltos, assassinatos, consumo de drogas e até a destruição do patrimônio público. O
que venho criticar aqui é o modo como as polícias, tanto civil quanto federal e militar,
e seguranças invadem a privacidade das pessoas, sem ao menos perguntar o que elas
pensam sobre o assunto. Do modo como as coisas vão logo chegaremos ao extremo de
termos que ser mantidos a força em nossas casas para escaparmos da violência, como
ocorre na crônica Segurança de Luís Fernando Veríssimo.
Na realidade não precisa-se ir tão longe, na vida real temos um exemplo
bastante interessante de como os governos estão deixando de respeitar as liberdades
individuais dos cidadãos. Ele ocorreu logo após os ataques terroristas de 11 de
Setembro de 2001 às torres gêmeas em Nova Iorque, nos Estados Unidos. Sob a
justificativa de que estaria travando uma “guerra contra o terror a polícia secreta do
governo norte-americano (FBI) grampeou sem mandado judicial os números
telefônicos de mais de um milhão de pessoas. Outro exemplo também dos Estados
Unidos é a prisão de Gustómano, localizada na ilha de cuba, na qual os soldados
americanos torturam os presos, que não têm sequer direito a julgamento.
Apesar de o caso das câmeras de segurança ser bem menos grave que esses, ele
também suprime parcialmente a liberdade individual, visto que as pessoas ficam bem
mais inibidas sabendo que estão participando de um verdadeiro “Big Brother” , que
muitas vezes não adianta de nada devido ao trabalho falho da polícia. Como ocorreu
em um caso recente no qual um empresário paulista viu, por câmeras, sua residência
sendo roubada, telefonou para a polícia, e esta, mesmo chegando cinco minutos antes
de os ladrões irem embora não conseguiu prendê-los.
Texto 61
Você não está sozinho
Elas estão por toda parte, de vários formatos e desempenhando objetivos
diferentes. São as câmeras registrando tudo ao seu redor.
O avanço tecnológico tem sido o maior responsável pelo surgimento dessa
ferramenta. Presente a cada dia mais no nosso dia-a-dia elas vem nós auxiliando em
papéis informantes e fundamentais como em prédios, trânsito, aeroportos, bancos,
escolas e etc.
A função mais básica que a câmara possa executar hoje seria a de filmar e
registrar os fatos acontecido em são Paulo são utilizadas para detectar carros que não
poderia está circulando devido ao sistema de ródizio que lá existe. Ao mesmo tempo
que filma ela scaneia as placas dos veiculos indentificando assim os números. Em
alguns aeroportos já existem câmaras capazes de scanear a face das pessoas, que
comparando com um banco de dados de pessoas, procuradas por alguma infração, ela
são indentificadas ocorrendo então a prisão.
O que menos importa nisso tudo seria nossa privacidade. A sociedade tem uma
necessidade de mais segurança e tranquilidade. Só não sabemos até onde isso irá parar.
Texto 62
Sorria? Você está sendo filmado!
Todos os dias nos deparamos com a constante vigilância por meio de câmeras
dos cidadões, por onde quer que passem. Dizem que é pela segurança da cidade, mas
até que ponto isso é verdade? Não estou desmentindo, apenas questiono se há
realmente somente boa intenção ou se vêem nessa tendência uma chance de
controlarmos.
Percebemos que esse tema é polêmico e há várias controvérsias em torno dele,
porém com tantas injustiças e tragédias no mundo prefiro acreditar que a boa intenção é
verdadeira, mesmo com tantos olhares voltados para nós, com a finalidade de
estudarmos, tentando descobrir menos pensamentos, regular nossos hábitos ou mesmo
em busca de dicas para prejudicarnos futuramente. Vivemos com a idéia de possíveis
espiões americanos atuando ao nosso redor, ou mesmo espiões políticos e esses são
exemplos dos maus “elementos ocultos” a que me refiro.
Porém, da mesma forma que podemos ser lesados, há evidências concretas que
podemos ser ajudados com essas câmeras espiãs. Elas podem servir como provas
determinantes em situações graves, como as que tenham sido lesadas ao tribunal. Um
exemplo é o caso do jovem brasileiro Jean Chaves, assassinado numa estação de metrô
por um policial inglês que o confundiu com um terrorista anos atrás. O vídeo serviu
para provar que a policial mentiu ao dizer que não tinha atirado nele.
Outra vantagem das câmeras é o possível estudo de hábitos e a observação de
determinadas situações para a melhoria de fatores, como o esquema de trânsito, o
esquema de segurança de determinado banco, ou mesmo, a disposição dos produtos em
determinado supermercado. Em algumas escolas, a verificação da ética e da didática de
um professor por meio de vídeos gravados também é interessante.
Por fim apesar de tudo isso, o importante mesmo é sermos honestos para a
satisfação pessoal e para que não sejamos pegos de surpresa. E sorria, sorria sempre,
independentemente se esse sorriso é de ironia ou satisfação.
Texto 63
Privacidade x Avanço Tecnológico
A modernização trouxe para o mundo novas tecnologias, tais como: a internet, a
câmera digital, celulares e filmadoras, que desencadearam um aumento na falta de
privacidade dos cidadãos. Mas, esses não são apenas os causadores da exposição
individual, pois ainda temos a televisão com seus diversos programas de reality show,
que é o caso do “BBB” (Big Brother Brasil).
Esse ano a mídia registrou a nona edição do BBB, onde mostra alto índice de
audiência ano após ano, isso acontece porque as pessoas estão sempre em busca de
algo fora do normal: escândalos, pessoas que expõe a vida se tornam motivo de piada
para muitos dos espectadores. Outro meio de exposição é o Orkut, (com seus milhões
de usuários) que apesar de ser uma nova forma de comunicação trás riscos para a
população, como: seqüestros, invasões, roubos e até mesmo assassinatos. O problema
está na falta de leis que possam punir os que cometem crime nessa área.
A vigilância nas ruas, supermercados, bancos, elevadores, trouxeram para a
população maior segurança, mas tal avanço passou a controlar a nossa forma de agir
nesses locai, pois pequenos gestos chegam a causar constrangimento na frente das
câmeras. Devemos lembrar também que uma máquina digital ou celular pode servir de
arma para muitos bandidos, por exemplo, em um roubo o ladrão ao furtar algum desses
abjetos pode expor a vida da vítima na internet de forma que possa compromete-la
diante da sociedade.
Portanto, a falta de privacidade deve ser combatida a partir da ação de nós
cidadãos, não apoiando os escândalos e nem fazendo parte deles, para que possamos
ser vistos pela sociedade como pessoas mais éticas. Que o governo possa implantar leis
que diminuam esses crimes, e nos possa alertar a manter uma vida mais privada.
Texto 64
Um bem que faz mal
A tecnologia nos proporcionou inovadoras técnicas de segurança e entre elas
está a utilização de câmeras para vigilância, seja em lugares públicos ou privados. O
fato é que estamos sendo sempre observados por estas máquinas inteligentes trata-se
portanto da nova tendência mundial.
A presença desses objetos no dia-a-dia sem duvida é bem intencionada, afinal, a
segurança é um conforto procurado por todos. Porém, quando em exagero este conforto
torna-se desconforto o excesso de exposição frusta-nos de liberdade. Ter que pensar
bem antes de falar ou fazer qualquer coisa torna a rotina um tanto quanto cansativa.
Essa falta de privacidade em determinados instantes chega a ser incomodo total.
Não poder comentar com um amigo sobre uma noite anterior ou até mesmo “chavecar”
a namorada com palavras ou gestos sensuais no elevador causa um sentimento de
limitação. E então façamos a pergunta: limitações não deveriam ser para os
criminosos? Essa nova tendência de segurança nos coloca em uma situação antagônica,
na qual ocupamos o lugar daqueles que estamos fugindo.
Não dá pra afirmar, portanto, que a tecnologia só nos traz benefícios. Em casos
como esse, ela também nos priva de coisas simples, mas que tem grande importância
para nosso bem-estar e conforto: a privacidade.
Texto 65
A solução é a segurança particular?
A partir da crescente incidência de crimes, aliados a ineficiência de algumas
corporações policiais, o Estado e parte da população passaram a investir em aparatos
tecnológicos para diminuir a probabilidade de assaltos. Seja em vias públicas ou em
condomínios fechados, as câmeras estão por todo lado vigiando a sociedade. No
entanto, as empresas de vigilância estão lucrando cada vez mais e passando a tão
almejada sensação de segurança aos seus clientes.
Quando Luís Fernando Veríssimo escreveu “Segurança” em comédias para se
ler na escola, ele já previa a segregação dos condomínios fechados em relação ao resto
da cidade e uma provável sensação de prisão dos seus moradores. É necessário ressaltar
a exclusão dos mais pobres ao uso de equipamentos de segurança devido ao seu alto
custo e por estarem mais vulneráveis a ação de criminosos, apesar de que não são os
preferidos dos ladrões.
É discutível o uso das câmeras como forma de inibir as ações de criminosos.
Pois, no mês de novembro de 2009, em São Paulo, um advogado acompanhou de seu
trabalho, a ação de bandidos em sua residência; pelas imagens dos acessórios
eletrônicos. Mas não foi evitado o roubo devido a uma falha de comunicação da polícia
militar paulista. A dependência na qual temos de uma polícia que às vezes falha e
outras se corrompe causa revolta a todos.
Se a violência não diminuir nos grandes e pequenas centros urbanos, não há
câmera ou equipamento algum que proporcione segurança à população. Cabe ao
governo investir na capacitação dos policiais, comprar os equipamentos necessários e
planejar ações para conter o crime organizado.
Portanto, se houver ações conjuntas entre polícia e o exército, com o auxílio de
produtos de vigilância modernos, a tranqüilidade seria mais vigente no Brasil e em
Natal. Numa cidade pequena em que criminosos fazem o que bem querem é revoltante.
Além disso, temos o despreparo de muitos agentes encarregados de proporcionar bem-
estar à sociedade, então percebemos a causa dos natalenses investirem em segurança
particular.
Texto 66
Vigilância e Segurança
Atualmente somos surpreendidos quando estamos no estacionamento ou no
elevador e nos deparamos com uma câmera de segurança. Estas câmeras têm por
finalidade inibir qualquer ação de um bandido mal intencionado, pois ao ser filmado o
mesmo terá sua identidade revelada e com isso sua busca e apreenção será feita com
maior rapidez e qualidade. Outra vantagem é que ao estarcionarmos nosso veículo em
um shopping e caso quando voltarmos para o mesmo e depararmos com um “amassão”
indesejável, com o auxílio dessas câmeras fica fácil descobrir qual foi o motorista e o
carro no qual colidiu e acabou saindo do local querendo tirar alguma vantagem disso.
Sem falar que estão sendo usadas estas câmeras em escolas e bercários onde se deixa o
seu filho e você do trabalho através da internet pode verificar como seu filho está se
comportando e como ele está sendo tratado. São inúmeras as vantagens por isso,
parabéns aos idealizadores destas invenções que nos são totalmente úteis.
Texto 67
O mundo e a insegurança
Não é mais novidade escutarmos comentários de pessoas insatisfeitas com a
falta de segurança deste país. Vemos todos os dias jornais (regionais e nacionais)
noticiando reportagens sobre algum ato criminoso. Notícias que fazem com que a
população se sinta desprotegida até em seu lar.
Preocupado com isso, o governo está aumentando seus métodos de segurança
nas ruas, para pelo menos intimidar alguém que tenha a intenção de cometer algum
delito, fazendo a instalação de equipamentos de segurança (câmeras em pontos
estratégicos, por exemplo) e aumentar as equipes de segurança.
O problema é que não são tantos os locais de vigilância por parte do governo.
Tendo em vista isso, ocorreu uma crescente procura da população por empresas de
segurança particular nos últimos tempos. Casas, empresas, locais de festas, até alguns
ônibus (ainda é novidade, por isso não são muitos) estão instalando algum sistema de
vigilância. O mais usado é a câmera, mas também existe a cerca elétrica, seguranças
particulares, entre outros.
Podemos atribuir boa parte desta insegurança ao governo, que demorou demais
para criar projetos que educassem melhor ou que colocasse os jovens de classe baixa
no mercado de trabalho. Dessa forma muitos jovens entraram no mundo da
marginalidade, pois não acreditavam que tivessem a chance de mudar sua vida para
melhor.
É claro que dá para perceber que o fator segurança ainda é muito precário, e é
chegada a hora de analisarmos bem a situação para melhorá-la ò mais rápido possível,
principalmente se lembrarmos que vamos cediar uma Copa do Mundo e uma
Olimpíada. E, na verdade, o que seria de maior importância era se conguês
conseguíssemos dar uma basta definitivo neste medo tão forte que temos de andar nas
ruas preocupados com qualquer que se aproxime, e que podíssemos relaxar em
qualquer lugar e não só na nossa base de segurança, a nossa casa.
Texto 68
Você está só?
É um total desrespeito a nossa privacidade o uso de câmeras em ambientes
públicos, no qual restringe a liberdade do cidadão quanto ao direito de ir e vir
livremente pelas ruas.
Essa tendência espalhou-se pelo mundo, decorrente da falta de segurança
efetiva nos grandes centros urbanos, porém vale salientar que a vigilância hoje não é
apenas em bancos, ou em órgãos governamentais, está sendo inserido
desordenadamente em vias públicas causando transtornos a nós cidadãos.
Não podemos desconsiderar que as câmeras são de grande importância, já que
inibem a ação dos bandidos que são facilmente reconhecidos através das imagens. Mas
o que está ocorrendo é um extensão dos programas de reality shows como o BBB (Big
Brother Brasil) onde as pessoas são filmadas na sua intimidade só que diferentemente
do BBB ninguém ganhará 1 milhão após o fim das filmagens.
Então, o que deve-se existir é o controle das câmeras em locais públicos de
modoa não expor publicamente a vida de nenhum cidadão.
Texto 69
“Segurança” gera violência
A crescente onda de vigilância por meio de recursos tecnológicos se deve a
alguns fatores inseridos em nossa sociedade atual, entre eles: a violência ascendente, o
medo e a desigualdade social.
É perceptível o crescimento da violência entre a população brasileira, de forma
que o Brasil está entre os paises mais violentos do mundo. Essa ascenção deve-se a
fatores como: o crescimento populacional, a desigualdade social e a miséria. É
revoltante observar que a sociedade de hoje foi baseada num sistema tão excludente, o
capitalismo.
Sistema esse que benefícia poucos em detrimento de muitos. Criou-se então a
enorme diferença social presente atualmente. Essa desigualdade acarreta em um
sentimento de superioridade, desrespeito, opressão e raiva. Tudo isso faz os menos
favorecidos se questionarem: “Porque eu não posso ter o que os ricos tem? O que os
fazem melhor do que eu ?” . Por isso, alguns pobres veem apenas uma forma de reação
a ação imposta a eles pelo sistema, a violência.
“Para toda ação existe uma reação” disse Newton. Sabem qual foi a reação dos
ricos para a “ação” dos pobres? Medo, sim, eles tiveram medo. Foi essa reação tomada
pela elite que nos trouxe esse cenário em que vivemos, cheio de aparatos eletrônicos,
vigias, condomínios fechado e etc. Que ao invés de diminuir o problema, só faz
aumentá-lo. Pois a vigilância é mais um artigo de luxo a qual aumenta a desigualdade
social, uma das raízes do problema.
O mais interessante é o meio que as autoridades para combater a situação, ao
invés de tentarem combater as diferenças sociais, uma das príncipais causas da
violência, tentaram combater essa consequência, colocando câmeras nas ruas, alarmes
em prédios, combatendo violência com violência, mandando a polícia prender e surrar
os “bandidos”, criando portanto uma falsa segurança.
Para acabar com esse grande problema criado pela sociedade, não podemos nos
preocupar apenas com a consequência, o importante é combater a causa. Não é com
câmeras e aparelhos tecnológicos que vamos resolver esse problema, o necessário a se
fazer por nossas autoridades é diminuir a desigualdade social, tentando criar uma
sociedade mais igualitária. Quanto a nós, o melhor a ser feito é tentar sermos menos
desrespeitosos e arrogantes com os outros, sejamos humildes, e vamos juntos ajudar o
Brasil e o mundo.
Texto 70
De olho em vocês
A principio as cameras filmadoras foram criadas para registrar momentos de
nossas vidas como casamentos ou momentos também muito especiais, no entanto era
registrado apenas o que desejávamos. Nos dias atuais estamos sendo constantemente
observados por pessoas que se quer perguntam se queremos ou não.
Entendo que estas cameras tem por finalidade obter maior segurança e manter a
ordem social e acrescento que realmente o numero de assaltos nas ruas públicas
diminuíram bastante. Mas entretanto há pessoas que estão tendo sua privacidade
exposta como os vendedores e até os taxistas e outros que passam muito tempo nas
ruas e avenidas. Será que vale a pena expor a privacidade de uns em prol da maioria?
Acreditando que as pessoas responsaveis por ficarem monitorando o sistema de
vigilância são realmente profissionais, e nos assegura que as filmagens ali feitas não
serão públicadas na tv ou internet onde é bastante comum publicações de videos, caso
seja públicado elas deverão ser rigidamente punidas.
Considerando entao as condições ideais, acreditando que não só as cameras de
vigilância e também outros meios de monitoramento são uteis mais que tenhamos um
uso mais amplo desses sistemas. já que tem trabalhadores tendo sua privacidade
exposte em pró de uma maior segurança para a população, não custa ter cameras ou
mesmo grampeadores telefônicos no senado já que ali também está nossa segurança e
nosso futuro o dinheiro público.
Quando tomamos decisões de melhorar a maioria da população, por mais
perfeita que seja a nossa ideia sempre haverá alguém que sairá descontente ou até
mesmo prejudicado.
Texto 71
De olho em você
Elas estão em todos os lugares: nas lojas, nas farmácias, nas escolas e em
muitos outros lugares. Desde o momento em que se entra em algum desses ambientes,
você é observado por câmeras e outros aparelhos tecnológicos.
Para alguns, elas representam incômodo; já para outros, não faz a menor
diferença; pois parece até que elas nem estão ali, filmando tudo o que você faz.
O uso desses aparelhos é necessário; pois evita muitos furtos em lojas e garante
mais segurança às pessoas que trafegam nos lugares onde existe esse tipo de segurança.
E, para quem não se incomoda em ser filmado em quase todos os lugares que se
vá, resta somente sorrir para aquelas “terríveis camerazinhas” que ficam o tempo todo
de olho em você.
Texto 72
Reféns da insegurança
Cada vez mais aumenta o numero de pessoas que são vítimas da violência
urbana. Quem nunca ouviu algum relato de uma pessoa próxima ou até mesmo você
que tenha passado por situações constrangedoras como assaltos, sequestros. Em virtude
disso, é crescente a vigilância por meio de câmeras e outros recursos tecnológicos para
combater essa violência. A ausência de ações públicas quanto a falta de investimentos
na polícia e pouca oferta no mercado de trabalho para a população são fatores que
contribuem para esse aumento.
A população vive amedrontada diante da falta de segurança. Não é difícil
deparamos com notícias relacionadas ao assunto em questão em nosso jornal cidadão
natalense. Se uma família é vítima de um assalto dentro de casa, no dia seguinte, pensa-
se em ações para cortar esse tipo de situação. Dá início ao processo de combate a
insegurança com o aumento do muro, depois coloca-se uma cerca eletrificada e grades
nas portas. Por fim, um monitoramento através de câmeras por toda área da casa. Vale
salientar que, tal tecnologia fica disponibilizada a qualquer hora acessada à internet.
Os tributos são arrecadados anualmente e a ausência de ações públicas para
combater essa violência não vem sendo observado pela população. Falta investimentos
nos recursos do material de trabalho e na qualificação do profissional. Sem essas não
há como esses profissionais repreender a violência, mantendo a ordem pública e
protegendo a sociedade.
Um outro fator primordial é a falta de emprego. Muitas pessoas, principalmente,
jovens de 16 a 24 anos não têm uma oportunidade no mercado de trabalho. Muitos
vêem na criminalidade, seja um simples furto até grandes assaltos, uma melhoria para
seus interesses financeiros.
Caro leitor, infelizmente a nossa realidade atual não é como nos tempos
passados, onde se podia andar livremente nas ruas e conversar com os vizinhos na
calçada de casa sem ser surpreendido por fatos constrangedores. Enfim , estamos
vivendo reféns de avanços tecnológicos, sendo observados e vigiados em todos os
lugares, a fim de combater tamanha insegurança.
Não será quem sabe um futuro, uma mera coincidência, vivermos restritos a
condomínios fechados, como presídios.
Texto 73
Segurança e Tecnologia
Com os avanços tecnológicos, a segurança pública e a privada estão
superlotando a cidade de câmeras. O propósito da segurança é respeitado, porque com
a crescente insegurança, torna-se realmente necessária a vigilância.
A tecnologia atual dispõe de diversos produtos para o monitoramento. Nas
estradas é comum ver aparelhagens sofisticadas, por exemplo, radares e lombadas de
trânsito fotografam o veículo. Em lojas vê-se cartazes e informativos que nos avisam
sobre sermos filmados, enquanto estivermos no estabelecimento. No entanto, as
câmeras, radares e lombadas de trânsito, são para a segurança.
Está tecnologia é correta, pois nos proporciona segurança e nos dá provas sobre
acontecimentos. Muitas das câmeras de vigilância são um prolongamento da visão de
guardas e vigias.
As câmeras de segurança nos condomínios, nas lojas, rodovias e estradas,
procuram nos assegurar de que estamos sendo monitorados, pois acidentes, furtos e
assaltos são comuns na sociedade contemporânea.
Texto 74
A segurança em pólos
Ao passo do avanço tecnológico, medidas de controle da ordem nos centros
urbanos estão cada vez mais à vista. A que ponto chegará e o nível de automação a ser
obtido é motivo de cisma, pois, fato, são gerados excessos com a invasão de
privacidade ou trém, todavia é um mecanismo mister, a utilização de câmeras, na
vigilância dimensionada para a sua utilização.
Embora, comprovadamente útil, a curiosidade ou a simples exposição dos
rabiscos alheios são busca crescente, pelo fato do objeto disseminador ser capaz da
atingir inúmeros locais num curto espaço de tempo (internet). O nível de vigilância está
atingindo patamares altos, todavia excedido com os constrangimentos às pessoas (dá-se
por este processo ser poli pontual, dependendo de onde estiverem, sendo vigiados sem
a noção de tal fato).
Concordo, no fracionamento de provas criminais, na comprovação de infrações
de trânsito etc. As câmeras são um grande avanço na busca pela veracidade de fatos
outrora ocorridos. Ao ser anterada em outros campos, como na automação industrial,
pode supervisionar máquinas à distância, continentais.
Em suma, dados os pontos de discussão aos pólos da tecnologia das câmeras,
caze a todos o arbítrio da posição a ser tomada, tendo a sapiência das consequências a
serem geradas no domínio desta tecnologia.
Texto 75
Segurança
Hoje vivemos em um mundo cheio de armadilhas, polêmicas e diversos tipos de
crueldades.
Para iniciarnos nosso assunto devemos analisar o comportamento humano, a
sociedade e formado em diversas classes, rico, média, pobre. O pessoal da classe rica
que são os empresários de altos nivéis necessitam de muita atenção; por causa dos
bandidos que são os vermes da nossa sociedade, então precisam de um meio de
segurança através da filmagem, câmera fotográfica e outras que é atraves do homem e
da tecnologia moderna que esses instrumentos funcíonam.
Para comprovar a certeza dos acontecimentos desses aparelho bastantes
evoluídos que mostram com clareza o que está acontecendo.
O trabalho do homem para a sociedade e insubstituível mais as tecnologia
moderna ajuda.
Biomédica
Texto 76
Estamos de olho em você
Hoje em dia estamos sendo observados de varias formas, isso nos leva a crê que
é preciso, devido as situações que surgem no nosso dia a dia.
Com essas atribuições podemos evitar certos tipos de transtornos. Que possam
surgir.
Os assaltos por exemplo; eles estão envolvidos mais de 90% dos lugares por
onde passamos. Em casa, na rua, na escola, no trabalho, nas festas enfim, tudo que
envolve nossa vida social.
É preciso entender também que é extremamente necessário o uso de câmeras
nas principais rodovias e cruzamentos ajudando assim aos profissionais de trânsito a
desempenhar melhor o seu papel, nos casos de roubo, sequestro, racha, ultrapassagem
de sinal e colisão levando a óbito.
Outro ponto obrigatório a ser atribuido é o uso de câmeras interligadas com
sistemade segurança pública e secretaria de saúde nos pontos mais extrategícos
principalmente quando envolvemos grandes eventos sociais tipo: micareta fora de
época e carnaval, evitando assim o trafíco de drogas, a prostituição de menores, a
transmissão de doenças sexualmente transmissivéis e a violência em geral. Esperamos
que com o avanço da tecnologia, que é um proposito mundial, possam surgir ainda
mais. Para que com isso possamos solucionar problemas que ainda estão por vir.
Texto 77
Um mundo de lentes bem abertas.
Com os constantes avanços das tecnologias, que hoje já nos permite ações como
acesso a informação em tempo real, descobertas científicas extraordinarias e progressos
na medicina à tempos atrás jamais imaginados. Isso tudo combinado com a
globalização e a crescente necessidade da população de segurança, levaram-nos ao que
podemos chamar de era da vigilância assistida.
Através de várias medidas combinatórias, afim de promover a segurança,
governo, empresas privadas e a população vem aderindo a recursos tecnológicos,
como câmeras de vídeo, sensores de movimento, infravermelho, entre tantas outras
opções que já dispomos, para nos certificarmos e previnirmos da violência que
aterroriza o mundo atualmente.
Desde que usada sempre com a finalidade de manter a segurança e a integridade
dos usuários, e não de priva-los de sua privacidade de forma abusiva, todo esse aparato
tecnológico é válido. Afinal, quantos inúmeros casos vemos nos jornais de tragédias
evitadas ou até mesmo solucionadas pelo o uso desses equipamentos? Terroristas
desmascarados ao terem suas bagagens expostas a raio x em aeroportos, assaltantes
flagrados em seus atos ilícitos por câmeras, hoje espalhadas por várias cidades, ladrões
pegos furtando lojas.
Contudo, já é possível sentir-se mais seguro com tantas câmeras e equipamentos
de segurança à nos monitorar. Resta apenas o apelo, para que todo esse arcenal seja
utilizado da melhor forma possível em prol da população, de forma íntegra, consciente,
prudente e com responsabilidade.
Texto 78
A segurança ao preço da privacidade
É um fato interessante, onde se olha existe uma câmera essa é uma realidade
comum em várias cidades. Com o crescentes ondas de violência, faz-se um mal
necessário a perda de alguma, privacidade, para a devida segurança da população.
A perda da privacidade se mostra acaracter, de como e onde são colocados os
equipamentos de vigilância, um caso são os elevadores sem preocupação alguma.
Surge a necessidade pela crescente onda de assaltos a condomínios do monitoramento
dos elevadores e portarias. Visto que para o controle da segurança dos individuos o
usuário e identificação de criminosos mostra-se uma medida importante. O número
elevado de assaltos em locais de grande circulação de pessoas, como avenidas as
câmeras permitem o monitoramento desses locais pela polícia e em casos de
emergência os próprios policiais podem agir de maneira rápida na identificação e
captura dos suspeitos.
As câmeras podem ser utilizadas desde que ocorra uma correta utilização, não
ocorrendo o absurdo de sua utilização para invadir a privacidade de outras pessoas, ou
para um controle do cidadão individualmente falando, pois não existe argumento que
possa sustentar tamanha falta de ética.
O monitoramento deve ser utilizado mas de maneira democratica, afim de
garantir a segurança do cidadão frente a violência e bão do controle da vida do
indivíduo.
Texto 79
Câmeras. Podem durmir tranquilo
Como já sabemos, as câmeras de segurança viraram mania mundial e seu uso
cresce quase que exponencialmente. Muitos afirmam vumentemente que seu uso causa
falta de privacidade, mas ninguém pode negar que elas se tornaram, em tão pouco
tempo, indispensáveis para a segurança mundial.
O uso desse aparelho de monitoramento, nos países sub-desenvolvidos
especialmente como o Brasil, se tornou quase que obrigatório devido as substâncias
desigualdades sociais existentes e, em alguns casos, o crescimento da vigilância tem
agravado ainda mais a situação.
As filmadoras de vigilancia se tornaram um fator elementar para a segurança do
cidadão. É só parar para pensar: Quantos ladrões deixaram de assaltar um imóvel com
medo de ser reconhecidos? Quantos pequenos delitos foram solucionados e seus
praticantes presos devido ao uso de câmera com acionamento à distância em grandes
cidades? E por ai vai. São incontáveis vezes que esse “ big brother Brasil” ajudou
nossos policiais. Esses benefícios não estão só no plano teónico, eles são evidenciados,
cada vez mais agudos, em pesquisas feitas por todo o mundo, onde a violência,
sobretudo nas grandes cidades tem sido reduzida significantemente. Assalto, roubos,
agressões (+) são cada vez menos frequentes em lugares vigiados. (* esse benefício)
além de tudo, nós, cidadãos dormimos bem mais tranquilos e sossegados quando a um
acervo de câmeras espalhadas pelas cidades e ajudar as entidades de segurança.
Dormimos mas tranquilos ainda quando nosso poder aquisitivo, nos permite adquirir
esse aparato tecnológico em nossos lares.
São motivos como estes que elecidam para a parcela de população que acha que
as filmadoras de vigilância causa falta de privacidade que tendo um bom senso e
enxerguem: se colocarmos na balança essa falta de privacidade, vai ser uma
consequência immisória em relação aos benefícios que estas vem trazendo para a
sociedade. Não quero dizer que as câmeras são a solução de violência mundial, longe
disto, mas nesse momento de fontes violência pelo mundo afora, as câmeras já são uma
ajuda, e que ajuda.
Texto 80
Cãmeras, Segurança ou Invasão de Privacidade?
Nos dias atuais é crescente o número de câmeras filmadoras nos lugares mais
movimentados de várias cidades. Essa vigilância, em algumas ocasiões exagerada,
causa muitas opiniões sendo algumas contra esse grande número de câmeras nas
cidades e outras que aceitam ser vigiados em vários lugares.
A utilização de câmeras e recursos tecnológicos buscando mais segurança em
alguns locais é uma alternativa que pode melhorar o convívio das pessoas, pois as
câmeras inibem em alguns casos e comprovam a ocorrência de alguns delitos .
As imagens das câmeras filmadoras instaladas em alguns locais como em
grandes cidades ajudam à polícia na investigação de muitos delitos. Esse recurso
tecnológico é muito usado como forma de policiamento, pois é uma das formas de
garantir a paz e a tranquilidade da sociedade.
A instalação de câmeras em vários locais, visando uma maior segurança aos
indivíduos da comunidade, não pode ser considerado como invasão de privacidade,
pois as grandes metrôpoles e lugares que utilizam mais esse recurso tecnológico estão
ficando muito inseguras, e este meio de policiamento é simples e está ficando cada vez
mais acessível as pessoas.
Texto 81
De olho em você!
É inevitável trafegar por ruas, prédios, comércio e outros diversos lugares sem
perceber a presença de câmeras em todos os ângulos, detectando minunciosamente
cada gesto nosso. Isso pode ser constrangedor para alguns, enquanto uma grande parte
da população se sente segura com a observação proporcionada por esses aparelhos.
Mesmo assim a violencia urbana atinge níveis alarmantes em nossa sociedade, e
não é preciso números, estatísticas que comprovem isto. Hoje, pode-se dizer que a
classe média/alta vive em verdadeiros feudos medievais cercada por muros e aparelhos
eletrônicos. A tecnologia avançada que estamos acostumados a vivenciar nos obriga a
ser monitorado todo o dia através desses vigilantes, e agora já não temos escolha
quanto a isso. É impressionante a forma como estamos dependentes desse meio
técnico-científico- informacional, pois esses avanços já podem ser considerados um
vício por diversão, segurança, bem-estar e comodidade, sendo ultimos na maioria das
vezes acessíveis apenas a quem possui rendas mais elevadas. Estamos em um mundo
onde as bonecos falam, brincam, comem e andam, as bolas convencionais foram
trocadas por aquelas controladas em teclas de vídeo game ou computadores, o trabalho
braçal do homem foi substituído por máquinas, e são elas que nos garantem essa
modernização.
Além disso, tornamo-nos a cada dia tão ligados a esses recursos e
monitoramentos, que seria estranho passar pelos locais sem sentir uma câmera de olho
em nós!
Texto 82
Sua segurança vigiada.
A violência juntamente com a falta de segurança nas cidade gera medo nos
habitantes. Visando prevenir, amenizar e até mesmo ajudar a desvendar ações de
vandalismo e criminalidade estão sendo instaladas câmeras por vários locais
brasileiros.
Diante de tanta insegurança, tanto nas ruas quanto no trânsito, o governo tem
feito instalações de câmeras apesar de serem minimas ainda, em avenidas e lugares
públicos. Com a disponibilização dessas imagens é possível identificar como as leis de
trânsito, o vandalismo nas ruas, gerando, de certa forma, mais tranquilidade para o
cidadão.
Porém essas medidas de segurança não estão sendo tomadas somente pelo
governo, mas principalmente pelas empresas. Supermercados, prédios, lojas também
estão adotando essas medidas e graças a ela a segurança dentro desses ambientes está
melhorando. A partir dessas câmeras foram possíveis prevenir, e em certos casos,
ajudar a desvendar ações de sequestros ou assaltos.
Portanto a utilização dessa medida de segurança é importante e favorável à
todos. Tendo em vista que o governo precisa investir bastante na segurança, ao adotar
esse método seria um grande passo para o melhoramento da segurança brasileira.
Texto 83
Tecnologia invasiva ou necessária?
No Brasil e no mundo, é cada vez maior o número de câmeras instaladas em
rodovias, empresas, condôminios (...), visto que, a falta de segurança e novas
tecnologias tem atraído milhares de pessoas.
Nas rodovias das grandes cidades, as câmeras instaladas são usadas para a
segurança da população, pode-se citar programas como fantástico da rede globo, Hoje
em dia da Record que em meados de 2009, mostraram flagras de câmeras de rodovias,
em que jovens infratores cometiam roubos em carros durante congestionamentos em
horários de pico, além disso câmeras também são utilizadas como forma de melhorar o
trânsito fotografando os carros dos motoristas infratores, consequentemente
acarretando ao envio de multas.
Em empresas, lojas ou condôminios as câmeras são muito utilizadas tanto para
a prevenção de assaltos, como para avaliar os empregados e o fluxo de pessoas,
podendo com isso aumentar a renda e a segurança da empresa.
Mas as câmeras também são usadas para gravar os melhores fatos, sejam eles,
protestos, shows, discursos, aulas, entre outros, recentemente no mês de outubro a
aluna Geyse da faculdade de turismo da UNIBAN, teve suas imagens gravadas devido
ao protesto de um grupo de alunos da propria faculdade, que alegava, que a estudante
não estivesse vestida apropriadamente para o local.
Portanto, a crescente vigilância por meio de recursos tecnológicos, trouxe
muitos beneficios em relação a segurança da sociedade, mas também acarretou ao
grande números de pessoas que teve sua vida invadida por essa crescente tecnologia.
Texto 84
Câmeras na escola!! Porque não?
Hoje em nosso cotidiano a cada lugar que vamos estamos cercados por câmeras
de segurança, essa é uma forma se termos mais tranquilidade para exercermos nossas
tarefas diárias, sabemos que não impede os assaltos e outros delitos mas pelo menos
identificar o autor, vemos todos os dias nos noticiários, flagras de delitos e que acabam
sendo as câmeras as principais aliadas da lei.
Faz-se necessário o aumento do uso de câmeras em outros estabelecimentos
sociais, como exemplo da escola (nas salas de aula) seria uma aliada dos professores e
de todos da instituição; as câmeras registrariam no dia a dia das aulas na escola e assim
serviria de apoio para: professores pais gestores e até para se tomar uma posição sobre
o que está acontecendo com a educação do nosso país. Fica sendo a cada dia mais
amplo e significativo o uso das câmeras que com certeza só ajudará, assim como é
aliada na segurança irá ser parceira da educação.
Texto 85
A Técnologia nos Fornescendo Segurança
No mundo em que vivemos com assaltos, sequestros desconfiança, a vigilância
por câmeras torna-se mais frequente vemos diariamente casas de babas que maltratam
crianças. Como podemos evitar que nossos filhos não sejam vítimas de um crime
desse? Bom, uma das melhores soluções para esta pergunta é a vigilância eletrônica (as
câmeras), com esse método podemos talvéz não evitar esse tipo de crime, com toda via
caso o aconteça teremos provas concretas e pôr o culpado na cadeia.
Já pode ter acontecido no prédio em que você mora, cidadãos de bem serem
vítimas de vandalismo, adolescentes inrresponsáveis fazem baderna e desrresteitam o
próprio ambiente que moram, se houver câmera de segurança provavelmente esses
jovens seram punidos por suas atitudes. Mas não é só em casa em prédios que essa
técnologia nos é ultil, também nos favorece segurança em supermercados, bancos (já
foi flagrado vários crimes de cartões de crédito), até no transito ela está presente
ajudando nossos policiais entrar em ação.
Texto 86
Aparelhos de Segurança
Bom, em primeiro lugar a nossa segurança está diminuindo ao passar dos anos,
todos os anos temos freqüentemente arrombamentos de residências, sentro comerciais,
roubos a mão armada, mortes e várias outras formas de violência, mas tudo isso vai
acabar com à ajuda de novas tecnologias que a população está investindo, que é o caso
de alarmes, cameras de segurança, cerca elétrica e dentre outros aparelhos eletrônicos.
Com isso ficaremos mais seguros e poderemos viver com tranqüilidade. As
cameras nos ajudarão a monitorar a entrada e a saída de qualquer pessoa que visitem a
nossa casa ou também se algum ladrão vier nos roubar, teremos uma prova concreta
para prendelo e com isso facilitará o trabalho dos policiais. Já os alarmes nos avisarão
se a nossa residência está sendo roubada.
Com todas essas aparelhagem ficará mais difícil de sermos roubados e com isso
dormiremos mais tranquilos, sabendo que estamos sendo bem protegidos.
Texto 87
Fama ou segurança?
Além das novelas, nosso cotidiano está marcado pela forte presença de câmeras
e outros recursos tecnológicos que conquistaram um importante papel, e desenvolve
funções bem destintas. Com o avanço da tecnologia e o aumento da procura, tornou-se
um aparelho indispensável. É através da câmera que podemos registrar fatos,
ocorrências, informações, fofocas... mas, é também por meio dela que, muitos casos
policiais, agressões, furtos... são descobertos hoje em dia. Existe também o mau uso
destes equipamento que pode gerar polêmica e colocar pessoas em situações de risco e
bastante constrangedoras, mas, o mau ou o bom uso, só depende das mãos de que os
possui. Hoje ela se faz presente em várias localidades, ruas, prédios, hospitais, casas...
vem sendo aderida como medida de segurança para muitas pessoas, e está sendo
projetada de maneira que possa supervisionar e monitorar os principais pontos de
ocorrências e incidências em várias localidades, trazendo assim uma fama à mais de
proteção aos cirléis.
- Jornal cidadão Natalense
Texto 88
Flagrantes
Alguem já o surpreendeu com um sorrïso? Ou já seguiu você sem que
percebesse? sempre estamos sendo observados. Seja homem ou câmera você não é
famoso mais o mundo de hoje quem não tem fama? A violêncía cresce, os problemas
aumentam, o medo e a insegurança nos deixam perplexos diante do nada; Nada
podemos fazer! nada foi visto e nada ajuda a justiça, os meios de comunicação, vem
informando o homem, mais não vinha esclarecendo a justiça, em meio a necessidade
você precisa esta seguro, a cidade segura da violência, e muitos outros problemas que
prejudicam o bem estar da sociedade.
Por isso os meios tecnológico esta imradinho sua privacidade e te seguindo nos
cantos mas obceno do mundo, provocando uma furia nos arruacéiros e mg (marginais)
do séc XXI. Quando vocês virem um rosto redondo sorrindo sorria, pois a segurança
esta “estabelecida”. E você não estava informado? Continua se expondo sem cuidado?
mesmo assim eu incisto você é o principal astro dos flagrantes, tudo isso é muito
importante para não dizer constrangedor as vezes: Somos alvo da guerra e dos
problemas sociais de nossa cidade. Enfim esse arquivo demonstra a dificuldade de
espor nosso real problema e nossa intoleravel solução. Ficamos Assustados com a
tecnologia, cameras digital, celulares, etc... mais se não quebrarmos o “gelo da
ignorância” seremos seres perturbados e inseguros da lamentavel novela dos indiotas
Quando vejo a placa sorria você esta... sinto vergonha, de viver num mundo tão sem
Deus. Tendo a ídeia que somos vigiados por Deus e pela tecnologia somos “Felizes”?
...
Esse arquivo é um desabafo do mundo globalizado que a cada dia sufoca o
homem a viver robotizado e insatisfeito com a propria consiência. Finalmente
saberemos responder aos metodos de alienação, você esta sendo filmado! Todo mundo
pode ver que o que você faz? esse é o método de relaxar perguntando e não
respondendo
Texto 89
Ajuda tecnológica
Existem câmeras por todos os lados para impedir ou identificar vandalismos e
assaltos, atualmente é moda nas repartições, utilizarem as mesmas por precaução.
A frase “Sorria você está sendo filmado” já não é mais constrangedora como já
foi á alguns anos atrás, hoje nos sentimos seguros quando deparamos com alguma
desse tipo, por ser uma forma de proteção; andar nas ruas hoje sem estar com medo de
ser perseguido é quase impossível.
Pesquisas apontam que depois das câmeras terem sido instaladas em pontos
estratégicos, os índices de assaltos, vandalismo e até crimes diminuíram em números
considerados satisfatórios, pois as câmeras tem inibido algumas de suas ações.
Com o avanço tecnológico produz-se câmeras de todos os tipos com diversas
funções e tamanhos, hoje a maioria dos aparelhos portáteis também tem a função de
filmar, facilitando por exemplo a filmagem de uma sena que estar acontecendo agora e
no mesmo instante ser enviada para a internet.
Enfim essa tecnologia veio para ajudar e inovar atos que nos deixava inseguros,
hoje podemos sorrir pois estamos sendo filmados.
Texto 90
Câmeras justas.
Um dos grande avanços tecnológicos vem sendo implonato hoje nos varios
sistemas de segurança. são as famosas câmaras de vigilância, que vem sendo
encontrado em varios locais de serviços públicos, plivados e em ruas com grande
índices de violência urbana.
Essas câmeras nos proporcionam grandes seguranças, sendo atualmente umas
das grande utilizações em empresas, bancos, lojas, ruas, isso para nos disponibilizar
excelêntes opções de acessos seguros. De maneira que garante para a população e que
nós disponibiliza esse meio de segurança um conforto e maior confiança lomo também
é de grande importância em investigações e perícias policiais, em casos de asato,
violência urbana, tendo em vista facilita o trabalho dos mesmos de forma justa e
corrêta, sem ninguém sai prejudicado.
Portanto. devemos concorda que essas comâras foi um avanço que nos
proporcional um grande desenvolvimento em vigilância e maior confiança nesse meios
de disposição tecnológica para todos.
Texto 91
Vivendo um filme.
As pessoas de todo o mundo vivem com a constante preocupação de estarem
sendo vigiados. Esta vigilância é benéfica. Pena que nem todo mundo entenda isso.
Notavelmente quando entra-se em um banco ou em uma loja, vê-se geralmente
no canto da parede uma câmera. Variavelmente apontada de consumidor, instigando
cada ação.
Essa maneira de investigar a população é uma boa forma de segurança. já
ocorreram casos da captura de imagens de assaltos, omicídios, entre outros crimes.
Assegurando a vida dos cidadãos
Infelizmente essa população, em sua maioria, não aprova esse tipo de medida.
Acha uma invasão de privacidade, uma desconfiança para com o seu cliente.
Enfim, as pessoas estão vivendo uma espécie de filme, onde seus rostos estão
estampados em várias telas. Onde apesar de não ser famoso você está sendo filmado e
assistido por alguém.
Texto 92
A contribuição da vigilância Tecnológica
Estamos diante de uma progressão para humanidade. A violência tem crescido
numa velocidade incalculável, e está sendo inevitável deixarmos de assistir a essas
agressões. Possíveis culpados seria os governantes da cidade por deixarem chegar até o
ponto de mesmo pessoas em casa correrem o risco de morrer, tendo em sua disposição
variados recursos tecnológicos como nesse caso as câmeras de vigilância.
O governo tem por muitas vezes se escondido desta problemática, até enxergar
os absurdos de casos e mortes acontecidos aparecer na mídia. Com isso os órgãos
responsáveis resolveram investir mais na vigilância com a utilização das câmeras por
vários cantos da cidade, tendo uma resposta eficaz, onde o desenvolvimento
tecnológico teve parte dessa conquista. Muitos não tem acreditado nessa solução,
culpando esses próprios meios de facilitar o agravamento da desordem na cidade, mas
temos que vê o grande significado de melhoria que tem nos mostrado até hoje e para
quem comete este ato injustificável não há nada que os detenham, pois agem até com a
força física.
Analisamos que a obtênção pela câmera foi e está sendo muito importante, é
mais um caminho que se abriu para a conquista de um mundo menos violento. Pessoas
que contam com esse equipamento tem sentido-se mais protegidas, mesmo que não
tenha contido ainda todos ou a maioria dos agressores. Se as autoridades responsáveis
participassem mais na elaboração de coluções e valorizassem as produções
tecnológicas no dia a dia, poderíamos nos disponibilizar-se melhor destes
equipamentos.
Texto 93
O show da vida real
Sorria! Você está sendo filmado. Quem nunca viu uma plaquinha como esta?
Esta plaquinha hoje tão discriminada em nossa sociedade, vem para nos alertar que
estamos vivendo em um verdadeiro “show da vida”, uma vez que, estamos sendo
vigiados por centenas de câmeras em nosso dia-a-dia.
Essa monitoração por vídeo tem nos trazidos muitos benefícios na área de
segurança pública, pois a instalação destas câmeras em ruas, avenidas, praças, centros
comerciais e até mesmo em residências tem inibido a ação de criminosos e ajudado na
identificação e punição dos mesmos.
Um outro uso das câmeras, apesar de controverso, é na monitoração das
escolas, o qual também trouxe benefícios como por exemplo, diminuição da
degradação do patrimônio escolar e também inibe atos de violência entre os estudantes.
A monitoração por vídeo também tem seus benefícios comprovados através da
monitorização do trânsito em alguns locais. Como exemplo podemos citar a
monitorização do trânsito em São Paulo que tem suas principais suas avenidas
(marginal Tietê e marginal Pinheiros) monitoradas, além das rodovias (complexo
Anchieta- Imigrantes, rodovias Castelo Branco e dos Bandeirantes, entre outras). A
monitorização auxilia no “desafogamento” do trânsito caótico de São Paulo, na punição
dos motoristas imprudentes, na diminuição dos acidentes e possibilita um socorro mais
rápido aos acidentados, pois o acidente é visto em tempo real por um controlador de
trânsito que aciona de imediato o resgate.
Logo, quando utilizada de maneira correta, a monitorização por vídeo nos
beneficia muito.
Texto 94
Sorria! Você está sendo filmado! No supermercado, no trabalho, e agora até nas
ruas, com certeza você vê essa frase todo dia muitas vezes no percurso feito. Acontece
com todos, pois estamos submetidos a constante vigilância isso é tido como uma forma
de estender a segurança em todos os âmbitos pulblicas. Será que podemos realmente
nos sentir seguros ou talvez ameaçados por não termos mas privacidade? Essa pergunta
é constante.
O comércio ultiliza desse recurso como aliado, para manter a ordem de
funcionarios e clientes em seus estabelecimentos, e foi aprovado até hoje. As
prefeituras tentam fazer o mesmo mas de uma forma conjunta, unindo o serviço
pulblico de segurança e as cameras intalados nas ruas da cidade em pontos estrategicos,
visando abranger o seu campo de segurança. Nos dois casos a iniciativa das cameras
vem tendo sucesso, e não por todas claro mas pelo menos a maioria das pessoas aceita
a idéia como uma forma positiva.
Agora só nos resta uma alternativa, nos acostumar com os nossos novos
companheiros nas ruas e em todos os outros ambientes. Usufruir desse recurso
moderno proporcionado a população visando o bem estar da propia. E quem sabe
futuramente conseguirmos nos acostumar, e quem sabe até esquecer que estamos em
constante vigilância.
Texto 95
Segurança eletrônica
“ Podemos afirmar, que cada vez mais cresçe o uso de equipamentos eletrônicos
no mundo. Com esse método, o grau de vigilância é visto hoje. bem melhor do que nos
tempos atrás. A tecnologia desses equipamentos é fundamental no dia-a-dia, esse meio
de vigilância favoreceu muito a empresárias, que por sua vez investem bem mais
nesses equipamentos, com isso, esse meio de vigilância só tende a aumentar, maiores
investimentos virão, pois é util para todas, com esse meio de vigilância devemos se
sentir seguras não vigiados, porém isso é uma boa forma de estarmos seguros. Esse
aspecto é muito positivo para todos, tecnologia essa que só à de melhorar à vivência do
ser humano, no qual necessita desses meios da tecnologia e com à segurança que novos
métodos como esse sejam criados para melhoria de nossas recursos, não só elementos
para vigilância mas também para outrs métodos.
Texto 96
Perigo à vista
O medo tomou conta de todos. Andando a pé, de onibûs ou de carro, as pessoas
andam com medo, medo de assaltos, violência, sequestro, uma rotina no nosso país. Tal
rotina impulsiona o sistema de segurança eletrônica e implanta mais câmeras de
segurança, cercas elétricas e alarmes, porém, estamos esquecendo de nossa privacidade
cada vez mais invadida.
É certo que, avaliando a criminalidade atual, tal medida é necessária, pois além
de diminuir o número de assaltos por exemplo, ajuda nas investigações policiais com
vídeos e gravações. Todavia, é errado somente empresas privadas e casa próprias
investirem em tal recurso, porque o governo também não investe?
Afinal, se o índice de criminalidade não fosse tão alto, não seria necessário essa
invasão de privacidade e não nos tornaríamos prisioneiros dentro de casa. Como
explica muito bem a crônica “segurança” de Luís Fernando Veríssimo, onde os
moradores, em suas casas pedem por liberdade.
Então porque não combatermos a criminalidade? Porque não exigirmos
enquanto moradores de classe baixa sofrem e nada acontece, os de classe alta
aprimoram suas casas com seguranças e alarmes digitais, já que eles não andam de
ônibus, ou metrô e sabem que não acontecerá de novo.
Percebe-se que o sistema de vigilância evolui graças às inúmeras pessoas as
quais o utiliza sem reivindicar seus direitos, ao passo em que os menos afortunados não
podem se defender e não sabem como reivindicar.
A criminalidade e o perigo estão aí, e podem ser combatidos facilmente com
ações do governo, mas primeiro, ele deve ser avisado.
Texto 97
Cuidado! você está sendo observado.
As vezes pessoas não percebem que passam a maior parte do tempo sendo
observado câmeras e cometem algumas fatalidades.
Hoje em dia praticamente em todos os lugares existem os “espiões virtuais”, ou
seja, as câmeras ... ela está 24h averiguando tudo. Muitas pessoas ficam envergonhadas
ao perceberem que estão sendo filmadas.
Alguns orgãos públicos e privados aderiram a idéia de câmeras para fiscalizar,
observar os furtos e as desordens cometidas por alguns clientes ou funcionários. Já em
São Paulo a maioria das avenidas possuem câmeras para vigiar o trânsito, a violência e
os atentados ao pudor.
A televisão sempre retrata casos de acidentes, no qual, as câmeras capturam
imagens de acidentes e o operador imediatamente liga para a ambulância, ou seja,
graças a essa globalização podemos ter um pouco mais de segurança. A televisão
também enfatiza o caso dos dependentes químicos que ao se drogarem efetuam roubos.
Embora o Brasil ser um país subdesenvolvido o presidente Luís Inácio Lula da
Silva deveria obtér um jeito de colocar câmeras e operadores pelo menos nos estados
mas pobres e violêntos. Pois assim diminuiria o índice de fatalidades.
Portanto, apesar da câmera causar constrangimentos, ela serve muito para a
fiscalização, segurança, acidentes e violências. Sendo como uma das príncipais provas
criminais.
A moda agora é viver um “Big Brother Brazil” dentro e fora da própria
residêncial, no caso, “ sem ganhar milhões de dólares e sim milhões de harmônias”.
Texto 98
De olho em você
A tecnologia nasceu para nos ajudar, isso é claro e visível em qualquer lugar do
mundo, mas precisamos estar com ela o dia todo para se sentirmos seguros? Parece que
sim, e a prova disso está na quantidade desordenada de aparelhos de segurança criado a
cada dia, tem para todos, desde uma simples câmera na sua casa até sensores
infravermelhos.
Violência é um comportamento observado desde antigamente onde pessoas se
sentiam injustiçadas e invadiam fábricas, matavam, roubavam e nada era feito para
impedir ou se com muita sorte, alguém denunciava os revoltosos e tempo depois eles
estariam presos ou mortos. Atualmente isso não aconteceria por causa de alguém pois a
tecnologia é tanta que as vezes você é, observado, e ouvido, sem saber.
É necessário. A violência está de tal modo que não podemos descuidar, quanto
mais câmeras, cercas elétricas e sensores mais seguro se sentimos, isso é fato. Foi
comprovado em várias cidades brasileiras que câmeras em locais públicos, como
estação rodoviária e ferroviária, inibem a ação de bandidos e o número de furtos é
significativamente diminuindo, outro exemplo está no nosso estado onde empresas de
ônibus instalaram câmeras dentro de seus veículos, passando segurança e diminuindo
assaltos a coletivos. Erradicar? Não, mas a redução leva a crer que só estamos seguros
com tecnologia.
Se o mercado de segurança a eletrônica cresce tanto, é porque tem mercado
consumidor, aliás uma das primeiras atitudes de quem vai montar uma empresa é a
segurança, às vezes gasta-se muito mais com ela do que na própria empresa. Os fins
justificam os meios, para muitos não importa perder a privacidade, importa realmente
acordar toda manhã e vê seu carro, sua casa em ordem, somos capitalistas, não
queremos perder dinheiro ou ser roubado.
O direito de ir e vir, a liberdade, a privacidade foi perdida em favor da
segurança. estamos cercados por olhos eletrônicos, é um reality da vida real. É
deprimente saber a capacidade do ser humano quando o assunto é dinheiro e por mais
errado, ele sempre fará algo para conseguir. O mundo globalizado, globaliza e ao
mesmo tempo exclue e quem não possuir a nova tecnologia estará sujeito as
barbaridades do mundo comtemporâneo.
Texto 99
Onisciência Prestativa
Para o cidadão natalense, hoje, andar na rua sem a presença das câmeras é quase
impossível. Vemos de todo tipo: trânsito, bancas, supermercados, enfim, hoje elas são
um meio efetivo de fiscalização e segurança.
É o que dizer de sua ajuda no trânsito? Quantos acidentas são evitados graças as
câmeras? Sem falar nos registros que elas fazem dos infratores durante o flagrante,
ajudando as autoridades a nos defender de quem possa apresentar perigo em nossas
ruas.
Também não podemos esquecer dos crimes que estes aparelhos ajudam a evitar
ou solucionar. A presença das câmeras costuma ser suficiente para intimidar grande
parte dos elementos nocivos ao meio público, e seus registros servem como provas para
incriminar àqueles que atentam contra nós.
Enfim, apesar de algumas pessoas afirmarem sentir-se incomodadas com a
presença das câmeras, dizendo que elas tiram a privacidade, estes filmadores são um
ótimo acessório para a sociedade. E afinal, o que é privativo em locais públicos? se é
pelo bem de todos, não podemos ser resistentes, pois elas são capazes de trazer a nós a
segurança e autoridade para que possamos exercer nossa cidadania.
Texto 100
InSegurança
No mundo em que vivemos com o desenvolvimento e crescimento de nossa
população, assim como o aumento das desigualdades sociais no pais, vem surgindo um
“fenômeno” o da insegurança, que faz os indivíduos se aprisionarem em seus lares,
utilizando a tecnologia a seu favor. Onde os nossos governantes, não priorizam às
necessidades da população: Educação, saúde, empregos, moradia, salários dignos e
segurança.
Todos esses fatores levam a população (média e rica) que tem acesso à
educação privada, saúde, uma boa moradia, pois tem um emprego digno para manter
tudo isso. E esses indivíduos e as instituições (bancos, supermercados, prédios, ônibus,
condominíos e outros) se sente inseguro com a crescente violência e falta de segurança.
esse “fenômeno” cresce, mas não é a solução para o problema. Se nos cidadães não
aprendemos a “lular” por nossos direitos e cobrarmos dos nossos representantes
medidas para “minimizar” o problema politico e social. Quem é que vai fazer?