UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO MESTRADO PROFISSIONAL EM ARQUITETURA, PROJETO E MEIO AMBIENTE GIULIANO BEZERRA CALDAS EDIFÍCIO MULTIFUNCIONAL HOLANDA DIVERSIDADE E QUALIDADE AMBIENTAL EM EDIFICAÇÕES VERTICAIS VOLUME I Natal - RN, 2016 1 GIULIANO BEZERRA CALDAS EDIFÍCIO MULTIFUNCIONAL HOLANDA DIVERSIDADE E QUALIDADE AMBIENTAL EM EDIFICAÇÕES VERTICAIS Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo, Mestrado Profissional em Arquitetura, Projeto e Meio Ambiente da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como parte dos requisitos para a obtenção do grau de mestre. Orientadora: Profa. Dra. Maisa Veloso Coorientador: Prof. Aldomar Pedrini, Ph.D. Natal - RN, 2016 Catalogação da Publicação na Fonte. Universidade Federal do Rio Grande do Norte / Biblioteca Setorial de Arquitetura. Caldas, Giuliano Bezerra. Edifício multifuncional Holanda: diversidade e qualidade ambiental em edificações verticais / Giuliano Bezerra Caldas. – Natal, RN, 2016. 116f. : il. Orientadora: Maisa Veloso. Coorientador: Aldomar Pedrini. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Tecnologia. Departamento de Arquitetura. 1. Edifício multifuncional – Dissertação. 2. Projeto – Dissertação. 3. Estratégias bioclimáticas – Dissertação. 4. Qualidade ambiental interna – Dissertação. I. Veloso, Maisa. II. Pedrini, Aldomar. III. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. IV. Título. RN/UF/BSE15 CDU 725 2 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO MESTRADO PROFISSIONAL EM ARQUITETURA, PROJETO E MEIO AMBIENTE EDIFÍCIO MULTIFUNCIONAL HOLANDA DIVERSIDADE E QUALIDADE AMBIENTAL EM EDIFICAÇÕES VERTICAIS GIULIANO BEZERRA CALDAS BANCA EXAMINADORA: Professora Doutora Maísa Dutra Veloso– PPGAU/ UFRN (Presidente – Orientadora) Professora Doutora Solange Virginia Galarca Goulart – PPGAU/ UFRN (Examinadora interna) Professor Leonardo Salazar Bittencourt, Ph.D. – FAU/ UFAL (Examinador externo) 3 Dedico este trabalho a Mariana, minha maior fonte de inspiração para tudo nesta vida, a Clarinha, Bruninha e ao meu saudoso pai, Odemar. 4 AGRADECIMENTOS A Deus. A minha esposa Mariana, por todo apoio e incentivo, no mestrado e na vida. Aos meus pais Odemar (in memoriam) e Olga, por todo esforço e dedicação na educação dos filhos. A professora Maísa Veloso, pelos valiosos ensinamentos e pela generosidade, paciência e carinho na orientação deste trabalho. Ao professor Aldomar Pedrini, por mostrar que as coisas podem (e devem) ser mais simples do que parecem, para que possamos viver com qualidade. Aos meus irmãos Odemar Neto, Fabrizio e Tatiana, pelo eterno apoio. A Clarissa e Tatiana, por todo incentivo e delicadeza. A Tarcísio, Ione, Bruno e Fernanda, por acreditarem sempre. A Henrique, Aulo, César, Flavio e André pelas discussões, apoio e terapia conjunta durante essa trajetória. Aos amigos Ludmila, Tasso, Henrique, Petterson e Cynara, pela colaboração e companherismo. A Juliana Portela, pela luz que trouxe ao trabalho, sempre disposta a ajudar. A Priscila Macedo, pela confiança e empenho nos momentos mais difíceis. A Vitor e Carol, futuros arquitetos, por serem tão prestativos e dedicados. A minha inesquecível turma do mestrado profissional, meus antigos e novos colegas, que fizeram da união a força para atingirmos nossos objetivos. Aos professores do mestrado profissional, por toda ajuda, dedicação e aprendizado adquirido nesse período em que convivemos. A turma de arquitetura 2012.2, pela recepção e convivência, me proporcionando uma experiência nova e motivadora. A todos aqueles que, de alguma forma, colaboraram e estiveram comigo nessa caminhada. 5 RESUMO O presente trabalho descreve o processo de concepção e desenvolvimento do projeto de um edifício multifuncional vertical localizado no bairro de Lagoa Nova (Natal/RN), com ênfase na qualidade ambiental interna e na eficiência energética da edificação, por meio de estratégias projetuais bioclimáticas para o clima quente e úmido. O processo consistiu de revisão de literatura e de normas pertinentes, estudos de referências projetuais, programação arquitetônica, definição de conceito e de partido arquitetônico, e desenvolvimento em nível de anteprojeto. Foi feita também a análise da viabilidade do empreendimento, com a definição do bairro e da área de superfície ideais para o projeto, o que conduziu à escolha do terreno e o cálculo de seu potencial construtivo, até chegar à definição das quantidades e dos tamanhos das unidades privativas residenciais e comerciais. Vários esboços de tipos edilícios distintos foram desenvolvidos, assim como estudos sobre possíveis estratégias projetuais, buscando a qualidade ambiental interna. Nesse sentido, a composição da edificação em torre única, composta por usos diversos e distribuídos em blocos sobrepostos com acessos individualizados para pedestres e veículos, foi a que melhor atendeu às premissas conceituais e programáticas. Os princípios bioclimáticos foram aplicados ao tipo edilício escolhido, desde as fases iniciais do projeto. Esta pesquisa pretende contribuir, assim, com a identificação das estratégias projetuais mais adequadas para edifícios verticais residenciais e comerciais, localizados em clima quente e úmido, com informações e soluções que possam ser incorporadas por arquitetos e projetistas, no intuito de promover e incentivar a elaboração de projetos de arquitetura mais eficientes e com maior qualidade ambiental interna. Palavras-chave: projeto, edifícios multifuncionais, estratégias bioclimáticas, qualidade ambiental interna 6 ABSTRACT This research describes the process and development of the design of a vertical multifunctional building located in the Lagoa Nova neighborhood (Natal / RN), with an emphasis on indoor environmental quality and energy efficiency for building, through bioclimatic design strategies for hot and humid climate. The process consisted of bibliographic review, as well as review of relevant building regulations, studies of architectural references, architectural programming, design concept and parti definition, leading to the developed design. It was also analyzed the feasibility of the project, defining the neighborhood for its implementation and the ideal surface area for the building, which led to the choice of the land and the calculation of its constructive potential, up to the definition of number and sizes of private residential and commercial units. Several sketches of different building types were developed, as well as studies on possible design strategies, seeking indoor environmental quality. In this sense, the composition of the building as a single tower, housing different uses in the shape of overlapped blocks, observing differentiated access for pedestrians and vehicles, was the one design option that best met the conceptual and programmatic assumptions. Bioclimatic principles were applied to the building type chosen from the early stages of the design process. Therefore, the aim of this research is to identify the most appropriate design strategies for vertical residential and commercial buildings located in hot and humid weather, with information and solutions that can be incorporated by architects and designers in order to promote and encourage the development of more efficient architectural design and indoor environmental quality. Keywords: design, multifunctional buildings, bioclimatic strategies, indoor environmental quality 7 LISTA DE FIGURAS Figura 1: Edifícios em Natal com apartamentos na torre e comércio no térreo 18 Figura 2: Boletim Construir Natal 2014 – Alvará de Construção ....................... 19 Figura 3: Boletim Construir Natal 2014 – Habite-se .......................................... 19 Figura 4: Estratégias bioclimáticas para projeto em Natal – RN ....................... 22 Figura 5: Sistemas de iluminação natural ......................................................... 24 Figura 6: Carta Bioclimática .............................................................................. 28 Figura 7: Localização e implantação do complexo Tirol Way ........................... 29 Figura 8: Fachadas do complexo Tirol Way ...................................................... 30 Figura 9: Tipologias das torres do complexo Tirol Way .................................... 31 Figura 10: Vista do Brascan Century Plaza e entorno ...................................... 32 Figura 11: Praça aberta do Brascan Century Plaza .......................................... 33 Figura 12: Implantação do Brascan Century Plaza ........................................... 33 Figura 13:Plantas das torres do Brascan Century Plaza .................................. 34 Figura 14: Volumetria do Menara Mesiniaga .................................................... 35 Figura 15: Jardins em espiral vertical ............................................................... 36 Figura 16: Escalonamento dos terraços ........................................................... 37 Figura 17: Persianas de alumínio nas fachadas Leste e Oeste ........................ 37 Figura 18: Piscina na cobertura ........................................................................ 38 Figura 19: Zoneamento Bioclimático Brasileiro e os dados da cidade de Natal 41 Figura 20: Mapa da cidade de Natal com limites de bairros ............................. 42 Figura 21: Bairro de Lagoa Nova e seus confrontantes .................................... 43 Figura 22: Localização do Conjunto Roselândia no bairro de Lagoa Nova ...... 44 Figura 23: Entorno do terreno ........................................................................... 44 Figura 24: O terreno e seus limites ................................................................... 45 Figura 25: Vista geral do terreno e da praça ..................................................... 46 8 Figura 26: Vista geral do terreno e da praça ..................................................... 46 Figura 27: Cartas solares do terreno ................................................................ 47 Figura 28: Quadro para cálculo de recuos ........................................................ 48 Figura 29: Controle de gabarito no entorno do Parque das Dunas ................... 49 Figura 30: Quadro com dimensões mínimas para compartimentos .................. 50 Figura 31: Quadro de áreas privativas identificadas por cruzamento de dados 57 Figura 32: Cinco grupos familiares fundamentais ............................................. 58 Figura 33: Quadro com unidades e áreas privativas definidas ......................... 59 Figura 34: Pré-dimensionamento das unidades privativas ............................... 62 Figura 35: Pré-dimensionamento das áreas comuns ........................................ 62 Figura 36: Pré-dimensionamento das áreas comuns ........................................ 63 Figura 37: Esboço inicial de implantação .......................................................... 66 Figura 38: Esboços da torre e elementos de proteção solar ............................. 66 Figura 39: Estudo de duas torres unidas na base e no topo ............................. 67 Figura 40: Blocos sobrepostos e separados por elemento de fachada ............ 68 Figura 41: Croquis de estratégias bioclimáticas da proposta ............................ 68 Figura 42: Implantação e zonas de pressão nas superfícies externas ............. 69 Figura 43: Proposta conceitual de edifício multifuncional ................................. 70 Figura 44: Maquete volumétrica ........................................................................ 70 Figura 45: Pavimentos tipo residencial e comercial em formato “barra” ........... 71 Figura 46: Elemento volumétrico representacional do projeto .......................... 72 Figura 47: Volumetria desmembrada em sólidos .............................................. 72 Figura 48: Volumetria com protetores solares .................................................. 73 Figura 49: Proposta volumétrica de edifício multifuncional ............................... 74 Figura 50: Sombreamento da praça no pavimento térreo ................................. 75 Figura 51: Recuo das esquadrias dos terraços das unidades privativas .......... 76 9 Figura 52: Painéis móveis do salão de festas ................................................... 77 Figura 53: Portas de acesso às unidades privativas em madeira com tabicão . 78 Figura 54: Esquema mostrando a ventilação cruzada nas salas comerciais .... 79 Figura 55: Vistas internas dos jardins nos apartamentos com pé-direito duplo 79 Figura 56: Fachadas e terraços ajardinados em projetos de Ken Yeang ......... 81 Figura 57: Tipos de núcleos de serviços e plantas adequados ao clima .......... 82 Figura 58: Núcleo de escada e elevadores na planta baixa do pavimento tipo 83 Figura 59: Fachada lateral sem aberturas ........................................................ 84 Figura 60: Elementos de proteção solar na fachada oeste ............................... 84 Figura 61: Praças e espaços de convívio na edificação ................................... 85 Figura 62: Máscaras de sombra para aberturas das salas comerciais ............. 87 Figura 63: Simulação da iluminação natural nas salas comerciais ................... 90 Figura 64: Simulação da iluminação natural nas salas residenciais (mod. 1) ... 91 Figura 65: Simulação da iluminação natural nas salas residenciais (mod. 2) ... 92 Figura 66: Simulação da iluminação natural nas salas residenciais (mod. 3) ... 92 Figura 67: Simulação da taxa de renovação do ar nos ambientes ................... 93 Figura 68: Implantação do edifício no pavimento térreo ................................... 95 Figura 69: Subsolo 01 (vagas rotativas comerciais) ......................................... 96 Figura 70: Subsolo 02 (vagas privativas comerciais) ........................................ 97 Figura 71: Mezanino e estacionamento elevado (residencial) .......................... 98 Figura 72: Pavimento lazer e academia ............................................................ 99 Figura 73: Pavimento convenções (auditório e restaurante) ........................... 100 Figura 74: Pavimento tipo comercial ............................................................... 100 Figura 75: Pavimentos tipos residenciais ........................................................ 102 Figura 76: Mirante ........................................................................................... 103 Figura 77: Corte e fachada esquemáticos ...................................................... 104 10 Figura 78: Perspectiva do edifício multifuncional Holanda .............................. 105 Figura 79: Perspectivas do edifício e da praça ............................................... 106 Figura 80: Blocos cerâmicos modulares ......................................................... 108 Figura 81: Detalhes do composto e fixação do painel wall ............................. 109 Figura 82: Perfil de esquadria de PVC e utilização em fachada ..................... 110 Figura 83: Brises e marquises vazadas do projeto ......................................... 111 Figura 84: Esquema para aquecimento de água por coletor solar.................. 112 11 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .......................................................................................... 13 2 REFERENCIAL TEÓRICO-CONCEITUAL ............................................... 16 2.1 Edifícios Multifuncionais ..................................................................... 17 2.2 Estratégias Bioclimáticas e Qualidade Ambiental da Edificação ........ 20 2.3 Eficiência Energética na Edificação ................................................... 26 3 ESTUDOS DE REFERÊNCIA ................................................................... 29 3.1 Tirol Way ............................................................................................ 29 3.2 Brascan Century Plaza ....................................................................... 32 3.3 Menara Mesiniaga .............................................................................. 35 3.4 Considerações sobre o capítulo ......................................................... 38 4 CONDICIONANTES PROJETUAIS .......................................................... 41 4.1 Área de intervenção ........................................................................... 41 4.2 Aspectos físicos e ambientais ............................................................ 45 4.3 Aspectos legais .................................................................................. 48 4.4 Aquisição da área e análise de viabilidade ......................................... 50 4.5 Aspectos funcionais............................................................................ 55 5 CONCEPÇÃO E PROCESSO DE PROJETO .......................................... 64 5.1 Esboços e análises de implantação e volumetria do edifício.............. 65 5.2 Definição do Partido Arquitetônico ..................................................... 71 5.3 Rebatimentos da obra de Armando de Holanda no projeto................ 74 5.4 Aplicação dos princípios de Ken Yeang no projeto ............................ 80 5.5 Inserção de estratégias bioclimáticas no processo projetual.............. 86 5.6 Desenvolvimento da proposta arquitetônica ....................................... 94 6 SISTEMA CONSTRUTIVO E MATERIAIS .............................................. 107 6.1 Sistema construtivo .......................................................................... 107 12 6.2 Vedações externas ........................................................................... 108 6.3 Vedações internas ............................................................................ 109 6.4 Esquadrias e vidros .......................................................................... 109 6.5 Brises e protetores solares ............................................................... 111 6.6 Coletores solares ............................................................................. 111 6.7 Aproveitamento de águas pluviais .................................................... 112 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................... 113 REFERÊNCIAS .............................................................................................. 114 13 1 INTRODUÇÃO O crescimento urbano desordenado e a intensificação no uso e ocupação do solo, aliados à necessidade de melhorar a qualidade do ambiente urbano, tornam fundamentais ações mais sustentáveis do ponto de vista ambiental. A preocupação com a saúde ambiental das cidades resulta em uma incessante procura de novas soluções para minimizar esses problemas. A criação de edificações com maior conforto, qualidade ambiental e que, de fato, produzam redução do consumo de energia tem se tornado algo cada vez mais difundido e necessário em todo o mundo. São crescentes as discussões envolvendo questões de sustentabilidade que têm influenciado positivamente o posicionamento de diversos setores produtivos, entre eles o da construção civil, gerando iniciativas que buscam aperfeiçoar o desempenho ambiental dos edifícios, desde a concepção até sua utilização. O arquiteto possui papel fundamental na criação de edifícios mais eficientes ao desenvolver projetos em que as condições do clima determinam as soluções formais e a utilização de materiais e técnicas construtivas. Trata-se de uma revalorização da prática projetual em que o arquiteto precisava ter o domínio dos condicionantes climáticos para conseguir solucionar as questões de conforto ambiental nos edifícios. Dessa forma, interessa-nos compreender como princípios e diretrizes para um melhor desempenho ambiental em edifícios verticais podem ser incorporados ao processo projetual desde a concepção. Neste contexto, o objeto de estudo do trabalho é a elaboração do projeto de um edifício multifuncional vertical com ênfase na qualidade ambiental, tendo como objetivo geral alcançar qualidade ambiental interna e eficiência energética por meio da utilização de estratégias bioclimáticas projetuais na cidade de Natal, RN. Os objetivos específicos do trabalho consistem em compatibilizar princípios bioclimáticos com estratégias projetuais para edificações multifuncionais, registrar o processo de projeto observando a inserção de estratégias bioclimáticas em suas diversas fases, visando qualidade ambiental interna e eficiência energética na edificação e desenvolver um projeto de arquitetura com a aplicação das estratégias identificadas e desenvolvidas. 14 O terreno escolhido para a implantação do edifício multifuncional está situado no bairro de Lagoa Nova, na zona Sul da cidade de Natal/RN, em localização privilegiada, já que se encontra inserido em um bairro atualmente considerado central na cidade. A área apresenta vocação tanto residencial, com significativa presença de residências próximas ao terreno, quanto comercial, apresentando em seu entorno equipamentos de usos diversos, tais como faculdade, supermercado, hospital, edifício de escritórios, escola, academia, padaria, dentre outros. Além disso, a área possui potencial para especulação imobiliária, devido à existência de grandes terrenos e por se tratar de um bairro que permite alto adensamento e gabarito. Para a realização desta pesquisa, o percurso metodológico incluiu a revisão da literatura sobre edificações multifuncionais e arquitetura bioclimática, a identificação e análise de projetos e soluções arquitetônicas que conciliassem princípios bioclimáticos com estratégias projetuais e o desenvolvimento de estudos de referência sobre conceitos de multifuncionalidade e princípios bioclimáticos em edifícios verticais, feitos de forma indireta, através de informações coletadas em dissertações, livros, artigos e sítios na internet. A análise de projetos existentes foi fundamental para o entendimento do objeto e o desenvolvimento do projeto. O processo de concepção do projeto apoiu-se nestas referências téoricas e empíricas construídas na fase anterior (revisão de literatura e dos princípios, diretrizes e normas pertinentes ao tema, seguido de estudos de referência projetuais), à qual se seguiram as etapas de programação arquitetônica, definição do conceito e do partido arquitetônico, desenvolvimento e análise de esboços/alternativas de soluções, até a definição do projeto final do edifício multifuncional. No que se refere à estrutura dos capítulos desta dissertação (volume I), o primeiro é composto por esta introdução. No segundo, apresenta-se um breve referencial teórico-conceitual com os conceitos adotados para o projeto, contemplando a multifuncionalidade e o uso de estratégias bioclimáticas como forma de alcançar qualidade ambiental e eficiência energética nas edificações. No terceiro capítulo, são apresentados os estudos de referências projetuais, que contemplaram exemplos locais, nacionais e internacionais. 15 No capítulo quatro, são apresentados os aspectos que condicionaram o projeto em sua fase inicial, no que se refere à área de intervenção, à viabilidade do empreendimento e às questões ambientais, legais e programáticas. No quinto capítulo, são apresentados o processo de concepção e evolução do projeto, registrando a definição do partido arquitetônico adotado e os esboços e análises de implantação e volumetrias. O capítulo demonstra a inserção das estratégias bioclimáticas no projeto, por meio da aplicação de soluções e técnicas construtivas propostas pelos arquitetos Armando de Holanda e Ken Yeang, e o desenvolvimento da proposta arquitetônica final. No capítulo seis são apresentados os materiais e o sistema construtivo definidos para o projeto. O último capítulo reúne as considerações finais, seguidas das referências bibliográficas e de internet utilizadas. O volume II deste trabalho contém a apresentação das pranchas do projeto do edifício multifuncional vertical proposto. 16 2 REFERENCIAL TEÓRICO-CONCEITUAL Segundo Maciel (2003), a ideia de conceito deve participar como elemento indutor do processo de projeto; é o esforço do arquiteto de compreender, interpretar e transformar dados pré-existentes do problema arquitetônico, que se constituem em fundamento para o seu trabalho. Desde o início do processo seletivo para o mestrado profissional, existiu a intenção de desenvolver algo que pudesse refletir a realidade da produção arquitetônica deste autor, que abrange essencialmente empreendimentos verticais comerciais e residenciais. Sempre foi intenção adotar no projeto princípios de sustentabilidade e acessibilidade como princípios geradores, de forma natural e inerente à própria concepção, assim como acontece com os condicionantes legais. Havia, porém, uma necessidade de fazer algo novo, mesmo se mantendo a ideia de desenvolver um produto com demanda de mercado já existente. Algo que pudesse unir a temática dos edifícios verticais, residenciais e comerciais, com uma concepção também centrada na relação do edifício com a cidade. Assim, a multifuncionalidade surgiu como uma maneira de inovar, pois a cidade de Natal possui poucos exemplares de empreendimentos dotados de várias funções (como habitar e trabalhar em um mesmo lugar, por exemplo), e os existentes não possuem qualquer interação entre seus usos propostos, em geral separados em torres ou pavimentos independentes. Dessa forma, entendendo que a multifuncionalidade promove não apenas a diversidade de usos, mas também de pessoas, propõe-se a integração entre comércio e moradia numa mesma edificação, enfocando também a relação do edifício com a cidade. Considerando que usos distintos necessitam de soluções de projeto coerentes para cada um destes, surgiu a necessidade de se estudar e propor estratégias projetuais bioclimáticas direcionadas para cada uso específico, com o intuito de alcançar qualidade ambiental em toda a edificação. Além das unidades privativas, o edifício possuirá áreas de uso comum, como mirante, salão de festas, academia e auditório (dentre outros ambientes), que podem adotar soluções projetuais diferenciadas entre si, para alcançar a eficiência desejada. Sendo assim, o referencial teórico-conceitual desta pesquisa contempla estudos sobre edifícios multifuncionais e sobre estratégias projetuais bioclimáticas 17 para o clima quente e úmido que devem ser empregadas no projeto, buscando eficiência energética e qualidade ambiental na edificação. 2.1 Edifícios Multifuncionais No contexto urbano atual, em um período de constantes transformações, associadas às mudanças nos processos econômicos e tecnológicos, bem como aos modos de viver e habitar as cidades, é perceptível um maior interesse de arquitetos e urbanistas por alternativas de melhoria da qualidade da vida urbana, em que moradia, trabalho e lazer são atividades cada vez mais interligadas. Os grandes centros urbanos têm se caracterizado, ultimamente, pela verticalização e alto adensamento, gerando demandas que estão sendo acompanhadas por edificações dotadas de múltiplas funções, favorecendo a diversidade de usos e fazendo com que o convívio entre atividades distintas, como morar, trabalhar, comprar e conviver, se torne a base da vitalidade do espaço. Os edifícios multifuncionais são aqueles que integram diferentes usos no mesmo projeto, sendo em geral independentes entre si, cada um com sua própria gestão. No entanto, além de abrigar as funções internas, os edifícios multifuncionais podem gerar uma influência mútua com a dinâmica urbana, de acordo com a sua configuração e permeabilidade espacial, ou seja, a relação entre o espaço público na escala do pedestre (praças, ruas, calçadas) e o espaço semi-público, caracterizado, geralmente, pela presença do comércio no térreo desses edifícios. Dessa forma, edifícios multifuncionais que contemplam a permeabilidade entre espaço público-privado, podem desempenhar importante papel na regeneração urbana das cidades (DZIURA, 2009). Não existe ainda um consenso entre arquitetos e urbanistas sobre a utilização do termo “multifuncional” na arquitetura, sendo este tipo de edifício considerado mais como um conceito, uma ideia, do que propriamente uma tipologia. A multiplicação das funções (e do programa) e suas implicações na forma arquitetônica têm sido objeto de estudo de vários arquitetos e escritores ao longo das últimas décadas. Em seu livro “Nova York Delirante” (1978), o arquiteto Rem Koolhaas relata episódios marcantes da formação da cidade de Nova York, dentre eles, a invenção do elevador, o adensamento vertiginoso e a diversificação de funções num mesmo edifício. Segundo Dziura (2009, p.36), “o uso misto caracteriza-se pela combinação 18 de funções (habitação, trabalho, comércio e lazer) em uma determinada dimensão espacial, seja na escala da cidade, do bairro, da rua, da quadra, do lote, do edifício ou ainda em uma composição entre esses locais”. Dessa forma, é possível dizer que empreendimentos de uso misto também podem ser denominados de multifuncionais. Na cidade de Natal (RN), os empreendimentos que possuem mais de um uso são denominados “mistos” pela legislação e órgãos responsáveis por expedições de licenças e alvarás. Normalmente, esses empreendimentos contemplam mais de um uso no mesmo terreno, porém, em edifícios específicos para cada função e com limites bem definidos entre eles (separados por muros com acessos individualizados para pedestres e veículos), apesar de serem legalizados nos órgãos competentes como um projeto unificado. O resultado final desse tipo de empreendimento é similar ao de empreendimentos distintos, porém, vizinhos de quadra. Ambos os casos subdividem a quadra e segregam os espaços, impedindo qualquer possibilidade de integração direta dos edifícios/usos entre si e destes com a cidade. Apesar da distribuição de usos por torres ser bastante comum nesse tipo de empreendimento, essa não é a única forma de configuração para projetos mistos. Numa pesquisa exploratória que realizamos em Natal, foram encontrados alguns edifícios com mais de um uso distribuídos em torre única (Figura 1). Figura 1: Edifícios em Natal com apartamentos na torre e comércio no térreo Fonte: Produção do autor, 2015. Esses edifícios possuem tipos e portes similares, pois se resumem a um pequeno espaço para comércio na sua base e unidades residenciais na torre, geralmente com vários apartamentos por pavimento. As lojas localizadas no pavimento térreo são geralmente pequenas, estreitas e atraem um tipo de comércio 19 mais popular, em função da baixa qualidade do ambiente construído, enquanto que os apartamentos variam de pequeno a médio porte e possuem as áreas comuns prejudicadas em função da utilização do potencial destinado ao comércio, uma vez que essas funções (residencial e comercial) são totalmente independentes, mesmo estando sobrepostas. Os empreendimentos de uso misto ainda não se configuram como uma realidade relevante dentre os lançamentos no mercado imobiliário na cidade. Dados obtidos no SINDUSCON/RN1 mostram que em 2014 o número de empreendimentos mistos que tiveram expedição de alvará e habite-se foram mínimos, diante do total de empreendimentos aprovados no mesmo período (Figura 2 e Figura 3). Figura 2: Boletim Construir Natal 2014 – Alvará de Construção Fonte: Sinduscon/RN (2015). Figura 3: Boletim Construir Natal 2014 – Habite-se Fonte: Sinduscon/RN (2015). 1 Sindicato da Indústria da Construção Civil do RN 20 Nesta pesquisa, foram estudados e comparados dois empreendimentos multifuncionais, sendo um deles amostra da recente produção na cidade de Natal para esse tipo de empreendimento e um segundo (não tão recente e já consolidado), localizado em São Paulo/SP e considerado referência no tema. Ambos serão apresentados no capítulo 3 deste trabalho. As análises têm por objetivo identificar as principais características dos edifícios multifuncionais relacionados, no que se refere à concepção, zoneamento, programação arquitetônica, composição formal e sistemas tecnológicos, e analisar as relações dos edifícios com o contexto urbano onde estão inseridos, visando encontrar maneiras de inovar e melhorar a qualidade do projeto de edifícios multifuncionais na cidade de Natal. 2.2 Estratégias Bioclimáticas e Qualidade Ambiental da Edificação Na antiguidade, Aristóteles já escrevia que a comunidade mais importante é a cidade, que ele define como a comunidade das comunidades, cuja finalidade principal é proporcionar a melhor condição de vida possível para seus cidadãos (BESS in Nesbitt, 2006, p.406). Como é possível perceber, a questão da qualidade ambiental é bem mais antiga do que se pode pensar à primeira vista e, cada vez mais, a arquitetura necessita tomar para si o papel de trazer um equilíbrio ecológico na relação entre os seres humanos e seu entorno, através de uma visão mais comunitária, conforme o pensamento aristotélico. Durante a Conferência de Cúpula da Eco-92, no Rio de Janeiro, o arquiteto William McDonough propôs diretrizes éticas para elaboração de projetos e disse que “o novo papel dos arquitetos seria o de assumir a liderança no desenvolvimento de novas definições e medidas de prosperidade, produtividade e qualidade de vida, em termos que não se limitem à acumulação de bens materiais” (DONOUGH in Nesbitt, 2006, p. 427). Para o desenvolvimento do projeto proposto, a adoção de estratégias que permitam à edificação um maior equilíbrio na relação com o entorno e na utilização dos recursos naturais (tão abundantes na área de intervenção escolhida), são fundamentais para que se possa prover o edifício de qualidade ambiental aos seus usuários. 21 A bioclimatologia é um ramo da climatologia que estuda os efeitos do clima e dos fatores ambientais sobre os organismos vivos. Segundo Olgyay (1968), a bioclimatologia consiste no estudo das relações entre o clima e os seres vivos. A aplicação da bioclimatologia na arquitetura ocorre por meio de estratégias projetuais, conhecidas como “estratégias bioclimáticas”. Porém, para a adoção destas estratégias, é fundamental compreender a relação das variáveis climáticas, humanas e arquitetônicas com as questões de conforto ambiental e eficiência energética. Cada localidade possui características próprias e que precisam ser analisadas antes de se construir um projeto. Uma região como o Nordeste, que possui características climáticas diversas, necessita de uma arquitetura que aproveite as potencialidades dos elementos e fatores climáticos, sem que os mesmos causem danos ou desconforto às pessoas que utilizarão o espaço. Diante disso, o arquiteto Armando de Holanda (que é homenageado no nome do edifício projetado para o mestrado), em seu livro “Roteiro para construir no Nordeste” (1976), ressalta a importância de se fazer uma arquitetura para a região em questão e não simplesmente importar tendências arquitetônicas internacionais. Através de soluções construtivas simples, que se baseiam principalmente no sombreamento e ventilação, Holanda (1976) registra as possibilidades de como construir no Nordeste de uma forma adequada. Diversos autores destacam a importância da utilização de estratégias projetuais bioclimáticas para o conforto térmico das edificações em climas tropicais quentes e úmidos: Em tais climas, as construções oferecem um enorme potencial de integração entre os espaços internos e os externos, por meio do uso de varandas, pérgulas, janelas com venezianas e elementos vazados que, em geral, permitem permeabilidade à corrente de ar, enquanto sombream e filtram a intensa luminosidade natural. (BITTENCOURT, 1996, p. 09). De acordo com Holanda (1976), o sombreamento, aproveitamento da ventilação e iluminação natural, escolha dos materiais e integração com a natureza são as principais recomendações projetuais a serem seguidas para a criação dos espaços arquitetônicos no Nordeste brasileiro, possibilitando a obtenção de um melhor desempenho térmico do ambiente construído. Lamberts et al. (2004) destacam a importância da implantação da edificação no lote, para o melhor 22 aproveitamento de ventilação e iluminação naturais. Sobre a escolha dos materiais, Holanda (1976) indica que seja considerado o desempenho térmico, a facilidade de execução e utilização de mão-de-obra e materiais locais. A NBR 15.575 (ABNT, 2013) e a NBR 15.220-3 (ABNT, 2005) normatizam o desempenho térmico das edificações e o Zoneamento Bioclimático brasileiro, respectivamente. A NBR 15.220-3 (ABNT, 2005), com base na homogeneidade climática do país, recomenda, para a Zona Bioclimática 8 - Zona em que a cidade de Natal está inserida -, as seguintes estratégias projetuais: a) grandes aberturas para ventilação sombreadas; b) paredes externas leves e refletoras; c) cobertura leve e refletora; e d) ventilação cruzada permanente (Figura 4). Figura 4: Estratégias bioclimáticas para projeto em Natal – RN Fonte: MARANHÃO et al. 2012 A seguir serão feitas algumas considerações sobre as estratégias e ações que influenciam diretamente no conforto do usuário em edifícios verticais, visando à qualidade ambiental interna na edificação. 23 2.2.1 Qualidade do ar interno Dentre as estratégias que o arquiteto pode utilizar para manter o ar interno livre de poluentes, algumas são bastante simples, como zonear a edificação de forma a identificar fontes poluidoras e colocá-las distantes das áreas principais de ocupação (medida bastante utilizada em edifícios comerciais), especificação de materiais que tenham baixa emissividade de COV (compostos que possuem carbono na composição), tais como seladores, pinturas e madeira composta, além de prever formas de otimizar a ventilação interna utilizando ventilação cruzada, por meio de aberturas orientadas ou captadores de vento que promovam a circulação do ar. 2.2.2 Conforto térmico O conforto térmico de uma edificação está diretamente relacionado à temperatura do ar e à umidade relativa, e varia conforme as diferentes zonas climáticas. Está condicionado também à velocidade do ar, radiação solar incidente sobre a edificação, vegetação empregada, topografia, materiais utilizados, regimento das chuvas e mudanças ocasionadas pelo homem que possam interferir sobre essas condições (FROTA e SCHIFFER, 2003). 2.2.3 Desempenho térmico de materiais A envoltória do edifício responde de forma mais ou menos eficaz por meio da seleção de materiais com maior ou menor resistência aos ganhos ou perdas de calor, precisando ou não de condicionamento artificial, influenciando no gasto energético da edificação. 2.2.4 Ventilação natural Segundo Bittencourt e Cândido (2006, p.5), “a ventilação é apontada, frequentemente, como a estratégia bioclimática mais eficiente para obtenção de conforto térmico nos espaços urbanos e arquitetônicos”. É importante priorizar as características que maximizem a eficácia da ventilação natural, além de garantir um nível aceitável de qualidade de ar e conforto térmico em locais natural ou mecanicamente ventilados. Dentre as soluções mais comuns está a ventilação cruzada, a ventilação da cobertura, a ventilação sob a edificação e utilização de captadores de vento. A ventilação cruzada ocorre quando as aberturas de um ambiente são colocadas em paredes opostas ou adjacentes, no sentido dos ventos 24 locais, permitindo a entrada e saída do ar e promovendo a higienização dos ambientes internos através da renovação do ar. 2.2.5 Iluminação interna O êxito de um projeto eficiente energeticamente depende também do aproveitamento da iluminação natural dentro da edificação. As aberturas de uma edificação devem ser projetadas para atender as necessidades de ventilação, renovação do ar interno e de iluminação. De acordo com a NBR 5413 (ABNT, 2013), as iluminâncias mínimas são definidas em função da tarefa no ambiente. Dentre algumas das estratégias para iluminação natural, estão o uso da forma retangular no pavimento tipo do edifício, gerando fachadas alongadas que possibilitam maior entrada de luz natural por meio de aberturas adequadas; a utilização de modelos computacionais ou tridimensionais para realizar medições e como ferramenta de desenvolvimento do projeto, a fim de otimizar o desempenho da iluminação natural; o uso de cores claras, que refletem a luz; utilizar a contribuição do entorno, e não apenas a luz solar ou proveniente da abóbada celeste; além de outras soluções arquitetônicas (Figura 5). Figura 5: Sistemas de iluminação natural Fonte: Lamberts; Pereira; Dutra. 1997 25 Algumas estratégias de iluminação artificial podem interagir com as soluções de iluminação natural e reduzir bastante o consumo de energia, mesmo quando essa interação não se faz necessária. Dentre elas, estão o uso de lâmpadas mais econômicas, luminárias com controle antiofuscamento, sensores com fotocélula (controle fotoelétrico) integrados aos sistemas de iluminação. Atividades que exigem níveis de iluminação mais altos, porém adequados, devem ser colocadas de preferência próximas às janelas. A iluminação artificial pode ser utilizada numa área mais específica para o plano de trabalho, enquanto a iluminação natural é destinada para o ambiente. As aberturas têm de ser projetadas com múltiplas funções ou específicas de ventilação e/ou iluminação natural. 2.2.6 Sombreamento das aberturas O sombreamento é uma estratégia fundamental para a redução dos ganhos solares através do envelope da edificação. No clima quente e úmido o excesso de calor transmitido para os ambientes é a principal causa de desconforto nas edificações, daí percebe-se a importância que o sombreamento das aberturas possui na obtenção de níveis mais altos de conforto ambiental e eficiência energética (BITTENCOURT, 2004). Para evitar os ganhos solares nos períodos mais quentes, do dia e do ano, sem obstruí-los no inverno e sem prejudicar a iluminação natural através das aberturas, é fundamental o uso de protetores solares projetados corretamente. Uma proteção solar mal projetada pode obstruir, além da radiação solar direta, uma porção da abóbada celeste que possibilitaria o uso da luz difusa do céu para iluminação natural. Para que isso não ocorra, é necessário o conhecimento do projetista sobre a geometria solar de inverno e verão em relação ao lugar de implantação do edifício. Dependendo da sua localização, a própria sombra provocada por áreas construídas ou massas de vegetação vizinhas pode minimizar a necessidade de sombreamento nas fachadas. Desta forma, é muito importante que o estudo da insolação também considere o entorno da área edificada, antes mesmo de planejar a orientação da edificação e as proteções necessárias às fachadas. Elementos como brises, marquises, beirais, cobogós, caramanchões e varandas são recursos arquitetônicos que podem evitar ganhos de calor excessivos 26 e problemas de ofuscamento em regiões com altos níveis de luminância, como no Nordeste brasileiro. 2.2.7 Ruído e acústica O desempenho acústico da edificação deve ser pensado desde a fase inicial do projeto, pois muitas características de acústica são determinadas pelas dimensões e pela forma da edificação. Dentre as soluções arquitetônicas, destacam-se a atenuação de ruídos nas áreas principais de ocupação através da envoltória, paredes e pisos construídos com materiais isolantes acústicos, paredes divisórias de salas em edifícios comerciais e residenciais multifamiliares e proteção das principais áreas de ocupação dos locais geradores de ruídos maquinários da edificação. 2.3 Eficiência Energética na Edificação O conceito de preservação do meio ambiente surgiu a partir da década de 1960, depois de um período de intenso avanço industrial, quando recursos naturais foram explorados de forma intensa e despreocupada, fazendo com que duas questões viessem à tona, considerando a relação homem – ambiente natural: (...) a impossibilidade de renovação dos recursos naturais frente à intensidade de sua exploração e a necessidade de adoção de uma visão sistêmica da natureza, considerando que atividades praticadas em um território podem afetar diretamente o meio natural de outro. Essas premissas demonstraram a necessidade de revisão das chamadas atividades humanas e sua relação com os ecossistemas e os recursos naturais (Caderno Condutas de sustentabilidade, p. 13). Desde então o assunto sustentabilidade está em pauta no mundo, através de congressos, certificações, publicações, pesquisas e publicidade, sempre considerando as três premissas que o compõem, nos diversos segmentos das atividades profissionais, humanas e empresariais. Assim, o conceito de sustentabilidade, em sua plenitude, atende ao mesmo tempo a aspectos sociais, ambientais e econômicos. Segundo Goulart (1994, p.02), a sustentabilidade não é um objetivo a ser alcançado, e sim um processo, um caminho a ser seguido. Assim, um projeto de arquitetura sustentável procura aumentar a eficiência nos edifícios e minimizar o impacto ambiental negativo gerado por estes, através de um uso racional da energia e da incorporação de fontes renováveis de energia, buscando uma diminuição no consumo dos usos finais de iluminação, equipamentos e aquecimento de água. 27 Edificações energeticamente mais eficientes, somente são possíveis através de projetos que desde a sua concepção incluam critérios de eficiência energética. A elaboração de projetos mais eficientes energeticamente, encontram na fase projetual as melhores possibilidades de aplicação, especialmente por meio da utilização de estratégias bioclimáticas, que diminuem a dependência do ambiente construído de sistemas artificiais através do melhor aproveitamento dos recursos naturais. A eficiência energética pode ser entendida como a obtenção de um serviço com baixo dispêndio de energia. Portanto, um edifício é mais eficiente energeticamente que outro quando proporciona as mesmas condições ambientais com menor consumo de energia. (Lamberts et al., 1997, p.14). Segundo Olgyay (1973), “A zona de conforto representa aquele ponto no qual a pessoa necessita de consumir a menor quantidade de energia para se adaptar ao ambiente circunstante". Todo projeto deve considerar as especificidades climáticas do local, a luz natural, o conforto ambiental e a eficiência energética como parâmetros para o desenvolvimento de uma arquitetura sustentável. Em arquitetura, o termo conforto ambiental refere-se o estudo das condições térmicas, acústicas, luminosas e energéticas como um dos condicionantes da forma e da organização do espaço para atender às necessidades ambientais do homem. Como abrigo, qualquer edificação deve proteger o homem das intempéries do meio ambiente, proporcionar-lhe conforto, independentemente de como estão as condições do meio ambiente. O edifício deve criar condições internas para que o habitante se sinta não somente protegido do sol e da chuva, da umidade do solo, do vento e do frio, mas possa estar em condições de conforto térmico em seu interior. Sendo assim, conforto térmico e eficiência energética possuem forte correlação no que se refere à economia de energia em uma edificação. Para análise de conforto térmico, uma ferramenta adequada às condições climáticas brasileiras é, segundo Lamberts et al. (2004), a Carta Bioclimática para Edifícios, desenvolvida por Givoni (1976), que consiste em um diagrama psicrométrico sobreposto por zonas que relacionam as condições climáticas às estratégias bioclimáticas mais adequadas a cada situação (Figura 6). A carta de Givoni foi desenvolvida a partir do aperfeiçoamento do diagrama idealizado por 28 Olgyay na década de 1960. A principal diferença entre as metodologias encontra-se na aplicação de cada diagrama. Enquanto Givoni propõe estratégias construtivas para adequar o edifício ao clima, Olgyay aplicava seu diagrama estritamente para as condições externas. Figura 6: Carta Bioclimática Fonte: LAMBERTS et al. 2004. Por meio da sobreposição na Carta Bioclimática dos valores de temperatura e umidade relativa nos principais períodos do ano em uma localidade específica, é possível identificar quais estratégias bioclimáticas devem ser utilizadas para melhor obtenção de conforto térmico. São três os principais tipos de variáveis com papel determinante na obtenção de conforto térmico e eficiência energética numa edificação: humanas, climáticas e arquitetônicas. Para a criação de ambientes construídos que atendam às exigências de conforto, é necessário o conhecimento e o domínio das exigências humanas de conforto, dos condicionantes climáticos e das características das escolhas e soluções arquitetônicas, especialmente do desempenho térmico dos materiais nas envoltórias. Desta forma, para se ter uma maior eficiência energética, é fundamental que a edificação esteja totalmente adequada ao clima e contexto locais. 29 3 ESTUDOS DE REFERÊNCIA Como exemplos de empreendimentos multifuncionais para os estudos de referência, foram escolhidos o complexo Tirol Way, localizado no bairro do Tirol, um dos mais valorizados na cidade de Natal e com maior potencial de adensamento, e o Brascan Century Plaza, localizado em São Paulo/SP e considerado referência nacional entre os projetos de edifícios multifuncionais. Para um melhor entendimento da aplicação dos princípios bioclimáticos em edificação vertical foi analisado o Menara Mesiniaga, localizado em Subang Jaya, Malásia, projetado pelo arquiteto malaio especialista em biologia ambiental e ecologia, Ken Yeang. Por fim, foram feitas considerações sobre o capítulo, comentando a importância de cada estudo no desenvolvimento da proposta arquitetônica. 3.1 Tirol Way O Tirol Way é um empreendimento, localizado no bairro do Tirol, na esquina das avenidas Senador Salgado Filho e Alexandrino de Alencar. O complexo é composto de três torres com tipologias e usos distintos (residencial e comercial) e de lojas em seu pavimento térreo, permitindo que diversas outras atividades comerciais possam ser alocadas no complexo. O empreendimento está disposto em uma área de muita visibilidade e grande fluxo de veículos (Figura 7), porém, sua relação com o entorno é prejudicada pela acessibilidade pública pouco eficiente e pelos frequentes engarrafamentos que acontecem nas duas principais vias de acesso ao complexo. Figura 7: Localização e implantação do complexo Tirol Way Fonte: Google Earth (Acesso 25/05/2015). Imagem editada pelo autor, 2015. 30 Por não existir interligação entre as torres, já que as mesmas foram projetadas como empreendimentos distintos, os acessos, estacionamentos, segurança e equipamentos de lazer e serviço são independentes, ou seja, cada torre é autônoma e possui seu próprio condomínio. Esse formato impede que ocorra a integração entre os usos propostos e acaba por delimitar os edifícios em subáreas, eliminando a possibilidade de um convívio direto entre as diversas atividades presentes no complexo. A similaridade compositiva das torres (escala, formas, cores e materiais) confere unidade visual ao empreendimento, mesmo se tratando de produtos independentes entre si (Figura 8). A própria implantação das torres, locadas lado a lado em forma de “L”, sugere unidade ao complexo. Figura 8: Fachadas do complexo Tirol Way Fonte: Produção do autor, 2015. No que se refere às plantas baixas dos pavimentos de cada edifício, o conjunto apresenta três tipologias distintas (Figura 9). Enquanto a torre comercial se mostra como uma barra, com as salas comerciais posicionadas lado a lado em sequência, as torres residenciais apresentam plantas dispostas em formatos de “L” e “H”. Esse conjunto se comporta, verticalmente, como um grande muro quando dispostos lado a lado, sendo o edifício “L” responsável por fazer a “ligação” entre as outras torres, justamente por se adequar à esquina do terreno em sua composição. 31 Figura 9: Tipologias das torres do complexo Tirol Way Salas comerciais de 34m² Apartamentos de 59m² Apartamentos de 98m² Fonte: http://www.rossiresidencial.com.br (Acesso 02/03/2015). Imagem editada pelo autor, 2015. Sobre o programa, entre as três torres que compõem o empreendimento, duas são residenciais e uma é comercial. Uma das torres residenciais possui 96 apartamentos de 98m² de área privativa (04 unidades por andar em 24 pavimentos tipo), enquanto a outra é composta de 110 apartamentos de 59m² de área privativa (04 unidades por andar em 28 pavimentos tipo). A terceira torre comporta 276 salas comerciais de 34m² de área privativa (distribuídas em 23 pavimentos tipo com 12 unidades por andar). Além das torres, o complexo apresenta no pavimento térreo um espaço para 08 lojas, variando entre 50 a 163m² de área privativa e com estacionamento próprio. Esse programa atende a uma demanda de mercado existente na cidade para apartamentos de tamanho médio, apresentando opções de apartamentos que variam de 02 a 03 dormitórios (sem ultrapassar a área privativa de 100m²), e para salas comerciais com metragem ideal para profissionais autônomos, escritórios e clínicas, além da possibilidade de atividades comerciais diversas no térreo, visando atender a um público externo e à própria população do complexo. Apesar do programa bem definido e equilibrado, no que se refere às metragens privativas, o Tirol Way tem como ponto negativo a grande quantidade de unidades habitacionais e comerciais, devido ao alto adensamento permitido na área e presente no projeto. Esse adensamento elevado, somado ao intenso tráfego nas vias que circundam o empreendimento e à falta de permeabilidade espacial colaboram para a baixa qualidade ambiental na área e entorno imediato, gerando poluição do ar, sonora e visual. Quanto ao sistema estrutural, o empreendimento foi construído em concreto armado e aço, com vigas, pilares e lajes moldados no local, e alvenarias em blocos 32 de cimento. O sistema utilizado é o mais comum e presente na maior parte das construções de edifícios verticais em Natal na última década. Por ser um empreendimento que se apresenta como “um bairro inteiro dentro de um condomínio”, com residências, comércio e serviços, o projeto do complexo Tirol Way apresenta uma composição de unidades privativas bastante diversa, mas não prioriza a interação entre esses usos, o que promoveria maior vitalidade à construção e maior integração com a cidade. 3.2 Brascan Century Plaza Um exemplo de edifício multifuncional fora de Natal e referência nacional em empreendimentos do tipo é o Brascan Century Plaza, que é composto por três edifícios com volumetrias e usos distintos (Figura 10), ocupando quase uma quadra inteira na Zona Sul de São Paulo/SP. Projetado pelos arquitetos Jorge Königsberger e Gianfranco Vannucchi, em 2003, o conjunto está situado numa área de 12.600m² que reúne 31 pavimentos de flats hoteleiros, 24 pavimentos de conjuntos comerciais, 15 lajes corporativas, centro de convenções e uma praça aberta no térreo. A praça é dotada de lojas, restaurantes com mesas externas, livraria, espaços de convívio e bloco com seis salas de cinema, mostrando que os espaços da iniciativa privada podem ser permeados pelo uso público. Figura 10: Vista do Brascan Century Plaza e entorno Fonte: http://www.vitruvius.com.br (Acesso 10/12/2014) O complexo localiza-se no Itaim Bibi, bairro industrial que passou, ao longo dos anos 1990, por profunda transformação, com verticalização intensa e mudança de 33 usos, tornando-se uma região nobre, com prédios de apartamentos, equipamentos e serviços adequados aos novos habitantes locais. Sem a presença de fechamentos como muros ou gradis, o conjunto apresenta como grande diferencial a praça aberta e arborizada no térreo (Figura 11), responsável pela articulação entre os blocos e utilizada por usuários do condomínio e moradores da região, além de funcionar como importante referência urbana na região. Os acessos de pedestres no térreo ocorrem basicamente por três entradas, uma em cada rua, além das entradas independentes dos prédios com a praça unindo um ao outro (Figura 12). Figura 11: Praça aberta do Brascan Century Plaza Fonte: http://www.vitruvius.com.br (Acesso 10/12/2014) Figura 12: Implantação do Brascan Century Plaza Fonte: http://www.vitruvius.com.br (Acesso 10/12/2014) 34 Assim como o Tirol Way, analisado anteriormente, o complexo Brascan Century Plaza apresenta edifícios específicos para cada uso presente no complexo. A grande e fundamental diferença, porém, encontra-se exatamente na integração dessas atividades, promovida principalmente pela grande praça aberta no pavimento térreo. Os aspectos programáticos do empreendimento visam a atender a atividades distintas e essenciais para o homem, como moradia, trabalho e lazer (em três turnos diários), por meio das unidades habitacionais e comerciais que compõem as torres e da intensa atividade comercial presente no térreo e proporcionada pela total ausência de fechamentos entre os edifícios, acarretando em permeabilidade espacial e fluidez de pedestres pela quadra. Sobre as plantas dos pavimentos, percebe-se uma intenção de proteção contra incidência de sol nas janelas, por meio de um peitoril largo que cria uma espécie de balcão. Essa profundidade gerada pelo recuo das esquadrias também cumpre um papel na composição das fachadas, criando uma modulação que é valorizada por essa “grelha” que garante profundidade para as janelas. Enquanto a preocupação com a questão da radiação solar é perceptível, apesar de discreta, o mesmo não ocorre com o tratamento dado aos ventos, pois as plantas baixas dos edifícios de flat e hotel possuem uma configuração de circulação central (Figura 13), o que acaba por dispor unidades ao longo dos dois lados da circulação, dificultando ainda mais a permeabilidade de ventos, já prejudicada pelo alto adensamento no local. Figura 13:Plantas das torres do Brascan Century Plaza Fonte: http://www.vitruvius.com.br (Acesso 10/12/2014) 35 A modulação é uma característica bastante visível na composição das fachadas dos edifícios do Brascan, contribuindo com o aspecto sóbrio do complexo e funcionando como um elo visual entre os edifícios, que possuem volumetrias próprias e distintas entre si, mas carregam elementos que são suficientes para serem visualizados e entendidos como um conjunto único e aberto. Os prédios apresentam estrutura convencional de concreto, lajes protendidas, divisões internas em painéis de gesso acartonado e fechamento externo em painéis pré-fabricados. 3.3 Menara Mesiniaga O Menara Mesiniaga é um projeto do arquiteto malaio Ken Yeang e consiste no edifício sede da IBM na cidade de Subang Jaya, localizada dentro da região metropolitana de Kuala Lumpur, capital da Malásia. O projeto foi concebido em 1989 e teve sua obra finalizada em 1992. O edifício está localizado sobre uma rodovia importante do aeroporto para Kuala Lumpur, em local altamente visível com a presença de alguns edifícios em seu entorno. Possui 6.503m² de área construída, distribuídos em 15 pavimentos, sendo um subsolo, e atinge 63m de altura (Figura 14). O clima na região é considerado tropical, com temperatura e umidade bastante semelhantes ao longo no ano, tendo pequena variação da temperatura entre dia e noite. Figura 14: Volumetria do Menara Mesiniaga Fonte: www.akdn.org/architecture/pdf/1356_Mal.pdf (Acesso 16/07/2015) 36 Nascido na Malásia, o arquiteto Ken Yeang foi educado na Inglaterra e teve seu trabalho centrado no uso e desempenho da energia em clima tropical. Seu objetivo era atingir o padrão sustentável na utilização de recursos naturais para gerar bem-estar e conforto nas edificações. Yeang projetou o Menara Mesiniaga utilizando seus princípios bioclimáticas para projetos de edificações verticais. O edifício, em formato circular, apresenta uma paisagem inclinada que relaciona a terra (base) com sua verticalidade, em um espiral circular contínuo em seu corpo, que cria paisagens e permite alívio visual para os usuários dos escritórios. A ideia de um jardim tropical urbano foi concebida através da sua visão sobre a relação do edifício com a paisagem e clima. Para Yeang, “O plano deve refletir os padrões de vida de uma cultura do lugar. Plantações devem viajar verticalmente para gerar oxigênio”. Algumas das principais soluções bioclimáticas de Yeang para o Menara Mesiniaga são a introdução de jardins em espiral vertical (Figura 15 e Figura 16), as janelas embutidas e sombreadas nas orientações Leste e Oeste, as cortinas de vidro na Norte e Sul e a fachada dotada de “peneiras” como filtro, permitindo a redução de ganho solar. Edifícios altos são expostos, em sua extensão, às condições climáticas do local e paredes externas vazadas podem fornecer proteção solar, bem como prover ventilação cruzada. Figura 15: Jardins em espiral vertical Fonte: www.akdn.org/architecture/pdf/1356_Mal.pdf (Acesso 16/07/2015) 37 Figura 16: Escalonamento dos terraços Fonte: www.akdn.org/architecture/pdf/1356_Mal.pdf (Acesso 16/07/2015) A estrutura principal do Menara Mesiniaga é exposta através de tubos de aço e o piso composto de placas de concreto sobre treliças de aço. Os escritórios são ventilados naturalmente e o edifício está equipado com um sistema automatizado que controla recursos energéticos (incluindo ar condicionado) e é utilizado para reduzir a energia dispendida pelo consumo dos equipamentos. O corpo do edifício é recortado por terraços e todas as janelas no Leste e Oeste têm persianas de alumínio para reduzir o ganho de energia solar (Figura 17). Figura 17: Persianas de alumínio nas fachadas Leste e Oeste Fonte: www.akdn.org/architecture/pdf/1356_Mal.pdf (Acesso 16/07/2015) 38 A cobertura é habitável e contém uma piscina e um ginásio, seguindo a ideia fundamental de Yeang de conectar o prédio de volta à terra (Figura 18). A estrutura da tela de sol é feita de aço e possui painéis de alumínio. O sistema para coleta de água de chuva também encontra-se na cobertura. Figura 18: Piscina na cobertura Fonte: www.akdn.org/architecture/pdf/1356_Mal.pdf (Acesso 16/07/2015) O Menara Mesiniaga apresenta vários dos princípios bioclimáticos utilizados pelo arquiteto Ken Yeang em seus projetos de edifícios verticais em clima tropical, contribuindo para esta pesquisa com soluções que se traduzem em eficiência energética e participam de maneira significativa na composição formal do edifício, uma vez que todos os elementos e estratégias adotados surgiram durante o processo de concepção da proposta. 3.4 Considerações sobre o capítulo Os projetos analisados apresentam conceitos e soluções que contribuíram em vários aspectos na concepção da proposta arquitetônica, proporcionando ao autor uma nova experiência no que se refere à metodologia e processo projetual. As referências apresentadas colaboraram de diversas formas com a pesquisa e o 39 projeto, através de questões relacionadas aos usos e programa, e às estratégias projetuais bioclimáticas na composição final do edifício. No que se refere à qualidade ambiental interna, o projeto estudado por último (Menara Mesiniaga) apresenta diversas soluções para edificações verticais em clima tropical, abrangendo questões como eficiência energética, sustentabilidade e conforto ambiental. A arquitetura bioclimática utiliza elementos arquitetônicos para a aquisição de bem-estar e busca otimizar a utilização dos recursos naturais, baseando-se em quatro princípios básicos: criação de espaços em ambiente saudável para os moradores e usuários; eficiência energética e consideração do ciclo de vida da estrutura edificada; minimização de desperdícios e uso de fontes renováveis de energia e materiais que não agridam o meio ambiente. Por meio das recomendações de Holanda (1976) e do amplo repertório de estratégias bioclimáticas presentes no edifício projetado por Ken Yeang, além de outros aspectos relevantes para adequação da construção ao clima e suas variáveis, são propostas soluções bioclimáticas como forma de garantir e aprimorar a qualidade ambiental interna e eficiência energética da edificação. Aspectos importantes como a orientação da edificação no lote, tipos de aberturas, localização dessas aberturas (visando à ventilação cruzada), utilização de brises, além dos já citados anteriormente, são algumas das estratégias a serem utilizadas para atingir o objetivo proposto. Quanto à diversidade proposta no projeto, a multifuncionalidade pode ser cada vez mais entendida como uma forma de dar vida ao edifício, aos seus usos individualmente e à malha urbana que o envolve. Dos projetos analisados, apenas o Brascan Century Plaza possui uma real integração entre os usos, fundamental para o conceito do empreendimento e planejada desde sua concepção para torná-lo uma célula ativa durante os três turnos diários. Essa integração ocorre principalmente por causa da praça aberta e com serviços presentes no pavimento térreo. Além de contribuir para que o conceito de diversidade de usos aconteça de forma integrada, essa ampliação do espaço coletivo através do território privado contribui de forma significativa para a melhoria da qualidade de vida urbana nos grandes centros urbanos. No projeto analisado em Natal, é visível que o empreendimento despreza essa integração, pois se utiliza da diversidade de usos apenas para compor vários 40 produtos individualizados, apesar de se comportar legalmente como um empreendimento único. O crescimento da especulação imobiliária na cidade de Natal nas últimas décadas e o consequente aumento do valor dos terrenos, podem encontrar nos edifícios multifuncionais uma maneira de tornar os empreendimentos mais viáveis, ao não se concentrarem em um produto específico, maximizando áreas por meio de múltiplos programas e contribuindo com a diversidade social. Os edifícios multifuncionais também podem contribuir de forma sustentável, do ponto de vista ambiental, com a dinâmica das cidades, uma vez que a coexistência de diferentes funções em uma mesma área minimiza a necessidade de deslocamentos, influenciando o trânsito e reduzindo consideravelmente as emissões de gases do efeito estufa. Na cidade de Natal, onde o transporte coletivo é ineficiente e o aumento na quantidade de veículos particulares é visível e contínuo, gerando tráfego lento e engarrafamentos, essa diminuição no fluxo de pessoas e veículos pode ser bastante significativa para um melhor funcionamento da malha viária e para a qualidade de vida da população. Outro aspecto importante é a questão da acessibilidade, uma vez que a malha urbana de Natal não é adaptada corretamente para pedestres e são inúmeros os obstáculos para pessoas com algum tipo de necessidade especial. Dessa forma, a diversidade de usos e de pessoas nos térreos abertos e planejados integram o edifício ao entorno e pode contribuir para uma maior qualidade no que se refere às questões de acessibilidade. Com base nos estudos de referência, o projeto proposto tentará conciliar os elementos-chave identificados em cada projeto analisado com a realidade local, no que se refere a condicionantes legais, físicos e ambientais, principalmente. 41 4 CONDICIONANTES PROJETUAIS Neste capítulo, são apresentados os condicionantes projetuais, responsáveis pelas primeiras decisões de projeto no que se refere às características da área de intervenção escolhida, aos aspectos físicos e ambientais predominantes no terreno, às prescrições legais utilizadas para a concepção da proposta, ao perfil do usuário, à elaboração do programa arquitetônico e à viabilidade do projeto no atual cenário do mercado imobiliário local, considerando a hipótese da venda real das unidades privativas do projeto desenvolvido. 4.1 Área de intervenção De acordo com a NBR 15220-3 (ABNT, 2005), a cidade de Natal, capital do Estado brasileiro do Rio Grande do Norte e universo de estudo desta pesquisa, localiza-se na Zona Bioclimática 8 (Figura 19), cujo clima é tropical úmido. Figura 19: Zoneamento Bioclimático Brasileiro e os dados da cidade de Natal Fonte: software ZBBR 1.1, Maurício Roriz, 2004. Natal possui clima tropical quente e úmido, com temperaturas elevadas durante todo o ano, que são atenuadas pelo constante fluxo de ventos alísios. As temperaturas máximas permanecem entre 29ºC e 32ºC, enquanto as temperaturas mínimas variam entre 20ºC e 23ºC, para as quais existem apenas pequenas variações sazonais. O clima da cidade apresenta duas estações mais evidentes, que diferem com base na precipitação: de setembro a janeiro há a estação seca, enquanto de fevereiro a agosto existe a estação chuvosa, tendo abril, maio junho e julho como os meses mais chuvosos. 42 Para o desenvolvimento de um projeto vertical dotado de qualidade ambiental e eficiente energeticamente, a cidade de Natal apresenta abundância de recursos naturais como sol e vento, que podem propiciar uma constante troca de calor e iluminação natural nos espaços projetados, além de possibilitarem a utilização de tecnologias que utilizem os mesmos para geração de energia. Essa abundância, porém, torna fundamental a necessidade de se criar mecanismos (estratégias projetuais) que permitam o melhor aproveitamento destes recursos. Para escolha do bairro onde o projeto será implantado, foram considerados, entre outros, dois aspectos: possuir localização central na malha urbana da cidade e presença uniforme dos usos residencial e comercial em sua extensão territorial. Nesse sentido, o bairro de Lagoa Nova se apresenta como opção ideal para o edifício multifuncional, pois se posiciona de forma estratégica dentro da malha viária urbana (Figura 20), fazendo a ligação entre bairros como Tirol, Candelária e Capim Macio (Figura 21). Além disso, Lagoa Nova se caracteriza pela vocação de uso tanto residencial, quanto comercial, em quase toda sua extensão, o que é fundamental para o sucesso de um empreendimento dotado de vários usos. Figura 20: Mapa da cidade de Natal com limites de bairros Fonte: SEMURB. Imagem editada pelo autor, 2015. 43 Figura 21: Bairro de Lagoa Nova e seus confrontantes Fonte: SEMURB, 2009. O terreno escolhido para o desenvolvimento do edifício multifuncional está localizado em zona adensável, em um conjunto denominado “Roselândia” (Figura 22), situado no bairro de Lagoa Nova, Zona Sul de Natal, entre quatro grandes avenidas da cidade (Senador Salgado Filho, Antônio Basílio, Rui Barbosa e Nascimento de Castro), possibilitando fluidez de locomoção para vários setores da cidade. O terreno, composto por oito lotes residenciais, encontra-se diante de uma 44 praça arborizada (Praça Dr. Amaro Marinho), bastante utilizada por jovens estudantes das redondezas, e próximo de equipamentos com finalidades diversas, como faculdade, hospital, supermercado, academia e lanchonete (Figura 23). Figura 22: Localização do Conjunto Roselândia no bairro de Lagoa Nova Fonte: SEMURB e Google Earth. Imagem editada pelo autor, 2015. Figura 23: Entorno do terreno Fonte: Google Earth. Imagem editada pelo autor, 2015. 45 4.2 Aspectos físicos e ambientais O terreno estudado está localizado nas esquinas da rua Marise Bastier com as ruas Cel. Luiz Júlio e Desembargador Carlos Augusto, bairro de Lagoa Nova. Consiste em uma área composta por oito lotes com casas construídas, totalizando 2.839,83m² de área de superfície, e possui desnível total de 1,50m ao longo de aproximadamente 50m no trecho mais desfavorável, representando uma inclinação de 3% (Figura 24). Figura 24: O terreno e seus limites  Área do terreno: 2.839,83m²  Bairro: Lagoa Nova  Limite de gabarito: 90m  Zona adensável (Coeficiente de aproveitamento: 3,0)  Uso no entorno: predominantemente residencial Fonte: IDEMA-RN. Imagem editada pelo autor, 2015. Por ser uma área consolidada por residências existentes, o terreno não possui vegetação representativa que deva ser preservada. O entorno imediato possui gabarito predominantemente baixo, devido à presença significativa de residências, clínicas e escritórios (Figura 25 e Figura 26). A região, porém, possui grande 46 potencial para desenvolvimento de empreendimentos verticais, algo que já ocorre em quadras próximas através de dois empreendimentos multifamiliares, sendo um em construção e outro ainda em processo de legalização. Além disso, existe uma restrição de gabarito (máximo de 15m) no sentido leste/sudeste do terreno, entre a avenida Rui Barbosa e o Parque das Dunas, garantindo a visualização do parque e grande incidência de ventilação. Figura 25: Vista geral do terreno e da praça Fonte: Google Earth. Imagem editada pelo autor, 2015. Figura 26: Vista geral do terreno e da praça Fonte: Google Earth. Imagem editada pelo autor, 2015. 47 No que se refere às diretrizes projetuais e considerando a questão climática como geradora da proposta arquitetônica, as estratégias projetuais bioclimáticas citadas anteriormente nesta pesquisa foram analisadas e definidas de acordo com as características de cada uso específico, como horários com maior predominância de pessoas, número de pessoas por ambiente, presença de fontes geradoras de calor etc. Nas salas comerciais, por exemplo, é comum uma concentração maior de pessoas e equipamentos geradores de calor (computadores, impressoras e servidores, dentre outros), assim como também é mais comum a presença das pessoas nos turnos da manhã e tarde, de segunda a sexta-feira (período comercial). Nos apartamentos essa situação se inverte, sendo mais comum a presença das pessoas em seus apartamentos à noite e nos fins de semana. Além das diretrizes da Norma Brasileira NBR 15.220-03 (ABNT, 2005), que trata do Zoneamento Bioclimático Brasileiro, foram consideradas as indicações de Armando de Holanda (1976), em seu trabalho “Roteiro para Construir no Nordeste”, como ventilação cruzada permanente, sombreamento das aberturas, grandes beirais, uso de elementos vazados e de varandas e terraços como espaços de transição para os ambientes internos, resfriando a brisa e filtrando a luz. Para análise das faces do terreno e das fachadas da edificação, foram elaboradas as cartas solares pelo programa Sun Tool (Figura 27). Figura 27: Cartas solares do terreno Fonte: Rosa dos ventos, INPE, 2009; Cartas solares, Sun Tool, 2015. 48 Considerando a implantação de uma torre retangular com as fachadas paralelas às faces do terreno, foi realizado o estudo das cartas solares nas faces dessa edificação. Por meio da análise das cartas solares, foi possível identificar uma maior incidência solar no verão nas fachadas Sudoeste e Sudeste, enquanto no inverno essa maior incidência ocorre nas faces Noroeste e Nordeste. 4.3 Aspectos legais Para elaboração desta pesquisa, os aspectos legais vigentes utilizados como norteadores do projeto foram aqueles normalmente utilizados para o licenciamento de edifícios verticais na cidade de Natal: o Plano Diretor e o Código de Obras do Município de Natal (2007), além da NBR 9050 (ABNT, 2004). 4.3.1 Plano Diretor do Município de Natal (2007) O terreno encontra-se na Zona Sul de Natal, em área considerada como Zona Adensável. As exigências do Plano Diretor para um edifício residencial misto são:  Coeficiente de aproveitamento básico: 3,0  Ocupação máxima (%): 80  Permeabilização mínima (%): 20  Gabarito máximo (m): 90  Recuos: ver tabela (Figura 28) Figura 28: Quadro para cálculo de recuos Fonte: Plano Diretor do Município de Natal, 2007 49 Existe uma restrição de gabarito em uma grande faixa localizada entre o terreno escolhido (a partir da avenida Rui Barbosa) e o Parque das Dunas, limitando em 15m de altura as construções novas (Figura 29). A existência dessa faixa e a restrição de gabarito nela inserida foram fundamentais para a escolha da área de intervenção, pois permitem grande incidência de ventilação no edifício proposto e a livre visualização do Parque das Dunas, sem maiores interferências visuais. Figura 29: Controle de gabarito no entorno do Parque das Dunas Fonte: Google Earth. Imagem editada pelo autor, 2015 4.3.2 Código de Obras do Município de Natal (2007) Os principais parâmetros que devem ser considerados são aqueles relativos ao dimensionamento interno dos ambientes para uma habitação unifamiliar e locais de trabalho (Figura 30). Quanto aos recuos frontais, são admitidas guaritas, portarias, depósitos de gás, lixo e/ou subestação, desde que a somatória das áreas não ultrapasse 20% da área de recuo, observando-se o limite máximo de 50,00m². 50 Figura 30: Quadro com dimensões mínimas para compartimentos Fonte: Código de Obras do Município de Natal, 2004. 4.4 Aquisição da área e análise de viabilidade 4.4.1 Definição de permuta de imóveis A área escolhida para o desenvolvimento da proposta é composta por oito lotes residenciais situados no bairro de Lagoa Nova. Para aquisição desta área foi considerado o contrato de permuta, muito comum na atividade imobiliária da cidade de Natal. Segundo o especialista em direito imobiliário e empresarial, Kaleb Campos Freire2, a permuta de imóveis consiste num tipo de contrato em que um determinado imóvel é dado em troca para aquisição de um outro imóvel, não havendo o pagamento de um valor monetário pelo imóvel. Na permuta as partes se obrigam a dar uma coisa por outra que não seja dinheiro, não importando no negócio jurídico valores desiguais, mesmo que na permuta possa haver a torna3. A diferença entre a permuta e a compra e venda é que nesta última está presente a contraprestação em dinheiro. A compra e venda e a permuta são similares, o contrato de troca estabelece a relação jurídica existente entre 2 Kaleb Campos Freire é advogado, especialista em direito imobiliário e empresarial, e proprietário do escritório AF&J Advogados, com sede no bairro de Lagoa Nova, Natal/RN. 3 A permuta com torna acontece quando, além da permuta do terreno por imóveis, ocorre pagamento de parte em dinheiro. 51 contratantes que têm por objetivo substituir a propriedade de um bem por outro bem. Em se tratando de permuta de terreno em unidades a construir, a escritura pública de permuta só poderá ser outorgada com a existência do bem, portanto, só poderá ocorrer após a construção4. Por se tratar de um pagamento consolidado somente na entrega do imóvel, ou seja, após o licenciamento e construção deste, a permuta em imóveis consiste em valores mais altos para aquisição de uma determinada área do que por meio da compra imediata em dinheiro, pois considera reajustes anuais desde o fechamento do contrato até a entrega efetiva do bem. Geralmente uma negociação de permuta pode render ao permutante quase o dobro do valor alcançado numa negociação do tipo compra e venda. Dessa forma, a permuta se mostra como uma alternativa atraente tanto para os proprietários das áreas permutadas, permitindo uma rentabilidade maior num médio prazo, quanto para os empreendedores, possibilitando um menor desembolso inicial durante a viabilização do empreendimento. 4.4.2 Cálculo da permuta Para o cálculo da permuta, deve-se considerar apenas a área vendável do empreendimento, pois esta será a área que servirá como base para ser negociada entre as partes interessadas. Com base na área vendável, é possível estimar o “valor geral de vendas” (VGV) do empreendimento. Por meio da prática adquirida no escritório e utilizando dados do mercado, coletados em duas imobiliárias de Natal5, foi possível determinar que permutas para o tipo de projeto proposto na área escolhida encontram-se, em média, em 18% do VGV alcançado, sendo distribuído proporcionalmente para os lotes. Isso significa que cada proprietário de lote receberá, como forma de pagamento, 18% do lucro obtido com a venda de unidades privativas proporcionadas pelo seu respectivo terreno. Para o cálculo do VGV é preciso determinar o potencial construído total e a participação de cada lote no valor encontrado. O bairro de Lagoa Nova localiza-se 4 No caso de Incorporação Imobiliária o negócio se fará por Instrumento Particular de Promessa de Permuta nos termos da Lei 4.591 de 1964. 5 Para realização desta pesquisa, foram consultadas as Imobiliárias Tertuliano Rêgo e Peres e Peres, ambas com sede em Natal/RN. 52 em zona adensável e possui coeficiente de aproveitamento de 3,06. Para esse cálculo não são levadas em consideração as áreas destinadas para estacionamento, guarita, casas de lixo e gás, espaços para condensadoras de splits, casas de máquinas e outras áreas técnicas presentes em projeto (SEMURB, 2007). As casas presentes nos lotes não possuem relevância do ponto de vista arquitetônico e não serão consideradas para o projeto, uma vez que apenas os terrenos interessam para realização deste. Outro dado importante é que as casas que compõem a área de intervenção não consistem na moradia de seus proprietários, sendo locadas a terceiros por meio de contrato de aluguel, o que demonstra a intenção destes proprietários de utilizarem seus imóveis como fonte de renda. Para que o projeto proposto possa ser legalizado e liberado para construção pelos órgãos competentes, se faz necessário o remembramento dos lotes envolvidos, para que o terreno escolhido se configure como um lote único e medindo 2.839,83m² de área total de superfície. Assim, o potencial construtivo total do terreno é calculado da seguinte forma:  Área total do terreno: 2.839,83m²  Coeficiente de aproveitamento: 3,0 Potencial construtivo total 2.839,83m² x 3,0 = 8.519,49m² O cálculo acima demonstrou o potencial construtivo total do terreno, porém, para o projeto proposto nesta dissertação, não será utilizado o potencial máximo da área. Para a intervenção proposta, será utilizado um coeficiente de aproveitamento 10% abaixo do potencial máximo permitido para a região, ou seja, o projeto será desenvolvido utilizando o coeficiente de 2,7. Essa decisão ocorre em função de liberar mais terreno para áreas permeáveis, possibilitando uma vegetação mais alta e geradora de sombra no pavimento térreo, e de propor pavimentos tipos mais delgados e alongados, que possam promover uma melhor ventilação cruzada no 6 O índice que se obtém dividindo-se a área construída pela área do lote. O coeficiente 3,0 é o máximo instituído pela Prefeitura de Natal para o terreno em questão. 53 espaço projetado. É importante destacar que, por se tratar de uma região valorizada no mercado imobiliário, é necessário utilizar a potencialidade do terreno de forma equilibrada, garantindo a viabilidade do empreendimento, aliada a uma melhor qualidade da construção final. Assim, o potencial construtivo definido para o projeto é:  Área total do terreno: 2.839,83m²  Coeficiente de aproveitamento: 2,7 Potencial construtivo definido para o projeto 2.839,83m² x 2,7 = 7.667,54m² O potencial construtivo encontrado não considera áreas técnicas e estacionamento no projeto, conforme citado anteriormente. Porém, algumas áreas não vendáveis são consideradas computáveis para o coeficiente de aproveitamento e devem ser descartadas para o cálculo de VGV. Dentre essas áreas a serem descartadas, encontram-se os seguintes ambientes: salão de festas, academia e espaço gourmet, além das circulações presentes nos pavimentos tipos e de áreas comuns. Somadas, essas áreas normalmente representam aproximadamente 20% do potencial construtivo do lote. Dessa forma, o potencial construtivo utilizado para o cálculo de VGV refere-se à área vendável total e é calculado conforme descrito a seguir:  Potencial construtivo total: 6.815,59m² Área vendável total estimada 7.667,54m² - 20% = 6.134,03m² Para calcular o VGV é necessário saber o valor de venda (por M²) para as unidades privativas presentes no projeto, considerando a localização do empreendimento e valores praticados nos últimos seis meses em empreendimentos próximos e de padrão similar. Sabendo que o projeto do edifício multifuncional possuirá unidades residenciais e comerciais, e que estes usos possuem valores diferentes por M² para venda no mercado imobiliário, será utilizada uma média para 54 o cálculo do VGV. De acordo com consulta realizada nas imobiliárias Tertuliano Rêgo e Peres e Peres, além de pesquisa realizada pelo autor por meio de folhetos e propagandas de empreendimentos residenciais e comerciais na cidade, chegou-se aos seguintes valores:  Valor do M² para unidades residenciais: R$ 5.500,00  Valor do M² para unidades comerciais (salas e lojas): R$ 7.500,00  Valor médio do M² para unidades residenciais e comerciais: R$ 6.500,00  VGV: Área vendável total estimada x Valor para venda por M² VGV (Valor Geral de Vendas) 6.134,03m² x R$ 6.500,00 = R$ 39.871.195,00 Para calcular a permuta do terreno, aplica-se o percentual de 18%, definido pelo mercado, sobre a área vendável total estimada ou diretamente sobre VGV do empreendimento:  Percentual da permuta: 18%  Área a ser permutada: 18% de 6.134,03m² = 1.104,12m² Dados resultantes da negociação de permuta de imóveis (18% do VGV do empreendimento) Área permutada 1.104,12m² Valor de vendas da área permutada 1.104,12m² x R$ 6.500,00 = R$ 7.176.780,00 Os cálculos acima demonstram que a permuta do terreno medindo 2.839,83m² (somados todos os lotes), proporcionará aos permutantes um retorno de R$ 7.176.780,00 em imóveis no empreendimento proposto para o local. Para efeito de comparação, o valor do M² para a compra de um terreno na região escolhida está estimado em R$ 1.400,00/M² (segundo as imobiliárias consultadas nesta pesquisa), ou seja, o mesmo terreno vale aproximadamente R$ 3.975.762,00 para um contrato do tipo compra e venda. Quando comparados os valores alcançados para contratos de permuta e compra e venda na área escolhida, percebe-se que o contrato de permuta apresenta 55 um número que representa um aumento de 80% em relação ao valor estimado para um contrato de compra e venda, mesmo com a utilização do coeficiente de aproveitamento abaixo do limite permitido para a região: Valor do negócio (Contrato de compra e venda) R$ 3.975.762,00 Valor do negócio (Contrato de permuta de imóveis) R$ 7.176.780,00 Com base no retorno financeiro estimado aos proprietários dos lotes que compõem o terreno escolhido, a opção do contrato de permuta se mostra viável e dentro da faixa de valores praticados pelo mercado local, oferecendo aos permutantes uma rentabilidade que justifica o desenvolvimento da proposta do edifício multifuncional. 4.5 Aspectos funcionais Conforme demonstrado no item anterior, a área vendável total para o terreno escolhido está estimada em 6.134,03m². Com base nesse número, é feita a definição das áreas privativas e do número de unidades de usos residencial e comercial (salas e lojas), a serem comercializadas. A proposta do edifício multifuncional vertical pretende contemplar de forma similar os usos propostos, no que se refere à metragem destinada a cada um deles. A primeira metade da torre será destinada ao uso comercial, por meio da presença de lojas no pavimento térreo e salas comerciais nos primeiros 10 pavimentos tipos, localizados acima dos pavimentos de lazer e convenções. A segunda metade da torre será composta de apartamentos, nos pavimentos mais altos, sendo arrematada por um mirante de convívio no último pavimento útil da edificação. Com base no perfil do usuário e na área vendável total estimada, foram determinadas as áreas privativas das unidades, suas quantidades (para cada uso específico) e definido o programa arquitetônico do complexo multifuncional. 56 4.5.1 Perfil do usuário O público alvo escolhido para o desenvolvimento da proposta é composto por pessoas que procuram imóveis residenciais e comerciais em Natal, mais precisamente nos bairros mais adensados da cidade, como Lagoa Nova, Tirol e Petrópolis. Dessa forma, o conceito de multifuncionalidade proposto ao projeto procura atender a essa demanda existente para imóveis diversos. O projeto de arquitetura vertical (residencial e comercial) compõe a maior parte da produção profissional deste autor. Sendo assim, o principal motivo dessa escolha temática é a possibilidade de comparação, no que se refere ao desenvolvimento do projeto, entre a experiência da prática projetual realizada na rotina diária do escritório e um processo de projeto fundamentado em teoria, pesquisa, metodologia e conceitos. Para a definição das unidades privativas residenciais e comerciais, o método utilizado consistiu no cruzamento de dados obtidos por meio de pesquisa secundária e entrevistas. Para conseguir visualizar um panorama real sobre demandas existentes no atual momento do mercado imobiliário de Natal, foram consideradas duas imobiliárias como fontes, ambas consolidadas e com mais de 10 anos de atuação, além do Salão Imobiliário de Natal, evento que ocorre anualmente na cidade e que, no ano de 2015, realizou sua décima quinta edição. Houve também uma tentativa de entrevista com a diretoria do Sinduscon/RN para assuntos relacionados à construção no mercado imobiliário, com o intuito de obter mais dados sobre as demandas existentes, mas não foi possível o contato. Através de entrevistas com Roberto Peres e José Wilton Rêgo (proprietários das imobiliárias Peres e Peres e Tertuliano Rêgo, respectivamente) e Ocimar Damásio (organizador do Salão Imobiliário), foram identificadas áreas privativas para apartamentos, lojas e salas comerciais que encontram no mercado atual, um público alvo existente. Essas áreas privativas identificadas (vendáveis e locáveis) foram comparadas com as áreas das unidades privativas apresentadas em dois dos estudos de referência deste trabalho (Tirol Way e Brascan Century Plaza), gerando assim um quadro com todos os dados levantados (Figura 31). 57 Figura 31: Quadro de áreas privativas identificadas por cruzamento de dados Fonte: Imobiliárias de Natal, quadro elaborado pelo autor, 2015. As áreas privativas das unidades habitacionais e comerciais do projeto do edifício multifuncional foram determinadas através da média resultante do cruzamento de todas as áreas identificadas nas pesquisas e entrevistas realizadas. No projeto, as salas comerciais e os apartamentos compostos de dois quartos tiveram suas áreas ampliadas, devido ao acréscimo de um terraço ajardinado, que não aparece em nenhum dos programas dos estudos de referência e que será apresentado mais adiante, no desenvolvimento da proposta. 4.5.2 Programa arquitetônico Com o objetivo de atender ao perfil dos usuários, procurou-se estudar uma configuração espacial adequada às suas necessidades de trabalho e moradia em um bairro central da cidade. Assim, tomaram-se como referência algumas características de integração entre usos distintos, como a praça aberta no pavimento térreo, que funciona como elo entre as atividades presentes no edifício. Segundo Marcelo Tramontano (1998), existem 5 grupos familiares fundamentais (Figura 32) e para atender aos distintos perfis de composição familiar 58 existentes na sociedade contemporânea, na qual o número de estruturas familiares não nucleares vem aumentando consideravelmente, definiu-se que as unidades residenciais deveriam ter tamanhos diferentes. O conceito de diversidade do projeto se reflete também na variação do programa arquitetônico dos apartamentos, buscando atender a todos os perfis de composição familiar. Figura 32: Cinco grupos familiares fundamentais Fonte: Tramontano, 1988. Devido às recentes transformações sociais, entende-se que não haverá um funcionário que irá dormir na residência. Estima-se que os usuários contratarão alguém do local para a prestação dos serviços domésticos. Assim, propõe-se que não haja a dependência de serviço. Por ser planejado para uma única torre e para potencializar a integração entre usos, o térreo apresenta espaços comerciais para lojas, farmácias ou outra atividade que venha a contribuir com a população residente e que circula pelo edifício. Além disso, foi pensando em distribuir áreas comuns ao longo do prédio, sendo algumas delas locáveis para eventos e convenções. As unidades residenciais variam de 50m² a 105m² de área privativa, oferecendo apartamentos de 01 até 03 quartos, ampliando o conceito de diversidade para um uso específico (no caso o residencial) por meio de vários tipos distintos em sua composição, como a unidade padrão, duplex e loft (Figura 33). Os apartamentos 59 com dois quartos foram divididos em duas categorias: pavimento único e duplex, tendo este último recebido o acréscimo de um mezanino. As salas comerciais não apresentam variação de tipos, como nas unidades residenciais, porém, poderão ser adquiridas e reunidas para atenderem a situações específicas de espaço e ampliação. Para que isso ocorra, é fundamental uma modulação racional da estrutura, shaft e divisões internas entre ambientes. Devido à adequação das plantas para essa modulação, além da já citada inclusão de terraços ajardinados, a área privativa das salas comerciais foi aumentada para 50m². Figura 33: Quadro com unidades e áreas privativas definidas Fonte: Produção do autor, 2015. Após a definição dos tipos (residenciais e comerciais), o próximo passo foi determinar as quantidades das unidades privativas presentes na edificação. Considerando que a área vendável do projeto foi estimada em 6.134,03m² (ver item “Aquisição da área e análise de viabilidade”), restava distribuir essa área entre os usos propostos. 60 A ideia inicial de distribuição das unidades privativas foi propor o uso comercial no pavimento térreo e nos primeiros pavimentos elevados (para venda ou locação) e equilibrar a distribuição de salas comerciais e apartamentos ao longo da torre. Dessa forma, foram inseridas três lojas de 75,00m² no pavimento térreo, uma área de 380,00m² destinada à uma academia (localizada no pavimento logo acima das lojas e recepção da torre) e um espaço de 300,00m² para a implantação de um restaurante no quinto pavimento elevado da edificação, acima da academia. Todas essas áreas podem ser vendidas ou locadas, desde que, com exceção das lojas no térreo, sejam direcionadas para os usos determinados: academia e restaurante. O espaço destinado a um auditório é de uso do condomínio e não poderá ser vendido, porém, pode se configurar como uma fonte de renda para o próprio condomínio, por ser locável para eventos. A área vendável estimada restante foi distribuída da seguinte forma: 2.800,00m² foram destinados às salas comerciais, em sua maioria com 50,00m² de área privativa (algumas salas tiveram sua área privativa alterada para se encaixar na modulação estrutural) e 2.430,00m² foram destinados às unidades residenciais e seus vários tipos. A distribuição das unidades privativas no edifício, por uso específico, resultou na seguinte configuração:  03 lojas de 75m² (cada)  01 academia com 380m²  01 restaurante com 300m²  40 salas comerciais de 50m²  10 salas comerciais de 80m²  06 apartamentos de 105m²  06 apartamentos de 80m²  06 apartamentos de 50m² (loft)  12 apartamentos de 85m² (duplex) Os acessos aos pavimentos comerciais e residenciais ocorrem por meio de recepções distintas no pavimento térreo, localizadas entre os espaços destinados para as lojas. O acesso aos pavimentos de academia e restaurante se dará pela 61 recepção comercial, mas moradores residentes no edifício terão acesso interno liberado. Os estacionamentos foram distribuídos nos pavimentos da seguinte forma:  13 vagas rotativas no pavimento térreo;  55 vagas residenciais nos pavimentos térreo e mezanino (01 vaga para cada loft de 1 quarto e 02 para os apartamentos de 2 e 3 quartos);  50 vagas comerciais rotativas no 1º subsolo;  50 vagas comerciais privativas no 2º subsolo (01 por sala comercial). O projeto prevê vagas adaptadas para portadores de necessidades especiais e idosos, além de vagas para motos e bicicletários com vestiários. Nos pavimentos subsolos se encontram também as áreas técnicas destinadas a gerador, medidores e reservatório d’água inferior. O pavimento térreo contém um pequeno espaço destinado a manobristas e motoristas, com sala e banheiro, próximo da área de embarque e desembarque. Sobre as áreas comuns, o projeto apresenta ambientes destinados a lazer e contemplação, como uma praça aberta no pavimento térreo, salão de festas, playground, espaço gourmet e parque aquático, além de um mirante (praça elevada) no último pavimento da edificação. O edifício possui também um auditório localizado no quinto pavimento elevado, entre o restaurante e uma pequena praça. O espaço pode ser modificado para compor várias salas de reuniões ou também se integrar ao restaurante, para realização de eventos. No que se refere à segurança, o edifício é composto de acessos de pedestres e veículos individualizados por uso, porém, monitorados por uma central de controle única, localizada no pavimento mezanino da recepção comercial. O estacionamento rotativo para visitantes das salas comerciais não possui acesso direto aos elevadores, sendo necessário se dirigir à recepção no pavimento térreo para identificação e liberação, por meio de elevador e escada específicos para este pavimento. Para a definição de todos os ambientes presentes no edifício foram desenvolvidos quadros com o programa arquitetônico proposto para áreas privativas e comuns, com o devido pré-dimensionamento de cada ambiente (Figura 34, Figura 35 e Figura 36). 62 Figura 34: Pré-dimensionamento das unidades privativas Fonte: Produção do autor, 2015. Figura 35: Pré-dimensionamento das áreas comuns Fonte: Produção do autor, 2015. 63 Figura 36: Pré-dimensionamento das áreas comuns Fonte: Produção do autor, 2015. As áreas apresentadas no pré-dimensionamento dos ambientes são estimadas e podem ser alteradas durante o desenvolvimento da proposta final arquitetônica, para se adaptarem à modulação do sistema estrutural ou outro motivo técnico. 64 5 CONCEPÇÃO E PROCESSO DE PROJETO Este capítulo tem por objetivo descrever as etapas do processo de concepção e desenvolvimento do projeto do edifício multifuncional vertical. Sobre mapeamento de processo, destaca-se o que diz Lawson sobre o assunto: “o que o mapeamento faz é nos dizer que os projetistas tem de reunir informações sobre o problema, estudá-lo, imaginar uma solução e desenhá-la, embora não necessariamente nessa ordem” (LAWSON, 2011, p. 43). Para descrever o processo de concepção do projeto é necessário voltar no tempo, mais exatamente para o período anterior ao processo seletivo deste Mestrado Profissional. O que mais motivou e determinou a participação deste autor nesse processo foi a possibilidade de se reinventar como arquiteto, se distanciando da rotina veloz e repetitiva de um escritório de arquitetura, no que diz respeito às urgências e falta de inovações presentes no mercado imobiliário da cidade de Natal. A oportunidade de discutir, pensar, repensar, aprender e rever conceitos, tornaram o mestrado uma meta a ser atingida, vislumbrando um crescimento profissional e a aplicação simultânea de seu conteúdo. Para isso, seria necessário pesquisar e desenvolver um tema voltado para a realidade do escritório, ou seja, que possuísse similaridade com a produção arquitetônica do autor. Considerando a importância das questões de conforto ambiental numa edificação e a necessidade cada vez maior de se projetar edifícios eficientes, no que se refere à economia de energia e utilização de recursos naturais, foi escolhido o tema do edifício vertical com ênfase na eficiência energética. Inicialmente, o projeto teria como parâmetro principal a etiquetagem e certificações para projetos sustentáveis. A mudança de enfoque aconteceu no decorrer do 1º semestre do mestrado, quando ficou perceptível que a certificação ambiental de um edifício não seria garantia de qualidade ambiental da edificação. Como a intenção na escolha do tema era a melhoria dos projetos na vida profissional, percebeu-se que mais importante seria a busca por essa qualidade ambiental do edifício por meio de estratégias projetuais bioclimáticas, pois, alcançada essa meta, naturalmente o edifício em questão estaria próximo da melhor classificação em uma certificação ambiental. Esse raciocínio permitiu que o processo de concepção, voltado para questões de conforto ambiental, pudesse ser incorporado e aplicado a qualquer 65 projeto (dentro e fora do mestrado), dos mais variados usos e temas possíveis, independente do porte do edifício. Definido o enfoque, faltava decidir qual o tipo de empreendimento que seria contemplado com o projeto, considerando que o mercado imobiliário tem como principais ofertas os condomínios verticais de unidades residenciais e os edifícios de salas comerciais para escritórios, estes últimos distribuídos entre edifícios verticais e outros mais horizontalizados, até quatro pavimentos. Na dúvida de qual tipologia seria mais interessante para o desenvolvimento de um projeto concebido com base em princípios bioclimáticos, surgiu a ideia do edifício multifuncional, em que vários usos deveriam interagir numa edificação única, promovendo a diversidade. Definido o tema, o passo seguinte foi a escolha da área, considerando que deveria possuir potencial tanto para moradia quanto para trabalho e lazer, devido à diversidade de usos na edificação. Desta forma, o bairro de Lagoa Nova surge como o mais adequado, por ser um bairro central e adensado, por onde as principais avenidas da cidade passam, pela presença de comércio e residências ao longo de toda sua extensão e por permitir a verticalização e possuir bom potencial construtivo, já que o empreendimento deve ser viável financeiramente. Neste capítulo, são descritos e apresentados os esboços e estudos realizados e avaliados, no que se refere à qualidade espacial e desempenho ambiental, até a escolha e desenvolvimento da proposta que se mostrou mais adequada ao atendimento dos objetivos do projeto. Por meio de croquis, será demonstrado como as técnicas e princípios utilizados pelos arquitetos Armando de Holanda e Ken Yeang para projetar em clima quente, foram rebatidos e aplicados no projeto proposto. Também serão apresentados os resultados de simulações em softwares específicos, para demonstrar o desempenho das estratégias projetuais e suas contribuições no alcance dos objetivos desta dissertação. 5.1 Esboços e análises de implantação e volumetria do edifício Definidos o tema e a localização do projeto, deu-se início ao processo de concepção da proposta e dos estudos de implantação, tendo como princípios os condicionantes climáticos e priorizando a orientação do edifício no lote (Figura 37). 66 Figura 37: Esboço inicial de implantação Fonte: Produção do autor, 2015. A concepção da torre deveria ocorrer em conjunto com as primeiras ideias de estratégias projetuais bioclimáticas, pois os conceitos de diversidade e qualidade ambiental deveriam nortear não apenas as soluções referentes à implantação do edifício no lote, mas também sua composição formal. Assim, os primeiros esboços demonstram uma preocupação, mesmo que ainda embrionária, em se proteger as fachadas leste e oeste da incidência de luz solar, sem prejudicar a visualização de dentro do edifício para a paisagem externa e mantendo-se permeável aos ventos. Essa preocupação é percebida nos croquis de brises e elementos de proteção solar, registrados ao redor dos esboços da torre (Figura 38). Figura 38: Esboços da torre e elementos de proteção solar Fonte: Produção do autor, 2015. 67 Após os primeiros esboços, percebeu-se que a ideia de duas torres camufladas em uma tornava o edifício muito largo em sua fachada Leste e que o recurso do vazio gerado entre “torres” geraria um corredor de vento e pressão nas laterais internas do edifício (Figura 39). Figura 39: Estudo de duas torres unidas na base e no topo Fonte: Produção do autor, 2015. A ideia de uma torre única com os usos dispostos separados e verticalmente, um acima do outro, pareceu ser mais adequada ao conceito de diversidade, promovendo uma maior integração entre os usos. Assim, foram desenvolvidos esboços com blocos sobrepostos e deslocados lateralmente, gerando movimento suficiente para destacar cada bloco. A ideia dos blocos deslocados se manteve, por separar e definir bem cada uso específico pretendido, porém, ainda faltava algo que pudesse demonstrar visualmente a interação entre os usos. Assim, um elemento que cruza e separa os blocos, ora horizontalmente, ora verticalmente, aparece abraçando parcialmente os blocos e se configura como a primeira estratégia projetual visando ao conforto ambiental, ao criar paredões laterais que protegem parcialmente o edifício da incidência de sol e ruídos (Figura 40). 68 Figura 40: Blocos sobrepostos e separados por elemento de fachada Fonte: Produção do autor, 2015. Após a escolha da proposta mais adequada foi dado continuidade ao estudo de soluções arquitetônicas que utilizassem o máximo de recursos naturais na busca por qualidade ambiental no edifício. Além dos ensinamentos de Holanda (1976), alguns princípios bioclimáticos utilizados pelo arquiteto Ken Yeang, em seus projetos de edifícios verticais, foram aplicados visando à melhoria da proposta nas questões de conforto (Figura 41). Dentre eles, o andar térreo aberto, a utilização de varandas e terraços, o núcleo de escada e elevadores localizado na fachada com maior incidência solar da edificação e os solários e espaços de transição nos andares. Figura 41: Croquis de estratégias bioclimáticas da proposta Fonte: Produção do autor, 2015. 69 Por estar localizado em área com gabarito predominantemente baixo, a edificação não sofre com o escoamento de vento por ação de outros edifícios, já que o edifício vertical mais próximo está localizado a mais de 200m de distância, o suficiente para que o vento recupere suas características originais. No que se refere às zonas de pressão nas superfícies da edificação (Figura 42), a ventilação predominante incide nas fachadas leste e sul, conforme croqui esquemático. A torre possui praticamente todas as aberturas nas duas fachadas mais extensas (leste e oeste), possibilitando ventilação cruzada nos ambientes internos. Figura 42: Implantação e zonas de pressão nas superfícies externas Fonte: Produção do autor, 2015. Após diversos estudos e croquis, o conceito de uma torre única multifuncional surge como a melhor e mais inovadora composição, dentre as alternativas estudadas para atender aos objetivos da pesquisa desenvolvida. A presença de usos diversos no mesmo edifício, separados verticalmente por grandes blocos sobrepostos, permite que as diferentes estratégias projetuais adotadas participem de forma marcante na composição do edifício, resultando em croqui e maquete volumétrica conceitual (Figura 43 e Figura 44). 70 Figura 43: Proposta conceitual de edifício multifuncional Fonte: Produção do autor, 2015. Figura 44: Maquete volumétrica Fonte: Produção do autor, 2015. A torre é dotada de elementos de proteção solar (varandas, balcões, brises e áreas técnicas) o que garante bastante sombreamento nas fachadas. As grandes aberturas nas duas fachadas mais alongadas vazam o interior do edifício e garantem ventilação cruzada controlada, além de bastante claridade advinda da iluminação natural. A volumetria é definida pelos grandes blocos sólidos que delimitam cada uso específico e os tornam visíveis e identificáveis em fachada. Além disso, o grande elemento de fachada que “passeia” pela torre, acaba por atenuar o peso dos blocos montados um sobre o outro, trazendo uma sensação de leveza à composição. 71 5.2 Definição do Partido Arquitetônico A relação entre a edificação e o sítio é um dos aspectos que melhor determina a expressão construtiva de um edifício, sendo determinada pela implantação no terreno e pela forma como a construção toca o solo. No que se refere à orientação do edifício no terreno, está se mostra parcialmente adequada, pois apesar de a torre receber bastante incidência de ventilação na fachada Leste/Sudeste, recebe também a incidência solar nesta e na fachada oposta, também alongada e com aberturas. A composição do edifício se apresenta bastante verticalizada e a torre possui planta do tipo “barra”, gerando um volume alongado nas faces Leste e Oeste (Figura 45). Figura 45: Pavimentos tipo residencial e comercial em formato “barra” Fonte: Produção do autor, 2015. Segundo Frampton (2006), “a essência da arquitetura está na manifestação poética da estrutura, sendo a tectônica um ato de fazer e revelar, onde a unidade estrutural deve revelar a forma arquitetônica”. Dessa forma, a estrutura foi utilizada como elemento definidor do partido arquitetônico para o projeto do edifício. Através de um elemento representacional de integração, que cruza toda a edificação (seja no plano horizontal ou verticalmente) e que revela as possibilidades formais do concreto armado, o edifício é desenhado de forma a “nascer” do solo, mais precisamente de um fosso que alcança o segundo subsolo, e se ergue até o ponto mais alto da edificação em uma peça visualmente única que “passeia” pela 72 torre, dividindo os sólidos que determinam cada uso e atuando como a primeira estratégia bioclimática de projeto, ao criar paredões laterais no edifício (Figura 46). Figura 46: Elemento volumétrico representacional do projeto Fonte: Produção do autor, 2015. Apesar da robustez da edificação, o elemento se destaca na composição e toca o solo de forma pontual e marcada, liberando o mesmo e revelando uma leveza formal, como uma dança de concreto, que indica uma intenção e homenageia seu sistema estrutural. O protagonismo do concreto armado é ressaltado em cada bloco e elemento presente na edificação (Figura 47), seja pela forma ou vãos empregados. Figura 47: Volumetria desmembrada em sólidos Fonte: Produção do autor, 2015. 73 O sistema construtivo se apresenta por meio de grandes blocos, diferentes entre si em massa, porém bastante robustos. Essa robustez é amenizada pelo uso de vazios ao longo da edificação, seja por um vazio real ou pela sensação deste, causada pelos panos de vidro presentes por trás de todos os protetores solares. O elemento que cruza toda a torre também colabora com o aspecto mais leve do edifício, ao parecer apoiar todos os blocos em suas grandes lajes nos planos horizontais (Figura 48). Figura 48: Volumetria com protetores solares Fonte: Produção do autor, 2015. No que se refere à questão tectônica, o projeto proposto para um edifício multifuncional vertical se relaciona de forma vital e simbólica com solo, possui homogeneidade construtiva, seja por grandes sólidos ou por delgados elementos, e equilibra a dimensão técnica com a representacional dos elementos que o compõem (Figura 49). 74 Figura 49: Proposta volumétrica de edifício multifuncional Fonte: Produção do autor, 2015. 5.3 Rebatimentos da obra de Armando de Holanda no projeto Escrito pelo arquiteto pernambucano Armando de Holanda7, para sua tese de mestrado em desenvolvimento urbano no ano de 1976, o livro “Roteiro para Construir no Nordeste - Arquitetura como um lugar ameno nos trópicos ensolarados” ressalta a importância de se fazer uma arquitetura para a região nordestina e não simplesmente importar tendências arquitetônicas internacionais, evitando práticas construtivas utilizadas por países europeus, onde o clima difere bastante do clima encontrado aqui. Cada localidade possui diferentes características (sociais, culturais, geográficas e históricas) que devem ser analisadas antes de se iniciar um projeto e sua construção. Uma região como o Nordeste necessita de uma arquitetura que aproveite as potencialidades dos elementos e fatores climáticos, evitando que os mesmos causem desconforto às pessoas que farão uso do espaço construído. Com 7 Armando de Holanda Cavalcanti (1940-1979) foi um importante arquiteto modernista pernambucano, conhecido por ser o idealizador do Parque Nacional Histórico dos Guararapes e autor do livro “Roteiro para Construir no Nordeste: Arquitetura como lugar ameno nos trópicos ensolarados”. O arquiteto deixou um legado de cerca de 1.500 documentos de projetos de Arquitetura, Urbanismo e Paisagismo, além de desenhos, croquis e memoriais, desenvolvidos numa produção intensa em menos de duas décadas (www.armandoholanda.com, acesso em 12/01/2016). 75 soluções projetuais simples e baseadas principalmente na ventilação e troca constante de ar, Holanda registra um conjunto de técnicas construtivas indicando os caminhos que levam a uma forma mais sustentável de projetar e construir, visando o melhor desempenho da edificação no clima tropical. A regra vem sendo a adoção de materiais e de sistemas construtivos – quando não de soluções arquitetônicas completas – desenvolvidos para outras situações; mais do que isso, a incorporação do pensamento arquitetônico estrangeiro, sobretudo europeu e francês, sem a indispensável filtragem à vista do ambiente tropical. (HOLANDA, 1976, p. 9). As técnicas apresentadas por Holanda foram analisadas e adaptadas à proposta do edifício vertical multifuncional, visando seu melhor desempenho ambiental. Por meio de croquis, será demonstrado como algumas dessas técnicas foram aplicadas ao projeto, durante o processo de concepção do mesmo. O autor inicia o roteiro referindo-se à importância da sombra nas construções, ressaltando que a criação de uma ampla sombra também se configura como abrigo para as chuvas tropicais e proteção para os raios solares. Sendo aberto e desobstruído, o espaço sombreado proporciona que a ventilação percorra livremente o ambiente, retirando o calor e a umidade do espaço. No projeto do edifício multifuncional, a utilização de caramanchões e grandes “balcões” com jardineiras que servem como marquises, criam passeios sombreados para os que se utilizam da praça aberta existente no pavimento térreo (Figura 50). Figura 50: Sombreamento da praça no pavimento térreo Fonte: Produção do autor, 2015. 76 Em outra técnica apresentada, o “recuo das paredes” mostra o quanto esta prática oferece soluções simples para criar áreas sombreadas, servindo como filtros que suavizam o contato do ambiente externo com o interno. Ao se recuar as paredes da fachada, pode-se criar varandas, terraços, pérgolas e jardins sombreados, locais onde se possa ter contato com a natureza, evitando o contato direto do ambiente interno com as chuvas ou raios solares, o que contribui para o conforto do local. No projeto do edifício vertical multifuncional essa técnica é utilizada em todas as unidades privativas e em vários espaços de uso comum, por meio de terraços ajardinados que afastam da fachada as portas dos ambientes (Figura 51). Com a utilização de protetores solares nos terraços e janelas, todas as esquadrias externas podem permanecer abertas, em grande parte do dia, por estarem abrigadas e sombreadas. Essas aberturas podem ser controladas adequadamente, de acordo com a necessidade do pavimento onde as mesmas se encontram. Figura 51: Recuo das esquadrias dos terraços das unidades privativas Sala Comercial Apartamento Fonte: Produção do autor, 2015. Na sequência, Holanda propõe “abrir as portas” e “continuar os espaços”, valorizando a fluência entre o exterior e o interior, permitindo que as aberturas possam permanecer abertas, sombreadas e convidativas. No projeto foram utilizadas grandes portas, não apenas no pavimento térreo, mas também nos 77 terraços privativos (residenciais e comerciais) e em espaços de uso comum presentes em vários pavimentos da torre. Se no pavimento térreo as portas cumprem uma função convidativa na relação do espaço público com o privado, nos pavimentos mais altos elas permitem que a paisagem externa adentre nos ambientes, ao mesmo tempo que protegem o ambiente interno das chuvas. Ao longo dos pavimentos as portas alternam seu desenho de acordo com cada situação. Enquanto nos terraços privativos as portas são em vidro incolor e bandeirolas móveis, para permitir a visualização da paisagem externa e a entrada de ventilação, no pavimento de lazer (salão de festas e academia) as portas consistem em grandes painéis com altura igual ao pé-direito duplo dos ambientes, compostas de vidro e brises horizontais que garantem privacidade e admitem a entrada de luz. A abertura dos painéis transforma o ambiente interno numa grande “varanda” integrada ao jardim, que emoldura a paisagem externa e, protegida pelo guarda- corpo de vidro, que não obstrui a vista do exterior (Figura 52). Figura 52: Painéis móveis do salão de festas Fonte: Produção do autor, 2015. 78 As portas que dão acesso às unidades privativas (residenciais e comerciais), serão em madeira com tabicão em sua parte inferior, podendo assim manter os ambientes protegidos e seguros enquanto promovem a circulação e renovação do ar (Figura 53). Além das portas em tabicão, janelas altas estarão presentes ao longo das paredes que separam os ambientes internos das circulações de escada e elevadores, promovendo a ventilação cruzada em todas os apartamentos e salas comerciais. Essas janelas terão altura de peitoril superior às portas, podendo assim se manterem lineares ao longo das paredes divisórias das unidades privativas com a circulação de dá acesso às salas comerciais, apartamentos e áreas de uso comum. A circulação que dá acesso às salas comerciais se localiza na face oeste do edifício e é protegida da incidência do sol pela área técnica das condensadoras e por brises horizontais de alumínio. Apesar de se localizarem na face oeste, as áreas técnicas são vazadas tanto para o interior da edificação, quanto para seu exterior, permitindo que a ventilação circule em torno das máquinas e amenizando o calor gerado pelas mesmas. Esses trechos vazados, em conjunto com a própria configuração aberta da circulação, contribuem para que a ventilação que incide na fachada leste cruze os pavimentos e mantenha os ambientes em temperaturas agradáveis e adequadas (Figura 54). Figura 53: Portas de acesso às unidades privativas em madeira com tabicão Fonte: Produção do autor, 2015. 79 Figura 54: Esquema mostrando a ventilação cruzada nas salas comerciais Fonte: Produção do autor, 2015. Holanda prega a convivência com a natureza de forma equilibrada e valorizando o “caráter selvático e agigantado da natureza tropical”. Dessa forma, a presença constante de vegetação nos andares e a permanente vista do Parque das Dunas trazem a natureza para dentro do projeto. Além do sombreamento vegetal presente na praça do pavimento térreo, o edifício procura essa integração com a natureza por meio de jardins em vários pavimentos da edificação, seja nos terraços privativos ajardinados (Figura 55), nos jardins dos pavimentos de convenções e restaurante, ou no mirante presente no último pavimento. Figura 55: Vistas internas dos jardins nos apartamentos com pé-direito duplo Fonte: Produção do autor, 2015. 80 Holanda finaliza sua obra propondo a afirmação de uma arquitetura tropical brasileira e que seja expressão de nossa cultura. Uma arquitetura sombreada, aberta e acolhedora, que ele compara, metaforicamente, à uma grande árvore frondosa servindo de abrigo para o ambiente tropical. Nesse sentido, o edifício multifuncional proposto busca a qualidade ambiental por meio de soluções projetuais simples, utilizando o desenho arquitetônico como principal ferramenta para conseguir conforto ambiental e eficiência energética na edificação. 5.4 Aplicação dos princípios de Ken Yeang no projeto Atuante na Malásia, o arquiteto Ken Yeang8 iniciou sua prática arquitetônica em Kuala Lumpur, onde contribuiu para o horizonte cada vez mais vertical da cidade, tendo como foco os projetos de edificações de grande porte, como shopping- centers, centros de convenções e edifícios comerciais, no clima tropical quente e úmido. Normalmente, devidos às suas dimensões, esses tipos de projetos consomem muita energia e materiais para sua manutenção e construção, levando o arquiteto à seguinte questão: como um projetista poderá atuar diante desses edifícios altos para obter uma resposta ecologicamente correta? Durante seu doutorado em Cambridge, Yeang investigou as questões ecológicas envolvidas no projeto, antes mesmo destas entrarem na moda. Com grande conhecimento da questão ambiental em regiões do sudeste asiático que apresentam clima quente úmido, o arquiteto desenvolveu uma arquitetura ecológica, onde o edifício é projetado de forma à se integrar ao seu entorno, produzindo um mínimo de impacto ao ambiente natural, apresentando um uso eficiente de energia e possibilitando aos seus usuários condições de bem-estar. Em seus estudos, Yeang concluiu que uma das mais fortes influências para a arquitetura tradicional de uma determinada região é a reação ao clima. As tradições locais de forma e construção das edificações definem uma noção de identidade regional, diante das ideias arquitetônicas importadas de lugares com condições climáticas diferentes e inadequadas. 8 Ken Yeang nasceu em 1948 em Penang, Malásia. Entre 1966 e 1971, estudou arquitetura na Architectural Association School, e recebeu o título de Doutor em “Ecological Design” na Cambridge University (1971/1974), tendo sido, posteriormente, pioneiro nos projetos de edifícios altos utilizando métodos passivos com baixo consumo de energia denominados de projeto bioclimático. 81 O clima, visto do ponto de vista geral da história humana e dos povoado construídos, é o fator mais constante da nossa paisagem, depois da estrutura geológica básica. Embora as condições políticas e socioeconômicas possam mudar de forma quase irreconhecível num período de, digamos, cem anos, assim como o gosto e a sensibilidade estética, o clima permanece mais ou menos imutável no seu curso cíclico. (Yeang apud LAWSON, 2011, p.169) Para Yeang, as melhores oportunidades para desenvolver edifícios sustentáveis ocorrem no processo de concepção, podendo-se projetar desde um arranha-céus até outros grandes edifícios, sem apenas esperar uma resposta ecológica, mas também com uma estética agradável (Figura 56). Para ele, é importante que o arquiteto considere tanto os princípios de composição da forma no processo de concepção, quanto os princípios ecológicos e bioclimáticos, para satisfazer as necessidades humanas e contribuir para o desenvolvimento sustentável. Figura 56: Fachadas e terraços ajardinados em projetos de Ken Yeang Fonte: http://www.architecture.org.au/ (Acesso 10/12/2015) O projeto ecológico inclui, além de questões ligadas à arquitetura e engenharia, outras disciplinas que devem ser consideradas, como a ecologia dos solos, planejamento e uso da terra, práticas de reciclagem e controle de poluição. Nesse 82 sentido, o projeto bioclimático se configura como um estágio intermediário na direção do projeto ecológico, sendo este último uma tentativa bem mais complexa e abrangente. Segundo Yeang, “Todas as construções devem ter uma relação de reciprocidade com o ambiente onde serão implantadas, e também com toda a biosfera” (YEANG in Trapano, 2008, P. 81). Alguns dos princípios propostos por Ken Yeang para projetos de edifícios altos em climas tropicais, foram aplicados na proposta do edifício vertical multifuncional. Além do Menara Mesiniaga, utilizado como estudo de referência nesta dissertação, outros projetos de autoria de Yeang foram analisados e tiveram algumas de suas soluções e técnicas rebatidas no projeto proposto no mestrado profissional, como será apresentado em sequência. Para Yeang, a posição do núcleo de escada e elevadores no edifício vertical, pode afetar o desempenho térmico da edificação e determinar quais partes das paredes externas terão vidraças e aberturas. Nos trópicos, os núcleos das edificações devem localizar-se, preferencialmente, nas fachadas leste e oeste, criando uma zona de proteção solar e isolamento para o espaço interno (Figura 57). No edifício proposto, a escada e elevadores cumprem esse papel de proteger o ambiente interno na fachada oeste, ao mesmo tempo que apresentam vazios que permitem saídas para ventilação. Em seu livro “The skyscraper bioclimatically considered” (1996), Yeang demonstra que, no clima tropical, as plantas baixas devem ter formato retangular, com as fachadas que recebem ventilação mais alongadas, de forma a favorecer a ventilação cruzada nos pavimentos. Figura 57: Tipos de núcleos de serviços e plantas adequados ao clima Fonte: Yeang, 1996. 83 O hall social que dá acesso às salas comerciais e apartamentos, e os banheiros de uso comum presentes nos pavimentos tipos, estão localizados no edifício proposto de forma que possuem vista do exterior e recebem ventilação e iluminação naturais. Por se localizarem na fachada oeste, servem também como anteparos contra a incidência de sol nas paredes dos ambientes internos privativos. Essa circulação de uso comum se mantém aberta nas laterais da escada, dos elevadores e no vazio criado posteriormente entre estes elementos de circulação vertical (Figura 58), permitindo que toda ventilação que incide na fachada leste possa cruzar o pavimento e sair pelas janelas altas presentes nas paredes que dividem os ambientes da circulação e, consequentemente, pelas aberturas existentes nas circulações da fachada oeste. Figura 58: Núcleo de escada e elevadores na planta baixa do pavimento tipo ANTES DEPOIS Fonte: Produção do autor, 2015. Segundo Yeang, na parte mais quente da edificação, pode-se usar recessos profundos para prover sombra. Na fachada oeste, áreas técnicas para condensadoras dos splits surgem como sacadas que amenizam a insolação nas circulações abertas, que por sua vez, ampliam a proteção da incidência solar nos ambientes internos. A planta retangular favorece a ventilação cruzada nas fachadas mais alongadas, por meio de grandes aberturas na fachada leste e saídas com tamanhos adequados na fachada oeste. Por também receber incidência de sol, a fachada sul apresenta “paredões” cegos que protegem o ambiente interno dessa incidência solar, ao mesmo tempo que definem a composição do edifício (Figura 59). 84 Figura 59: Fachada lateral sem aberturas Fonte: Produção do autor, 2015. As paredes externas da edificação, na fachada oeste, devem ser permeáveis e interativas com o ambiente externo e dotadas de elementos móveis ou vazados, permitindo a ventilação cruzada, para aumentar o conforto interno, protegendo contra o sol e servindo como controle da chuvas de vento (Figura 60). Além das áreas técnicas, o projeto apresenta brises horizontais de alumínio para aumentar a proteção nessa fachada, que é a mais quente da edificação. Tanto os brises quanto as áreas técnicas vazadas, protegem da incidência solar, mas permitem a circulação de vento, retirando o calor nos ambientes internos e na área técnica. Figura 60: Elementos de proteção solar na fachada oeste Fonte: Produção do autor, 2015. 85 A planta deve refletir o padrão de vida e cultura do lugar e do clima, onde a distribuição dos espaços é focada nas pessoas, em como elas se movimentam, trabalham e moram em comunidade. Isso pode se refletir na configuração da planta, em sua profundidade e largura, na posição de entradas e saídas, na movimentação de ar em seus espaços e na permissão da entrada da luz do sol na edificação. O espaço de trabalho, por exemplo, onde se passa grande parte do dia, mesmo se encontrando em diversos pavimentos altos, deve ser dotado de humanidade. No projeto do edifício multifuncional, todas as salas comerciais possuem terraços ajardinados com guarda-corpos de vidro, permitindo a visão da paisagem externa (Parque das Dunas e entorno), além de grande parcela de abóbada celeste. Ao longo da edificação vertical, terraços e solários podem ser utilizados como espaços comunitários ou áreas de ventilação, chegando até a parte superior (Figura 61). Da mesma forma, é preferível que o pavimento térreo seja um espaço aberto de ventilação natural e permita a integração do edifício com seu entorno imediato, interligando-se às calçadas e vias. No projeto proposto, a praça no pavimento térreo promove o fluxo de pedestres e integra o edifício à grande praça existente na face leste do terreno. Figura 61: Praças e espaços de convívio na edificação Fonte: Produção do autor, 2015. 86 5.5 Inserção de estratégias bioclimáticas no processo projetual Neste item, serão descritas as estratégias bioclimáticas projetuais utilizadas no projeto e como estas foram inseridas no processo de concepção projetual. Além disso, as estratégias bioclimáticas utilizadas serão testadas e simuladas para que seja possível analisar e estudar seus resultados na tentativa de atingir os objetivos propostos da pesquisa. Inicialmente, foi proposta uma solução para os pavimentos comerciais, envolvendo brises horizontais e varandas para sombreamento das salas, sem prejuízo da visão do céu e permitindo a entrada constante de ventilação, favorecida pelas aberturas existentes na fachada oposta. Para analisar o dimensionamento ideal que faça com que esses elementos protejam os ambientes internos de radiação solar, foi realizada uma simulação utilizando diagramas de máscara de sombra9. No que se refere ao entorno edificado, o edifício se localiza em uma área onde as edificações vizinhas possuem apenas um ou dois pavimentos, portanto estas não exercem influência relevante sobre o edifício vertical. Assim, as aberturas previstas são sombreadas por elementos criados com esta finalidade desde os primeiros esboços de projeto, e não por interferência de prédios vizinhos. As aberturas são diferentes entre cada uso específico. As unidades residenciais possuem aberturas maiores, permitindo a entrada maior de luz e ventilação, mas não de calor, devido ao uso dos brises horizontais e painéis de correr. Já as salas comerciais são dotadas de varandas “verdes” (jardins habitáveis), que contribuem de forma significativa com o sombreamento dos ambientes, além dos brises horizontais que auxiliam as varandas na tarefa de sombrear. A seguir, no software Sun Tool, máscaras de sombra foram aplicadas em abertura simulada das salas comerciais, nos equinócios de outono e primavera, e solstícios de inverno e verão de 2015, demostrando que as salas encontram-se totalmente sombreadas a partir das 10h, em qualquer época do ano (Figura 62). O 9 Um diagrama de máscara de sombra consiste na representação gráfica, nos diagramas solares, dos obstáculos que impedem a incidência solar em determinado local e em determinadas horas. 87 desenho da abertura apresenta a varanda com 1,20m de profundidade e os brises horizontais em dois níveis: na altura de um peitoril (1,10m) e no topo da esquadria (2,20m). Após a simulação, o brise mais baixo foi retirado do projeto, pois interferia na vista da paisagem externa. Figura 62: Máscaras de sombra para aberturas das salas comerciais Equinócio de outono – 20/03/2015 10h Solstício de inverno – 21/06/2015 10h Equinócio de primavera – 23/09/2015 10h 88 Solstício de verão – 22/12/2015 10h Fonte: Sun Tool, 2015 (Editado pelo autor) A implantação do edifício no lote ocorre de forma ortogonal aos limites do terreno, com o intuito de racionalizar a construção e gerar modulações internas que possibilitem o melhor aproveitamento do terreno para acessos e estacionamento. Para tanto, a orientação do edifício possibilita ventilação intensa na fachada mais alongada (Leste/Sudeste), mas permite a incidência solar em duas faces da edificação. Foram duas as estratégias de proteção solar criadas para essa situação: fachadas menores sem aberturas e fachadas mais alongadas dotadas de terraços e brises horizontais, para permitir ventilação e sombreamento ao mesmo tempo. As áreas técnicas para unidades condensadoras e as circulações nos pavimentos servem também como atenuantes contra a radiação solar. Quanto às soluções das fachadas, o edifício encontra nos elementos de proteção solar (brises, marquises e terraços), peças fundamentais para sua composição formal. Atuando como estratégias bioclimáticas, esses elementos permitem que o edifício possua a transparência e a permeabilidade dos ventos necessária para torná-lo eficiente energeticamente e confortável ambientalmente. A iluminação natural contribui de forma significativa na redução de gastos com energia na edificação, além de promover maior conforto e qualidade ambiental nos espaços internos. Para avaliar a iluminação natural no projeto proposto, foram feitos estudos por simulação computacional em dois dos ambientes principais do edifício: a sala comercial e a sala de estar e jantar da unidade residencial com 105m² de área 89 privativa. Para realização dos estudos foi utilizado o software de simulação Daysim, em conjunto com outros softwares, como o AutoCAD, Sketchup e Surfer. O Daysim considera dois critérios para avaliação da iluminação natural: a Iluminância natural útil (UDI) e a Autonomia de luz natural (DA). Enquanto o UDI se baseia na iluminância do plano de trabalho e determina quando os níveis de luz natural são adequados para os ocupantes, o DA apresenta o percentual de horas ocupadas pela iluminação natural ao ano para um ponto da edificação (CARVALHO et al, 2010). Esses critérios são geralmente utilizados para testar soluções finais, porém, no projeto do edifício multifuncional vertical, foram utilizados de forma integrada à concepção da proposta projetual. Segundo Petersen e Svencesen (2010), o detalhamento do projeto deve ser feito se for atingido o desempenho desejável, caso contrário deve-se voltar para a etapa anterior e executar as alterações necessárias. A iluminação natural foi analisada como parte do processo de projetação com a finalidade de testar os elementos de sombreamento utilizados no projeto. Foram escolhidos a sala do projeto residencial e o escritório do projeto comercial, por apresentarem um maior período de exposição solar. O processo de projetação foi dividido em duas fases, na primeira foram projetados sistemas parcialmente sombreados, na segunda sistemas totalmente sombreados. As análises foram executadas com o auxílio dos softwares Solar tool (AUTODESK, 2013), para cálculo da máscara de sombra e Daysim (REINHART, 2010), para avaliação da iluminação natural. A máscara de sombra permitiu visualizar os períodos do ano em que houve sombreamento e se esse sombreamento era parcial (em torno de 80%), ou total (100%). As análises de iluminação natural foram executadas para o ano de 2009, por meio do perfil anual de iluminância, com dados tratados em planilhas eletrônicas para o cálculo do DA e UDI, que foram convertidos em isolinhas, por meio do Software Surfer (GOLDEN), de acordo com o método de Carvalho (2014). O DA analisou a obtenção do nível mínimo de iluminância atingido nos ambientes da sala residencial (500lux) e sala comercial (500lux). O UDI avaliou o atendimento para um intervalo de 500-3000lux para sala residencial e sala 90 comercial. Os dados de DA e UDI foram cruzados para uma avaliação mais completa da luz natural. Na sala comercial, a análise do DA mostra que há um atendimento mínimo de luz natural dentro do ambiente para quase todo o escritório, entretanto o UDI mostra que no local próximo à janela existe uma redução do UDI devido a incidência de luz direta em determinados horários dentro do ambiente, ultrapassando o limite superior do UDI. Foi recomendado o aumento da profundidade do sistema de proteção solar atual (Figura 63). Figura 63: Simulação da iluminação natural nas salas comerciais Fonte: Daysim, 2015 (Editado pelo autor) 91 Já na sala residencial, a análise do DA mostra que há um atendimento mínimo de luz natural para a profundidade integral da sala, entretanto há uma redução do UDI em toda a profundidade de sala, devido a incidência de luz direta no ambiente ultrapassando o limite superior do UDI. O sistema de proteção solar deve ser mudado para garantir 100% de sombreamento para todo o ano (Figura 64). Figura 64: Simulação da iluminação natural nas salas residenciais (mod. 1) Fonte: Daysim, 2015 (Editado pelo autor) Foi desenvolvido um segundo modelo para sala residencial, com as marquises alargadas em 30cm e menor espaço entre as divisões. Neste sistema de proteção solar, a análise do DA mostra que há atendimento mínimo de luz natural para toda a profundidade de sala, mas existe uma redução do UDI na região limítrofe à janela, devido a incidência excessiva de luz natural no ambiente, ultrapassando o limite superior do UDI (Figura 65). Esse modelo se mostra mais eficiente ao garantir iluminação natural em todo o espaço interno durante o ano, necessitando ainda ser modificado para garantir também sobreamento integral no mesmo período de tempo. 92 Figura 65: Simulação da iluminação natural nas salas residenciais (mod. 2) Fonte: Daysim, 2015 (Editado pelo autor) Por fim, foi desenvolvido um terceiro modelo, baixando as marquises em 50cm e incluindo dois brises metálicos horizontais entre as marquises (Figura 66). A alteração da geometria de proteção solar mostra que não há atendimento mínimo de luz natural para toda a profundidade de sala, somente 1/3 de profundidade de sala são atendidos com DA e UDI, devido a um aumento do sistema de proteção solar. Devido o desempenho esse modelo foi descartado, sendo adotado o anterior. Figura 66: Simulação da iluminação natural nas salas residenciais (mod. 3) Fonte: Daysim, 2015 (Editado pelo autor) 93 A análise da ventilação no interior do edifício foi feita por meio de planilha estimativa do potencial de ventilação, que demonstrou as taxas de renovação do ar em dois dos ambientes mais representativos de cada uso específico: a sala comercial e a sala residencial mais ampla (apartamentos de 80m² e 105m² de áreas privativas). As salas comerciais e residenciais possuem amplas aberturas de entrada (que podem ser controladas) e extensas aberturas de saída, que permitem a ventilação cruzada, sem que se perca a privacidade dos espaços internos. Essas aberturas de saída estão dispostas ao longo das alvenarias localizadas na face oposta à entrada dos ventos, com peitoril alinhado ao topo das portas de acesso às salas. As portas de acesso às unidades privativas também apresentam aberturas móveis (tabicão) em sua parte inferior. No que se refere à configuração espacial, ambas as salas possuem a mesma profundidade (7,35m) e a presença de um terraço ajardinado diante da abertura de entrada dos ventos. Porém, a sala comercial apresenta-se mais larga em seu interior (5,80m) e com pé-direito simples, enquanto a sala residencial possui largura de 2,85m e pé-direito duplo. As taxas de renovação do ar conseguidas em ambas as salas mostraram-se adequadas (Figura 67), atendendo às recomendações para escritórios e residências e apresentando acima de 60 trocas/hora, em sua maior taxa anual. Figura 67: Simulação da taxa de renovação do ar nos ambientes Fonte: Planilha de taxa de renovação do ar, 2015 (Editado pelo autor) 94 5.6 Desenvolvimento da proposta arquitetônica Como vimos, por meio de esboços, a implantação de uma torre multifuncional passou a ser estudada no terreno escolhido, assim como suas plantas baixas e composição formal, sempre considerando a inserção de estratégias bioclimáticas projetuais para alcançar qualidade ambiental e eficiência energética. A análise dos estudos de referência e da obra dos arquitetos Armando de Holanda e Ken Yeang trouxe ao projeto elementos que colaboraram de forma significativa com a adoção dessas estratégias e seu uso correto na solução final. A partir daí, análises e simulações computacionais foram desenvolvidas com fins de confirmar e aprimorar as técnicas utilizadas no projeto na busca pelo conforto e eficiência na edificação. Após a análise de todos os condicionantes projetuais e a definição do partido arquitetônico, a próxima etapa do trabalho consiste no desenvolvimento final da proposta. Iniciando pelo pavimento térreo, o projeto apresenta uma praça aberta que se localiza entre a edificação e a praça já existente no conjunto, integrando o edifício ao seu entorno e ampliando ainda mais a área arborizada e sombreada na região. A praça no pavimento térreo é dotada de caramanchões que criam espaços sombreados com bancos, para atividades como leitura, convívio ou descanso. Esses espaços sombreados localizam-se diante das três lojas presentes no térreo e do acesso principal ao interior da torre, onde se encontram as recepções individualizadas para as salas comerciais e para os apartamentos, com hall de elevadores específicos para cada uso. A exceção se dá para o elevador de segurança, ante-câmara e escada, que se localizam próximos dos elevadores residenciais, mas toda edificação tem acesso. Por meio de uma circulação em forma de “T”, que interliga todas as três ruas que compões a área, o projeto cria acessos em todas as suas “frentes” de forma a permitir que a praça seja utilizada como passagem, gerando movimento diante das lojas presentes no térreo (Figura 68). A praça apresenta também um bicicletário coberto, área para manobristas (no caso de ocorrer algum evento no edifício), um espaço com banheiro para motoristas e 13 vagas de estacionamento, sendo 02 adaptadas para cadeirantes e 02 para idosos. Os acessos para estacionamentos se localizam nas duas ruas “laterais” ao acesso de pedestres da torre. Os estacionamentos das salas comerciais se localizam em 02 subsolos, com acesso pela rua Cel. Luiz Júlio, sendo o primeiro 95 destinado a visitantes e o segundo aos proprietários das salas. Além do acesso aos subsolos, o projeto dispõe de um recuo para embarque e desembarque na face da rua Cel. Luiz Julio. O acesso ao estacionamento dos apartamentos se localiza na rua oposta ao acesso dos subsolos, separando por uso o fluxo de veículos ao prédio, evitando assim maior concentração de veículos em uma das ruas. As vagas dos apartamentos foram dispostas em dois pavimentos, sendo o primeiro no pavimento térreo (na face oeste do terreno) e o segundo logo acima deste. No pavimento térreo encontram-se também os abrigos para lixo (residencial e comercial) e um recuo para carga e descarga, próximo ao acesso de serviço para os pavimentos comerciais e de uso comum, como restaurante, academia e auditório. O edifício não apresenta abrigo para gás, pois este será fornecido pela rede pública. Figura 68: Implantação do edifício no pavimento térreo Fonte: Produção do autor, 2015. 96 Os subsolos abrigam as vagas destinadas às salas comerciais (rotativas e privativas) e possuem grandes aberturas advindas do térreo, para exaustão e iluminação natural. No primeiro subsolo, encontram-se as vagas rotativas, que possuem acesso direto à recepção por meio de um elevador e escada existentes apenas nesses níveis (Figura 69). Dessa forma nenhum visitante tem acesso direto aos pavimentos tipos, sem antes passar pela recepção, para cadastramento e identificação. O pavimento também apresenta um bicicletário e vestiários masculino e feminino, além de sala de medidores e depósito. O acesso aos subsolos é controlado por catracas e monitorado à distância pela sala de controle. Figura 69: Subsolo 01 (vagas rotativas comerciais) Fonte: Produção do autor, 2015. 97 No segundo subsolo, estão as vagas privativas das salas comerciais, vagas para motos, vestiário e refeitório para funcionários, grupo gerador e reservatório d´água inferior. Este pavimento apresenta áreas permeáveis, que servem para exaustão e iluminação natural (Figura 70). O acesso a esse nível também será controlado por catracas e monitorado à distância pela sala de controle, pois apenas proprietários de salas comerciais podem adentrar ou liberar acesso neste pavimento. Figura 70: Subsolo 02 (vagas privativas comerciais) Fonte: Produção do autor, 2015. O pavimento logo acima do térreo (nível +3,00m) contempla os mezaninos das lojas, das recepções e o estacionamento elevado das unidades residenciais (Figura 71). O pavimento apresenta também áreas destinadas à funcionários, depósitos e administração do condomínio, além de uma sala de controle para monitoramento e segurança de todo o edifício. 98 Figura 71: Mezanino e estacionamento elevado (residencial) Fonte: Produção do autor, 2015. O pavimento lazer se localiza logo acima do mezanino e é composto por salão de festas, espaço gourmet, playground e parque aquático. O pavimento também possui um espaço com 380m² destinado à academia (Figura 72), porém esse espaço existe para ser vendido ou locado para uma academia terceirizada, que poderá atender usuários externos e da própria edificação. O salão de festas e a academia possuem mezaninos e banheiros individualizados em sua configuração. No que se refere à qualidade ambiental e eficiência no pavimento, um grande terraço com jardim se estende pela fachada leste, diante da academia e do salão de festas, humanizando os ambientes e promovendo o recuo das esquadrias. Grandes painéis de madeira e vidro controlam a entrada de luz nos ambientes e podem ser recolhidos, deslizando lateralmente e tranformando ao espaços internos em grande varandas, emolduradas pelo terraço ajardinado e o guarda-corpo de vidro. 99 Figura 72: Pavimento lazer e academia Fonte: Produção do autor, 2015. O pavimento seguinte (nível +12,00m) é composto de um auditório de uso comum e um espaço com 300m² (com mezanino) destinado a um restaurante que, assim como a academia, poderá ser vendido ou locado. O auditório é disposto de forma a poder ser dividido em salas para reuniões ou ser utilizado como área para eventos, com o apoio logístico do restaurante. Dessa forma, o pavimento poderá ser utilizado em sua totalidade como um espaço para convenções, o que permite uma geração de renda para o condomínio, que pode ser revertida em manutenção ou melhoras para o edifício. Assim como no pavimento de lazer, um grande terraço com jardim se estende pela fachada leste e se une a uma praça elevada que emoldura o espaço do auditório, trazendo a natureza para o pavimento e permitindo ampla circulação de ventilação (Figura 73). O terraço também promove sombreamento, ao recuar as esquadrias dos ambientes internos. 100 Figura 73: Pavimento convenções (auditório e restaurante) Fonte: Produção do autor, 2015. A partir do sétimo pavimento elevado (nível +18,00m) surge o 1º pavimento tipo comercial, que se repetirá por mais 09 andares (Figura 74). O pavimento é composto de cinco salas comerciais, sendo quatro delas com 50m² de área privativa e uma com 80m². As salas possuem lavabo e um terraço ajardinado, que possui papel fundamental na qualidade do espaço de trabalho, ao humanizar o ambiente, recuar a porta promovendo sombreamento e permitir que a iluminação natural adentre no recinto. Além do terraço, as salas possuem protetores solares frontais de alumínio e janelas altas na face posterior da sala, permitindo a ventilação cruzada no ambiente. Figura 74: Pavimento tipo comercial Fonte: Produção do autor, 2015. 101 Ainda no pavimento tipo comercial, as áreas técnicas para condensadoras e outras máquinas, encontram-se dispostas paralelarmente à circulação dos elevadores (na face oeste do edifício) criando um anteparo que protege o acesso às salas da radiação solar. Essa proteção é ampliada com a presença de brises horizontais na fachada. Por ser aberta, a circulação permite a entrada luz natural e a circulação dos ventos que cruzam o pavimento. A circulação apresenta também dois banheiros adaptados para acessibilidade nas laterais da circulação, sendo um masculino e outro feminino. Em função do shaft existente em todas as salas comerciais, os lavabos das salas podem ser eliminados ou adaptados para outros ambientes que necessitem de pontos de água e esgoto. Após os pavimentos de salas comerciais, surge o bloco dos pavimentos residenciais, com plantas diferenciadas em função dos vários tipos de apartamentos presentes no projeto. A partir do primeiro pavimento residencial, os elevadores comerciais desaparecem, continuando apenas os dois elevadores residenciais, o elevador de segurança e a escada. Basicamente, são quatro plantas que se soprepõem (Figura 75), repetindo três vezes essa sobreposição e totalizando doze pavimentos no bloco residencial. O bloco apresenta quatro tipos de apartamentos com características e metragens privativas diferentes: o apartamento de 105m² com 03 quartos (em nível único), o apartamento de 80m² com 02 quartos (em nível único), o apartamento de 85m² com 02 quartos (duplex) e apartamento tipo loft de 50m² com 01 quarto (duplex). Uma característica comum em todas as unidades residenciais é o pé-direito duplo existente nas salas. A intenção é ampliar a vista da paisagem exterior, trazendo a luz do sol (sem radiação solar), a visão da abóbada celeste e a vista do Parque das Dunas para dentro dos ambientes. Essa integração do edifício com a paisagem é um dos principais focos dessa pesquisa e foi fundamental para a escolha da área de intervenção, que se encontra inserida no meio urbano, mas com uma visão preservada da paisagem natural da cidade. Devido ao uso de pé-direito duplo nas salas e da variação de níveis dos apartamentos (alguns são do tipo duplex), as plantas se encaixam umas nas outras, como em um quebra-cabeças, fazendo com que todos os tipos se localizem em vários andares diferentes. Dessa forma, a diversidade proposta na conceituação da pesquisa, amplia seu alcance e prepara o edifício para várias possibilidades de usuários e composições familiares. 102 Figura 75: Pavimentos tipos residenciais 103 Fonte: Produção do autor, 2015. No último pavimento útil encontra-se o mirante, uma área de convívio voltada para os moradores do edifício (Figura 76). O espaço é composto por uma praça, spa e áreas para leitura e meditação, propiciando um espaço para atividades mais contemplativas. No mesmo pavimento se localizam a plataforma de resgate do edifício e casas de máquinas dos elevadores residenciais e de segurança. Figura 76: Mirante Fonte: Produção do autor, 2015. 104 Ao todo, o edifício possui 31 pavimentos (Figura 77), sendo 02 subsolos, 01 pavimento térreo de lojas (com mezanino), 01 pavimento lazer e academia (com mezanino), 01 pavimento auditório e restaurante (com mezanino), 10 pavimentos de salas comerciais, 12 pavimentos de apartamentos e 01 pavimento mirante (com resgate e casa de máquinas), alcançando a altura máxima permitida de 90m. Figura 77: Corte e fachada esquemáticos Fonte: Produção do autor, 2015. O prédio será revestido com pastilha cerâmica 7,5 x 7,5cm, nas cores branco e cinza, formando um conjunto de cores sóbrias, quando combinadas com a cor de cobre presente nas marquises e brises utilizados como protetores solares. Além das cores citadas, irá predominar na edificação o vidro incolor presente nas esquadrias brancas de PVC. O branco se destaca na composição por ser a cor que reveste o elemento em fita que define a volumetria (Figura 78 e Figura 79). 105 Figura 78: Perspectiva do edifício multifuncional Holanda Fonte: Produção do autor, 2015. 106 Figura 79: Perspectivas do edifício e da praça Fonte: Produção do autor, 2015. 107 6 SISTEMA CONSTRUTIVO E MATERIAIS 6.1 Sistema construtivo Visando a construção de um edifício vertical dotado de usos residencial e comercial em torre única, a concepção do projeto foi pensada de forma gerar uma modulação que permitisse racionalidade construtiva e uma diversidade de opções de plantas que se encaixem perfeitamente nos módulos, sejam elas comerciais ou residenciais. É importante destacar que essa intenção não ocorre em função de uma possível flexibilidade nos pavimentos de unidades privativas (uma vez que todos os tipos de plantas do empreendimento são concebidos desde o início do projeto), e sim para adequar a grande variedade de apartamentos e salas comerciais presentes na proposta. Outro ponto de extrema importância para concepção de projeto foi a questão das instalações (elétricas e hidrosanitárias) e a passagem de shafts que coincidam em seus alinhamentos verticais com as unidades habitacionais e comerciais. Elevadores e caixa de escada também devem obedecer uma lógica que atendam a cada uso específico, mas que co-existam durante vários andares. No que se refere à composição formal da torre, houve uma intenção de deixar bastante visível a localização dos usos distintos ao longo da edificação, para que as estratégias bioclimáticas pudessem ser pensadas e trabalhadas de formas distintas por uso, participando de maneira fundamental na concepção volumétrica final do edifício. Daí a criação de um elemento que cruza toda a torre, “separando” visualmente os usos e criando “paredões” nas laterais do edifício. Com base em todas essas premissas, optou-se por um sistema construtivo que fosse adequado para possibilitar todas as tomadas de decisões de projeto (em plantas, fachadas ou detalhes) e que pudesse expressar a intenção compositiva do autor, de forma racional e coerente com os princípios adotados de sustentabilidade, eficiência e qualidade. Assim, a estrutura em concreto armado se mostrou o mais eficaz, por ser moldável e permitir grande variabilidade de formas, por apresentar boa resistência, por ser durável e proteger a armação contra corrosão (considerando que Natal é uma cidade litorânea e sem uma rotina de manutenção nas estruturas prediais) e por ter os processos construtivos conhecidos. Apesar de ser o sistema construtivo mais comum utilizado nos edifícios verticais na cidade de Natal, a 108 decisão de utilizar concreto armado não ocorreu em função dessa suposta facilidade, e sim por se mostrar suficientemente adequado ao projeto proposto. Outros motivos para utilização de concreto armado:  Baixo custo dos materiais;  Baixo custo de mão-de-obra;  Facilidade e rapidez de execução;  Os gastos de manutenção são reduzidos;  O concreto é pouco permeável à água;  É um material seguro contra fogo;  É resistente a choques e vibrações, efeitos térmicos e atmosféricos. 6.2 Vedações externas Serão utilizados blocos cerâmicos modulares, por serem leves e diminuirem custos com estrutura e fundações, por permitirem um bom isolamento térmico e acústico, facilitarem a execução das instalações elétricas e hidrosanitárias e por propiciarem uma construção racionalizada através da utilização de uma “família” de blocos (Figura 80), com blocos compensadores para evitar quebra de blocos, que simplificam o detalhamento e facilitam a compatibilização dos projetos. Menos desperdício e mais limpeza no canteiro no canteiro de obras. Figura 80: Blocos cerâmicos modulares Fonte: Google (acesso em 25/05/2015). Imagem editada pelo autor, 2015. 109 6.3 Vedações internas Para as vedações e divisões internas, será utilizado o painel wall, um composto de miolo de madeira laminada ou sarrafeada, contraplacado em ambas as faces por lâminas de madeira, e externamente por placas cimentícias (Figura 81). Algumas vantagens do painel wall são o bom isolamento térmico e acústico, alta resistência a impactos, rápida montagem e desmontagem, fácil manutenção e não gera entulho. O painel wall também apresenta vantagens no que se refere à flexibilidade dos espaços internos (principalmente nas salas comerciais e na possibilidade de ampliação das mesmas), apesar deste não ser o foco desta pesquisa. Figura 81: Detalhes do composto e fixação do painel wall Fonte: Google (acesso em 25/05/2015). Imagem editada pelo autor, 2015. 6.4 Esquadrias e vidros Visando um melhor isolamento acústico e térmico, serão utilizadas esquadrias em PVC, por se comportarem de forma bem mais eficiente que as esquadrias de alumínio. Além disso, as esquadrias em PVC não necessitam pintura e manutenção, são 100% renováveis e possuem excelente vedação e estanqueidade (Figura 82). 110 Apesar de ser um tipo de esquadria normalmente ainda não utilizado em empreendimentos verticais na cidade de Natal, as esquadrias de PVC vem sendo utilizadas em construções de porte menor, como escritórios, clínicas e pequenos centros comerciais, e obtendo resultados positivos no que se refere à praticidade de uso, resistência mecânica (possuem o interior em aço galvanizado) e desempenho térmico e acústico. Outras vantagens das esquadria de PVC são a resistência à corrosão e maresia, presença de câmaras internas de ar, não propagam chamas (auto-extinguível) e possuem deslizamento bem mais suave que o do alumínio. Os pontos negativos se concentram nos custos de implantação, tanto pela aquisição do material, quanto pela mão-de-obra necessária para fixação, limitada pelo baixo número de pessoal treinado para isto. Apesar dos custos mais altos do que as esquadrias de alumínio, por exemplo, os benefícios e vantagens do uso das esquadrias de PVC são inúmeros e colaboram diretamente com a eficiência e qualidade ambiental da edificação (considerando que os ambientes também possuirão sistemas artificiais), reduzindo custos futuros relacionados ao desempenho ambiental dos espaços internos e justificando sua especificação. Figura 82: Perfil de esquadria de PVC e utilização em fachada Fonte: Google (acesso em 25/05/2015). Imagem editada pelo autor, 2015. Será utilizado vidro simples e incolor nas esquadrias, para permitir a entrada de luz natural nos ambientes. Em alguns casos, como salão de festas e auditório, serão utilizados vidros duplos, com o intuito de aumentar o isolamento acústico nestes ambientes. 111 6.5 Brises e protetores solares Para os elementos de proteção solar será feito o uso do alumínio nas fachadas da edificação, com desenhos similares à venezianas (nas unidades comerciais) e marquises semelhantes à caramanchões (nos apartamentos). O uso do alumínio proporciona maior resistência e durabilidade aos protetores solares, além de ser mais indicado para cidades litorâneas, pela sua resistência à maresia. Os brises e marquises serão em alumínio pintado na cor cobre (Figura 83), dando aos elementos uma aparência mais rústica, ao se aproximar da textura presente em algumas madeiras. Dessa forma, a marquise vazada dos pavimentos de apartamentos, remete diretamente aos caramanchões presentes nos jardins das casas tropicais. Assim como nos apartamentos, os brises existentes nas salas comerciais apresentam pintura em cobre, com desenho similar às bandeirolas de madeira, geralmente localizadas acima das portas em residências mais antigas. Figura 83: Brises e marquises vazadas do projeto Fonte: Produção do autor, 2015. 6.6 Coletores solares O edifício apresenta no último pavimento uma área técnica destinada à utilização de coletores solares para aquecimento de água, reduzindo assim o consumo de energia elétrica na edificação. Os coletores solares são os equipamentos mais utilizados para gerar energia fototérmica, captando calor e aquecendo fluídos líquidos ou gasosos, para serem armazenados térmica e 112 isoladamente até o uso final (Figura 84). O projeto também prevê um espaço para o reservatório térmico (boiler), localizado entre a caixa d´água do edifício e os coletores solares, cujo pré-dimensionamento foi feito com base em projetos desenvolvidos na prática profissional e que possuem características e áreas similares ao edifício proposto. Figura 84: Esquema para aquecimento de água por coletor solar Fonte: http://construbras.terasites.net/index-14.html (Acesso 16/03/2016) 6.7 Aproveitamento de águas pluviais Para irrigação dos jardins e áreas permeáveis presentes no complexo multifuncional, será utilizada água da chuva. Dentre os espaços contemplados estão a praça no pavimento térreo e os jardins presentes nos pavimentos lazer, convenções e mirante. A irrigação poderá ocorrer por meio de pressurização ou gravidade, dependendo do local a ser abastecido. Reservatórios de acumulação serão implantados no segundo subsolo, próximo dos reservatórios inferiores, e no espaço destinado aos reservatórios superiores. A captação ocorrerá nas áreas pavimentadas e descobertas do pavimento lazer e plataforma de resgate, e pelas placas coletoras solares presentes no pavimento técnico (acima do mirante) e dispostas como um telhado, direcionando a água para calhas coletoras. 113 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS Durante o mestrado profissional, todas as disciplinas, trabalhos e discussões em sala de aula (e fora dela), levaram esta pesquisa a reunir material para justificar não apenas as decisões relacionadas ao projeto, mas também o propósito deste autor na pós-graduação. Como resultado de um processo de pesquisa científica e de reflexão crítica, com embasamento teórico, e seguindo uma metodologia previamente pensada e definida, chegou-se a uma proposta projetual que prioriza o conforto do usuário, a integração com o entorno, a paisagem e os recursos naturais, ao mesmo tempo em que admite um projeto exequível e viável para um mercado imobiliário existente. Por meio do mestrado profissional, o ato de projetar ganha novos contornos, trazendo mais conhecimento e método para o profissional, num momento onde a maturidade permite a melhor absorção e aplicação do conteúdo estudado. (...) tratava-se de reconhecer que o processo de projeto é uma atividade complexa permeada de incertezas e imprevisibilidades e, por mais experiência que se tenha, sempre podem surgir situações/questões não esperadas, sobre as quais é preciso refletir e reabastecer-se de novos conhecimentos a fim de responder de maneira adequada e determinada, com base na competência técnica e no talento artístico. Aliar arte, técnica e ciência aplicada é o desafio. (Veloso e Elali, 2011) O aprendizado deste período se configura como uma nova relação do profissional com sua atividade, na medida em que este se despe da prática automática e “para ontem” da rotina de um escritório, e percebe o quanto é possível aliar método e pesquisa à prática profissional. Visando a melhoria da qualidade do projeto arquitetônico, esta pesquisa pretende contribuir com a identificação das estratégias projetuais mais adequadas para projetos residenciais e comerciais verticais, localizados em clima quente e úmido, com informações e soluções que possam ser incorporadas por arquitetos e projetistas no intuito de promover e incentivar cada vez mais a busca de edificações eficientes e com maior qualidade ambiental. 114 REFERÊNCIAS ABNT– ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15220: Desempenho térmico de edificações. Rio de Janeiro, 2005. ______. NBR 15220-3: Desempenho térmico de edificações – Parte 3: Zoneamento bioclimático brasileiro e estratégias de condicionamento térmico passivo para habitações de interesse social. Rio de Janeiro, 2005 ______. NBR 15575: Edificações habitacionais de até cinco pavimentos – Desempenho. Rio de Janeiro, 2013. AUTODESK. Autodesk Ecotect Analysis. 2013. Disponível em: < http://usa.autodesk.com/ecotect-analysis/ >. 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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO MESTRADO PROFISSIONAL EM ARQUITETURA, PROJETO E MEIO AMBIENTE GIULIANO BEZERRA CALDAS EDIFÍCIO MULTIFUNCIONAL HOLANDA DIVERSIDADE E QUALIDADE AMBIENTAL EM EDIFICAÇÕES VERTICAIS VOLUME II Natal - RN, 2016 SUMÁRIO Prancha 01 - Planta de situação e locação; Prancha 02 - Subsolo 02; Prancha 03 - Subsolo 01; Prancha 04 - Pavimento térreo; Prancha 05 - Mezanino; Prancha 06 - Pavimento lazer e academia; Prancha 07 - Pavimento auditório e restaurante; Prancha 08 - Pavimento tipo comercial e residencial 01; Prancha 09 - Pavimento tipo residencial 02 e 03; Prancha 10 - Pavimento tipo residencial 04 e mirante; Prancha 11 - Corte AA; Prancha 12 - Corte BB; Prancha 13 - Fachada sudeste; Prancha 14 - Fachada nordeste; Prancha 15 - Fachada noroeste; Prancha 16 - Fachada sudoeste; Perspectiva 01 - Edifício visto pela Rua Marize Bastier; Perspectiva 02 - Edifício visto pela Rua Marize Bastier; Perspectiva 03 - Edifício visto pela Rua Des. Carlos Augusto; Perspectiva 04 - Edifício visto pela Rua Cel. Luiz Júlio; Perspectiva 05 - Vista do passeio interno no pavimento térreo; Perspectiva 06 - Vista da praça no pavimento térreo; Perspectiva 07 - Vista da praça no pavimento térreo. ????????????????????? ???? ?????????????????????????????????????????? Orientador Coorientador Professora Dra. Maisa Dutra Veloso Professor Aldomar Pedrini, PhD ??????????????????????????????? Avenida Marize Bastier, Lagoa Nova, Natal-RN ???????? Prancha 01/16 Arquivo projetofinal.dwg Data abril/2016 Escala INDICADAS ?????????????????????????????????????????????????????????? GIULIANO BEZERRA CALDAS MESTRADO PROFISSIONAL EM ARQUITETURA PROJETO E MEIO AMBIENTE UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE TECNOLOGIA ???????????????????????????????????????????????????? 56.33 50 .52 56.70 51 .47 ??????????????????????????? TOTAL DE UNIDADES HABITACIONAIS ??????????????? ?????????? 30 ???????????????? ??????????????????????? ???????????????????? 44,79% 20,17% 3,00 ???????????????????? TOTAL DE SALAS COMERCIAIS 50 ?????????? ???????? ?????????? ESCALA ..................................................1/100 ????????????????????? ESCALA .......................................1/750 ?????????????????? 50 .52 56.33 51 .47 56.70 TOTAL DE LOJAS 03 16 .95 13.28 13.26 20.83 MESTRADO PROFISSIONAL EM ARQUITETURA PROJETO E MEIO AMBIENTE abril2016 Escala EDIFÍCIO MULTIFUNCIONAL HOLANDA Professora Dra. Maisa Dutra Veloso Professor Aldomar Pedrini, PhD Endereço do empreendimento Arquivo Coorientador Avenida Marize Bastier, Lagoa Nova, Natal-RN Subsolo 02 Conteúdo GIULIANO BEZERRA CALDAS Prancha INDICADAS 02/16 Orientador DIVERSIDADE E QUALIDADE AMBIENTAL EM EDIFICAÇÕES VERTICAIS projetofinal.dwg Data N O L S ESCALA ..........................................................1/100 PLANTA BAIXA - SUBSOLO 02 11 091012 08 07 06 RAMPA DE VEÍCULOS (i=20%) SO BE 0208 0104 0306 0507 SO BE ELEV. RESIDEN. ELEV. RESIDEN. ELEV. COMERCIAL ELEV. COMERCIAL ELEV. COMERCIAL (SERVIÇO) ELEV. COMERCIAL (TÉRREO) 01 PC 01 PC ELEV. DE SEGURANÇA 03 PM ANTE ?????? 3.60m² ???????????? INFERIOR 61.63m² 02 PM 02 PM 02 PM 02 PM WC MASC. 4.13m² VEST. FUNC. MASC. 2.48m² WC FEM. 4.13m² VEST. FUNC. FEM. 2.48m² ???????????????? 6.35m² GERADOR 10.10m² 01 02 03 04 05 06 A B C D 07 B P -1 1 B P- 11 A P-00 A P-00 01 JAV SO BE 0102030405060708 +0.03 +0.03 ESCADA 13.08m² +0.015 ?????????? 94.58m²+0.03 +0.03 +0.03 +0.03 +0.03 +0.03 JARDIM 75.11m² JARDIM 24.84m² JARDIM 5.58m² JARDIM 69.08m² ?????????? ??????????? 0.00 VAGAS COMERCIAL - PRIVATIVAS 0.00 VAGAS COMERCIAL - PRIVATIVAS ?????????? ??????????? 13 .29 .50 4.5 8 .15 1.6 5 .15 2.0 5 .15 2.0 0 .15 4.5 0 .15 6.0 3 .50 4.5 0 .50 10 .03 6.3 0 5.4 5 5.0 0 3.00 4.96 .15 2.50 .15 1.50 .15 1.50 .15 2.50 .20 1.10 1.10 1.10 1.10 1.10 1.10 1.10 .30 1.10 1.10 1.10 1.10 1.10 .20 .15 .40 3.60 8.00 5.00 4.50 .23 .50 3.00 .50 4.96 8.75 13.90 12.15 9.73 .50 .15 0.00 VAGAS P/ MOTOS +0.03 ESCADA 8.64m² 02 PA 03 PA C52 C53 C54 C55 C51 C56 C57 C58 C59 C60 C61C62C63C64C65C66C67C68C69C70C71C72C73C74 C75 C76 C77 C78 C79 C80 C81 C82 C83 C84 C85 C86 C87 C88 C100 C99 C98 C97 C96 C95 C94 C93 C92 C91 C90 C89 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE TECNOLOGIA PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO 03 01020405 .50 16 .33 .50 37 .27 50.58 38.07 50.23 .50 49.24 .50 2.50 2.50 2.50 .30 2.50 .50 2.50 2.50 1.00 2.50 2.50 1.00 2.50 2.50 .93 2.50 2.50 .93 2.50 2.50 4.5 0 4.5 0 4.5 0 4.5 0 4.5 0 4.5 0 4.5 0 4.5 0 4.5 0 4.5 0 4.5 0 4.5 0 4.50 2.5 0 2.5 0 1.5 0 2.5 0 2.5 0 2.5 0 1.4 9 2.5 0 2.5 0 1.3 0 2.5 0 5.7 9 4.50 4.50 4.50 15 .95 4.50 4.50 4.50 4.50 4.50 1.94 5.002.50 2.50 .20 2.50 2.50 .20 2.50 2.50 .20 2.50 2.50 .20 2.50 2.50 .20 2.50 2.50 .20.20 4.5 0 4.5 0 4.5 0 4.5 0 4.5 0 4.5 0 4.5 0 4.5 0 4.5 0 4.5 0 4.5 0 4.5 0 5.0 0 2.50 2.50 .20 2.50 2.50 .20 2.50 2.50 .20 2.50 2.50 .20 2.50 2.50 .20 2.50 2.50 .20 2.50 2.50 .20 4.5 0 4.5 0 4.5 0 4.5 0 4.5 0 4.5 0 4.5 0 4.5 0 4.5 0 4.5 0 4.5 0 5.0 0 5.00 .15 5.2 9 1.1 0 .50 .15 5.2 9 .15 .73 .50 .15 5.9 9 .50 11.67.50 .15 4.5 0 4.5 0 1.9 0 .15 2.0 0 .15.15 2.4 0 .15 1.5 0 .15 2.4 0 .15 .15 2.4 0 .15 2.0 8 1.9 0 .15 1.9 0 .15 .15 .15 1.9 0 .15 4.93.50 .15 5.20 .15 7.35 .15 5.45 .15 1.50 .15 1.85 .15 1.85 .15 1.85 .15 1.85 .15 1.85 .15 1.85 .15 1.85 .15 .15 1.6 5 .30 4.2 0 .15 1.6 5 .15 2.0 5 .15 2.0 0 .15 5.4 5 14 .00 .15 5.8 0 2.0 5 2.8 5 7.1 0 3.0 0 1.3 3 .15 1.6 5 1.6 5 .15 5.0 0 5.0 0 .15 .15 .30 1.2 0 2.5 5 2.5 5 2.0 0 2.0 0 2.0 0 2.0 0 2.0 0 2.0 0 2.0 0 2.0 0 2.0 0 2.0 0 2.0 0 2.0 0 0.00 VAGAS P/ MOTOS 3.72 .15 5.4 8 .50 2.4 0 .15 .15 .15 4.63 .50 02 JA 02 JA 02 JA 02 JA 04JA +18.00 +24.00 +27.00 +30.00 +33.00 +36.00 +39.00 +42.00 +45.00 +48.00 +51.00 +54.00 +60.00 +63.00 +66.00 +69.00 +72.00 +75.00 +78.00 +81.00 +84.00 +15.00 +87.00 +12.00 +9.00 +6.00 +3.00 +21.00 0.00 -3.00 -6.00 +57.00 SEM ESCALA DEFINIDA CORTE ESQUEMÁTICO MOCK UP (SUBSOLO 02) 01 JAV SO BE DE SC E 010203040506070809 10 11 12 13 14 15 16 17 ?????????? ??????????? ESCALA .........................................................1/100 PLANTA BAIXA - SUBSOLO 01 01 PC 01 PC 0208 04 0306 0507 SO BE 03 PM VEST. FEM. 3.78?? 04 PM DE SC E 10 11 12 13 14 15 16 05 PM 05 PM VEST. FEM. ADAP. 5.40?? VEST. MASC. 3.78?? VEST. MASC. ADAP. 5.40?? ANTE ?????? 3.60?? ????????????????? (i=20%) SO BE????????????????? (i=20%)DE SC E ?????????? ??????????? 01 02 03 04 05 06 A B C D 07 0109 17 A P-11 A P-11 B P -1 2 B P- 12 ELEV. RESIDEN. ELEV. COMERCIAL ELEV. COMERCIAL ELEV. COMERCIAL ????????? ELEV. COMERCIAL (ESTAC.) ELEV. DE ????????? ELEV. RESIDEN. 0.00 ???????????? 19.37?? 0.00 ???????????? 11.06?? 0.00 VAGAS COMERCIAL - ROTATIVAS +0.015 ?????????? 72.12?? 0.00 VAGAS COMERCIAL - ROTATIVAS ?????????? ??????????? +0.03 MEDIDORES 18.00?? +0.03 HALL 17.36?? +0.03 +0.03 +0.03 +0.03 +0.03 +0.03 ESCADA 13.08?? MESTRADO PROFISSIONAL EM ARQUITETURA PROJETO E MEIO AMBIENTE abril/2016 Escala ??????????????????????????????? Professora Dra. Maisa Dutra Veloso Professor Aldomar Pedrini, PhD ????????????????????? ???? Arquivo Coorientador Avenida Marize Bastier, Lagoa Nova, Natal-RN Subsolo 01 ???????? GIULIANO BEZERRA CALDAS Prancha INDICADAS 03/16 Orientador ?????????????????????????????????????????????????????????? projetofinal.dwg Data UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE TECNOLOGIA ???????????????????????????????????????????????????? C02 C03 C04 C05 C01 C06 C07 C08 C09 C10 C11C12C13C14C15C16C17C18C19C20C21C22C23C24 C25 C26 C27 C28 C29 C30 C31 C32 C33 C34 C35 C36 C37 C38 C50 C49 C48 C47 C46 C45 C44 C43 C42 C41 C40 C39 2.50 2.50 .20 2.50 2.50 .20 2.50 2.50 .20 2.50 2.50 .20 2.50 2.50 .20 2.50 2.50 .20 5.00 4.50 .15 .50 1.45 2.50 2.50 .20 2.50 2.50 .20 2.50 2.50 .20 2.50 2.50 .20 2.50 2.50 .20 2.50 2.50 .20 2.50 2.50 .20 5.00 .20 1.66 4.50 .17 .50 .50 5.43 .15 3.00 .15 2.10 .15 2.10 .15 3.00 .15 1.75 .15 5.45 .15 1.50 .15 1.85 .15 1.85 .15 1.85 .15 1.85 .15 1.85 .15 1.85 .15 1.85 .15 .70 5.00 4.50 .18 .50 .50 5.49 .15 2.50 2.50 2.50 .30 2.50 .50 2.50 2.50 .00 2.50 2.50 1.00 2.50 2.50 .93 2.50 2.50 .93 2.50 2.50 .15 4.63 .50 .50 5.4 8 .15 2.5 0 2.5 0 .15 1.2 0 .15 2.5 0 2.5 0 2.5 0 1.3 4 .15 14 .65 .15 1.3 3 .50 3.0 0 7.1 0 2.8 5 1.9 0 .15 4.5 0 .50 36 .28 .50 37 .27 50.58 38.07 1.1 2 .50 50.23 .50 49.24 .50 2.5 0 2.5 0 1.3 0 2.5 0 .20 2.5 0 2.5 0 .44 .15 .206.42 4.5 0 .15 1.8 0 .15 1.5 0 .15 2.4 0 .15 .45 5.0 0 4.5 0 .50 5.0 0 4.5 0 .15 5.2 9 .61 .50 4.5 0 4.5 0 4.5 0 4.5 0 4.5 0 4.5 0 4.5 0 4.5 0 4.5 0 4.5 0 4.5 0 4.5 0 5.0 0 4.5 0 .15 5.2 9 .15 .95 .50 .15 5.2 9 .15 .73 .52 4.5 0 4.5 0 4.5 0 4.5 0 4.5 0 4.5 0 4.5 0 4.5 0 4.5 0 4.5 0 5.00 4.50 .50 4.50 4.50 4.50 5.6 3 4.5 0 4.5 0 4.5 0 4.5 0 4.5 0 4.5 0 4.5 0 4.5 0 4.5 0 4.5 0 4.5 0 4.5 0 4.5 0 5.0 0 4.50 .15 4.50 4.50 4.50 .15 7.50 .15 8.85 .30 5.70 .55 3.60 1.85 .30 5.55 .30 .15 1.9 0 .15 2.5 8 1.9 8 .15.15 2.4 0 .15 1.5 0 5.0 0 2.4 0 .15 2.4 0 .15 .15 2.4 0 .15 2.0 8 7.65 2.80 .35 .15 2.4 0 .15 .30 1.2 0 1.8 0 .15 .15 2.1 0 .30 2.2 5 .15 1.8 0 1.8 0 .15 1.9 0 .15 1.9 0 .15 .15 .15 1.9 0 .15 02 JA 02 JA 02 JA 02 JA 03 PM 03 PM 5.0 0 4.5 0 +18.00 +24.00 +27.00 +30.00 +33.00 +36.00 +39.00 +42.00 +45.00 +48.00 +51.00 +54.00 +60.00 +63.00 +66.00 +69.00 +72.00 +75.00 +78.00 +81.00 +84.00 +15.00 +87.00 +12.00 +9.00 +6.00 +3.00 +21.00 0.00 -3.00 -6.00 +57.00 SEM ESCALA DEFINIDA ????????????????? MOCK UP (SUBSOLO 01) R01 Endereço do empreendimento Pavimento Térreo Orientador Coorientador Professora Dra. Maisa Dutra Veloso Professor Aldomar Pedrini, PhD EDIFÍCIO MULTIFUNCIONAL HOLANDA Avenida Marize Bastier, Lagoa Nova, Natal-RN Conteúdo Prancha 04/16 Arquivo projetofinal.dwg Data abril/2016 Escala INDICADAS DIVERSIDADE E QUALIDADE AMBIENTAL EM EDIFICAÇÕES VERTICAIS GIULIANO BEZERRA CALDAS MESTRADO PROFISSIONAL EM ARQUITETURA PROJETO E MEIO AMBIENTE SA ÍD A CO ME RC IA L RUA MARIZE BASTIER ?? ?? ?? ?? ?? ?? ?? ? RE SI DE NC IA L ?? ?? ?? ??? ?? ?? ??? ??? R. D ES . C AR LO S AU GU ST O R05 ESCALA ...................................................................1/100 PLANTA BAIXA - PAVTO TÉRREO N O L S +0.06 LOBBY COMERCIAL 82.52?? A P-11 A P-11 B P- 12 B P- 12 SO BE DE SC E 010203040506070809 10 11 12 13 14 15 16 17 06 PM SOBE ????????????????? (i=20%) ELEV. RESIDEN. ELEV. COMERCIAL ELEV. COMERCIAL ELEV. COMERCIAL (SERVIÇO) ELEV. COMERCIAL (ESTAC.) 01 PC 01 PC 03 PM 02 PM 02 PM 03 PM ???????????????????? SO BE DE SC E ????????????????? (i=20%) LOJA 01 45.97?? LOJA 02 47.27?? LOBBY RESIDENCIAL 35.17?? 01 PA LOJA 03 47.58?? 01 PA 01 PA ABRIGO DE LIXO - COMERCIAL 9.43?? 01 PA 01 PA ABRIGO DE LIXO - RESIDENCIAL 9.43?? 01 PM 03 PM 01 PA DE SC E 0208 04 0306 05 10 07 11 12 13 14 15 16 ELEV. DE SEGURANÇA 02 PM VESTIÁRIO 4.40?? BWC 3.45?? BWC 3.51?? SALA DE ESPERA (MOTORISTAS) 7.02?? DEP. 2.53?? DEPÓSITO 2.85?? DEPÓSITO 2.85?? ?? ??? ?? ??? ??? ??? ??? ? ??? ??? ??? ??? ??? ??? ?? ?? ??? ?? ??? ??? ??? ??? ? ?? ??? ?? ??? ??? ??? ??? ? ?? ??? ?? ??? ??? ??? ??? ? 04 PM BWC 3.07?? 04 PM BWC 3.08?? 04PM BWC 3.08?? 0401 06 02 08 03 07 05 02 07 010305 08 06 01020304 06 05 07 08 ANTE CÂMARA 3.60?? 01 02 03 04 05 06 A B C D 07 09 17 04 RECEPÇÃO RESIDENCIAL 5.03?? RECEPÇÃO COMERCIAL 6.36?? ELEV. RESIDEN. +0.015 +0.015 CALÇADA JARDIM +0.015 ESTACIONAMENTO VISITANTES ESTACIONAMENTO VISITANTES -0.30 EN TR AD A CO ME RC IA L JARDIM 0.00 PASSEIO PÚBLICO +0.03 0.00 PRAÇA CALÇADA +0.045 CALÇADA +0.045 CALÇADA +0.045 CALÇADA +0.045 CARAMANCHÃO 01 25.00?? +0.03 +0.03 CARAMANCHÃO 02 12.50?? +0.03 CARAMANCHÃO 03 25.00?? +0.03 CARAMANCHÃO 04 25.00?? +0.03 CARAMANCHÃO 06 25.00?? +0.03 CARAMANCHÃO 05 12.50?? JARDIM JARDIM JARDIM JARDIM JARDIM JARDIMJARDIM JARDIM -0.30 -0.30 JARDIM JARDIM -0.30 ESPELHO D'ÁGUA ESPELHO D'ÁGUA ESPELHO D'ÁGUA +0.015 -0.15 EMBARQUE/ DESEMBARQUE 0.00 PASSEIO PÚBLICO +0.03 MANOBRISTAS 10.07?? +0.015 CALÇADA -0.30 JARDIM JARDIM JARDIM JARDIM +0.06 +0.045 JARDIM +0.06 JARDIM 0.0 0 JARDIM JARDIM +0.015 CIRCULAÇÃO DE VEÍCULOS +0.015 CIRCULAÇÃO DE VEÍCULOS CIRCULAÇÃO DE VEÍCULOS - (VAGAS RESIDENCIAL) +0.06 HALL 3.14?? +0.06 +0.06 +0.06 +0.06 +0.06 +0.06+0.06 +0.06 CIRCULAÇÃO 26.94?? CIRCULAÇÃO 7.96?? HALL 10.62?? +0.06 +0.06 +0.06 +0.06 +0.06 +0.06 +0.06 +0.03 PA SS EI O PÚ BL IC O 0.00 PASSEIO PÚBLICO PA SS EI O PÚ BL IC O +0.03 +0.045 0.0 0 0.0 0 PA SS EI O PÚ BL IC O +0.015 +0.06 +0.03 HALL 6.46?? CARGA/ DESCARGA -0.15 JARDIMJARDIMJARDIM 01 PV +0.06 02 PV 01 PV ESCADA 13.08?? 01 PV 01 PV 01 PV 01 PV 03 PV 01 PV +0.03 BICICLETÁRIO 9.81?? SOBE SOBE 1.5 0 4.8 0 .25 .67 2.5 0 2.5 0 3.2 0 .25 2.5 0 .25 8.8 5 2.1 5 .15 1.9 0 .15 4.5 0 5.0 0 4.5 0 .15 5.3 0 .15 1.3 0 .15 1.86 .25 9.72 .15 1.83 .25 4.73 .15 1.25 .15 .70 .15 .65 .15 2.47 .25 1.50 1.00 .15 2.70 .15 2.75 .25 15.61 .15 1.64 3.80 5.25 .15 3.25 .15 3.43 .25 2.20 3.20 3.26 2.70 3.55 5.20.15 1.10 .15 2.00 .15 5.45 .15 5.20 3.551.85 .15 1.85 .15 1.85 .15 1.85 .15 1.85 .15 1.85 .15 1.85 3.85 2.20 3.852. 4 .15 5.10 .15 1.33 2.20 3.20 3.70 2.50 .25 4.21 3.95 3.30 .25.65 3.45 5.55 3.952.75 3.451.65 2.50 3.50 2.50 1.65 3.95 7.05 3.453.05 8.53 .25 1.84 6.19 52.16 1.83 0.00 PASSEIO PÚBLICO UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE TECNOLOGIA PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO .20 5.00 .20 5.00 .20 5.00 .20 5.00 .20 5.00 .20 5.00 .20 5.00 5.10 .15 .20 5.00 .20 5.00 .20 5.00 .20 5.00 .20 5.00 .20 5.00 .20 5.00 .20 5.00 .20 4.45 .15 2.21 .15 1.65 1.93 .15 5.75 3.551.80 1.78 .15 5.75.23 4.5 0 5.0 0 4.5 0 .15 .15 3.0 5 3.1 3 5.4 5 3.0 8 1.3 5 16 .05 .15 5.2 9 .15 4.5 0 5.0 0 4.5 0 .15 4.5 0 5.0 0 4.5 0 .15 5.2 9 .15 .15 4.5 0 5.0 0 4.5 0 .15 5.2 9 .15 .15 5.78 3.55 5.85 .15 5.85 3.85 7.93 3.85 6.00 3.553.40 .25 2.20 3.20 4.8 0 4.8 0 4.8 0 4.8 0 4.8 0 4.8 0 2.50 2.50 2.50 2.50 2.50 2.50 1.20 2.50 4.8 0 4.8 0 4.8 0 2.50 2.50 2.50 2.50 2.501.202.50 4.8 0 3.0 0 7.0 5 .15 1.5 0 .30 0.00 PASSEIO PÚBLICO 0.00 PASSEIO PÚBLICO -0 .15 -0 .15 -0.15 1.5 0 .15 2.0 0 .15 1.9 0 .15 4.5 0 5.0 0 4.5 0 .15 7.2 0 3.0 0 3.2 0 2.5 0 3.4 2 4.8 0 2.7 5 .25 3.2 0 2.5 0 3.1 7 4.8 0 .09 8.7 6 .15 2.6 0 .15 1.3 0 .15 4.5 0 5.0 0 4.5 0 .15 1.5 0 10 .72 3.2 0 3.0 0 1.5 0 4.9 5 2.4 0 .15 1.5 0 2.5 5 .15 .25 2.5 0 .25 7.2 0 .15 1.5 0 .15 .15 R04 R03 R02R06R07R08R09R10R11R12R13R14 R27R23 R24 R25 R26R22R21R20R19R18R17R16R15 .25 1.50 .25 3.80 .25 1.50 .25 VISIT. 01VISIT. 02VISIT. 04VISIT. 05VISIT. 06 VISIT. 03VISIT. 07VISIT. 08VISIT. 09VISIT. 10VISIT. 11VISIT. 12VISIT. 13 1.6 0 .15 2.3 0 .15 2.3 0 .15 .15 3.0 0 1.5 0 5.6 0 .40 1.4 5 2.4 0 .15 .30 1.2 0 .15 2.4 0 .15 1.5 0 1.0 0 2.4 0 .15 .15 5.70 .30 5.70 .30 5.55 .30 5.70 .30 3.19 1.9 0 1.9 0 1.9 0 .67 .25 2.5 0 2.5 0 1.5 0 .25 .67 2.5 0 2.5 0 3.2 0 .67 .25 2.5 0 2.5 0 .15 2.0 0 .15 1.9 0 .15 1.8 5 .15 1.8 5 .15 1.5 0 1.9 0 .15 2.4 0 .15 6.4 5 8.8 5 7.3 5 8.8 5 3.69 .35 2.15 3.46 5.00 2.50 5.00 2.50 5.00 1.50 3.80 1.50 5.00 2.50 5.00 2.50 5.00 1.90 1.45 .35 2.45 .15 1.45 1.80 .15.15 3.41 56.23 5.2 9 .10 4.9 0 .15 4.60 5.2 0 5.00 5.00 5.00 3.75 4.30 3.75 5.00 5.00 5.00 4.18 1.97 13 .95 4.9 7 10 .33 3.5 0 .97 3.90 4.8 3 6.8 0 1.33 .35 1.57 3.00 3.50 3.43 .35 4.44 5.65 5.5 0 .45 2.9 0 -0.30 -0.30 I D O S OI D O S O 02 JA 02 JA 03JA 02 JA 02 JA +18.00 +24.00 +27.00 +30.00 +33.00 +36.00 +39.00 +42.00 +45.00 +48.00 +51.00 +54.00 +60.00 +63.00 +66.00 +69.00 +72.00 +75.00 +78.00 +81.00 +84.00 +15.00 +87.00 +12.00 +9.00 +6.00 +3.00 +21.00 0.00 -3.00 -6.00 +57.00 SEM ESCALA DEFINIDA CORTE ESQUEMÁTICO MOCK UP (TÉRREO) JANELAS PIVOTANTEJA-01 0,30VAR. 2,20 ALUMÍNIO E VIDRO TIPOMATERIALPEITORILALTURALARGURA JA-02 0,501,20 1,70 ALUMÍNIO E VIDRO CÓD. JA-03 1,101,50 1,10 ALUMÍNIO E VIDRO QUADRO DE ESQUADRIAS MAXIM-AR CORRER JA-04 1,102,00 1,10 ALUMÍNIO E VIDRO CORRER JA-05 0,501,20 1,70 ALUMÍNIO E VIDRO MAXIM-AR JA-06 1,20+1,205,00 - ALUMÍNIO E VIDRO FIXA+CORRER JA-07 1,20+1,201,85 - ALUMÍNIO E VIDRO FIXA+CORRER JA-08 1,20+1,202,85 - ALUMÍNIO E VIDRO FIXA+CORRER JA-09 1,20+1,202,70 - ALUMÍNIO E VIDRO FIXA+CORRER JA-10 1,20+1,202,77 ALUMÍNIO E VIDRO FIXA+CORRER JA-11 2,402,70 ALUMÍNIO E VIDRO FIXA - - JA-12 2,402,77 ALUMÍNIO E VIDRO FIXA- PORTAS GIROPM-01 2,100,60 - MADEIRA TIPOMATERIALPEITORILALTURALARGURACÓD. GIROPM-02 2,100,70 - MADEIRA GIROPM-03 2,100,80 - MADEIRA GIROPM-04 2,100,85 - MADEIRA (ADAPTADA) GIROPM-05 2,100,90 - MADEIRA GIROPV-01 2,100,90 - VIDRO TEMPERADO GIROPV-01 2,101,00 - VIDRO TEMPERADO GIROPV-02 2,100,90 - VIDRO TEMPERADO GIROPV-03 2,101,60 - VIDRO TEMPERADO CORRER (2F)PV-04 5,006,00 - VIDRO TEMPERADO CORRER (6F)PV-05 5,0017,80 - VIDRO TEMPERADO CORRER (2F)PAV-01 2,402,70 - ALUMÍNIO E VIDRO CORRER (4F)PAV-02 2,405,70 - ALUMÍNIO E VIDRO CORRER (4F)PAV-03 2,405,55 - ALUMÍNIO E VIDRO CORRER (4F)PAV-04 2,402,70 - ALUMÍNIO E VIDRO CORRER (4F)PAV-05 2,402,78 - ALUMÍNIO E VIDRO GIROPA-01 2,101,00 - ALUMÍNIO GIROPA-02 2,101,60 - ALUMÍNIO GIROPA-03 2,106,00 - ALUMÍNIO CORRERPM-06 2,100,90 - MADEIRA (ADAPTADA) ESCALA .........................................................................1/100 PLANTA BAIXA - PAVTO MEZANINO 03 PM 03 PM VAZ IO VAZ IO VAZ IO VAZ IO 03 PM 03 PM PEITORIL H=1,40m PEITORIL H=1,40m ELEV. RESIDEN. ELEV. RESIDEN. ELEV. COMER. ELEV. COMER. ELEV. COMER. (SERV.) 01 PC 01 PC ELEV. DE ????????? 03 PM 03 PM ????????????????? (i=20%)DE SC E PEITORIL H=1,40m PEITORIL H=1,40m 0305 04 06 07 08 09 1 0 11 12 13 14 15 17 MEZANINO LOJA 01 19.40?? MEZANINO LOJA 02 19.92?? MEZANINO LOJA 03 19.95?? 02 PM BWC 3.51?? ARQUIVO 3.12?? DEP. 3.12?? ADMINIST. RESIDEN. 7.02?? 02 PM 01 PM 03 PM SALA DE CONTROLE 10.53?? BWC 3.51?? ANTE ?????? 3.60?? 06 PM HALL 4.88?? 16 B P -1 2 B P- 12 A P-11 A P-11 01 JAV SO BE DE SC E 010203040506070809 10 11 12 13 14 15 16 17 VAZ IO 0305 04 06 07 08 09 1 0 11 12 13 14 15 1716 03 0504 06 07 08 091 0111213 14 15 17 16 +0.00 ESCADA 13.08?? +0.00 +0.00 +0.00 +0.00 +0.00 +0.00 CIRC.. 38.99?? +0.00 +0.00 +0.00 ADMINIST. GERAL 5.37?? +0.00 CIRC.. 38.99?? +0.00 +0.00 +0.00 +0.00 02JA 03JA 03 JA 02 JA 02 JA 02 JA 02 JA ???????? 3.51?? +0.00 -0.015 VAGAS RESIDENCIAL ????????????????????? ???? ???? ??????????? Orientador Coorientador Professora Dra. Maisa Dutra Veloso Professor Aldomar Pedrini, PhD ??????????????????????????????? Avenida Marize Bastier, Lagoa Nova, Natal-RN ???????? Prancha 05/16 Arquivo projetofinal.dwg Data abril/2016 Escala INDICADAS ?????????????????????????????????????????????????????????? GIULIANO BEZERRA CALDAS MESTRADO PROFISSIONAL EM ARQUITETURA PROJETO E MEIO AMBIENTE PEITORIL H=1,10m PEITORIL H=1,10m PEITORIL H=1,10m PEITORIL H=1,10m UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE TECNOLOGIA ???????????????????????????????????????????????????? 04 JA .20 2.50 2.50 .20 2.50 2.50 .20 2.50 2.50 .20 5.00 .20 2.50 2.50 .20 2.50 2.50 .20 2.50 2.50 .20 5.05 .15 .20 2.50 2.50 .20 2.50 2.50 .20 2.50 2.50 .20 2.50 .20 2.50 2.50 .20 2.50 2.50 .20 2.50 2.50 .20 2.50 2.50 .20 .15 4.5 0 5.0 0 4.5 0 .15 .15 4.5 0 4.5 0 .15 .15 4.5 0 4.5 0 .15 .15 4.5 0 4.5 0 .15 .15 4.5 0 5.0 0 4.5 0 .15 .15 4.5 0 4.5 0 .15 .15 4.5 0 .15 4.5 0 .15 4.5 0 5.0 0 4.5 0 .15 .15 4.5 0 4.5 0 .15 .15 4.5 0 4.5 0 .15 .15 4.5 0 4.5 0 .15 .15 4.5 0 4.5 0 .15 .15 4.5 0 5.0 0 4.5 0 .15 4.5 0 .20 4.4 5 5.5 5 2.49 1.3 0 .15 2.6 0 .15 1.8 0 2.2 0 .15 4.7 0 1.8 0 .15 2.5 5 .30 1.2 0 .20 3.06 .15 2.70 .15 1.30 .15 1.30 .15 2.00 .15 5.45 .15 1.50 .15 1.85 .15 1.85 .15 1.85 .15 1.85 .15 1.85 .15 1.85 .15 1.85 .15 2.35 .15 1.30 .15 2.60 .15 2.34 .20 2.4 0 .15 1.5 0 .30 8.7 0 .15 2.4 0 .15 2.70 5.2 9 .15 1.1 9 .15 6.6 5 5.2 9 .15 2.4 0 .15 2.8 5 .15 .60 .15 5.2 5 1.5 0 1.8 0 .15 4.0 0 .15 4.7 0 1.8 0 1.2 0 .15 8.8 5 5.93 .15 5.85 .15 5.85 .15 11.63 .15 6.15 3.84 2.4 0 .15 .90 .15 2.4 0 1.6 5 .15 2.4 0 1.9 0 .15 .15 1.3 5 6.0 0 1.9 0 .15 2.0 0 .15 8.8 5 .15 1.9 0 .15 1.9 0 .15 2.4 0 .15 1.5 0 .15 4.0 0 .15 4.7 0 4.0 5 .15 1.8 0 2.2 0 .15 4.7 0 1.8 0 2.85 .30 2.70 .30 5.70 .30 5.70 .30 5.70 .30 5.55 .30 5.70 .30 3.84 R28R29R30R31R32R33 R39R38R37R36R35R34 R41R40 R43R42 R45R44 R47R46 R49R48 R50R51R52R53R54R55 30.73 15.60 14 .30 13 .05 27 .35 3.26 36.00 2.54 41.80 9.3 9 10 .35 13 .05 32 .79 +18.00 +24.00 +27.00 +30.00 +33.00 +36.00 +39.00 +42.00 +45.00 +48.00 +51.00 +54.00 +60.00 +63.00 +66.00 +69.00 +72.00 +75.00 +78.00 +81.00 +84.00 +15.00 +87.00 +12.00 +9.00 +6.00 +3.00 +21.00 0.00 -3.00 -6.00 +57.00 SEM ESCALA DEFINIDA ????????????????? MOCK UP (PAVTO MEZANINO) 01 PC 01 PC ESCALA ..............................................................1/100 PLANTA BAIXA - PAVTO LAZER 03 PM 04 PM 04 PM 03 PM 03 PM 04 PM 04 PM 04 PM N O L S 0208 0104 0306 0507 SO BE 02 0801 0403 0605 07 SO BE SALÃO DE FESTAS 144.49?? 03 PM 04 PM 04 PM 04 PM 04 PM ACADEMIA 154.30?? BAR 6.60?? COPA 6.65?? BWC ADAP. FEM. 3.00?? BWC ADAP. MASC. 3.00?? BWC ADAP. MASC. 3.00?? BWC ADAP. FEM. 3.00?? HALL 17.82?? 06 PM CIRC. 33.36?? PROJ.D O MEZA NINO PROJ. D O MEZA NINO PROJ.D O MEZA NINO PROJ.D O MEZA NINO SOBE SOBE PISCINA COM RAIA 75.00?? PISCINA ADULTO 42.50?? DECK MOLHADO 15.75?? PISCINA INFANTIL 15.75?? DECK COM CARAMANCHÃO 19.20?? DECK PISCINA 32.64?? DECK DE MADEIRA 43.75?? 01 PC 01 PC DE SC E DE SC E 1011121314151617 MEZANINO ACADEMIA 120.88?? MEZANINO SALÃO DE FESTAS 71.37?? PLAYGROUND 19.20?? CHURRASQUEIRA 26.18?? ÁREA EXTERNA (CHURRASQUEIRA) 80.96?? 06 PM ESCALA ..............................................................1/100 MEZANINO PLANTA BAIXA - PAVTO LAZER N O L S A P-11 B P- 12 B P- 12 A P-11 A P-11 01 JAV SO BE DE SC E 010203040506070809 10 11 12 13 14 15 16 17 Endereço do empreendimento Pavimento Lazer Orientador Coorientador Professora Dra. Maisa Dutra Veloso Professor Aldomar Pedrini, PhD EDIFÍCIO MULTIFUNCIONAL HOLANDA Avenida Marize Bastier, Lagoa Nova, Natal-RN Conteúdo Prancha 06/16 Arquivo projetofinal.dwg Data abril/2016 Escala INDICADAS DIVERSIDADE E QUALIDADE AMBIENTAL EM EDIFICAÇÕES VERTICAIS GIULIANO BEZERRA CALDAS MESTRADO PROFISSIONAL EM ARQUITETURA PROJETO E MEIO AMBIENTE 03JA ELEV. RESIDEN. ELEV. RESIDEN. ELEV. COMER. ELEV. COMER. ELEV. COMER. (SERV.) ELEV. DE SEGURANÇA ANTE CÂMARA 3.60?? +0.00 ESCADA 13.08?? +0.00 DEPÓSITO 3.51?? +0.00 A P-11 02 JA 02 JA +0.00 +0.00+0.00 +0.00 +0.00 +0.00 +0.00 +0.00 +0.00 +0.00 02 JA 04 PV 05 PV 05 PV JARDIM INTERNO 72.48?? -0.30 02JA +0.00 -0.30 +0.00 BWC ADAP. 3.00?? +0.00 +1.40 +1.40 +1.40 +1.10 0.00 0.00 +0.80 JARDINEIRA +0.50 JARDINEIRA +0.50 JARDINEIRA +0.50 SO BE 010203040506 BWC ADAP. MASC. 3.00?? BWC ADAP. FEM. 3.00?? 02 JA 02 JA +0.00 +0.00 BWC ADAP. MASC. 3.00?? 02 JA BWC ADAP. FEM. 3.00?? 02 JA +0.00 +0.00 +0.00 +0.00 01 JAV SO BE DE SC E 010203040506070809 10 11 12 13 14 15 16 17 +0.00 ESCADA 13.08?? HALL 17.82?? CIRC. 13.97?? ELEV. RESIDEN. ELEV. RESIDEN. ELEV. COMER. ELEV. COMER. ELEV. COMER. (SERV.) ELEV. DE SEGURANÇA DEPÓSITO 3.51?? +0.00 +0.00 +0.00 02 JA ÁREA TÉC. 5.10?? +0.00 JARD. 0.00 PEITORIL H=1,10m PEITORIL H=1,10m 02 080403 0605 07 09 10 11 12 13 14 15 16 17 0208 04 0306 050709 VAZIO VAZIO V AZIO VAZIO 03 PV 03 PV 02 PV 03 PV UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE TECNOLOGIA PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO 02 JA .15 1.5 0 .15 12 .35 .15 .15 1.5 0 .15 1.5 0 .15 2.9 5 .15 7.5 0 1.1 9 .15 2.15 .15 3.65 .15 .90 .15 4.50 .20 3.60 .30 21.05 5.00 .15 .70 .30 5.70 .30 3.60 .40 .50 .20 1.80 1.80 .30 1.20 .30 3.00 .30 4.50 .30 5.10 .30 5.00 5.00 .30 .60 .15 6.10 .15 1.1 0 .40 2.8 2 .33 3.2 0 5.5 0 3.2 0 .25 1.4 0 .30 8.9 0 1.1 9 1.8 5 .50 5.1 5 1.1 9 6.10 .15 2.00 .15 1.65 4.10 2.34 1.80 .30 25.00 .30 .60 .15 .15 2.00 .15 1.50 .15 4.10 .15 2.75 .15 .15 1.5 0 10 .20 2.3 0 .15 2.4 0 .15 .30 1.2 0 .15 5.45 .15 1.50 .15 1.85 .15 1.85 .15 1.85 .15 1.85 .15 1.85 .15 1.85 .15 1.85 .15 8.94 .15 .15 1.9 0 .15 2.4 4 8.5 6 .20 1.1 0 .15 1.9 0 .15 .15 1.9 0 .15 .15 1.9 0 .15 .15 2.4 0 .15 1.5 0 .15 2.4 0 .15 1.5 0 .15 9.0 5 1.2 0 .15 1.3 5 6.0 0 1.5 0 .20 1.1 9 .15 2.70 .30 2.70 .30 5.70 .30 5.70 .30 5.70 .30 5.55 .30 5.70 .30 2.84 1.00 .15 9.0 5 2.0 0 .15 1.3 5 6.0 0 1.5 0 .20 8.95 .30 2.10 3.60 .30 3.60 2.10 .30 5.55 .30 5.70 .30 2.84 1.00 .15 17.78 .15 17.87 1.50 .15 2.40 .15 1.50 .30 .15 2.0 0 .15 8.4 0 .15 2.0 0 .15 .15 10 .05 .15 13 .50 1.3 5 2.5 5 .15 .95 .30 3.0 0 5.2 5 .30 .40 .15 .15 1.2 0 .30 3.1 5 3.2 5 .15 .45 1.0 5 6.4 0 2.0 0 1.0 0 1.2 0 .15 .30 4.5 0 .30 1.6 0 4.8 0 1.6 0 2.4 0 .15 .15 .15 2.4 0 .15 28 .74 41.80 29 .15 43.10 .15 1.9 0 .15 .15 1.9 0 .15 .15 1.9 0 .15 .15 1.9 0 .15 .15 2.4 0 .15 1.5 0 .15 2.4 0 .15 1.5 0 2. 00 2.4 0 .15 .15 .15 2.4 0 .15 .15 1.50 .15 1.85 .15 1.85 .15 1.85 .15 1.85 .15 1.85 .15 1.85 .15 1.85 .155.45.15 .15 1.50 .15 1.50 .15 2.55 .15 1.90 .15 2.0 0 .15 4.0 5 5.0 0 1.1 9 2.0 0 .15 .30 3.9 0 3.3 0 1.5 0 .20 1.1 9 .65 5.7 0 .15 17.78 .15 17.93 2.84 .15 .70 .15 .30 2.70 3.08 .15 3.08 2.70 .30 5.55 .30 5.70 .305.706.00 .15 2.70 .30 2.70 .30 5.70 .30 5.70 .30 5.70 .30 5.55 .30 5.70 .30 2.84 1.00 .15 2.4 3 6.6 2 .15 2.4 3 5.0 7 1.3 5 .20 .15 7.5 0 1.3 5 .20 2.4 4 7.2 1 1.3 5 .20 1.50 .15 2.40 .15 1.50 .15 2.0 0 .15 6.8 5 .15 2.0 0 .15 .30 13 .50 10.39 22.10 5.00 .30 .60 .15 1.3 5 .20 +18.00 +24.00 +27.00 +30.00 +33.00 +36.00 +39.00 +42.00 +45.00 +48.00 +51.00 +54.00 +60.00 +63.00 +66.00 +69.00 +72.00 +75.00 +78.00 +81.00 +84.00 +15.00 +87.00 +12.00 +9.00 +6.00 +3.00 +21.00 0.00 -3.00 -6.00 +57.00 SEM ESCALA DEFINIDA CORTE ESQUEMÁTICO MOCK UP (LAZER) +18.00 +24.00 +27.00 +30.00 +33.00 +36.00 +39.00 +42.00 +45.00 +48.00 +51.00 +54.00 +60.00 +63.00 +66.00 +69.00 +72.00 +75.00 +78.00 +81.00 +84.00 +15.00 +87.00 +12.00 +9.00 +6.00 +3.00 +21.00 0.00 -3.00 -6.00 +57.00 SEM ESCALA DEFINIDA CORTE ESQUEMÁTICO MOCK UP (LAZER - MEZANINO) 12 .54 8.05 21.40 ESCALA ....................................................................................1/100 ??????????????????????????????? 04 PM 04 PM 04 PM 04 PM 03 PM 03 PM 03 PM ANTE ?????? 3.60??ESCADA 13.08?? 01 PC 01 PC 01 SO BE ????????? 128.57?? RESTAURANTE 123.35?? BWC ADAP. MASC. 3.00?? BWC ADAP. FEM. 3.00?? BWC ADAP. MASC. 3.00?? BWC ADAP. FEM. 3.00?? COZINHA 18.94?? BAR 9.78?? HALL 4.35?? CIRC. 27.43?? ?????????? 23.40?? ???????????? 5.60?? ANTE ?????? 3.60??ESCADA 13.08?? 01 PC 01 PC PROJ .DO M EZAN INO ??? ??? ??? ??? ??? ?? ??? ???? ???? ??? ??? ? PROJ.D O MEZA NINO MEZANINO RESTAURANTE 88.12??DES CE ?????????? 29.54?? BAR 2.28?? ESCALA ...................................................................................1/100 MEZANINO ??????????????????????????????? A P-11 A P-11 A P-11 B P- 12 B P -1 2 A P-11 B P -1 2 B P- 12 01 JAV SO BE DE SC E 010203040506070809 10 11 12 13 14 15 16 17 Prancha ??????????????????????????????? Data Orientador Professora Dra. Maisa Dutra Veloso abril/2016 Professor Aldomar Pedrini, PhD Coorientador ???????? ????????????????????? ???? 07/16 projetofinal.dwg Avenida Marize Bastier, Lagoa Nova, Natal-RN Arquivo INDICADAS GIULIANO BEZERRA CALDAS Escala ???? ??????????????? ?????????????????????????????????????????????????????????? MESTRADO PROFISSIONAL EM ARQUITETURA PROJETO E MEIO AMBIENTE 10 11 12 13 14 15 16 17 0208 04 0306 050709 0208 04 0306 0507 01 JAV SO BE DE SC E 010203040506070809 10 11 12 13 14 15 16 17 +0.00 ELEV. RESIDEN. ELEV. RESIDEN. ELEV. COMER. ELEV. COMER. ELEV. COMER. (SERV.) ELEV. DE ????????? ELEV. RESIDEN. ELEV. RESIDEN. ELEV. COMER. ELEV. COMER. ELEV. COMER. (SERV.) ELEV. DE ????????? +0.00 +0.00 +0.00 JARD. 0.00 03 PV 03 PV02 PV 05 PV 05 PV 06 PV JARDIM INTERNO 59.49?? -0.30 +0.00 +0.00 +0.00 +0.00 +0.00 +0.00 +0.00 +0.00 01 PM DESP. 2.35?? +0.00 05 JA 04 JA +0.00 +0.00 03 PV 01 PM DESP. 2.35?? +0.00 05 JA +0.00 +0.00 +0.00 PEITORIL H=1,10m PEITORIL H=1,10m VAZ IO VAZ IO VAZIO VAZIO VA ZIO +0.00 +0.00 .50 1.1 0 .20 1.6 5 .15 1.5 0 .15 1.5 0 .15 2.4 0 .15 1.2 0 .15 2.3 5 .15 11 .70 1.6 0 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE TECNOLOGIA ???????????????????????????????????????????????????? 04 JA 05 JA 05 JA JARD. 0.00 JARD. 0.00 .15 1.9 0 .15 .15 1.9 0 .15 .15 1.9 0 .15 .15 2.4 0 .15 1.5 0 .15 2.4 0 .15 1.5 0 2.4 0 .15 .15 .15 2.4 0 .15 .15 1.50 .15 1.85 .15 1.85 .15 1.85 .15 1.85 .15 1.85 .15 1.85 .15 1.85 .155.45.15 .15 2.5 0 .15 2.4 0 .15 1.5 0 .30 1.00 8.00 .15 .85 .15 1.5 0 .15 1.5 0 .15 8.8 5 .15 .15 1.5 0 .15 1.5 0 .15 1.0 0 8.5 0 .50 15.00 .15 14.05 3.80 .15.15 .70 .15 2.80 .15 8.9 0 1.1 0 .50 1.5 0 .15 8.8 5 .20 .15 2.00 .15 1.50 .15 .15 4.85 .15 1.00 .15 .15 3.7 0 .15 2.8 0 .15 2.9 0 1.6 5 .20 .15 1.50 2.15 .15 2.00 .15 5.70 .30.30 1.6 0 .30 2.70 .30 5.70 .30 5.70 .30 5.70 .30 5.55 .30 5.70 .30 1.2 0 6.0 0 1.5 0 .20 1.6 0 8.85 .30 5.70 .15 3.75 2.10 .30 5.55 2.35 8.5 08.8 5 .20 .30 2.70 .30 5.70 .30 5.70 .30 5.70 .30 5.55 .30 2.05 .15 1.9 0 .15 .15 1.9 0 .15 .15 1.9 0 .15 .15 2.4 0 .15 1.5 0 .15 2.4 0 .15 1.5 0 2.4 0 .15 .15 .15 2.4 0 .15 .15 1.50 .15 1.85 .15 1.85 .15 1.85 .15 1.85 .15 1.85 .15 1.85 .15 1.85 .155.45.15 .15 2.5 0 .15 2.4 0 .15 1.5 0 .30 1.00 8.00 .15 13 .15 .15 .15 3.1 5 .15 1.0 0 8.5 0 .50 15.00 .15 11.70 6.15 .152.80 .15 8.9 0 1.1 0 .50 1.5 0 .15 8.8 5 .20 .15 1.15 .15 1.50 .15 .15 4.85 .15 1.00 .15 1.3 5 .20 5.70 .30.30 1.6 0 .30 2.70 .30 5.70 .30 5.70 .30 5.70 .30 5.55 .30 5.70 .30 1.3 5 6.0 0 1.5 0 .20 1.6 0 8.85 .30 5.70 .15 3.75 2.10 .30 5.55 3.6 74.0 5 .20 .30 2.70 .30 5.70 .30 5.70 .30 5.70 .30 5.55 .30 5.70 .15.70 1.00 .15 1.2 0 1.30 .15 .30 5.85 .15 4.8 0 1.6 0 .30 .15 2.3 5 .15 7.3 5 1.7 0 1.1 9 .15 2.7 0 1.1 5 2.7 0 3.3 0 .15 .65 .15 1.7 5 1.7 0 1.7 0 +18.00 +24.00 +27.00 +30.00 +33.00 +36.00 +39.00 +42.00 +45.00 +48.00 +51.00 +54.00 +60.00 +63.00 +66.00 +69.00 +72.00 +75.00 +78.00 +81.00 +84.00 +15.00 +87.00 +12.00 +9.00 +6.00 +3.00 +21.00 0.00 -3.00 -6.00 +57.00 SEM ESCALA DEFINIDA ????????????????? ???????????????????? +18.00 +24.00 +27.00 +30.00 +33.00 +36.00 +39.00 +42.00 +45.00 +48.00 +51.00 +54.00 +60.00 +63.00 +66.00 +69.00 +72.00 +75.00 +78.00 +81.00 +84.00 +15.00 +87.00 +12.00 +9.00 +6.00 +3.00 +21.00 0.00 -3.00 -6.00 +57.00 SEM ESCALA DEFINIDA ????????????????? ??????????????????????????????? 21.40 13 .45 13 .45 21.40 9.00 9.00 01 02 03 04 05 06 A B C D A. SERV. 2.98m² CLOSET 6.13m² SALA 01 62.53m² SALA 02 39.96m² SALA 03 39.96m² SALA 04 39.31m² SALA 05 46.71m² COZINHA 5.95m² ESTAR/ JANTAR 14.62m² QUARTO 01 9.34m² CIRC. 7.52m² ESTAR/ JANTAR 20.85m² QUARTO 01 11.30m² QUARTO 02 11.00m² CIRC. 5.33m² ???????? 14.39m² BWC 3.42m² BWC SERV. 2.58m² BWC 3.42m² COZINHA 9.87m² A. SERV. 3.08m² ESTAR/ JANTAR 20.85m² QUARTO 01 11.30m² QUARTO 02 11.00m² CIRC. 5.33m² ???????? 14.19m² CLOSET 6.13m² BWC 3.24m² BWC SERV. 2.58m² BWC 3.24m² COZINHA 9.54m² A. SERV. 2.74m² 03PM 03PM BWC 2.79m² 01 PM ???????????? 3.71m² ???????????? 2.63m² BWC 3.15m² 04 PM N O L S ESCALA ..............................................................................1/100 PLANTA BAIXA - PAVTO COMERCIAL N O L S ESCALA ........................................................................................................1/100 PLANTA BAIXA - PAVTO RESIDENCIAL TIPO 01 04 PM ANTE ?????? 3.60m² ?????????? 45.10m² 01 PM BWC ADAP. FEM. 3.15m² BWC 3.15m² BWC 3.15m² 01 PM BWC 3.15m² 01 PM BWC 3.15m² BWC ADAP. MASC. 3.15m² 03PM 03PM03PM 03PM 01 JAV SO BE DE SC E 010203040506070809 10 11 12 13 14 15 16 17 A P-11 A P-11 B P -1 2 B P- 12 ???????????? 5.77m² ?????????? 28.80m² ESCADA 13.08m² 01 JAV SO BE DE SC E 010203040506070809 10 11 12 13 14 15 16 17 A P-11 A P-11 B P -1 2 B P- 12 ANTE ?????? 3.60m²ESCADA 13.08m² 01 PM ???????????? 6.30m² PROJEÇÃO DO VAZIO (PÉ DIREITO DUPLO) PR OJ EÇ ÃO D O VA ZIO (P É DI RE ITO D UP LO ) 01 PM 01 PM 01 PM SO BE 01 PM 02 PM 02 PM 02 PM 02 PM 01 PM 02 PM 01 PM 02 PM 02 PM 03PM 03PM PROJEÇÃO DO PROTETOR SOLAR 01 PC 01 PC 01 PC 01 PC 01 PM 01 02 03 04 05 06 A B C D 07 PROJEÇÃO DO VAZIO (PÉ DIREITO DUPLO) SEM ESCALA DEFINIDA PLANTA BAIXA MOCK UP (RESID. TIPO 01) Prancha EDIFÍCIO MULTIFUNCIONAL HOLANDA Data Orientador Professora Dra. Maisa Dutra Veloso abril/2016 Professor Aldomar Pedrini, PhD Coorientador Conteúdo Endereço do empreendimento 08/16 projetofinal.dwg Avenida Marize Bastier, Lagoa Nova, Natal-RN Arquivo INDICADAS GIULIANO BEZERRA CALDAS Escala Pavimento Comercial e Pavimento Residencial Tipo 01 DIVERSIDADE E QUALIDADE AMBIENTAL EM EDIFICAÇÕES VERTICAIS MESTRADO PROFISSIONAL EM ARQUITETURA PROJETO E MEIO AMBIENTE 02 JA 02 JA 01 JA 01 JA 01 JA 01 JA 01 JA 01 JA 01 JA 01 JA 01 JA 01 JA 01 JA 01 JA 01 JA 01 JA 01 JA 01 JA 01 JA 01 JA 01 JA 01 JA ELEV. RESIDEN. ELEV. RESIDEN. ELEV. COMER. ELEV. COMER. ELEV. COMER. (SERV.) ELEV. DE ????????? ELEV. RESIDEN. ELEV. RESIDEN. ELEV. DE ????????? +0.00 +0.00 +0.00 +0.00 +0.00 +0.00 +0.00 +0.00 +0.00+0.00+0.00+0.00+0.00 +0.00 +0.00 +0.00 +0.00 +0.00 +0.00 +0.00 +0.00 +0.00 +0.00 +0.00 +0.00 +0.00 +0.00 +0.00 +0.00 +0.00 +0.00 +0.00 +0.00 +0.00 +0.00 +0.00 +0.00 +0.00 +0.00 +0.00 JARD. 0.00 +0.00 +0.00 +0.00 01 PAV 02 PAV 03 PAV 02 PAV 02 PAV 06 JA +0.00 +0.00 +0.00+0.00 +0.00 07 JA 08 JA 09 JA 10 JA 10 JA 09 JA 09 JA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE TECNOLOGIA PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO 04 02 0106 03050708 ??????? 3.24m² -0.30 ??????? 6.84m² -0.30 ??????? 6.84m² -0.30 ??????? 6.84m² -0.30 ??????? 6.66m² -0.30 ??????? 3.24m² -0.30 ??????? 3.33m² -0.30 ??????? 3.33m² -0.30 04 PAV 05 PAV 05 PAV +0.00 .15 2.85 .15 2.70 .30 2.85 .15 2.78 .15 2.85 .15 2.78 .30 2.78 .15 2.85 .15 2.78 .15 2.85 .15 .15 1.9 0 .15 .15 1.9 0 .15 .15 1.9 0 .15 .15 2.4 0 .15 1.5 0 .15 2.4 0 .15 1.5 0 2.4 0 .15 .15 .15 2.4 0 .15 .15 1.50 .15 1.85 .15 1.85 .15 1.85 .15 1.85 .15 1.85 .15 1.85 .15 1.85 .155.45.15 .15 2.0 0 .15 2.4 0 .15 1.5 0 .15 .15 .65 .15 1.7 5 .15 2.4 0 .15 1.5 0 .15 2.4 0 .15 2.4 0 .15 .15 .15 2.4 0 .15 .15 1.50 .15 1.85 .15 1.85 .15 1.85 .155.45.15 .15 2.4 0 .15 .15 .65 .15 1.5 0 .30 1.2 0 .15 5.9 0 1.3 0 .15 .50 .15 .70 .15 4.05 .30 1.2 0 .15 7.3 5 .15 1.2 0 .15 .50 .15 2.10 .15 1.70 .15 7.08 .15 2.03 .15 3.68 .15 3.68 .15 2.03 .15 .15 3.60 .15 3.60 .15 2.10 .15 1.2 0 .15 6.0 0 .15 1.2 0 .15 .50 .15 1.2 0 .15 6.0 0 .15 1.2 0 .15 .50 7.3 5 7.3 5 .15 1.2 0 .15 6.0 0 .15 1.2 0 .15 .50 7.3 5 2.03 .15 3.1 5 .15 6.0 0 .15 1.2 0 .15 1.5 0 .15 .85 .15 1.5 5 2.10 .20 .15 .65 .15 1.5 0 .15 8.7 0 .15 5.70 .15 .70 .15 .15 8.93 .15 5.85 .15 5.85 .15 5.78 .15 5.85 .15 5.00 .85 .30 2.70 .30 5.70 .30 5.70 .30 5.70 .30 5.55 .30 5.00 .15 .70 .15 .15 2.5 0 .15 1.9 5 .15 1.4 0 .15 1.5 5 .15 3.3 5 .15 1.6 5 .15 .15 .70 .15 3.85 .15 2.90 4.05 .15 4.20 .30 .15 1.5 0 .15 1.2 0 .15 2.1 5 .15 5.0 5 .15 .15 2.23 .15 1.00 .15 2.85 .15 1.20 .15 1.35 .30 2.78 .15 2.78 .30 2.78 .15 2.78 .30 1.35 .15 1.20 .15 2.70 .30 2.78 .15 2.85 .15 2.85 .15 2.85 .15 2.85 .15 2.78 .15 2.85 .15.152.85.152.85.15.90.151.80.15 2.47 .30 1.8 0 .15 1.4 0 3.8 5 .15 1.2 0 .15 7.3 5 7.3 5 .15 1.2 0 .15 2.1 5 .15 5.0 5 .15 .15 2.1 5 .15 1.2 0 .15 .90 4.1 5 .15.15 .15 4.1 5 .15 .90 .15 3.5 0 .15 .15 7.3 5 .15 1.2 0 .15 .15 7.3 5 .15 1.2 0 .15 .15 3.5 0 .15 .90 .15 4.0 0 .15 .15 2.1 5 .15 1.2 0 .15 .90 4.1 5 .15 +18.00 +24.00 +27.00 +30.00 +33.00 +36.00 +39.00 +42.00 +45.00 +48.00 +51.00 +54.00 +60.00 +63.00 +66.00 +69.00 +72.00 +75.00 +78.00 +81.00 +84.00 +15.00 +87.00 +12.00 +9.00 +6.00 +3.00 +21.00 0.00 -3.00 -6.00 +57.00 SEM ESCALA DEFINIDA CORTE ESQUEMÁTICO MOCK UP (COMERCIAL) +18.00 +24.00 +27.00 +30.00 +33.00 +36.00 +39.00 +42.00 +45.00 +48.00 +51.00 +54.00 +60.00 +63.00 +66.00 +69.00 +72.00 +75.00 +78.00 +81.00 +84.00 +15.00 +87.00 +12.00 +9.00 +6.00 +3.00 +21.00 0.00 -3.00 -6.00 +57.00 RESIDENCIAL 105m² RESIDENCIAL 85m² (DUPLEX) RESIDENCIAL 80m² LOFT 50m² (DUPLEX) LEGENDA: SEM ESCALA DEFINIDA CORTE ESQUEMÁTICO MOCK UP (TIPO 01) 21.40 11 .45 5.05 13.40 7.90 13 .45 01 02 03 04 05 06 A B C D 03 PM COZINHA 6.13m² ESTAR/ JANTAR 14.19m² A. SERV. 2.29m² QUARTO 01 9.35m² CIRC. 7.48m² BWC 2.79m² ESTAR/ JANTAR 10.70m² CIRC. 5.05m²COZINHA/ A. SERV. 5.67m² COZINHA/ A. SERV. 5.67m² ESTAR/ JANTAR 10.70m² CIRC. 5.05m² N O L S N O L S ESCALA .........................................................................................................1/100 PLANTA BAIXA - PAVTO RESIDENCIAL TIPO 02 ESCALA .........................................................................................................1/100 PLANTA BAIXA - PAVTO RESIDENCIAL TIPO 03 A. SERV. 3.29m² QUARTO 01 11.00m² COZINHA 8.34m² ?????????? 28.80m² ???????????? 6.30m² 03 PM MEZANINO 15.95m² 01 PM CIRC. 2.63m² BWC 2.85m² ???????? 14.39m² QUARTO 02 9.34m² BWC 4.55m² ESTAR/ JANTAR 20.51m² BWC 2.79m² ???????? 14.19m² QUARTO 02 11.00m² CIRC. 2.63m² COZINHA 8.60m² BWC 2.85m² BWC 4.30m² A. SERV. 2.69m² ESTAR/ JANTAR 20.51m² ???????????? 5.77m² 01 JAV SO BE DE SC E 010203040506070809 10 11 12 13 14 15 16 17 A P-11 A P-11 B P -1 2 B P- 12 ANTE ?????? 3.60m²ESCADA 13.08m² 03 PM 02 PM 02 PM 02 PM 02 PM 01 PM 01 PM ???????????? 6.30m² 01 JAV SO BE DE SC E 010203040506070809 10 11 12 13 14 15 16 17 A P-11 A P-11 B P -1 2 B P- 12 01 PM 02 PM 01 PM 15 16 17 13 DESCE VAZIO (PÉ DIREITO DUPLO) V AZ IO (P É DI RE ITO DU PL O) SO BE A. SERV. 2.98m² ???????????? 5.77m² ANTE ?????? 3.60m² 01 PC SO BE ?????????? 28.80m² ESCADA 13.08m² 03 02 PM QUARTO 01 9.34m² COZINHA 5.95m² ESTAR/ JANTAR 14.62m² CIRC. 7.31m² BWC 2.79m² 03 PM PROJEÇÃO DO VAZIO (PÉ DIREITO DUPLO) 01 PM 02 PM 02 SO BE 07 03 PM A. SERV. 2.98m² COZINHA 6.15m² QUARTO 01 9.34m² ESTAR/ JANTAR 14.62m² CIRC. 7.15m² BWC 2.79m² 01 PM 02 PM 03 PM 0506 01 0408 02 01 03 04 SO BE 0605 07 03 PM 08 01 PM SO BE VAZIO (PÉ DIREITO DUPLO) PROJEÇÃO DO VAZIO (PÉ DIREITO DUPLO) PROJEÇÃO DO VAZIO (PÉ DIREITO DUPLO) PROJEÇÃO DO VAZIO (PÉ DIREITO DUPLO) VAZIO (PÉ DIREITO DUPLO) PROJEÇÃO DO PROTETOR SOLAR PROJEÇÃO DO PROTETOR SOLAR 01 PC 01 PC 01 PC 01 02 03 04 05 06 A B C D VAZIO (PÉ DIREITO DUPLO) 06 050708 Prancha EDIFÍCIO MULTIFUNCIONAL HOLANDA Data Orientador Professora Dra. Maisa Dutra Veloso abril/2016 Professor Aldomar Pedrini, PhD Coorientador Conteúdo Endereço do empreendimento 09/16 projetofinal.dwg.dwg Avenida Marize Bastier, Lagoa Nova, Natal-RN Arquivo INDICADAS GIULIANO BEZERRA CALDAS Escala Pavimento Residencial Tipo 02 e Tipo 03 DIVERSIDADE E QUALIDADE AMBIENTAL EM EDIFICAÇÕES VERTICAIS MESTRADO PROFISSIONAL EM ARQUITETURA PROJETO E MEIO AMBIENTE UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE TECNOLOGIA PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO SEM ESCALA DEFINIDA PLANTA BAIXA MOCK UP (RESID. TIPO 03) SEM ESCALA DEFINIDA PLANTA BAIXA MOCK UP (RESID. TIPO 02) 14 09101112 +0.00 +0.00 +0.00 +0.00 +0.00 +0.00 +0.00 +0.00 +0.00 01 JA 01 JA 01 JA 01 JA 01 JA 01 JA 01 JA 01 JA +0.00 +0.00+0.00+0.00 +0.00 +0.00 +0.00 +0.00 +0.00 +0.00 +0.00 +0.00 +0.00 +0.00 ELEV. RESIDEN. ELEV. RESIDEN. ELEV. DE ????????? ELEV. RESIDEN. ELEV. RESIDEN. ELEV. DE ????????? ??????? 3.33m² -0.30 ??????? 3.33m² -0.30 04 PAV 04 PAV 07 JA 08 JA 10 JA 10 JA 09 JA 07 JA 08 JA 09 JA 09 JA 09 JA 11 JA 12 JA 12 JA 12 JA 12 JA 04 PAV 04 PAV 04 PAV ??????? 3.24m² -0.30 ??????? 3.24m² -0.30 ??????? 3.24m² -0.30 01 JA 01 JA 01 JA 01 JA 01 JA 01 JA 01 JA 01 JA 04 02 0106 03050708 04 02 0106 03050708 040201 0603 05 07 08 +0.00 +0.00 +0.00 +0.00 +0.00 +0.00 +0.00 +0.00 +0.00 +0.00 +0.00 +0.00 +0.00+0.00 +0.00+0.00 +0.00 +0.00 +0.00 +0.00 +0.00 +0.00 +0.00 +0.00 +0.00 +0.00+0.00 +0.00 +0.00 .15 2.85 .15 2.70 .30 2.85 .15 2.70 .30 2.78 .15 2.78 .30 2.78 .15 2.85 .15 2.78 .15 2.85 .15 .15 2.4 0 .15 1.5 0 .15 2.4 0 .15 2.4 0 .15 .15 .15 2.4 0 .15 .15 1.50 .15 1.85 .15 1.85 .15 1.85 .155.45.15 .15 2.4 0 .15 .15 2.5 0 .15 3.5 0 .15 1.5 5 .15 3.3 5 .15 1.6 5 .15 .15 .70 .15 3.85 .15 2.90 4.05 .15 4.20 .30 .15 1.5 0 .15 3.5 0 .15 5.0 5 .15 .15 5.85 .15 1.30 .30 2.78 .15 2.78 .30 2.78 .15 2.78 .30 .30 2.78 .15 2.85 .15 2.85 .15 2.85 .15 2.85 .15 .15.152.85.152.85.15.90.151.80.15 3.8 5 .15 1.2 0 .15 .15 3.5 0 .15 5.0 5 .15 .15 2.1 5 .15 1.2 0 .15 .90 4.1 5 .15.15 .15 .15 7.3 5 .15 .15 7.3 5 .15 1.2 0 .15 .15 7.3 5 .15 1.2 0 .15 .15 7.3 5 .15 2.1 5 .15 1.2 0 .15 .90 4.0 0 .15 .15 .15 1.2 0 .15 .15 3.5 0 4.25 1.2 0 .15 1.151 .50 4.25.15 1.4 0 2.1 0 .15 2.85 .15 2.70 .30 2.85 .15 2.70 .30 2.78 .15 2.78 .30 2.78 .15 2.85 .15 2.78 .15 2.85 .15 .15 2.4 0 .15 1.5 0 .15 2.4 0 .15 2.4 0 .15 .15 .15 2.4 0 .15 .15 1.50 .15 1.85 .15 1.85 .15 1.85 .155.45.15 .15 2.4 0 .15 .15 2.5 0 .15 1.9 5 .15 1.5 5 .15 3.3 5 .15 1.6 5 .15 .15 .70 .15 3.85 .15 2.90 4.05 .15 4.20 .30 .15 1.5 0 .15 1.9 5 .15 3.3 5 .15 .15 4.70 .15 4.60 .30 2.78 .15 2.78 .30 2.78 .15 2.78 .30 .30 2.78 .15 2.85 .15 1.65 2.78 1.80 .15.151.80.152.85.15.90.151.80.15 3.8 5 .15 1.2 0 .15 .15 1.4 0 .15 3.3 5 .15 3.8 5 .15.15 .15 .15 7.3 5 .15 .15 8.7 0 .15 .15 8.7 0 .15 .15 7.3 5 1.2 0 .15 .15 1.2 0 .15 .15 3.8 0 .90 1.2 0 4.201 .50 1.4 0 1.9 5 1.00 29.00 1.00 29.00 .15 1.4 0 .15 1.5 5 .15 1.00 .15 .95 1.20 .15 .15 1.9 5 .15 .90 .15 1.2 0 .15 1.05 .15 1.05 .15 1.65 .15 2.85 1.5 5 .15 .15 .15 1.4 0 3.5 5 1.8 0 .15 2.2 2 1.8 0 .15 2.2 2 .15 .15 .15 2.852.78 .15 2.38.151.802.38 .15 1.80 +18.00 +24.00 +27.00 +30.00 +33.00 +36.00 +39.00 +42.00 +45.00 +48.00 +51.00 +54.00 +60.00 +63.00 +66.00 +69.00 +72.00 +75.00 +78.00 +81.00 +84.00 +15.00 +87.00 +12.00 +9.00 +6.00 +3.00 +21.00 0.00 -3.00 -6.00 +57.00 RESIDENCIAL 105m² RESIDENCIAL 85m² (DUPLEX) RESIDENCIAL 80m² LOFT 50m² (DUPLEX) LEGENDA: SEM ESCALA DEFINIDA CORTE ESQUEMÁTICO MOCK UP (TIPO 02) +18.00 +24.00 +27.00 +30.00 +33.00 +36.00 +39.00 +42.00 +45.00 +48.00 +51.00 +54.00 +60.00 +63.00 +66.00 +69.00 +72.00 +75.00 +78.00 +81.00 +84.00 +15.00 +87.00 +12.00 +9.00 +6.00 +3.00 +21.00 0.00 -3.00 -6.00 +57.00 SEM ESCALA DEFINIDA CORTE ESQUEMÁTICO MOCK UP (TIPO 03) RESIDENCIAL 105m² RESIDENCIAL 85m² (DUPLEX) RESIDENCIAL 80m² LOFT 50m² (DUPLEX) LEGENDA: Prancha ??????????????????????????????? Data Orientador Professora Dra. Maisa Dutra Veloso abril/2016 Professor Aldomar Pedrini, PhD Coorientador ???????? ????????????????????? ???? 10/16 projetofinal.dwg Avenida Marize Bastier, Lagoa Nova, Natal-RN Arquivo INDICADAS GIULIANO BEZERRA CALDAS Escala Pavimento Residencial Tipo 04, Pavimento Mirante ?????????????????????????????????????????????????????????? MESTRADO PROFISSIONAL EM ARQUITETURA PROJETO E MEIO AMBIENTE UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE TECNOLOGIA ???????????????????????????????????????????????????? ESCALA ........................................................................................................1/100 PLANTA BAIXA - PAVTO RESIDENCIAL TIPO 04 SEM ESCALA DEFINIDA ????????????????? MOCK UP (TIPO 04) SEM ESCALA DEFINIDA PLANTA BAIXA MOCK UP (RESID. TIPO 04) ESCALA ..............................................................................................1/100 ???????????????????????????????????? 01 JAV SO BE DE SC E 010203040506070809 10 11 12 13 14 15 16 17 ELEV. RESIDEN. 01 PC 01 02 03 04 05 06 A B C D +0.00 ELEV. RESIDEN. SOBE +0.00 RAMPA (i=8,33%) +0.00 ??????? 11.70?? ??????? 16.59?? ??????? 30.81?? -0.30 ?????????? ??? ESCALA .........................................................................................................1/100 PLANTA BAIXA - PAVTO. MIRANTE E RESGATE -0.30 PLATAFORMA DE RESGATE 83.68?? +0.00 +0.40 DECK 23.13?? PEITORIL H=1,40m -0.30 JARDINEIRA JARD. JARDINEIRA -0.30 ANTE ?????? 3.60??ESCADA 13.08?? 01 PC ELEV. DE ????????? A P-11 A P-11 B P -1 2 B P- 12 +0.00 ?????????? ??? +0.00 PEITORIL H=1,10m PE IT OR IL H= 1,1 0m PEITORIL H=1,40m PEITORIL H=1,40m PEITORIL H=1,10m -0.30 ANTE ?????? 3.60??ESCADA 13.08?? 01 PC 01 PC +0.00 +0.00 01 JAV DE SC E 010203040506070809 10 11 12 13 14 15 16 17 ??????????? BOILER 11.00?? +0.00 ???????????????? 8.78?? +0.00 ??????????????????????????????? 68.12?? +0.00 SO BE 05 PM 05 PM 05 PM HALL 16.97?? +0.00 SO BE 05 PM ???????????? SUPERIOR 0.00 B P -1 2 B P- 12 03 PV +0.00 DECK 15.10?? S OB E HIDROMAS. 1.77?? 05 JA 05 JA 05 JA 01 02 03 04 05 06 07 08 01 02 03 04 05 06 07 09 10 11 12 13 14 15 16 ???????????????? ?????????????????????????????????? Superior ESCALA ...............................................................................1/100 PLANTA BAIXA - RESERV. SUPERIOR 1.7 5 .15 1.0 0 .15 9.2 5 .15 1.0 0 10 .70 1.0 0 1.7 5 QUARTO 02 9.34?? MEZANINO 15.95?? BWC 2.79?? QUARTO 02 9.55?? MEZANINO 15.91?? BWC 2.79?? QUARTO 01 9.45?? BWC 2.79?? MEZANINO 10.26?? QUARTO 01 9.45?? BWC 2.79?? MEZANINO 10.26?? QUARTO 02 9.34?? MEZANINO 15.71?? BWC 2.79?? 13 04 15 ???????????? 5.77?? ANTE ?????? 3.60?? ???????????? 6.30?? ESCADA 13.08?? 15 02 10 03 02 04 06 0805 12 09 11 13 ?????????? 28.80?? 17 03 05060708 10 09 11 12 14 16 17 18 07 18 14 16 DESCE DESCE 02 PM DESCE ?????????????????? DUPLO) ?????????????????? DUPLO) VAZIO ?????????????????? VAZIO ?????????????????? ?????????????????? DUPLO) 01 PM 02 PM 01 PM 02 PM 01 PM 01 PM 02 PM 01 PM 02 PM ?????????????????????????? 01 PC 01 PC 01 02 03 04 05 06 A B C D 01 JAV SO BE DE SC E 010203040506070809 10 11 12 13 14 15 16 17 A P-11 A P-11 B P -1 2 B P- 12 15 16 17 13 06 050708 14 09101112 151617 13 0605 07 08 14 09 10 11 12 15 16 17 13 06 050708 14 09101112 ELEV. RESIDEN. ELEV. RESIDEN. ELEV. DE ????????? 07 JA 11 JA 11 JA 11 JA 08 JA 10 JA 10 JA 09 JA +0.00 +0.00 +0.00 +0.00 +0.00 +0.00 +0.00 +0.00 +0.00 +0.00 +0.00 +0.00 +0.00+0.00+0.00 +0.00 +0.00 +0.00 +0.00 +0.00 01 JA 01 JA 01 JA 01 JA 01 JA 01 JA .15 2.85 .15 2.70 .30 2.85 .15 2.70 .30 2.78 .15 2.78 .30 2.78 .15 2.85 .15 2.78 .15 2.85 .15 .15 2.4 0 .15 1.5 0 .15 2.4 0 .15 2.4 0 .15 .15 .15 2.4 0 .15 .15 1.50 .15 1.85 .15 1.85 .15 1.85 .155.45.15 .15 2.4 0 .15 .15 2.5 0 .15 1.9 5 .15 1.5 5 .15 3.3 5 .15 1.6 5 .15 .15 .70 .15 3.85 .15 2.90 4.05 .15 4.20 .30 .15 1.5 0 .15 1.9 5 .15 3.3 5 .15 .15 5.85 .15 5.70 .30 2.93 2.78 .30 2.78 2.93 .30 .30 2.78 .15 .15 2.85 2.78 1.80 .15.151.80.152.85.15.90.151.80.15 3.7 0 .15 1.2 0 .15 .15 1.4 0 .15 3.3 5 .15 3.7 0 .15.15 .15 .15 5.2 0 .15 .15 .15 .15 .15 1.2 0 .15 .15 3.7 0 .90 3.3 5 5.55 3.5 0 1.00 29.00 .15 1.4 0 .15 1.5 5 2.1 0 .15 .90 .15 1.2 0 .15 2.85 .15 2.85 1.5 5 .15 .15 .15 1.4 0 3.5 0 .15 .15 .15 3.5 0 .15 .15 .15 3.5 0 .15 1.5 5 .15 1.80 .15 .90 1.80 1.05 .15 1.05 1.80 .15 2.7 0 2.7 0 .15 3.5 0 .15 1.4 0 .15 3.3 5 .15 6.0 0 1.5 0 6.0 0 .15 3.00 2.85 .15 3.00 2.78 .15 3.00 3.00 .15 2.73 3.05 .15 .15 +18.00 +24.00 +27.00 +30.00 +33.00 +36.00 +39.00 +42.00 +45.00 +48.00 +51.00 +54.00 +60.00 +63.00 +66.00 +69.00 +72.00 +75.00 +78.00 +81.00 +84.00 +15.00 +87.00 +12.00 +9.00 +6.00 +3.00 +21.00 0.00 -3.00 -6.00 +57.00 ????????????????? ????????????????????????? ????????????????? ?????????????????? LEGENDA: 1.00 6.90 13 .45 .15 5.45 .15 1.50 .15 1.85 .15 1.85 .15 1.85 .15 13.40 8.70 10 .70 .15 1.00 .15 7.80 2.00 4.20 3.35 .15 1.00 .15 .15 1.0 0 .15 1.5 0 .30 1.5 0 .30 3.9 5 .15 1.5 5 .15 2.5 5 1.4 0 .15 5.45 .15 1.50 .15 5.85 .15 13.40 .15 5.2 0 .15 1.5 0 .15 2.4 0 .15 9.7 0 .15 13.10 .15 .15 5.2 0 .15 1.5 0 2.5 0 .15 .15 12.80 .15 .15 4.0 5 .15 FORRO DE GESSO FORRO DE GESSO JARDIM INTERNOACADEMIASALÃO DE FESTAS MEZANINO ACADEMIA +18.00 PAVTO COMERCIAL 01 (TIPO 01) BWC HALL ESTAR/JANTAR SUÍTE 01 QUARTO 02 QUARTO 01 ESTAR/JANTAR ESTAR/JANTAR QUARTO 02QUARTO 01 SUÍTE 01 FORRO DE GESSO FORRO DE GESSO FORRO DE GESSO SUÍTE 01 FORRO DE GESSO (TIPO 02) BWC HALL SUÍTE 01 QUARTO 01 ESTAR/JANTAR ESTAR/JANTAR QUARTO 01 FORRO DE GESSOFORRO DE GESSOFORRO DE GESSOFORRO DE GESSO FORRO DE GESSO BWC (TIPO 03) ESTAR/JANTAR BWCHALLESTAR/JANTARESTAR/JANTARESTAR/JANTARHALLBWCESTAR/JANTARHALL FORRO DE GESSO FORRO DE GESSO FORRO DE GESSO FORRO DE GESSO (TIPO 04) BWC BWCHALL HALL HALL HALL HALLBWC BWCBWC FORRO DE GESSO FORRO DE GESSO FORRO DE GESSO FORRO DE GESSO FORRO DE GESSO FORRO DE GESSO FORRO DE GESSO FORRO DE GESSO FORRO DE GESSO FORRO DE GESSO (TIPO 01) BWC HALL ESTAR/JANTAR SUÍTE 01 QUARTO 02 QUARTO 01 ESTAR/JANTAR ESTAR/JANTAR QUARTO 02QUARTO 01 SUÍTE 01 FORRO DE GESSO FORRO DE GESSO FORRO DE GESSO SUÍTE 01 FORRO DE GESSO (TIPO 02) BWC HALL SUÍTE 01 QUARTO 01 ESTAR/JANTAR ESTAR/JANTAR QUARTO 01 FORRO DE GESSOFORRO DE GESSOFORRO DE GESSOFORRO DE GESSO FORRO DE GESSO BWC (TIPO 03) ESTAR/JANTAR BWCHALLESTAR/JANTARESTAR/JANTARESTAR/JANTARHALLBWCESTAR/JANTARHALL FORRO DE GESSO FORRO DE GESSO FORRO DE GESSO FORRO DE GESSO (TIPO 04) BWC BWCHALL HALL HALL HALL HALLBWC BWCBWC FORRO DE GESSO FORRO DE GESSO FORRO DE GESSO FORRO DE GESSO FORRO DE GESSO FORRO DE GESSO FORRO DE GESSO FORRO DE GESSO FORRO DE GESSO FORRO DE GESSO (TIPO 01) BWC HALL ESTAR/JANTAR SUÍTE 01 QUARTO 02 QUARTO 01 ESTAR/JANTAR ESTAR/JANTAR QUARTO 02QUARTO 01 SUÍTE 01 FORRO DE GESSO FORRO DE GESSO FORRO DE GESSO SUÍTE 01 FORRO DE GESSO (TIPO 02) BWC HALL SUÍTE 01 QUARTO 01 ESTAR/JANTAR ESTAR/JANTAR QUARTO 01 FORRO DE GESSOFORRO DE GESSOFORRO DE GESSOFORRO DE GESSO FORRO DE GESSO BWC (TIPO 03) ESTAR/JANTAR BWCHALLESTAR/JANTARESTAR/JANTARESTAR/JANTARHALLBWCESTAR/JANTARHALL FORRO DE GESSO FORRO DE GESSO FORRO DE GESSO FORRO DE GESSO (TIPO 04) BWC BWCHALL HALL HALL HALL HALLBWC BWCBWC FORRO DE GESSO FORRO DE GESSO FORRO DE GESSO FORRO DE GESSO FORRO DE GESSO SALA 01 SALA 02 SALA 03 SALA 04 SALA 05 FORRO DE GESSO FORRO DE GESSO FORRO DE GESSO FORRO DE GESSO FORRO DE GESSO SALA 01 SALA 02 SALA 03 SALA 04 SALA 05 FORRO DE GESSO FORRO DE GESSO FORRO DE GESSO FORRO DE GESSO FORRO DE GESSO SALA 01 SALA 02 SALA 03 SALA 04 SALA 05 FORRO DE GESSO FORRO DE GESSO FORRO DE GESSO FORRO DE GESSO FORRO DE GESSO SALA 01 SALA 02 SALA 03 SALA 04 SALA 05 FORRO DE GESSO FORRO DE GESSO FORRO DE GESSO FORRO DE GESSO FORRO DE GESSO SALA 01 SALA 02 SALA 03 SALA 04 SALA 05 FORRO DE GESSO FORRO DE GESSO FORRO DE GESSO FORRO DE GESSO FORRO DE GESSO SALA 01 SALA 02 SALA 03 SALA 04 SALA 05 FORRO DE GESSO FORRO DE GESSO FORRO DE GESSO FORRO DE GESSO FORRO DE GESSO SALA 01 SALA 02 SALA 03 SALA 04 SALA 05 FORRO DE GESSO FORRO DE GESSO FORRO DE GESSO FORRO DE GESSO FORRO DE GESSO SALA 01 SALA 02 SALA 03 SALA 04 SALA 05 FORRO DE GESSO FORRO DE GESSO FORRO DE GESSO FORRO DE GESSO FORRO DE GESSO SALA 01 SALA 02 SALA 03 SALA 04 SALA 05 FORRO DE GESSO FORRO DE GESSO FORRO DE GESSO FORRO DE GESSO FORRO DE GESSO +21.00 PAVTO COMERCIAL 02 +24.00 PAVTO COMERCIAL 03 +27.00 PAVTO COMERCIAL 04 +30.00 PAVTO COMERCIAL 05 +33.00 PAVTO COMERCIAL 06 +36.00 PAVTO COMERCIAL 07 +39.00 PAVTO COMERCIAL 08 +42.00 PAVTO COMERCIAL 09 +51.00 PAVTO RESIDENCIAL 02 +54.00 PAVTO RESIDENCIAL 03 +57.00 PAVTO RESIDENCIAL 04 +60.00 PAVTO RESIDENCIAL 05 +63.00 PAVTO RESIDENCIAL 06 +66.00 PAVTO RESIDENCIAL 07 +69.00 PAVTO RESIDENCIAL 08 +72.00 PAVTO RESIDENCIAL 09 +75.00 PAVTO RESIDENCIAL 10 +78.00 PAVTO RESIDENCIAL 11 +81.00 PAVTO RESIDENCIAL 12 +45.00 PAVTO RESIDENCIAL 10SALA 01 SALA 02 SALA 03 SALA 04 SALA 05 FORRO DE GESSO FORRO DE GESSO FORRO DE GESSO FORRO DE GESSO FORRO DE GESSO +48.00 PAVTO RESIDENCIAL 01 +12.00 ???????????????? 00.00 ?????? -3.00 SUBSOLO 01 -6.00 SUBSOLO 02 LOJA 03LOJA 02LOJA 01 LOBBY RESIDENCIAL LOBBY COMERCIAL CIRCULAÇÃO DE VEÍCULOS CIRCULAÇÃO DE VEÍCULOSJARDIM JARDIM CALÇADAEMB./DESEMB. ESCALA ......1/100 CORTE AA FORRO DE GESSO FORRO DE GESSO BWC ADAP.HALLRESTAURANTEAUDITÓRIOJARDIM INTERNO FORRO DE GESSOFORRO DE GESSO MEZANINO RESTAURANTE BICICLETÁRIO FORRO DE GESSO FORRO DE GESSO FORRO DE GESSO FORRO DE GESSO FORRO DE GESSO +6.00 PAVTO LAZER +9.00 PAVTO LAZER (MEZANINO) +3.00 PAVTO MEZANINO +15.00 PAVTO CONV. (MEZANINO) CIRCULAÇÃO DE VEÍCULOS CIRCULAÇÃO DE VEÍCULOS PLATAFORMA DE RESGATE JARD. ESPELHO D'ÁGUA ESPELHO D'ÁGUA DECK DECK JARD. ÁREA DESTINA A PLACAS SOLARES E/OU VOLTÁICAS Endereço do empreendimento Corte AA Orientador Coorientador Professora Dra. Maisa Dutra Veloso Professor Aldomar Pedrini, PhD EDIFÍCIO MULTIFUNCIONAL HOLANDA Avenida Marize Bastier, Lagoa Nova, Natal-RN Conteúdo Prancha 11/16 Arquivo projetofinal.dwg Data abril/2016 Escala INDICADAS DIVERSIDADE E QUALIDADE AMBIENTAL EM EDIFICAÇÕES VERTICAIS GIULIANO BEZERRA CALDAS MESTRADO PROFISSIONAL EM ARQUITETURA PROJETO E MEIO AMBIENTE UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE TECNOLOGIA PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO .15 2.5 0 .15 5.5 0 .35 5.8 5 .15 .15 .15 .35 5.5 0 .15 2.8 7 .15 2.8 7 .15 .35 2.5 0 .15 .35 2.5 0 .15 .35 2.5 0 .15 .35 2.5 0 .15 .35 2.5 0 .15 .35 2.5 0 .15 .35 2.5 0 .15 .35 2.5 0 .15 .35 2.5 0 .35 +84.00 MIRANTE E RESGATE +87.00 ?????????????? +89.55 RESERV. SUPERIOR 2.6 5 .35 .15 2.6 5 .35 .15 2.6 5 .35 .15 2.6 5 .35 .15 2.6 5 .35 .15 2.6 5 .35 .15 2.6 5 .35 .15 2.6 5 .35 .15 2.6 5 .35 .15 2.6 5 .35 .15 5.5 0 .35 .15 5.5 0 .35 .15 5.5 0 .35 .15 5.5 0 .35 .15 5.5 0 .35 .15 5.5 0 .35 .15 19 .40 4.1 5 2.8 5 .15 1.4 0 4.1 5 5.0 0 .70 .30 5.0 0 5.0 0 .15 .70 2.8 5 .15 2.8 5 .15 5.5 0 .35 .15 5.5 0 .35 .15 5.5 0 .35 .15 2.5 0 .35 .15 2.5 0 .35 .15 2.5 0 .35 .15 2.5 0 .35 .15 2.5 0 .35 .15 2.5 0 .35 .15 2.5 0 .35 .15 2.5 0 .35 .15 2.5 0 .35 .15 2.5 0 .35 .15 2.5 0 .35 .15 29 .30 .55 .15 5.5 0 .35 .15 5.3 0 .55 .15 2.5 0 .35 .15 2.5 0 .35 .15 5.3 0 .55 .15 2.5 0 .35 .15 1.1 0 1.7 5 .15 1.4 0 ESCALA ................................1/100 FACHADA SUDESTE (TIPO 04) +51.00 PAVTO RESIDENCIAL 02 +54.00 PAVTO RESIDENCIAL 03 +57.00 PAVTO RESIDENCIAL 04 +60.00 PAVTO RESIDENCIAL 05 +63.00 PAVTO RESIDENCIAL 06 +66.00 PAVTO RESIDENCIAL 07 +69.00 PAVTO RESIDENCIAL 08 +72.00 PAVTO RESIDENCIAL 09 +75.00 PAVTO RESIDENCIAL 10 +78.00 PAVTO RESIDENCIAL 11 +81.00 PAVTO RESIDENCIAL 12 +48.00 PAVTO RESIDENCIAL 01 +18.00 PAVTO COMERCIAL 01 +21.00 PAVTO COMERCIAL 02 +24.00 PAVTO COMERCIAL 03 +27.00 PAVTO COMERCIAL 04 +30.00 PAVTO COMERCIAL 05 +33.00 PAVTO COMERCIAL 06 +36.00 PAVTO COMERCIAL 07 +39.00 PAVTO COMERCIAL 08 +42.00 PAVTO COMERCIAL 09 +45.00 PAVTO RESIDENCIAL 10 +15.00 PAVTO CONV. (MEZANINO) +9.00 PAVTO LAZER (MEZANINO) +12.00 PAVTO CONVENÇÕES +84.00 MIRANTE E RESGATE +87.00 ÁREAS TÉCNICAS +89.55 RESERV. SUPERIOR Endereço do empreendimento Fachada Sudeste Orientador Coorientador Professora Dra. Maisa Dutra Veloso Professor Aldomar Pedrini, PhD EDIFÍCIO MULTIFUNCIONAL HOLANDA Avenida Marize Bastier, Lagoa Nova, Natal-RN Conteúdo Prancha 13/16 Arquivo projetofinal.dwg Data abril/2016 Escala INDICADAS DIVERSIDADE E QUALIDADE AMBIENTAL EM EDIFICAÇÕES VERTICAIS GIULIANO BEZERRA CALDAS MESTRADO PROFISSIONAL EM ARQUITETURA PROJETO E MEIO AMBIENTE UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE TECNOLOGIA PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO +6.00 PAVTO LAZER +3.00 PAVTO MEZANINO 0.00 TÉRREO +54.00 PAVTO RESIDENCIAL 03 +51.00 PAVTO RESIDENCIAL 02 +57.00 PAVTO RESIDENCIAL 04 +63.00 PAVTO RESIDENCIAL 06 +60.00 PAVTO RESIDENCIAL 05 +66.00 PAVTO RESIDENCIAL 07 +69.00 PAVTO RESIDENCIAL 08 +72.00 PAVTO RESIDENCIAL 09 +75.00 PAVTO RESIDENCIAL 10 +78.00 PAVTO RESIDENCIAL 11 +48.00 PAVTO RESIDENCIAL 01 +18.00 PAVTO COMERCIAL 01 +27.00 PAVTO COMERCIAL 04 +33.00 PAVTO COMERCIAL 06 +21.00 PAVTO COMERCIAL 02 +24.00 PAVTO COMERCIAL 03 +39.00 PAVTO COMERCIAL 08 +30.00 PAVTO COMERCIAL 05 +36.00 PAVTO COMERCIAL 07 +42.00 PAVTO COMERCIAL 09 +45.00 PAVTO COMERCIAL 10 +15.00 PAVTO CONV. (MEZANINO) +9.00 PAVTO LAZER (MEZANINO) +12.00 ???????????????? +84.00 MIRANTE E RESGATE +87.00 ?????????????? +89.55 RESERV. SUPERIOR ????????????????????? ???? Fachada Nordeste Orientador Coorientador Professora Dra. Maisa Dutra Veloso Professor Aldomar Pedrini, PhD ??????????????????????????????? Avenida Marize Bastier, Lagoa Nova, Natal-RN ???????? Prancha 14/16 Arquivo projetofinal.dwg Data abril/2016 Escala INDICADAS ?????????????????????????????????????????????????????????? GIULIANO BEZERRA CALDAS MESTRADO PROFISSIONAL EM ARQUITETURA PROJETO E MEIO AMBIENTE UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE TECNOLOGIA ???????????????????????????????????????????????????? +6.00 PAVTO LAZER +6.00 PAVTO MEZANINO 0.00 ?????? +81.00 PAVTO RESIDENCIAL 12 ESCALA .....................................1/100 FACHADA NORDESTE +54.00 PAVTO RESIDENCIAL 03 +51.00 PAVTO RESIDENCIAL 02 +57.00 PAVTO RESIDENCIAL 04 +63.00 PAVTO RESIDENCIAL 06 +60.00 PAVTO RESIDENCIAL 05 +66.00 PAVTO RESIDENCIAL 07 +69.00 PAVTO RESIDENCIAL 08 +72.00 PAVTO RESIDENCIAL 09 +75.00 PAVTO RESIDENCIAL 10 +78.00 PAVTO RESIDENCIAL 11 +48.00 PAVTO RESIDENCIAL 01 +18.00 PAVTO COMERCIAL 01 +27.00 PAVTO COMERCIAL 04 +33.00 PAVTO COMERCIAL 06 +21.00 PAVTO COMERCIAL 02 +24.00 PAVTO COMERCIAL 03 +39.00 PAVTO COMERCIAL 08 +30.00 PAVTO COMERCIAL 05 +36.00 PAVTO COMERCIAL 07 +42.00 PAVTO COMERCIAL 09 +45.00 PAVTO COMERCIAL 10 +15.00 PAVTO CONV. (MEZANINO) +9.00 PAVTO LAZER (MEZANINO) +12.00 PAVTO CONVENÇÕES +84.00 MIRANTE E RESGATE +87.00 ÁREAS TÉCNICAS +89.55 RESERV. SUPERIOR +81.00 PAVTO RESIDENCIAL 12 +6.00 PAVTO LAZER +6.00 PAVTO LAZER +6.00 PAVTO LAZER Endereço do empreendimento Fachada Noroeste Orientador Coorientador Professora Dra. Maisa Dutra Veloso Professor Aldomar Pedrini, PhD EDIFÍCIO MULTIFUNCIONAL HOLANDA Avenida Marize Bastier, Lagoa Nova, Natal-RN Conteúdo Prancha 15/16 Arquivo projetofinal.dwg Data abril/2016 Escala INDICADAS DIVERSIDADE E QUALIDADE AMBIENTAL EM EDIFICAÇÕES VERTICAIS GIULIANO BEZERRA CALDAS MESTRADO PROFISSIONAL EM ARQUITETURA PROJETO E MEIO AMBIENTE UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE TECNOLOGIA PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO ESCALA .....................................1/100 FACHADA NOROESTE +54.00 PAVTO RESIDENCIAL 03 +51.00 PAVTO RESIDENCIAL 02 +57.00 PAVTO RESIDENCIAL 04 +63.00 PAVTO RESIDENCIAL 06 +60.00 PAVTO RESIDENCIAL 05 +66.00 PAVTO RESIDENCIAL 07 +69.00 PAVTO RESIDENCIAL 08 +72.00 PAVTO RESIDENCIAL 09 +75.00 PAVTO RESIDENCIAL 10 +78.00 PAVTO RESIDENCIAL 11 +48.00 PAVTO RESIDENCIAL 01 +18.00 PAVTO COMERCIAL 01 +27.00 PAVTO COMERCIAL 04 +33.00 PAVTO COMERCIAL 06 +21.00 PAVTO COMERCIAL 02 +24.00 PAVTO COMERCIAL 03 +39.00 PAVTO COMERCIAL 08 +30.00 PAVTO COMERCIAL 05 +36.00 PAVTO COMERCIAL 07 +42.00 PAVTO COMERCIAL 09 +45.00 PAVTO COMERCIAL 10 +15.00 PAVTO CONV. (MEZANINO) +9.00 PAVTO LAZER (MEZANINO) +12.00 ???????????????? +84.00 MIRANTE E RESGATE +87.00 ?????????????? +89.55 RESERV. SUPERIOR +81.00 PAVTO RESIDENCIAL 12 +6.00 PAVTO LAZER +3.00 PAVTO MEZANINO 0.00 ?????? ????????????????????? ???? Fachada Sudoeste Orientador Coorientador Professora Dra. Maisa Dutra Veloso Professor Aldomar Pedrini, PhD ??????????????????????????????? Avenida Marize Bastier, Lagoa Nova, Natal-RN ???????? Prancha 16/16 Arquivo projetofinal.dwg Data abril/2016 Escala INDICADAS ?????????????????????????????????????????????????????????? GIULIANO BEZERRA CALDAS MESTRADO PROFISSIONAL EM ARQUITETURA PROJETO E MEIO AMBIENTE UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE TECNOLOGIA ???????????????????????????????????????????????????? ESCALA .........................................1/100 FACHADA SUDODESTE Perspectiva 01 - Edifício visto pela Rua Marize Bastier Perspectiva 02 - Edifício visto pela Rua Marize Bastier Perspectiva 03 - Edifício visto pela Rua Des. Carlos Augusto Perspectiva 04 - Edifício visto pela Rua Cel. Luiz Júlio Perspectiva 05 - Vista do passeio interno no pavimento térreo Perspectiva 06 - Vista da praça no pavimento térreo Perspectiva 07 - Vista da praça no pavimento térreo