WM ESPAÇO DE CULTURA E LAZER 1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO Joyce Cristiny de Oliveira Silva ESPAÇO DE CULTURA E LAZER WALTER MAGNO Anteprojeto de Espaço de Cultura e Lazer em Serrinha dos Pintos/RN NATAL/RN 2016 2 Joyce Cristiny de Oliveira Silva ESPAÇO DE CULTURA E LAZER WALTER MAGNO Anteprojeto de Espaço de Cultura e Lazer em Serrinha dos Pintos/RN Trabalho Final de Graduação apresentado ao Curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, sob a orientação do Prof. Dr. Marcelo Bezerra de Melo Tinôco, como requisito à obtenção do grau de Arquiteta e Urbanista. NATAL/RN 2016 4 Joyce Cristiny de Oliveira Silva ESPAÇO DE CULTURA E LAZER WALTER MAGNO Anteprojeto de Espaço de Cultura e Lazer em Serrinha dos Pintos/RN Trabalho Final de Graduação apresentado à banca examinadora do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito para a obtenção do grau em Arquiteta e Urbanista. Aprovado em: ________/________/________. BANCA EXAMINADORA _______________________________________________________ Prof. Dr. Marcelo Bezerra de Melo Tinôco Orientador ______________________________________________________ Profa. Clara Ovídio Avaliador interno – UFRN _______________________________________________________ Arq. Carlos Eduardo Lins Onofre Avaliador externo – Arquiteto e Urbanista 5 AGRADECIMENTOS À Deus, o grande autor e consumador da minha fé, a quem eu dedico toda honra e toda glória. Aos meus pais, melhores amigos e maiores incentivadores, que nunca mediram esforços para investir na educação dos filhos, pelo amor, dedicação e apoio incomensurável em todas as etapas da minha vida. Vocês são meu porto seguro. Essa vitória é nossa! Ao meu esposo, pela compreensão, cuidado, e por todos os conselhos de engenharia. A todos os professores e funcionários do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da UFRN, em especial ao meu orientador Marcelo Tinôco pela amizade, disponibilidade, incentivo, e paciência para me orientar e compartilhar seu conhecimento. A professora Dulce Bentes que acompanhou toda a trajetória de pesquisa, desde o 6º período, referente a este TFG. Por fim, a toda população Serrinhense que me recebeu de braços abertos dos quais o apoio e envolvimento foram essenciais para o desenvolvimento deste trabalho. 6 Serrinha cidade santa “ Quem vive aqui te adora Visita que vem de fora Chegando aqui se encanta [...]” (Padeiro - Poeta da cidade) 7 RESUMO Este trabalho objetiva formular um anteprojeto arquitetônico de um Espaço de Cultura e Lazer, para o município de Serrinha dos Pintos/RN, que ofereça condições da população desenvolver suas atividades artísticas e manter as tradições e a identidade cultural local, aliados ao aproveitamento do potencial turístico da área e melhoria da qualidade de vida dos residentes no município. O interesse surgiu da demanda por espaços destinados a cultura, uma vez que foi constatado no município uma grande quantidade de grupos culturais e a ausência de locais adequados para exercer essas atividades. Para tal, o trabalho divide-se em duas etapas, na primeira recorreu-se a pesquisa bibliográfica, visita a campo com registros fotográficos e conversas informais, em seguida a partir da análise dos dados, tem-se a etapa de projeto que consiste na elaboração da proposta, a partir da utilização de softwares, simulações e plantas técnicas. Palavras-Chave: Espaço de Cultura e Lazer, Centro Cultural, Serrinha dos Pintos (RN). 8 ABSTRACT This study aims to formulate an architectural draft of a culture and recreation space for the city of Serrinha Pintos/RN, offering people the conditions to develop their artistic activities and maintain the their traditions and the local culture, allied with the use of potential tourist and improving the quality of life of city residents. This interest started from the demand for spaces for culture, since it was observed that the city has several cultural groups and doesn‟t have suitable places to perform their activities. To this, the work was divided in two stages, the first was the literature, field visit with photographic records and informal conversations, and then from the data analysis, the phase that consisting in preparation of the proposal, from the use of software, simulations and technical plans. Keywords: Cultural space and recreation, Cultural Center, Serrinha dos Pintos (RN). 9 LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1- Fotos das manifestações culturais mais representativas de Serrinha dos Pintos/RN.................................................................... 17 Figura 2 – Circuito do Pólo Serrano do Alto Oeste Potiguar, com indicação da localização do Município de Serrinha dos Pintos.................................................................................................................................................................................................................................... 18 Figura 3 - Recorte da Sede Urbana de Serrinha dos Pintos com destaque para o terreno escolhido....................................................... 20 Figura 4 – Localização do Município de Serrinha dos Pintos na Região do Alto Oeste Potiguar, com destaque para a localização da Sede Urbana e limites geográficos......................................................................................................................................................................... 24 Figura 5 – Imagem aérea da Sede Urbana de Serrinha dos Pintos com indicação de vias locais e destaque para o terreno a ser trabalhado........................................................................................................................................................................................................................... 25 Figura 6 – Diagrama dos principais objetivos de um centro cultural.................................................................................................................. 32 Figura 7 – Estudo volumétrico para a requalificação dos armazéns da área de intervenção do Porto Novo do Recife com destaque para os dois volumes do Centro Cultural................................................................................................................................................. 37 Figura 8 – Perspectiva ilustrativa da proposta........................................................................................................................................................... 38 Figura 9 – Esquema ilustrativo das duas edificações que compõem o empreendimento............................................................................. 39 Figura 10 – Foto interna do módulo 1 do Centro Cultural Cais do Sertão........................................................................................................ 40 Figura 11 – Perspectiva ilustrativa do módulo 2 e ao lado uma foto do estado atual da obra................................................................... 41 Figura 12 – Corte esquemático com indicação dos módulos cortados.............................................................................................................. 42 Figura 13 – Perspectiva ilustrativa do terraço jardim proposto na cobertura do módulo 2......................................................................... 43 Figura 14 – Vista aérea do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura. Ao fundo, prédio da Caixa Cultural Fortaleza, outro importante centro artístico da cidade.......................................................................................................................................................................... 44 Figura 15 – Passarela que articula os dois blocos.................................................................................................................................................... 45 Figura 16 – Mapa ilustrativo que indica todos os espaços que compõe o Centro Cultural.......................................................................... 47 Figura 17 – Imagem do conjunto edificado com destaque para variações de cobertura............................................................................. 49 Figura 18 – Vista aérea indicando localização do pórtico que emoldura o setor laranja.............................................................................. 50 10 Figura 19 – Fotografia aérea da Sede urbana de Serrinha dos Pintos................................................................................................................ 53 Figura 20 – Imagem indicando relevo acidentado e localização da pequena cidade no fundo de vale................................................... 54 Figura 21 – Imagem indicando os principais acessos, distância em Km e horas da capital Natal............................................................... 55 Figura 22 – Comparação de Serrinha com outros municípios de perfil semelhante...................................................................................... 56 Figura 23 – Recorte que mostra a Sede Urbana de Serrinha dos Pintos com indicação do terreno escolhido além de zoom para mostrar dimensões, desnível e entorno imediato.................................................................................................................................................... 58 Figura 24 – Foto do terreno escolhido........................................................................................................................................................................ 59 Figura 25 – Fotos do entorno do terreno................................................................................................................................................................... 60 Figura 26 – Foto de casas do município de Serrinha dos Pintos com destaque para o elemento tabicão.............................................. 61 Figura 27 – Visual do açude........................................................................................................................................................................................... 71 Figura 28 – Perspectiva ilustrativa da topografia com indicação do movimento de terra para inserção do edifício............................. 72 Figura 29 – Foto da maquete física elaborada na fase de estudos de implantação....................................................................................... 73 Figura 30 – Croqui aquarelado do Espaço Cultural Walter Magno..................................................................................................................... 74 Figura 31 – Indicação de acessos e fluxos.................................................................................................................................................................. 75 Figura 32 – Perspectiva ilustrativa do pavimento térreo......................................................................................................................................... 76 Figura 33 – Perspectiva ilustrativa do pavimento superior..................................................................................................................................... 77 Figura 34 – Perspectiva explodida ilustrativa da cobertura.................................................................................................................................... 78 Figura 35 – Perspectiva explodida dos pavimentos térreo, superior e cobertura............................................................................................ 79 Figura 36 – Perspectiva ilustrativa de Cul-de-sac proposto................................................................................................................................... 81 Figura 37 – Perspectiva ilustrativa da implantação.................................................................................................................................................. 82 Figura 38 – Diagramas - Edifício e Entorno Imediato que nortearam as decisões quanto à implantação do edifício........................... 83 Figura 39 – Foto da maquete física do terreno, indicando topografia e implantação da edificação......................................................... 84 Figura 40 – Resumo da distribuição do sombreamento no terreno durante todo mês considerando vegetação existente e 85 11 implantação da edificação.............................................................................................................................................................................................. Figura 41 – Perspectiva ilustrativa dos pontos analisados com indicação da distribuição os equipamentos e praças.......................... 87 Figura 42 – Cartas solares referentes aos pontos de 1 a 4.................................................................................................................................... 88 Figura 43 – Cartas solares referentes aos pontos de 5 a 8.................................................................................................................................... 89 Figura 44 – Escadaria/Rampa proposta para conectar os platôs......................................................................................................................... 90 Figura 45 – Vista de quem chega ao empreendimento pela Rua Francisco Victor......................................................................................... 91 Figura 46 – Recomendações do Guia Hotel Sustentável Sebrae.......................................................................................................................... 93 Figura 47 – Perspectiva ilustrativa dos elementos que compõem o Brise Tabicão........................................................................................ 94 Figura 48 – Simulação do Brise Tabicão com carta solar resultante................................................................................................................... 95 Figura 49 – Carta solar que indica o sentido dos ventos predominantes.......................................................................................................... 96 Figura 50 – Exemplo de edificação em taipa de pilão que venceu concurso da Trienal de Arquitetura de Lisboa................................ 98 Figura 51 – Taipal metálico a ser utilizado................................................................................................................................................................. 99 Figura 52 – Estrutura parede taipa com pilar metálico........................................................................................................................................... 100 Figura 53 – Detalhe da fundação.................................................................................................................................................................................. 101 Figura 54 – Selador impermeabilizante a ser utilizado........................................................................................................................................... 102 Figura 55 - Detalhe do tipos de drywall a ser empregado.................................................................................................................................... 104 Figura 56 – Laje treliçada proposta.............................................................................................................................................................................. 105 Figura 57 – Detalhes da laje treliçada.......................................................................................................................................................................... 106 Figura 58 – Camadas que compõem as áreas de jardim da cobertura............................................................................................................. 107 Figura 59 – Cobograma a ser utilizado na área do estacionamento.................................................................................................................. 109 Figura 60 – Piso intertravado nas duas cores a serem utilizadas na calçada e passeios................................................................................ 110 Figura 61 – Piso intertravado emborrachado Copacabana da marca Apecto Decora a ser utilizado no playground e ATI................ 111 Figura 62 - Piso intertravado emborrachado Copacabana da marca Apecto Decora a ser utilizado no playground e ATI................ 112 Figura 63 – Manta vinílica a ser utilizada na área do Skate Park.......................................................................................................................... 113 12 Figura 64 – Madeira plástica a utilizada na área do deck contemplativo.......................................................................................................... 114 Figura 65 – Grama esmeralda a ser utilizada nas forrações.................................................................................................................................. 115 Figura 66 – Perspectiva externa da edificação proposta........................................................................................................................................ 116 Figura 67 – Perspectiva geral da proposta................................................................................................................................................................. 117 Figura 68 – Perspectiva externa – visual de quem chega ao Espaço de Cultura e Lazer WM..................................................................... 118 Figura 69 – Perspectiva externa – entrada principal e vista da Rua Francisco Victor...................................................................................... 119 Figura 70 – Perspectiva praça vida saudável............................................................................................................................................................. 120 Figura 71 - Perspectiva praça vida saudável – academia da terceira idade...................................................................................................... 121 Figura 72 – Perspectiva praça do brincar................................................................................................................................................................... 122 Figura 73 – Perspectiva praça do brincar – xadrez e dama gigantes................................................................................................................. 123 Figura 74 – Perspectiva praça do brincar – playground......................................................................................................................................... 124 Figura 75 – Perspectiva praça do brincar – playground 2..................................................................................................................................... 125 Figura 76 – Perspectiva praça do brincar................................................................................................................................................................... 126 Figura 77 – Perspectiva praça do brincar – espaço para jogos de mesa........................................................................................................... 127 Figura 78 – Perspectiva praça radical.......................................................................................................................................................................... 128 Figura 79 – Perspectiva praça radical – skate park.................................................................................................................................................. 129 Figura 80 – Perspectiva praça radical – área de multiplo uso............................................................................................................................... 130 Figura 81 – Perspectiva praça radical – skate park.................................................................................................................................................. 131 Figura 82 – Perspectiva praça das águas.................................................................................................................................................................... 132 Figura 83 – Perspectiva praça das águas.................................................................................................................................................................... 133 Figura 84 – Perspectiva praça das águas – escadaria/rampa e jardineira/tóten com informações turísticas........................................... 134 Figura 85 – Perspectiva praça das águas – piscina adaptada............................................................................................................................... 135 Figura 86 – Perspectiva noturna do Espaço de Cultura e Lazer Walter Magno............................................................................................... 136 13 LISTA DE TABELAS E QUADROS Quadro 1 – Resumo das relações programáticas de um centro cultural........................................................................................................... 34 Quadro 2 – Comparativo de referencias.................................................................................................................................................................... 51 Quadro 3 – Estratégias recomendadas para cada tipo de habitações em Areia/RN – 623m...................................................................... 63 Quadro 4 – Resumo das prescrições urbanísticas.................................................................................................................................................... 64 Quadro 5 – Indicativo de recuos para áreas próximas a lago ou lagoa natural.............................................................................................. 67 Tabela 1 – Programa de necessidades....................................................................................................................................................................... 69 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 16 2 REFERENCIAL TEÓRICO 27 2.1 A CULTURA E O TURISMO COMO DIMENSÕES DO LAZER 27 2.2 CENTROS CULTURAIS: CONCEITUAÇÃO, ATRIBUIÇÕES E OBJETIVOS 30 3 REFERENCIAL EMPÍRICO 36 3.1 CENTRO CULTURAL CAIS DO SERTÃO – PE 36 3.2 CENTRO CULTURAL DRAGÃO DO MAR – CE 44 3.3 RESUMO DAS REFERÊNCIAS 50 4 CONDICIONANTES DO PROJETO 52 4.1 CONHECENDO O MUNICÍPIO 52 4.2 CONDICIONANTES FÍSICAS 57 4.3 CONDICIONANTES AMBIENTAIS 60 4.4 CONDICIONANTES LEGAIS 63 5 PROGRAMA E PRÉ-DIMENSIONAMENTO 68 6 O PROJETO 70 7 RENDERS 116 8 CONSIDERAÇÕES FINAIS 137 REFERÊNCIAS 139 16 1 INTRODUÇÃO como um componente de primeira importância no tocante às necessidades e expectativas da população serrinhense em relação RIMAS SEM ESPAÇO a projetos de estruturação urbana na sede do município. “Todo projeto começa com a suposição de que existe uma Identificou-se também, que apesar do pequeno contingente atividade humana para a qual um espaço ou, mais populacional, o município de Serrinha dos Pintos apresentava genericamente, um artefato, deve ser criado para que essa atividade seja desenvolvida” (MAHFUZ, 1995, p. 69). uma grande quantidade de grupos culturais tais como grupo de capoeira, dança, teatro, xaxado, repentistas e a Banda Marcial. tema deste trabalho final de graduação se refere a Mas, apesar de ter sido verificada a existência de todas essas Ou m projeto arquitetônico de um Centro de Cultura e modalidades culturais, constatou-se uma total escassez de lazer para o município de Serrinha dos Pintos/RN. A estrutura, tanto urbana quanto edilícia, para realização adequada motivação pelo tema surgiu como resultado de uma pesquisa dessas atividades. Verificou-se que para realizar ensaios, reuniões [SILVA, 2014], realizada junto a população no município, durante e até mesmo as apresentações, os artistas recorriam a casas de a disciplina de Planejamento e Projeto urbano 06, na qual se familiares, salão paroquial e ao ginásio poliesportivo, conforme buscou conhecer os componentes de um programa de visto na figura 1. necessidades para projetos de estruturação urbana na sede do município de Serrinha dos Pintos. Assim, ao final da pesquisa constatou-se a hipótese de que os componentes correspondiam às dimensões da cultura, do lazer e das atividades turísticas. Entretanto, com destaque para a questão cultural, que se revelou 17 Figura 1- Fotos das manifestações culturais mais representativas de Serrinha dos Pintos/RN. Fonte: Jiliardo Queiroz, 2013. Nota: Adaptado pela autora. Em segundo plano, porém não menos importante, verificou-se na informal, contando com a boa vontade da população local, que referida pesquisa, questões relacionadas a pouca oferta de muitas vezes torna-se “guia turístico", pois não há um posto de equipamentos de lazer voltados para o dia-a-dia dos moradores informação nem políticas públicas que orientem o visitante na e equipamento de lazer ligados ao turismo ecológico, de trilhas, utilização desses locais. Essa constatação, faz aumentar a MotoCross e bicicross, que são comuns no município, mas que relevância de se trabalhar no Espaço de Cultura e lazer ambientes não estão inseridas no Planejamento local; ocorrendo de maneira que favoreçam a estruturação e aproveitamento de tal questão, 18 uma vez que a região encontra-se no eixo do chamado Pólo condições para garantir o sucesso da interiorização do turismo. Serrano do Alto Oeste Potiguar (ver figura 2) e pode agregar Figura 2 – Circuito do Pólo Serrano do Alto Oeste Potiguar, com indicação da localização do Município de Serrinha dos Pintos. Fonte: Secretaria de Turismo do Rio Grande do Norte. 2008. Nota: Adaptado pela autora. Nessa perspectiva, o programa de necessidades resultante da capoeira, salas de música, sala de teatro, sala de dança e sala pesquisa definiu componentes de cunho artístico e cultural: sede para banda marcial; além de componentes de lazer relativos ao do SERRART (grupo de artistas locais), sala para grupo de cotidiano dos moradores tais como: academia para terceira idade, 19 piscinas adaptadas, playground, espaço para jogos de mesa e necessidades apontadas pelos moradores nos itens anteriores (ver telão para filme; contando por fim com componentes voltados à figura 3). atividade turística: sede de turismo, tonténs informativos e mirantes. Assim, em virtude do pequeno porte do município e dos parcos recursos, não faria sentido trabalhar um equipamento exclusivo para cada necessidade apontada. Dessa forma, ao final da pesquisa (SILVA, 2014) fez-se uma busca por terrenos livres com dimensões que pudessem conter esses elementos. Foram catalogados 4 espaços, porém relacionando configurações espaciais com percepções sociais, o espaço livre 4 se destacou em termo de critérios como um espaço prioritário a ser tratado e estruturado, uma vez está mais próximo do centro, por possuir melhor inserção urbana, cobertura vegetal, pela visual do açude Walter Magno, um elemento de grande representatividade local, e por possuir dimensões que possibilitam a este terreno ter condições de uma forma mais imediata de abrigar o conjunto de 20 Figura 3 - Recorte da Sede Urbana de Serrinha dos Pintos com destaque para o terreno escolhido. Fonte: Produção da autora a partir de base do Scribblemaps, 2013 Considerando essa trajetória de pesquisa, e o interesse em dar Dessa forma, a ideia principal do projeto de um Espaço de continuidade aos estudos no município de Serrinha dos Pintos, Cultura e lazer no âmbito do TFG é buscar a multifuncionalidade optamos por desenvolver o projeto de um Espaço de Cultura e mais do que o uso exclusivo, inserindo elementos que considerem Lazer, tendo como referencia inicial, a pesquisa citada as demandas sócio espaciais já mencionadas, de forma a criar um anteriormente e o programa de necessidades dela resultante. ambiente de múltiplos usos, onde se possa atender a demanda imediata por um local destinado às atividades culturais e ao 21 mesmo tempo se ofereça opções de lazer. Visando incentivar a Dessa forma, abordar tal temática é uma forma de contribuir para cultura, identidade e memória artística local, aliadas a promoção enfrentar o principal problema relacionado aos espaços públicos de maior urbanidade e qualidade de vida para a população de Serrinha dos Pintos: a existência de grupos artísticos e a serrinhense. Além da potencialização da atividade turística a partir ausência desses espaços. Soma-se a isto, a questão da ausência de uma infra estrutura favorecendo a interiorização do turismo e de infra-estrutura para dar suporte às atividades de lazer e seu aproveitamento como fonte de renda para a população turísticas, visto que, o município, apesar de dispor de residente. Pensando neste novo espaço público como indutor de equipamentos de lazer de pequeno porte, apresentar uma momentos de descontração, vivência, reconhecimento, prazer e, quantidade relativa de pequenas praças em sua malha urbana e ao mesmo tempo, conscientizando a população de que possuir um Terminal Turístico não dispõe de espaços públicos indiferente da classe socioeconômica, o lazer é um direito de significativos destinadas ao lazer efetivamente público e, todos. principalmente, de edificações projetadas para disseminação/uso Isto posto, tratar o tema da proposição de espaços para da cultura e aproveitamento do seu potencial turístico. realização de atividades de cultura, lazer e turismo é uma forma Ressalta-se que os espaços existentes, embora de caráter público, de enfrentar a grande carência que o município de Serrinha dos não se apresentam como tal para a população local. Uma vez Pintos apresenta conforme constatou-se na pesquisa (SILVA, que, o Terminal constitui-se hoje, muito mais um centro de lazer 2014). Tal constatação revela a insuficiente intervenção do poder do que de informações turísticas, além de ser um espaço público público quanto à implantação de equipamentos que supram as com caráter privado, pois como só possui o Bar e Restaurante, necessidades dos expressivos grupos culturais do município. inibe o uso daqueles que não vão consumir. Além disso, a 22 existência de barreiras físicas fixas(como é o caso dos batentes e Tem-se como justificativa final a relevância que enquanto um ausência de rampas) e temporárias(como é o caso da novo projeto adequado as necessidades locais, traria uma apropriação pelos carros das áreas de passeio utilizando-as como mudança na relação entre as pessoas e os espaços públicos do estacionamento), limitam o acessos de portadores de município, tornando-se um componente importante no seu necessidades especiais e idosos. No caso das praças, a venda de desenvolvimento. Além de contribuir para a produção acadêmica bebidas nos quiosques tem se tornado um grave problema, pois na área de projeto e ser uma forma de retribuição social para o além de restringir o uso de crianças no local, a colocação de município com o qual tenho grande relação afetiva. mesas e cadeiras e até churrasqueiras, obstruem os passeios e Levando em consideração o que foi exposto, o presente trabalho criam barreiras para o cadeirante e para pessoas com dificuldade toma como objeto de estudo o anteprojeto de um espaço de locomoção como os idosos. multifuncional relacionado às atividades artísticas e de lazer. Essas questões evidenciam a necessidade de tratar espaços para a Sendo assim, o objetivo principal deste trabalho é desenvolver um população serrinhense, garantindo-lhes condições de desenvolver anteprojeto arquitetônico de um espaço multifuncional para o suas atividades artísticas e manter as tradições e a identidade município de Serrinha dos Pintos, visando à estruturação de cultural local. É preciso transversalizar a cultura por todas as áreas espaços para a realização de atividades de cultura e lazer. da vida em comunidade, ampliando conhecimentos, estimulando Para atingir tal objetivo, tornou-se necessário o estabelecimento criatividades e oferecendo condições de o desenvolvimento de alguns objetivos específicos, dentre eles estão: criar espaços pessoal e social humano de forma crítica e democrática. multifuncionais, os quais atendam as demandas de cultura e lazer da população, considerando as diversas faixas etárias; propor 23 espaços acessíveis considerando as estatísticas da síndrome de Victor e a “Rua do Terminal Turístico” – nomenclatura local dada a SPOAN predominantes no município; conhecer os condicionantes rua sem identificação formal. legais e ambientais do terreno delimitado e identificar estratégias bioclimáticas para o clima serrano. O universo de estudo é o terreno situado na sede urbana do município de Serrinha dos Pintos, limitado pela Rua Francisco 24 Figura 4 – Localização do Município de Serrinha dos Pintos na Região do Alto Oeste Potiguar, com destaque para a localização da Sede Urbana e limites geográficos. Fonte: Base cartográfica IBGE (2006). Nota: Adaptado pelo autor. 25 Figura 5 – Imagem aérea da Sede Urbana de Serrinha dos Pintos com indicação de vias locais e destaque para o terreno a ser trabalhado. Fonte: Produção da autora a partir de base do Scribblemaps, 2013. Por fim, no que diz respeito à estrutura, o trabalho se define em bibliográfica baseada em precedentes arquitetônicos relacionados etapas de pesquisa e projeto. Para pesquisa, o caminho ao uso de cultura e lazer utilizados, para dar melhor metodológico adotado inicia-se com o desenvolvimento do embasamento à proposta. referencial teórico que tem por objetivo compreender a cultura e Na segunda etapa, para a elaboração do projeto, será organizada o turismo como dimensões do lazer além de abordar a uma análise dos resultados da pesquisa (SILVA, 2014), a partir do conceituação, atribuições e objetivos dos centros culturais. Em qual serão definidos condicionantes projetuais, programação seguida, será desenvolvido o referencial empírico, com pesquisa 26 arquitetônica, estudos preliminares, desenvolvimento de soluções para proposta e representação gráfica. Além disso, recorreu-se a visitas à campo, registros fotográficos, consulta à base de mapas, legislação e à pesquisa realizada no município durante o 8° período (SILVA, 2014). 27 2 REFERENCIAL TEÓRICO ligado à renovação da força de trabalho e das obrigações cotidianas; o divertimento remete-se ao entretenimento, aos 2.1 A CULTURA E O TURISMO COMO DIMENSÕES DO LAZER esportes, ao jogo, às viagens e implica no rompimento do ritmo de vida diária; já o terceiro “D” corresponde ao desenvolvimento este tópico, realizar-se-á uma abordagem com N da personalidade de cada indivíduo. Estas funções interagem enfoque no sentido e na importância do lazer, entre si, embora uma se sobreponha à outra em determinados entendendo suas articulações com a cultura e turismo momentos: como elemento fundamental da vida social urbana. Estas funções são solidárias, estão sempre intimamente unidas Apesar de existirem muitas definições e visões de teóricos sobre o umas às outras, mesmo quando parecem opor-se entre si. Na verdade, essas funções acham-se presentes, em graus variados, Lazer, o conceito mais difundido no Brasil foi o defendido por em todas as situações e em relação a todos os indivíduos; podem Dumazedier (1973, p. 34): suceder-se ou coexistir; manifestar-se uma de cada vez, ou simultaneamente, na mesma situação de lazer. (DUMAZEDIER, 1974, p. 34). Um conjunto de ocupações às quais o indivíduo pode entregar- se de livre vontade, seja para repousar, seja para divertir-se, No contexto da coletividade, as atividades de lazer cotidianas recrear-se, entreter-se ou, ainda para desenvolver sua informação ou formação desinteressada, sua participação social voluntária ou proporcionam outros dois fatores importantes à sociedade: o sua livre capacidade criadora após livrar-se ou desembaraçar-se bem estar e a vivência lúdica, elementos indispensáveis para das obrigações profissionais, familiares e sociais. construção da sociabilidade, criatividade e desenvolvimento do Para Dumazedier (1979), o Lazer ainda apresenta três funções cidadão. Dessa forma, o lazer pode ser compreendido como uma que são interligadas - os chamados “3 Ds do Lazer”, a saber: ferramenta de educação, através da qual é possível a descanso, divertimento e desenvolvimento. O descanso está 28 compensação da desigualdade social a partir do crescimento e dialéticas com as necessidades, os deveres e as obrigações, especialmente com o trabalho produtivo (GOMES, 2004, p. 125). evolução individual e, consequentemente, coletivo (MARCELLINO, Assim, para a autora Christianne Gomes, “o lazer por um lado 2007). pode contribuir para o mascaramento das contradições sociais, Muitos autores brasileiros vêm problematizando o conceito de mas por outro, pode representar uma possibilidade de Dumazedier, trazido para o Brasil na década de 70 do século questionamento e resistência à ordem social injusta e excludente passado, não desconsiderando suas importantes contribuições, que predomina em nosso meio” (GOMES, 2004, p. 125). mas ampliando o olhar sobre o fenômeno. Merece destaque o Dessa forma, sendo o Lazer, dimensão da Cultura, o indivíduo conceito de Marcellino (1990, p. 31) que o entende tanto poderá ser produtor quanto consumidor desta, o que como cultura – compreendida em seu sentido mais amplo – resulta na ampliação do significado do lazer, que não se limita a vivenciada (praticada ou fruída) no „tempo disponível‟. O importante como traço definidor, é o caráter „desinteressado‟ conjuntos de ocupações, como Dumazedier (1979) defende, uma dessa vivência. Não se busca, pelo menos fundamentalmente, outra recompensa além da satisfação provocada pela situação. A vez que o termo ocupação está intimamente ligado a trabalho, „disponibilidade de tempo‟ significa possibilidade de opção pela afazeres e ofício; e o lazer se enquadra exatamente no oposto a atividade prática ou contemplativa (MARCELLINO, 1990, p. 31). isto. Nessa perspectiva, outro conceito que merece destaque, considera: Isto posto, trata-se neste trabalho do termo cultura em seu sentido amplo, ou seja, como um “conjunto de modos de fazer, Lazer como uma dimensão da cultura constituída por meio da vivência lúdica de manifestações culturais em um tempo/espaço ser, interagir e representar que, produzidos socialmente, conquistado pelo sujeito ou grupo social, estabelecendo relações 29 envolvem simbolização e, por sua vez, definem o modo pelo qual informação e ao conhecimento; já o interesse social estaria ligado a vida social se desenvolve” (MARCELLINO, 1996). as atividades que objetivam a sociabilização e por fim, os turísticos, se direcionam a viagens e a tudo que resulte mudança Assim: do cotidiano. o acesso à cultura é pois, um instrumento essencial de cidadania, um meio indispensável de valorização pessoal e social, de criação No que concerne ao Turismo, ressalta-se que este deve ser de riqueza e emprego caracterizando-se a cultura como uma entendido segundo CAMARGO (2003) e MARCELLINO (1996), ordem do desenvolvimento territorial que pode contribuir significativamente para a redução das assimetrias regionais e que consideram o Turismo como uma das dimensões do Lazer e induzir ganhos de competitividade (MARCELLINO, 2007, p. 36). defendem que ambos apresentam elementos comuns, tais como Soma-se a isso, o componente “interesse”, que, segundo este a busca pelo prazer, a liberdade de escolha e a liberalidade. autor Dumazedier, no lazer, é de ordem vária, a saber: artístico, manual, físico-desportivo, intelectual e social (DUMAZEDIER, 1974, Camargo (2003, p. 26) classifica as práticas de lazer, destacando, p. 101). Onde posteriormente, Camargo (2003, p. 18) inseriu o inclusive, as atividades turísticas que têm esta característica como turístico nessa categorização. sendo um interesse cultural dos indivíduos que buscam, por meio do Turismo, mudança de passagem, ritmo e estilo de vida, além O interesse artístico está relacionado a atividades como teatro, de afirmar que este “é tido como uma das mais nobres cinema, dança e artes plásticas; já o manual caracteriza-se por expressões de lazer” (CAMARGO, 2003, p. 90). aquilo que está ligado à transformação de elementos da natureza; os físico-desportivos, às atividades esportivas em geral; as atividades de ordem intelectual estão ligadas à ciência, à 30 Assim, o Turismo e o Lazer são fenômenos entrelaçados, onde promovem o conhecimento, tanto global quanto regional, que é entende-se que toda forma de Turismo é uma modalidade de o diferencial para o crescimento qualitativo de qualquer lazer, dessa forma, um só acontece no âmbito do outro. sociedade (MILANESI, 1997). E é por meio dessa visão diferenciada de mundo que a evolução e o desenvolvimento de O que se sabe é que ambos os fenômenos citados anteriormente cada indivíduo e consequentemente, do local em que ele reside, – Cultura, Lazer e Turismo – são garantidos como direitos do são impulsionados. indivíduo pela Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. O Lazer e a Cultura, por meio dos Artigos 6º e 227º, os 2.2 CENTROS CULTURAIS: CONCEITUAÇÃO, ATRIBUIÇÕES E quais asseguram que é um direito social, tal como a educação e o OBJETIVOS trabalho, sendo dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o egundo Coelho (2004, p.166), na contemporaneidade, a direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à S primeira expressão a que se recorreu para designar oprofissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade lugar em que se oferece a possibilidade de se produzir ou e à convivência familiar e comunitária. E o Turismo, pelo Artigo consumir diferentes modalidades culturais foi casa de cultura. 180º, o qual afirma que a União, os Estados, o Distrito Federal e Expressão vulgarizada na França, no final da década de 1950, que os Municípios devem promover e incentivar o turismo como fator consistia em territórios de cultura cuja proposta era a de desenvolvimento social e econômico. democratização, a fim de enfrentar as primeiras tendências de Diante deste contexto, nota-se que o lazer aliado ao processo mercantilização da cultura. De acordo com o autor a partir da cultural e as atividades turísticas, exercem um papel fundamental: década de 1970 começam a ser utilizados os termos centro que 31 denomina espaços nucleares que concentram atividades culturais sentido, Milanesi (1997, p. 28) defende que não existe um modelo e, logo em seguida, espaço, expressão mais abrangente que pré-definido de centro cultural, mas sim bases que permitem engloba uma grande variedade de edifícios, desde os mais diferenciá-lo de edifícios com outros usos: amplos e públicos àqueles privados e por vezes pequenos, como [...] é a reunião de produtos culturais, a possibilidade de discuti- bares e restaurantes. los e a prática de criar novos produtos. O público é formado pelos que exercitam a criatividade e pelos criadores potenciais – Nessa perspectiva, a autora Pinto (2012, p.63) afirma que os ou, em outras palavras, todos. Quem entra num centro cultural Centros Culturais, de um modo geral, consistem em deve viver experiências significativas e rever a si próprio e suas relações com os demais [...] equipamentos de propriedade estatal, cooperativa ou, em raros Estas atividades têm por objetivo desenvolver a herança cultural casos, privada, uma vez que costumam tratar de instituições sem de uma determinada sociedade, fomentar a valorização do fins lucrativos. Apresentam estrutura de uso coletivo, onde são patrimônio histórico e da educação, bem como conscientizar a realizadas oficinas e exposições de música, literatura, dança, população de que o lazer e o aprendizado são direito de todos, teatro e artes plásticas, dentre outras manifestações artístico- independente de classe social (SILVA et al., 2009 apud PINTO et culturais. al., 2012). Além de possuir ambientes destinados à exposição e O que se vê na atualidade, principalmente nas cidades do interior contemplação das diversas expressões artístico/culturais, um do nordeste do Brasil (como ocorre em Serrinha dos Pintos), é centro cultural, deve também funcionar como laboratório de que as autoridades não têm oferecido espaços públicos criação ao oferecer atividades e espaços voltados para o ensino, adequados de integração da educação, lazer e arte para que como ateliês e cursos das mais variadas tipologias artísticas. Neste 32 todos usufruam das manifestações culturais existentes em suas discutir e criar, forem incorporados ao seu projeto arquitetônico e cidades. Esta adversidade acarreta deficiência nos processos de à sua gestão, conforme figura abaixo. formação intelectual (no seu significado mais abrangente) dos Figura 6 – Diagrama dos principais objetivos de um centro cultural. cidadãos. Assim sendo, faz-se necessário, por parte do Poder Público através de programas participativos, encontrar novos estímulos para a atenuação de diversos problemas sociais, que podem vir, por exemplo, dos centros de cultura e criatividade. De acordo com Pinto et al. (2012), essas ações podem gerar Fonte: Produção própria da autora (2016) a partir da metodologia de Milanesi oportunidade e permitir que os cidadão vivam em uma sociedade (1997). mais igualitária, em busca da inclusão sociocultural. Assim, segundo Milanesi (apud RAMOS, 2007), se dá, nestes Segundo Milanesi (1997), as atividades do que se entende por espaços, o ciclo da ação cultural: centros culturais contemporâneos não devem se limitar ao tentar “o público tem acesso às informações, as elabora e discute para, atender apenas à demanda rotineira dos cidadãos, mas sim, finalmente, criar seu próprio discurso, expressá-lo por meio de diversas linguagens expressivas e, sempre que possível, registrá-lo buscar sempre novas formas de enxergar a sociedade, refletir e se para possibilitar uma ação cultural contínua e permanente.” (MILANESI apud RAMOS, 2007 p. 8-9) expressar perante esta, assim a provocação e o estímulo devem ser elementos sempre presentes nas práticas dos usuários. Desta feita, informar consiste no objetivo primordial dos centros Milanesi (1997) discorre ainda que os objetivos de um centro de cultura, seja por meio do acesso a livros, internet ou até cultural são fundamentalmente atendidos se os verbos: informar, mesmo espaços multimídia, em espaços como por exemplo: 33 teatros de arena, bibliotecas, cinemas, museus, áreas de discutir). A criação consiste no resultado da interação entre a exposições, dentre outros ambientes semelhantes informação e a discussão, através do conhecimento de uma funcionalmente. problemática e da discussão de hipóteses para transformação, As atividades referentes ao verbo discutir surgem para romper a gerando novas ideias e propostas (NEVES, 2013). O atendimento absorção passiva das informações a partir de ambientes como aos objetivos do verbo criar pode ser materializado por espaços espaços de convivência, salas de reuniões, pátios, auditórios, como ateliês, bem como por oficinas de arte voltadas para entre outros, que possibilitam oportunidades para conversas profissionais e/ou aprendizes. reflexões e críticas. O quadro a seguir apresenta um resumo da relação das principais Já o verbo criar se apresenta indispensável em um centro cultural, atividades atribuídas a um centro cultural, seus objetivos e pois sua aplicação dá sentido aos outros dois verbos (informar e possíveis ambientes que podem fazer parte do programa de necessidades de edifícios desta tipologia. 34 Quadro 1 - Resumo das relações programáticas de um centro cultural. Fonte: Produção própria da autora (2016) a partir da metodologia de Milanesi (1997). Por fim, Neves (2013) relata que além desses espaços para tais como cafés, lojas e restaurantes; além de jardins, bancos, atividades básicas, o centro cultural deve conter em seu praças e fontes de água que atraem a atenção do observador. programa, funções secundárias que dão suporte às funções Assim, um centro cultural deve funcionar com atividades principais, como espaços de apoio e serviço, através de permanentes, ocasionais e itinerantes, servindo como um dependências administrativas, almoxarifado, reservas técnicas e instrumento para circulação de bens culturais destinados a sanitários. públicos variados. Aliado a isto, como de acordo com Coelho (2004) a visitação a Isto posto, entende-se que os Centros Culturais com seu caráter um centro cultural é considerada uma atividade turística de curta libertário e questionador, podem servir como elementos duração, o autor recomenda que ao centro sejam acopladas potenciais para revitalizar laços sociais, promover a criatividade e outras iniciativas que motivem uma permanência mais duradoura, criar condições para que ocorram as práticas culturais. Essa ação, 35 ou ações, devem, portanto, democratizar o acesso à criação e coletivo, por meio da experiência criativa, coletiva e de contato facilitar o acesso à produção da cultura objetivando propiciar aos com a arte. usuários uma melhor percepção sobre si mesmos e sobre o 36 3 REFERENCIAL EMPÍRICO Cais do Sertão, ao contrário, foi desenhado para ser uma referência e, acima de tudo, uma construção a serviço de seu 3.1 CENTRO CULTURAL CAIS DO SERTÃO – PE conteúdo”, assinala o arquiteto. Centro Cultural Cais do Sertão é em um equipamento Oarquitetônico de autoria do escritório Brasil Arquitetura - dos sócios Francisco Fanucci e Marcelo Ferraz - lançado em dezembro de 2014, onde parte do seu conteúdo é destinado a uma homenagem ao Rei do Baião, Luiz Gonzaga, figura emblemática da cultura nordestina. O equipamento faz parte de em uma série de requalificações realizadas na zona portuária da cidade de Recife dentro do projeto Operação Urbana Porto Novo, concentra-se em um terreno com área igual a 10.238,50m² e sua área total construída corresponde a 7.580,20m². Segundo Marcelo, o Cais do Sertão tem como principal premissa, reconectar o porto com a cidade e ser um marco arquitetônico do Recife, atraindo visitantes locais, de todo o País e do exterior. “Existem projetos que são feitos para desaparecer na paisagem. O 37 Figura 7 – Estudo volumétrico para a requalificação dos armazéns da área de intervenção do Porto Novo do Recife com destaque para os dois volumes do Centro Cultural. Fonte: . 38 Figura 8 – Perspectiva ilustrativa da proposta. Fonte: . O centro cultural, com 7.500m², se divide em duas edificações – um vão livre de aproximadamente 25m, com uma abertura Módulo 1 e Módulo 2. No Módulo 1(2.000m2) há um museu com circular na sua parte central que permitiu a inserção de um os espaços para conhecimento do sertão e do Rei do Baião Luiz Juazeiro, um de elemento extrema relevância para a identidade Gonzaga, através de acervo físico e intervenções tecnológicas. do projeto, por onde se dá o acesso principal. Também foram projetados mezaninos de concreto armado, com grandes vãos livres e balanços de modo a manter o nível térreo o mais aberto possível, já que será utilizado como área de exposições. O edifício possui ainda uma estrutura diferenciada que é uma grande marquise em concreto protendido, formando 39 Figura 9 – Esquema ilustrativo das duas edificações que compõem o empreendimento. Fonte:. Nota: Adaptado pela autora. Chama atenção o fato de no interior do Módulo 1, dividindo os em consonância com a arquitetura do prédio. No que concerne espaços, existir um sulco tortuoso no piso, preenchido por seixos a estrutura, o módulo 1 foi construído em concreto armado, com e com iluminação especial, que representa o Rio São Francisco, cobertura metálica, para remeter as características do armazém demonstrando uma preocupação especial dos arquitetos quanto originalmente existente no local, dessa forma, faz alusão a identidade visual do centro cultural valorizando elementos da volumétrica a um galpão que foi demolido. cultura do sertão nordestino e unindo arcaismo e modernidade, 40 Figura 10 – Foto interna do módulo 1 do Centro Cultural Cais do Sertão. Fonte: . Já o módulo 2 (5,5 mil m2), ainda em construção, compreende Artesanato de Pernambuco. Neste módulo encontram-se o um prisma envolto por cobogós com traços contemporâneos, auditório, as salas para oficina, restaurante, café e espaços de porém regionalistas, em frente à Torre Malakoff, onde encontra- convivência. se o núcleo de circulação vertical, banheiros no térreo e primeiro Em relação aos materiais, sua característica principal é não pavimento, até a fachada sul do edifício, vizinho ao Centro de apresentar um revestimento final, como reboco ou pintura. O 41 pigmento é adicionado ainda no caminhão betoneira, antes da material diferenciado são a Caixa e o Útero, nos quais foram aplicação do chamado concreto pigmentado, que faz referência a utilizados 640m² de aço do tipo Corten, que apresenta, em uma pedra do Sertão do Piauí . Além de uma pele de cobogós, média, resistência três vezes maior à corrosão que o aço comum. criados especialmente para o equipamento, com linhas livres que As paredes são estruturais, ou seja, dispensam a solução representam ao mesmo tempo a renda, a terra trincada e a visão estrutural tradicional em pórticos de pilares e vigas. do sertanejo da galhada na caatinga. Outros espaços com uso de Figura 11 – Perspectiva ilustrativa do módulo 2 e ao lado uma foto do estado atual da obra. Fonte: . 42 O Centro Cultural Cais do Sertão apresenta um vasto programa térreo, um grande vão garantirá a permeabilidade do edifício, de necessidades que se distribui linearmente ao longo do prédio possibilitando uma vital interação social e a integração visual com com bastante legibilidade garantindo-lhe formato pavilionar e a Torre Malakoff. O corte esquemático abaixo ilustra melhor a longilíneo com espaços amplos e vãos generosos com distribuição espacial linear e a relação entre os dois módulos. capacidade para receber um grande público. Além disso, no Figura 12 – Corte esquemático com indicação dos módulos cortados. Fonte: .Nota: Adaptado pela autora. 43 Por fim, é válido mencionar que foi proposto como cobertura do paisagem do recife antigo e do mar, além de atuar como um módulo 2, um terraço jardim com 1.477,40m² que funcionará importante elemento de equilíbrio térmico interno do edifício. como mirante e restaurante, de onde será possível desfrutar da Figura 13 – Perspectiva ilustrativa do terraço jardim proposto na cobertura do módulo 2. Fonte: . 44 Em virtude do contraste formal e da brusca relação de escala com bairro, democratizar o acesso à cultura, gerar novos empregos e o entorno edificado, o equipamento foi alvo de duras críticas, movimentar o mercado turístico cearense. visto que o projeto apresenta desconformidade com o contexto legal e urbano local e com as técnicas contemporâneas de Figura 14 – Vista aérea do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura. Ao fundo, intervenção no ambiente construído de valor patrimonial, o prédio da Caixa Cultural Fortaleza, outro importante centro artístico da cidade. projeto tem na disposição funcional e na sua curadoria criativa e dinâmica os seus maiores trunfos. 3.2 CENTRO CULTURAL DRAGÃO DO MAR – CE Centro Cultural Dragão do Mar, projetado pelos Oa rquitetos Delberg Ponce e Fausto Nilo, situa-se noCentro Histórico da cidade de Fortaleza-CE, teve sua obra concluída em 1999 e foi concebido para exercício do lazer e da arte, com objetivo de auxiliar o processo de requalificação do Fonte: Google Earth 2014 45 O equipamento que soma uma área construída de 14.500m², está para integrar o exterior com o interior da edificação. Além disso, implantado em dois quarteirões que somados possuem uma área chama atenção o fato do estacionamento ser distribuído em de 30.000m² e fazem a integração com os antigos casarões do diversas áreas do complexo, permitindo ao usuário estacionar entorno, que agora funcionam como bares e restaurantes. mais próximo da área a ser visitada. O Centro Cultural foi projetado em dois blocos, interligados por uma passarela metálica aliados a acessos múltiplos, contribuindo Figura 15 – Passarela que articula os dois blocos. Fonte: . O programa de necessidades conta com diversos equipamentos salas de cinema do Cinema do Dragão - Fundação Joaquim vinculados com atrações como o Memorial da Cultura Cearense, Nabuco, o Anfiteatro Sérgio Mota, um Auditório e o Planetário o Museu de Arte Contemporânea, o Teatro Dragão do Mar, as Rubens de Azevedo, além de livrarias, biblioteca, áreas de apoio, 46 salas polivalentes. Possui também espaços abertos para toda a população como: Praça Verde Historiador Raimundo Girão, Espaço Rogaciano Leite, Espaço sob o Planetário, Praça Almirante Saldanha e etc. 47 Figura 16 – Mapa ilustrativo que indica todos os espaços que compõe o Centro Cultural. Fonte: . 48 O sistema estrutural adotado utiliza concreto nas vedações e estrutura metálica. A opção por este sistema possibilitou grandes aberturas e predominância dos vazios em relação aos cheios, garantindo leveza a alguns blocos. As coberturas metálicas são sempre aparentes em tonalidade marrom, semelhantes a cor da telha colonial tradicional e apresentam forte inclinação, entretanto no conjunto formado pelo cinema, teatro e auditório os telhados possuem quatro águas, diferentemente do bloco onde fica o Memorial da Cultura cearense em que a cobertura apresenta apenas duas água. Há ainda o volume esférico da cúpula do planetário, que se sobressai no entorno edificado. 49 Figura 17 – Imagem do conjunto edificado com destaque para variações de cobertura. Fonte: . Outro elemento de grande representatividade do complexo é a funciona como rampa, ligando o bloco do planetário à passarela presença de um arco com pórticos em repetição que emoldura metálica. todo o conjunto do setor laranja, apresentando uma parte que 50 Figura 18 – Vista aérea indicando localização do pórtico que emoldura o setor monumental, utilização de cores como o vermelho das laranja. passarelas, além da utilização de materiais como aço e vidro. A implantação do edifício naquela área gerou uma forte especulação imobiliária que estimulou o aparecimento de bares, restaurantes e boates. Estas novas atividades contribuíram para consolidar a Praia de Iracema hoje, como o maior pólo de turismo de Fortaleza. Convém mencionar ainda, que o Centro Cultual Dragão do Mar, se consolidou como espaço público de fruição, lazer e consumo cultural da cidade, atingindo não somente as classes de maior poder aquisitivo, possibilitando a Fonte:. Nota: Adaptado pela autora. econômicos e culturais, sobretudo nos espaços de circulação. Apesar de em todo Centro Cultural existirem elementos que 3.3 RESUMO DAS REFERÊNCIAS garantem a unidade do conjunto arquitetônico: os grandes volumes, as superfícies brancas, as coberturas marrons inclinadas pós a apresentação e análise dos exemplares da e a articulação com passarelas metálicas, observa-se que a arquitetura cultural selecionados faz-se necessário uma composição resultante destaca o complexo do contexto urbano A avaliação comparativa entre eles a fim de destacar os onde está inserido e cria uma contraste visual a partir da escala 51 principais pontos observados e os aspectos que podem vir a ser estratégias bioclimáticas e no atendimento as funções considerados no processo de concepção do centro cultural em fundamentais de um centro cultural (informar; discutir e criar) de Serrinha dos Pintos. acordo com Milanesi (1997), abordadas anteriormente no capítulo O quadro abaixo apresenta a avaliação que buscou se concentrar 2 deste trabalho. nos aspectos: inserção no contexto urbano, resolução formal, Quadro 2 – Comparativo de referencias Fonte: Produção da autora. 52 Dessa forma, conhecer suas relações programáticas, disposição seus os aspectos históricos, geográficos e demográficos, em espacial, materiais, resultados formais e demais aspectos seguida, será exposto um estudo da área de intervenção, no qual construtivos foram de fundamental importância para as etapas constam localização do terreno, caracterização do entorno e seus seguintes. Por fim, através do estudo desses projetos, pode-se aspectos físicos. Em continuidade serão apresentados os aspectos compreender o quanto a inserção de um equipamento voltado ambientais. Por fim, serão apresentadas as condicionantes legais, para a cultura e lazer são valorizados, bem aceitos e amplamente onde constarão todas as prescrições legais cabíveis à área de utilizados pela população. estudo e ao uso proposto. 4 CONDICIONANTES DO PROJETO 4.1 CONHECENDO O MUNICÍPIO este capítulo serão apresentadas informações gerais a os últimos anos do século XVIII, o Tenente-Coronel Nr espeito do município e as condicionantes relativas ao NA gostinho Pinto de Queiroz decidiu estabelecer moradia nas terreno, que influenciaram diretamente o terras vizinhas à Serra de Martins, terras estas que eram de desenvolvimento da proposta arquitetônica, sendo seu estudo posse do Município de Portalegre (RN), assim como as de necessário para alcançar uma solução projetual adequada ao todos os demais municípios que hoje compõem a Região do Alto ambiente no qual o equipamento está inserido. Oeste Potiguar. Dessa forma, surgiu então, o povoado de Primeiramente, será apresentado um panorama geral para Serrinha dos Pintos. Em decorrência dos frequentes casamentos conhecimento do município de Serrinha dos Pintos, abordando consanguíneos, foi identificada a propagação de uma doença 53 genética denominada síndrome de Spoan ou A toponímia do município, é resultante da referência de simplesmente SPOAN (acrónimo de Spastic paraplegia, optic comparação entre a serra de menor porte, onde fica hoje a sede atrophy, and neuropathy). As pessoas em que esta doença se urbana, e a grande Serra de Martins, localizada nas suas manifesta sofrem atrofia do sistema nervoso e ficam paralíticas. O vizinhanças. Daí o nome Serrinha (serra pequena), que se junta, que revela uma necessidade ainda maior de inserir no projeto do na linguagem popular, ao vinculo que a localidade traz do Espaço de Cultura e Lazer equipamentos destinados a este “patriarca” Agostinho Pinto de Queiroz. Assim, originou-se o público. nome definitivo de Serrinha dos Pintos. Figura 19 – Fotografia aérea da Sede urbana de Serrinha dos Pintos. Fonte: . 54 Com área territorial de 123 km², 23.5 °C de temperatura média Figura 20 – Imagem indicando relevo acidentado e localização da pequena cidade no fundo de vale. anual, 66% de umidade relativa média anual, 2.700 horas de insolação, período chuvoso de janeiro a junho e ventos alísios provenientes da direção sudeste, a pequena cidade limita-se com os municípios de Portalegre, Francisco Dantas, Antônio Martins, Martins e Pau dos Ferros. A sede de Serrinha dos Pintos tem uma altitude média de 615 m (ver figura 19) e encontra-se em uma área de vale, em que o turismo, motivado pela geografia das serras é uma realidade, o que lhe confere potencial de promover Fonte: Produção própria da autora a partir de base do Scribblemaps, 2013. e incentivar esta atividade como fator de desenvolvimento social e econômico (figura 20). Suas coordenadas 06°06‟36,0” de latitude sul e 37°57‟21,6” de longitude oeste, distam Serrinha da capital cerca de 385 km, sendo seu acesso, efetuado através da rodovia pavimentada BR-304, BR-226 e RN-117 (ver figura 21). 55 Figura 21 – Imagem indicando os principais acessos, distância em Km e horas da capital Natal. Fonte: Produção própria da autora a partir de base do Googlemaps, 2013. Durante muitos anos a pequena cidade esteve isolada dos de Nossa Senhora da Salete, edificada em terreno doado pelos grandes eixos viários, ficando a margem das principais rodovias; proprietários Raul Galdino e Maria Pereira, antigos moradores do só recentemente foi inaugurado o trecho da RN-117 que liga município. Entende-se, pois, que, a sua ocupação e povoamento Serrinha dos Pintos à BR-226. ocorreram em função da implantação de atividades de criação de Após um crescimento extremamente lento e sempre pautado gado e de cultivo de subsistência de milho, feijão e mandioca. numa economia baseada nas atividades agrícola e de pecuária, a Essas características são responsáveis por parte dos habitantes de cidade só veio mesmo a surgir no final da primeira metade do Serrinha dos Pintos dependerem constantemente de um centro século XX – 1942, pela Lei n° 6.492. Esse episódio é caracterizado, maior, no sentido de troca de bens e prestação de alguns segundo os moradores mais antigos, pela construção da Capela serviços, sobretudo aqueles de saúde e bancários, mas também 56 de educação (superior), de comércio etc. Como exemplos de políticas públicas necessitam estar agregadas no sentido de centros maiores aos quais essa pequena cidade se liga, pode-se reverter o quadro visualizado no diagnóstico. destacar Martins(distando 7km). Figura 22 – Comparação de Serrinha com outros municípios de perfil semelhante. Segundo o censo de (IBGE/2010), a população total residente é de 4.540 habitantes, dos quais 2.293 são do sexo masculino e 2.247 do sexo feminino, sendo que 2.404 vivem na área urbana e 2.136 na área rural. Da população total, apenas 2.596 são alfabetizados e a densidade demográfica é de 37,02 hab/km2. É possível perceber uma baixa qualidade de vida, quando no ranking de desenvolvimento, Serrinha dos Pintos está em 78º lugar no estado (78/167 municípios) e em 3.994º lugar no Brasil (3.994/5.561 municípios). Fato este comprovado, quando se observa a quantidade de pessoas abaixo da linha da pobreza, o alto índice de desemprego que culminam com um IDH (Índice de desenvolvimento humano)=0,637 - abaixo do índice médio, configurado em 0,705. Fonte: O Índice de Desenvolvimento Humano permite uma análise . prévia da qualidade de vida na região, sendo indicador de que as 57 4.2 CONDICIONANTES FÍSICAS omo já foi dito anteriormente na introdução deste Ct rabalho, o terreno escolhido localiza-se na sede urbana do município de Serrinha dos Pintos/RN, na Rua Francisco Victor, via de principal acesso ao município, e dista 170m da Praça central da Igreja (Praça Walentin Guinter). Possui formato quase retangular, com testada frontal e posterior de 65, lateral esquerda de 89m e lateral direita de 91m, totalizando uma área de 5.970m². Apresenta boa cobertura vegetal e encontra-se as margens do Açude Walter Magno, que desde 1986 abastece o município e constitui-se um elemento de grande representatividade para a vida dos serrinhenses. Quanto à topografia, o terreno apresenta um desnível de 3m, sendo o nível mais alto na testada da Rua Francisco Victor e o mais baixo as margens do açude, como mostra a figura abaixo. 58 Figura 23 – Recorte que mostra a Sede Urbana de Serrinha dos Pintos com indicação do terreno escolhido além de zoom para mostrar dimensões, desnível e entorno imediato. Fonte: Produção própria da autora a partir de base do Scribblemaps, 2013. 59 Figura 24 – Foto do terreno escolhido. Fonte: Acervo da autora, 2015. Seu entorno é composto, além do açude, por lajedos, residências barreira para a visual do açude, está fora das normas de unifamiliares e pela Praça Raul Galdino, que apesar de estar em acessibilidade, e demandaria um custo alto para ser restruturado. ótimo estado de conservação, funciona apenas como um elemento escultórico no contexto urbano, uma vez que não apresenta mobiliários, equipamentos ou quaisquer atrativos para viabilizar seu uso. Há no terreno um Terminal Turístico, que não será considerado no projeto, visto que além de constituir-se uma 60 Figura 25 – Fotos do entorno do terreno. RESIDENCIAS UNIFAMILIARES PRAÇA RAUL GALDINO LAJEDOS TERMINAL TURÍSTICO Fonte: Acervo da autora, 2015. O gabarito, no entorno imediato do terreno, é 4.3 CONDICIONANTES AMBIENTAIS predominantemente de um pavimento (térreo), com algumas edificações de dois pavimentos, que não oferecem, portanto, or se tratar de uma cidade pequena, sem registros grandes influências de sombreamento ou configuram áreas de climáticos, as condicionantes ambientais são baseadas na bloqueio à ventilação. P visita à cidade em períodos diferentes do ano, entrevistas 61 a moradores locais, consulta à NBR 15220-3 (ABNT, 2005) e figura 26), que regulam a passagem do vento e o sombreamento. dissertação de mestrado de Pacheco (PACHECO, 2016). Quase todos os moradores plantam árvores nas calçadas das As visitas foram realizadas em junho e dezembro de 2015. A casas, revelando a intencionalidade de proteger a edificação da situação recorrente é a necessidade de sombra e ventilação radiação solar, favorecer o resfriamento do ar além de propiciar durante o dia, sendo que à noite ocorrem períodos de sombra, visto que é comum a prática de sair para conversar na desconforto ao frio. É comum a utilização de marquises e de calçada durante as tardes. venezianas horizontais móveis de madeira do tipo tabicão (ver Figura 26 – Foto de casas do município de Serrinha dos Pintos com destaque para o elemento tabicão. Fonte: Produção própria da autora a partir de base do Scribblemaps, 2013. 62 De acordo com os moradores, a sensação térmica é agradável na dissertação de (PACHECO, 2016), que determinou as durante todo o ano, sendo dezembro o mês mais quente. Dessa recomendações bioclimáticas para o RN, inclusive para os climas forma, tem-se como princípios básicos de acordo com a serranos. população local aliadas a visão técnica, a utilização de elementos Destaca-se inicialmente que o clima serrano é diferente do clima que possibilitem o controle das aberturas, a opção por pinturas quente e seco, sobretudo pela alta ocorrência de desconforto ao nas cores claras que minimizam o aquecimento interno da frio à noite e de madrugada, e alta ocorrência de conforto habitação, a adoção de artifícios de proteção solar que garantam térmico durante o dia. Há uma menor dependência do sombreamento tais como beirais e marquises, além do uso da desempenho interno em relação às estratégias bioclimáticas, vegetação como aliado na filtragem dos ventos e da poeira, que devido ao clima mais ameno. além de proteger as fachadas da insolação direta tornando-se um Assim, os resultados da dissertação demonstram que é possível elemento de fundamental importância para o conforto térmico da obter 100% de horas de ocorrência de conforto térmico em três edificação. tipos diferentes de edificações, como geminada, isolada no lote As recomendações para a zona bioclimática 7, de acordo com a de forma compacta e isolada no lote com muita área de NBR 15220, são voltadas para as regiões de clima quente e seco, envoltória. As recomendações são vedações pesadas com baixo predominante no interior do Rio Grande do Norte. Desde a fator de calor solar (obtido com baixa transmitância térmica e/ou introdução da norma, em 2005, foram evidenciadas limitações, baixa absortância) ou sombreadas, controle da ventilação natural, uma vez que não é sensível à influência da altitude e não e das aberturas conforme quadro 3. Essas recomendações reconhece os climas serranos do RN. A discussão é aprofundada convergem para as práticas construtivas locais. 63 Quadro 3 – Estratégias recomendadas para cada tipo de habitações em Areia/RN – 623m. Fonte: (PACHECO, 2016). 4.4 CONDICIONANTES LEGAIS referentes à acessibilidade contidas na NBR 9050, normas de saídas de emergência NBR 9077, o Código de Segurança Contra m virtude do município de Serrinha dos Pintos não Incêndio e Pânico do Rio Grande do Norte e ao Código Florestal. Ep ossuir Plano diretor, nem leis urbanísticas pontuais, a O Planto diretor é um instrumento básico da política de exemplo de lei de parcelamento, uso do solo ou desenvolvimento urbano sustentável do Município e tem como perímetro urbano, definiu-se juntamente com o orientador, objetivo o pleno desenvolvimento das funções sociais e utilizar a legislação e as normas contidas no Plano Diretor de ambientais da cidade e da propriedade, garantindo um uso justo Natal e no Código de Obras do RN. Bem como as normas e ecologicamente equilibrado do território, de forma a assegurar 64 a todos os seus habitantes, condições de qualidade de vida, bem Como o projeto em questão trata de um equipamento voltado estar e segurança. para o público, é imprescindível que arquitetonicamente seja Dessa forma, no que concerne ao Plano Diretor de Natal, foram acessível a todos os grupos de pessoas, conforme já havia sido considerados os parâmetros para terreno em Zona de identificado anteriormente. Com esse objetivo, o projeto Adensamento Básico, assim em relação ao coeficiente de englobou os padrões e critérios estabelecidos pela NBR aproveitamento, gabarito, taxa de ocupação, taxa de 9050(2015) conforme tópicos abaixo: permeabilidade do solo e recuos da edificação foram adotados os  Parâmetros Antropométricos índices conforme quadro abaixo. Largura mínima para circulação de pessoas em cadeira de rodas: Quadro 4 – Resumo das prescrições urbanísticas. - 0,90 para uma pessoa em cadeira de roda; - 1,20 a 1,50m para uma pessoa e 1 pedestre; - 1,50 a 1,80m para duas pessoas em cadeira de rodas. Área de manobra sem deslocamento para pessoas em cadeira de rodas: - 1,20 x 1,20m para rotação de 90º; - 1,50 x 1,20m para rotação de 180º; - ø 1,50m para rotação de 360º.  Sinalização Fonte: Plano Diretor de Natal, 2007. 65 - O símbolo internacional de acesso deve ser aplicado em áreas e - A largura mínima recomendável para escadas acessíveis é de vagas de estacionamento para veículos. 1,50m;  Acessos Circulações  Vagas de estacionamento - Para pessoas em cadeira de rodas é preferencial o - Devem ter espaço adicional com no mínimo 1,20m de largura deslocamento em linha reta. quando afastada da faixa de travessia de pedestres. - Desníveis de até 5mm não demandam tratamento especial; - Quando afastadas da travessia de pedestres, devem conter - Desníveis entre 5 e 15mm usar rampa de inclinação máxima de espaço adicional para circulação de cadeira de rodas e estar 50%.; associadas à rampa de acesso à calçada. - Degraus (desníveis superiores a 15mm) e escadas fixas devem - Devem estar localizadas de modo a evitar a circulação entre estar associados à rampa ou a equipamento de transporte veículos. vertical. - O número de vagas para estacionamento de veículos que - Recomenda-se áreas de descanso: a cada 50m, para piso com conduzam ou sejam conduzidos por pessoas com deficiência até 3% de inclinação, a cada 30m, para piso com até 5% de deve ser de 1 vaga reservada quando o estacionamento possuir inclinação e nos patamares de rampas, a cada 50m de percurso. de 11 a 100 vagas e 1% quando o número de vagas for superior - As rampas devem ter inclinação entre 6,25 e 8,33%, admitindo- a 100. se o máximo de 12,5% para situações excepcionais.  Sanitários e Vestiários Escadas: - Quando de uso público devem ter no mínimo 5% do total de - A dimensão do espelho deve ser inferior a 18cm e superior a cada peça instalada acessível, respeitada no mínimo 1 de cada. 16cm; 66 - As dimensões mínimas para o boxe de bacia sanitária acessível ao pé direito, os ambiente de uso prolongado devem ter no são 1,50 x 1,70m; e para os boxes de chuveiro de 0,90m x 0,95m. mínimo 2,80 m, e os de uso transitório 2,40 m de altura. - Devem seguir os parâmetros da norma quanto a instalação dos Quanto às recomendações das Normas de Prevenção e Combate móveis sanitários e acessórios, bem como das áreas de circulação, a Incêndio e Pânico, do Corpo de Bombeiros do Rio Grande do transferência, aproximação e alcance. Norte (A Lei n.º 4.436/1974), o equipamento em função do uso e Para dimensionar as aberturas, baseou- se no item do Código de ocupação está inserido no grupo de Reunião Pública classificação obras, elemento que objetiva a garantia de que o espaço que de acordo com Instrução Técnica nº 14/2011 - Carga de edificado siga padrões de qualidade que satisfaçam as condições incêndio nas edificações e áreas de risco - possui carga de mínimas de segurança, conforto, higiene e saúde dos usuários. incêndio igual a 300 MJ/m², risco A. Este preconiza as dimensões e áreas mínimas para cada Dessa forma, como a edificação possui área construída superior a compartimento de uma edificação de uso residencial, comercial 750m², os dispositivos de proteção indicados são: prevenção fixa ou serviços. (hidrantes), prevenção móvel(extintores de incêndio), sinalização, Além de estabelecer, quanto a iluminação e aeração dos escada convencional e instalação de hidrante público. ambientes, que ambientes de uso prolongado devem ter Em virtude do terreno em estudo encontrar-se as margens de um aberturas mínimas igual a 20% da sua área de piso, enquanto os açude, foi consultado o novo Código Florestal (Lei 12.651), que de uso temporário necessitam apenas de aberturas mínimas igual estabelece uma faixa de recuo de 30 metros para terreno em área a 10% da área de piso do referido ambiente, não podendo urbana, como área de preservação permanente, além de definir entretanto, ser essa área de abertura inferior a 0,24 m². Quanto que a vegetação existente nessas áreas não poderá ser suprimida. 67 Quadro 5 – Indicativo de recuos para áreas próximas a lago ou lagoa natural. Fonte: Código Florestal, 2012. 68 5 PROGRAMA E PRÉ-DIMENSIONAMENTO apresentando a área mínima que cada ambiente necessita para a realização de suas respectivas atividades. O programa resultante programa de necessidades resultou principalmente totalizou 1.340m² e contém elementos relativos à cultura, ao lazer Od a pesquisa realizada junto à população do e ao turismo conforme tabela abaixo. município, durante a disciplina de Planejamento e Projeto urbano 06 (SILVA, 2014), mencionada anteriormente, e foi complementado a partir do referencial teórico, onde foram acrescidas as áreas de apoio, visto que o programa resultante da pesquisa já abarcava os principais objetivos de um centro cultural (informar, discutir e criar) e dos estudos de referencia, que agregaram ao projeto um terraço jardim além de elementos de proteção solar. Desta feita, o programa de necessidades constitui-se na compilação das informações apresentadas nos dois primeiros tópicos deste trabalho. Ou seja, é proveniente das recomendações concedidas pelos teóricos aliadas a leitura técnica e aos desejos dos moradores, futuros usuários do espaço. A partir do programa de necessidades, foi desenvolvido o pré - dimensionamento dos espaços que compõem o Espaço cultural, 69 Tabela 1 – Programa de necessidades. Fonte: Elaborado pela autora, 2016. 70 6 O PROJETO Esses dois níveis analogicamente correspondem ao conceito e ao partido arquitetônico. Dessa forma, o conceito é a intenção ste capítulo apresenta a descrição da proposta abstrata que o projetista almeja passar com sua obra, enquanto Ea rquitetônica desenvolvida, abordando os principais que o partido arquitetônico consiste nas decisões projetuais que aspectos, que, reunidos, constituem o produto final deste serão aplicadas para alcançar o objetivo do conceito. TFG. Assim, serão apresentados aqui os seguintes itens: conceito Nessa perspectiva, o conceito do projeto em questão está e partido arquitetônico, resolução volumétrica, implantação, relacionado à intenção abstrata que se pretende passar com a aspectos relativos ao conforto ambiental, aspectos técnico- obra do complexo cultural e define-se como “Eixo das Águas”, construtivos e por fim, serão apresentadas imagens da maquete que revela a intenção de conectar, valorizar e evidenciar a digital do projeto do Espaço de Cultura e Lazer Walter Magno, existência do açude que á tantos anos abastece o município de para ilustrar melhor a proposta. Serrinha dos Pintos. Para tal, o partido arquitetônico adotado tem como princípio CONCEITO E PARTIDO ARQUITETÔNICO estruturante a criação de um espaço aberto e fluido que convide e acordo com a interpretação feita da teoria de Elvan à entrada do usuário, ao movimento, ao percurso, através da DS ilva, o projeto arquitetônico consiste em dois níveis criação de eixos visuais e caminhos que permitam a coexistentes: o plano da proposta propriamente dita, contemplação da paisagem circundante, da área de vale e do ou seja, da essência, que envolve a categoria da criatividade; e o açude Walter Magno, incorporando esses elementos ao espaço plano da comunicação, representado no plano material da forma. proposto e estimulando o usuário a permanecer nele. Além de evitar a criação de barreiras visuais na paisagem que impliquem 71 na perda da permeabilidade do conjunto e no bloqueio à visual consiste em um das principais potencialidades do terreno. da paisagem, devendo-se, ao contrário, explorá-la, visto que Figura 27 – Visual do açude. Fonte: Acervo da autora, 2016. 72 O VOLUME liberar a visual do açude. Entretanto, em função da topografia do terreno apresentar um desnível de 3m foi possível aproveitá-la efinido o conceito e o partido da proposta e para a criação de um pavimento inferior semienterrado no solo. D consideradas as condicionantes legais, físicos, Assim, a proposta resultou em dois blocos lineares sobrepostos, o ambientais, e programa de necessidades, partiu-se superior com pé direito de 4m, e parte sobre pilotis e o inferior para o estudo da proposta física, formal. 3m semienterrado conforme ilustram a figura 28 e foto da A definição do volume teve como premissa a criação de uma maquete física desenvolvida durante a etapa de estudos de edificação que dialogasse com o entorno, respeitando a realidade implantação (figura 29). local e a escala do município. Assim, a primeira decisão tomada foi em relação ao gabarito onde ficou estabelecido que a edificação seguiria a horizontalidade do entorno, além do fato de Figura 28 – Perspectiva ilustrativa da topografia com indicação do movimento de terra para inserção do edifício. Fonte: Elaborado pela autora a partir do software Sketchup, 2016. 73 Figura 29 – Foto da maquete física elaborada na fase de estudos de implantação. Fonte: Elaborado pela autora, 2016. Para impedir a criação de grandes caixas pesadas sobre o permeabilidade visual das vedações. Outro detalhe que quebra a terreno, foram propostos vazios que subtraem o volume criando previsibilidade do prisma é o sacamento da laje da cobertura que um grande mezanino que se abre para a paisagem natural, aliado além de criar uma grande área de convívio sombreada no térreo, a inserção de brises móveis corrediços que possibilita a criação de está sustentada por um pilar metálico em espiral, uma releitura movimento nas fachadas, deixando-as mais leves e permeáveis, das árvores a beira do açude, que consiste em um elemento de garantindo transparência e efeitos de iluminação nos ambientes destaque que trás ao edifício legibilidade e identidade visual, internos, que acentuam a relação entre interior e exterior dada a conforme ilustra figura 30. 74 Figura 30 – Croqui aquarelado do Espaço Cultural Walter Magno. Fonte: Elaborado pela autora a partir do software Lumion, 2016. O edifício oferece três opções de acesso, duas no nível do pavimento térreo, onde o acesso se dá através da grande pavimento superior, por meio da entrada principal voltada para a abertura proporcionada pela porta de vidro tipo camarão (ver Rua Francisco Victor, e a outra por meio de uma rampa que liga o figura 31). Dessa forma, dentro da edificação foi proposta uma edifício as áreas comuns externas. E a terceira, no nível do circulação linear, seguindo a recomendação da NBR 9050(2015). 75 Figura 31 – Indicação de acessos e fluxos. Fonte: Elaborado pela autora a partir do software Sketchup, 2016. O zoneamento das plantas baixas foi pensado de maneira a mais restrito como é o caso das áreas de apoio(almoxarifado, manter o bloco de banheiros e circulações em todos os níveis da copa/DML, BWC´s) e administrativas(administração, sede do edificação, com o intuito de concentrar as instalações e facilitar o turismo e sede do SERRART), além das salas que precisam de um acesso. Assim, no pavimento semienterrado estão as área de uso maior isolamento acústico, como é o caso das salas de 76 música(salas de estudo individual, salas de estudo em grupo, sala contemplativo através de uma cortina de vidro tipo camarão que da manda marcial). O pavimento conta ainda com um café e uma abre 100% (ver figura 32). lojinha, que se integram a área de convivência e ao deck Figura 32 – Perspectiva ilustrativa do pavimento térreo. Fonte: Elaborado pela autora a partir do software Sketchup, 2016. 77 Já no pavimento superior, além das áreas que seguem o padrão biblioteca com espaço para estudo em grupo e individual que se de circulação e banheiros do pavimento térreo, foi locado um abre para um mezanino com vista privilegiada para o açude (ver foyer, espaço para exposições temporárias, salas de oficina (sala figura 33). de oficina multiuso, sala de teatro e sala de dança), além de uma Figura 33 – Perspectiva ilustrativa do pavimento superior. Fonte: Elaborado pela autora a partir do software Sketchup, 2016. 78 Na cobertura, estão casa de caixa d‟água com espaço para dois sombreada para contemplação, constituindo-se em um mirante, reservatórios de fibra e um terraço jardim que funciona como além de atuar como um importante elemento de equilíbrio uma grande varanda elevada do solo dispondo de área térmico interno do edifício (ver figura 34). Figura 34 – Perspectiva explodida ilustrativa da cobertura. Fonte: Elaborado pela autora a partir do software Sketchup, 2016. 79 Definida a proposta organizacional e volumétrica, iniciou-se a planta para adequação de programa e normas. Podendo modelagem no software Sketchup, que possibilitou a também visualizar cortes e perspectivas explodidas que auxiliam compatibilização das plantas com a volumetria. Visualizando em uma melhor visualização de como se aplica internamente e assim, no modelo 3D, todos os ajustes dimensionais feitos em externamente a resolução volumétrica, conforme figura abaixo. Figura 35 – Perspectiva explodida dos pavimentos térreo, superior e cobertura. Fonte: Elaborado pela autora a partir do software Sketchup, 2016. 80 A IMPLANTAÇÃO entrada e saída do município (Rua Francisco Victor), e o eixo físico com a praça Raul Galdino. Tendo em vista a necessidade de se uatro fatores foram determinantes para definição da acessar o edifício, e a inexistência de uma via regulamentada para Q implantação, são eles: a integração com o entorno, as dar acesso as edificações existentes no seu entorno, foram visuais a serem preservadas, a vegetação existente e o pensadas intervenções viárias para inserir um eixo de circulação, aproveitamento da ventilação natural. dentro da área do terreno: criação de via que dá acesso à área Assim, para integração com o entorno, foram definidos eixos a residencial vizinha ao terreno, através da inserção de um Cul-de- serem mantidos e eixos a serem criados. A serem mantidos tem- sac, que além de permitir o acesso a essas residências, cria uma se os eixos visuais, o eixo de conexão a partir da via principal de opção de acesso mais próxima á área de convivência, onde foi criada uma baia para embarque e desembarque. 81 Figura 36 – Perspectiva ilustrativa de Cul-de-sac proposto. Fonte: Elaborado pela autora a partir dos softwares Sketchup e Lumion, 2016. No tocante as visuais a serem preservadas optou-se por uma elemento de proteção solar para a fachada oeste, que recebe implantação que privilegia a paisagem, ou seja, para evitar que a maior carga térmica. Assim, além de liberar toda a visual do edificação constituísse uma barreia visual, além da opção por uma terreno, essa opção não demanda retirada de nenhuma árvore forma linear e alongada, propôs-se locá-la na margem esquerda existente e ainda as utiliza para sombrear as áreas externas onde do terreno conforme ilustra figura 37, considerando um recuo de foram locadas atividades relativas ao lazer. cinco metros, para criação de um jardim linear que servirá como 82 Figura 37 – Perspectiva ilustrativa da implantação. Fonte: Elaborado pela autora a partir dos softwares Sketchup e Lumion, 2016. A locação da edificação objetivou ainda o aproveitamento da funcionam como elementos de proteção solar nos períodos mais ventilação sudeste predominante direcionando as maiores quentes do ano. fachadas no sentido de captar a ventilação através de um painel A figura 38, apresenta diagramas que ilustram as relações do de brises articulado que além de permitir a passagem do vento, edifício com o entorno que nortearam as decisões quanto à implantação do edifício. 83 Figura 38 – Diagramas - Edifício e Entorno Imediato que nortearam as decisões quanto à implantação do edifício. Fonte: Elaborado pela autora, 2016. 84 Assim, para melhor compreensão da proposta, foi feita uma implantação da edificação no terreno. maquete física topográfica esquemática indicando como seria a Figura 39 – Foto da maquete física do terreno, indicando topografia e implantação da edificação. Fonte: Fonte: Elaborado pela autora, 2016. Além desses aspectos supracitados que orientaram a implantação intercaladas por taludes gramados, nomeadas de acordo com os do edifício no lote, vale salientar que desde os primeiros estudos elementos que as compõem. a ideia era manter ao máximo a topografia original do terreno, Assim, para o zoneamento do terreno, foram feitas simulações a para provocar o menor impacto possível, então, tomou-se partido partir das quais foi possível definir a distribuição dos da topografia existente para criação de quatro grandes praças, equipamentos nas áreas comuns. As simulações feitas levaram em 85 consideração as sombras proporcionadas pela vegetação verão, equinócio e solstício de inverno respectivamente, conforme existente e pela edificação proposta, nos meses extremos do ano: mostra figura 40. dezembro, março/setembro e junho, onde ocorrem solstício de Figura 40 – Resumo da distribuição do sombreamento no terreno durante todo mês considerando vegetação existente e implantação da edificação. Fonte: Elaborado pela autora a partir do software Ecotect Analysis, 2016. 86 Outra simulação que orientou o zoneamento do terreno e a mesa, aproveitando as sombras ente os períodos de 7h as 10:30h definição dos temas das praças partiu da seleção de pontos da manhã para o ponto 4, e das 8:30 da manhã as 13h da tarde, estratégicos (ver figura 41) a partir dos quais obteve-se a carta para o ponto 3, que são os mais críticos durante o dia. Assim a solar (ver figura 42 e figura 43), que propiciou informações das localização das árvores existentes direcionou a distribuição dos horas de sombra diárias no local. mobiliários. Com a análise dos resultados de ambas as simulações, definiu-se Já no terceiro platô, onde se tem sombra apenas no período da que a Praça vida saudável, que dispõe de academia da terceira manha e final da tarde, foi disposta a Praça radical, que abriga idade, espaço múltiplo uso e área de descanso, ficaria no platô um skate park e uma grande área gramada para múltiplos uso, mais alto do terreno, uma vez que a área apresentou significativo podendo a parede do half pipe servir como telão para projeção sombreamento durante o período da manhã, em que geralmente de filmes, por isso o half foi rotacionado objetivando permitir um os idosos praticam atividade física. Além de ser a área de mais melhor ângulo de visualização para os espectadores. fácil acesso, pois encontra-se próxima ao estacionamento e a via Por fim, no quarto platô, em virtude de ser o que apresenta mais principal. horas de exposição ao sol, locou-se a Praça das águas, que conta No segundo platô, locou-se a Praça do brincar, que contém com uma piscina adaptada e uma fonte de chão para as pessoas playground, área de apoio para os pais e espaço para jogos de poderem se refrescar durante os dias quentes. 87 Figura 41 – Perspectiva ilustrativa dos pontos analisados com indicação da distribuição os equipamentos e praças. Fonte: Elaborado pela autora a partir do software Sketchup, 2016. 88 Figura 42 – Cartas solares referentes aos pontos de 1 a 4. Fonte: Elaborado pela autora a partir do software Ecotect Analysis, 2016. 89 Figura 43 – Cartas solares referentes aos pontos de 5 a 8. Fonte: Elaborado pela autora a partir do software Ecotect Analysis, 2016. 90 A conexão entre as praças se dá através de uma escadaria/rampa usuário comum conforme figura 44, além disso, foi proposta uma desenvolvida para que o portador de necessidades especiais jardineira e tóten com informações turísticas. acesse as áreas de uso coletivo através da mesma rota que o Figura 44 – Escadaria/Rampa proposta para conectar os platôs. Fonte: Elaborado pela autora a partir dos softwares Sketchup e Lumion, 2016. 91 Além das áreas supracitadas, vale mencionar a localização do Serrinha dos Pintos – Rua Francisco Victor - para facilitar o acesso estacionamento, que foi situado as margens da via de principal de e evitar a circulação de veículos no interior no terreno. Figura 45 – Vista de quem chega ao empreendimento pela Rua Francisco Victor. ÁREA DE ESTACIONAMENTO Fonte: Elaborado pela autora a partir dos softwares Sketchup e Lumion, 2016. O número de vagas para esse tipo de estabelecimento é instrumento determina a relação de 1vaga/50m². Assim, visto que calculado, segundo o Código de Obras e Edificações do a área de público efetiva é 1.200 m², o número total de vagas Município de Natal, de acordo com o uso. Como o edifício se necessário é 30. Apesar da NBR 9050 (2015) exigir que 1% das localiza em uma via local e possui uso “local de reuniões”, o vagas sejam reservadas para Pessoas com Necessidades 92 Especiais, em virtude da grande existência de pessoas portadoras CONFORTO AMBIENTAL da Síndrome e SPOAN, optou-se por reservar um número maior, oferecendo 4 vagas para cadeirantes e 2 para idosos. qualidade ambiental do edifício foi uma preocupação Outro fator considerado na distribuição das vagas, é que no desde sua concepção, dos estudos de zoneamento à município há predominância do uso de moto e bicicleta, quase A definição dos materiais, considerando as diretrizes e não se vê carros. Dessa forma, das 24 vagas restantes, 19 foram recomendações supracitadas para garantir uma habitação em destinadas para moto e 5 para carros. Além disso, foi inserido um harmonia com o ambiente em que se encontra e garantir o bem bicicletário, com espaço para estacionamento de 20 bicicletas. estar do usuário. Vale ressaltar ainda, no tocante a implantação que a não Assim, com base nas condicionantes ambientais expressas no utilização de muro, foi uma decisão importante para o projeto, já tópico 4.3 deste trabalho, foram estabelecidos princípios que que a intenção é convidar o usuário a fazer parte deste espaço, nortearam as decisões projetuais, conforme ilustra a figura 44. seja pela utilização das áreas externas ou internas. 93 Figura 46 – Recomendações do Guia Hotel Sustentável Sebrae. Fonte: MARANHÃO, 2012, adaptado pela autora. Em relação ao sombreamento, foi proposto uma projeção de específicos. Para ambas, foi proposto a utilização de uma pele de 1.20cm da laje, em todos os pavimentos passando a laje a tabicão do tipo reguláveis e articulados, que permite ao usuário o funcionar como beiral para todas as fachadas da edificação e controle total do recebimento da ventilação. As venezianas, além sombrear as aberturas. Além disso, propõe-se ás fachadas leste e de controlar a ventilação, funcionam como brises, filtrando a luz oeste, fachadas que recebem maior carga solar, tratamentos solar (ver figura 46). 94 Figura 47 – Perspectiva ilustrativa dos elementos que compõem o Brise Tabicão. Fonte: Elaborado pela autora a partir do software Sketchup, 2016. Assim, para comprovar o desempenho do protetor, foi feita uma sombra, revelando-se uma eficiente estratégia de conforto para a simulação da fachada leste, com utilização do tabicão articulado edificação. Além da utilização do tabicão, foi proposto um jardim com abertura de 45 graus - que ainda permitiria a entrada de ar - linear que compreende toda a fachada oeste para sombrear e e o resultado foi um sombreamento de quase 100%. Ou seja, reduzir ainda mais a incidência de radiação solar direta, mesmo semi articulado o brise tabicão, proporciona ventilação e incorporando a vegetação nas estratégia de conforto térmico. 95 Figura 48 – Simulação do Brise Tabicão com carta solar resultante. Fonte: Elaborado pela autora a partir do software Ecotect Analysis, 2016. No tocante a ventilação natural, a rosa dos ventos demonstra que possibilitando remoção do calor através da ventilação cruzada. a ventilação predominante advém variavelmente das direções Além disso, a presença do tabicão permite ao usuário o controle leste e sul, com maior intensidade e velocidade variável do total da abertura. Assim, nos dias frios o mesmo pode fecha-lo sudeste-leste. Com isso, foram locadas janelas nas fachadas completamente e nos períodos quentes o elemento permite não dessas direções para permitir a entrada e circulação do vento, só articulá-lo como também abri-lo totalmente. 96 Figura 49 – Carta solar que indica o sentido dos ventos predominantes. Fonte: Elaborado pela autora a partir do software Ecotect Analysis, 2016. Para melhorar o desempenho térmico da edificação, decidiu-se Outro aspecto importante para a qualidade ambiental do ainda criar um terraço jardim na cobertura, que protege das altas equipamento foi à utilização da modulação do projeto conforme temperaturas no verão e ajuda a manter a temperatura interna no os materiais e sistema construtivo empregado, o que evita inverno, além de melhorar o isolamento acústico, uma vez que a desperdícios e garante uma obra mais limpa e de qualidade. vegetação absorve e isola ruídos. Assim, essa estratégia pode Assim busca-se uma abordagem que tira vantagem do clima reduzir o consumo de energia, e melhorar a eficiência energética através da aplicação correta de elementos de projeto e de devido à redução da temperatura no ambiente interno, tecnologia para controle dos processos de transferência de calor. diminuindo a necessidade de refrigeração. Consequentemente, este controle contribui para assegurar 97 condições confortáveis aos usuários, além de minimizar a ASPECTOS CONSTRUTIVOS E MATERIAS necessidade de equipamentos de climatização e reduzir, por conseguinte, o consumo de energia. m virtude do Espaço Cultural proposto encontrar-se em Além dos aspectos citados, a escolha do material da envoltória é uma área de fragilidade ambiental, houve uma uma das soluções de conforto adotadas, pois confere ao edifício E preocupação em buscar por métodos construtivos e um alto índice de isolamento e conservação da temperatura materiais menos agressivos ao meio ambiente. interna graças à propriedade de atraso térmico inerente as Nessa perspectiva, propõe-se resgatar o uso da taipa de pilão, paredes que utilizam massa térmica. Isso permite que o calor um sistema construtivo vernacular que se utiliza do solo, argila ou acumulado durante o dia só chegue ao interior da edificação na terra como matéria-prima básica de construção. Assim, a parte da noite, quando a temperatura já é bem mais amena. O proposta busca integrar tradição e modernidade, estabelecendo tópico a seguir trará mais informações a respeito deste sistema. um sistema misto, num cruzamento de estrutura metálica e materiais tradicionais como é o caso do barro. 98 Figura 50 – Exemplo de edificação em taipa de pilão que venceu concurso da Trienal de Arquitetura de Lisboa. Fonte: . A taipa de pilão convencional consiste em socar, apiloar a terra recicláveis, aliados a um sistema de formas metálicas com o auxílio de uma mão de pilão em formas de madeira autonivelantes que permitem a execução de paredes retas, em “L” conhecidas como taipais, dando origem à paredes monolíticas. e em “T”, em qualquer comprimento especificado em projeto. Entretanto, hoje em dia, já existem empresas especializadas, Além disso, o uso desse tipo de taipal garante um acabamento como é o caso da Taipal Construções em Terra, que empregam liso, ideal para projetos como este, em que se deseja uma materiais altamente sustentáveis, sem desperdício e inteiramente estrutura aparente. 99 Figura 51 – Taipal metálico a ser utilizado. Fonte: . As paredes, que também são estruturais, podem ser produzidas com 25cm de espessura, visto que os pilares metálicos possuem de 20cm a 80cm de espessura, neste caso, foram desenhadas 20x30cm e a intenção é embuti-los nas paredes. 100 Figura 52 – Estrutura parede taipa com pilar metálico. Fonte: Elaborado pela autora a partir do software Sketchup, 2016. Um fator a ser considerado é que como propõe-se a utilização da contrapiso do interior da edificação nivelado com a sapata, de terra crua, é importante proteger a edificação do contato com a forma que ela não seja vista, enquanto o contrapiso externo seja umidade do solo, elevando- a do chão. Assim, foi proposto um feito 10cm mais baixo, evitando o contato direto da parede de alicerce de 25cm de lagura por 1m de profundidade, com sapata terra com o piso, como mostra o detalhe abaixo. de concreto ciclópico devidamente impermeabilizada, estando o 101 Figura 53 – Detalhe da fundação. Fonte: Elaborado pela autora a partir do software Sketchup, 2016. 102 Optou-se por manter a verdade estrutural do material externa e emulsionada, com grande capacidade de penetração e aderência internamente, para tanto, é indicada a utilização do Selador em substratos porosos, e funciona como uma manta Impermeabilizante FC, principalmente na fachada que fica impermeabilizante. Possui uma tonalidade branca leitosa que, próxima a Praça das águas, para evitar a erosão das paredes. O entretanto, torna-se absolutamente incolor após a secagem. selador é uma composição baseada em uma resina acrílica Figura 54 – Selador impermeabilizante a ser utilizado. Fonte: . Recebendo acabamento de massa e pintura acrílica apenas nas paredes com espessura total de 200 mm, por dentro das paredes paredes das áreas molhadas. Foram criados shafts para de taipa, em chapas de gesso acartonado resistente a umidade, concentrar as instalações hidráulicas, onde serão adotadas conhecido como chapa verde. 103 Outra característica que condicionou a escolha do sistema refere- Entretanto, haveria a necessidade de um estudo acústico se a porosidade do material que confere às construções algumas específico futuro, para calcular questões como reverberação, vantagens acústicas. O poros absorvem o som com maior condicionamento e isolamento das salas. facilidade, ao contrário de pisos e paredes lisos, nos quais há Há ainda, em função da acústica das salas, vedações e divisórias reflexão do som. Esta mesma porosidade é fundamental para internas em drywall - painéis de gesso pré fabricados – com outro fator positivo: as trocas gasosas. Dessa forma, as paredes preenchimento em lã de vidro, no pavimento térreo, entre a sede em taipa se apresentam como uma ótima opção já que o do turismo e a sede do SERRAT e na divisão entre as salas de equipamento conta com salas de musica, teatro e dança que música de estudo individual. Dessa forma, foi adotado o sistema necessitam de isolamento e condicionamento acústico. de paredes de gesso da Knauf conforme ilustra figura 55. 104 Figura 55 - Detalhe do tipo de drywall a ser empregado. Fonte: . A escada e pilares foram propostos em estrutura metálica de aço projetado considerando tubos 100mm de aço cortén soldados, cortén e assim como as paredes em taipa, obedecem a fixados nas lajes a partir de chapas metálicas para aumentar a módulação de 1,20m e submúltiplos, que mostrou ser o mais superfície de contato e distribuir os esforços. Entretanto, adequado ao programa proposto. necessitaria do estudo aprofundado de um engenheiro para Os pilares possuem seção retangular de 20mmx30mm, com calcular quais seriam as medidas exatas. diferencial para o pilar metálico em espiral treliçado, que foi 105 A laje escolhida para o projeto foi a laje treliçada com lajotas de e um melhor aproveitamento do aço e do concreto. Outro fator EPS, aplicadas de forma unidirecional, perpendicular às paredes que contribuiu para a escolha, foi a eficiência no conforto térmico estruturais, na direção do menor vão. Essa opção foi escolhida que lajotas de EPS conferem à edificação, já que possuem um por ser uma estrutura mais leve, acarretando o alívio dos esforços baixo coeficiente de condutividade térmica. Figura 56 – Laje treliçada proposta. Fonte: Elaborado pela autora a partir do software Sketchup, 2016. 106 A laje é revestida na parte superior e inferior por uma camada de constitui-se o material do piso e teto, conforme ilustra figura 57. concreto nanocimentado liso na cor cinza claro, material de fácil Na laje de cobertura foi proposto um terraço com áreas manutenção, bastante utilizado em locais de reunião publica, que ajardinadas (ver figura 58). Figura 57 – Detalhes da laje treliçada. Fonte: Elaborado pela autora a partir do software Sketchup, 2016. 107 Figura 58 – Camadas que compõem as áreas de jardim da cobertura. Fonte: . SISTEMA HIDRÁULICO Para o cálculo do dimensionamento da caixa d‟água, foi levado em consideração a capacidade máxima em áreas de uso uanto ao sistema hidráulico, foram alinhados os permanente do equipamento, o que totalizou 339 pessoas. Dessa Qb anheiros de ambos os pavimentos e a reservatório de forma, considerando que o equipamento se enquadra como água de forma a facilitar as prumadas hidrosanitárias, Espaço de exposições, foi considerado 50 litros de consumo obedecendo orientações da NBR 5626 / 98 – Instalações Prediais diário por pessoa. Multiplicando esses dados, têm-se um volume de Água Fria. total diário de 16.950 litros. 108 Somando o volume total diário a 2.542 litros, que corresponde PAVIMENTAÇÕES reserva de incêndio determinada em 15% do volume total diário, chega-se a capacidade total de 19.492 litros. Para tal, a edificação as áreas externas foram utilizados sete tipos de contará com dois reservatórios, o superior com 40% da N forrações, entre cobograma, pisos intertravados, capacidade total e o inferior, comportando os outros 60%. drenantes, manta vinílica, madeira plástica e grama. Indica-se que para a manutenção das áreas externas seja feito o Indica-se a utilização de cobograma na área de estacionamento, reaproveitamento da água da piscina, para isso, foi proposto a que são peças produzidas em concreto para pavimentação em inserção de um reservatório inferior apenas para reuso dessa locais externos, podendo ser preenchidos com grama, água e utilização das áreas externas. transformando-o em um piso permeável e drenante, protegendo a grama na movimentação de pessoas e/ou carros. Um grande beneficio de utilizar o pisograma é o fato de auxiliar no escoamento da água da chuva, evitando poças e acumulo de água na calçada. Além disso, o cobograma possui facilidade para instalação, pois seu assentamento é feito sobre uma camada de areia grossa, sem exigir ferramentas diferenciadas ou mão de obra especializada. 109 Figura 59 – Cobograma a ser utilizado na área do estacionamento. Fonte: . Outra opção utilizada no projeto foi o piso intertravado acesso aos equipamentos bem como fazer a delimitação do antiderrapante da Linha Holland da Maski em duas cores. Na cor espaço ocupado por cada um deles. natural foi utilizado nas calçadas adjacentes a área, e na cor areia foi utilizado, para demarcar as áreas de passeio, para definir o 110 Figura 60 – Piso intertravado nas duas cores a serem utilizadas na calçada e passeios. Fonte: . Para a área da academia da terceira idade e do playground, borracha reciclada, é ergonômico, antiderrapante, drenante, que propõe-se a utilização do piso intertravado emborrachado garante estabilidade térmica e possui com alta absorção de Copacabana da marca Apecto Decor, produzido com grânulos de impacto. 111 Figura 61 – Piso intertravado emborrachado Copacabana da marca Apecto Decora a ser utilizado no playground e ATI. Fonte: . Para a área da piscina, jogos de mesa e no espaço multiuso da fornecedor do produto, ele é composto do descarte da cerâmica Praça vida saudável, propõem-se a utilização do Pavi tijolo e cimento processados industrialmente, formando blocos drenante na cor ocre, da marca TECPAV, que possui taxa de drenantes que apresentam superfície regular e antiderrapante. permeabilização de 82%. Vale salientar que de acordo com o 112 Figura 62 - Piso intertravado emborrachado Copacabana da marca Apecto Decora a ser utilizado no playground e ATI. Fonte: . Na área do skate park, foi proposto o uso da Manta Vinílica favorece alto desempenho e velocidade aos skatistas, além disso, Amadeirada, da marca REVTEC. Em função de possibilitar um esse revestimento apresenta grande resistência mecânica e excelente acabamento nas bordas boleadas das pistas evitando térmica. As mantas são vendidas em rolo e possuem dois metros criação de pontas, o que propicia uma superfície regular que de largura por vinte de comprimento. 113 Figura 63 – Manta vinílica a ser utilizada na área do Skate Park. Fonte: . Já para a área do deck contemplativo as margens do açude, aparência de madeira natural, aceitando ser furada, serrada, propõe-se a utilização da madeira plástica ecológica, da marca colada, pintada, revestida e aparafusada. O material além de não ECOPEX, composta em sua totalidade por plásticos diversos, sofrer ataque de pragas, apresenta grande resistência e proveniente de resíduos industriais ou residenciais reciclados. durabilidade, não necessitando de manutenções como é o caso Trata-se de um produto 100% reciclado e reciclável, com dos decks em madeira convencional. 114 Figura 64 – Madeira plástica a utilizada na área do deck contemplativo. Fonte: . Por fim, foi propõe-se a utilização da grama esmeralda nos pouca necessidade de irrigação e fertilização, além de ser uma taludes, áreas de convívio múltiplo uso, jardim linear e terraço grama que resiste a maioria das ervas daninhas, demandando jardim, em virtude da mesma apresentar resistência mecânica, assim, menos manutenção. 115 Figura 65 – Grama esmeralda a ser utilizada nas forrações. Fonte: . 116 7 RENDERS Figura 66 – Perspectiva externa da edificação proposta. Fonte: Imagem elaborada pela autora a partir dos softwares Sketchup e Lumion, 2016. 117 Figura 67 – Perspectiva geral da proposta. Fonte: Imagem elaborada pela autora a partir dos softwares Sketchup e Lumion, 2016. 118 Figura 68 – Perspectiva externa – visual de quem chega ao Espaço de Cultura e Lazer WM. Fonte: Imagem elaborada pela autora a partir dos softwares Sketchup e Lumion, 2016. 119 Figura 69 – Perspectiva externa – entrada principal e vista da Rua Francisco Victor. Fonte: Imagem elaborada pela autora a partir dos softwares Sketchup e Lumion, 2016. 120 Figura 70 – Perspectiva praça vida saudável. Fonte: Imagem elaborada pela autora a partir dos softwares Sketchup e Lumion, 2016. 121 Figura 71 – Perspectiva praça vida saudável – academia da terceira idade. Fonte: Imagem elaborada pela autora a partir dos softwares Sketchup e Lumion, 2016. 122 Figura 72 – Perspectiva praça do brincar. Fonte: Imagem elaborada pela autora a partir dos softwares Sketchup e Lumion, 2016. 123 Figura 73 – Perspectiva praça do brincar – xadrez e dama gigantes. Fonte: Imagem elaborada pela autora a partir dos softwares Sketchup e Lumion, 2016. 124 Figura 74 – Perspectiva praça do brincar – playground. Fonte: Imagem elaborada pela autora a partir dos softwares Sketchup e Lumion, 2016. 125 Figura 75 – Perspectiva praça do brincar – playground 2. Fonte: Imagem elaborada pela autora a partir dos softwares Sketchup e Lumion, 2016. 126 Figura 76 – Perspectiva praça do brincar. Fonte: Imagem elaborada pela autora a partir dos softwares Sketchup e Lumion, 2016. 127 Figura 77 – Perspectiva praça do brincar – espaço para jogos de mesa. Fonte: Imagem elaborada pela autora a partir dos softwares Sketchup e Lumion, 2016. 128 Figura 78 – Perspectiva praça radical. Fonte: Imagem elaborada pela autora a partir dos softwares Sketchup e Lumion, 2016. 129 Figura 79 – Perspectiva praça radical – skate park. Fonte: Imagem elaborada pela autora a partir dos softwares Sketchup e Lumion, 2016. 130 Figura 80 – Perspectiva praça radical – área de multiplo uso. Fonte: Imagem elaborada pela autora a partir dos softwares Sketchup e Lumion, 2016. 131 Figura 81 – Perspectiva praça radical – skate park. Fonte: Imagem elaborada pela autora a partir dos softwares Sketchup e Lumion, 2016. 132 Figura 82 – Perspectiva praça das águas. Fonte: Imagem elaborada pela autora a partir dos softwares Sketchup e Lumion, 2016. 133 Figura 83 – Perspectiva praça das águas. Fonte: Imagem elaborada pela autora a partir dos softwares Sketchup e Lumion, 2016. 134 Figura 84 – Perspectiva praça das águas – escadaria/rampa e jardineira/tóten com informações turísticas. Fonte: Imagem elaborada pela autora a partir dos softwares Sketchup e Lumion, 2016. 135 Figura 85 – Perspectiva praça das águas – piscina adaptada. Fonte: Imagem elaborada pela autora a partir dos softwares Sketchup e Lumion, 2016. 136 Figura 86 – Perspectiva noturna do Espaço de Cultura e Lazer Walter Magno. Fonte: Imagem elaborada pela autora a partir dos softwares Sketchup e Lumion, 2016. 137 8 CONSIDERAÇÕES FINAIS (385km – aproximadamente 6h da capital Natal), o que exigiu uma sistematização maior dos dados e medições a serem projeto do Espaço de Cultura e Lazer Walter Magno, coletados em campo. Dessa maneira, pretende-se que o O constitui-se na materialização de um ciclo de resultado deste estudo sirva como subsídio para futuros projetos pesquisas, em que a proposta final buscou aliar todos que venham a ser desenvolvidos no município. os conceitos contemplados na etapa de análise, neste sentido, a Por outro lado, os avanços contaram com a participação da solução funcional e plástica buscou atender o programa de população local e de grupos culturais, que se mostraram necessidades resultante da trajetória de pesquisa, adaptando-o as disponíveis e interessados pelo trabalho e constituíram-se como condicionantes ambientais, legais e físicas do terreno. base de dados fundamental para o desenvolvimento do projeto. A divisão metodológica em duas partes foi outro fator A realização deste trabalho foi bastante desafiadora, pois a imprescindível para a organização dos dados e rebatimento da carência de dados, informações e estudos a respeito do município pesquisa na programação e no projeto arquitetônico. Além disso, de Serrinha dos Pintos, demandaram um grande esforço tanto vale destacar que a produção da maquete física foi bastante durante a fase de pesquisa, do estudo das características físico- esclarecedora e importante durante o processo de concepção ambientais e instrumentos legais que incidem na área, quanto projetual, além da maquete virtual que auxiliou bastante nos durante a fase de projeto. Dessa forma, teve-se basicamente que processos de definição da forma do equipamento. De maneira construir uma base de dados primária, desde informações gerais geral, os objetivos traçados no plano de trabalho foram a respeito do município, até mapas e arquivos base de AutoCAD. alcançados através de um projeto que contempla aspectos Outra dificuldade está no fato do objeto de estudo estar distante relativos à cultura, ao turismo e ao lazer serrinhense. 138 Ficou clara a necessidade de pesquisas futuras voltadas a estudos Por fim, foi um exercício gratificante e enriquecedor, pois ambientais, climáticos e desenvolvimento de um plano de envolveu aspectos tanto da área de projeto arquitetônico quanto manejo, para determinar áreas a serem preservadas e adequar os urbanístico, além de ser uma forma de retribuição social a um usos das áreas a serem utilizadas, visando potencializar e município que faz parte da minha história. estruturar o crescimento do município. 139 REFERÊNCIAS ABNT. NBR 9050: Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. Rio de Janeiro, 2015. ABNT. NBR 15220: Desempenho térmico de edificações. Rio de Janeiro, 2005. ABNT. NBR, 9284: Equipamento urbano: classificação. Rio de Janeiro, 1986. BERTULEZA, Gilnadson da Silva. O Espaço da Conversa: anteprojeto de reestruturação de um espaço público de esporte, cultura e lazer no bairro da Cidade da Esperança, Natal/RN. Universidade Federal do Rio Grande do Norte – Centro de Tecnologia – Curso de Arquitetura e Urbanismo. Natal/RN: 2009. CASTELO, L. A Percepção de Lugar. Porto Alegre: Editora Propar UFRGS, 2007. CAMARGO, Luiz O. Lima. O que é lazer. 3. ed. São Paulo: Brasiliense, 2003. Código contra incêndio e pânico do Estado do Rio Grande do Norte. Natal: Governo do Estado do Rio Grande do Norte, 2002. DZIURA, Giselle Luzia. Arquitetura Multifuncional como Instrumento de Intervenção Urbana. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Curitiba. 2003. DUMAZEDIER, Joffre. Lazer e cultura popular. São Paulo: Perspectiva, 1973. ______. Sociologia empírica do lazer. 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LIMITE DO TERRENO LIMITE DO TERRENO N ESPAÇO DE COLETA E DISTRIBUIÇÃO DO LIXO O L JARDIM LINEAR PARA SOMBREAMENTO DA FACHADA OESTE S LAJE IMPERMEABILIZADA LAJE IMPERMEABILIZADA RALOS PARA CAPTAÇÃO E GUARDA CORPO DE VIDRO PISO DE CONCRETO DE ALTA ACABAMENTO NANO CIMENTADO REVESTIDA DE CERÂMICA AMADEIRADA ESCOAMENTO DE ÁGUA DA CHUVA E AÇO CORTÉN (VER PRANCHA 06) RESISTÊNCIA (TEXTURA ANTIDERRAPANTE) LIMITE DA EDIFICAÇÃO LIMITE DA EDIFICAÇÃO 04 VAGAS RESERVADAS A PORTADORES DE NECESSIDADES ESPECIAIAS PASSEIO EM PISO INTERTRAVADO TERRAÇO MIRANTE ANTIDERRAPANTE NA COR AREIA +7.50 P03 J04 ÁREA DE GRAMA ÁREA DE GRAMA +7.55 +7.55 ENTRADA/ SAÍDA PRINCIPAL 02 VAGAS RESERVADAS IDOSOS LIMITE DA EDIFICAÇÃO -0.60 RCOBOGRAMA U A F R A N C I S C O V I C T O ENTRADA/ SAÍDA R ATI (PISO INTERTRAVADO EMBORRACHADO) -0.60 SECUNDÁRIA JARDINEIRA DIVISÓRIA RUA EUGÊNIO COSTA PLAYGROUND (PISO INTERTRAVADO EMBORRACHADO) PLANTA DE SITUAÇÃO ESCALA.........1/1000 ESTACIONAMENTO CARRO ÁREA DE (5 VAGAS) -0.60 LEGENDA (PLANTA DE SITUAÇÃO) CONVÍVIO E TERRENO ESCOLHIDO CONTEMPLAÇÃO +2.50 0.00 EDIFICAÇÃO EXISTENTE (TERMINAL TURÍSTICO) PERFIL DA EDIFICAÇÃO PROPOSTA RESIDÊNCIAS DO ENTORNO +1.15 PRAÇA RAUL GALDINO RALO TIPO GRELHA H A +2.50 L F P I P E RESERVATÓRIOS DE ÁGUA INFERIORES CORTE TERRENO CORTE TERRENO LINHA QUE INDICA OS 30m DE PROTEÇÃO +1.20 AMBIENTAL DO AÇUDE WALTER MAGNO +1.50 PRAÇA DO BRINCAR PRAÇA RADICAL PRAÇA DAS ÁGUAS ESTACIONAMENTO PRAÇA VIDA SAUDÁVEL +3.00 +3.00 +2.00 +1.00 0.00 +1.30 DECK DE MADEIRA PLÁSTICA GUARDA CORPO PAVI TIJOLO DRENANTE (COR OCRE) ESPAÇO MÚLTIPLO USO -1.50 ÁREA DE DESCANSO PLATAFORMA ACESSÍVEL PARA PISCINA ESTACIONAMENTO DE MOTO (19 VAGAS) LIXEIRAS COLETA SELETIVA BANCO JARDINEIRA POSTES DE ILUMINAÇÃO +2.15 +2.15 ACESSO CRIADO DENTRO DO TERRENO ATRAVÉS DA INSERÇÃO DE CUL DE SAC GUIA REBAIXADA BICICLETÁRIO/BANCO EMBARQUE/DESEMBARQUE PISO INTERTRAVADO ANTIDERRAPANTE NA COR NATURAL FAIXA DE PEDESTRE PROPOSTA RUA DO TERMINAL PISO TÁTIL DE ALERTA 25X25cm NA COR AMARELA ESPAÇO PARA JOGOS DE MESA SKATE PARK JARDINEIRA E TÓTEN COM ÁREA DE MULTIPLO USO FONTE DE CHÃO LIMITE DO TERRENO INFORMAÇÕES TURÍSTICAS LIMITE DO TERRENO LEGENDA (PAVIMENTAÇÃO) LEGENDA (VEGETAÇÃO) PLANTA DE IMPLANTAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE ARQUITETURA E URBANISMO PAVI TIJOLO DRENANTE (COR OCRE) COBOGRAMA QUADRO DE ÁREAS (POR PAVIMENTO) ÁRVORES EXISTENTES A SEREM MANTIDAS LOCAÇÃO E COBERTURA ESCALAASSUNTO PAVIMENTO AREA ÚTIL ÁREA TOTAL PISO INTERTRAVADO (COR NATURAL) MANTA VINÍLICA QUADRO DE ÁREAS (PRAÇAS) INDICADAESCALA.........1/150 ANTEPROJETO ESPAÇO DE CULTURA E LAZER 400m² 605m² 492m² ÍNDICES URBANÍSTICOS PRAÇA VIDA SAUDÁVEL PAVIMENTO TÉRREO CONTEÚDO PRANCHA PISO INTERTRAVADO (COR AREIA) MADEIRA PLÁSTICA ÁRVORES A SEREM INSERIDAS IMPLANTAÇÃO, LOCAÇÃO, COBERTURA E SITUAÇÃO 666m² 952m² 846m² 0,3 PRAÇA DO BRINCAR PAVIMENTO SUPERIOR ÍNDICE DE APROVEITAMENTO LOCAL 1043m² PISO INTERTRAVADO EMBORRACHADO GRAMA ESMERALDA 730m² 634m² 17%PAVIMENTO COBERTURA PRAÇA RADICAL TAXA DE OCUPAÇÃO RUA FRANCISCO VICTOR - SERRINHA DOS PINTOS/RN PALMEIRAS ORNAMENTAIS A SEREM INSERIDAS 01/08 1796m² 2487m² 292m² 46% TOTAL PRAÇA DAS ÁGUAS TAXA DE PERMEABILIDADE ALUNA PROFESSOR ORIENTADOR JOYCE CRISTINY VEGETAÇÃO ARBUSTIVA A SER INSERIDA MARCELO TINOCO RUA FRANCISCO VICTOR LIMITE DO TERRENO TALUDE TALUDE TALUDE LIMITE DO TERRENO N L O S VAGA VAGA RESERVADA RESERVADA PARA PARA MAIORES MAIORES DE 60 ANOS DE 60 ANOS 1 2 6 7 8 9 10 11 3 4 5 41.10 .25 24.00 8.15 .25 5.75 .25 5.75 .25 6.95 .25 6.95 .25 6.00 J04 J02 J02 J04 J04 J04 A LOJINHA ALMOXARIFADO P01 P01 P01 P01 P01 P01 P01 P01 SALA DE MÚSICA 03 P02 P02 31m² 35m² 30m² +0.10 +0.10 WC/VEST. MASCULINO WC/VEST. FEMININO +0.10 24m² 24m² P05 +0.10 +0.10 J04 P03 P03 P02 P02 SALA DA BANDA MARCIAL 63m² G B +0.10 ELEVADOR PARA SEDE SERRART SALA DE MÚSICA 02 15 PESSOAS J01 10m² 10m² COPA/DML +0.10 +0.10 P02 P02 18m² CAFÉ +0.10 H C 10 09 08 07 06 05 04 03 02 01 20m² CORTE A P03J04 +0.10 CORTE A SEDE TURISMO SALA DE MÚSICA 01 J01 10m² 10m² 11 12 13 14 15 16 17 18 19 +0.10 +0.10 P02 P02 J03 P03 SOBE ADMINISTRAÇÃO D CIRCULAÇÃO 2.40 3.90 3.30 5.05 2.15 5.13 18m² 97m² +0.10 +0.10 P03 PILAR METÁLICO TRELIÇADO 5.70 VER DETALHE PRANCHA 05 E J04 J04 J04 J04 J04 P05 PILAR METÁLICO EMBUTIDO NA ALVENARIA VER DETALHE PRANCHA 05 PLANTA PAV. TÉRREO ESCALA.........1/100 1 2 6 7 8 9 10 11 3 4 5 66.00 .25 8.15 .25 6.95 .25 8.15 .25 8.15 .25 5.75 .25 5.75 .25 5.75 15.60 J04 J04 J04 J04 J02 J02 J04 F P01 P01 P01 P01 P01 P01 P01 P01 P02 P02 WC/VEST. MASCULINO WC/VEST. FEMININO 24m² 24m² FOYER E ESPAÇO P/ +3.25 +3.25 EXPOSIÇÕES TEMPORÁRIAS SALA DE OFICINAS MULTIUSO SALA DE TEATRO SALA DE DANÇA 74m² 63m² 74m² 74m² P02 P02 +3.25 +3.25 +3.25 +3.25 P05 G ÁREA DE CONVÍVIO BIBLIOTECA ELEVADOR PARA 15 PESSOAS 154m² 74m² +3.25 H 10 09 08 07 06 05 04 03 02 01 CORTE A DESCE CORTE A 11 12 13 14 15 16 17 18 19 P03 J03 J03 J03 J03 P03 P03 P03 I CIRCULAÇÃO P04 105m² +3.25 J 27.91 2.40 35.69 GUARDA CORPO BRISE TRABICÃO PLANTA PAV. SUPERIOR QUADRO DE ESQUADRIAS (JANELAS) VER DETALHE PRANCHA 06 VER DETALHE PRANCHA 06 ESCALA.........1/100 REF QUANT. LARGURA (m) ALTURA (m) PEITORIL (m) 1.50 0,70 1,80 02 J01 2,50 1,00 1,50 04 J02 4,00 1,00 1,50 05 J03 4,00 0,70 1,80 17 J04 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE QUADRO DE ESQUADRIAS (PORTAS) ARQUITETURA E URBANISMO REF QUANT. LARGURA (m) ALTURA (m) TIPO/MATER. ESCALA ASSUNTO 0,70 GIRO/VIDRO JATEADO 16 2,50 P01 INDICADA ANTEPROJETO ESPAÇO DE CULTURA E LAZER 0,90 GIRO/MADEIRA 12 2,50 P02 CONTEÚDO PRANCHA PLANTAS BAIXAS GIRO/MADEIRA 09 1,20 2,50 P03 LOCAL RUA FRANCISCO VICTOR - SERRINHA DOS PINTOS/RN GIRO DESLO./MADEIRA 01 2,00 2,50 02/08 P04 ALUNA PROFESSOR ORIENTADOR CORTINA DE VIDRO 03 INDICADA JOYCE CRISTINY 2,50 P05 MARCELO TINOCO 2.40 12.00 1.20 .35 11.40 .25 1.20 12.00 1.20 .25 3.35 .25 3.35 .25 4.30 .25 12.00 4.80 11.53 9.10 N L O S CORTE C CORTE C CORTE C CORTE C CORTE B CORTE B CORTE B CORTE B PLAYGROUND SKATE PARK ACADEMIA DA TERCEIRA IDADE ÁREA DE CONVÍVIO E CONTEMPLAÇÃO PRAÇA VIDA SAUDÁVEL +3,00m PRAÇA DO BRINCAR +2,00m PRAÇA RADICAL +1,00m PRAÇA DAS ÁGUAS 0,00m CORTE TERRENO ESCALA.........1/100 +7,50m COBERTURA TERRAÇO MIRANTE CASA DE CX. D'ÁGUA TERRAÇO MIRANTE 7,50m 7,50m 7,50m ÁREA DE CONVÍVIO BIBLIOTECA SALA DE DANÇA SALA DE TEATRO SALA DE OFICINAS MULTIUSO FOYER E ESPAÇO P/ EXPO TEMP. +3,25m +3,25m +3,25m +3,25m +3,25m +3,25m +3,25m PAVIMENTO SUPERIOR CAFÉ SALA DA BANDA MARCIAL SALA DE MÚSICA 01 SEDE TURISMO COPA/DML +0,10m +0,10m +0,10m +0,10m +0,10m +0,10m PAVIMENTO TÉRREO CORTE AA ESCALA.........1/100 TERRAÇO MIRANTE TERRAÇO MIRANTE 7,50m +7,50m +7,50m +7,50m COBERTURA COBERTURA Sol da manhã Sol da tarde CIRC. SALA DE TEATRO CIRC. ÁREA DE CONVÍVIO 3,25m 3,25m +3,25m +3,25m +3,25m +3,25m PAVIMENTO SUPERIOR PAVIMENTO SUPERIOR +2,00m TALUDE CIRC. SALA DA BANDA MARCIAL +0,10m +0,10m +0,10m UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PAVIMENTO TÉRREO ARQUITETURA E URBANISMO ASSUNTO ESCALA ANTEPROJETO ESPAÇO DE CULTURA E LAZER INDICADA CONTEÚDO PRANCHA CORTES LOCAL CORTE BB CORTE CC RUA FRANCISCO VICTOR - SERRINHA DOS PINTOS/RN 03/08ALUNA PROFESSOR ORIENTADOR ESCALA.........1/100 ESCALA.........1/100 JOYCE CRISTINY MARCELO TINOCO REVESTIMENTO AMADEIRADO PILARES EM AÇO CORTÉN PINGADEIRA EM AÇO CORTÉN PAREDES DE TAIPA MECANIZADA RAMPA QUE CONECTA O EDIFÍCIO A ÁREA DE PRAÇAS FACHADA LESTE ESCALA.........1/100 GUARDA CORPO VER DETALHE PRANCHA 05 BRISE TABICÃO ARTICULADO PAREDES DE TAIPA PILOTIS MURO DE ARRIMO FACHADA OESTE ESCALA.........1/100 PILAR METÁLICO TRELIÇADO REVESTIMENTO AMADEIRADO CHAPA DE AÇO CORTÉN CORTADA A LAZER PORTA TIPO CAMARÃO FACHADA SUL ESCALA.........1/100 FACHADA NORTE UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE ESCALA.........1/100 ARQUITETURA E URBANISMO ASSUNTO ESCALA ANTEPROJETO ESPAÇO DE CULTURA E LAZER INDICADA CONTEÚDO PRANCHA FACHADAS LOCAL RUA FRANCISCO VICTOR - SERRINHA DOS PINTOS/RN 04/08 ALUNA PROFESSOR ORIENTADOR JOYCE CRISTINY MARCELO TINOCO PISO ACABADO DETALHE PILAR TRELIÇADO CONCRETO DA LAJE m 0,11 0,33 0,10 0,33 0,10 ,52 0 1,52 m D=5,80 m 0,60 m 0,13 0,30 0,13 0,30 0,13 1,00 m EPS H10 VISTA FRONTAL DETALHE LAJE TRELIÇADA VIGOTA TRELIÇADA ESCALA.........1/5 MALHA POP 15 x 15#2 PERSPECTIVA LAJE TRELIÇADA PERSPECTIVA ILUSTRATIVA REGULARIZAÇÃO E ACABAMENTO DETALHE LAJE VISTA DE TOPODETALHE PILAR TRELIÇADO ESCALA.........1/40 DETALHE PAREDE PILAR METÁLICO PAREDE DE TAIPA CONCRETO NANO CIMENTADO LIS OCOR CINZA CLARO PINOS DE TRAVAMENTO CAMADA DE IMPERMEABILIZAÇÃO ARGAMASSA DE PLANTA BAIXA REGULARIZAÇÃO DETALHE ESTRUTURA PAREDE CHAPAS DE AÇO CORTÉN DE FIXAÇÃO ESCALA.........1/5 INTERIOR NA LAJE ATRAVÉS DE CONTRAPISO +0,10m PARAFUSOS PAREDE DE TAIPA EXTERIOR TUBO DE METALON SOLDADO - 100MM 0,00m PILAR METÁLICO DE AÇO CORTÉN 20mm BRITA PLACA METÁLICA DE APOIO E FIXAÇÃO CHAPA DE AÇO CORTÉN FIXADA A LAJE DE PISO COM PARAFURSOS PARAFUSO ALLEN PERSPECTIVA SAPATA DE CONCRETO DETALHE PILAR TRELIÇADO SOLO CICLÓPICO ATERRADO PERSPECTIVA ILUSTRATIVA SAPATA DE CONCRETO 0,10 BASE DE FIXAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE E APOIO ARQUITETURA E URBANISMO ASSUNTO ESCALA ANTEPROJETO ESPAÇO DE CULTURA E LAZER INDICADA PERSPECTIVA CORTE ESQUEMÁTICO CONTEÚDO PRANCHA DETALHE ESTRUTURA PAREDE DETALHE DA FUNDAÇÃO DETALHES ESTRUTURAISLOCAL RUA FRANCISCO VICTOR - SERRINHA DOS PINTOS/RN PERSPECTIVA ILUSTRATIVA ESCALA.........1/5 05/08 ALUNA PROFESSOR ORIENTADOR JOYCE CRISTINY MARCELO TINOCO 0,22 0,18 1 m 0,25 0,25 0,03 0,10 0,025 0,025 0,10 7.35 1,00 m 0,52 m DETALHE BRISE 2,75 ROLDANA DUPLA PIVOT DOBRADIÇA TRILHO TIPO CALHA FIXADO COM PARAFUSO NA LAJE PUXADOR TABICÃO MÓVEL FERROLHO DE TRAVAMENTO 0,94 MATERIAL DOBRADIÇA 1,37 1,37 MADEIRA PLÁSTICA MÓDULO DO BRISE ARTICULADO FECHADO MÓDULO DO BRISE ARTICULADO FECHADO MÓDULO DO BRISE ARTICULADO ABERTO MÓDULO DO BRISE ARTICULADO ABERTO TABICÃO FECHADO TABICÃO ABERTO TABICÃO ABERTO TABICÃO ABERTO ESCALA.........1/25 ESCALA.........1/25 ESCALA.........1/25 PERSPECTIVA ILUSTRATIVA DETALHE GUARDA CORPO CORRIMÃO EM FOLHA DE VIDRO AÇO CORTÉN TEMPERADO 20mm TUBO 5CM GUARDA CORPO RECUADO 1.20m DA EXTREMIDADE DA LAJE 1,20 0,01 0,01 1,22 FIXAÇÃO TIPO "SPIDER GLASS" MONTANTE VERTICAL EM AÇO CORTÉN 3X5CM PLANTA BAIXA DETALHE GUARDA CORPO ESCALA.........1/10 CHAPA DE FIXAÇÃO NA LAJE VISTA LATERAL UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE DETALHE GUARDA CORPO PERSPECTIVA ARQUITETURA E URBANISMO ESCALA.........1/10 DETALHE GUARDA CORPO ASSUNTO ESCALA PERSPECTIVA ILUSTRATIVA ANTEPROJETO ESPAÇO DE CULTURA E LAZER INDICADA CONTEÚDO PRANCHA DETALHE BRISE TABICÃO E GUARDA CORPO LOCAL RUA FRANCISCO VICTOR - SERRINHA DOS PINTOS/RN 06/08 ALUNA PROFESSOR ORIENTADOR JOYCE CRISTINY MARCELO TINOCO 0,05 0,25 0,10 0,29 4,00 1,10 0,92 0,80 0,15 0,50 RENDERS INTERNOS N ÁREAS DE GRAMA 1 SALA DE DANÇA 1 2 BRISE TABICÃO ARTICULADO PILAR METÁLICO 2 BIBLIOTECA TRELIÇADO MURO DE ARRIMO PAREDES DE TAIPA SHAFT HIDRÁULICO 3 PAREDES DE DRYWALL PORTA DE MADEIRA E VIDRO TIPO CAMARÃO PERSPECTIVAS EXPLODIDA DOS PAVIMENTOS UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE ARQUITETURA E URBANISMO ASSUNTO ESCALA ANTEPROJETO ESPAÇO DE CULTURA E LAZER INDICADA 3 CAFÉ E LOJINHA CONTEÚDO PRANCHAPERSPECTIVA EXPLODIDA + RENDERS INTERNOS LOCAL RUA FRANCISCO VICTOR - SERRINHA DOS PINTOS/RN 07/08 ALUNA PROFESSOR ORIENTADOR JOYCE CRISTINY MARCELO TINOCO PERSPECTIVA EXTERNA VISTA GERAL DA PROPOSTA BICICLETÁRIO ENTRADA PRINCIPAL SKATE PARK ESPAÇO DE JOGOS UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE ARQUITETURA E URBANISMO ASSUNTO ESCALA ANTEPROJETO ESPAÇO DE CULTURA E LAZER INDICADA CONTEÚDO PRANCHA RENDERS LOCAL PISCINA ADAPTADA PLAYGROUND RUA FRANCISCO VICTOR - SERRINHA DOS PINTOS/RN 08/08 ALUNA PROFESSOR ORIENTADOR JOYCE CRISTINY MARCELO TINOCO