Guerra, Ricardo OliveiraMenezes, Karla Vanessa Rodrigues Soares2017-10-182017-10-182017-07-13MENEZES, Karla Vanessa Rodrigues Soares. Impact of hospitalization in functional and mobility capacity of older adults. 2017. 143f. Tese (Doutorado em Ciências da Saúde) - Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2017.https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/24122Introdução A medida que as pessoas envelhecem manter sua funcionalidade permanece um desafio. A funcionalidade consiste da habilidade do indivíduo de realizar atividades de auto-cuidado (e.g. atividades de vida diária – AVD´s) classificados dentro do nível de atividade e participação da Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF). Estudos anteriores identificaram fatores de risco para a diminuição da capacidade funcional durante a hospitalização que incluíam idade avançada, características socioeconômicas, incapacidade preexistente, perda cognitiva, delírio, co-morbidade. Mobilidade dentro do hospital tem recebido atenção especial devido a sua importante relação com a perda da capacidade funcional. Poucos estudos foram realizados tendo como foco a avaliação dos efeitos da hospitalização em idosos brasileiros. Identificar idosos em risco para a perda funcional durante a hospitalização poderá auxiliar pesquisadores e clínicos a tomar decisões baseadas em evidência. Objetivos Esse estudo contempla três objetivos. Primeiro: promover uma atualização a cerca dos instrumentos relevantes utilizados para avaliar a mobilidade de idosos baseado no conceito da CIF no contexto de hospitalização ou unidades de reabilitação geriátrica intensiva. Segundo: avaliar se a mobilidade avaliada dentro do hospital na admissão é preditiva de perda funcional durante a hospitalização em idosos e identificar fatores preditores de perda funcional. Terceiro: avaliar mudanças funcionais desde antes da internação (medida de base) até a alta hospitalar e identificar preditores de perda funcional. Métodos Esse estudo do tipo coorte prospectivo foi realizado no Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL), localizado em Natal/RN, Brasil entre primeiro de Janeiro de 2014 a 30 de Abril de 2015. Participaram do estudo pacientes com 60 anos ou mais de idade admitidos no hospital e que preencheram os critérios de inclusão: 1) fornecer o termo de consentimento assinado; 2) advindo da comunidade; 3) ser abordado para participar do estudo dentro das primeiras 24 horas de internação. As variáveis independentes incluem características pessoais, atividades de vida doméstica (e.g. atividades instrumentais de vida diária – AIVDs) avaliada pela escala de Lawton e Brody´s, a cognição foi avaliada pelo teste cognitivo de Leganés, a depressão foi investigada através da escala de depressão geriátrica (GDS-15), a mobilidade dentro do hospital foi avaliada pela Short Physical Performance Battery (SPPB). A variável dependente capacidade funcional foi avaliada pela escala de Katz. Esses instrumentos foram avaliados em dois momentos distintos: na admissão (primeiras 24 horas) e na alta hospitalar (12-24 horas antes). A análise estatística inclui análise descritiva, bivariada e multivariada, através de frequências, médias ± erro padrão, receiver-operating characteristic (ROC), regressão logística binária e Equação de Estimativa Generalizada (EEG). Os dados foram inseridos através do SPSS versão 18.0 para Windows. Resultados Na alta hospitalar dos 1256 idosos incluídos na pesquisa 65 (5,1%) foram a óbito durante a hospitalização o que culminou em uma amostra final de 1191 idosos. A idade média foi de 70,02 (±7,34), 684 (57,4%) dos participantes são homens e 790 eram casados (66,3%). A média de dias de internação foi de 7,65 dias (±9,94). Nossa amostra apresentou uma frequência alta para abordagem cirúrgica (>70%). Em relação aos melhores instrumentos para avaliar mobilidade o De Morton Mobility Index (DEMMI) e o SPPB apresentaram o melhor equilíbrio entre a cobertura do conceito de mobilidade, propriedades psicométricas e aplicabilidade em ambiente hospitalar e unidades de reabilitação geriátrica. O ponto de corte do SPPB de 6.5 (62% sensibilidade, 54% especificidade) identificou 593 (49.8%) pacientes em risco para perda da capacidade funcional. Na regressão logística o SPPB sozinho apresentou predição estatisticamente significante para perda funcional entre admissão e alta hospitalar. Finalmente em relação às mudanças funcionais 52,5% dos idosos receberam alta hospitalar com uma capacidade funcional pior do que antes da internação. Ser dependente para as atividades instrumentais de vida diária, presença de sintomas depressivos, baixos níveis de cognição e mobilidade dentro do hospital foram fatores de risco para perda funcional após um evento de hospitalização. Conclusão Concluímos que DEMMI e SPPB foram os melhores instrumentos para avaliar mobilidade em idosos hospitalizados. Com relação a capacidade funcional metade da amostra apresentou perda da funcionalidade entre linha de base e alta hospitalar e a mobilidade dentro do hospital avaliada pelo SPPB pode predizer perda da capacidade funcional em idosos hospitalizados. Somando à mobilidade dentro do hospital, dependência para atividades domésticas, baixos níveis de cognição e depressão melhora a detecção de casos de idosos em risco para perda da capacidade funcionalAcesso AbertoAgedMobility limitationHospitalizationValidity of testesReproducibility of testsFunctioningImpact of hospitalization in functional and mobility capacity of older adultsdoctoralThesisCNPQ::CIENCIAS DA SAUDE