Programa de Pós-Graduação em Bioquímica e Biologia Molecular
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Navegando Programa de Pós-Graduação em Bioquímica e Biologia Molecular por Autor "Albino, Maryelle de Cássia"
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Tese Efeitos da retirada de sacarose e de etanol sobre comportamentos relacionados à ansiedade e à depressão: investigação do papel da via das quinureninas(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-02-27) Albino, Maryelle de Cássia; Rachetti, Vanessa de Paula Soares; Ferreira, Frederico Rogério; http://lattes.cnpq.br/1524215726056886; https://orcid.org/0000-0001-6783-5430; http://lattes.cnpq.br/6589553518544930; Silva Júnior, Edilson Dantas da; Gavioli, Elaine Cristina; Fernandes, Isabella Maria de Oliveira Pontes; Zanoveli, Janaina MenezesO uso repetido e prolongado de substâncias psicoativas provocam neuroadaptações que favorecem o desenvolvimento de tolerância, dependência química e sintomas de abstinência em tentativas de interrupção de consumo. Tais sintomas causam grande sofrimento psíquico e constituem-se fatores de reforço negativo do uso. A via das quinureninas é uma possível candidata à neuromodulação e à contribuição para as alterações emocionais comportamentais da retirada devido a indoleamina 2,3-dioxigenase (IDO), principal enzima da via, metabolizar grande parte do triptofano encefálico, interferindo na síntese de serotonina e gerar metabólitos neuroativos e reativos. Para analisar essa hipótese, este trabalho investigou os efeitos da retirada de sacarose e de etanol sobre comportamentos relacionados à ansiedade e à depressão, sobre a atividade da IDO e o perfil sorológico de ratas Wistar. Mulheres são mais vulneráveis ao desenvolvimento de transtornos emocionais e alimentares quando comparadas aos homens. Além disso, foi investigada a ação prebiótica da fibra alimentar inulina em ratas em exposição e retirada de etanol. É conhecido que o etanol causa prejuízos na microbiota e na permeabilidade intestinal levando a quadros inflamatórios que poderiam interferir na atividade neural e respostas emocionais. Portanto, na etapa experimental 1, as ratas foram submetidas à dieta líquida de sacarose por 16 dias e à retirada de sacarose a curto prazo (48h) ou a longo prazo (21 dias). Após, realizaram testes comportamentais do campo aberto (CA - 72h e dia 22º de abstinência) e natação forçada (NF - dia 4 e 5º, 23 e 24º de abstinência). Na etapa experimental 2, as fêmeas foram submetidas à dieta líquida exclusiva de etanol em concentração crescente (2, 4 e 6%) por 21 dias e a abstinência por 22 dias. Depois, passaram por testes comportamentais nos dias 22 (labirinto em cruz elevado - LCE), 23 (spray de sacarose - SS), 24 (marble burying - MB), 25 (pré-NF) e 26 (NF) dias de abstinência. O tratamento com inulina consistiu na administração de solução (100 mg/Kg ou 300 mg/Kg via oral, gavagem) a partir do 14º dia de exposição ao etanol até ao final dos testes comportamentais. Por fim, os animais foram eutanasiados para coleta de amostras de sangue, do córtex frontal, do estriado e do hipocampo. Nenhuma alteração comportamental foi vista nos animais em retirada de sacarose, porém as ratas expostas a sacarose de forma contínua reduziram a imobilidade no NF. Já as ratas em retirada de etanol exibiram menor exploração dos braços abertos no LCE, maior enterramento de bolas de vidro no MB e maior tempo de imobilidade no NF. Quando tratadas com inulina na dose de 100 ou 300 mg/Kg, as fêmeas em retirada etanólica apresentaram comportamento semelhante aos controles na exploração dos braços abertos do LCE. Ainda, as ratas em retirada e tratamento com inulina 300 mg/Kg apresentaram comportamento semelhante aos controles no enterramento de bolas de vidro e na imobilidade no NF. Não houve alteração no nível de quinureninas, marcadores de estresse oxidativo encefálicos e marcadores do perfil sorológico dos animais, com exceção dos expostos a sacarose que apresentaram aumento dos triglicerídeos plasmáticos. Em conclusão, o consumo prolongado de sacarose demonstrou um efeito antidepressivo. A retirada de etanol promoveu comportamentos do tipo ansiosos e depressivos que foram mitigados pelo tratamento com a inulina. O prebiótico inulina demonstrou um potencial candidato para o tratamento do transtorno por uso de álcool.