PPGDEM - Doutorado em Demografia
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Navegando PPGDEM - Doutorado em Demografia por Autor "Campos, Járvis"
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Tese Fortalecendo raízes: (i)mobilidade populacional e resiliência no semiárido nordestino(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-05-08) Costa, Paulo Victor Maciel da; Ojima, Ricardo; https://orcid.org/0000-0002-7472-4285; http://lattes.cnpq.br/3111648323926056; https://orcid.org/0000-0002-8326-2131; http://lattes.cnpq.br/2076380199549823; Campos, Járvis; Queiroz, Silvana Nunes de; Galizoni, Flávia Maria; Jannuzzi, Paulo de MartinoEmbora o Nordeste seja uma região em que ainda há significativa perda de população, nela também se registra o maior volume de nunca migrantes, especialmente nos municípios do interior. Segundo o Censo Demográfico de 2010, cerca de 10 milhões de pessoas residentes no Semiárido Setentrional, o equivalente a 70,3% da população total, nunca haviam empreendido a migração da ou na região. Isso mostra que a imobilidade no Semiárido é maior do que se imagina, o que pode evidenciar que a capacidade de migrar não está disponível para todos, por exigir um nível mínimo de capital humano, social e físico, como também pode refletir uma estrutura de resiliência desenvolvida no local de nascimento. A primeira explicação tende para a perspectiva de vulnerabilidade de uma população que não migra mesmo estando exposta a riscos, configurando uma “população presa”. A outra, por outro lado, tende para a perspectiva de que outras estratégias de adaptação podem ser mais importantes em relação à migração. Nesse sentido, elementos como complementação da renda da família e segurança hídrica, seja para o consumo ou para a produção, podem desempenhar, conjuntamente, o papel de tornar a população resiliente, principalmente a que reside no campo, onde as condições são mais áridas, não só da perspectiva ambiental, mas também socioeconômica. É primordial para essa resiliência o papel que as instituições e políticas públicas desempenham. A gestão adaptativa por parte destas deve considerar tanto o enfoque social quanto ecológico, aspectos que, no contexto do Semiárido, são identificados no Programa Cisternas, referência mundial como estratégia de adaptação climática, que busca aumentar a segurança hídrica e alimentar, além do baixo impacto ao ecossistema. Diante disso, indaga-se: como a resiliência contribui para a imobilidade no Semiárido Setentrional? Mais especificamente, cabe ainda perguntar: a imobilidade populacional está relacionada ao acesso as cisternas? Questões individuais e familiares, ligadas ao ciclo de vida, e institucionais estão relacionadas a imobilidade do sertanejo? Qual o impacto do Programa Cisternas junto a outros programas sociais na resiliência sertaneja? Além da bibliografia pesquisada, para ajudar a responder tais questões foram adotadas como principais fontes de informação tanto bases de dados de caráter transversal, como os Censos Demográficos (2000 e 2010), quanto longitudinal, como a Coorte dos 100 Milhões de Brasileiros do CIDACS (Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para a Saúde) da Fiocruz Bahia. As referidas perguntas nortearam os ensaios que compõem esta tese e dão sustentação a visão de que o sertão não é só vulnerável, mas também resiliente. Dada a sua vivência e experiência com a lida no sertão “o sertanejo é, antes de tudo, um forte”, mas segue necessitando de políticas sociais que potencializem sua força, diante de desvantagens sociais que se mantêm, bem como de inseguranças que se tornam pronunciadas com as mudanças climáticas.Tese Ocupados que recebem até um salário mínimo no Brasil e Região Nordeste, em 2012, 2017 e 2022: perfil e distribuição espacial no contexto de crises(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-08-23) Santos, Ricardo Tadeu Soares; Queiroz, Silvana Nunes de; http://lattes.cnpq.br/4913500148633052; Campos, Járvis; https://orcid.org/0000-0002-6404-6783; http://lattes.cnpq.br/9521949677900552; Myrrha, Luana Junqueira Dias; Oliveira, Kléber Fernandes de; Guerra, Maria de Fátima LageEntre 2012 e 2022, os brasileiros foram expostos a mudanças no cenário econômico, político e de saúde pública, nos níveis coletivo e individual. Estudar as pessoas ocupadas segundo sua renda, mais especificamente aquelas que ganham até um salário mínimo, contribui para a compreensão da realidade e da desigualdade social vivenciadas no Brasil, na região Nordeste e em seus nove estados. Esta tese tem como objetivo principal analisar o perfil sociodemográfico e socioeconômico das pessoas ocupadas no mercado de trabalho formal e informal, que ganham até um salário mínimo, no Brasil, região Nordeste, e a distribuição espacial nos estados do Nordeste, em 2012, 2017 e 2022. Assim, o recorte temporal compreende os anos de 2012, 2017 e 2022, marcados pela presença de três presidentes distintos e diversas crises: econômica, política e sanitária. O método escolhido foi a estatística descritiva para o Brasil e o Nordeste brasileiro, e a análise da distribuição espacial para os nove estados da região Nordeste. Os microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) de 2012, 2017 e 2022 foram a principal fonte de dados. Observou-se que 31% (2012) e 35% (2022) de todas as pessoas ocupadas no Brasil, tanto no mercado formal quanto no informal, ganham até 1 SM; enquanto no Nordeste, foram 54% e 59%, respectivamente. Dessa faixa de renda, 71% (2012 e 2022) dos brasileiros e 73% (2012 e 2022) dos nordestinos estão no mercado informal. Em relação ao perfil ocupacional do brasileiro, há predominância de mulheres no mercado formal e de homens no mercado informal, nos três anos avaliados. Enquanto no Nordeste brasileiro há mais homens tanto no mercado formal quanto no informal, nos três anos em estudo. Além disso, tanto no Brasil quanto no Nordeste, os jovens dominam o mercado de trabalho formal de baixa renda, e os idosos são mais prevalentes no mercado informal. Com relação a raça/cor, nos três anos em estudo, houve predominância de trabalhadores não brancos em ambas as regiões geográficas (Brasil e Nordeste), tanto no mercado formal quanto no informal. Os grupos ocupacionais que exigem menor qualificação reduziram sua participação percentual no mercado de trabalho formal e informal, no Brasil e no Nordeste, ao longo do período analisado, à medida que os trabalhadores qualificados aumentaram sua representatividade, ganhando até 1 SM. Um achado importante foi o aumento percentual de 6% (mercado formal) e 4% (mercado informal), entre 2012 e 2022, no número de trabalhadores com ensino superior ganhando até 1 SM no Brasil e no Nordeste. Isso nos permite inferir que, como observado no aspecto educação nesta tese, embora os trabalhadores estejam se qualificando, sua renda por meio do trabalho principal está caminhando na direção oposta ao esperado, ou seja, tendendo à precariedade. Em relação à distribuição espacial nos estados do Nordeste, os homens são maioria tanto no mercado formal quanto no informal, com destaque para Bahia e Pernambuco, tanto em 2012 quanto em 2022, com um ligeiro aumento na proporção de homens em relação às mulheres no setor informal. Houve pequenas diferenças entre os estados do Nordeste, o que demonstra homogeneidade na distribuição percentual de homens e mulheres com rendimento de até 1 SM, seja no mercado formal ou informal. Os brancos são minoria entre os indivíduos ocupados com rendimento de até 1 SM, tanto no mercado formal quanto informal, em 2012 e 2022. Ainda assim, houve um ligeiro aumento desse percentual no setor formal em relação aos não brancos, refletindo a vulnerabilidade racial em que os indivíduos ocupados não brancos do Nordeste tendem a ter baixa renda e maior informalidade.