Navegando por Autor "Amorim, Ana Karenina de Melo Arraes"
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Tese Apoio institucional em saúde: desafios para democratização na atenção básica(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2015-08-03) Melo, Lygia Maria de Figueiredo; Rocha, Paulo de Medeiros; ; http://lattes.cnpq.br/3633596483807678; ; http://lattes.cnpq.br/3580862965931971; Amorim, Ana Karenina de Melo Arraes; ; http://lattes.cnpq.br/9847082748841264; Vasconcelos, Cipriano Maia de; ; http://lattes.cnpq.br/6561196586776281; Almeida, Ana Mattos Brito de; ; http://lattes.cnpq.br/4899711651204481; Righi, Liane Beatriz; ; http://lattes.cnpq.br/5575942071914661Objetivou-se analisar o Apoio Institucional na Atenção Básica ofertado às equipes pelas gestões municipais das capitais brasileiras que aderiram ao Programa de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ-AB). Possuiu caráter exploratório descritivo, com abordagens qualitativa e quantitativa para análise dos dados. A coleta de dados foi realizada no período de fevereiro a outubro de 2014 com dois grupos amostrais, sendo o primeiro composto pelos respondentes do módulo II que correspondeu a 2941 equipes, das 23 capitais que aderiram ao Programa e o segundo por 22 gestores da Atenção Básica das capitais brasileiras que responderam ao módulo IV (on line). Na fase quantitativa as variáveis foram analisadas através da estatística descritiva, com uso do Software IBM SPSS Statistics 20 e os resultados organizados e agrupados em três dimensões: características do Apoio Institucional; processo de trabalho do Apoiador Institucional e Apoio às equipes para administrar e planejar processos de trabalho. Na fase qualitativa, analisaram-se as diretrizes gerais para o Apoio Institucional no município, descritos pelo gestor municipal no formulário on line. Para organização e categorização dos dados qualitativos foi utilizado o Atlas ti.7.1, e como método de interpretação, a análise de conteúdo. A partir da concepção do Apoio como ferramenta democratizante, procedeu-se a aproximação de conceitos do Apoio Paideia (Campos), das relações de poder (Foucault) e da análise institucional (Lourau). Elencou- se as seguintes categorias de análise: Categoria 1- Dimensão administração e planejamento de processos de trabalho com as Subcategorias: Apoio à organização do processo de trabalho das equipes; Apoio ao planejamento, monitoramento e avaliação; Apoio às ações das equipes; Apoio ao fortalecimento das redes de atenção à saúde e ações intersetoriais e estrutura organizacional e administrativa do Apoio no município. Categoria 2- Dimensão Política com as Subcategorias: Apoio aos processos participativos de gestão e estímulo ao controle social; Apoio a construção de relações democráticas, cooperativas e dialógicas; Apoio às ações vinculadas ao PMAQ; descrição do Apoio Institucional utilizando a mesma redação dos documentos oficiais do MS. Categoria 3- Dimensão Pedagógica com a Subcategoria: processos de formação e qualificação de profissionais e gestores. Observou-se que o Apoio Institucional é uma realidade no contexto da Atenção Básica no Brasil, porém identificou-se que, tanto nas ações apoiadas quanto nas diretrizes propostas pelas gestões evidencia-se um traço normalizador e burocrático nesse processo. Houve avaliação positiva pelas equipes do Apoiador Institucional, embora esses profissionais encontrem-se sobrecarregados no exercício dessa função pelo número excessivo de equipes sob sua responsabilidade, evidenciando-se a necessidade de um dimensionamento que leve em consideração o modo de operar a função Apoio. Nas capitais brasileiras observaram-se fragilidades nas condições de gerir os processos para a institucionalização do Apoio, inferindo-se que as gestões e equipes de gestão da Atenção Básica precisam ser apoiadas na condução desse processo. Propõe-se, assim, o aprofundamento da temática e que nos outros ciclos do PMAQ-AB haja adequação dos instrumentos utilizados na avaliação externa, referente à dimensão Apoio Institucional, a fim de avançar na valorização das singularidades do Apoio, principalmente, no tocante à cogestão enquanto processo coletivo e democrático.Dissertação A articulação entre a estratégia saúde da família e o Centro de Atenção Psicossocial: análise de experiência em município do Nordeste brasileiro(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2014-09-26) Silva, Clarissa Andira Xavier e; Amorim, Ana Karenina de Melo Arraes; Silva, Georgia Sibele Nogueira da; ; http://lattes.cnpq.br/1062059652170019; ; http://lattes.cnpq.br/9847082748841264; ; http://lattes.cnpq.br/9103851254631231; Guimarães, Jacileide; ; http://lattes.cnpq.br/8942333851163376; Bosco Filho, João; ; http://lattes.cnpq.br/3068285662145237; Macedo, Mauricio Roberto Campelo de; ; http://lattes.cnpq.br/3673586188321966A reforma psiquiátrica consiste num processo que busca desconstruir a lógica excludente provocada pelas internações, proporcionando aos sujeitos estratégias de reinserção social. Nesse sentido, a atenção básica, através da Estratégia de Saúde da Família - ESF vem, progressivamente, tornando-se espaço estratégico nas intervenções em saúde mental, configurando-se como campo de práticas e produção de novos modos de cuidado. Nesta perspectiva, em Areia Branca-RN vem ocorrendo um processo de implementação dessa proposta, através da articulação da rede de Atenção Psicossocial e da Estratégia Saúde da Família/ESF. As discussões acerca da implementação da atenção integral à saúde mental no município de Areia Branca avançam significativamente. Porém, esta discussão não tem sido capaz de provocar mudanças na prática. Ao partir da concepção de que a articulação entre saúde mental e atenção básica é um desafio a ser enfrentado atualmente, que a melhoria da assistência prestada e a ampliação do acesso da população aos serviços com garantia de continuidade da atenção dependem da efetivação dessa articulação, estabeleceu-se como objetivo de pesquisa: investigar como se dá a relação entre as equipes de ESF e a equipe de CAPS na atenção à saúde mental no município de Areia Branca – RN a partir dos discursos dos profissionais. Para tanto, tiveram-se como objetivos específicos: Conhecer a demanda em saúde mental existente no município de Areia Branca – RN atendida pela ESF; Identificar limites e dificuldades na relação entre as equipes da ESF e do CAPS; Identificar potencialidades para articulação entre as equipes da ESF e do CAPS para a constituição da RAPS local. Tratou-se de um estudo descritivo-exploratório, com desenho metodológico de natureza qualitativa, cujos sujeitos foram profissionais da Estratégia Saúde da Família, profissionais do Centro de Atenção Psicossocial e o responsável pela condução/gestão da saúde mental no município. Como instrumentos de pesquisa foram utilizadas observações informais, entrevista semiestruturada e grupos focais. As informações obtidas foram analisadas considerando a análise de conteúdo de Bardin, o que possibilitou discutir a pertinência do referencial teórico com os dados obtidos através da observação e interpretação da articulação entre a Estratégia de Saúde da Família e a rede de Atenção Psicossocial no município de Areia Branca-RN. Por um lado, registrou-se intensa demanda em saúde mental advinda de usuários e de seus familiares e/ou cuidadores. Por outro, verificaram-se que apesar de existir alguns avanços com relação a percepções sobre saúde mental, existem ainda práticas, histórica e contextualmente arraigadas, que atuam como obstáculos para a resposta efetiva a essa demanda na perspectiva da desinstitucionalização. Nesse sentido, considera-se importante ressaltar que as equipes da Estratégia de Saúde da Família devem ser capacitadas para garantir a prática de saúde com integralidade e a incorporação à rede de saúde mental do município. Essa capacitação deve ocorrer através da educação permanente em saúde.Dissertação Atenção à saúde mental na velhice: uma revisão integrativa(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2021-12-14) Oliveira, Hávilla Monalisa Silva de; Amorim, Ana Karenina de Melo Arraes; Simoni, Ana Carolina Rios; 96287365072; http://lattes.cnpq.br/7427786733929741; http://lattes.cnpq.br/9847082748841264; http://lattes.cnpq.br/3229036022592296; Queiroz, Pablo Vicente Mendes de Oliveira; http://lattes.cnpq.br/1860289409399187; Freire, Flávia Helena Miranda de Araújo; http://lattes.cnpq.br/6853549958776132A velhice é um fenômeno que acarreta importantes mudanças a nível biológico, psicológico, social, econômico, além de que não se vive em seu estado natural devido um estatuto imposto pela sociedade à qual pertencemos. Dentre o processo de reforma psiquiátrica e o campo da atenção em saúde mental, apesar dos avanços adquiridos ao longo do tempo, há fragilidades e omissões relativas às questões de saúde mental de velhos e velhas. De certo modo, observa-se que estes não se beneficiaram enquanto sujeitos desse processo, além de que, há uma insuficiência de estudos no campo da saúde mental na velhice, sinalizando a necessidade de fundamentos e conhecimentos específico voltados para à atenção à saúde mental na velhice em suas crescentes demandas. Diante disso, esta pesquisa objetivou analisar as principais questões relativas à saúde mental na velhice colocada pela literatura no contexto latino-americano, a partir de uma revisão integrativa da literatura, nas bases de dados SciELO, Redalyc e LILACS, entre os anos de 2011 e 2021, totalizando 25 artigos científicos para análise, os quais foram categorizados nas seguintes temáticas: Representações de velhice, envelhecimento e estigmas relativos aos velhos e velhas como problemas relacionados à saúde mental; Perfil de usuários e usuárias, demandas de saúde mental e serviços de saúde mental; Uso de medicamentos e Medicalização da velhice; Suicídio, luto e os agravamentos à saúde mental; Saúde mental, aspectos socioculturais e fatores associados (gênero, incapacidades, riscos e vulnerabilidades); e Práticas e abordagens na atenção à saúde mental. Concluiu-se que o predomínio da perspectiva biomédica quanto aos processos do envelhecimento e da velhice e de concepções e experiências em saúde do idoso, fundamentados nos aspectos biológicos, mecânico-funcionais do corpo e no aparato curativo, representativos da visão da nossa sociedade quanto às capacidades de produção e de consumo, o que parece contribuir para estigmatização, exclusão e medicalização de pessoas velhas, exigindo novos saberes e práticas relativos à atenção em saúde mental, na perspectiva da atenção psicossocial.Dissertação A atuação do psicólogo no contexto das referências ambulatoriais em saúde mental de Aracaju - SE(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2011-04-08) Guimarães, Shyrley Bispo; Yamamoto, Oswaldo Hajime; ; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4787892Z9&dataRevisao=null; ; http://lattes.cnpq.br/3351407778494994; Amorim, Ana Karenina de Melo Arraes; ; http://lattes.cnpq.br/9847082748841264; Boarini, Maria Lúcia; ; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4787340T6A inserção do psicólogo nos ambulatórios de saúde mental ocorreu na década de 1980, no contexto das reivindicações propagadas pela reforma sanitária e psiquiátrica, da formação de equipes mínimas de saúde mental e da retração da clínica privada. Historicamente, essa migração foi acompanhada da importação de práticas tradicionalmente aplicadas no consultório. Ademais, a falta de diretrizes claras por parte do Ministério da Saúde ocasionou a abertura de ambulatórios com estruturas diversificadas em cada município. O objetivo desta dissertação foi estudar a atuação do psicólogo nas Referências Ambulatoriais em Saúde Mental de Aracaju-SE. Foram entrevistados psicólogos desses serviços e gestores da secretaria municipal de saúde a partir de roteiro semiestruturado, além da análise de relatórios de gestão. Observou-se que as Referências em Saúde Mental sofreram transformações substanciais quanto à sua estrutura e funcionamento, levando a um quadro atual de expansão e de readequação. Percebeu-se um esforço por parte dos psicólogos em manter os atendimentos individuais e de grupo, a partir de ajustes na frequência nas sessões e no foco das atividades. Não obstante os progressos, a relação com o psiquiatra ainda se processa basicamente pelo prontuário, impedindo de avançar na discussão conjunta dos casos. São notáveis alguns avanços em direção à clínica ampliada, como a superação do uso do diagnóstico psiquiátrico de forma isolada e da substituição do critério fila pelo de urgência. O acolhimento tornou-se uma estratégia interessante de ordenação do fluxo, porém o descompasso entre oferta e demanda parece ser uma questão que extrapola o âmbito dos psicólogos das referências. Por essa razão, o estreitamento da relação com as unidades de saúde da família parece ser o maior desafio a ser enfrentado pelos psicólogos das Referências Ambulatoriais em Saúde MentalDissertação A atuação dos consultórios na rua (CnaR) e a atenção à saúde da população em situação de rua(2016-07-12) Matos, Anna Carolina Vidal; Oliveira, Isabel Maria Farias Fernandes de; ; http://lattes.cnpq.br/6077243255728600; ; http://lattes.cnpq.br/3320765951638048; Amorim, Ana Karenina de Melo Arraes; ; http://lattes.cnpq.br/9847082748841264; Moraes, Maristela de Melo; ; http://lattes.cnpq.br/2704701903980934A presente pesquisa tomou como referência a população em situação de rua como uma manifestação da questão social, o que implica um fenômeno gerado a partir de condições históricas, com a mediação de aspectos sociais, econômicos e políticos. Em consequência da organização e das lutas do Movimento Nacional da População de Rua, atualmente, no Brasil, tal fenômeno é abordado pelo Estado como uma questão transversal a várias áreas da gestão pública. Assim, em 2011, surge a Política Nacional Para a População em Situação de Rua, em que foram criados os Consultórios na Rua (CnaR). Estes são equipamentos da atenção básica voltados para a prevenção e promoção de saúde junto à população em situação de rua. Nessa direção, esta pesquisa visou a entender a atuação dos profissionais dos CnaR no município do Natal/RN. O objetivo geral foi analisar a atuação das equipes do CnaR frente às demandas e necessidades de saúde da população em situação de rua do município de Natal/RN. De forma mais específica, pretendeu-se caracterizar as práticas dos profissionais do CnaR; problematizar os limites e as potencialidades desse equipamento na sua relação com a rede de saúde e com a intersetorialidade; e discutir como se dá o acesso ao cuidado integral à saúde da população em situação de rua, por meio das práticas do CnaR. Assim, foram feitas entrevistas semiestruturadas com os profissionais das equipes e, concomitantemente, observação participante e registros em diários de campo a partir do acompanhamento de uma das equipes. Em Natal/RN, existem três equipes do CnaR, localizadas em duas regiões da cidade, sendo elas compostas por 19 profissionais e um coordenador. Participaram das entrevistas 17 profissionais. Foi constatado que as demandas que chegam para as equipes são bastante diversificadas, mas ligadas ao perfil de desassistência e negação de direitos característico dessa população, o que exige uma educação crítica e permanente acerca do fenômeno, algo que foi visto como incipiente. Além disso, o trabalho dos profissionais se dá na direção das práticas voltadas para a inserção dos usuários na rede de saúde, como o matriciamento, e no atendimento às demandas apresentadas no campo – e essas últimas acabam sendo priorizadas por seu volume. A dificuldade de articulação com outros serviços da rede emergiu como uma das mais marcantes da atuação e, junto com o excesso de atividades, foi apresentada como limite para a efetiva inserção dos usuários na rede. Constatou-se também que há uma necessidade de estimular a articulação com parceiros centrais como o NASF e o MNPR. Por fim, é importante ressaltar que entender as práticas dos CnaR permite ampliar o entendimento da construção das políticas sociais para a população em situação de rua, diminuir a invisibilidade e promover a construção de possibilidade de uma transformação na realidade desse público.Tese Cartas para o futuro: cartografias de memórias minoritárias como resistência na luta antimanicomial potiguar(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-12-10) Feitosa, Carlos Eduardo Silva; Amorim, Ana Karenina de Melo Arraes; https://orcid.org/0000-0002-1343-9341; http://lattes.cnpq.br/9847082748841264; https://orcid.org/0000-0002-2156-656X; http://lattes.cnpq.br/8547498747690868; Silva, Eder Amaral e; Baptista, Luís Antônio dos Santos; Arraes, Marcos Alexandre de Melo Santiago; Pereira, Maria Teresa Lisboa NobreA presente tese aborda a defesa de uma memória e uma história minoritária no campo da saúde mental potiguar a partir da narração, testemunhos e relatos de usuários da rede de saúde que compõem um coletivo de luta antimanicomial de Natal. Embora encontremos na história da Reforma Psiquiátrica Brasileira o relato das diversas experiências, trazendo exitosamente as particularidades e características desse movimento, pontuamos a pouca frequência e, às vezes, até a ausência de relatos de usuários da rede de saúde mental, muitos deles testemunhas e atores históricos do processo de reforma psiquiátrica. Apoiado nas teses de história, experiência e narração de Walter Benjamin, assim como nas contribuições do pensamento de Deleuze, Guattari, da Análise institucional e dos estudos decoloniais, buscou-se fazer uma cartografia das memórias desses usuários através da realização de entrevistas, do acompanhamento do coletivo de luta antimanicomial e da produção de cartas, como elemento estético de produção de uma narração de suas experiências, para pensar uma outra história da saúde mental potiguar, uma história invisibilizada e inaudita. O desenvolvimento da pesquisa seguiu uma contextualização do momento histórico na qual esta se insere, seguido das bases metodológicas que dão suporte a uma pesquisa de imersão cartográfica das memórias dos usuários da rede. Por meio de uma revisão bibliográfica sobre a memória, sua coletivização e transmissão procuramos passar por autores europeus clássicos, nos aproximando de autores decoloniais para pensar a produção de uma memória minoritária, tomada aqui em analogia à ideia de minoritário, presente no conceito de literatura menor de Deleuze e Guattari, como subversão de uma minoria em uma língua maior ou condição de revolução de toda literatura, situada dentro da literatura universal estabelecida, a partir de agenciamentos coletivos de enunciação, da desterritorialização da língua e de dimensão política. Por meio do recurso da produção de cartas a partir dos relatos das entrevistas, buscou-se articular os conceitos trazidos de forma a tensionar a relação entre saber e experiência, além de uma construção coletiva de formas de publicizar essas memórias/histórias cartografadas, criando, em conjunto com os demais participantes da pesquisa, espaços onde essas histórias possam continuar sendo compartilhadas.postGraduateThesis.type.badge Cartografia afetiva de um grupo de gestão autônoma da medicação em uma cidade do interior do nordeste brasileiro(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2020-01-28) Bezerra, Iasmin Sharmayne Gomes; Amorim, Ana Karenina de Melo Arraes; Raquel Littério de Bastos; Bastos, Raquel Littério de; Feitosa, Carlos Eduardo Silva; Silva, Kleylenda Linhares daA produção de subjetividade contemporânea tem incidido sobre a criação de formas de vidas normalizadas. Dessa maneira, pensando a normalidade como estratégia de regulamentação da vida em tempos de biopolitica, percebe-se uma sociedade medicalizada, onde a psiquiatrização, a patologização e a medicalização passam a ser fenômenos existentes que podem percorrer o campo da saúde mental e da saúde coletiva. Tendo em vista que, estudos recentes nessas áreas de saber, demonstram como ao longo da história até a contemporaneidade aquilo que foge da normalidade têm se configurado como critérios para diagnósticos que são legitimados pela linguagem médica como patológicos, assim, passando a ser alvo de intervenções psiquiátricas e consecutivamente, medicamentosas. Desse modo, entendendo que esses fenômenos merecem uma atenção crítica e ao julgar ser necessário propostas de intervenções que busquem produzir estratégias para enfrenta-los e combate-los, o guia de Gestão Autônoma da Medicação - GAM, desenvolvida na cidade do Quebec, Canadá e depois adaptada para o Brasil, passou a ser um recurso utilizado no campo da saúde mental, buscando promover estratégias de desmedicalização; enfrentar a centralidade do poder médico psiquiátrico; esclarecer e promover acesso a informações para usuários sobre o seu próprio tratamento; produzir cuidados para além do uso de psicofármacos e fortalecer o protagonismo político das pessoas em sofrimento psíquico em seus territórios existenciais, sociais e comunitários. Ao obter conhecimento disso, essa pesquisa objetivou cartografar, através de narrativas registradas em diário cartográfico e gravadas em voz, a experiência de pessoas em sofrimento psíquico com uso crônico de psicofármacos na atenção básica à saúde ao participar de um grupo GAM, numa cidade do interior do nordeste brasileiro. Os resultados sinalizaram a produção do sofrimento psíquico no corpo feminino, em que a biopolítica aparece como regulador desses corpos desviantes; identificou os efeitos dos psicofármacos na vida de mulheres, bem como a ausência de informações sobre o uso dos psicotrópicos, demonstrando a falta de conhecimento sobre os direitos referentes ao tratamento medicamentoso e a hierarquia do poder médico psiquiátrico; identificou a GAM como uma estratégia potente para a promoção da autonomia, de práticas cogestivas e da participação política em saúde mental e no campo da saúde coletiva.Dissertação Cartografia de uma intervenção comunitária para prevenção de DST/HIV/AIDS(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2013-06-25) Lucas, Márcia Cavalcante Vinhas; Souza, Elizabethe Cristina Fagundes de; ; http://lattes.cnpq.br/5933901040621573; ; http://lattes.cnpq.br/4977327461144434; Amorim, Ana Karenina de Melo Arraes; ; http://lattes.cnpq.br/9847082748841264; Bosco Filho, João; ; http://lattes.cnpq.br/3068285662145237As intervenções de base comunitária têm sido apresentadas como proposta de operacionalização do conceito de vulnerabilidade para a prevenção das DST/Aids. Esta pesquisa teve por objetivo analisar a intervenção comunitária desenvolvida através do projeto Fortalecimento de redes de ação comunitária para a prevenção em DSt/Aids: conhecer e intervir, no bairro de Mães Luiza, na cidade de Natal, estado do Rio Grande do Norte, Brasil. O estudo foi realizado no mesmo local onde ocorre a intervenção e tomou como referência temporal os primeiros 30 meses do processo de sua construção e implantação, desde abril de 2010 até dezembro de 2012. Trata-se de pesquisa com abordagem qualitativa, de caráter participativo, desenvolvida a partir da imersão da pesquisadora em campo, sendo este a própria intervenção comunitária. Nessa perspectiva, o estudo aproxima-se ao método cartográfico no qual a relação pesquisador-pesquisado é engendrada nos atos e efeitos da investigação. As fontes geradoras de dados foram o registro de memórias da pesquisadora a partir das anotações de campo, narrativas escritas de sujeitos implicados na intervenção e documentos referentes ao projeto. No caminho metodológico da cartografia, a imagem do rizoma apresentada por Deleuze e Guattari (1995) tem acompanhado a imersão em campo dada à natureza de pesquisa-intervenção a qual aproximamos à noção de objeto-rizoma. A apresentação de resultados foi composta por tentativa de representação rizomática e um hipertexto, tomando como base a narrativa descritiva extraída da análise documental e as narrativas multifacetadas com as vozes, os olhares e os afetos narrados pelos sujeitos implicados, respectivamente. No caminho percorrido, três pistas foram traçadas como síntese do aprendizado produzido pela experiência-intervenção, que podem contribuir para compreender o processo em estudo, em seu caráter singular, e orientar reflexões sobre outras experiências de intervenção comunitária: pista 1 A intervenção comunitária como espaço ativo-reflexivo e um modo de fazer com; pista 2 A inclusão como potência e desafio da intervenção comunitária; pista 3 A sustentabilidade como desafio da intervenção comunitária. O estudo indica que a intervenção comunitária se apresenta como potencial produtora de saúde à medida que também produz práticas e sujeitos, potencializando capacidades criativa e inventiva presentes no cotidiano da comunidade numa perspectiva de reinventar saberes e práticas para prevenção das DST/HIV/AidsDissertação A construção do corpo a partir das práticas corporais no contexto de um Centro de Atenção Psicossocial III(2020-03-12) Oliveira, Bérgson Nogueira de; ; ; Amorim, Ana Karenina de Melo Arraes; ; Wachs, Felipe; ; Caminha, Iraquitan de Oliveira; ; Silva, Priscilla Pinto Costa da; ; Medeiros, Rosie Marie Nascimento de;Este trabalho aproximou as relações da construção do corpo a partir das práticas corporais em um Centro de Atenção Psicossocial III. Objetivou-se compreender a construção do corpo com vistas também à identificação de relações com o cuidado em saúde dos sujeitos. Buscou-se, ainda, mapear as práticas corporais desenvolvidas no CAPS III; identificar as contribuições das práticas corporais para a construção do corpo dos praticantes; e discutir essas contribuições da construção do corpo para o cuidado em saúde. Utilizou-se a entrevista semiestruturada com seis usuários praticantes seguindo um roteiro com dez questionamentos sobre corpo relacionado às práticas corporais, como: mudanças, sentimentos, percepções sobre si etc. Além disso, foram utilizadas fotos, vídeos e o uso do diário de campo, no período de maio a agosto de 2019. Os seis usuários são os considerados semi-intensivos, e participam de diferentes práticas corporais em seus cuidados sob a responsabilidade de profissionais diversos: Pedagogo, Enfermeiro, Assistente Social, Psicólogo, Educação Física e Terapeuta Ocupacional juntamente com Artesãos. Utilizamos a fenomenologia de Merleau-Ponty como abordagem metodológica. Os resultados apontaram para três unidades de significados: A construção do corpo medicamentado; A construção do corpo pelo prazer/divertimento; e a Construção do corpo participativo. A primeira consiste em abordar o medicamento em sua participação na construção do corpo do sujeito, bem como as suas implicações pelo uso. É interessante perceber em como os usuários notam essa medicação, compreendem suas importâncias para o cuidado e apontam influências nos corpos. Contudo, percebemos que há um “distúrbio do corpo” cujos medicamentos contribuem; o que dificulta o “saber quem sou” na questão do se situar enquanto “ser no mundo”. Os sujeitos apontam algumas implicações das práticas corporais para seus cuidados. Estas implicações se aproximam das implicações do uso do medicamento, no entanto, há diferenças consideráveis, pois as práticas corporais colaboram a partir da experiência pelo movimento do corpo em contato com o mundo. A segunda unidade enfatizou características do fenômeno da ludicidade e sua importância para o meio pesquisado, já que na maioria das práticas vistas, o lúdico se faz presente. Isso faz com que o corpo dos sujeitos “se desintensione” e facilite vínculos afetivos entre profissionais e usuários, familiares etc. Ou seja, ampliem suas comunicações com o mundo. Além disso, contribui na leitura dos profissionais a partir do que os corpos dos sujeitos podem elucidar a partir do movimento. A terceira unidade trabalhou as contribuições das práticas no sentido de que estas apoiam na participação dos usuários em seu meio, além de inferir possibilidades de participação em outros meios, como no próprio lar, por exemplo. Os apontamentos sugerem que o CAPS e suas práticas procuram proporcionar experiências aos corpos com objetivos de que os sujeitos se reconheçam a partir de seus modos de ser na realidade atual, contribuindo para a sua reinserção social. No entanto, alertamos para que tais práticas não venham a contribuir com o controle dos corpos na contramão dos preceitos da Reforma Psiquiátrica, pois isso seria um retrocesso ao idealismo proporcionado pela racionalidade da Psiquiatria Clássica, em tempos atrás.Dissertação De LGBT a queer: cultura ballroom, dissidências de gênero e sexualidade e afirmação de vida(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2025-03-20) Bezerra, Isabela Pinto Lucena; Amorim, Ana Karenina de Melo Arraes; https://orcid.org/0000-0002-1343-9341; http://lattes.cnpq.br/9847082748841264; http://lattes.cnpq.br/0905798284930644; Dantas, Cândida Maria Bezerra; Calou, Antônio Leonardo FigueiredoA cultura e comunidade ballroom compõem um movimento de resistência e celebração de corpos LGBTIAP+, dissidentes de gênero e sexualidade, que surgiu nos Estados Unidos na década de 1970 e chegou no Brasil por volta de 2014. Conhecida também como cultura de baile no cenário brasileiro, destaca-se pelas suas práticas performáticas, as balls, com categorias e temáticas exuberantes, pela inventividade estética e por sua articulação política. Esse trabalho narra uma história sobre a comunidade ballroom do estado do Rio Grande do Norte, que chegou na capital Natal em 2023, nos seus movimentos de fortalecimento, consolidação e resistência. Entendendo a importância da implicação do corpo da pesquisadora com o campo, o trabalho se deu por meio de uma etnocartografia, que possibilitou acompanhar os processos da comunidade ballroom RN por meio de uma composição com as demais pessoas que compõem a cena. Para auxiliar nas análises do que se mostrava no campo, e do que foi registrado no diário de campo, a escrita foi amparada por elaborações pós-estruturalistas sobre gênero e sexualidade, especialmente das teorias queer e da esquizoanálise. Os frutos colhidos por essa pesquisa relatam a potência da comunidade ballroom RN enquanto prática afirmativa de vida. Propõe um espaço seguro e de cuidado, por meio de vínculos de afeto e de amizade, a vivências dissidentes vulnerabilizadas pela cisheteronormatividade, vítimas de diversas violências nos demais espaços em que estão inseridos. A ballroom também representa uma maneira de queerizar as vivências LGBTIAP+, a partir da subversão das prerrogativas de gênero e sexualidade da hegemonia cisnormativa, redesenhando vivências e propiciando novas possibilidades de se existir no mundo. Constata-se que a ballroom RN se articula com temáticas sobre cultura, cidadania, sociabilidade, classe, raça, gênero, sexualidade, entre tantos outros. Ademais, os esforços da comunidade trazem possibilidades de transformação social para os seus e para o cenário cultural da cidade.Tese Determinação social da esquizofrenia: fundamentos ontológicos para o desvendamento do desenvolvimento da esquizofrenia(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-05-29) Furtado, Vanessa Clementino; Campos, Herculano Ricardo; http://lattes.cnpq.br/3896628029641662; http://lattes.cnpq.br/4330439074153170; Amorim, Ana Karenina de Melo Arraes; https://orcid.org/0000-0002-1343-9341; http://lattes.cnpq.br/9847082748841264; Lima, Fellipe Coelho; Neves, Maelison Silva; Almeida, Melissa Rodrigues deEste texto expõe a síntese teórica sobre os fundamentos ontológicos para o desvendamento da determinação social da esquizofrenia, constituindo uma leitura materialista, histórica e dialética do processo de saúde, de adoecimento e de sofrimento psíquico. Neste processo, analisamos criticamente o entendimento da esquizofrenia pela Psiquiatria Hegemônica, demonstrando suas bases nos paradigmas kraepeliniano e biomédico. Os alicerces do estudo kraepeliniano na psicologia wundtiana são resgatados no primeiro capítulo deste trabalho, assim como a influência de Khaulbaum na psiquiatria de Kraepelin, por isso, tecemos uma crítica marxista, desvelando os limites desse modelo para a explicação teórica do fenômeno. Analisando os fundamentos do modelo biomédico e, tomando por base as formulações de Breilh e Laurell, apontamos caminhos para a apreensão da estrutura e dinâmica do processo saúde e doença, pela epidemiologia crítica, avançando no complexo denominado de “nexos internos da determinação social da saúde”, demonstrando suas mediações com a apreensão da Ontologia do Ser Social, de Lukács; da leitura dialética da biologia humana, de Levins e Lewontin; da leitura dialética da epigenética, apoiadas em Jablomka e Lamb; da categoria “vivência” como unidade da personalidade, em Vygotski, e por sua associação unitária com a categoria “sociabilidade”, em Lukács. Assim, esmiuçando as mediações da constituição social da ser humana como unidade dialética em que o social é o momento preponderante, nesta direção, apontamos para a conformação dos nexos internos do processo saúde e doença: plasticidade biológica; epigenética; vivência e sociabilidade; subsunção do biológico ao social. Em seguida, recuperamos criticamente as formulações da psicologia histórico-cultural sobre a constituição social da consciência, para assinalar esta como a unidade dialética entre os Sistemas Psicológicos, entendendo por sistema psicológicos “a emoção, a imaginação e o pensamento (momento predominante)”, atividades mais complexas que as funções psicológicas superiores (FPS), mas constituídas pelos nexos entre essas funções. Após conformados os fundamentos que nos apoiaram para construção de nossa tese sobre a determinação social da esquizofrenia, analisamos os textos vygotskianos sobre o tema, indicando suas possibilidades e seus limites para a apreensão do fenômeno e, apoiadas nas descrições de experimentos de Zeigarnik e Poliakov, adensamos a interpretação de suas conclusões, suprassumindo a tese vygotskiana de desintegração do “pensamento em conceito”. Complexificando a hipótese vygotskiana de que a esquizofrenia é uma patologia do “Ápices” da Psicologia, ou seja, das FPS desenvolvidas sociais e historicamente, apontamos a apreensão da esquizofrenia como processo de desagregação e mudança nos nexos dos sistemas psicológicos e uma alteração da unidade dialética da consciência em que, anteriormente ao desenvolvimento da esquizofrenia, tem o pensamento como momento preponderante e que, em momentos de crise, tem a imaginação e a criação como momentos preponderantes, promovendo um desenvolvimento incomum da consciência. Assim, buscamos fundamentar os meios pelos quais as vivências da unidade exploração-opressão podem propiciar condições de desumanização que incidem no desenvolvimento da esquizofrenia, tal como apontam estudos que correlacionam e demonstram a prevalência do seu desenvolvimento em populações vítimas dessas formas de violência que em uma sociabilidade capitalista se constitui como um complexo de expressões da questão social.Tese A dialética da redução de danos como projeto ético-político para outro projeto societário(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2023-09-29) Matos, Anna Carolina Vidal; Oliveira, Isabel Maria Farias Fernandes de; http://lattes.cnpq.br/6077243255728600; http://lattes.cnpq.br/3320765951638048; Amorim, Ana Karenina de Melo Arraes; https://orcid.org/0000-0002-1343-9341; http://lattes.cnpq.br/9847082748841264; Leal, Fabíola Xavier; Brites, Cristina Maria; Conceição, Maria Inês GandolfoA presente tese é um ensaio teórico e visa analisar as práxis da Redução de Danos (RD) no que se refere às possibilidades para a construção de um projeto ético-político emancipatório. Partimos da concepção de que a “questão das drogas” pode e deve ser vista como multifacetada ao longo da trajetória humana. Cada conjuntura, no que diz respeito à forma de abordar socialmente a questão, reflete transformações que vão sendo permeadas por várias nuances durante o tempo. Na complexa relação de determinações que rodeiam esse fenômeno, podemos perceber que, no modo de produção capitalista (MPC), as drogas adquirem o status de mercadoria, tornando-se, assim, um fenômeno que gera consequências no contexto da modernidade, e seus elementos estruturais e sua ideologia se fortalecem por meio da ideologia proibicionista. Essa ideologia está tão articulada com a reprodução da ordem social vigente, que pode ser identificada mesmo durante governos que se propuseram a expressar os interesses da classe trabalhadora e dos grupos subjugados e oprimidos por essa ordem. A RD é historicamente uma linha estratégica de construção de cuidado e um lugar teórico-prático a ser disputado que é atravessado pelas conjunturas históricas. Por sua vez, também é possível identificar um processo de esvaziamento teórico e um excesso de pragmatismo em muitas interpretações e atuações sobre e com a RD, o que nos remete à necessidade da aproximação teórica de cunho crítico. Nesta tese, partimos da teoria social marxiana e da tradição marxista como base para nossas reflexões e análises. Contudo, sabemos que mesmo tal tradição não teve historicamente uma relação unívoca no debate sobre as drogas. Nesse sentido, percebemos que, na perspectiva marxista, ao longo de sua história, em vários dos seus discursos e análises teóricas, houve um afastamento da temática, por diversas motivações como, por exemplo, interpretações superficiais e simplórias da determinação das drogas, ou mesmo um moralismo sobre a classe trabalhadora e seus horizontes revolucionários. Busca-se trazer para discussão como as práticas de RD, mesmo que com ideias e concepções antiproibicionistas e de cunho progressista, muitas vezes continuam ligadas a uma expressão de gestão de controle da classe trabalhadora, expressando, em última instância, interesses das classes dominantes. Consequentemente, acabam se filiando à reprodução do MPC. Isso não nega contribuições que o debate e as práticas de RD trouxeram e ainda trazem, especialmente para enfrentar uma questão tão permeada de ideologia, preconceito e violência. Contudo, uma leitura crítica é fundamental para contribuir para um campo mais efetivo que possa desvelar a raiz da “questão das drogas” como problemática contemporânea. Em suma, a tese aqui defendida é a de que a RD pode e deve ser um instrumento de análise e transformação das relações sociais e, para tanto, é necessário que possamos dialogar com a trajetória até aqui desenvolvida, mas também, que consiga se expressar como projeto ético-político filiado ao projeto de transformação radical da realidade. Ou seja, sob pena de ser absorvida pela própria estrutura que visa combater, a agenda de uma RD, além de antiproibicionista, precisa ser anticapitalista.Tese A dimensão sociocultural da reforma psiquiátrica: articulando redes para a consolidação da estratégia de atenção psicossocial(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2011-12-12) Liberato, Mariana Tavares Cavalcanti; Dimenstein, Magda Diniz Bezerra; ; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4763508E6; ; http://lattes.cnpq.br/3695805862483991; Amorim, Ana Karenina de Melo Arraes; ; http://lattes.cnpq.br/9847082748841264; Leite, Jáder Ferreira; ; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4700150A5&dataRevisao=null; Ximenes, Veronica Morais; ; http://lattes.cnpq.br/9185040042652952Essa tese tem como foco discutir acerca das articulações produzidas no campo sociocultural do processo de Reforma Psiquiátrica e sua pertinência para a consolidação da Estratégia de Atenção Psicossocial (EAPS) em Fortaleza/CE. Tal interesse justificou-se pela necessidade de promover não apenas a produção de tais redes, mas também interfaces que possibilitem estratégias de suporte e sociabilidade sob a ótica da desinstitucionalização da loucura. Inspirados na perspectiva cartográfica de Deleuze e Guattari, determinamos como objetivos: 1) debater a complexidade do processo de Reforma Psiquiátrica e analisar a EAPS como modelo para política atual de saúde mental do país; 2) mapear as estratégias socioculturais ligadas à rede de CAPS na cidade, examinando as experiências que já se constituem ou podem vir a se constituir como redes de suporte social cotidianas; 3) a partir deste mapeamento, definir e discutir eixos que convirjam para a concretização deste novo paradigma em saúde mental, esboçando uma cartografia das questões e movimentos em curso. O mapeamento, realizado em 2009, constituiu-se por entrevistas semiestruturadas com os coordenadores dos 14 CAPS existentes e com algumas pessoas relacionadas ao Colegiado de Saúde Mental. Além disso, durante todo o desenvolvimento do estudo, participamos de eventos públicos, que nos dessem pistas das conexões entre saúde mental e cultura. A partir do levantamento produzido, definimos três vetores de discussão (Arte, Trabalho e Parceria com Movimentos Sociais) que se sobressaíram como possibilidades efetivas de intervenção no campo sociocultural da Reforma em Fortaleza e indicaram caminhos relevantes no processo de efetivação de um novo modelo de atenção. Para cada um desses eixos, buscamos nos aproximar de um campo empírico de investigação (Projeto Arte e Saúde, COOPCAPS e MSMCBJ) no qual pudéssemos conhecer melhor suas potencialidades e dificuldades a partir de entrevistas abertas com alguns de seus atores e a produção de um diário de sensações no ano de 2010. Vimos que eles estão articulados com a proposta da EAPS, fazendo parte das preocupações da Política Nacional de Saúde Mental e também da gestão municipal. Contudo, percebemos ser necessário fomentar ainda mais tais dimensões, atentando para sua complexidade tanto no plano macro quanto micropolítico, no intuito de continuar pondo em movimento o processo de Reforma PsiquiátricaDissertação Disputas em torno da Ritalina: uma análise sobre diferentes possibilidades de um fármaco(2017-03-29) Maia, Igor Fidelis; Bento, Berenice Alves de Melo; ; ; Amorim, Ana Karenina de Melo Arraes; ; Pereira, Pedro Paulo Gomes;Esta dissertação apresenta uma pesquisa histórica e sociológica sobre a capacidade da Ritalina de produzir normalização social. Para tanto, foi feita uma análise da trajetória dessa droga, de discursos proferidos publicamente pelos seus usuários e uma autorreflexão ancorada nos efeitos objetivos da Ritalina no corpo do pesquisador. Há um confrontamento entre o discurso largamente difundido de que esse fármaco produz obediência às normas sociais, e o material empírico que tive contato ao longo da pesquisa. Esse psicofármaco de efeito estimulante é uma das drogas mais consumidas no mundo e também uma das que reúnem o maior número de críticas e controvérsias. Denominado popularmente como a pílula da obediência, está associado diretamente à medicalização de crianças em ambiente escolar e já foi acusado de poder produzir um genocídio do futuro. São diferenciados aqui dois usos dessa droga: o das pessoas que possuem o diagnóstico de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), e aquele dos que utilizam Ritalina como um ―aprimorador cognitivo‖ que maximiza a concentração em atividades de estudo. A partir de uma investigação com base na história desse fármaco, nas declarações de seus usuários em dois endereços eletrônicos, e na experiência do pesquisador, evidenciou-se uma rede de relações heterogêneas que envolvem o consumo de Ritalina e que insistentemente têm sido caracterizadas como normalizadas ou obedientes.Tese Do manicômio ao CAPSI: o percurso brasileiro para as políticas de saúde mental infantil(2016-04-22) Cabral, Clariana Morais Tinoco; Francischini, Rosangela; ; ; Amorim, Ana Karenina de Melo Arraes; ; Pinheiro, Angela de Alencar Araripe; ; Silva, Carmem Virginia Moraes da; ; Leite, Jader Ferreira;O presente trabalho teve por objetivo analisar o cenário histórico de construção das políticas de saúde mental para a criança no Brasil, desde sua matriz até a criação do CAPSi. Teve como ênfase a realidade de Natal/RN, escolhida em virtude da recenticidade da implantação do CAPSi, serviço de saúde mental de vanguarda na proposta de substituição ao modelo médico asilar historicamente estabelecido. Foram objetivos específicos: a) resgatar e analisar, pela perspectiva da saúde mental infantil, os documentos produzidos a partir das Conferências Nacionais de Saúde (CNS) e de Conferências Nacionais de Saúde Mental (CNSM); b) analisar o cenário histórico que perpassou a criação dos CAPSi no Brasil e na capital do Rio Grande do Norte (RN); c) identificar e analisar as práticas e os discursos utilizados para legitimar ações no CAPSi Natal. Para isso, submeteu-se à análise de discurso foucaultiana dados de pesquisa documental em relatórios e documentos oficiais, e de entrevistas semiestruturadas com técnicos responsáveis pela implantação do CAPSi Natal. Os relatórios das CNS evidenciaram estas como espaço de discussão sobre a criança, primeiramente a criança deficiente e posteriormente a criança diagnosticada com transtornos neuróticos e psicóticos graves, passando pela saúde da parturiente enquanto política de controle da saúde mental infantil. Já as CNSM se inseriram no processo político de reforma do modelo psiquiátrico, abrindo espaço para o debate direto e efetivo do projeto de implantação dos CAPSi’s. Em Natal, esse projeto tem origem na demanda jurídica para enfrentamento ao problema social do adolescente adicto. Graças à luta travada pelos técnicos, o CAPSi Natal se efetivou com uma proposta de desinstitucionalização e inclusão, assumindo características efetivas de política em saúde mental para a infância e juventude, as quais, atravessadas pela herança de exclusão, encontram no século XXI espaço privilegiado para efetivas mudanças, igualmente seu maior desafio.Artigo Educação interprofissional e educação permanente em saúde como estratégia para a construção de cuidado integral na rede de atenção psicossocial(Physis: Revista de Saúde Coletiva, 2020-01-21) Severo, Ana Kalliny de Sousa; Sousa, Francisca Maira Silva de; Silva, Antônio Vladimir Félix; Amorim, Ana Karenina de Melo Arraes; https://orcid.org/0000-0002-9548-6394O estudo descreve a Educação Interprofissional e os processos de Educação Permanente em Saúde na implantação de um Centro de Atenção Psicossocial para produção de cuidado em saúde mental. Destaca-se o contexto da interiorização da rede de atenção psicossocial, que ganhou impulso através da descentralização dos serviços de saúde em regiões compostas por municípios com menos de 15 mil habitantes. A metodologia utilizada foi embasada na análise institucional, socioclínica institucional, pesquisaintervenção, com uma perspectiva teórica qualitativa. A construção dos dados ocorreu através das rodas de conversa com os profissionais do CAPS e participação observante com registro em diários de pesquisa. Os dados apontaram a educação interprofissional e educação permanente como estratégias de formação profissional no processo de trabalho, possibilitando reflexões e ações no cenário de prática voltado para além da intervenção psiquiátrica e da prescrição de psicotrópicosTese Entre conversas, andarilhagens e camaradagens cotidianas: uma etnografia das invenções e resistências no campo das drogas(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-05-17) Silva, Leandro Roque da; Amorim, Ana Karenina de Melo Arraes; https://orcid.org/0000-0002-1343-9341; http://lattes.cnpq.br/9847082748841264; https://orcid.org/0000-0001-8804-9551; http://lattes.cnpq.br/7424258648733223; Pereira, Maria Teresa Lisboa Nobre; https://orcid.org/0000-0002-5085-4296; http://lattes.cnpq.br/1234091318043836; Fonseca, Lázaro Batista da; Moraes, Maristela de Melo; Mello, Ricardo Pimentel deO campo das drogas se constitui a partir de um conjunto extenso de práticas, discursos, leis e normas que, alinhadas a uma pressão moralista, servem de substrato para elaboração de diretrizes legais compostas por preconceitos étnicos e ideológicos. Diante deste panorama, a tese trata de uma pesquisa que buscou acompanhar, a partir das vidas singulares, formas de resistência que se opõem cotidianamente às políticas colonial-proibicionistas no contexto do nordeste brasileiro. Utilizando o método etnográfico, foram construídos três tempos como recurso na imersão em campo, que nomeamos de andarilhagens etnográficas, conversas de pé de muro e conversas de pé de chinelo. A partir das narrativas escutadas ao longo da pesquisa, construímos as análises diante de três elementos que surgiram nestes encontros: I) relações entre os consumos de drogas e as situações traumáticas experienciadas e narradas pelos participantes; II) problematização de como testemunhar e creditar tais narrativas diante destes corpos e desejos tomados como “desviantes” em uma sociedade proibicionista; e III) saídas possíveis como resistências diante das práticas cotidianas nas relações com os territórios acessados. Nos primeiros tempos da pesquisa, no cenário dos arredores de um CAPS AD III em uma cidade na Paraíba, foi possível compor um conjunto de imagens e formas de leituras próprias e singulares das situações vividas no território, destacando as relações intersubjetivas, socioinstitucionais e espaciais. As análises trouxeram a importância da aproximação da vida cotidiana para promoção do cuidado e do diálogo em torno do trauma, na perspectiva social e política, junto à reflexão do desmentido proposta por Sándor Ferenczi, para constatar que tais expressões subjetivas que foram narradas se tornam invisibilizadas, inaudíveis e intocadas diante do contexto de proibição. No entanto, como alternativa a esse descrédito, foi proposta, a partir de Deleuze e Guattari, a discussão do conceito de máquinas de guerra, possibilitando a construção de lugares de resistência às universalizações impostas por uma sociedade colonialista e proibicionista através da criação de linhas de fuga inventivas. E, por fim, trouxemos a análise sobre os territórios junto aos seus elementos constituintes da subjetividade, tal como propõem Deleuze e Guattari, para com Michel de Certeau destacar a importância do cotidiano na construção de táticas frente às situações de opressão. Dessa forma, as análises aqui tecidas nos propõem um campo de microrrevoluções que, à revelia da colonialidade e do proibicionismo na vida social e da ausência de um aparato do Estado que proteja e afirme as vidas, destacaram estes parceiros como singulares fazedores de suas possibilidades de viver em seus arranjos inventivos e coletivos.Tese Entre fios e nós: uma análise da Rede de Atenção Psicossocial de Natal/RN(2018-08-29) Lima, Déborah Karollyne Ribeiro Ramos; Guimarães, Jacileide; ; ; Souza, Elizabethe Cristina Fagundes de; ; Amorim, Ana Karenina de Melo Arraes; ; Bosco Filho, João; ; Botti, Nadja Cristiane Lappann;Esta tese encontra-se na interface entre a saúde coletiva e a saúde mental. Tem como objeto de estudo a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), analisada do ponto de vista de sua lógica organizacional e tendo como eixo norteador a articulação entre os serviços que a compõem. Objetiva de maneira geral: analisar a RAPS Natal/RN, considerando o cuidado em território e seus modos de articulação; e de maneira específica: elaborar um desenho da rede, relacionando a capacidade instalada municipal, os fluxos assistenciais da atualidade e as parcerias intersetoriais diretamente relacionadas à linha do cuidado em atenção psicossocial; compreender os modos de articulação entre os serviços que a compõem, considerando a continuidade do cuidado no território; propor estratégias para potencializar a referida rede de atenção, com base nas especificidades loco-regionais. Trata-se de pesquisa qualitativa norteada pelo Pensamento Complexo, de orientação moriniana, enquanto lente compreensiva da realidade e do fenômeno em foco. Para a construção dos dados realizou-se circulação pelos serviços de saúde que compõem os diversos pontos de atenção da RAPS Natal/RN para fins de observação descritiva de rotinas e de atores em interação, além de sessões de grupo focal com diretores, trabalhadores e usuários dos serviços de saúde visitados, totalizando 22 sujeitos. Recebeu aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário Onofre Lopes da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (HUOL-UFRN) em 03 de abril de 2017 – CAAE 65226817.5.0000.5292 e parecer 1.997. Os resultados foram construídos a partir do corpus originário das transcrições dos grupos focais, e divididos em duas categorias de análise, a saber: 1) Dos fios emaranhados ao alinhavo de uma rede – que consiste na apresentação da RAPS Natal/RN do ponto de vista gráfico e no tocante às características do cuidado em saúde mental de base comunitária desenvolvido no município; 2) Sobre a articulação da RAPS: o religar de fios e de “nós” alinhavando a rede – na qual se discutem as estratégias adotadas por atores, serviços e setores para promover interconexões que favoreçam a continuidade do cuidado de saúde mental em território. Ainda na segunda categoria, são debatidas problemáticas evidenciadas no cenário local e que trazem implicações diretas ou indiretas para a articulação da RAPS e para a continuidade do cuidado em território e que são denominadas como Os nós da rede. Em síntese, reconhecemos no cenário local mais a existência de um continuum entre serviços do que de uma Rede de Atenção à Saúde propriamente dita. Chamamos a atenção para a relação de recursividade que julgamos se estabelecer entre o cuidado em território e a articulação da RAPS. De modo que, um cuidado pautado na especialidade não-comunicante, na medicalização e na fragmentação – como evidenciado com a pesquisa – é produto e produtor de uma rede que se articula pontualmente, num alinhavo disparado por rótulos e intersubjetividades que atendem mais a afinidades interpessoais e temáticas do que às necessidades de indivíduos e coletividades. Apostamos na trindade “integralidade-compartilhamento do cuidado-intersetorialidade” como pressuposto fundamental à construção do cuidado e do trabalho em rede, para que assim seja possível extrapolar os fluxos assistências labirínticos rumo à concretização da RAPS em território.Tese A estética do oprimido na atenção à saúde mental no Brasil(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2022-08-25) Joca, Emanuella Cajado; Pereira, Maria Teresa Lisboa Nobre; https://orcid.org/0000-0002-5085-4296; http://lattes.cnpq.br/1234091318043836; http://lattes.cnpq.br/4218119905245265; Amorim, Ana Karenina de Melo Arraes; https://orcid.org/0000-0002-1343-9341; http://lattes.cnpq.br/9847082748841264; Silva, Antônio Vladimir Félix da; Freire, Flávia Helena Miranda de Araújo; Paiva, Ilana Lemos deA Estética do Oprimido é uma elaboração de Augusto Boal (1931-2009), teatrólogo brasileiro que sistematizou esta proposta artístico-política a partir das formulações com o Teatro do Oprimido, que consiste em uma metodologia de diálogo cênico problematizadora das relações sociais opressivas. A peculiaridade deste método consiste em três transgressões: 1- a divisão entre palco e plateia; 2 - entre espetáculo e vida real; e 3 - entre artistas e não-artistas. Nos anos 2000, com a efetivação da Política Nacional de Saúde Mental brasileira (PNSM), o Ministério da Saúde (MS) estabeleceu parceria com o Centro de Teatro do Oprimido do Rio de Janeiro (CTO-RJ) para formar trabalhadores da saúde no uso dessa metodologia. A pesquisa aqui proposta tem como objetivo geral analisar o uso da Estética do Oprimido na Atenção à Saúde Mental no Brasil. Tendo os seguintes objetivos específicos: a) identificar atores sociais que utilizam ou utilizaram o Teatro do Oprimido como instrumento de atenção à saúde mental; b) descrever atividades desenvolvidas nas Políticas de Saúde Mental com esta perspectiva estética; c) discutir as produções subjetivas do trabalho em saúde a partir do pensamento teórico-prático de Augusto Boal; d) promover a reflexão crítica do uso da Estética do Oprimido para o cuidado em saúde mental; e, por fim, e) construir referencial teórico-prático acerca da Estética do Oprimido no campo da saúde mental. Tem como referencial epistemológico o pensamento de Augusto Boal, que busca o fortalecimento cultural dos grupos e povos oprimidos, manipulados ou excluídos, construindo uma proposição para o desenvolvimento humano focado na análise dos conflitos sociais a partir dos atravessamentos e fluxos de intensidades produzidos na arte. Os procedimentos metodológicos adotados constam de intervenções através do uso de questionários on-line autoaplicáveis, disponibilizados nas redes sociais, e entrevistas individuais com profissionais da rede de saúde que utilizam ou utilizaram o Teatro do Oprimido como ferramenta de trabalho, além de gestores do projeto e ligados ao CTO-RJ, quando em parceria com MS. Os questionários autoaplicáveis foram analisados de forma descritiva e as entrevistas individuais propuseram uma conversação/relação dialógica entre pesquisadora-pesquisadas/os. A partir desses instrumentos foi possível delinear quatro temas geradores de análises: 1) Projeto Teatro do Oprimido na Saúde Mental; 2) CAPS e a Reforma Psiquiátrica; 3) Arte e Saúde Mental; 4) Percursos profissionais e o Teatro do Oprimido. Atuações com esta metodologia teatral foram observadas na promoção e atenção à saúde mental, sendo notável que o processo de formação em Teatro do Oprimido na Saúde Mental favoreceu processos de criação do cuidado em liberdade preconizado na Reforma Psiquiátrica. O apoio ao trabalhador, através de supervisão, subsídios de materiais e suporte teórico-prático mostrou-se fundamental para a criação de práticas em saúde mental baseadas nos princípios e fundamentos da luta antimanicomial e da PNSM. A partir desta investigação foi possível compreender a Estética do Oprimido como precursora da Luta Antimanicomial, pensando uma analogia com suas transgressões ao teatro tradicional e, com isso, verificando seus princípios antimanicomiais, libertários e focados nos direitos humanos, para outra sociedade onde não cabem os manicômios, não cabe o modo manicomial.Dissertação "Eu sou uma pessoa e não uma doença": a gestão autônoma de medicação na estratégia saúde da família de um município do interior do Rio Grande do Norte(2019-10-18) Costa, Antônio Henrique Braga da; Amorim, Ana Karenina de Melo Arraes; ; ; Silva, José Adailton da; ; Severo, Ana Kalliny de Sousa; ; Silveira, Marilia;O movimento de reforma psiquiátrica brasileira propõe a produção de novas práticas e contextos de intervenções\cuidados em saúde mental fundamentada no cuidado em liberdade e que procuram se instituir na contramão da lógica medicalizantes hegemônica, que tem produzido uma epidemia de diagnósticos de transtornos mentais, fruto do fenômeno da medicalização da vida. Uma das expressões desse fenômeno são as altas taxas de prescrição de psicofármacos e o uso pouco crítico desses medicamentos em serviços de saúde. Por isso, se faz urgente no contexto de articulação da atenção psicossocial com a atenção primária à saúde nas Redes de Atenção Psicossocial, propor elementos alinhados a perspectivas não medicalizantes e que buscam um modelo de intervenção que privilegia a atenção integral e territorializada em saúde mental. Na Estratégia de Saúde da Família, temos o lócus privilegiado para produção de novas tecnologias de cuidado, que favoreçam a desmedicalização, o empoderamento e a produção de autonomia dos sujeitos em sofrimento psíquico e com transtornos mentais. Dentre essas tecnologias, podemos considerar que a Gestão Autônoma da Medicação (GAM) se constitui como estratégia grupal com potencial de cuidado emancipador, constituindo ferramenta concreta para enfrentar a problemática da medicalização da vida. Assim, objetivamos investigar os limites e potencialidades da GAM como estratégia de cuidado e enfrentamento a medicalização no contexto da Estratégia Saúde da Família em um município do interior do Rio Grande do Norte-RN. Trata-se de pesquisa com abordagem qualitativa, que se desenvolveu em torno de uma intervenção realizada no contexto da APS, tendo como suposto a capacidade de interferir na realidade estudada e de modificá-la, analisando seus efeitos para os participantes. Os instrumentos utilizados foram: A realização de um grupo intervenção GAM ao logo de oito messes, participação observante, e a construção de narrativas a partir da experiência com o grupo. Além disso, foram utilizados diários de campo e gravação em áudio para registro da experiência. O grupo GAM foi constituído por usuários da ESF e que fazem uso de psicofármacos, além de membros da equipe NASF-AB local. Para constituição do corpus de análise foram utilizados os registros de transcrição de áudio dos encontros, os diários de campo do pesquisador e narrativas coletivas validadas. Os resultados evidenciam que o processo de medicamentalização perpassa as práticas dos profissionais e se configura como principal oferta de cuidado, as demandas de sofrimento psíquico\ ético-político das usuárias mulheres na ESF, que utilizam psicofármacos como silenciadores de suas angústias associadas a condição feminina, e ao ser mulher em suas realidades concretas devida. A experiência com a GAM se mostrou como potencializadora de ações desmedicalizantes, apontando caminhos para a incorporação de novas relações e dinâmicas sociais no território. Mostrou-se como uma metodologia participativa e reflexiva com capacidade de disparar autoconhecimento, autonomia, e potência de ação para todos os sujeitos. Seu uso promoveu a ampliação do diálogo, a troca de experiências e vivencias com o uso de medicação, construindo experiências significativas nas diferentes dimensões de vida das pessoas: social, familiar e individual. A GAM mostrou-se ainda potente para instituir espaços de promoção da saúde na ESF, tendo em vista que o guia GAM se constituiu desta forma como uma ferramenta facilitadora de grupalidades nesse contexto. Concluímos que a GAM tem potencial estratégico para o enfrentamento da medicalização da vida na ESF, bem como uma ferramenta de atenção e cuidado para produção de saúde mental na APS.
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