Navegando por Autor "Amorim, Karla Patrícia Cardoso"
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Artigo Análise da consistência dos registros dos óbitos infantis e fetais em um município de médio porte: estudo descritivo(Research, Society and Development, 2021) Silva, José Adailton da; Pereira, Laianny Krízia Maia; Melo, Ricardo Henrique Vieira de; Rosendo, Tatyana Maria Silva de Souza; Amorim, Karla Patrícia CardosoObjetivo: Analisar a consistência dos registros presentes nas declarações e nas fichas de investigação de óbitos infantis e fetais, no Sistema de Informação sobre Mortalidade, na Secretaria Municipal de Saúde de Caicó, no Estado do Rio Grande do Norte, Brasil. Método: Trata-se de um estudo descritivo, quantitativo, que utilizou dados secundários sobre os óbitos infantis e fetais (n=58), provenientes do setor de vigilância de óbito municipal e notificados e investigados no Sistema de Informação sobre Mortalidade no período de 2010 a 2015.Os dados foram analisados através de frequências absolutas e relativas utilizando-se o apoio do programa estatístico Statistical Package for the Social Sciences versão 22.0. Resultados: Evidenciou-se que 75,7% dos casos fetais e 92% dos casos infantis analisados apresentaram fatores que comprometeram a sua consistência. De modo geral, o estudo apontou a fragilidade da vigilância do óbito no município, principalmente no contexto do fechamento das investigações. Conclusão: O estudo revelou alta inconsistência dos registros de investigação de mortes infantis e fetais. É preciso reconhecer a relevância da investigação para o conhecimento dos óbitos infantis e fetais enquanto uma ferramenta importante para a gestão na tomada de decisões e monitoramento da mortalidade infantil. Assim, é necessário reforçar o papel do comitê de mortalidade na investigação e na mobilização dos gestores e das equipes de saúde para superar os problemas identificadosArtigo Análise da evitabilidade do óbito infantil e fetal em um município de médio porte no Brasil(Research, Society and Development, 2021) Silva, José Adailton da; Pereira, Laianny Krízia Maia; Melo, Ricardo Henrique Vieira de; Barbosa, Maria Helena Pires Araújo; Rosendo, Tatyana Maria Silva de Souza; Amorim, Karla Patrícia CardosoObjetivo:Analisar a evitabilidade dos óbitos infantis e fetais e a qualidade da investigação enquanto indicadores de iniquidade em um município brasileiro de médio porte. Método:Trata-se de estudo documental e quantitativo, com análise de dados secundários do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) referente ao município de Caicó, no Rio Grande do Norte, notificados no período de 2010 a 2015, com investigação de 58 óbitos infantis e fetais. Foi feita uma comparação dos dados do SIM com dados do Comitê de Mortalidade do município a partir da declaração de óbito. Resultados:Foi identificado uma baixa investigação dos casos (45,3%). Os óbitos evitáveis predominaram (64,8%) sinalizando, provavelmente, inadequada atenção à saúde da mulher no parto. Verificou-se um alto grau de discordância entre a avaliação feita neste estudo e a investigação municipal: dos óbitos fetais, cinco casos (29,4%) apresentaram concordância e, dos óbitos infantis, somente dois (12,5%) casos. Conclusão: Existem fragilidades na vigilância do óbito e na atuação do comitê de mortalidade municipal. É necessário reconhecer a relevância da investigação para o conhecimento desses óbitos enquanto uma ferramenta para reduzir as iniquidades em saúdeTese A (bio)ética e a Odontologia: os (des)caminhos de uma formação humana(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2005-12-05) Amorim, Karla Patrícia Cardoso; Costa, Iris do Céu Clara; ; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4794938J9; ; http://lattes.cnpq.br/6339836465951509; Freitas, Cláudia Helena Soares de Morais; ; http://lattes.cnpq.br/8905654343063318; Brasileiro, Maria do Carmo Eulálio; ; Germano, Raimunda Medeiros; ; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4721938D8; Medeiros Júnior, Antonio; ; http://lattes.cnpq.br/8911091115987549A presente pesquisa realizada a partir de três revistas nacionais de odontologia publicadas no período de 1990 a 2004, tem como objetivo analisar como a (bio)ética vem sendo abordada nesta área, não só identificando as principais preocupações e tendências, mas também visando apreender como esse conhecimento é produzido e divulgado no âmbito odontológico. Articulamos uma abordagem quantitativa/qualitativa, estudando 2995 artigos. A análise do material empírico revela que, apesar de existir uma tendência de crescimento dessa discussão, pouco tem sido publicado sobre o tema (1,9%). Além do mais, parece haver um descompasso entre a atual abordagem da (bio)ética em odontologia e as atuais exigências da vida, onde predominam os enfoques deontológico e legalista, parecendo corresponder apenas aos aspectos internos da profissão. Apesar disso, através da abordagem qualitativa foi possível identificar caminhos para a construção de uma formação e prática odontológicas mais complexas e integrais. Dentre as conclusões, apontamos, ainda, que, esta investigação, mesmo diante de suas limitações, parece oferecer subsídios para reflexão e posteriores estudos sobre o tema, servindo de parâmetro para acompanhar a evolução do pensar (bio)ético na odontologiaDissertação Desenvolvimento de competências em medicina de família e comunidade: fortalezas e dificuldades em um programa de residência médica na perspectiva do residente egresso(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2020-02-14) Crisanto, Laís Izabel Maia Melo; Vilar, Maria José Pereira; Trindade, Thiago Gomes da; ; http://lattes.cnpq.br/5992470800302814; ; http://lattes.cnpq.br/4265369922470937; ; http://lattes.cnpq.br/0257084755574036; Amorim, Karla Patrícia Cardoso; ; http://lattes.cnpq.br/6339836465951509; Porto, Magda Moura de Almeida; ; http://lattes.cnpq.br/0629859575774194Introdução: A formação na Medicina de Família e Comunidade (MFC) envolve um conjunto de competências complexo. A Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC) desenvolveu um Currículo Baseado em Competências (CBC) frente ao cenário de expansão dos programas de residência em MFC no Brasil, de forma a nortear a formação de jovens médicos de família. Esse trabalho tem o objetivo de analisar os fatores facilitadores e limitantes no desenvolvimento de competências durante a residência em MFC. Metodologia: Trata-se de um estudo de caso com análise qualitativa, desenvolvido com egressos do Programa de Residência em Medicina de Família e Comunidade do Hospital Universitário Onofre Lopes (PRMFC/HUOL) a partir de 2016. Foram utilizadas duas estratégias: um questionário eletrônico contendo dados sócio-demográficos dos egressos e referentes ao PRMFC/HUOL; e entrevistas individuais com egressos no sentido de aprofundar o entendimento sobre as competências a serem desenvolvidas no programa e como se deu esse processo na Residência Médica (RM). Análise descritiva dos dados e análise de conteúdo temática categorial, fundamentada em Bardin, foram realizadas com as respostas do questionário e das entrevistas, respectivamente. Foram definidas 3 categorias a priori: Competências da MFC a serem desenvolvidas durante a residência; Fatores que influenciaram no desenvolvimento das competências da MFC; Desenvolvimento de competências em habilidades de comunicação e raciocínio clínico no PRMFC/HUOL. Resultados: Dentre os 11 residentes que encerraram o programa nos anos de 2016 a 2019, 9 responderam ao questionário virtual, e 7 foram entrevistados. Além das 3 categorias a priori já estabelecidas, surgiu uma 1 categoria a posteriori: Análise propositiva sobre a formação para a MFC. O CBC da SBMFC foi percebido pelos egressos do PRMFC/HUOL como instrumento conhecido e aplicado no programa, tanto que as competências citadas nas entrevistas estão em consonância com as categorias encontradas no currículo citado. O contato com a preceptoria e a importância do preceptor no desenvolvimento dessas competências foram falas bem recorrentes em todas as entrevistas, sendo denotado como facilitador importante para o desenvolvimento do residente durante o programa; a autonomia do residente também foi citada com frequência no sentido de ser um quesito fundamental para o desenvolvimento de competências e melhor aproveitamento do programa de residência, o que corrobora com a aprendizagem de adultos e traz desafios para a preceptoria e para o planejamento dos espaços teórico-práticos e avaliativos, além dos cenários de prática. Conclusões: Os egressos do PRMFC/HUOL são, em geral, jovens médicos, graduados em instituições cujo currículo tem atendido às Diretrizes Curriculares Nacionais, e são motivados pela diversidade de competências da especialidade. A preceptoria foi percebida como um fator fundamental para o desenvolvimento de competências. A reforma do currículo do PRMFC/HUOL, associada a melhor interlocução ensino-serviço e estruturação da Rede de Atenção a Saúde em Natal, e finalmente a valorização da figura do preceptor, podem trazer inúmeros benefícios e novos desafios ao sistema de saúde do município.Artigo Experiências, necessidades e expectativas de pessoas com diabetes mellitus(FapUNIFESP (SciELO), 2018) Silva, José Adailton da; Amorim, Karla Patrícia Cardoso; Valença, Cecília Nogueira; Souza, Elizabethe Cristina Fagundes deEste estudo tem como objetivo identificar as experiências, necessidades e expectativas dos sujeitos com diabetes, a partir da perspectiva da autonomia para a promoção da saúde. Trata-se de estudo exploratório- -descritivo, qualitativo, aplicado na Estratégia Saúde da Família no Rio Grande do Norte. Participaram de três rodas de conversa 44 pessoas. Os dados foram submetidos à análise temática de conteúdo e geraram as categorias: “reconhecer os direitos e as responsabilidades”; “ser capaz de decidir com responsabilidade”; e “protagonismo dos sujeitos”. São descritas experiências, necessidades e expectativas dos sujeitos com diabetes sobre autonomia, autocuidado e qualidade de vida, para fazer levantamento, junto com os entrevistados, sobre aspectos que propiciem construir propostas de ação para promover a saúde. Conclui-se que é necessário analisar a promoção da saúde na perspectiva da autonomia, considerando o respeito pelas escolhas das pessoas com diabetesDissertação PET-saúde na percepção de estudantes: contribuições para a formação na área de saúde(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2014-04-14) Morais, Maria Betânia de; Amorim, Karla Patrícia Cardoso; ; http://lattes.cnpq.br/6339836465951509; ; http://lattes.cnpq.br/6756770853492874; Uchoa, Severina Alice da Costa; ; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4727967E6; Freitas, Cláudia Helena Soares de Morais; ; http://lattes.cnpq.br/8905654343063318Essa dissertação buscou analisar a percepção de estudantes acerca do Programa de Educação pelo Trabalho para Saúde (Pet-Saúde) para a Formação na área de Saúde. Discute a temática proposta a partir da percepção de estudantes egressos do PET-Saúde dos cursos participantes (odontologia, medicina, fisioterapia, enfermagem, nutrição, educação física) que desenvolveram suas atividades curriculares nas unidades de saúde da família do município de João Pessoa, entre 2009/2011. Propõe caminhos de políticas indutoras de mudanças curriculares como uma via potencial de contribuições para formação na área de saúde. Chama-se atenção para as novas possibilidades de trabalhar a formação em saúde de forma contextualizada, eticamente embasada e socialmente referendada. Aponta-se nesse processo para a necessidade de adequar os perfis profissionais às demandas dos SUS. Trata-se de um estudo exploratório, descritivo, dentro de uma abordagem qualitativa, realizado no município de João Pessoa no âmbito dos cursos da área de saúde da Universidade Federal da Paraíba. O material empírico deste trabalho foi tratado pelo emprego da técnica Análise de Conteúdo Categorial Temática proposta por Bardin. Os resultados indicam perspectivas de incentivo a novas práticas e mudanças curriculares, em que se destaca o PET-Saúde, que vem apresentando experiências importantes no âmbito do ensino- serviço-comunidade com a inserção de estudantes na rede de saúde municipal. Conclui-se que o caminho percorrido desde a coleta à análise dos dados, corroborou com a literatura para reafirmar a importância e a urgência de mudança nos processos formativos com vistas a uma maior proximidade com as necessidades de saúde e com o SUS. O PET-Saúde é projeto incipiente e que demandam maiores investigações no que diz efetivação do caráter interdisciplinar e multiprofissional de sua propostaDissertação Promoção da saúde: estratégias para a autonomia e qualidade de vida do sujeito com diabetes(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2014-01-30) Silva, José Adailton da; Amorim, Karla Patrícia Cardoso; ; http://lattes.cnpq.br/6339836465951509; ; http://lattes.cnpq.br/0353536075419724; Amorim, Ana Karenina de Melo Arraes; ; http://lattes.cnpq.br/9847082748841264; Machado, Maria de Fátima Antero Sousa; ; http://lattes.cnpq.br/4194885068583094O diabetes é uma doença crônico-degenerativa de grande prevalência na população mundial configurando-se enquanto sério problema de saúde pública. Por ser crônico exige dos sujeitos autocuidado e autogoverno longitudinal. A autonomia, por sua vez, é um direito fundamental e também um dos princípios da bioética mais discutidos na atualidade. Seu conceito é complexo e leva em conta a vida experimentada ao longo dos anos. Quando a discussão sobre autonomia se trata de diabetes, a dependência do outro e os conflitos no controle da doença, diante de novas regras e estilos de vida, nem sempre condizentes com os valores dos pacientes, torna-a fragilizada. Embora a autonomia seja claramente parte integrante do tratamento e alicerce para uma vida digna e de qualidade, observamos que os sujeitos se tornam ainda mais dependentes dos serviços de saúde, quando se deparam com o diagnóstico e não têm confiança para tomar suas próprias decisões diante da patologia limitadora. Por isso, há a necessidade dos serviços de atenção primária à saúde traçarem estratégias para promover a saúde desses sujeitos. Os Grupos de Promoção da Saúde são estratégias recentemente utilizadas para influenciar no nível de autonomia dos sujeitos, pois possibilitam, respeitando os limites éticos, a garantia de participação decisória no grupo, através de estratégias e treinamentos de habilidades com competências claramente definidas, que favorecem o empowerment e o protagonismo dos sujeitos. Desse modo, este trabalho objetiva identificar estratégias no âmbito da promoção da saúde na ESF, que contribuam para melhor autonomia e qualidade de vida dos sujeitos com diabetes mellitus, a partir de sua percepção. E, mais especificamente, analisar o perfil clínico e socioeconômico dos portadores de diabetes da ESF; identificar as experiências, necessidades e expectativas dos sujeitos com diabetes sobre autonomia, autocuidado e qualidade de vida; e realizar um levantamento em conjunto com os sujeitos com diabetes, sobre aspectos que sirvam de evidências para construção de propostas para implantação de um Grupo Estratégico de Promoção da Saúde GEPS, com foco na autonomia. Para isto, foi realizada uma pesquisa exploratória descritiva de abordagem qualitativa e quantitativa, com 65 sujeitos com diabetes acompanhados por uma Unidade de Saúde da Família do Município de Santa Cruz/RN. A pesquisa foi realizada em três etapas interdependentes: 1) coleta de dados clínicos e socioeconômicos, para o qual foi utilizado entrevista estruturada e análise retrospectiva dos registros feitos em seu prontuário; 2) a análise das experiências, necessidades e expectativas dos sujeitos sobre autonomia, autocuidado e qualidade de vida, que se utilizou de entrevista semiestruturada com 6 sujeitos, sendo 3 com mais e 3 com menos complicações autorreferidas e verificadas no prontuário; e 3) a construção coletiva de propostas para melhor autonomia e qualidade de vida dos próprios participantes do estudo, por meio de roda de conversa. Para a análise dos dados utilizamos software de estatísticas simples para os dados das questões fechadas de cunho quantitativo e os dados qualitativos foram analisados através da análise de conteúdo. Observamos que o perfil clínico e socioeconômicos dos sujeitos com diabetes aproximam-se das estatísticas nacionais, embora existam variáveis, como cor da pele, com variação significativa. A autopercepção dos sujeitos diante de algumas complicações divergem de registros encontrados em seu prontuário o que aponta uma possível desvalorização de queixas como hipoglicemia e disfunção sexual, como também baixa adesão ao tratamento por, muitas vezes, não terem suas opiniões valorizadas. As categorias encontradas: vida, qualidade de vida, diagnostico e enfrentamento do problema, autonomia, limites e dependência assim como as práticas coletivas de promoção da saúde, apontam para a necessidade de estratégias por meio de grupos que considerem as crenças e valores dos sujeitos, favoreçam sua emancipação e torne-os protagonistas de sua própria história e de seu processo saúde doença. A autonomia é fundamental para o exercício da cidadania efetiva. É por meio dela que os sujeitos transformam sua realidade e a si mesmo. A contribuição desta pesquisa consiste em identificar estratégicas que se propõe a potencializar a autonomia dos sujeitos, através dos GEPS, norteando a atuação dos profissionais na atenção primária à saúde, que deve sustentarse em ações de prevenção e promoção da saúde e também no incentivo à participação popular e protagonismo dos sujeitosArtigo Saúde materna, vulnerabilidade e vulneração: memórias de mulheres do nordeste brasileiro que vivenciaram a morte de perto(FapUNIFESP (SciELO), 2022) Silva, José Adailton da; Silva, Milena Gabriela dos Santos; Amorim, Karla Patrícia Cardoso; Alves, Adriana MariaExperiências de complicações graves na gravidez podem revelar questões negligenciadas ou despercebidas no cuidado prestado. O objetivo deste estudo é compreender tais questões por meio das memórias de mulheres do interior do nordeste brasileiro que vivenciaram tais episódios. Para tanto, foi realizada pesquisa qualitativa mediante entrevistas semiestruturadas e análise de conteúdo, ancorada no Interacionismo Simbólico. Aponta-se uma avaliação negativa das mulheres quanto aos cuidados recebidos durante a gravidez. As cicatrizes dolorosas acompanham o cotidiano dessas mulheres, que seguem dilaceradas por consequências psicológicas, físicas e emocionais. Espera-se incitar reflexões urgentes e críticas entre os diferentes atores e instituições envolvidos na temática para impedir que mulheres sejam submetidas a situações iníquas e evitáveis de sofrimento, vulnerabilidade e vulneração, como vem ocorrendoTese (Sobre)vivências e percursos terapêuticos em saúde de mulheres com ideação e tentativa de suicídio: gênero como categoria analítica(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-11-13) Dantas, Eder Samuel Oliveira; Amorim, Karla Patrícia Cardoso; http://lattes.cnpq.br/6339836465951509; http://lattes.cnpq.br/0933789405024284; Ceccon, Roger Flores; Sousa, Girliani Silva de; Guimarães, Jacileide; Bosco Filho, JoãoO suicídio é um importante problema de saúde pública mundial e consiste em um fenômeno humano complexo e multideterminado. No Brasil, as taxas desse agravo continuam a aumentar a cada ano. O comportamento suicida pode ser dividido em fatal (suicídio consumado) e não fatal, cuja manifestação ocorre pela ideação e tentativa de suicídio. Embora os homens morram mais por essa causa, são as mulheres que estão mais expostas à ideação e à tentativa de suicídio. Além disso, as mulheres buscam mais atendimento nos serviços de saúde e, consequentemente, estão mais sujeitas às atitudes dos profissionais de saúde, dependendo de estratégias de gestão para terem acesso a um cuidado integral. Este estudo tem como objetivo compreender as vivências sociobiográficas e os percursos terapêuticos em saúde de mulheres com ideação e tentativa de suicídio sob a perspectiva de gênero. O estudo consiste em uma pesquisa qualitativa de abordagem hermenêutica e dialética. Essa abordagem tem como base a filosofia hermenêutica de Gadamer e a dialética de Habermas, como uma arte contemporânea da interpretação. O cenário do estudo é a Rede de Atenção Psicossocial de Natal, capital do estado do Rio Grande do Norte. A coleta de dados ocorreu entre junho de 2022 e julho de 2024, utilizando uma perspectiva de triangulação com múltiplas fontes de dados: entrevistas semiestruturadas, prontuários, diário de campo e desenhos. A análise dos dados ocorreu por meio da interpretação hermenêutica e dialética, com o auxílio do software NVivo® versão 14. Participaram da pesquisa dez mulheres com ideação ou tentativa de suicídio, além de quatro profissionais de saúde e três gestores da rede. A maioria das mulheres participantes é jovem, com 60% entre 18 e 35 anos. Metade se identifica como branca e a outra metade como negra. A maioria é solteira (40%) e tem o ensino médio completo (40%). Em relação à religião, 50% são católicas. A maior parte mora com familiares (70%) e 40% tem uma renda familiar de até um salário mínimo. Os profissionais de saúde são: enfermeiras, médica psiquiatra e assistente social e, atuam em diversos dispositivos da Rede de Atenção Psicossocial. Os gestores atuam no nível central da Secretaria Municipal de Saúde e no Centro de Atenção Psicossocial e possuem formação em psicologia e enfermagem. O estudo explorou diversos fatores que permearam as vivências sociobiográficas das mulheres, como estereótipos de gênero, precariedade socioeconômica, estigmatização dos transtornos mentais e violência de parceiros íntimos. A autolesão não suicida aparece como uma forma de alívio emocional. Essas mulheres buscaram diversos serviços de saúde da Rede de Atenção Psicossocial, como os Centros de Atenção Psicossocial, Unidades Básicas de Saúde, Unidades de Pronto Atendimento e Hospitais Psiquiátricos. As percepções dos profissionais de saúde sobre o comportamento suicida feminino influenciam diretamente suas atitudes, e a formação de vínculos desponta como uma estratégia de cuidado eficaz. De modo conclusivo, o estudo observa que, apesar dos desafios enfrentados pela Rede de Atenção Psicossocial, como a falta de infraestrutura e de recursos humanos, o estudo evidenciou o potencial da rede para oferecer cuidado humanizado e integral às mulheres em situação de vulnerabilidade. A pesquisa ressalta ainda a necessidade de políticas que integrem aspectos de gênero nas estratégias de cuidado na atenção psicossocial.