Navegando por Autor "Andrade, Maria Jaqueline Monte de"
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Tese Ecologia comportamental de Hemidactylus agrius Vanzolini, 1978 e H. brasilianus (Amaral, 1935) (Squamata: Gekkonidae) em diferentes fitofisionomias de caatinga no nordeste do Brasil(2018-12-17) Andrade, Maria Jaqueline Monte de; Freire, Eliza Maria Xavier; ; ; Miranda, Maria de Fátima Arruda de; ; Laia, Rafael Camilo; ; Passos, Daniel Cunha; ; Ribeiro, Leonardo Barros;Os Lagartos têm sido amplamente utilizados em estudos de ecologia comportamental em todo o mundo. No que concerne ao comportamento de forrageio das espécies da família Gekkonidae, por exemplo, embora sejam reconhecidas como sendo forrageadoras do tipo senta-e-espera, estudos prévios têm demonstrado que alguns gêneros apresentam modulações neste comportamento. No caso das duas espécies nativas de Hemidactylus ocorrentes no nordeste do Brasil (Hemidactylus agrius e H. brasilianus), dados sobre a ecologia trófica de ambas registram a presença de itens alimentares de baixa mobilidade, pouco comuns em dieta de espécies forrageadoras do tipo senta-e-espera. Aliado a isso, informações referentes aos perfis de atividade, ecologia térmica e comportamento de termorregulação destas espécies ainda permanecem pouco esclarecidas. Outra questão relevante diz respeito à distribuição destas espécies ao longo do Domínio da Caatinga, visto que, embora ocorram em simpatria em algumas áreas restritas, na Depressão Sertaneja há ocorrência de apenas uma, fato que pode estar relacionado com especificidades no uso e partilha de recursos. Neste sentido, esta tese tem como objetivos analisar os comportamentos de forrageamento e de termorregulação de H. agrius e H. brasilianus, bem como o uso de recursos pelas duas espécies em diferentes fisionomias da Caatinga. Para isso, foram efetuadas excursões ao longo das estações seca e chuvosa, com duração de 18 dias consecutivos, em duas áreas de Caatinga com fitofisionomias distintas, localizadas nos municípios de Lagoa Nova (Caatinga serrana) e Serra Negra do Norte (Caatinga stricto sensu, ESEC Seridó), Rio Grande do Norte, Brasil. Nestas áreas, foram realizadas buscas ativas noturnas ao longo de transectos preexistentes (600m ou 200m), quando se registraram as duas espécies em simpatria na Caatinga serrana e apenas H. agrius na stricto sensu. Para cada animal registrado, foram anotados horário, hábitat e microhabitat, além dos comportamentos sobre termorregulação e forrageio, por meio do método animal focal contínuo, com duração de 10 min. Para Os espécimes capturados aferiu-se as temperaturas do corpo (Tc), do substrato (Ts) e do ar (Ta). Os resultados demonstram que ambas as espécies são forrageadoras do tipo senta-e-espera, permanecendo em postura estacionária durante maior parte do período de observação, com baixos índices de atividade (PTM ≤ 1,6%; MPM ≤ 0,3; e NAP ≤ 0,3). Na dieta, identificaram-se 20 categorias de presas, das quais Orthoptera, Blattodea e larvas de Lepidoptera foram as principais em ambas as espécies malocofagia tanto para H. agrius como para H. brasilianus. Diferenças sazonais na dieta foram constatadas apenas na população de H. agrius da ESEC Seridó; não houve diferenças sexuais nem interpopulacionais quanto ao número e volume das presas consumidas nas populações. Hemidactylus agrius apresentou maior largura de nicho trófico e foram constatados altos índices de sobreposição na dieta entre as duas espécies, na Caatinga serrana. Ambas as espécies são noturnas com atividade registrada das 18h às 5h. Quanto ao uso de hábitats, H. brasilianus utilizou principalmente áreas de vegetação arbóreo-arbustiva, enquanto H. agrius, áreas com afloramentos rochosos. As temperaturas médias do corpo (Tc) de H. brasilianus e H. agrius em atividade na área serrana foram 22,8°C e 23,2°C, respectivamente, enquanto que a Tc de H. agrius na Caatinga stricto sensu foi consideravelmente mais alta (Tc = 26,2°C); correlações positivas significativas foram constatadas entre as temperaturas corporais das espécies e as duas temperaturas ambientais registradas (ar e substrato). Quanto ao grau de termorregulação comportamental, os valores obtidos para as duas espécies moderados (Δ < 1).Dissertação Ecologia e história natural de população Hemidactylus agrius (Squamata: Gekkonidae) em área de Caatinga, com avaliação da distribuição das espécies nativas do gênero no nordeste do Brasil(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2014-05-13) Andrade, Maria Jaqueline Monte de; Freire, Eliza Maria Xavier; ; http://lattes.cnpq.br/6388455734228621; ; http://lattes.cnpq.br/2590093507821041; Pichorim, Mauro; ; http://lattes.cnpq.br/5696697654544552; Anjos, Luciano Alves dos; ; http://lattes.cnpq.br/8640478018562885O gênero Hemidactylus Oken, 1817 tem distribuição cosmopolita e, no Brasil, ocorrem três espécies, sendo duas nativas, H. brasilianus e H. agrius, e uma exótica, H. mabouia. Tomando como base os estudos sobre ecologia de lagartos efetuados na Estação Ecológica do Seridó, de 2001 a 2011, este trabalho buscou reavaliar a ocorrência das espécies do gênero Hemidactylus nesta ESEC, analisar aspectos ecológicos e biológicos da população de H. agrius; e investigar a distribuição atual e potencial das espécies nativas do gênero na região nordeste, analisando a adequabilidade da ESEC para este táxon. Para os dois primeiros objetivos, uma área de amostragem constituída por cinco transectos de 200 m x 20 m, foi inspecionada em turnos alternados por três dias consecutivos, de agosto de 2012 a agosto de 2013. Para a última perspectiva, foram consultados pontos de ocorrência de H. agrius e H. brasilianus na literatura e no banco de dados da Coleção Herpetológica da Universidade Federal do Rio Grande do Norte para construção de mapas preditivos, através do algoritmo de Máxima Entropia (MaxEnt). Na ESEC Seridó foram coletados 62 H. agrius (25 fêmeas, 18 machos e 19 juvenis) e dois recém-nascidos foram obtidos a partir de um ninho comunal incubado em laboratório, nenhum registro foi feito para as demais espécies do gênero. Hemidactylus agrius demostrou ser uma espécie noturna com especialidade a hábitats com Afloramentos Rochosos, no entanto, generalista quanto ao uso de microhábitats. Nesta população as fêmeas possuem comprimento corporal médio maior que o dos machos e apresentaram maiores frequências de autotomia caudal. Em relação à dieta, H. agrius é uma espécie moderadamente generalista, que consome artrópodes, principalmente Aranae, Orthoptera e Isoptera; e vertebrados, além de ter constatado um caso de canibalismo. Quanto à sazonalidade foram registradas diferenças apenas para o número dos itens alimentares consumidos. A dieta foi similar entre os sexos, porém diferenças ontogenéticas foram registradas para o volume total e comprimento máximo dos itens alimentares. Relações significativas foram constatadas entre o tamanho do corpo e da cabeça dos espécimes com o comprimento máximo das presas consumidas. Casos de polidactilia e de bifurcação caudal foram registrados na população com frequências de 1,6 % e 3,1%, respectivamente. Em relação às localidades de ocorrência das espécies nativas, foram constatados 27 pontos, sendo 14 para H. agrius e 13 para H. brasilianus; a primeira apresentou distribuição restrita, enquanto que a segunda demonstrou ampla distribuição. Em ambos os modelos gerados a área da ESEC Seridó apresentou de média a alta adequabilidade. Os resultados deste trabalho confirma a ausência de H. brasilianus e H. mabouia nesta ESEC e confere a H. agrius condição de espécie canibal oportunista. Além disso, confirma os padrões de distribuição exibidos pelas espécies nativas de Hemidactylus e aponta a ESEC Seridó como área de provável ocorrência para as espécies do gênero, constatando, assim, que o estabelecimento de H. brasilianus e de H. mabouia, possivelmente, é limitado por fatores bióticos, ainda pouco esclarecidos.