Navegando por Autor "Bezerra, Ana Cristina Pinto"
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Tese De vencedores a vencidos: o desmonte da identidade nacional na prosa de António Lobo Antunes(2018-07-27) Bezerra, Ana Cristina Pinto; Oliveira, Andrey Pereira de; ; ; Gonçalves, Marta Aparecida Garcia; ; Dunder, Mauro; ; Campos, Maria Elvira Brito; ; Oliveira Neto, Pedro Fernandes de;A fim de analisar o processo de deterioração de um dado modelo de identidade nacional portuguesa, nesta pesquisa focaliza-se o segundo romance publicado por António Lobo Antunes, Os cus de Judas (1979). Dessa maneira, retoma-se o período da Guerra Colonial e o cenário de castração das liberdades individuais no Estado Novo em Portugal, evocados nessa prosa, a fim de compreender, a partir das experiências vividas pela personagem central da obra, de que modo nessa narrativa fora refratado o discurso nacionalista e, por essa medida, fora corrompido nas visões de um presente em ruínas que o texto literário apresenta. Por conseguinte, inerente ao estudo de uma narrativa na qual predomina um amplo processo dialógico, edificado, principalmente, pela atitude contestadora dos discursos oficiais nos textos, é que a fundamentação teórica desta pesquisa realiza-se, substancialmente, a partir dos postulados do Círculo de Bakhtin (Mikhail Bakhtin; Valentin Volochínov; Pavel Medviédev). Nesse sentido, o dialogismo é evidenciado em sua contribuição para o entendimento da conexão estabelecida entre o desmantelamento da identidade nacional e a formalização estética do romance. Além disso, outros estudos que versam sobre a questão da identidade nacional, por exemplo, Stuart Hall (1997), Bauman (2005), além das considerações de Eduardo Lourenço (2001; 2016; 2018) sobre o contexto lusitano, de forma mais específica, entre outros diálogos com autores pertinentes para esta pesquisa, são observados, a exemplo das leituras de Seixo (2002), Arnaut (2009), Cardoso (2011; 2016) no tocante a uma crítica especializada sobre a obra antuniana. Destaca-se, assim, um conjunto de vozes que auxilia a entender como o desmonte do sentimento de nacionalidade é processado para que as suas marcas sejam sentidas pelo/no viés narrativo do texto literário em foco.Tese Poética do pesadelo: a tragédia carnavalizada do romance surrealista O dia em que Ernest Hemingway morreu crucificado, de Roberto Drummond(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2021-07-28) Rezende, Ana Carolina Moura Mendonça; Oliveira, Andrey Pereira de; http://lattes.cnpq.br/9422139982124228; http://lattes.cnpq.br/1424178093343304; Bezerra, Ana Cristina Pinto; http://lattes.cnpq.br/2431190241464768; Welter, Juliane Vargas; http://lattes.cnpq.br/0733717542150292; Araújo, Lanaiza do Nascimento Silva; http://lattes.cnpq.br/6774653210371561; Araújo, Rosanne Bezerra de; http://lattes.cnpq.br/7328556088478313; Albuquerque, Thays Keyla deDiante da inovação narrativa de obras marcadas pela fragilidade social e política do Brasil durante o período ditatorial, propomos o estudo do romance O dia em que Ernest Hemingway morreu crucificado, de Roberto Drummond, publicado em 1978, buscando compreender a concepção de romance surrealista, a fim de entender de que modo o surrealismo revela uma forma de resistência à política autoritária dos anos 70. A obra traz na estrutura um experimentalismo marcado por uma configuração surrealista que, de modo responsivo, manifesta o conteúdo engajado do texto literário. Mesmo em meio a tentativa de silenciar a literatura, muitas obras da década de 70, durante o ápice da violência ditatorial, denunciaram o regime por meio de sua estética singular. A adoção de uma formalização insólita oriunda do romance fantástico já atua de maneira a subverter uma estética tradicional do romance – quando se reflete acerca da perspectiva realista em conformidade com Lukács (1969; 2009) - e, assim, favorecer uma homologia estrutural capaz de denunciar o autoritarismo absurdo do regime político ditatorial. Além disso, o próprio romance fantástico, em sua constituição hesitante atua de maneira a transgredir com as leis que rege a realidade, de acordo com Roas (2014). Ao ampliarmos a visão do fantástico para adentrar em um universo onírico, chegamos em uma nova perspectiva estética baseada no non-sense, no total absurdo revelado pelo inconsciente na tentativa de manifestar uma verdade mais profunda, e por isso mesmo revolucionária, como pensada por Breton em seu Manifesto Surrealista (1985) e elucidada por Guinsburg e Leirner (2008). Essa nova constituição do romance, denominada de romance surrealista, caracteriza-se pela revolução da linguagem em sua conexão com o universo do inconsciente. No método proposto para esse trabalho, a forma é o meio para o estabelecimento do conteúdo de uma obra de arte. Tomamos por base para essa discussão, as concepções de Lukács (1969; 2009), Adorno (2012); Watt (2010), Rosenfeld (1969) e Bakhtin (2015). Nesse sentido, pensamos na forma como característica estética sobre a qual se insere o conteúdo engajado e, dessa forma, tal engajamento social está inserido de modo singular na lógica composicional do romance. Diante disso, o método de análise do romance prevê um diálogo constante entre essa estrutura composicional, que abarca a associação entre a configuração formal e o conteúdo, com o próprio contexto sociopolítico da década de 70. Tal estudo, portanto, é elaborado conforme proposta da Crítica Integrativa de Antonio Candido (2011b), que visa o estudo dialético da obra com o contexto, sem, no entanto, priorizar o estudo sociológico, mas observar o modo como a narrativa promove uma redução estrutural desses elementos externos de modo a torná-los participantes da configuração estética constituinte do romance.TCC Pretérito paterno: experiências de narrar o luto nos romances contemporâneos de Jeferson Tenório e Tiago Ferro(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2023-12-04) Medeiros, Renildo Rene de Oliveira; Welter, Juliane Vargas; https://orcid.org/0000-0002-4475-4096; http://lattes.cnpq.br/0733717542150292; https://orcid.org/0000-0003-0077-3540; http://lattes.cnpq.br/4987638123102622; Bezerra, Ana Cristina Pinto; https://orcid.org/0000-0001-9934-1072; http://lattes.cnpq.br/2431190241464768; Machuca, Jaqueline Castilho; https://orcid.org/0000-0001-9753-6829; http://lattes.cnpq.br/2607443259820653Esse trabalho propõe uma investigação crítico-comparativa sobre as construções de imagens paternas, a partir da narração do luto, nos romances O pai da menina morta (2018), de Tiago Ferro, e O avesso da pele (2020), de Jeferson Tenório. O estudo é resultado das pesquisas realizadas em torno da memória enquanto aspecto narrativo na literatura contemporânea brasileira, e parte da tabulação e leitura dos romances laureados durante o século XXI em três premiações – Jabuti, Oceanos (antigo Portugal-Telecom) e Biblioteca Nacional. A escolha desses romances ocorreu porque ambos circunscrevem a atividade científica proposta e porque suscitam interpretações sobre as duas visões de narração em romances aqui almejadas: o primeiro parte de um pai que perdeu a filha e o outro do filho que perdeu o pai. Sob esse(s) ponto(s) de vista(s), a ideia se fundamentou na análise de como a instância narrativa estaria se configurando por um viés memorialístico, mais especificamente pela regulação e enfrentamento do luto, estabelecendo diferentes estilos para a linguagem romanesca. Assim, o procedimento de pesquisa adotado é o método dialético desenvolvido por Candido (2006) e ampliado por Schwarz (2012), aprofundando relações entre forma literária e conteúdo social do romance. Para tanto, elaboramos, a partir dos procedimentos iniciais, um quadro teórico referencial com quatro vertentes para fundamentar o estudo: a seleção de (a) textos e pesquisas sobre a linguagem e crítica literária; (b) de leituras sobre a atividade memorialística; (c) de textos psicanalíticos sobre o luto; e, (d) textos, pesquisas e leituras individuais para análise de cada romance especificamente, as quais sejam sobre a linguagem literária e os mecanismos psicanalíticos do sujeito negro (para a análise da obra de Tenório) e sobre a técnica fragmentária e a teoria da autoficcção (para a de Ferro). Articulamos, então, o estudo em três partes nas quais, inicialmente, discutimos as especificidades de cada romance e, no final, realizamos uma comparação sobre a representação das relações paternas e formalização literária do cotidiano memorial do luto. Entre os resultados alcançados estão as possibilidades de interpretar a memória como uma experiência formalizada no romance brasileiro, sobretudo porque as duas obras, mesmo que diferentes pelas opções estéticas, incorporam a visão memorialística como dado estrutural para os seus narradores, articulando imagens subjetivas para o pai e sobre o pai.Dissertação A tessitura da memória em o vendedor de passados de José Eduardo Agualusa(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2013-03-11) Bezerra, Ana Cristina Pinto; Oliveira, Andrey Pereira de; ; http://lattes.cnpq.br/9422139982124228; ; http://lattes.cnpq.br/2431190241464768; Gonçalves, Marta Aparecida Garcia; ; http://lattes.cnpq.br/1240776467735498; Secco, Carmen Lucia Tindo Ribeiro; ; http://lattes.cnpq.br/1817695469772873No estudo das literaturas africanas de língua portuguesa, a importância da temática da memória se faz pelo contato que as obras literárias possuem com o contexto no qual estão inseridas. Neste estudo, pretende-se refletir como a memória, enquanto elemento social, torna-se um agente de composição da estrutura literária em O vendedor de passados (2004), de José Eduardo Agualusa. Para tanto, tem-se como referencial o método crítico desenvolvido por Antonio Candido (1976), no tocante à crítica dialética, a fim de se perceber de que maneira tal reminiscência atua na estruturação do romance em uma relação com elementos tanto estruturais quanto temáticos. Em um primeiro momento, apresenta-se uma leitura panorâmica do cenário literário angolano no pós-independência, relacionando esse contexto com o percurso da escrita de José Eduardo Agualusa. Em seguida, realiza-se a análise das relações entre as categorias narrativas narrador, personagens, espaço, tempo e o elemento memorial, tendo em vista que as referidas categorias seriam construídas no diálogo com a memória. Por fim, destaca-se a reflexão sobre a dinâmica entre a ficção e a realidade apreendida no discurso romanesco no qual figura um vendedor de passados, uma análise que se realiza a partir do olhar cético presente na obra. Como aporte teórico utilizado, destacam-se, principalmente, as leituras de: Hampaté-Bâ (2010), Laura Padilha (2007), Tania Macêdo (2008) para a observação das especificidades do contexto africano vivificado no romance; Tedesco (2004), Halbwachs (2006), Le Goff (2003) no tocante à conceptualização da memória; além de Landesman (2006), Krause (2004), Gai (1997) no recorte do panorama cético com o qual o romance dialoga