Navegando por Autor "Bezerra, Cássia de Castro"
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Dissertação Infância na publicidade: um estudo sobre o trabalho de crianças na publicidade na cidade de Natal-RN(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2008-09-19) Bezerra, Cássia de Castro; Campos, Herculano Ricardo; ; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4762975E2&dataRevisao=null; ; http://lattes.cnpq.br/2431475905879295; Alberto, Maria de Fátima Pereira; ; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4782262P6; Sousa, Sônia Margarida Gomes; ; http://lattes.cnpq.br/1511889781304921O trabalho infantil no cenário brasileiro é um tema sério e de grande relevância no que diz respeito às questões que envolvem a infância no país, tornando-se alvo do interesse e preocupação de instituições públicas, privadas e da sociedade civil organizada. Assim sendo, é proibido por lei, uma vez que a vivência da criança que trabalha é uma experiência que se distingue de outras infâncias, sobretudo por requerer dos pequenos trabalhadores o amadurecimento precoce de certas habilidades, gerando implicações sobre o seu desenvolvimento físico, emocional, cognitivo, social e psicológico. Observando tais questões, nos propusemos pensar o trabalho infantil para além daquelas consideradas as piores formas e sobre as quais a literatura pertinente faz menos referências, de modo que nosso interesse recaiu sobre o trabalho da criança na mídia publicitária. Nesse sentido, esta pesquisa objetivou investigar as condições de inserção e de desenvolvimento do trabalho da criança na publicidade, enquanto garotospropaganda, e os possíveis efeitos dessa inserção sobre suas vidas. Participaram deste estudo três agências de publicidade, seis produtoras de vídeo, uma agenciadora de modelos mirins e cinco crianças com suas respectivas famílias, sendo quatro meninos e duas meninas, com idades entre sete e onze anos de idade, as quais já haviam realizado mais de quatro trabalhos em publicidade, na cidade do Natal, Rio Grande do Norte. Baseando-nos na perspectiva sócio-histórica, utilizamos como instrumento metodológico a entrevista semi-estruturada, a qual serviu para subsidiar a compreensão dos dados revelados através da inserção no campo de pesquisa. Este estudo revelou que as crianças são submetidas a situações de trabalho irregulares e adversas, caracterizando a sua inserção na atividade da publicidade enquanto trabalhador precarizado, como em tantas outras atividades produtivas apontadas pela literatura. Os dados revelaram ainda que a família é a principal responsável pela inserção da criança no trabalho publicitário e que há uma ambigüidade de desejos em torno dessa atividade, tanto por parte das crianças quanto de suas famílias. Por outro lado, percebemos que o conteúdo legal acerca da proibição do trabalho infantil apresenta aspectos contraditórios em face do artigo 149 do ECA, o qual sob algumas condições permite que a criança participe das atividades no contexto publicitário, evidenciando que deve haver uma avaliação mais rigorosa quanto a questão do trabalho da criança na mídia e quanto ao que a lei apregoa em relação a proteção integral à criança e ao adolescente. Este estudo evidenciou a complexidade que envolve o trabalho da criança na publicidade, principalmente por este se caracterizar, essencialmente, pela exposição e manipulação da imagem infantil pela mídia. Além disso, compreendemos que os espaços de discussão acerca desta temática devem ser estimulados e, conseqüentemente, ampliados para além daquelas consideradas as piores formas