Navegando por Autor "Bezerra, Pedro Lucas de Lima Freire"
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Dissertação A impossibilidade de manter-se a salvo: a Literatura e o Mal em Roberto Bolaño(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2019-02-18) Bezerra, Pedro Lucas de Lima Freire; Pellejero, Eduardo Anibal; ; ; Barbosa, Márcio Venicio; ; Barbosa, Jonnefer;Segundo Georges Bataille, a Literatura consiste em uma busca obstinada pela liberdade, jamais se curvando à ordem e às regras impostas pelas sociedades constituídas, posicionando-se sempre nos antípodas da duração e do projeto de preservação da vida proposto pela modernidade. A Literatura, destarte, responderia às exigências de um mundo do Mal, mundo contrário à harmonia e à existência durável, postulante do desastre, do despudor e da negatividade. No centro dessas relações entre A Literatura e o Mal, o objeto do nosso estudo é o autor chileno Roberto Bolaño Ávalos (1953 - 2003), de obra alentada produzida a partir do final da década de 80 até o início dos anos 2000, consolidada, em parte, pela figura mítica do autor. Morto precocemente, Bolaño se inseriu como principal nome do pós-Boom latinoamericano, uma nova leva de escritores latino-americanos que chamaram atenção da crítica a partir dos anos 90, com obras singulares em relação às produções de Vargas Llosa, García Márquez, Donoso, Cortázar, Fuentes e Carpentier. Funcionando até mesmo como oposição à consagração desses autores, a geração de Bolaño está situada entre o trauma das ditaduras na América, a necessidade do exílio e a produção primordialmente urbana, alheia ao realismo fantástico que caracterizou a literatura latino-americana. Essestraumas surgem na obra do autor chileno como uma reverberação de um Mal profundo, que se anuncia na impotência de suas personagens, na sua escrita ao mesmo tempo fragmentária e caudalosa, nos diversos episódios históricos que se confundem com histórias privadas menores, nos poetas e escritores que se convertem em detetives ou assassinos, nas experiências transgressoras que levam os sujeitos à ruína sem adiamento. Para refletir sobre essas questões em nossa dissertação, além deBataille, utilizamos Blanchot (2011, 2002), Barthes (2005) e outros autores, a fim de abordar as fulgurações simbólicas do Mal na obra Amuleto, do escritor chileno. Amuleto é um desdobramento de uma das várias narrativas contidas em Detetives Selvagens (1998), obra prima de Roberto Bolaño; aqui, Auxilio Lacouture, uma uruguaia exilada no México, narra suas aventuras junto aos poetas e intelectuais mexicanos, enquanto está sitiada no banheiro da Universidade Autónoma do México no dia em que a instituição fora invadida por militares, em 1968. Esse romance é central na obra de Bolaño por trazer questões presentes em toda sua obra e servir como uma visão em paralaxe de todas as dimensões da Literatura desse escritor, funcionando também para nossa abordagem sobre as figuras do Mal em seus livros.Tese O que ainda não tem forma me protegerá: a literatura e o desaparecimento em Roberto Bolaño(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2023-08-30) Bezerra, Pedro Lucas de Lima Freire; Barbosa, Márcio Venicio; https://orcid.org/0000-0003-2363-1326; http://lattes.cnpq.br/5996363930384781; http://lattes.cnpq.br/7628221272057281; Welter, Juliane Vargas; Klein, Kelvin dos Santos Falcão; Alves, Alexandre Bezerra; Ielpo, Rodrigo SilvaO chileno Roberto Bolaño (1953-2003) é um dos nomes principais da literatura contemporânea. Autor de obras seminais como Detetives Selvagens (1998) e 2666 (2004), o chileno mobiliza em suas obras abordagens distintas (a partir da violência, do Mal e da sombra do político) do desaparecimento. O autor fez parte de uma geração que se notabilizou por trazer à literatura da América Latina novas propostas estéticas que buscavam se diferenciar das tendências do Boom dos anos 70. Em seus livros, tramas urbanas com personagens sobreviventes dos anos de chumbo no continente se mesclam com profecias apocalípticas sobre o desaparecimento dos corpos e da própria literatura (enquanto instituição e enquanto objeto estético). Nessa tese, a busca por compreender os aspectos desse desaparecimento passa pela procura de seu simbolismo, de seu papel político, de sua discussão contemporânea em um mundo que está em vias de desaparecer, e da própria construção de um universo estético que está desaparecendo, escrevendo a partir do próprio esgotamento. Essas formas simbólicas e éticas de enfrentar o desaparecimento ganham apoio teórico nas reflexões de Blanchot (2005) e Barthes (2005), mas também caminham pela assimilação teórica da fortuna crítica do autor e pela obra de diversos outros autores que auxiliam na construção de uma arqueologia do desaparecimento. As ideias em torno desse desaparecimento ganham ressonância nas obras Amuleto (1999), Detetives Selvagens (1988) e 2666 (2006), mas também se espalham em toda a obra do escritor chileno.