Navegando por Autor "Calado, Janaina Freitas"
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Tese Impactos do mergulho recreativo em ambientes recifais tropicais do Brasil(2018-02-26) Calado, Janaina Freitas; ; ; Pedrini, Alexandre de Gusmão; ; Longo, Guilherme Ortigara; ; Garcia Júnior, José; ; Lopes, Priscila Fabiana Macedo;O mergulho recreativo (MR) é uma das atividades turísticas que mais cresce no mundo, gerando emprego e renda, além de poder contribuir com a conservação dos ambientes recifais, impulsionando a criação de unidades de conservação (UC) e auxiliando com insumos financeiros a manutenção de UCs já existentes. Apesar das vantagens socioeconômicas, quando realizado sem controle, o MR pode provocar impactos negativos ao ecossistema recifal, como alterações na estrutura das comunidades, danos físicos aos recifes e redução na resisliência do recife. Diversos estudos em recifes de corais no mundo têm caracterizado tais impactos propondo estratégias de manejo e indicadores biológicos para monitoramento. As peculiaridades dos recifes brasileiros, com baixa cobertura coralínea e elevada cobertura de algas e esponjas, torna necessário identificar e definir estratégias de manejo próprias para esse tipo de uso. O presente estudo avaliou o impacto que o mergulho recreativo provoca em ambientes recifais tropicais do Brasil. O primeiro capítulo é uma análise cienciométrica que indica as tendências dos estudos sobre os impactos do MR nos ambientes recifais brasileiros. Os resultados mostram o crescimento do número de publicações com esse tema ao longo do tempo e aponta a carência de uma análise integrada dos impactos que o MR causa na biota recifal. Além disso, observou-se a necessidade de delineamento do perfil, preferências e do comportamento dos mergulhadores. Nosso trabalho indica ainda que os recifes do Ceará e recifes urbanos da Paraíba e Alagoas são áreascom maior carência de estudos no tema. No segundo capítulo foi caracterizado o comportamento de mergulhadores recreativos em uma Área de Proteção Ambiental Marinha (AMP) no nordeste brasileiro, quantificando-se a frequência de toques no substrato recifal relacionado ao perfil do mergulhador e características do tipo de mergulho realizado. A frequência média de toques (FT) observada foi notadamente inferior no recife estudado, quando comparado a outros estudos em recifes de corais do mundo. As variáveis que influenciaram na FT foram: tipo de mergulho (scuba > snorkel), sexo (homens > mulheres) e na faixa etária (acima de 50 anos, maior que nas demais faixas etárias). A discussão deste capítulo aborda como as características físicas do local de estudo pode ter influenciado na redução da FT, e também a postura dos profissionais do turismo. O terceiro capítulo trata dos impactos do MR na ictiofauna e na comunidade bentônica em um ambiente recifal tropical do Brasil. Nesse capítulo a realização de uma análise integrada de múltiplas variáveis da biota marinha identificou importantes alterações na estrutura da comunidade recifal em função do MR. Essa abordagem permitiu a observação de possíveis relações de causa e efeito que a avaliação de apenas um grupo biológico poderia não detectar. As principais alterações documentadas foram: maior frequência relativa de areia e cascalho na cobertura do substrato e menores valores das categorias coral duro, coral mole e algas filamentosas nas áreas de Alto uso. A densidade média de corais não variou entre as áreas, contudo, a espécie de coral Favia gravida apresentou menor densidade nas áreas turísticas. As áreas de Alto uso exibiram ainda maior abundância relativa de ouriços pretos e invertebrados sésseis. As áreas de Baixo uso apresentaram maior cobertura de algas folhosas. Com relação a ictiofauna observou-se maior abundância, menor diversidade e dominância da espécie Haemulon aurolineatum nas áreas de alto uso. Nessas áreas destacaram-se as maiores abundâncias dos grupos tróficos invertívoros móveis, onívoros e carnívoros, com predominância de peixes da categoria de tamanho entre 11 – 20 cm. As áreas Controle apresentaram um padrão diferente com menor abundância total de peixes, maior diversidade e homogeneidade, com maior abundância de herbívoros, especialmente os territoriais, e destaque para as categorias de tamanho de 6 – 10 cm e de 21 – 30 cm. Nas áreas de Baixo uso observou-se valores intermediários e de maior semelhança com as áreas Controle. Essas alterações podem ser causadas diretamente pelo MR ou por efeitos indiretos, que é resultado da complexa forma como os diferentes táxons respondem aos danos oriundos da atividade turística. Apesar disso, essas modificações são espacialmente pontuais e com mais estudos, monitoramento, fiscalização e manejo adequado, acredita-se que os impactos possam ser reduzidos nas áreas turísticas. Neste trabalho ainda são sugeridas medidas de manejo para redução do impacto do MR e indicadores biológicos que podem otimizar o monitoramento de áreas recifais submetidas a atividade turística O quarto e último capítulo relata como o uso de uma abordagem metodológica diversificada em um projeto de Educação Ambiental (EA), cujo tema foi “os impactos do mergulho recreativo”, foi eficaz em uma escola pública do entorno de AMP alvo da especulação turística. Os resultados indicam que a combinação do conhecimento científico, conhecimento local, uso de mídias e visitas à ambientes não-formais são fundamentais para a eficácia de um projeto de EA. Esta tese apresenta dados pioneiros sobre os impactos que o mergulho recreativo gera em ambientes recifais brasileiros, contribuindo efetivamente para o manejo e desenvolvimento de um turismo sustentável em áreas protegidas marinhas.TCC Impactos do turismo na ictiofauna de recifes do nordeste brasileiro(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2015-12-11) Silva, Isabela Guimarães Leitão da; Mendes, Liana de Figueiredo; Calado, Janaina Freitas; Freire, Fúlvio Aurélio de Morais; Costa, Tiego Luiz de AraújoA atividade de mergulho recreativo sem o devido controle tem sido associada à mudanças na estrutura da comunidade de peixes. Uma vez que o turismo é considerada uma atividade em ascenção, torna-se fundamental compreender de que modo os impactos turísticos afetam ecossistemas recifais. O presente trabalho avaliou recifes do nordeste brasileiro comparando indicadores de biodiversidade da ictiofauna recifal, tais como riqueza e abundância de espécies, classes de tamanho e categorias tróficas, em áreas turísticas de alto uso, de baixo uso e áreas sem atividade turística. Nas áreas turísticas também foram efetuados estudos comparativos nos períodos anteriores, durante e posteriores à atividade turística. As análises indicaram alta dissimilaridade entre a área de alto uso turístico e as outras duas áreas mencionadas, sugerindo um impacto pontual do turismo nos recifes. Observou-se ainda a dominância de uma única espécie, beneficiada pela presença do turismo. A comparação dos recifes entre períodos indicou que todos foram similares, ou seja, a comunidade de peixes permanenceu estruturalmente semelhante independente do período. Isso mostra que as alterações na ictiofauna obervadas nas áreas de alto uso permanecem, mesmo na ausência do agente causador do impacto, indicando uma perda na resiliência dessas áreas. Os resultados aqui presentes apontam a necessidade de atenção no manejo da atividade turística desse recife, tendo em vista o grau de impacto já sofrido e a continuidade do turismo nessas áreasTCC Influência do turismo na comunidade de corais em recifes do Nordeste do Brasil(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2016-06-09) Torres, Daniel Rovira Pereira; Calado, Janaina Freitas; Freire, Fulvio Aurelio Morais; Souza, Izabel Maria Matos; Calado, Janaina FreitasA atividade turística em recifes de corais com foco no mergulho recreativo é um dos setores do turismo que mais cresce no mundo. Atualmente, diversos estudos demonstram os impactos que esta atividade causa nesses ecossistemas. O objetivo deste estudo é compreender os efeitos da atividade turística em um recife do nordeste brasileiro enfocando a comunidade de corais considerando como indicadores a abundância, o tamanho e saúde das colônias. Este trabalho foi desenvolvido no recife de Maracajaú, litoral norte do estado do Rio Grande do Norte. A coleta de dados ocorreu em seis sítios (3 turísticos e 3 controles), em quatro eventos amostrais ao longo de um ano e meio. Em cada sítio foram realizadas 6 transecções lineares de 30m de comprimento, por evento amostral. Foram intercalados 4 quadrados de 1m ao longo de cada transecção. Nestes quadrados foram identificadas e contabilizadas todas as colônias de corais duros por classe de tamanho (<5 cm, 5 – 10 cm, 10 – 20 cm e >20 cm) e classificadas por categoria de saúde (Saudável, Branqueada, Doente e Morta). Foram registradas quatro espécies de corais e uma de hidrocoral: Siderastrea stellata (Verrill, 1868), Favia gravida (Verrill, 1886), Porites astreoides (Lamark, 1816), Agaricia humilis (Verrill, 1902) e Millepora alcicornis (Linnaeus, 1758). O coral pétreo mais abundante, S. stellata, não exibiu diferenças significativas quanto à abundância média entre as áreas amostrais, classes de tamanho e categorias de saúde. As outras espécies exibiram diferenças na abundância, classes de tamanho e categorias de saúde, em virtude da presença da atividade turística. Colônias de F. gravida apresentaram maiores valores de: abundância total, colônias saudáveis, colônias <5cm e colônias de 5-10cm nas áreas controle. P. astreoides exibiu maior abundância de colônias saudáveis e de colônias entre 10-20cm nas áreas turísticas. A. humilis e M. alcicornis apresentaram baixa abundância no recife estudado, com 13 e 8 colônias respectivamente, dentre estas, apenas uma colonia de A. humilis e 2 de M. alcicornis foram registradas nas áreas turísticas. O presente estudo revelou que a atividade turística promove alterações na estrutura da comunidade coralínea e considera-se o coral F. gravida como uma possível espécie indicadora dos impactos turísticos. Estes resultados contribuem para um melhor entendimento dos impactos causados pelo mergulho recreativo em ambientes recifais além de colaborar na definição de indicadores e medidas de gestão eficazes na conciliação da conservação de ambientes recifais com atividades que gerem benefícios socioeconômicos.