Navegando por Autor "Carvalho, Nathalia Oliveira de Barros"
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Dissertação "Dos peligros a la vez": casamento e religião como representações da opressão das mulheres no romance La familia del Comendador, de Juana Manso(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2023-12-15) Silva, Maraysa Araújo; Silva, Regina Simon da; https://orcid.org/0000-0002-0376-5231; http://lattes.cnpq.br/5077246071578353; http://lattes.cnpq.br/6264987664519544; Xavier, Wiebke Roben de Alencar; Carvalho, Nathalia Oliveira de BarrosOs textos literários e jornalísticos publicados por Juana Paula Manso (1819-1875) propuseram estimular a consciência das mulheres frente à opressão que sofriam. Ao reivindicar a emancipação moral das mulheres no Brasil e na Argentina, a autora desempenhou um papel feminista no século XIX. Nesta dissertação, temos como objetivo caracterizar a representação da opressão das mulheres em um de seus romances, qual seja, La familia del Comendador (1854d). Nossa abordagem teórico-metodológica está pautada nos diálogos entre a Crítica Literária Feminista (Golubov, 2020; Zolin, 2010; 2012; Muzart, 2000; Duarte, 2019) e a História das Mulheres (Perrot, 2019; 2021; Lerner, 2019; Del Priore, 2016), pois entendemos que uma análise situada historicamente é essencial para a compreensão e a análise do texto literário. Como conclusão, destacamos que, no romance, o casamento e a religião são os principais domínios de opressão das mulheres, dado que atuam para manter a condição de submissão das personagens femininas. A postura defendida por Manso, contudo, não condena completamente o casamento ou a prática religiosa. Com efeito, a autora recusa a configuração do casamento forçado e a permanência forçada no convento, defendendo a liberdade de escolha como um direito natural pertencente também às mulheres. Tal postura assumida no texto literário condiz com as reivindicações e as críticas tecidas em seus artigos Casamento (1851a, 1851b) e A mulher (1852), publicados, respectivamente, nos jornais Periódico dos Pobres (RJ) e O Jornal das Senhoras (RJ). Ademais, constatamos que a ironia, o diálogo com o leitor e as metáforas como estratégias discursivas empregadas pela autora na construção das críticas presentes no romance.Dissertação Protagonismo feminino e traços memorialísticos em Malinche, de Laura Esquivel e Inés del alma mía, de Isabel Allende(2017-07-21) Carvalho, Nathalia Oliveira de Barros; Silva, Regina Simon da; http://lattes.cnpq.br/5077246071578353; http://lattes.cnpq.br/1534392892288901; Bongestab, Cristina; http://lattes.cnpq.br/4176811273857617; Fajardo, Gerardo Andres Godoy; http://lattes.cnpq.br/4095413530388597Ao longo do século XVI, diversas áreas do continente americano passaram pelo processo de conquista empreendido por nações europeias como a Espanha e Portugal, por exemplo. Partindo desse contexto histórico como cenário, temos as obras literárias Malinche (2005) e Inés del alma mía (2006), narrativas de extração histórica escritas por Laura Esquivel e Isabel Allende, respectivamente, que apresentam um olhar voltado para figuras femininas que participaram de modo significativo na ocupação do México e do Chile pelos espanhóis. A presença de protagonistas femininas é um traço recorrente em ambas as escritoras latino-americanas e, no caso das narrativas que nos propusemos analisar, esta característica se mantém, acrescida da memória como elemento fundamental na construção dos textos. Desse modo, buscamos neste trabalho, analisar como Esquivel e Allende constroem suas narrativas dando voz à mulher como protagonista na conquista da América e como o abandono, presente na vida de Malinalli e Inés Suárez, influenciou significativamente seus destinos, deixando marcas em suas memórias, elementos que são resgatados pelas autoras. Nosso estudo é baseado em pesquisa bibliográfica, utilizando como base teórica Costa Lima (1986; 2006) e suas discussões sobre as relações entre texto histórico e texto ficcional; Menton (2003) e Trouche (2006) e suas sistematizações teóricas sobre romance histórico; Todorov (1993), Díaz del Castillo (2003) e Delgado (1987) e suas abordagens acerca dos dados históricos referentes às protagonistas das narrativas em estudo; Le Goff (2003) e Ricoeur (2007) e suas concepções acerca da memória, entre outros autores relacionados ao tema da pesquisa. Diante dos objetivos propostos, verificamos que o abandono foi um fator determinante para o destino delineado das protagonistas Malinalli e Inés Suárez. Ademais, através da análise, pudemos identificar uma clara intenção das escritoras de elaborar releituras e/ou reescritas das memórias de ambas personagens históricas ficcionalizadas, destacando o protagonismo da mulher na conquista da América e questionando os registros históricos sobre elas, bem como as imagens construídas em torno de suas figuras.Tese Una vida de Juana Paula Manso: deslocamentos, construção da personagem e rede de conhecimento em Cómo se atreve, de Silvia Miguens(2023-06-27) Carvalho, Nathalia Oliveira de Barros; Silva, Regina Simon Da; 99780690700; https://orcid.org/0000-0002-9793-2845; http://lattes.cnpq.br/1534392892288901; Paiva, Kalina Alessandra Rodrigues De; 00756416400; Serrão, Raquel De Araújo; 02134389419; Campos, Thayane Silva; 08792898645; Xavier, Wiebke Roben De Alencar; 01412220424A escritora argentina Silvia Miguens (1950) apresenta como traço marcante de sua obra o diálogo entre a literatura e a história. Nota-se ainda, a predominância de protagonistas femininas, podendo identificar, dessa forma, o perfil geral de suas publicações que tiveram início na década de 1990. Nessa lógica de produção literária destaca-se a obra que compõe nosso corpus de análise, o livro Cómo se atreve. Una vida de Juana Paula Manso (2004), que ficcionaliza a também escritora argentina Juana Paula Manso de Noronha (1819-1875). Dessa forma, neste trabalho buscamos analisar a protagonista Juana Paula, especialmente quanto ao processo de formação intelectual e profissional, considerando o olhar mais intimista proposto por Silvia Miguens, além de identificar as conexões com outras mulheres históricas através da protagonista, desvelando uma rede de conhecimento entre elas e também através delas. Estudo de caráter qualitativo e de base bibliográfica tem entre as principais referências Jozef (1986; 2005), Menton (1993) e Hernandes (2017) para o estudo das produções de narrativas de extração histórica; Candido (2014) e Brait (2017) com as discussões sobre personagem, nossa principal categoria analítica; Lewkowicz (2000) e Zucotti (1998) com seus trabalhos sobre a figura histórica de Juana Paula Manso, além dos textos da própria Juana Manso, publicados especialmente em periódicos como o Jornal das Senhoras (1852) e o Álbum de Señoritas (1854), por exemplo; Lacerda (2003), Lerner (2019), Perrot (2017), Wolf (2020) e Hooks (2019) no que tange à formação intelectual, às questões de patriarcado, e lutas femininas; Burke (2017) e sua abordagem sobre exílio e produção do conhecimento; Candido (2011) e suas reflexões sobre a capacidade da literatura de ensinar de diferentes formas. Diante dos objetivos propostos verificamos que Miguens consegue imprimir um caráter mais íntimo à narrativa, valorizando um lado pouco conhecido e/ou explorado da vida de Juana Manso. Além disso, constatamos que os deslocamentos e a influência do pai da personagem Juana Paula foram fundamentais em sua formação intelectual e que de fato vai sendo revelada pela narradora, ao longo dos capítulos, uma rede de conhecimento ao trazer para o texto outras figuras históricas - sobretudo mulheres - em conexão com a personagem principal do romance, além dos textos da própria Juana Manso que se integram intertextualmente à narrativa.Dissertação O universo de Orïsha: as representações da violência em Children of blood and bone, de Tomi Adeyemi(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-02-29) Cardoso, Hélia da Silva Alves; Silva, Regina Simon da; https://orcid.org/0000-0002-0376-5231; http://lattes.cnpq.br/5077246071578353; https://orcid.org/0000-0003-3288-2864; http://lattes.cnpq.br/1167768929114390; Carvalho, Nathalia Oliveira de Barros; Melo Júnior, Orison Marden Bandeira deChildren of blood and bone (2018a) é uma ficção do gênero fantasia, ambientada na África Ocidental, mais especificamente na Nigéria, país das origens ancestrais da escritora afro-estadunidense, Tomi Adeyemi. A violência na obra se instaura a partir do massacre da população de maji, uma atrocidade que fica conhecida como, a Ofensiva. Esta dissertação tem como objetivo principal analisar as representações da violência na obra e como as simbologias representam os povos escravizados ao mesmo tempo em que resgatam a identidade afro no universo fantástico de Orïsha. Para tal, serão discutidas as seguintes questões: Como se dá a composição estética da obra e que elementos simbólicos são apresentados na construção do mundo fantástico de Orïsha; como são representadas as categorias de violências; de que forma a violência, como expressão máxima de poder, atua na destruição da cultura iorubá em Orïsha e como se forma a resistência em Children of blood and bone. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica de caráter qualitativo, com embasamento teórico em Benjamin (2013) sobre como a violência surge e se instala, Butler (2021) que discorre a respeito da não violência como fator invocador da resistência para enfrentar o seu dominador e o direito ao luto, Dorlin (2020), no tocante à autodefesa como arma para defender as minorias majoritárias; Lambert (2001) e, Falola e Heaton (2008) que falam sobre a violência na Nigéria; Bakhtin (1998) Oliveira e Waechter (2021) para abordar a estética da obra, Chevalier e Gheerbrant (2022) para identificar os artefatos simbólicos presentes. Os personagens que representam os divinais sofrem violência física, psicológica e simbólica, são oprimidos tal qual os povos escravizados, sem direito à legítima defesa, ao luto, a nada. Desse modo, percebe-se que a obra é mais que uma ficção do gênero fantasia, é uma narrativa que em sua completude emerge indagações de cunho social. A violência sofrida pelos divinais provoca questionamentos relacionados ao racismo, intolerância religiosa pelas religiões de matriz africana, divisão de classe e relação de poder, comuns em uma sociedade desigual.