Navegando por Autor "Damasceno, Talita Maria Macedo"
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TCC Primatas não-humanos recebidos em centros de triagem no Nordeste entre 2019 e 2022(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2022-12-19) Damasceno, Talita Maria Macedo; Ferreira, Renata Gonçalves; http://lattes.cnpq.br/6566269393468726; http://lattes.cnpq.br/1049551350840601; Lopes, Fívia de Araújo; http://lattes.cnpq.br/2583445528542625; Pinto, Miriam Plaza; http://lattes.cnpq.br/7876219494961528O Brasil abriga 19,4% das mais de 700 espécies e subespécies de primatas não-humanos reconhecidas pela ciência atualmente; na região nordestina do país existem em torno de 20 das 140 espécies/subespécies que são encontradas no Brasil, o que implica numa diversidade de 15% dos primatas brasileiros. Cerca de 62% das espécies de primatas nordestinos estão na Lista Nacional Oficial de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção, devido à perda de habitat, acidentes com redes de distribuição de energia elétrica e retirada de indivíduos para comércio ilegal. Esse cenário pode ser um dos fatores que explicam o motivo desses primatas estarem sendo encontrados em crescente número em Centros de Triagem de Animais Silvestres (CETAS). A caracterização quantitativa e qualitativa dos dados oficiais sobre a entrada de primatas nos CETAS oferece um diagnóstico da questão que auxilia em decisões de manejo de animais silvestres resgatados. Neste trabalho, oferecemos uma visão geral sobre a entrada e destinação de primatas em nove CETAS do nordeste. Entre 2019 e 2022 foram registradas as entradas de 838 indivíduos de primatas com um aumento gradativo ao longo dos anos. Um total de 20 espécies em oito gêneros e 5 famílias foram recebidas, com Callithrix jacchus correspondendo a 67,3% da abundância. Os CETAS de Porto Seguro, na Bahia, e do Ceará foram os que receberam maior diversidade de primatas. Espécimes exóticos ao estado somaram 13,4% dos indivíduos registrados, em oito espécies diferentes. O principal tipo de entrada foi a categoria resgate (66%), seguido por entrega voluntária (20%). As procedências mais comuns foram residência (27,4%) e via pública (27%). Dois terços dos animais recebidos estavam saudáveis e 82,8% dos indivíduos vieram de municípios com mais de 50 mil habitantes. Sapajus libidinosus teve uma quantidade acima do esperado de indivíduos advindos de municípios de até 15 mil habitantes. O tempo de permanência dentro dos CETAS foi alto com mediana de mais de 100 dias para os indivíduos destinados e mais de 2 anos para os que ainda não foram destinados no momento da pesquisa. As principais destinações foram: 55,1% soltura e 20,4% encaminhamento para pesquisa científica. Apenas 3,34% dos indivíduos recebidos pelos CETAS do nordeste estão classificados em categorias preocupantes pela União Internacional para a Conservação da Natureza, o que pode explicar o pouco envolvimento de entidades de conservação com os primatas nos CETAS. A análise dos registros revela as dificuldades desse tipo de atividade e a necessidade de maior parceria entre entidades para assegurar a melhor manutenção ex-situ e destinação dos mais de 2000 primatas recebidos por ano nos Centros de resgate de fauna do Brasil.