Navegando por Autor "Dantas, Airon Sarug Ferreira"
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TCC Geografia da folia: leituras territoriais da micareta Carnatal(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2022-02-18) Dantas, Airon Sarug Ferreira; Dozena, Alessandro; https://orcid.org/0000-0001-9910-5715; http://lattes.cnpq.br/1811716812760920; https://orcid.org/ 0000-0002-7588-7123; http://lattes.cnpq.br/2478686806293481; Oliveira, Elizangela Justino de; http://lattes.cnpq.br/8380493391593333; Maia, Carlos Eduardo Santos; https://orcid.org/0000-0002-2035-4362; http://lattes.cnpq.br/9080217578713778Os trabalhos voltados à temática das festividades demonstram ser um expoente rico ao conhecimento científico, sobretudo à Ciência Geográfica, por meio das abordagens culturais. Nesse sentido, o evento do Carnatal, território que cria associações por estímulos corporais, visuais e sonoros, torna-se um precioso objeto de estudo. À luz da Geografia Cultural, buscamos demonstrar que, na micareta, existem diferentes comportamentos dotados de uma dinamicidade inerente aos múltiplos sentidos e significados, voltados para a noção construtiva de territorialidade em espaços. Esta pesquisa tem como objetivo compreender o Carnatal como um vetor de territorialidades, o que possibilita a tipificação da composição dessas áreas singulares. Para alcançar tal finalidade, seu foco também inclui abordagens sobre a construção social, identificando práticas e estratégias territoriais em diferentes escalas. Por meio de perspectivas teóricas que envolvem a área de interesse deste trabalho, as concepções sobre cidade, espaço urbano, festas e território assumem condições inevitáveis, o que pode tornar segura a categorização dos materiais bibliográficos e documentais para a construção da narrativa textual. Optou-se pelo estudo de caso, a partir do método descritivo e da abordagem qualitativa, com o recurso de algumas técnicas de pesquisa, como a observação participante e o uso de questionários eletrônicos; com questões abertas e estruturadas para dar suporte às representações dos entrevistados. Em sua essência, o evento assume possibilidades de ações dissidentes a partir da multiplicidade de interesses que compõem o corpo social, na busca de autonomia e dominância. Assim, procuramos colaborar com a construção de um saber geográfico que não se limite a uma ilustração direcionada a caracterização da festa, mas compreenda as demandas coletivas, o uso e apropriação do espaço citadino, a dinâmica entre o público e o privado, bem como os fatores condicionantes que denotam territorializações a partir do universo simbólico associado a prática artística. Percebe-se, então, a formação de quatro territórios, aqui denominados de Conexão, Coexistência, Operação e Exclusão. Com esse intuito, o contexto histórico, social, político e econômico reconfigura a festividade, pois no campo do qual ela faz parte, o sujeito transpassa de um ser em movimento que age, pensa e produz significações. Nesse contexto, a construção de espetáculos insere os participantes em cenas de movimento que determinam as singularidades e o modo de agir de cada ator social, conforme a personalidade a qual preenche o espaço inserido. A música manifesta seu contexto lúdico, motivando a vivência artística dos cidadãos e, para o carnaval fora de época, proporciona socialidades que integram experiências sensoriais, motoras e perceptivas. Desse modo, o Carnatal assume a primazia de ser um evento utópico fragmentado, regido pelo poder do capital e dominado pelos processos sociais, que (des)constrói as experiências e vivências efêmeras dos participantes através de brincadeiras, processos emocionais, ocupações, histórias e expressões corporais com o despertar do gosto pela música.Dissertação Rotas de fuga da aridez: o sertão cinemático de Lírio Ferreira(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2025-01-17) Dantas, Airon Sarug Ferreira; Costa, Maria Helena Braga e Vaz da; https://orcid.org/0000-0002-3604-1483; http://lattes.cnpq.br/5114110813711387; https://orcid.org/0000-0002-7588-7123; http://lattes.cnpq.br/2478686806293481; Dantas, Eugênia Maria; http://lattes.cnpq.br/6296149707446296; Gomes Júnior, Gervásio HermínioEsta dissertação se debruça sobre a diversidade temática e estética do cinema pernambucano surgido a partir dos anos 1990, com foco nos filmes Baile Perfumado (1996), Árido Movie (2005) e Acqua Movie (2019), dirigidos por Lírio Ferreira. Sob a ótica da ciência geográfica, o trabalho investiga como as narrativas ressignificam o sertão, explorando suas dimensões simbólicas, afetivas e temporais a partir de determinados caminhos. Esses caminhos são chamados de rotas de fuga, onde o estudo revela como os filmes oferecem visões multifacetadas do semiárido, articulando questões culturais, históricas e ambientais. Ao unir Cinema e Geografia, a pesquisa questiona estereótipos, propondo o sertão como um espaço narrativo complexo, onde os metatemas propõem as rotas que ampliam as interpretações e renovam o imaginário acerca da região. São explorados alguns aspectos como a construção do discurso e da paisagem do sertão cinematográfico, o desafio às concepções tradicionais e a contribuição das tramas imagéticas para um conhecimento geográfico mais profundo do Nordeste brasileiro. Para isso, a fundamentação teórica utiliza diferentes conceitos e categorias para se examinar o cinema como dispositivo geográfico. Autores como Deleuze (2007) e Aumont (1994) discutem seus paradigmas dos filmes como meio de construção de narrativas socioespaciais e representações da realidade. O cinema é visto também como ferramenta para entender geografias (Claval, 2001; Costa, 2011; Gomes & Ribeiro, 2013) e como espaço relacional que reflete dinâmicas socioespaciais (Harvey, 2004, 2015). A paisagem é analisada enquanto representação cultural (Cosgrove, 1998), vinculada às práticas sociais e percepções subjetivas (Berque, 1998; Barbosa, 1999). No Brasil, o cinema é uma forma de resistência e reinterpretação cultural, especialmente no Nordeste e no sertão (Albuquerque Jr., 1999). Em termos metodológicos, investigamos as representações utilizando a análise fílmica, onde inicialmente decompomos o filme, descrevendo os planos, sequências, enquadramentos, cenas, ângulos, sons e composição de quadro, e reconstruímos a partir da compreensão dos elementos decompostos, integrando-os em uma abordagem que considera a interação entre espaço fílmico e geográfico, examinando paisagens, locações, estruturas narrativas, discursos e os movimentos de câmera. Como resultado, observamos que o cineasta transforma o semiárido nordestino em um universo dinâmico e pulsante de possibilidades, subvertendo as imagens tradicionais de miséria e desolação. Seus filmes revelam uma paisagem em constante metamorfose, onde as rotas de fuga da aridez, com suas durezas e fissuras, funcionam como espelhos das vidas e emoções que nele se entrelaçam. Através de uma poética visual, Ferreira configura a paisagem como um reflexo dos corpos, convidando o espectador a repensar o sertão não como um espaço de escassez, mas como um território de potência. As narrativas cinematográficas indicam que a aridez do sertão se apresenta como um campo criativo e um espaço narrativo dinâmico. Ao longo da trajetória dos personagens, como Benjamin Abrahão, Jonas, Cícero e Duda, o sertão não se dissolve, mas se reinventa, mantendo sua identidade ao mesmo tempo em que se caracteriza por uma ambiguidade entre rupturas e permanências. O sertão, embora profundamente vinculado às suas raízes históricas, se configurou como um espaço fértil, onde a aridez potencializa a força e a capacidade de transformação, evidenciando dinâmicas fundamentais para a singularidade da região e dos que nela habitam.