Navegando por Autor "Dutra, Elza Maria do Socorro"
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Artigo Abortion: a review of women's perception in relation to their partner's reactions in two brazilians cities(Associação Médica Brasileira, 2014-07) Nonnenmacher, Daniele; Benute, Gláucia Rosana Guerra; Nomura, Roseli Mieko Yamamoto; Azevedo, George Dantas de; Dutra, Elza Maria do Socorro; Rebouças, Melina Séfora Souza; Luci, Mara Cristina Souza de; Francisco, Rossana Pulcineli VieiraObjective: to analyze women’s perception in relation to their partner’s reaction and behavior during the abortion process in two Brazilian capitals, associating the variables from women who suffered a spontaneous abortion with those from women who induced it. Methods: semi-structured, questionnaire-based interviews were conducted with 285 women who underwent spontaneous abortion and 31 who reported having induced it. The data were analyzed using the thematic analysis technique, and, subsequently, by the IBM SPSS Statistics Standard Edition software program. The significance level was set at p < 0.05. Results: in both capitals, the women who induced an abortion referred to the partner as the person who could not find out about the abortion (p<0.01 in Natal; p = 0.02 in São Paulo-SP) and, simultaneously, as the one who could have avoided it (p < 0.01 in Natal; p = 0.03 in São Paulo). In Natal-RN, induced abortion was associated with the partner’s absence at the time pregnancy was confirmed (p = 0.02) and, in Sao Paulo-SP, with their negative reaction to news of the pregnancy (p = 0.04) and lack of participation in the abortion process (p < 0.01). Conclusion: despite having achieved independence, women still regard male participation in the abortion process as an important factor. The specifics of each capital denote the influence of the geographic and cultural dimension, indicating the need to take into account the particulars of each region in Brazil while considering a holistic approach to women’s healthDissertação O aborto provocado como uma possibilidade na existência da mulher: reflexões fenomenológico-existenciais(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2010-08-20) Reboucas, Melina Séfora Souza; Dutra, Elza Maria do Socorro; ; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4767284P4&dataRevisao=null; ; http://lattes.cnpq.br/4063229908259946; Sá, Roberto Novaes de; ; http://lattes.cnpq.br/5093366488220824; Azevedo, George Dantas de; ; http://lattes.cnpq.br/1088076378928302O aborto provocado é um tema bastante polêmico e estigmatizado, sendo alvo de muitas críticas e discussões, principalmente no que se refere aos aspectos legais, bioéticos e religiosos envolvidos. No Brasil, o aborto é considerado um grave problema de saúde pública, sendo um dos maiores causadores de morte materna devido à sua criminalização. A mulher que provoca um aborto não é bem vista pela sociedade, uma vez que a maternidade, cultural e historicamente, lhe foi imposta como destino. O nosso principal objetivo é compreender, a partir da perspectiva fenomenológico-existencial, a experiência singular dessa mulher que provocou o aborto. O presente estudo é um desdobramento de uma pesquisa mais ampla da USP em parceria com a UFRN. As nossas participantes foram mulheres que deram entrada em uma maternidade da cidade de Natal com diagnóstico de abortamento e, dentre estas, as que relataram ter provocado o aborto. Ao todo, cinco mulheres foram entrevistadas. O método utilizado foi a hermenêutica fenomenológica. A pesquisa revelou que a experiência do aborto é uma possibilidade que permeia a existência da mulher, sendo compreendido como uma escolha. Escolha essa perpassada por muito sofrimento, na medida em que a mulher se posiciona contra tudo o que lhe foi ensinado e destinado culturalmente. O sentimento que mais vem à tona nessa experiência, confirmando a revisão de literatura, é a culpa. O aborto também se mostrou como uma experiência de desamparo e solidão, devido à falta de apoio da família e do parceiro. Também foi revelado que o aborto se deu, em grande parte, pelo desejo de dar continuidade aos projetos futuros, inclusive o exercício da maternidade dentro do que consideram ideal para a chegada de um filho, isto é, a constituição de uma família alicerçada num relacionamento estável. No que refere ao atendimento prestado pelos profissionais de saúde a essas mulheres, revela-se a necessidade de uma reestruturação da lógica de funcionamento do SUS para que estas tenham direito a saúde de forma integral. Essa experiência também fez as mulheres reverem os significados que tinham em relação ao aborto, bem como os seus projetos de vidaTese Aborto: um fenômeno sem lugar – uma experiência de plantão psicológico a mulheres em situação de abortamento(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2015-03-27) Rebouças, Melina Séfora Souza; Dutra, Elza Maria do Socorro; ; http://lattes.cnpq.br/8735914852611176; ; http://lattes.cnpq.br/4063229908259946; Silva, Geórgia Sibele Nogueira da; ; http://lattes.cnpq.br/1062059652170019; Azevedo, George Dantas de; ; http://lattes.cnpq.br/1088076378928302; Feijoo, Ana Maria Lopez Calvo de; ; http://lattes.cnpq.br/6262781863415292; Morato, Henriette Togneti Penha;O presente estudo discorre sobre a experiência de um serviço de plantão psicológico na Maternidade Escola Januário Cicco (MEJC), na cidade de Natal, e apresenta como objetivo principal investigar os limites e as possibilidades dessa prática, ao oferecer atendimento para mulheres em situação de abortamento. O Ministério da Saúde considera o aborto um grave problema de saúde pública no Brasil e reconhece as repercussões que este provoca na vida pessoal e familiar das mulheres, principalmente as jovens, em plena idade produtiva e reprodutiva, que, se não forem amparadas, podem sofrer graves sequelas físicas e psicológicas. Esta pesquisa insere-se no campo das práticas psicológicas em instituição, as quais visam oferecer, por meio de modalidades diversas, entre elas o plantão psicológico, uma atenção psicológica nas instituições. A atenção refere-se ao acolhimento daquele que sofre no momento da crise e nos mais diversos contextos onde se faça presente uma demanda. Os sentidos dessa experiência foram analisados à luz da hermenêutica heideggeriana, que busca um determinado aspecto da realidade que se pretende conhecer/compreender, acompanhando o próprio movimento do homem em sua existência. Elegeram-se a cartografia e o diário de bordo escrito na forma de narrativa como recursos que possibilitam uma aproximação da experiência cotidiana. O plantão foi realizado no setor de curetagem da MEJC, no período de março de 2013 a fevereiro de 2014, todas as terças e quintas, das 9h às 12h. A trama existencial destecida nessa experiência revelou algumas possibilidades e limites da prática do plantão no contexto estudado. Entre as possibilidades, o plantão favoreceu às mulheres em situação de abortamento a produção de novos sentidos, como: perceber a necessidade de retomar o cuidado de si; ver no encaminhamento para a psicoterapia uma possibilidade de lidar com a perda vivenciada ou com outras questões de suas vidas; ampliar suas possibilidades de escolha; repensar sua vida sexual e reprodutiva; e rever suas relações afetivas e seus projetos de vida. O plantão apresentou-se como um dispositivo de cuidado em saúde ao sensibilizar as mulheres a buscarem as condições necessárias para cuidar de sua saúde e a questionarem o que naquele ambiente era encarado como natural. O plantão revelou-se como uma prática condizente com as demandas da saúde pública ao criar/inventar modos de atender às necessidades das mulheres. Além disso, promoveu uma abertura no horizonte técnico das mulheres, o que foi visto a partir do aparecimento de questões para além da saúde física. Quanto aos limites, algumas demandas extrapolaram o serviço de plantão e exigiram encaminhamento para acompanhamento psicológico e outros serviços especializados. O plantão não conseguiu abarcar a totalidade das demandas existentes no setor e não sensibilizou a equipe de saúde em relação à sua procura e a uma mudança de postura para além do saber técnico. Porém, embora não tenha realizado mudanças concretas nesse contexto, denunciou suas principais dificuldades, como o despreparo da equipe de saúde em lidar com o aborto para além dos procedimentos técnicos e a precariedade da infraestrutura e dos serviços oferecidos. Por fim, o plantão representou uma morada para as mulheres em situação de abortamento, permitindo que o seu sofrimento tivesse um lugar.Dissertação Adolescentes preocupadas em conquistar um corpo magro: Um estudo sobre discursos produzidos em diários eletrônicos(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2006-10-23) Souto, Maria Elisa Magalhães Albuquerque; Traverso-yépez, Martha Azucena; ; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4703134T0; ; http://lattes.cnpq.br/2841203210881855; Dutra, Elza Maria do Socorro; ; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4767284P4&dataRevisao=null; Severiano, Maria de Fátima Vieira; ; http://lattes.cnpq.br/0266040240421283As preocupações que dizem respeito a uma boa condição corporal estão presentes no dia-a-dia, em documentários sobre saúde, nos meios de comunicação, nas academias, nos salões de beleza e na medicina estética. No mundo ocidental, vivencia-se a onda do corpo , caracterizada pelos grandes investimentos em torno do aspecto corporal. O que nem sempre é levado em consideração é que paralelamente a esse fenômeno, cresce o número de adolescentes, majoritariamente do sexo feminino, com problemas relacionados à imagem corporal. Como a fase da adolescência compreende uma série de transformações, inclusive de auto-afirmação e aceitação dos outros, os adolescentes, muitas vezes negligenciam na alimentação e procuram construir seus corpos à imagem de modelos e atrizes/atores. A baixa auto-estima entre eles é um problema adicional relacionado com essa reificação do corpo idealizado. Apesar disso, é uma temática pouco estudada em nosso país no campo da psicologia. O presente estudo objetivou analisar os discursos, relativos ao corpo, produzidos nos diários eletrônicos (blogs) de adolescentes preocupadas com a magreza. A seleção dos dados foi realizada através do site www.blogs.com.br, o qual é considerado o maior guia de blogs do Brasil. Depois foram selecionados diários nos quais constavam a palavra-chave corpo. Em seguida, foram arrolados especificamente os constituídos por discursos de adolescentes do sexo feminino, na faixa etária entre 10-19 anos que expressassem preocupação em ter ou manter um corpo magro. Coletaram-se três blogs levando-se em consideração o critério de exemplaridade, uma vez que a pesquisa de abordagem social qualitativa não se baseia no critério numérico para garantir sua representatividade. Elegeu-se como método de análise de dados a perspectiva de Análise de Discurso citada por Gill (2002). A análise dos discursos evidenciou que as adolescentes mostram-se insatisfeitas com seus corpos, buscando incessantemente a magreza apresentada como paradigma estético das sociedades ocidentais -, o que muitas vezes implica em negligenciar a própria saúde, seja usando inibidores de apetite, seja realizando dietas restritivas, seja provocando vômitos após a ingestão de alimentos, ou seja praticando jejuns periódicos. Esses comportamentos, juntamente com o medo intenso de ganharem peso estão vinculados a transtornos alimentares, intimamente relacionados à questão do corpo, da imagem corporal. Tais comportamentos são ocultados de familiares, colegas e amigos que não os possuem, pois não são habitualmente aceitos. Diante disso, as adolescentes passam a procurar grupos com quem se identificam no mundo virtual da internet, podendo assim, compartilhar pontos de vista parecidos, de maneira que se sintam acolhidas e não tenham suas auto-estimas abaladas. Assim, os blogs parecem funcionar como instrumento facilitador para a reafirmação de valores compartilhados entre as adolescentes, acerca do corpo e da saúde. É necessário que profissionais da saúde estejam a par do que se passa nos meios de comunicação, especialmente na internet, onde opiniões e concepções são rapidamente divulgadas. Tendo em vista que tais informações tendem a contribuir para a construção de discursos e práticas, particularmente dos adolescentes, levando esses profissionais, portanto, a estar mais próximos do público/cliente que poderão vir a atenderDissertação Além do arco-íris: tentativa de suicídio entre a população LGBTI+, uma compreensão fenomenológico-hermenêutica(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2022-07-22) Silva, Maria Vanessa Morais da; Azevedo, Ana Karina Silva; http://lattes.cnpq.br/4953170483515023; https://orcid.org/0000-0002-2580-4254; http://lattes.cnpq.br/8421664292813677; Dutra, Elza Maria do Socorro; http://lattes.cnpq.br/8735914852611176; Freitas, Joanneliese de LucasAs taxas de suicídio ao redor do mundo se diferenciam a partir de aspectos culturais, regionais e sociodemográficos, bem como a forma que estas mortes são registradas e a extrema subnotificação. Apesar de seus altos índices, o suicídio ainda é visto como tabu, e que para alguns grupos ele é um fenômeno também invisibilizado. A Organização Mundial da Saúde identifica alguns grupos em situação de maior vulnerabilidade para o risco de suicídio. A população LGBTI+ (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais, Intersexo) tem sido apontada com maior propensão a ideações e tentativas de suicídio do que seus pares heterossexuais. Esse fato é associado a diferentes fatores como o preconceito, discriminação, violência e estigma social. Esta pesquisa tem como objetivo refletir e compreender a experiência de pessoas LGBTI+ que tentaram suicídio, a partir da perspectiva fenomenológicohermenêutica norteada pela ontologia heideggeriana. Foram entrevistadas duas pessoas que tentaram suicídio, uma mulher lésbica e um homem gay. A análise das entrevistas narrativas se deu pela compreensão e interpretação das experiências dos participantes e as afetações da pesquisadora, tendo como inspiração o círculo hermenêutico heideggeriano. Os resultados deste estudo evidenciam os sentidos de querer morrer para pessoas LGBTI+. Nessa direção, as interpretações das narrativas demonstram vivências de sofrimento, medo, incompreensão, violência, fuga de si mesmo, opressão, uma vida sem lugar, uma existência sem pertencimento e o matar-se como possibilidade de não mais viver neste mundo. Refletimos sobre o nosso horizonte histórico e como é o habitar para essa população, bem como a resistência diária para permanecer existindo. Espera-se que os resultados da pesquisa possam contribuir para ampliar a discussão sobre a saúde mental e suicídio da população LGBTI+ e lançar luz sobre as problemáticas vivenciadas por essa população na sociedade brasileira, colaborando também para pensar, tensionar e construir políticas públicas afirmativas.Tese Ateliê biográfico de formação profissional: prática socioeducativa em Escola Judicial(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2013-03-22) Mendonça, Rita de Cássia Araújo Alves; ; http://lattes.cnpq.br/5015707256397317; ; http://lattes.cnpq.br/9253195741612445; Moura, Dante Henrique; ; http://lattes.cnpq.br/1720357515433453; Furlanetto, Ecleide Cunico; ; http://lattes.cnpq.br/5482444929146466; Dutra, Elza Maria do Socorro; ; http://lattes.cnpq.br/8735914852611176; Conti, Luciane de; ; http://lattes.cnpq.br/1172756538624937; Carvalho, Maria do Rosário de Fátima de; ; http://lattes.cnpq.br/1919917745460678Nas últimas décadas, intensificaram-se os debates sobre as narrativas biográficas e autobiográficas como práticas socioeducativas, alinhadas ao cenário educacional do século XXI, o qual impõe novas perspectivas pedagógicas, tecidas com fios epistemológicos e metodológicos ancorados na formação ao longo da vida. Diante dessas exigências, cresceu a necessidade de inovar a modalidade de formação continuada em Escola Judicial, como espaço de importância vital para responder à demanda constitucional de aprimoramento das práticas jurisdicionais. A tese tomou como objeto de estudo as narrativas autobiográficas e o grupo reflexivo como práticas socioeducativas, realizadas no „Ateliê biográfico de formação profissional‟, como espaço-tempo para a formação continuada de oficiais de justiça – Avaliadores Federais, na Escola Judicial do TRT, em Natal/RN. Nortearam a pesquisa as seguintes questões: Quais os percursos de experiências e saberes compartilhados pelos oficiais de justiça no “Ateliê biográfico de Formação Profissional”? Como se organiza o grupo reflexivo enquanto prática socioeducativa na formação profissional? Que contribuições as narrativas de si trazem para a formação ao longo da vida no contexto das práticas jurisdicionais? Os princípios teóricos e métodos de pesquisa inspiram-se nos pressupostos epistemológicos de estudos e pesquisas que colocam no centro da investigação e da formação o sujeito da experiência e postulam sua capacidade de reflexão e de reinvenção de si (FREIRE, 1987, 1996, 2001; JOSSO, 2008, 2010, 2012; PINEAU, 2005, 2006; DOMINICÉ, 2008, 2010; DELORY-MOMBERGER, 2006, 2008, 2012; PASSEGGI, 2008; 2010; 2011; 2012). Participaram da pesquisa 09 (nove) oficiais de justiça, no exercício da profissão, que integraram o grupo reflexivo em 08 (oito) encontros no Ateliê biográfico, durante os quais partilharam narrativas sobre suas experiências existenciais e profissionais. O material empírico está constituído por suas narrativas escritas e orais e as transcrições das interações nos grupos reflexivos, cujas análises foram realizadas na perspectiva proposta por Schütze (2010). Das análises emergiram seis grandes categorias: reflexividade, experiencialidade, historicidade, reversibilidade, dialogicidade e formabilidade que confirmam a tese de que a reflexão conduzida por servidores em grupos reflexivos, mediante as narrativas de suas experiências de vida, favorecem à formação profissional, por lhes permitir melhor entrever os vínculos que articulam sua formação ao trabalho profissional. Os movimentos em espiral utilizados ao longo das análises simbolizam a expectativa de uma abertura dinâmica e contínua que prosseguirá para cada um dos participantes, que viveram o trabalho conjunto de biografização e a magia do conhecimento de si mesmo como um exercício autopoiético.Dissertação A clínica que se vive: reflexões sobre a prática da Psicologia clínica na contemporaneidade(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2007-05-04) Souza, Carina Cavalcanti de; Dutra, Elza Maria do Socorro; ; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4767284P4&dataRevisao=null; ; http://lattes.cnpq.br/3160868193902356; Szymanski, Heloisa; ; http://lattes.cnpq.br/3902232546069610; Melo, Symone Fernandes de; ; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4775191U0A crescente busca pelos serviços de Psicologia, expressa nas listas de espera nos postos de saúde, clínicas-escolas e em clínicas particulares, além do aumento da escolha da Psicologia como área profissional entre os vestibulandos, permite-nos tecer reflexões sobre o lugar atualmente ocupado pela Psicologia. A Psicologia clínica, uma das representantes das áreas da Psicologia, é o foco de maior atenção nesse estudo. O interesse em aprofundar a reflexão a respeito do espaço que o psicólogo e sua atuação vem tomando na sociedade atual, surgiu da nossa própria atuação como psicóloga clínica. Reflexões sobre como, e do que sofre o homem hoje, acompanharam nossa inquietação como pesquisadora e nos fez questionar a atuação da Psicologia clínica atualmente. Essa pesquisa teve como objetivo buscar compreender como os psicólogos clínicos vêem a sua prática clínica, na tentativa de levantar apontamentos do que é ser psicólogo clínico, diante do sofrimento psíquico, na contemporaneidade. Através da perspectiva fenomenológica de pesquisa, foram realizadas entrevistas semi-dirigidas e um grupo de discussão com psicólogos clínicos resultando as seguintes conclusões: a) Para a maioria dos participantes a formação do psicólogo é vista como insuficiente e distante da realidade social; b) Os discursos revelam ainda haver uma relação da prática do psicólogo clínico com o modelo médico de atendimento. No entanto, foi apontada uma mudança de concepção do conceito de clínica a partir da compreensão dos novos psicólogos e que está em processo de desenvolvimento; c) Encontramos, na maioria das falas, consenso na idéia de que o contexto social vivido no mundo contemporâneo tem gerado novas demandas de sofrimento; d) A escuta clínica é considerada a especificidade do psicólogo clínico. Acreditamos que este estudo tenha contribuído para fomentar a discussão sobre a formação do psicólogo e sobre os conceitos e modelos de clínica que ora baseiam a atuação dos profissionais que estão inseridos no mercadoDissertação Compreendendo a experiência de pessoas portadoras de transtorno mental: histórias de vidas severinas repletas de possibilidades(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2007-11-23) Marcelino, Cristiane Maria Diógenes Nunes; Dutra, Elza Maria do Socorro; ; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4767284P4&dataRevisao=null; ; Moreira, Virgínia; ; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4780268J9; Dimenstein, Magda Diniz Bezerra; ; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4763508E6O presente trabalho tem como objetivo compreender a experiência de pessoas portadoras de transtorno mental, atendidas em um ambulatório da rede substitutiva de atenção e cuidados em saúde mental da cidade de Natal (RN). O transtorno mental vem sofrendo um crescimento vertiginoso no mundo contemporâneo, sendo fonte de intenso sofrimento psíquico. Além de fortemente marcado por um histórico de isolamento e preconceito, tem sido alvo de verdadeiras atrocidades cometidas em nome da preservação de uma suposta normalidade. A compreensão e tratamento desse transtorno recebe interferências da cultura e do período histórico em que está inserido. Foram realizadas entrevistas semi-dirigidas com um grupo de usuários, com o propósito de dar voz à sua singularidade e subjetividade, valorizando a forma como cada um percebe a sua própria experiência. As mesmas foram gravadas e posteriormente transcritas, identificando os núcleos de significados. Os resultados foram analisados sob o olhar da perspectiva Humanista Fenomenológica Existencial, que aponta para o desvelar do fenômeno, sem partir de verdades apriorísticas, destacando a existência do transtorno mental enquanto uma possibilidade de ser, permeado pelo sofrimento psíquico e influenciado por questões sociais relevantes, assumindo contornos muito particulares para cada indivíduo. Alguns avanços foram percebidos, inclusive pelos usuários, com relação à mudança de paradigma na maneira de cuidar, embora ainda se constate uma ênfase no recurso médico e medicamentoso. As mudanças apontam para a necessidade de ofertar serviços substitutivos ao modelo asilar e hospitalocêntrico, além de aceitar o portador de transtorno mental enquanto um cidadão, portador de direitos e devendo ser acolhido e respeitado pela sociedade. Apesar da dor expressada e da estreita ligação desta com o suicídio, seus relatos são permeados de perspectivas e atitudes de enfrentamento diante das vicissitudes da vida, apontando para novas possibilidades de ser, recriando-se a si mesmoDissertação Compreensão da experiência do sofrimento de mulheres na relação amorosa(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2004-06-17) Moreira, Ana Regina de Lima; Dutra, Elza Maria do Socorro; ; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4767284P4&dataRevisao=null; ; Araujo, Denise Ramalho Dantas de; ; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4792346J6&dataRevisao=null; Moreira, Virgínia; ; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4780268J9Em nosso cotidiano profissional, como psicóloga, deparamo-nos, freqüentemente, com a narração feita por mulheres de uma experiência de sofrimento permanente, na relação amorosa. Essa constatação gerou indagações que apontavam para a singularidade da experiência em questão, considerando-se os aspectos culturais e históricos (gênero e amor-romântico) que pareciam permear tal experiência. O encaminhamento dado a esta pesquisa foi norteado pela seguinte questão: como é para a mulher a experiência de permanecer sofrendo na relação amorosa? O objetivo, portanto, foi compreender essa experiência. Foram realizadas entrevistas semi-abertas com seis mulheres que estavam vivendo a experiência que buscamos investigar. A narrativa, tal como proposta por Walter Benjamin foi o instrumento de acesso à experiência. A análise das narrativas evidencia a singularidade da experiência de sofrimento constante na relação amorosa bem como aspectos comuns. É marcante a presença de questões relativas à dimensão de gênero e do amor-romântico, influenciando a forma como as mulheres entrevistadas se percebem na existência e dão sentido ao sofrimento amoroso que vivenciam. As mulheres revelam diversas formas de expressar e perceber o sofrimento amoroso, sendo comum a manifestação de vários sintomas físicos e psíquicos. Várias participantes tiveram experiências de convívio familiar favorecedor do desenvolvimento de sentimentos de baixa auto-estima, incapacidade, insegurança e medo. Entendemos que o sofrimento das mulheres entrevistadas, na relação amorosa, revela, sobretudo, um modo de estar no mundo, de perceber-se, marcado pelo medo da solidão, do desamor, de empunhar a própria vida, dando origem a um modo de viver e de amar realmente novos. Salientamos assim a importância de haver maior empenho dos profissionais e instituições que lidam com a temática desta pesquisa, no sentido de desenvolver ações que considerem sua complexidade. Também enfatizamos a necessidade de novas reflexões sobre o sofrimento amoroso, a fim de que diferentes possibilidades de sentido possam emergir, propiciando uma maior compreensão da subjetividade humanaDissertação Compreensão fenomenológico-existencial da experiência dos jogadores de role playing games (RPG): desvelando sentidos(2017-02-21) Barbosa, Zara Cristina de Andrade; Dutra, Elza Maria do Socorro; ; ; Azevedo, Ana Karina Silva; ; Frota, Ana Maria Monte Coelho;Este trabalho é uma pesquisa fenomenológico-hermenêutica de inspiração Heideggeriana, realizada com jogadores de Role Playing Game (RPG). A revisão de literatura mostrou que a produção acadêmica na área da Psicologia a respeito do RPG no Brasil é escassa, porém na Educação os estudos estão crescendo e abordam, em sua maioria, a utilização do jogo em salas de aulas como ferramenta facilitadora do processo de ensino-aprendizagem. Alguns estudos apontam para a eficácia do jogo no ensino de disciplinas escolares. Outros, focam nos benefícios para o desenvolvimento e estimulação da memória e da atenção, além de um melhor desempenho na leitura e escrita. No exterior existe um fluxo bem maior de estudos em Psicologia, abordando os benefícios na melhoria do desempenho cognitivo, desenvolvimento de habilidades sociais, formação de grupos de suporte, bem como ajuda na resolução de conflitos. Assim, estes estudos dão suporte para pensar e discutir o jogo por um caminho que vai além do pedagógico, preocupando-se em olhar para o jogador de RPG enquanto ser-no-mundo que, ao habitar sua existência, pensa e atribui sentidos às suas experiências. Portanto, esta pesquisa teve como objetivo compreender, à luz da hermenêutica heideggeriana, a experiência de ser um jogador de RPG. Para isto, foram realizadas entrevistas narrativas com três jogadores de RPG que demonstraram interesse em participar do estudo. A entrevista partiu de uma pergunta desencadeadora sobre como é para eles ser um jogador de RPG. Após as entrevistas, foram realizadas a leitura e análise das narrativas que tiveram como base o método fenomenológico hermenêutico, por entendermos que este método possibilita um olhar compreensivo do fenômeno, neste caso, a experiência dos jogadores. A partir dessas narrativas, foi possível perceber que o jogo possibilita um espaço no qual esses jogadores sentem-se livres para serem eles mesmos, ocupando um lugar de grande importância em suas vidas.Tese Concepção de ser humano subjacente à discussão sobre saúde na psicologia: uma proposta de orientação heideggeriana(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2015-06-05) Roehe, Marcelo Vial; Dutra, Elza Maria do Socorro; ; http://lattes.cnpq.br/8735914852611176; ; http://lattes.cnpq.br/7353924875155819; Gemino, Alessandro de Magalhães; ; http://lattes.cnpq.br/0057092090758556; Azevedo, Ana Karina Silva; ; http://lattes.cnpq.br/4953170483515023; Dantas, Jurema Barros; ; http://lattes.cnpq.br/3363815650863281; Melo, Symone Fernandes de; ; http://lattes.cnpq.br/8263777288489263A crítica ao modelo biomédico é um tema recorrente em publicações de psicologia sobre saúde. O modelo é rejeitado devido à sua ênfase (1) na doença (2) como disfunção corporal. A posição presente nos trabalhos de psicologia que tratam do assunto é de que o modelo é reducionista, limitando a saúde a ser ausência de doença. As implicações da abordagem biomédica para o pensamento em saúde são o materialismo (corpóreo) de viés biológico e o mecanicismo fisiológico. Como contraponto à biomedicina e com o objetivo de apresentar uma visão ampliada do fenômeno, os trabalhos de psicologia revisados, conforme um método de leitura, destacam os aspectos contextuais e o papel do comportamento e do estilo de vida no processo saúde-doença. Nesta discussão, é possível vislumbrar a presença de uma concepção subjacente de homem, reforçada com a referência, em alguns trabalhos, ao pensamento de Descartes como sendo a origem das ideias inspiradoras do modelo biomédico. A argumentação das publicações de psicologia a respeito de saúde destaca características do fenômeno que implicam um modo de conceber o ser humano, a quem a saúde diz respeito. Esta tese desenvolve o entendimento de que a concepção de ser humano elaborada pelo filósofo alemão Martin Heidegger em sua Analítica do Dasein é compatível com as propostas dos trabalhos de psicologia acerca da saúde. Ou seja, o que as publicações de psicologia discutem a respeito da compreensão da saúde é relativo, de modo subjacente, a uma concepção de homem que possibilita o (novo) olhar sobre o fenômeno. O Dasein heideggeriano é uma visão de ser humano que se coaduna com a posição sobre saúde presente nos trabalhos de psicologia que estabelecem uma discussão a respeito do fenômeno, entendendo-se que a maneira como se concebe um fenômeno humano é coerente, ainda que de modo implícito, com um modo de compreender o homem. A consideração dos aspectos contextuais - como sociedade, ambiente e cultura - na abordagem da saúde remete à questão da relação entre homem e mundo, para a qual Heidegger desenvolveu a noção de ser-no-mundo. A atenção ao papel do comportamento na saúde aponta para a participação da própria pessoa em sua saúde, permitindo que se estabeleça um paralelo com o pensamento heideggeriano sobre a relação que o ser humano tem com seu próprio ser.Dissertação O contato em um click: ser-com em um mundo supervirtualizado(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2013-03-15) Tokuo, Bianca Galván; Dutra, Elza Maria do Socorro; ; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4767284P4&dataRevisao=null; ; http://lattes.cnpq.br/2855483750417995; Silva, Josimey Costa da; ; http://lattes.cnpq.br/7619869688485452; Goto, Tommy Akira; ; http://lattes.cnpq.br/0629687499521125O presente estudo tem como objetivo compreender os sentidos da experiência de jovens e adultos com a interação social virtual, partindo de suas narrativas. Inspiradas nas ideias de Martin Heidegger, especialmente em seu seminário A Questão da Técnica , refletiremos sobre os modos de ser-com, em tempos de tecnologia, internet, consumo e hipermodernidade, contexto deste estudo, onde as coisas são vivenciadas em seu extremo (hiperconsumo, hipercorpo, hipermercado, hipercartões). Neste cenário, a Internet e as Tecnologias de Informação e Comunicação estão mediando, cada vez mais o contato do homem com o mundo, reconfigurando a vida em sociedade. Diante disso, apresentamos A Era do Click , em que são possibilitados novos meios de estar com os outros. Este é um estudo qualitativo, baseado na fenomenologia de Heidegger, por ser favorecedora da compreensão dos sentidos da experiência em relação à questão problematizada. Como estratégias de pesquisa foram utilizadas sondagem de campo e entrevistas individuais, inspiradas nas narrativas de Walter Benjamin. Cinco colaboradores relataram suas experiências de ser-com no mundo virtual. A partir de seus relatos foi possível compreender que o espaço virtual se revela como mais um lócus, dentre tantos, no cotidiano do ser do homem, em que emergem diferentes modos de ser-com. Dependendo de sua abertura, a proximidade ou o distanciamento tornam-se relativos, do mesmo modo que o pessoal e o impessoal, o próprio e o impróprio. Além disso, tornou-se claro que, a virtualidade pode ajudar a lidar com a solidão e a angústia temporariamente, da mesma forma que pode tornar-se uma barreira para um contato mais aprofundado e autêntico com os outros. Os colaboradores demonstraram uma atitude de serenidade, um poder dizer sim e não simultaneamente à técnica moderna, além de uma postura de meditar sobre os modos como se conectam. Questionamos as implicações em longo prazo da virtualização do contato, estimulando novos estudos, sob a luz da fenomenologia heideggerianaDissertação Cuidados paliativos e ser-para-morte: reflexões sobre um atendimento psicológico(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2012-12-03) Mendonça, Anna Valeska Procópio de Moura; Dutra, Elza Maria do Socorro; ; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4767284P4&dataRevisao=null; ; http://lattes.cnpq.br/4682037650581302; Silva, Geórgia Sibele Nogueira da; ; http://lattes.cnpq.br/1062059652170019; Franco, Maria Helena Pereira;A morte é um tema que fascina, mas que ao mesmo tempo assusta e inquieta o ser humano, embora a finitude esteja sempre presente no nosso dia-a-dia. Em cada tempo histórico, a morte foi representada de modo peculiar, desde a morte familiar, na Idade Média, à morte interditada, na contemporaneidade. Nesse percurso, são reconhecidas as diversas atitudes e estágios diante da morte e o processo de morrer como possibilidades de enfrentamento e compreensão destas ocorrências. Por outro lado, a proposta de cuidados paliativos surgiu como uma atenção humanizada diante da finitude humana, reconhecendo a morte como parte do ciclo vital. A realidade brasileira, nesse contexto, ainda vivencia muitos entraves políticos, econômicos e sociais que dificultam a consolidação dos cuidados paliativos perante o processo de morrer na política da Saúde Brasileira. Atualmente, segundo a Associação Brasileira de Cuidados Paliativos, o Brasil apresenta, em média, 40 serviços com essa proposta. Tais dados retratam a nossa condição inexpressiva, em relação a esses cuidados, se levarmos em consideração a extensão territorial e a população do nosso país. Diante desse cenário é pertinente refletir acerca da morte e o processo de morrer na contemporaneidade, num contexto de saúde em que os cuidados paliativos, ao tentarem humanizar o processo de morrer, trazem à tona a questão da finitude humana e o ser-para-morte, tal como pensado pelo filósofo Martin Heidegger. Segundo este, o ser humano, Dasein, se constitui como um serpara- morte, uma vez que a morte é o seu poder-ser mais próprio e a sua última possibilidade a ser vivida. Em face das ideias apresentadas, o estudo proposto configura-se como uma pesquisa qualitativa de inspiração fenomenológico-existencial e tem como objetivo compreender a vivência de ser-para-a-morte a partir do atendimento psicológico a uma pessoa fora de possibilidades de cura vivenciando os cuidados paliativos. O atendimento psicológico foi desenvolvido em domicílio a um paciente que se encontrava nessas condições, compreendendo o processo clínico de ser-com-o-outro a partir dos relatos escritos da psicóloga/pesquisadora, por meio das sessões de acompanhamento, configurando-se como relato de experiência. Estes focalizam a experiência vivida pelo paciente, tal como apreendida pela psicóloga na relação de intersubjetividades e a sua própria experiência como Dasein e, portanto, ser-para-a-morte. Os relatos foram interpretados hermeneuticamente, a partir dos sentidos que emergiram nesse processo, considerando a noção de ser-para-a-morte proposta por Heidegger. Além disso, foi importante dialogar com os outros autores que abordam a temática estudada. Pode-se perceber, através de breves e significativas reflexões acerca dos atendimentos clínicos iniciados, que a vivência da doença sem possibilidades de cura proporciona ao Dasein reverem sentimentos e vivências marcados na temporalidade e historicidade da existência. É um estágio da vida em que a dimensão cultural e do senso comum da finitude, muitas vezes, ganha espaço na condição humana, tomada no seu sentido vulgar, diferentemente da forma como tem sido pensada numa perspectiva ontológica e existencial da morte. Portanto, há percursos singulares e reveladores no cenário da assistência em cuidados paliativos como caminhos possíveis para a autenticidade de ser-para-a-morteDissertação O desemprego em jovens recém graduados: uma leitura fenomenológica hermenêutica heideggeriana(2018-02-23) Oliveira, Malu Nunes de; Dutra, Elza Maria do Socorro; ; ; Abreu, Cynara Carvalho de; ; Castro, Fernando José Gastal de;O número de jovens em situação de desemprego cresceu consideravelmente ao longo dos últimos anos, chegando a ser maior do que o número de adultos desempregados. Este estudo surgiu da necessidade de ampliar a reflexão acerca do desemprego e dos sentidos que se desvelam nesta vivência em jovens recém-graduados, enfatizando a fala dos próprios participantes da pesquisa. Partindo desse pressuposto, o problema desta pesquisa foi questionar qual é o sentido de estar fora de um lugar que representa “estabilidade”, o trabalho, momento este que comumente gera angústia, medo e insegurança. Para tal, o objetivo foi compreender a experiência de jovens recém graduados que se encontravam na vivência do desemprego, sob a perspectiva fenomenológica-hermenêutica heideggeriana. Este enfoque permite priorizar a compreensão da existência humana através dos sentidos que o ser atribui à sua experiência e os desvela pela linguagem. Foram realizadas quatro entrevistas com jovens entre as idades de 23 e 29 anos. A análise das narrativas foi realizada a partir do método hermenêutico, sob a luz das ideias do filósofo Martin Heidegger e estudiosos de sua filosofia. Os resultados revelaram que o desejo dos jovens de exercer suas atividades perpassa suas visões de mundo, tornando o rumo de suas vidas uma consequência dos caminhos que a formação lhes proporcionou. Os sentidos associados ao exercício de uma ocupação laboral excluem a possibilidade de não exercício da atividade, desvelando os sentimentos de inutilidade, ansiedade e desocupação. Reflexões sobre o mercado de trabalho, o modo de produção capitalista e aspectos sociológicos sobre o contexto de formação superior e do mundo do trabalho também foram desvelados, refletindo as características da “Era da Técnica”. A inserção da perspectiva fenomenológica nas discussões sobre o desemprego e trabalho ampliou a compreensão sobre o ser jovem na contemporaneidade, visto que esta realidade apresenta demandas e abre espaço para novas investigações e intervenções.Dissertação Do útero à adoção: a experiência de mulheres férteis que adotaram uma criança(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2008-03-28) Maux, Ana Andréa Barbosa; Dutra, Elza Maria do Socorro; ; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4767284P4&dataRevisao=null; ; http://lattes.cnpq.br/1396156130526048; Melo, Symone Fernandes de; ; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4775191U0; Féres-carneiro, Terezinha; ; http://lattes.cnpq.br/5713789523733634Mesmo com todas as mudanças e rupturas em relação aos papéis sociais exercidos pela mulher, a literatura tem confirmado que a maternidade ainda se configura como um dos principais papéis que ela espera desempenhar ao longo da vida. Quando não consegue engravidar ou levar adiante uma gestação, algumas mulheres encontram, na adoção de uma criança, uma alternativa para exercer o papel materno. Este trabalho buscou compreender a vivência de ser mãe por adoção no caso de mulheres férteis, mas cujo companheiro é infértil. Partiu-se de um referencial fenomenológico-existencial, utilizando-se como instrumento metodológico a narrativa. Participaram cinco mulheres, cujos processos de adoção tramitaram em uma Vara da Infância e da Juventude da Comarca de Natal/RN. Os resultados mostram que, na constituição de sua subjetividade, a mulher constrói uma idéia de si mesma como alguém cujo principal papel consiste em colocar filhos no mundo, embora ela também considere natural sua participação em outras atividades fora do ambiente doméstico. Em casos de infertilidade masculina, há uma tendência para que a mulher também assuma a condição de infértil. A adoção passa a ser vista como alternativa para realizar o desejo de ser mãe e, ao mesmo tempo, agradar o marido, garantindo a continuidade daquela relação amorosa. Através dos cuidados maternos ela se descobre mãe, o que acrescenta um novo sentido para sua vida e o sentimento de realização, independente de ter gerado o filho. Contudo, também existe frustração, às vezes acompanhada de sofrimento, pela ausência da gravidez e parto. Ao final, o estudo enseja reflexões de que, para se realizar como mãe, a mulher não precisa, necessariamente, gerar filhos, sendo a maternidade uma das inúmeras possibilidades que lhes são apresentadas, e que ela pode escolher, ou não, realizarDissertação Escuta clínica e atitude fenomenológica no atendimento à pessoa surda: reflexões sobre um processo psicoterápico(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2014-03-20) Oliveira, Délio Henrique Delfino de; Dutra, Elza Maria do Socorro; ; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4767284P4&dataRevisao=null; ; http://lattes.cnpq.br/6668174476442319; Sá, Roberto Novaes de; ; http://lattes.cnpq.br/5093366488220824; Melo, Symone Fernandes de; ; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4775191U0A psicologia faz uso da escuta como um dos recursos do seu trabalho. Em se tratando da psicoterapia, a escuta estabelece a comunicação e facilita o diálogo entre psicólogocliente. A presente pesquisa, de caráter qualitativo, tem por objetivo discutir a escuta clínica na atitude fenomenológica na psicoterapia fenomenológico-existencial com pessoas surdas. Essa perspectiva está embasada no pensamento do filósofo alemão Martin Heidegger, que considera o humano um ser-no-mundo-com-os-outros, sempre desvelando sentidos. Com relação às pessoas surdas, atualmente, a Libras é a língua natural das pessoas surdas brasileiras. Nessa nova configuração de língua, a comunicação ocorre na modalidade espaço-visual. Assim, escuta e fala ganham novas dimensões que demandam diferentes formas de compreensão no campo da psicoterapia. Para o desenvolvimento desta pesquisa, apresentamos recortes das narrativas de sessões psicoterapêuticas com um cliente surdo, interpretadas à luz da hermenêutica heideggeriana. Consideramos ser possível para o psicoterapeuta escutar pessoas surdas em atitude fenomenológica, com postura que não naturaliza e não limita o humano, auxiliando para que o cliente se responsabilize por seu existir e que possa dialogar hermeneuticamente em sua língua, cabendo, nesse contexto, ao psicólogo, estar habilitado em Libras para realizar o atendimento. Esperamos que esta pesquisa possa, de alguma forma, preencher a lacuna existente no que se refere à produção científica sobre tal temática, no campo da psicologia, e, principalmente, fomentar a discussão no contexto dos cursos de psicologia acerca da importância e necessidade de capacitar o psicólogo para o exercício da prática clínica com pessoas surdasDissertação A experiência de adolescentes portadores de diabetes Mellitus Tipo 1: seus significados e sentido(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2008-08-11) Cavalcanti, Tatiana Nunes; Dutra, Elza Maria do Socorro; ; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4767284P4&dataRevisao=null; ; http://lattes.cnpq.br/5452974527762311; Oliveira, Isabel Maria Farias Fernandes de; ; http://lattes.cnpq.br/6077243255728600; Morato, Henriette Tognetti Penha; ; http://lattes.cnpq.br/0837731909860391O diabetes mellitus, no cenário mundial, é considerado como um problema sério de saúde pública, além de envolver altos custos no seu tratamento e das suas complicações. Embora acometa de 5% a 10% da população diabética, o diabetes mellitus tipo 1 é o tipo mais agressivo de suas representações, além de ser a doença crônica mais comum na infância e adolescência. Tais dados indicaram a importância de se compreender o processo dessa doença a partir da percepção da pessoa acometida, de acordo com a sua experiência, observando a complexidade do fenômeno em sua totalidade. Esse estudo objetivou compreender a experiência do adolescente portador de diabetes mellitus tipo 1 no sentido de apreendermos como esses jovens significam e dão sentido ao seu estar no mundo, ao experienciar essa enfermidade. A estratégia metodológica teve como fundamento a pesquisa de abordagem qualitativa de inspiração fenomenológica. Utilizamos as principais idéias da ontologia heideggeriana e alguns conceitos da psicologia fenomenológico-existencial para nortear o nosso percurso reflexivo. Participaram do estudo 10 jovens (06 do sexo feminino e 04 do sexo masculino), com idades entre 15 e 18 anos, sob tratamento, na cidade do Recife, Pernambuco. O recurso metodológico utilizado foi a narrativa que nos permitiu acesso à experiência dos adolescentes. A compreensão dos relatos teve como base a hermenêutica heideggeriana que prioriza a interpretação do sentido que emerge através das falas dos participantes. Os resultados revelaram que fatores como o contexto social, familiar, econômico e cultural influenciam, sobremaneira, a percepção e a forma como os jovens lidam, significam e dão sentido a sua experiência. Percebemos que ter o diabetes tipo 1 pode representar, muitas vezes, uma limitação, mas não uma impossibilidade de estar-no-mundo-com-os-outros. Os dados revelaram uma significativa ambivalência afetiva quanto ao conteúdo mais especificamente relacionado à doença. Isso demonstra a singularidade com que cada um significa e atribui sentido a sua condição de existência. Esse estudo evidenciou a necessidade de se compreender a complexidade desse fenômeno de uma forma mais integrada, considerando o adolescente em seu contexto histórico e temporal. Acreditamos poder favorecer reflexões que possam ser revertidas em ações mais condizentes com a realidade estudada a todos os envolvidos que lidam com a temática, a saber, profissionais de saúde, adolescentes, familiares, programas de apoio e políticas públicas de saúdeDissertação A experiência de depressão na contemporaneidade: uma compreensão fenomenológico-existencial(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2012-03-23) Barbosa, Synara Layana Rocha; Dutra, Elza Maria do Socorro; ; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4767284P4&dataRevisao=null; ; http://lattes.cnpq.br/4870861613032579; Amorim, Ana Karenina de Melo Arraes; ; http://lattes.cnpq.br/9847082748841264; Moreira, Virgínia; ; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4780268J9A depressão é um dos modos de adoecimento mais comuns na atualidade. Devido ao aumento na incidência de casos de depressão registrados em todo o mundo, este tema tem sido objeto de importantes estudos, especialmente, no tocante à descrição sintomatológica e etiologia biológica da doença. Esta pesquisa teve como objetivo compreender a experiência singular de depressão vivida por pessoas que se reconhecem em depressão, sob o enfoque da fenomenologia-existencial de Martin Heidegger. Para atingir o objetivo proposto, foram realizadas entrevistas-narrativas individuais com quatro participantes, partindo da questão disparadora: a partir de sua experiência, como é, para você, estar em depressão? . A pesquisa revelou que a depressão afeta a pessoa em sua totalidade e se relaciona a contextos de vida estressantes. A depressão foi narrada como uma experiência de despotencialização e de falta de autoestima e de valor pessoal. Os colaboradores da pesquisa se referiram à depressão a partir do humor triste, irritado, entediado e pessimista. O tempo é vivido como restrição da abertura projetiva em direção às possibilidades de ser, em que o futuro é visto como catastrófico e o passado vivido como débito e culpa. A corporeidade, na depressão, é experienciada por meio do peso, do cansaço e de dores sem motivo. O espaço é vivido a partir da noção de queda e de afundamento. Também percebemos o desejo pelo isolamento e a evitação de contato social. O suicídio é desejado e representa o fim do sofrimento em vida. A depressão se mostrou, ainda, muito estigmatizada, pois é desacreditada e incompreendida. O estigma também se dirigiu à vivência de hospitalização e pela não adequação aos padrões de beleza instituídos socialmente, o que gera bastante sofrimento à pessoa em depressão. A medicação foi descrita a partir de seus efeitos positivos, como um equilíbrio e atenuador do sofrimento, mas também como gerador de dependência. Também foram identificados, na fala dos colaboradores, traços de auto-exigência, ordenalidade e ser-por-outrem, característicos do typus melancholicus. Este estudo contribui para uma compreensão da depressão que transcende a perspectiva unicamente biológica e sintomatológica da patologia. A investigação da experiência depressiva, sob a lente da fenomenologia heideggeriana, nos relevou o fenômeno da depressão em sua singularidade, complexidade e múltiplos sentidos, mostrando a íntima relação entre a constituição da depressão e o contexto de vida pessoal e social dos participantesDissertação A experiência de ser mãe de crianças vítimas de abuso sexual: uma compreensão fenomenológica(2019-03-13) Cunha, Gabriela Gibson; Dutra, Elza Maria do Socorro; ; ; Melo, Symone Fernandes de; ; Amazonas, Maria Cristina Lopes de Almeida;A violência sexual contra crianças e adolescentes é considerada uma questão de saúde pública não só pela sua ocorrência, mas pelas sérias repercussões que a experiência abusiva traz para a vítima e sua família. Frequentemente, a mãe é a cuidadora principal dos filhos no contexto familiar e acaba sendo esperado que ela seja a pessoa a perceber possíveis sinais de um abuso sexual. Dada a complexidade e gravidade desse fenômeno, faz-se necessário que sua análise seja cuidadosa na consideração da participação dos membros da família na dinâmica abusiva, em especial da mãe, que comumente é vista como cúmplice e não como alguém que faz parte do fenômeno e também precisa de atenção. Nesse sentido, este trabalho teve como objetivo compreender a experiência de ser mães de crianças vítimas de abuso sexual, adotando para isso o método fenomenológico, amparado na hermenêutica heideggeriana. Tal perspectiva tem como proposta evidenciar a dimensão existencial da experiência de sofrimento cotidiano, tendo as narrativas como via de acesso à experiência vivida. Assim, foram realizadas entrevistas narrativas com três mães de crianças vítimas de abuso sexual. Essas narrativas apontaram o impacto da descoberta do abuso sexual para a família, recaindo sobre a mãe a principal tarefa de acompanhar o filho vitimado junto aos profissionais e a necessidade de reinventar seu papel de mãe a partir das demandas que surgiram após a revelação do abuso. Além disso, as mães relataram que essa revelação veio marcada pela perda de segurança com o mundo, a quebra de confiança com o abusador, trazendo forte sensação de desamparo. Mesmo sendo importante considerar as particularidades atreladas ao papel da mãe diante de um contexto de abuso sexual, aponta-se também a necessidade de propostas de intervenções a nível familiar, para além do enfoque na vítima, considerando que o abuso sexual atinge toda a família.Tese A experiência de sofrimento em estudantes de Ciências e Tecnologia da UFRN sob o enfoque fenomenológico-existencial(2016-04-08) Bezerra, Cintia Guedes; Dutra, Elza Maria do Socorro; ; ; Amorim, Ana Karenina de Melo Arraes; ; Azevedo, Ana Karina Silva; ; Frota, Ana Maria Monte Coelho; ; Costa, Ileno Izídio da;As universidades tem apresentado aumento na incidência de estudantes vivenciando experiências de sofrimento e intensificação na procura por atendimento psicológico, merecendo atenção o complexo contexto que atravessa o universitário. Parte-se da concepção de que o ser humano é um Dasein, um ser-aí que não se encerra como interioridade psíquica, mas é expressão particular e reflexo do seu copertencimento ao mundo, sendo o sofrimento considerado intrínseco à existência e correspondente às solicitações mundanas. A pesquisa objetivou problematizar o sofrimento, buscando compreender, interpretar e explicitar os sentidos presentes na vivência de sofrimento de estudantes de Ciências e Tecnologia (C&T) da UFRN e discutir sobre a atenção dispensada ao estudante universitário. Foi feito levantamento bibliográfico sobre o sofrimento em universitários, discriminou-se o curso, bem como foi dada ênfase à conjunção de aspectos pertinentes à contemporaneidade. Procedeu-se com a realização de entrevistas semiabertas com quatro estudantes, as quais foram interpretadas de acordo com a perspectiva fenomenológico-existencial, com base na analítica da existência heideggeriana. Revelou-se que a lógica da ideologia contemporânea perpassa a experiência de sofrimento dos estudantes e que o curso de C&T tem particularidades que podem acirrar o mal-estar tão comum na atualidade; ao mesmo tempo, verificou-se o quanto a experiência de sofrimento é singular e depende dos sentidos que cada um atribui à sua vivência. Mostrou-se decisivo implicar a própria universidade para que seja possível promover ações e ofertar medidas pedagógicas que tributem para o êxito no nível superior e, sobretudo, provocar o questionamento do estudante acerca do seu modo de existir no mundo contemporâneo, convocando-o para o caminho de uma construção pensante. Destaca-se, portanto, a importância da criação de espaços que possibilitem e estimulem o pensar, rompendo com o círculo vicioso do ritmo acelerado em que se vive e de ocupações desviantes, como estratégias para uma melhor atenção ao estudante universitário.
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