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TCC A aranha sem cano: infância e sexualidade na trilogia "Memórias Inventadas", de Manoel de Barros(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-08-20) Dias, Vitto Bruno do Carmo; Ferreira, José Luiz; http://lattes.cnpq.br/9934754641478759; Dunder, Mauro; https://orcid.org/0000-0002-2855-4764; http://lattes.cnpq.br/5823862599362727; Gonçalves, Marta Aparecida Garcia; http://lattes.cnpq.br/1240776467735498Este trabalho analisa a representação da infância e suas relações com a sexualidade na obra do poeta Manoel de Barros (1916-2014), com o objetivo de compreender como a sexualidade infantil se manifesta em sua obra e como ela se relaciona com as demais características da poética do autor. Para isso, enfocamos nossa análise na sua trilogia poética das Memórias Inventadas (2003; 2006; 2008), mais especificamente, nos poemas “Obrar”, “Parrrede!”, “Circo” e “Estreante”. Como suporte teórico para nossas análises, nos respaldamos no campo da história da infância, com a obra de autores como Peter Stearns (2006) e Philippe Ariès (1986), e na teoria da sexualidade infantil desenvolvida na obra do psicanalista austríaco Sigmund Freud, mais especificamente, em seu livro Três ensaios sobre a teoria da sexualidade [1905]/(2016). Pudemos constatar a manifestação reiterada da sexualidade infantil na obra de Manoel de Barros, sob a rubrica da sexualidade polimorficamente perversa freudiana, não limitada à genitalidade. Isso restaura à representação da infância um elemento importante de sua constituição, mas que não é levado em consideração em outras análises da obra do poeta. Assim, em seu texto, a sexualidade infantil se expressa de forma lúdica, fragmentária, criativa, sem as formações reativas de pudor ou nojo e como uma força de ressignificação constante do mundo e das palavras, o que se associa à desautomatização da linguagem poética praticada pelo eu lírico dos poemas do autor.Livro Arquivos de correspondências: carta e vida literária de escritores do Rio Grande do Norte(Editora da UFRN, 2017-06-14) Araújo, Humberto Hermenegildo de; Ferreira, José LuizEste livro reúne capítulos de autoria de pesquisadores de quatro universidades distintas, com estudos que resultam do projeto de pesquisa Arquivos de correspondências: carta e vida literária de escritores do Rio Grande do Norte (contemplado no Edital Universal – MCT/CNPq – nº 14/2010). O projeto caracterizou-se como um estudo circunstanciado de correspondências de escritores potiguares, compreendendo cartas trocadas entre o final do século XIX e todo o período do século XX, com o objetivo de compreender o modo como temas e tensões dominantes na literatura brasileira caracterizam situações nas quais as tradições regionais interagem no processo de construção do sistema literário nacional. [Trecho retirado da apresentação da obra, escrito pelos organizadores]Tese O aspecto polifônico d os Lusíadas(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2010-12-10) Pereira, Fernando Alves; Araújo, Humberto Hermenegildo de; ; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4766896J7; ; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4779039H0; Oliveira, Andrey Pereira de; ; http://lattes.cnpq.br/9422139982124228; Santos, Derivaldo dos; ; http://lattes.cnpq.br/8615666365895204; Ferreira, José Luiz;Estudo sobre o aspecto polifônico d Os Lusíadas. Poema épico escrito em Língua Portuguesa por Luís de Camões, cujo tema central é a aventura da viagem de Vasco da Gama no descobrimento de novas rotas marítimas para as Índias, narrando, secundariamente, as batalhas históricas travadas no percurso da formação e consolidação do Império Português. O objeto do estudo são os diversos discursos que compõem a narração do poema, examinando a possível relação de influência estética entre a poesia épica camoniana e a prosa romanesca que se desenvolve na modernidade, a partir de D. Quixote, consagrando-se nos romances polifônicos de Dostoiévski. O estudo enfoca a singularidade de Camões na elaboração de uma narrativa estruturalmente épica, mas que ao mesmo tempo engloba vários discursos desviantes (excursos). Discursos esses que revelam a multiplanaridade e a plurivocalização (características da prosa romanesca) sem, contudo, prejudicar o encadeamento lógico-formal da epopeia, resultando no acabamento monológico canônico do gênero épico. Este aspecto caracteriza Os Lusíadas como uma obra monológica, conforme o cânone de então, mas que deixa transparecer traços de dialogismo e de plurilinguismo essenciais ao fenômeno polifônico. Outro aspecto relevante da poética camoniana, ressaltado no presente estudo, é o procedimento relativo à expressividade das personagens. As personagens-narradoras do poema são, na maioria, criações discursivas ou retóricas, as quais assumem, no discurso, características humanas ou mitológicas. Artifício que permite ao poeta apresentar uma visão multifacetária dos fatos narrados. A análise dos discursos apoia-se inteiramente na teoria polifônica de Mikhail Bakhtin, citando, acessoriamente, pontos de vista de outros teóricos, à medida que se julgam compatíveis com a teoria adotadaTCC A autopercepção do narrador pós-moderno em Como se Estivéssemos em Palimpsesto de Putas, de Elvira Vigna(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2023-07-03) Melo, Bruna de Souza; Oliveira Neto, Pedro Fernandes de; https://orcid.org/0000-0001-8627-4499; http://lattes.cnpq.br/6991341292172385; http://lattes.cnpq.br/0086664047592807; Ferreira, José Luiz; http://lattes.cnpq.br/9934754641478759; Welter, Juliane Vargas; http://lattes.cnpq.br/0733717542150292Como se estivéssemos em palimpsesto de putas (2016) é o último romance publicado em vida da escritora brasileira Elvira Vigna. A obra parte de encontros entre uma designer desempregada e um funcionário de editora nos quais o homem relata à mulher suas experiências com prostitutas. Em primeira pessoa, a narradora elabora as amplas lacunas dos relatos e constrói uma trama repleta de traição, disputas de poder e vazio. O objetivo central do trabalho é investigar como se estabelecem e operam os sentidos referentes à autopercepção do narrador no romance. Mais especificamente, busca-se: compreender algumas das articulações de funcionamento da narração no romance; construir a leitura crítica da obra a partir da narração; e, por fim, contribuir para o aprofundamento dos estudos sobre o romance e a teoria da narrativa. Para o resgate do conceito de narrador, referenciou-se Walter Benjamin (1987); para melhor compreensão da figura do narrador no romance contemporâneo, consultou-se Theodor Adorno (2003). A fim de aprofundar a questão do narrador pós-moderno, verificou-se Silviano Santiago (1989), complementado pela perspectiva de Norman Friedman (2002) acerca do narrador-testemunha e do ponto de vista na ficção. Com o objetivo de respaldar conceitualmente a análise da obra, consultou-se Anselm Strauss (1999) acerca da autoavaliação e o curso da ação. A partir da estética de relatos sobrepostos, como um palimpsesto, considera-se que a autopercepção da narradora amplia a noção de narrador-testemunha e subverte a crise da narração motivada pela primazia da imagem e pelo esvaziamento da experiência.Dissertação A brasilidade... nordestina em Catimbó, de Ascenso Ferreira e no livro de Poemas, de Jorge Fernandes(2017-07-31) Medeiros, Liana Dantas de; Ferreira, José Luiz; ; ; Araújo, Humberto Hermenegildo de; ; Oliveira, Izabel Cristina da Costa Bezerra;O presente estudo trata do tema da brasilidade sob a tradição da ruptura (Octávio Paz) no Modernismo da década de 1920 e como foi traduzido no livro de poemas Catimbó, de Ascenso Ferreira (1927) considerado por Mário de Andrade (1928) a contribuição mais original ao modernismo brasileiro daquele decênio. A referida obra é ambientada na década de 20 do século passado, momento em que as diretrizes conceptuais do modernismo e do regionalismo encontram terreno propício para a criação da moderna poesia brasileira numa conjunção de elementos em que estão presentes os vários componentes da cultura nacional, dando destaque para aqueles que representam o universo da brasilidade, tradição, nacionalismo e cultura popular. Nesse sentido, a produção literária de Ascenso Ferreira encontra na cultura popular, na oralidade e na tradição os traços que compõem essa poesia limitando-se com a música, cuja sonoridade remete aos batuques dos maracatus de origem afrobrasileira sincretizados aos elementos ameríndios e cristãos. Temas que remetem as expressões da cultura local, como também ao universalismo dos sentimentos e dores humanas entremeados pelas vozes da coletividade. Para Azevedo (1984), o poeta Ascenso Ferreira criou a “brasilidade... nordestina”. Sendo assim, o estudo tem como aporte teórico os trabalhos desenvolvidos por Cândido (1995), Azevedo (1984), Araújo (1995), Andrade (1974), Perrone-Moisés (2007) e Ferreira (2008), cujas análises servem para o entendimento da emblemática década de 1920, alicerce das mudanças que se sucedem no cenário cultural brasileiro nas décadas seguintes. Busca-se, ainda, uma intersecção entre a poesia do pernambucano com o Livro de Poemas, de Jorge Fernandes (1927), ambos voltados para a questão da brasilidade e do nacionalismo literário.Dissertação Coadunação entre cartas e poemas de Drummond e Zila em meio à temática da terra: uma abordagem do texto literário no Ensino Fundamental II(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2015-08-20) Cardoso, Daniel César; Araújo, Humberto Hermenegildo de; ; http://lattes.cnpq.br/7649931632253545; ; http://lattes.cnpq.br/9145544808265667; Ferreira, José Luiz; ; Alves, Alexandre Bezerra; ; http://lattes.cnpq.br/9866296900410648Relato e análise do processo de construção e aplicação de uma Unidade Temática numa turma de 7º Ano do Ensino Fundamental II nas aulas de Português, com a consequente elaboração de um CD como produto final, destinado à leitura de professores. A Unidade Temática constou de aulas sobre correspondências de escritores e intelectuais como fontes importantes de informação/conhecimento, ou até mesmo partes constituintes de suas obras. A partir dessa concepção, vislumbrou-se a possibilidade de utilizar um conjunto de cinco missivas que tratavam de O Arado, a mais consagrada obra memediana, publicadas no livro intitulado Cartas de Drummond a Zila Mamede (1999), como elemento motivador para o estudo de poemas de Zila Mamede e Carlos Drummond de Andrade, vinculados à temática da terra. O presente estudo configura-se como uma tentativa de devolver ao texto literário o seu lugar de direito nas aulas de língua materna, isto é, que ele seja, desde os anos iniciais, lido, analisado e compreendido com todas as peculiaridades próprias dos textos de literatura, suas relações contextuais e intertextuais. Como fundamentação teórico-metodológica, tomou-se como ponto de partida as discussões de Cosson (2006; 2010) e Cereja (2005), além das orientações dos Parâmetros Curriculares Nacionais para o ensino de Língua Portuguesa, bem como critérios de análise e interpretação do texto literário disponíveis na bibliografia das áreas de Teoria Literária e Literatura Comparada.Dissertação Confeitaria poética: uma proposta de fortalecimento das agências escola e família(2018-09-11) Silva, Nilson Alfredo da; Paz, Ana Maria de Oliveira; ; ; Ferreira, José Luiz; ; Costa, Maria Suely da;A família tem compartilhado com a escola a responsabilidade de educar os filhos, mas dela tem se afastado, por vezes, à medida que a idade escolar do aprendiz aumenta. Nesse sentido, este trabalho centra foco na possibilidade de reaproximação entre família e escola, assim como no fortalecimento das práticas de leitura e de escrita, mediante a implementação do Projeto Didático de Gêneros (PDG), em aulas de Língua Portuguesa, adotando como artefato de letramento o gênero literário poema. Sendo assim, seu objetivo geral consiste em analisar a contribuição do texto poético (poemas) para o fortalecimento do aluno produtor / leitor, assim como para reaproximação entre família e escola, por meio de parcerias. A investigação é do tipo pesquisa-ação (THIOLLENT, 1985) e adota a abordagem qualitativa dos dados (BOGDAN; BIKLEN, 1994). Seu desenvolvimento ocorre sob a orientação do Projeto Didático de Gênero - PDG (GUIMARÃES E KERSCH, 2014). A opção por abordar gênero da literatura (leitura e produção de poemas) justifica-se pelo lugar privilegiado que ela ocupa no processo de formação do leitor, pois contribui para a humanização do próprio sujeito (CANDIDO, 2004). A pesquisa tem como cenário uma turma de 7º ano de uma escola pública da periferia da cidade de Natal/RN. A fundamentação teórica da pesquisa assume como pressupostos os trabalhos que concebem o Letramento como prática social (HAMILTON, 2000; HEATH, 1982; STREET,1984; KLEIMAN, 1995; OLIVEIRA; KLEIMAN, 2008), as produções que focalizam a parceria escola-família, mais especificamente, o letramento familiar (CASPE, 2003; PHILIP; SAMPLE, 2005; KEY, 1998), os estudos que abordam o Letramento Literário (COSSON, 2014) e o gênero poema na sala de aula (FRANZ, 1997; JOSÉ, 2003; PINHEIRO, 2002). Os resultados da pesquisa ressaltam a contribuição do PDG para a reaproximação das agências de letramento família e escola, mediados pelo gênero literário poema. O trabalho também revela que a presença da família na escola possibilitou o desenvolvimento das práticas de leitura e de escrita dos alunos.Tese A configuração do neorregionalismo literário brasileiro(2016-07-25) Brito, Herasmo Braga de Oliveira; Araújo, Humberto Hermenegildo de; ; ; Santos, Derivaldo dos; ; Ferreira, José Luiz; ; Oliveira, Izabel Cristina da Costa Bezerra; ; Araújo, Wellington Medeiros de;Este estudo tem como objetivo analisar a configuração literária do neorregionalismo brasileiro, em observância de alguns dos elementos para base da categorização a autonomia feminina nas obras e a predominância não mais do espaço rural, mas sim urbano. Destaca-se que a maior parte desses romances neorregionalistas segue a tônica da escrita como fator de resistência e memória dos aspectos regionais no tocante a sua valorização. Utiliza-se para estudos da caracterização do Neorregionalismo Brasileiro as obras Beira Rio, Beira Vida; A Filha do Meio-Quilo; Pacamão de Assis Brasil - Sombra Severa de Raimundo Carrero - Dois Irmãos e Cinzas do Norte de Milton Hatoum - Coivara da Memória de Francisco Dantas, Galiléia de Ronaldo Correia de Brito. Pretende-se analisar como o regionalismo surgiu e se desenvolveu em conflito com a modernização; como o Neorregionalismo se constitui um fenômeno urbano; como as personagens femininas no Neorregionalismo se vestem de autonomia ao contrário das obras anteriores; como a escrita memorialista atua como fator de resistência na valorização da cultura regional. A presente pesquisa caracteriza-se, essencialmente, como bibliográfica. Utilizando-se como base os seguintes autores: Araújo (2010), Bachelard (1993), Bakhtin (2011), Bueno (2006), Candido (2000, 2006), Chiappini (2014), Williams (1989). Buscou-se, primeiro, a fundamentação necessária para caracterizar essa nova tendência literária brasileira. Em seguida, a análise da autonomia feminina para configuração do Neorregionalismo Brasileiro. Na terceira parte, abordamos o espaço como elemento não só de composição de análise para a comprovação do neorregionalismo, mas, principalmente, como agente de relevante contribuição para o desenvolvimento das experiências dos personagens, em especial as femininas. E por último, os estudos sobre a memória neorregionalista como instrumento de resistência à crescente globalização da cultura com sua homogeneização.Dissertação Construção da identidade e da alteridade em processo póscolonial: A escravidão contada à minha filha (2002), de Christiane Taubira(2019-07-30) Ferreira, Maria Vagneide de Oliveira; Venâncio, Karina Chianca; ; ; Ferreira, José Luiz; ; Albergaria, Enilce do Carmo;O lugar que a literatura de expressão francesa, em particular guianense, ocupa no contexto brasileiro é quase inexistente. Existe uma penúria de artigos científicos, de traduções de obras, de estudos críticos e literários. Ora, o debate sobre o colonialismo e o pós-colonialismo do século XX interessa pensadores de diversos países, como Homi Bhabha (1949), Edward Saïd (1978; 1995) e Gayatri Spyvak (1985). Poetas como Léon-Gontran Damas (1937) ou Aimé Césaire (1950) e filósofos antilhanos como Frantz Fanon (1952) e Édouard Glissant (1981) refletiram profundamente sobre o mundo no qual estamos inseridos, a partir da condição colonial e da herança da escravatura que tanto marcou a Guiana, a Martinica, enfim, as Antilhas Francesas. Eles interpretaram estes espaços e desestabilizaram os lugares comuns e as narrativas coloniais, interrogando-as a partir dos territórios, da presença física das pessoas e das suas subjetividades, fundando assim a base, e a prática teórica dos estudos pós-coloniais. Neste contexto, Christiane Taubira escreveu, em 2002, o livro L’esclavage raconté à ma fille, com o propósito de revisitar e interrogar a história silenciada do tráfico negreiro e da escravidão nas Américas, no Caribe e no Oceano Indico como crimes contra a humanidade. O principal objetivo da pesquisa se constitui na identificação e na análise dos procedimentos utilizados pela autora para a construção da identidade individual e da alteridade coletiva da pluriétnica sociedade guianense. Para tanto, utilizaremos como principal aporte teórico os estudos de Édouard Glissant (1981; 1990; 1996; 1997; 2007) que apontam para às questões identitárias e as relações entre as culturas no mundo contemporâneo. A presente dissertação visa, em um primeiro momento, trazer um recorte histórico com o propósito de situar a obra em estudo, além de apresentar um conjunto de informações relativas ao período colonial francês e seu vínculo com o passado da Guiana. Em um segundo momento, procura examinar o percurso de busca da identidade de comunidades negras nas Américas e na França, que originarão os movimentos culturais nas primeiras décadas do século XX; para em seguida, investigar a evolução da teoria póscolonial, em particular na literatura guianense e caribenha; para uma maior compreensão do pensamento de Glissant (1981; 1990; 1996; 1997; 2007) se faz necessário traçar o perfil da pluriétnica sociedade guianense. Em um terceiro momento, a intenção é de realizar uma leitura analítica da obra L’esclavage raconté à ma fille (2002), em seus aspectos textual, estrutural e temático enfocando o diálogo produzido pela autora entre a literatura e os eventos históricos que constituem a trama, a fim de romper o processo de representação dos negros enquanto atrasados, incivilizados, inferiorizados, odiados, intoleráveis, que a literatura colonial elaborou durante séculos.TCC Da cidade da luz à cidade do sol: a modernidade na poesia de Charles Baudelaire e Kalina Paiva(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2025-01-13) Menezes, Amanda da Silva; Almeida, Danielle Grace Rego de; http://lattes.cnpq.br/7219653706022187; http://lattes.cnpq.br/8955425128857706; Ferreira, José Luiz; http://lattes.cnpq.br/9934754641478759; Dunder, Mauro; http://lattes.cnpq.br/5823862599362727O presente trabalho buscou realizar uma análise comparativa entre a representação da modernidade na obra poética de Charles Baudelaire e na obra poética de Kalina Paiva. A definição de modernidade utilizada no trabalho foi proposta por Charles Baudelaire em um ensaio chamado “O pintor da vida moderna” (2006), também utilizado para situar o poeta francês nesse contexto. Já para situar Kalina Paiva foi utilizada a teoria de Tarcísio Gurgel em seu livro “Belle Époque na esquina” (2009). Os poemas de Baudelaire analisados no trabalho foram retirados dos livros “O Spleen de Paris: pequenos poemas em prosa” (2020) e “As flores do mal” (2006). Os poemas de Kalina analisados neste trabalho foram retirados dos livros “Gatilhos poéticos” (2022) e “Cantigas de amor e guerra” (2023). O trabalho focou em dois aspectos específicos da modernidade: a transitoriedade e a melancolia. Para analisar esses aspectos foram utilizados o ensaio de Benjamin “Paris: capital do século XIX” (1985) e o ensaio de Moraes, “Baudelaire e a fantasmagoria do fim - que recomeço?” (2017). A partir da análise, pode-se observar que Baudelaire e Kalina apresentam convergências e divergências na representação que fazem da modernidade, podendo ser estas últimas compreendidas a partir do distanciamento temporal entre os autores, que implica em diferenças socioculturais nos contextos de escrita em que as obras foram produzidas.Tese Entre a quentura das lembranças e o brilho das malacachetas: as configurações neorregionais no romance Rastejo(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2023-07-14) Tintino Filho, Davi; Santos, Derivaldo dos; https://orcid.org/0000-0002-7001-8578; http://lattes.cnpq.br/8615666365895204; http://lattes.cnpq.br/0221353320144369; Ferreira, José Luiz; http://lattes.cnpq.br/9934754641478759; Costa, Maria Suely da; Medeiros, Regina Lúcia de; Araújo, Wellington Medeiros deEste trabalho consiste na leitura crítica do romance Rastejo (2017), do escritor norterio-grandense Humberto Hermenegildo de Araújo. Ancoramo-nos, metodologicamente, na crítica sociológica integrativa de Antonio Candido (2002; 2005; 2010), através da qual se enseja o entendimento acerca de como a obra do artista potiguar inscreve-se no panorama cultural contemporâneo brasileiro, atualizando a tradição regionalista precedente pela perspectiva do Neorregionalismo (BRITO, 2017). Como plano de trabalho, recorreu-se à temática citada, entendida, geneticamente, como uma disposição humana universal (LEITE, 1978; CHIAPPINI, 1995; 1997), configurada por meio de um vínculo sentimental entre o sujeito e o espaço nativo. Para a fundamentação da discussão, tomam-se, principalmente, os estudos de Candido (2002a; 2017a; 2017c; 2017d), a partir dos quais se concebe a natureza neorregional do romance do escritor potiguar, sob a forma de elementos culturais do passado que ressurgem atualizados, como resíduos (WILLIAMS, 1979; 2011) e rastros (BENJAMIN, 2007). Por essa lógica, analisa-se a representação do homem sertanejo na condição de remanescente de uma cultura rural anterior, quando ele começa a ser impactado pela experiência do cotidiano do espaço urbano, de uma modernidade industrial e capitalista, avaliando-se tal tensão, à luz de uma historiografia crítica do gênero romance (BAKHTIN, 2003; 2014a), no âmbito da formatação da ficção contemporânea. Sob essas condições, suscita-se a análise do protagonista de Rastejo, que, na condição de narrador, transfigura as várias nuances psicológicas de um herói divergente do formato clássico (LUKÁCS, 2009; LIMA, 2017; LEITE, 1978; ANDRADE, 2002; GINZBURG, 2012b; LAFETÁ, 1992), ao problematizar as tensões da vida na cidade grande em contraste com as experiências rurais anteriores, implicando no surgimento de uma condição melancólica, como uma resposta emocional às contradições da modernidade. No plano constitutivo da personagem, isso resulta na técnica da narração em primeira pessoa, que coloca a rememoração enquanto dispositivo necessário para se acessar o passado (HALBWACHS, 2003; BOSI, 2003; CANDAU, 2019) e conhecer a realidade anterior e as relações de alteridade produzidas ao longo da vida da personagem central, principalmente, quando se observam os modelos de representação do masculino e do feminino, no contexto das culturas sertaneja e urbana, transfigurados na obra. Compreende-se, assim, que Pedro da Costa representa, na transfiguração neorregional, o sujeito remanescente do sertão que experimenta o tensionamento social e emocional, diante dos novos modos de vida determinados pela modernidade urbana.Dissertação Entre a tradição e a modernidade: a representação da mulher no romance Gizinha, de Polycarpo Feitosa(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2023-07-24) Lima, Annaterra Teixeira de; Ferreira, José Luiz; http://lattes.cnpq.br/9934754641478759; http://lattes.cnpq.br/7227810298547774; Santos, Derivaldo dos; https://orcid.org/0000-0002-7001-8578; http://lattes.cnpq.br/8615666365895204; Santos, Cássia de Fátima Matos dosO presente estudo objetiva realizar uma leitura do romance Gizinha (1930), do escritor potiguar Polycarpo Feitosa, a fim de identificar a relevância da voz feminina na construção da narrativa, assim como os traços do patriarcalismo presentes no estilo, na temática e nas diferentes vozes do romance. Sendo assim, a pesquisa conta com os seguintes objetivos: examinar a relação entre a literatura e a presença da mulher nas práticas sociais e discursivas de uma cultura construída a partir do discurso masculino; e identificar um silêncio que subtrai da mulher o seu próprio corpo, a partir do que diz o narrador, a fim de desvelar os pontos cegos que saltam nas entrelinhas do romance e desestabilizar os modelos de leitura, de crítica e de historiografia literária, tornando as marcas de gênero mais explícitas. Para a compreensão da temática escolhida, considerou-se a literatura sob uma perspectiva histórica. Assim, este trabalho dialoga com as orientações teóricas de Showalter (1994) e Moi (1999), para o estabelecimento das bases fundadoras da crítica feminista; de Butler (2022) e Lauretis (2019), acerca das noções de gênero e cultura de gênero; de Woodward, Silva e Hall (2014), no que se refere à construção cultural das identidades. A análise do corpus revela que, ao inserir a voz da mulher na história, é permitido ao leitor não só preencher algumas lacunas construídas pela tradição cultural, como encorajar a identificação com a subjetividade das personagens, desfazendo-se ‘os silêncios da narração’, esse espaço entre a fronteira do tornar-se e não tornar-se, contribuindo para uma demarcação cada vez mais efetiva da categoria mulheres no mundo contemporâneo.Dissertação Entre cartas e contos na sala de aula: diálogos e afetos em textos de Mário de Andrade e Câmara Cascudo(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2015-08-07) Galvão, Isabel Tereza de Araújo; Araújo, Humberto Hermenegildo de; ; http://lattes.cnpq.br/7649931632253545; ; http://lattes.cnpq.br/3899030970652357; Santos, Derivaldo dos; ; http://lattes.cnpq.br/8615666365895204; Ferreira, José Luiz;Produção de material didático específico para uma turma de nível IV - 8º e 9º anos da Educação de Jovens e Adultos, tomando como ponto de partida a leitura de uma série de cartas da correspondência entre Câmara Cascudo e Mário de Andrade nos anos 20 do Século XX, e da verificação do modo como o diálogo entre os dois autores revela elementos que transparecem no conto “Piá não sofre? Sofre”, do livro Os contos de Belazarte, de Mário de Andrade. A produção do material didático foi precedida da análise do conto selecionado, o qual será trabalhado concomitantemente com algumas cartas, em uma análise dos elementos textuais, discursivos e semânticos presentes em representações desses dois gêneros: carta e conto. O conto selecionado foi escrito entre 1923 a 1926, datas próximas à passagem do seu autor pelo Rio Grande do Norte, nos anos de 1927 a 1929, na companhia de Câmara Cascudo, sendo este também o período em que há registros de cartas no conjunto da correspondência entre ambos. Para a leitura do material selecionado, foram utilizados referenciais teóricos da teoria da literatura e historiografia literária, sobretudo da história do movimento modernista brasileiro. Para a produção do material didático, foram eleitos como referencial teórico os conhecimentos acumulados na área de ensino da literatura, letramento e as recomendações dos Parâmetros Curriculares Nacionais. A metodologia do trabalho foi construída a partir dos referenciais teóricos e teve como suporte básico o estudo de sequências didáticas a partir das quais tomou forma uma unidade temática específica, requerida pelo material analisado e testado em sala de aula.Tese Experiência, memória e humor: representações sociais em as filhas do arco-íris e em primeiras estórias.(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2013-10-14) Silva, Eldio Pinto da; Araújo, Humberto Hermenegildo de; ; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4766896J7; ; http://lattes.cnpq.br/0533479066362033; Santos, Derivaldo dos; ; http://lattes.cnpq.br/8615666365895204; Ferreira, José Luiz; ; Costa, Maria Suely da; ; http://lattes.cnpq.br/1891779191833711; Araújo, Wellington Medeiros de; ; http://lattes.cnpq.br/7350119219749929Este trabalho analisa relações da experiência, memória e humor e investiga representações da infância, da velhice, da loucura e do alcoolismo no romance As Filhas do Arco-Íris, de Eulício Farias de Lacerda e em contos de Primeiras Estórias, de Guimarães Rosa, destacando-se que meninos, velhos, cegos e loucos, mesmo marginalizados, podem ser encarados como atores sociais na formação das comunidades. Verifica-se que essas personagens constituem uma coletividade no sentido de evocar a representação de indivíduos. Também se procura examinar práticas literárias e culturais no âmbito do sistema literário brasileiro, com ênfase em regionalismos, oralidade e considerações sobre literatura e sociedade. É desse modo que se busca observar que as obras destacadas estão inseridas numa discussão moderna acerca do desenvolvimento sociocultural. Portanto, a preocupação desta pesquisa deriva da discussão moderna acerca do desenvolvimento social. Diante disso, observa-se nos textos de Guimarães Rosa e de Eulício Farias um tratamento narrativo em torno dessas personagens, enfatizando que as situações vividas por eles envolvem experiências que os levam a construir, em relação ao contexto social, aspectos de amadurecimento, rememoração, compartilhamento, encantamento, viagem ao desconhecido, movimentos históricos, alegrias e tristezas, sempre demonstrando uma sintonia com a temática da modernidade. Assim, as condições sociais são interpretadas para evidenciar e confrontar: discriminação, amizade, conflito, respeito, marginalização, memória social. Ainda são estabelecidas comparações entre personagens do romance As Filhas do Arco-Íris com as de alguns contos de Primeiras Estórias, salientando-se considerações sobre o narrador, as inter-relações, regionalismo e relações entre literatura, organização e processo social. Esta pesquisa tem por base o conceito de sistema literário consolidado idealizado por Antonio Candido e os postulados de estudiosos e teóricos como: Walter Benjamin, Jacqueline Held, Mikhail Bakhtin, Roland Barthes, Ana Paula Pacheco, Serge Moscovici, François Laplantine, Liane TrindadeTCC Figurações da Morte em Charles Baudelaire e Augusto dos Anjos: análise dos poemas "Morto Alegre" e "O Deus-Verme"(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2023-07-07) Silva, Jonas Andrade Martins de; Oliveira, Andrey Pereira de; https://orcid.org/0000-0002-7086-0511; http://lattes.cnpq.br/9422139982124228; Ferreira, José Luiz; Barbosa, Marcos Cesar TindoO objetivo do presente trabalho foi analisar as relações de convergência e divergência entre os autores Charles Baudelaire (1821-1867) e Augusto dos Anjos (1884-1914), a partir do recorte da morte. Assim, baseando-se na área da Literatura Comparada, seguindo a linha de Chevral (2019), os poemas “O Deus-Verme” e “O Morto Alegre” passaram por diversas leituras, tendo sido feita uma análise individual de cada poema para que, posteriormente, os textos fossem estudados juntos e conclusões fossem elaboradas. Com isso, foram encontradas muitas concordâncias entre os dois autores, como o preciosismo pela forma, influência de Schopenhauer, forte uso de substantivos como símbolos, relação com outras áreas do conhecimento e presença de figuras de linguagem. Todavia, as características aparecem de maneira diferente no poema, apresentando a originalidade dos autores. Assim, foi possível concluir que o campo de estudo na área da Literatura Comparada entre Charles Baudelaire e Augusto dos Anjos é extremamente amplo e possível, o que mantém a singularidade individual de cada autor, percebendo em suas obras novas linhas interpretativas possíveis.Tese Gilberto Freyre e Câmara Cascudo: entre a tradição, o moderno e o regional(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2008-09-23) Ferreira, José Luiz; Araújo, Humberto Hermenegildo de; ; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4766896J7; ; Gil, Fernando Cerisara; ; http://lattes.cnpq.br/9314304663204618; Arrais, Raimundo Pereira de Alencar; ; http://lattes.cnpq.br/8252775667149757; Oliveira, Irenisia Torres de; ; http://lattes.cnpq.br/7945586171142259; Fávero, Afonso Henrique; ; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4784112H6Este trabalho faz uma leitura da produção esparsa de Gilberto Freyre e Luís da Câmara Cascudo, no período que compreende os anos iniciais da atuação intelectual dos dois escritores, a segunda década do século XX. O corpus da pesquisa está delimitado em torno dos textos publicados por Gilberto Freyre, no período de 1918 a 1926, que foram reunidos na obra Tempo de aprendiz (1979), e dos textos publicados por Câmara Cascudo nos jornais natalenses, A Imprensa e a República, nos anos de 1924, 1927, 1928 e 1929. No tocante aos textos de Câmara Cascudo, a delimitação desses anos se dá pelo fato deles terem representação significativa para a história cultura e literária do Rio Grande do Norte. As discussões contidas nos textos desses dois escritores se dão, principalmente, em torno das idéias modernistas e regionalistas acontecidas no espaço circunscrito à região Nordeste e tem por base as relações entre a literatura e a cultura. Assim, o conjunto das colaborações dos dois escritores serve como amostra do pensamento intelectual da região. Além disso, é representativo da forma como se deu o debate cultural no país, o qual, por sua vez, exigia a incorporação das realidades locais com vistas a acertar o passo com o processo de renovação do pensamento mundial e, desse modo, configurar um novo processo na tradição literária brasileira. Sendo assim, o estudo objetiva estabelecer as posições assumidas pelos dois escritores frente aos novos desafios que se impunham à realidade brasileira daquele momento. A fundamentação teórica do trabalho está centrada nos estudos acumulados sobre o modernismo, regionalismo e literatura brasileira, destacando os textos de Candido (2006, 2004, 2002, 1995, 1993 e 1989), Schwarz (1999, 1997a e 1997b), Perrone-Moysés (2007), Pallares-Burque (2005), Azevedo (1996), D Andrea (1992), Araújo (2006, 1998, 1997 e 1995), dentre outros. É significativa, portanto, a participação dos dois escritores naquele momento que marca a renovação do pensamento nacional e a formação da modernidade cultural brasileira, mesmo que as posições assumidas por ambos revelem, por vezes, posturas diferentes em relação à literatura e à tradição sem, contudo, serem divergentesTese Grande sertão: veredas e cartilha do silêncio: a realidade se recompõe pela travessia da memória(2018-07-24) Santos, Albaniza Alves dos; Rangel, Edna Maria; ; ; Ferreira, José Luiz; ; Marcolino, Francisco Fábio Vieira; ; Ferreira, Maria Aparecida da Costa Gonçalves; ; Silveira, Marília Gonçalves Borges;Esta pesquisa ocupa-se da investigação das redes intertextuais entre as obras Grande Sertão: Veredas, de João Guimarães Rosa, publicada em 1956, e Cartilha do Silêncio, de Francisco José Costa Dantas, de 1997. Buscamos o fazer da escritura através de suas semelhanças e diferenças, no que tange às categorias analíticas da rememoração associada à figuração da tradição literária constituída, da alegoria da circularidade e do erótico, como elementos de composição dos romances. A partir da noção de intertextualidade (CARVALHAL, 2003) e dialogismo (BAKHTIN, 1997), fundamentos da literatura comparada, compreendemos que a menção de um escritor a outro sugere, nesse contexto, tanto a continuidade da tradição quanto a sua problematização ou reinvenção, o que, segundo Antonio Candido (2000), ajuda a constituir o “sistema literário” brasileiro. Nessa direção, a obra de Francisco Dantas integra esse sistema, dando continuidade à tradição literária regionalista, e, em particular, à ficção de Rosa, nos quadros da literatura brasileira contemporânea. Para a discussão acerca da memória, adotamos os estudos de Ecléa Bosi (1994), Le Goff (1996) e Paul Ricouer (2007). Nas reflexões sobre o movimento circular das obras, elegemos a sistematização teórica de Walter Benjamin (1984) e Kothe (1986), no que se refere à noção de alegoria. Sob essa perspectiva, foi possível perceber que a memória faz a (re)construção da narrativa do Sertão e da Cartilha como expressão da fragmentação, instigando o movimento descontínuo. As obras investigadas se inscrevem sob o princípio da não imobilidade, da alegoria da circularidade em torno do que vivem suas personagens, de uma memória que escapa ao encadeamento lógico da matéria recordada, porque feita de “retalhos” e esquecimento, de desejos sentidos e silenciados, de um tempo conjugado a outros tempos, do ir adiante e do recuo imediato. Para a discussão do erótico, o pensamento de Georges Bataille (2004) e o de Octavio Paz (1994) nos serviram de aporte teórico. A partir deles procuramos analisar as vontades intensas e não permissivas, face às “imposições sobre as quais repousa o mundo da razão” (BATAILLE, 2004). Em suas singularidades, Rosa e Dantas trazem à expressão de seus romances o signo das contradições da existência, entre a aparência e o que se oculta nela, entre a vontade e os interditos.Dissertação O Grotesco em Famintos: a experiência estética no ensino de literatura(2017-06-19) Ferreira Júnior, José Marcelino; Gonçalves, Marta Aparecida Garcia; http://lattes.cnpq.br/1240776467735498; http://lattes.cnpq.br/8448597420002940; Ferreira, José Luiz; http://lattes.cnpq.br/9934754641478759; Medeiros Júnior, Antonio Fernandes de; http://lattes.cnpq.br/5180658924051594; Segabinazi, Daniela Maria; http://lattes.cnpq.br/3948051084706137Os princípios da estética clássica condicionam a obra de arte aos preceitos de harmonia e beleza. Com o intuito de agradar ao seu público, torna-se, portanto, indispensável ao artista o respeito às regras de composição, à verossimilhança, aos fins morais e à imitação da Natureza como fatores determinantes para a representação do Bem, do Belo e do Verdadeiro. No entanto, inúmeros artistas e escritores das mais diversas épocas empregaram em suas criações procedimentos bastantes diferentes, para não dizer opostos, aos moldes clássicos. Em razão disso, adotou-se para o presente estudo as análises desenvolvidas por Victor Hugo (2002) e Wolfgang Kayser (1986) sobre uma categoria estética a que se veio nomear de Grotesco e em especial a noção de realismo grotesco formulada por Mikhail Bakhtin (1993). De acordo com esses autores, o exagero e a deformação do corpo característicos do grotesco induzem o leitor a perceber uma realidade por vezes oculta. Identificado como um constituinte predominante no romance Famintos (1962), do escritor caboverdiano Luis Romano, o grotesco assume, dessa forma, uma função dupla: apresentar o tema da fome não apenas em seus significados sociais, mas também em seus efeitos sobre o corpo. Nesse sentido, esta pesquisa, que tem como foco principal discutir o ensino de literatura, centra-se em dois eixos, tomando como ponto de partida a análise desse romance, baseada na ideia de realismo grotesco, e a inclusão de um relato de experiência de leitura em sala de aula em consonância às considerações de Jauss (1994), sobre o horizonte de expectativa do leitor na recepção de uma obra, e em Jouve (2013), a respeito da leitura subjetiva. Por isso, considera-se para a proposta de leitura de Famintos (1962) a centralidade do leitor como produtor de um segundo texto, construído no primeiro ato da leitura, que é, nessa instância inicial, resultado único de sua capacidade interpretativa subjetiva. Pensando nisso, este trabalho, amparado em uma pesquisa de caráter bibliográfico e empírico, busca refletir sobre a prática de leitura do texto literário em sala de aula e analisar os textos de estudantes de licenciatura a partir da leitura do romance em foco. Essa atividade foi determinante para avaliar a percepção dos leitores sobre os aspectos estéticos de uma obra e, ao explorar a leitura como um ato de experiência estética, inferir que é possível renunciar a algumas práticas inadequadas que ainda persistem no ensino de literatura, como a instrumentalização do texto literário para o ensino da gramática, o ensino de literatura de viés historicista e mesmo as interpretações pré-elaboradas dos manuais de literatura.Dissertação O imaginário cultural haitiano em Pays Sans Chapeau (1997) de Dany Laferrière: entre o fantástico e o maravilhoso(2018-12-17) Silva, Tarcyene Ellen Santos da; Venâncio, Karina Chianca; ; ; Ferreira, José Luiz; ; Fernandes, Marcos Vinícius;A presente proposta de investigação direciona a atenção ao trabalho de Dany Laferrière, como escritor americano que defende uma literatura mundial, mas que detém certas tradições referentes à cultura da sua pátria materna. Focamo-nos especificamente em Pays sans chapeau (1997). Partimos do pressuposto que o autor teve como finalidade propor reflexões acerca do imaginário cultural haitiano, com a intenção de trabalhar e problematizar uma identidade espiritual ancestral de seu país (KWATERKO, 2002), fazendo uso das métricas dos gêneros literários Fantástico e Maravilhoso. Assim, objetivamos compreender as funções estéticas desses gêneros em paralelo as discussões do imaginário. Inicialmente contextualizamos o autor Dany Laferrière, seu percurso pessoal e profissional, e sua escrita pós-moderna. Apresentamos parte de suas produções, com a intenção de construir o trajeto do narrador-personagem Vieux Os e evidenciar o uso frequente do insólito nas narrativas que possuem conexão com nosso corpus. Posteriormente, procuramos estabelecer uma definição de Imaginário, nas ideias de Durand (1989), Laplantine e Trindade (1997). Analisamos as imagens do Zumbi e os mitologemas presentes na obra. Por último, nos concentramos nos debates acerca dos gêneros Literários Fantástico, Fantástico-Maravilhoso, Fantástico-Estranho e Realismo Maravilhoso, nos apoiando em Todorov (2013; 2017), Roas (2014) e Chiampi (2015). Os resultados de nossa pesquisa demonstram que as hesitações fantásticas são primordiais para o estabelecimento dos subgêneros do Fantástico e para a adesão do Realismo Maravilhoso colabora para uma discussão sociocultural do imaginário.Dissertação A infância entrelaçada nos fios da poesia: uma abordagem do texto literário no ensino fundamental II(2017-03-27) Machado, Gilvania Rodrigues; Araújo, Humberto Hermenegildo de; https://orcid.org/0000-0002-0173-1660; http://lattes.cnpq.br/7649931632253545; http://lattes.cnpq.br/5447568178477267; Ferreira, José Luiz; Araújo, Wellington Medeiros de; http://lattes.cnpq.br/7350119219749929Esta pesquisa trata de uma reflexão sobre a abordagem do texto literário em sala de aula, em especial a poesia, marcada por diversos equívocos e ancorada em leituras roteirizadas presentes nos livros didáticos, que silenciam os sentidos do texto e não promovem um efetivo encontro do leitor com a obra literária. Por meio de um projeto de intervenção, aplicado no 8º ano do Ensino Fundamental II, da Escola Municipal Maria Fernandes Saraiva, situada no município de Parnamirim-RN, este estudo visa a uma ressignificação dessa prática e, para isso, propõe um diálogo entre os poemas de Zila Mamede, Carlos Drummond de Andrade e Manuel Bandeira, que têm como fio condutor a representação da infância. O elemento motivador para o estudo dos poemas é um conjunto de cartas de Drummond para Zila Mamede; e de Câmara Cascudo para Mário de Andrade, correspondências literárias que, de forma direta e indireta, estão relacionadas com a temática dos poemas. Esse projeto objetiva a produção de uma antologia poética, com capa cartonera, como sugestão de material didático para o professor, e, dessa forma, contribui para sua autonomia na seleção dos textos literários trabalhados com os alunos. Para fundamentar a reflexão sobre o ensino de Literatura e Poesia, o aporte teórico-metodológico é constituído, prioritariamente, dos estudos de Rildo Cosson (2007), Hélder Pinheiro (2002; 2009; 2014), Edgar Morin (2005), Antoine Compagnon (2009), Todorov (2009), Antonio Candido (1995), Araújo (2014) Cereja (2005). Nóbrega (2012). A análise dos poemas é fundamentada, principalmente, nos estudos de Gaston Bachelard (1996), Sigmund Freud (2014), Ruben Alves (2004), André Pinheiro (2012), Câmara Cascudo (2003), Alexandre Alves (2013). A pesquisa pretende comprovar que a experiência com os poemas e as cartas em sala de aula, mediante uma abordagem dialógica, contribui para resultados exitosos e possibilita ao aluno - o leitor -uma experiência estética por meio do seu encontro com o texto.