Navegando por Autor "Galdino, Clara Glenda Mendes"
Agora exibindo 1 - 1 de 1
- Resultados por página
- Opções de Ordenação
Dissertação A queda do paraíso moderno: uma análise da memória e do espaço em Órfãos do Eldorado, de Milton Hatoum(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-07-31) Galdino, Clara Glenda Mendes; Camargo, Katia Aily Franco de; https://orcid.org/0000-0001-6463-8976; http://lattes.cnpq.br/7604250240615901; http://lattes.cnpq.br/3214022861616147; Welter, Juliane Vargas; Oliveira, Francisco Humberlan Arruda deEsta dissertação tem como objeto de estudo o romance contemporâneo Órfãos do Eldorado (2008), de Milton Hatoum. Situada entre o final do século XIX e a primeira metade do século XX e ambientada às margens do Rio Amazonas, a história é narrada de forma memorialística e oralizada por um personagem idoso – filho da elite do Ciclo da Borracha – em seu presente pobre e periférico, tendo como aparente ponto de conflito o desaparecimento de sua amada. Frente a essas características, o objetivo da pesquisa foi investigar a construção da memória e do espaço, com vistas à compreensão de como a obra internaliza a sociedade em seu universo ficcional – principalmente no que concerne à modernização brasileira e amazonense. Para isso, buscou-se, de forma mais específica, identificar as diferentes mobilizações memorialísticas presentes na estrutura; esmiuçar a construção formal da memória e do espaço na narrativa e as suas vinculações; verificar de que forma a ligação entre esses elementos reflete questões sociais, econômicas e políticas. A pesquisa utilizou como fundamentação teórico-metodológica a crítica integrativa de Candido (2023a; 2023b) e Schwarz (2014; 1987; 1985), além da topoanálise de Borges Filho (2007) para explorar o espaço literário. Para a discussão sobre a memória, fundamentou-se em Halbwachs (1990), Pollak (1989; 1992), Benjamin (1987) e Cascudo (2012). Os fenômenos históricos e sociais foram abordados com apoio de Souza (2023), Daou (2004), Schwarcz (2018; 2019) e Silva (2019). Ao fim, a investigação revelou que a memória exprime flutuações – as quais permitem perceber as contradições e as desigualdades da estrutura social referida. Evidenciou-se, também, que a memória coletiva expressa não é homogênea, mas, sim, tensionada dialeticamente pelas memórias Oficial, subterrânea e da tradição oral, aspecto que rompe com as narrativas dominantes sobre a modernização e o Ciclo da Borracha no Amazonas. A análise do espaço, por sua vez, apontou a decadência presente nos macroespaços do campo, das cidades e do próprio mito quando associados à modernização. Assim, ficou evidente a queda do mito do progresso modernizador – cuja materialização é inerentemente vinculada à contradição, à violência e à ruína.