Navegando por Autor "Leite, Jéssica Costa"
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Tese Eficácia do treinamento muscular inspiratório associado a um programa de reabilitação cardíaca na atividade simpática e na capacidade funcional em pacientes com insuficiência cardíaca(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2021-12-01) Leite, Jéssica Costa; Andrade, Armele de Fátima Dornelas de; Catai, Aparecida Maria; Brandão, Daniella Cunha; Bruno, Selma Sousa; https://orcid.org/0000-0001-6090-6275; http://lattes.cnpq.br/4056770607573210; Fregonezi, Vanessa Regiane ResquetiIntrodução: A Insuficiência cardíaca (IC) é considerada uma síndrome clínica marcada por sinais e sintomas típicos como, dispneia, baixa tolerância ao exercício, fadiga e disautonomia. Ocorre por alterações cardíacas estruturais e/ou funcionais que, geralmente, resultam em diminuição do débito cardíaco e/ou elevação das pressões intracardíacas, tendo como resultado a disfunção sistólica e/ou diastólica. Diferentes abordagens de tratamento são investigadas de modo a melhorar o manejo terapêutico desses pacientes. Dentre as modalidades de tratamento, a inclusão do Treinamento Muscular Inspiratório (TMI) dentro dos programas de Reabilitação cardíaca vem sendo cada vez mais difundida como uma boa estratégia para melhora dos achados clínico-funcionais em pacientes com IC. Objetivos - Estudo 1: Verificar a eficácia do TMI de baixa intensidade associado a reabilitação cardíaca (RC) baseada em exercícios na melhora da capacidade funcional máxima e submáxima, mobilidade e espessura diafragmática, força muscular respiratória, qualidade de vida e satisfação do paciente, em indivíduos com Insuficiência Cardíaca e fraqueza da musculatura respiratória. Estudo 2: Avaliar a eficácia do TMI de baixa intensidade associado a um programa de reabilitação cardíaca na modulação da atividade simpática cardíaca de pacientes com IC, fração de ejeção reduzida e fraqueza da musculatura inspiratória. Estudo 3: Determinar o ponto de corte do Glittre ADL-Test que prediz uma melhor capacidade funcional de indivíduos com IC e fração de ejeção (FE) reduzida, comparado ao teste padrão ouro, o Teste de esforço cardiopulmonar máximo (TECP). Além disso, determinar sua concordância e confiabilidade, e por fim estimar a mudança mínima detectável. Métodos – Estudo 1: Trata-se de um estudo piloto de um ensaio clínico paralelo, controlado, randomizado e duplo cego, com 19 indivíduos adultos sedentários na faixa etária de 21 - 60 anos, de ambos os sexos, diagnosticados com insuficiência cardíaca, disfunção sistólica, com fração de ejeção do ventrículo esquerdo reduzida e limítrofe e fraqueza da musculatura inspiratória. Antes e após o programa de reabilitação baseado em exercícios os indivíduos eram submetidos a avaliação com TECP, Glittre ADL-test, manovacuometria, teste de função pulmonar, ultrassonografia diafragmática, questionários de qualidade de vida e capacidade funcional e de satisfação. O programa consistia em 36 sessões, divididas em 12 semanas, com três sessões semanais de treinamento aeróbico, aptidão muscular periférica e TMI. O TMI era realizado sete dias por semana, no domicílio do paciente, utilizando o dispositivo POWERBreathe®, que no grupo 1 era calibrado em 30% da pressão inspiratória máxima (PImáx) e no grupo 2 em até 10% da PImáx. Estudo 2: Foi realizada uma série de casos com 11 paciente divididos em dois grupos com TMI de baixa intensidade, Grupo 1 (12 semanas de aeróbico, força muscular periférica e TMI - 7 dias por semana com 30% da pressão inspiratória máxima) e Grupo 2 (12 semanas de aeróbico, força muscular periférica e TMI com até 10% da pressão inspiratória máxima). Foram incluídos pacientes com diagnóstico de IC de qualquer etiologia, clinicamente estáveis, com a faixa etária entre 21 – 65 anos, de ambos os sexos, fração de ejeção reduzida ou limítrofe (<45%) e classe funcional II e III pela New York Heart Association. Para avaliar a atividade simpática cardíaca foi utilizada a cintilografia do Miocárdio com Iodo-123 metaiodobenzilguinadina (123I-mIBG) foram obtidas imagens de tórax, após receberem a injeção endovenosa de 185 MBq (5 mCi) de 123I-mIBG. Estudo 3: Estudo transversal realizado com 77 adultos de 21 - 65 anos, com Insuficiência cardíaca e fração de ejeção reduzida, NYHA II-III. Foi realizada análise do Glittre ADL-Test em comparação com o TECP. Para comparação entre os dois testes, foi utilizado o Tempo Total do Glittre ADL-Test e o VO2pico do TECP, o ponto de corte utilizado para o VO2 foi de 16 ml/Kg/min-1, segundo a classificação de Weber, a baixo desse valor era considerado baixa capacidade funcional e pior prognóstico. Através de uma curva ROC foi determinado o ponto de corte com melhor sensibilidade e especificidade, também foi definido a confiabilidade testereteste, a confiabilidade absoluta e a mudança mínima detectável. Resultados - Estudo 1 Nove indivíduos foram alocados no grupo 1 e dez no grupo 2, em ambos os grupos foi observado aumento da capacidade funcional, tolerância ao exercício, força da musculatura respiratória, mecânica diafragmática e qualidade de vida, tendo o grupo 1 apresentado um desempenho discretamente maior, porém sem significância estatística. Estudo 2: Após a intervenção, a média da RC/M precoce foi 2,47 (1,94-2,72) versus 2,02 (1,60-2,36) e a RC/M tardia foi 2,02 (1,86-2,32) versus 1,64 (1,52-2,33), grupo 1 e 2, respectivamente. A média da taxa de clareamento foi 27,82% (22,10-30,65) no grupo experimental e 34,49% (26,89-38,10) no grupo controle. Embora sem significância estatística, após intervenção, percebe-se um melhor controle da atividade simpática cardíaca, com maiores RC/M e menor taxa de clareamento cardíaco de 123I-mIBG no grupo experimental. Estudo 3: O ponto de corte definido foi de 255 segundos com sensibilidade de 75,76% (IC 95%, 57,7-88,9) e especificidade de 72,09% (IC 95%, 56,3-84,7), com área sob a curva de 0,773 (IC 95% 0,663-0,861 e p<0,0001). A correlação entre os testes foi de 0,83 com tamanho de efeito (R2 ) de 0,69 e p<0,001. O Coeficiente de correlação intraclasse entre os dois testes foi de 0.841 (IC95%: 0.454 – 0.936, p < 0.001) e Confiabilidade absoluta (variabilidade intra-sujeito) de 3,17%, a mudança mínima detectável (MDC95), é de 23.07 segundos ou 8,78%. Conclusão: De forma geral, os resultados encontrados apontam que cargas muito baixas de TMI já tem potencial de conceder benefícios adicionais a reabilitação de pacientes com IC, FEVE reduzida e limítrofe e fraqueza da musculatura inspiratória. Além disso, o Glittre ADL-Test mostrou-se como um teste de tolerância ao esforço submáximo capaz de predizer o prognóstico de pacientes com IC, além de ser reprodutível e com boa estabilidade em testes repetidos. O ponto de corte determinado pode ser utilizado na prática clínica para identificar pacientes mais graves quando houver dificuldade em realizar o TECP. Devido ao efeito aprendizado, dois testes são recomendados na prática clínica.