Navegando por Autor "Lima, Tatiana de Souza"
Agora exibindo 1 - 1 de 1
- Resultados por página
- Opções de Ordenação
Dissertação Representação discursiva de Dilma Rousseff em editoriais da Folha de São Paulo no processo de impeachment (03/12/2015 a 01/01/2016)(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-07-26) Lima, Tatiana de Souza; Passeggi, Luís Álvaro Sgadari; http://lattes.cnpq.br/4021473858264190; http://lattes.cnpq.br/4075604946724178; Costa, Alessandra Castilho Ferreira da; https://orcid.org/0000-0003-4924-8632; http://lattes.cnpq.br/8508370270534431; Rodrigues, Maria das Graças Soares; Oliveira, Anahy Samara Zamblano deA pesquisa que empreendemos examina a construção da representação discursiva da ex-presidenta Dilma Rousseff em editoriais do jornal Folha de S. Paulo no primeiro mês do processo de impeachment contra ela. O processo começou com o recebimento do pedido pelo então presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, em 2 de dezembro de 2015. Os textos que fazem parte do corpus da nossa pesquisa foram publicados entre 3 de dezembro de 2015 e 2 de janeiro de 2016. Tratase de um estudo que focaliza o nível semântico do texto, dentro da abordagem da Análise Textual dos Discursos; é, também, uma proposta de análise com foco nos níveis de estruturação textual, especialmente no nível microtextual. Os editoriais são textos pertencentes à seção de opinião dos jornais, por meio dos quais a empresa jornalística apresenta seu ponto de vista sobre o que ocorre no país. Assim, o objetivo geral foi identificar quais elementos o jornal utilizou para a construção da representação discursiva de Dilma Rousseff neste período fundamental na história recente: o primeiro mês do processo de deposição da primeira presidenta eleita do Brasil. Assim, propusemos a seguinte pergunta: a Folha de S. Paulo, por meio de seus editoriais, construiu qual representação discursiva de Dilma, no primeiro mês do processo de impeachment? A partir do corpus formado por doze editoriais da Folha de S. Paulo, fizemos a identificação, a descrição e a interpretação das palavras utilizadas nos editoriais conforme as categorias semânticas de referenciação, predicação e modificação. Inserimos os resultados encontrados em quadros que descrevem cada uma das categorias. Concomitantemente, separamos as cláusulas com menções a Dilma e a outros referentes a ela relacionados; essa seleção resultou em um texto composto por 147 (cento e quarenta e sete) cláusulas. Uma das implicações teóricas verificadas é a de que o corpus, após esse tratamento, corresponde, de fato, ao conteúdo proposicional a que alude Adam (2011) e que constroi a representação discursiva de Dilma formulada pela Folha de São Paulo. Além disso, entendemos que o avanço da análise ao nível microtextual aprimorou a análise do “todo de sentido” que faz a unidade do texto (Adam, 2022). Na prática, compreendemos que os editoriais compõem um gênero discursivo apto a demonstrar a tomada de posição de um veículo de comunicação dentro do contexto do discurso midiático. E, a partir do discurso formulado pela Folha de S. Paulo no período, pudemos afirmar que o jornal elaborou seu discurso com base em três núcleos semânticos: disputa política; crise econômica; erros e agonia de Dilma. Esses temas foram observados tanto nos referenciadores quanto em predicadores e modificadores. Concluindo, observamos que a Folha de S. Paulo construiu uma representação discursiva de Dilma segundo a qual a ex-presidenta era equiparada a conceitos abstratos como governo e Planalto; que, ao ser citada pessoalmente, ela era a responsável por agravar a crise econômica, por não ter capacidade para tomar as decisões certas; e que a crise a política poderia ser solucionada pelo impeachment.