Navegando por Autor "Medeiros, Anderson Brito de"
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Dissertação Representações sociais da maternidade elaboradas por mulheres gestantes, lactantes e que vivenciaram a gestação em privação de liberdade no sistema prisional(2019-12-04) Medeiros, Anderson Brito de; Miranda, Francisco Arnoldo Nunes de; ; ; Azevedo, Dulcian Medeiros de; ; Caravaca-morera, Jaime Alonso; ; Carvalho, Jovanka Bittencourt Leite de;Introdução: O período gestacional durante a privação de liberdade no sistema prisional, bem como a lactação, são processos delicados, complexos e posto à margem, atentando contra a melhor a experiência da maternidade. A vivência do processo gestacional, no ambiente carcerário possibilita interações que reelaboram os sentidos e o mundo simbólico dessas mulheres. Objetivo: Analisar as representações sociais da maternidade de mulheres gestantes, lactantes e que vivenciaram a gestação em privação de liberdade no sistema prisional. Método: Tratase de estudo qualitativo, ancorado nos pressupostos do Paradigma Teórico das Representações Socais, na vertente estrutural, realizado com 42 mulheres gestantes, lactantes e que vivenciaram a gestação em privação de liberdade no sistema prisional do Estado do Rio Grande do Norte, entre maio e setembro de 2019. Para coleta de dados, utilizou-se de instrumento de pesquisa composto por questionário sociodemográfico, de entrevista semi-dirigida com a utilização da técnica de evocação livre de palavras, associada ao modelo de substituição e descontextualização (zona muda), com o termo indutor “ser mãe na prisão” e desenho-estória com tema. Os dados foram analisados através de processamento prototípico (quadro de quatro casas) para cada matriz, para as quais foram calculadas, automaticamente, frequências intermediárias (±8,37 matriz 1 e ±8,10 matriz 2) e ordens médias de evocações (matriz 1: ±3,08; matriz 2: ±3,01), de acordo com os requisitos. Compuseram, assim, os núcleos centrais, as periferias e as zonas de contrastes. Realizou-se, ainda, o teste de composição e co-ocorrência das palavras (análise de similitude). O processamento analítico se deu no software Interface de R pour les Analyses Multidimensionnelles de Textes et de Questionnaires (IRAMUTEQ), versão 7 alpha 2. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte: 08005219.7.0000.5537. Resultados: As participantes eram, em maioria, jovens entre 18 e 39 anos de idade (90,5%; n=38) e se encontravam solteiras (50,0%; n=21). 61,9% (n26) relataram duas ou mais gestações, e 47,6% (n=20) referiram um ou mais abortamentos. Na análise prototípica, verificou-se que o termo indutor resultou em 420 evocações e 133 palavras distintas. Após categorização e lematização, o número de palavras diferentes evocadas pelas mulheres foram 84 entre as matrizes 1 e 2. Excluindo-se as evocações com frequência inferior a três, resultou-se em aproveitamento de 31,15%. Na matriz 1, a possível representação do ser mãe na prisão, se cristalizou, principal e semanticamente, pelos termos: separação (f=27; OME: 2.9), tristeza (f=18; OME: 2.3), horrível (f=16; OME: 2.1), dor (f=12; OME: 2.8). Na zona de substituição e de descontextualização (matriz 2), as representações foram objetivadas pelos termos separação (f=18; OME: 3), tristeza (f=13; OME: 2.5), medo (f=11; OME: 2.2), horrível (f=10; OME: 1.5). Desta forma, a única diferença lexical entre os dois núcleos foi a mudança da palavra dor por medo na matriz 2, mantendo a cristalização entre os dois quadros no que se refere ao núcleo central. Na análise de similitude, o núcleo central, composto pelo termo “separação”, teve forte co-ocorrência com as palavras: “sofrimento (11), distante (4), abandonada (3), horrível (9), adoção (4) e tristeza (8)”. Neste sentido, a análise em completude, apresentou, o sofrimento pela ruptura da díade materna mãe-filho como a representação social das participantes sobre a maternidade, uma que vez que o momento da separação é vivenciado desde muito cedo pelas mulheres, ao projetar a desvinculação. Considerações finais: Evidenciou-se que as representações sociais das participantes do estudo, apresentam sentimentos e significados generalizados do “ser mãe na prisão”, que refletem, diretamente no sofrimento vivenciado pela díade materna com a separação, os quais fragilizam e potencializam o aprisionamento feminino, significando para essas mulheres, essencialmente, sofrimento pela dicotomia do vínculo com o filho.Tese Transtornos mentais em mulheres gestantes e lactantes em privação de liberdade no sistema prisional: revisão sistemática(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2023-10-20) Medeiros, Anderson Brito de; Miranda, Francisco Arnoldo Nunes de; https://orcid.org/0000-0002-8648-811X; http://lattes.cnpq.br/9242337504601387; http://lattes.cnpq.br/8364035068576021; Carvalho, Jovanka Bittencourt Leite de; https://orcid.org/0000-0002-0785-3423; http://lattes.cnpq.br/6954933298962832; Santiago , Janmilli da Costa Dantas; Caravaca-Morera, Jaime Alonso; Silva, Glauber Weder dos Santos; Medeiros, Kleyton Santos de; Lopes , Thais Rosental GabrielIntrodução: O encarceramento feminino tem aumento por diversos fatores, dentre eles, as mudanças nas políticas criminais, as desigualdades sociais e econômicas, o abuso de substâncias psicoativas e as questões relacionadas à gênero e saúde mental. Ser mulher e vivenciar a gravidez ou lactação no sistema prisional pode ser uma experiência ainda mais desafiadora e difícil em razão das condições sanitárias precárias, da falta de assistência médica adequada, do estigma, isolamento e separação da criança. Objetivo: Analisar os transtornos mentais entre mulheres gestantes e lactantes no sistema prisional feminino. Método: Trata-se de uma revisão sistemática, a qual avalia e reúne estudos semelhantes para análise estatística. Para a escrita desta revisão foram seguidas as diretrizes do checklist PRISMA. Além disso, o protocolo foi cadastrado na plataforma International Prospective Register of Systematic Reviews (PROSPERO), sob o número de registro CRD42022350737. Por meio da estratégia PECOT (População, Exposição, Controle, Outcomes/Desfechos e Tipos de Estudos/Observacionais), construiu-se a pergunta de pesquisa: “quais os transtornos mentais entre mulheres gestantes e lactantes no sistema prisional feminino?” Incluíram-se estudos sobre gestantes e o desenvolvimento de transtornos mentais (depressão, ansiedade, estresse e insônia, depressão pós-parto) durante o encarceramento em comparação a mulheres gestantes não expostas ao encarceramento ou privação de liberdade no sistema prisional. Não foram considerados estudos de revisões de literatura, séries de casos, relatos de caso e estudos qualitativos. Realizou-se as buscas nas seguintes bases: PubMed, Web of Science, Embase, Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Scopus e Base de Dados em Enfermagem (BDENF), sem restrição de idioma dos artigos ou do ano da publicação. A estratégia de busca usou vocabulários médicos subjetivos (MeSH) e uma variedade de outras palavras-chave. Para avaliar o risco de viés, a Newcastle Ottawa Scale foi utilizada para avaliação da qualidade metodológica das pesquisas, ao mesmo tempo que se utilizou o método Grading of Recomendations Assessment, Developing and Evaluation (GRADE) para classificar as evidências nos níveis de qualidade dos estudos. Resultados: Dos 2165 estudos encontrados, a amostra final foi composta por quatro artigos. Realizou-se a análise e o nível da qualidade metodológica, bem como a força de recomendação da evidência com o sistema GRADE. Os estudos foram realizados na última década, nos Estados Unidos e no Canadá e avaliados quanto às características, implementação e avaliação da evidência. Os transtornos mentais prevalentes encontrados em mulheres gestantes e lactantes no sistema prisional feminino foram ansiedade, transtornos mentais comuns, esquizofrenia, automutilação, e depressão pós-parto. Acredita-se que os desfechos sobre a prevalência apresentaram risco de vieses em detrimento a especificidade contextual, tornando os resultados provocadores para a realização de intervenções no cenário. Considerações finais: Concluiu-se que existe um aumento de transtornos mentais em mulheres gestantes e lactantes no sistema prisional apontam tendência de crescimento, visto que o contexto do aprisionamento é potencializador do adoecimento e sofrimento psíquico. Todavia, sugere-se que novos estudos sejam realizados para elucidar melhor o cenário prisional, bem como para desenvolver instrumentos de medidas/escalas direcionadas para o cenário prisional pela singularidade do ambiente.