Navegando por Autor "Medeiros, José Ítalo Marques de"
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TCC O GEOPROCESSAMENTO NO CUMPRIMENTO DA LEGISLAÇÃO AMBIENTAL: Uma análise multitemporal do uso e cobertura do solo no Sistema Lacustre Bonfim(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2019-11-13) Medeiros, José Ítalo Marques de; Amaro, Venerando Eustáquio; Amaro, Venerando Eustáquio; Alcoforado, Alex Vinícius Capistrano; Matos, Maria de Fátima Alves deO Sistema Lacustre Bonfim (SLB) é um conjunto de seis lagoas naturais (Bonfim, Boa Água, Redonda, Urubu, Ferreira Grande e Carcará) do município de Nísia Floresta/RN, inserido no território da Área de Proteção Ambiental Bonfim-Guaraíra, a maior Unidade de Conservação do Estado do Rio Grande do Norte. Embora esta APA ainda não possua seu Plano de Manejo, documento técnico de caráter obrigatório e legalmente destinado a estabelecer o zoneamento e as normas de uso e manejo dos recursos naturais, dois documentos normativos de âmbitos municipal promulgados em 2007, Plano Diretor Participativo e o Código de Meio Ambiente de Nísia Floresta/RN, atribuem proteções relevantes às margens de tais lagoas. O SLB apresenta grande relevância para o ecossistema local, hidrologia e abastecimento hídrico humano de diversos municípios do estado, uma vez que abastece, através da Lagoa do Bonfim, o maior sistema de água integrado do estado do Rio Grande do Norte, a Adutora Monsenhor Expedito, responsável por atender 30 municípios e mais de 40 comunidades rurais, ultrapassando 290.000 habitantes abastecidos. Diante da importância da preservação do SLB, realizou-se mapeamentos da área no entorno do conjunto das lagoas e classificação supervisionada das Áreas de Preservação Permanente (APP) e zonas de uso restrito de tais corpos hídricos, a afim de avaliar de modo qualitativo e semiquantitativo a modificação do uso e cobertura do solo nessas áreas. O estudo utilizou imagens de sensores remotos orbitais a bordo de satélites, Processamento Digital de Imagens (PDI) e Sistema de Informações Georreferenciadas (SIG) e envolveu um período de cerca de 30 anos, compreendido em quatro períodos imageados, marcados por imagens nas datas: 26/11/1987, 02/07/1992, 28/07/2013 e 31/08/2018, os quais representam momentos antes e após a promulgação do Plano Diretor e Código de Meio Ambiente mencionados. Foi possível constatar que as zonas de proteção das lagoas, desde o início do estudo, já apresentavam uma grande área ocupada pela atividade de agricultura, o que se manteve crescente durante os trinta anos de estudo. Percebeu-se também uma significativa diminuição da área de mata nativa, compreendida no período de 28/07/2013 a 31/08/2018, que pode ser explicada pelo grande aumento da ocupação antrópica por meio de residências, loteamentos e granjas, somado ao desmatamento e crescimento das áreas destinadas à agricultura. A ocupação das APP das lagoas de forma desordenada e em descumprimento aos documentos normativos analisados, vem causando uma degradação da qualidade de água dos mananciais e apresentando riscos à saúde da população por eles abastecida. Ficou evidente a relevância do sensoriamento remoto para análise temporal do uso e cobertura do solo, sendo imprescindível o seu uso como auxílio para gestores e tomadores de decisões, de modo que seja dada a devida atenção e que se efetive a proteção das APP já resguardadas juridicamente.