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Acesso a serviços odontológicos por universitários com deficiência
(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2025-07-04) Carvalho, Maria Monica de Jesus Carvalho; Mendes, Tamires Carneiro de Oliveira; Lucena, Tulio de Araujo; https://orcid.org/0009-0002-3016-675X; http://lattes.cnpq.br/7377665078445870; Souza, Georgia Costa de Araujo; Santos, Sophia Queiroz Marques dos
Introdução: No acesso aos serviços de saúde, especialmente os odontológicos, ainda persistem iniquidades que transcendem as barreiras impostas pelos determinantes sociais, afetando de forma mais acentuada alguns grupos, a exemplo das pessoas com deficiência (PcD). Objetivo: Compreender o acesso a serviços odontológicos por estudantes com deficiência da UFRN, e sua associação com as características socioeconômicas, demográficas e de saúde. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal, no qual foram entrevistados 43 discentes com deficiência autorreferida, do 1° ao 10° período de todos os cursos da graduação da UFRN. Foram realizadas analises descritas das variáveis categóricas, média e desvio padrão das quantitativas. Para testar a associação das variáveis independentes com a última consulta odontológica, procedeu-se análise bivariada através dos testes Qui-quadrado e Exato de Fisher. Resultados: Houve predomínio do sexo masculino (56%), com idade média de 30 anos (DP=30,42), residentes na região metropolitana e com renda de até 1 salário mínimo. A maioria autoavaliou a saúde com regular/ruim, e a deficiência física obteve a maior referência (n=19), com comprometimento leve (n=16). O serviço de saúde bucal mais procurado foi o privado (68%), com foco na realização de tratamentos (n=30). Na análise bivariada, houve associação estatisticamente significativa da última consulta odontológica com a percepção do impacto da deficiência na saúde bucal (p=0,033). Conclusão: A percepção do impacto da deficiência na saúde bucal indicou forte associação com a necessidade de acesso mais frequente aos serviços odontológicos. Entretanto, as condições socioeconômicas, demográficas e de saúde geral não influenciaram da mesma forma.
Análise da perda dentária em adultos e idosos associada à condições sindêmicas e a autopercepção de saúde bucal em uma capital do nordeste: estudo BRAZUCA
(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2023-11-28) Pereira, Isabel Ferreira; Oliveira, Angelo Giuseppe Roncalli da Costa; Santos, Sophia Queiroz Marques dos; https://orcid.org/0000-0002-3240-8006; http://lattes.cnpq.br/8243640708747150; https://orcid.org/0000-0001-5311-697X; http://lattes.cnpq.br/0023445563721084; http://lattes.cnpq.br/9673328488880161; Souza, Georgia Costa de Araújo; https://orcid.org/0000-0002-3342-2627; http://lattes.cnpq.br/1469911212196534; Mendes, Tamires Carneiro de Oliveira; https://orcid.org/0000-0002-7254-4096; http://lattes.cnpq.br/0917383175974279
Introdução: Os inquéritos de saúde são indispensáveis para compreender as reais necessidades da população, sua condição de vida e saúde. O BRAZUCA é um estudo de base populacional, realizado no município de Natal, Rio Grande do Norte, com adultos e idosos, pretendendo investigar possíveis condições de vida e saúde relacionadas à insegurança alimentar. Um breve questionário de saúde bucal foi incluído no estudo e possibilitou uma avaliação epidemiológica municipal sobre o risco da perda dentária. Objetivos: Avaliar o risco da perda dentária em uma população adulta e idosa domiciliada de Natal/RN, diante de condições sindêmicas e da autopercepção da saúde bucal. Metodologia: Este é um estudo epidemiológico observacional, de delineamento transversal, realizado como parte do inquérito multicêntrico de base populacional BRAZUCA - Brazilian Usual Consumption Assessment. Foi utilizado um plano de amostragem probabilística por conglomerados em múltiplos estágios. Foram selecionados 27 setores censitários. Resultados: 441 pessoas de ambos os sexos foram avaliadas, a maioria era do sexo feminino (58,2%), cor da pele não branca (64,7%), adulto (53,8%), com 1 a 9 anos de estudo (43,8%) e que residiam em um bairro com renda setorial menor que 2 salários-mínimos (76,4%). A respeito dos desfechos principais, 85,4% dos indivíduos perderam algum dente, apesar de 49,1% dos entrevistados declararem a sua saúde como muito boa a regular. Conclusão: Existe uma maior razão de chance de perda de dentes em indivíduos com condições determinantes associadas e que consideram a sua saúde ruim ou péssima.
Análise temporal das ações preventivas coletivas em saúde bucal na região nordeste do brasil entre 2011-2021
(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-08-13) Silva, Felipe Morais dos Santos; Souza, Geórgia Costa de Araújo; Souza, Geórgia Coata de Araújo; Mendes, Tamires Carneiro de Oliveira; Lima, Isabela Pinheiro Cavalcanti
O presente estudo trata das ações coletivas preventivas em saúde bucal em uma análise histórica de 2011-2021 nos nove estados do Nordeste do Brasil. O acompanhamento da produção odontológica ao longo dos anos permite identificar se houve mudanças e variações positivas ou negativas, compreender o atual cenário, e contribui para o planejamento das ações de saúde bucal. Objetivou-se analisar as ações preventivas e coletivas de saúde bucal desenvolvidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) na região Nordeste do Brasil e seus estados, no período compreendido entre os anos de 2011 e 2021. Trata-se de um estudo ecológico longitudinal, cujos dados de procedimentos foram captados do Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS (SIA-SUS) e dados populacionais do Instituto Brasileiro de Estatística e Geografia (IBGE). Foram calculadas taxas de procedimentos apresentados por Estado e Região Nordeste no ano, multiplicados pela constante de 100.000. Foi realizada a análise descritiva e as séries temporais foram analisadas por meio do método de regressão linear generalizada de Prais-Winsten. Observou-se uma tendência de declínio significativo para: atividade educativa / orientação em grupo na atenção primaria, ação coletiva de aplicação tópica de flúor gel, ação coletiva de bochecho fluorado, ação coletiva de escovação dental supervisionada, ação coletiva de exame bucal com finalidade epidemiológica, visita domiciliar/institucional por profissional de nível superior. É imperativo que os gestores de saúde e formuladores de políticas se comprometam a fortalecer as ações de saúde bucal, com foco na prevenção e na educação de modo a garantir a alocação adequada de recursos e a implementação de estratégias, assegurando que os avanços conquistados ao longo dos anos sejam mantidos e ampliados na região Nordeste.
Aplicação do tratamento restaurador atraumático pelos cirurgiões-dentistas da atenção primária à saúde de Natal, Rio Grande do Norte
(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2025-07-04) Xavier, Larissa Bruna Ribeiro; Souza, Georgia Costa de Araújo; Mendes, Tamires Carneiro de Oliveira; Santos, Sophia Queiroz Marques dos
Este estudo objetivou analisar a aplicação e o conhecimento do Tratamento Restaurador Atraumático (TRA) pelos cirurgiões-dentistas da Atenção Primária à Saúde (APS), considerando sua relevância como técnica de fácil execução e baixo custo no combate ao avanço da cárie dentária. A pesquisa foi conduzida com cirurgiões-dentistas das Unidades de Saúde de Natal - RN, por meio de questionários eletrônicos elaborados no Google Forms e enviados por aplicativo WhatsApp, bem como questionários físicos aplicados presencialmente. Os dados coletados foram organizados em planilhas, e as análises estatísticas descritivas foram feitas utilizando o Software SPSS. Participaram do estudo 58 profissionais, dos quais apenas um desconhecia o TRA. Observou-se que 87,9% dos dentistas utilizam a terapia nos atendimentos odontológicos do serviço público. Contudo, constataram-se inconsistências na percepção dos profissionais sobre TRA: 55% empregam-no exclusivamente em dentes decíduos, e 37,9% acreditam que seu uso é temporário. Além disso, menos de três quartos dos profissionais utilizam o TRA fora do consultório odontológico. Quanto à capacitação, menos de 20% dos participantes receberam treinamento para realização do procedimento em seu atual trabalho, apesar disso, mais de 75% consideram-se aptos a aplicá-lo. Assim, mesmo o TRA sendo amplamente conhecido e utilizado na prática clínica pelos odontólogos da APS de Natal-RN, evidencia-se a necessidade de capacitação institucional sobre este tratamento para aprimorar sua aplicação. Adicionalmente, o uso da técnica fora do consultório odontológico permanece limitado, apesar de ser uma ferramenta importante na intervenção de lesões cariosas.
Atuação da odontologia nas redes de atenção à saúde: relato de experiência do estágio supervisionado na USF aparecida e na uti-HOSPESC
(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-12-16) Teixeira, Clarissa Évora; Souza, Georgia Costa de Araújo; http://lattes.cnpq.br/1469911212196534; Mendes, Tamires Carneiro de Oliveira; http://lattes.cnpq.br/0917383175974279; Santos, Sophia Queiroz Marques dos
Este trabalho relata a experiência do estágio curricular obrigatório e supervisionado em Odontologia nas Redes de Atenção à Saúde (RAS), nomeadamente na atenção primária na Unidade Saúde Família (USF) e na atenção terciária na Unidade de Terapia Intensiva, descrevendo vivências e práticas odontológicas. As Redes de Atenção à Saúde Bucal (RASB) integraram cuidados odontológicos em diferentes níveis, desde a Atenção Primária à Saúde (APS) com foco na prevenção e promoção da saúde, até os níveis secundário e terciário, que incluem serviços especializados como os Centros de Especialidades Odontológicas (CEO) e grandes Hospitais respectivamente. A Estratégia Saúde da Família (ESF), por meio da USF, oferece assistência integral à saúde, no qual o dentista presta um cuidado preventivo e curativo dos usuários de acordo com as suas necessidades. Os estagiários, sob supervisão, na USF Aparecida do bairro de Mãe Luiza- Natal/RN atuaram tanto em consultórios odontológicos, realizando atividades preventivas, educativas e curativas, mas também fora deste ambiente, realizando visitas domiciliares e em escolas no Programa Saúde na Escola (PSE). A experiência na UTI ressalta a importância da Odontologia em ambientes hospitalares, pois o cuidado odontológico nesses contextos envolve a prevenção de infecções orais, que podem agravar o estado clínico dos pacientes internados. O estágio no SUS colabora com a formação de profissionais generalistas, aproximando os futuros Cirurgiões Dentistas (CD) da realidade do trabalho no sistema público, principalmente na atenção primária à saúde, compreendendo-a como campo para a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação, a redução de danos e a manutenção da saúde com o objetivo ofertar uma atenção integral e humanizada.
Avaliação da prática do Cirurgião-Dentista da Atenção Básica, utilizando o instrumento PCATool – Brasil Saúde Bucal para Profissionais Dentistas
(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2023-11-14) França, Bruna Caroline Solino; Oliveira, Angelo Giuseppe Roncalli da Costa; Souza, Georgia Costa de Araújo; Oliveira, Angelo Giuseppe Roncalli da Costa; Mendes, Tamires Carneiro de Oliveira; Rosendo, Tatyana Maria Silva de Souza
A Atenção Primária à Saúde (APS) caracteriza-se por um conjunto de ações de saúde no âmbito individual e coletivo que constitui o primeiro nível de assistência ao cidadão dentro do sistema de saúde. É orientada por atributos essenciais (acesso de primeiro contato, longitudinalidade, integralidade e coordenação) e também por atributos derivados (atenção à saúde centrada na família, orientação comunitária e competência cultural). Esta pesquisa teve por objetivo avaliar, por meio da ferramenta PCATool – Brasil, a atuação dos cirurgiõesdentistas e o desempenho dos serviços de saúde bucal de acordo com os atributos da atenção primária em saúde. O instrumento PCATool foi enviado por e-mail para os cirurgiões dentistas através da plataforma Google Forms, em que foi possível ser respondido de maneira on-line. Participaram deste estudo, 54 cirurgiões dentistas da atenção básica do município de Natal – Rio Grande do Norte, lotados nos diferentes distritos sanitários. Cada atributo foi avaliado através da média aritmética de seus itens e depois transformados em escala de 0 a 10. Os resultados dos atributos foram analisados de acordo com as características dos profissionais (dados sociodemográficos), das unidades de saúde (avaliação pelo PMAQ 2019 e distrito de saúde) e do contexto do território (situação socioeconômica do bairro). Os resultados mostraram que o escore geral foi de 6,34 e o escore essencial de 6,95. Os atributos com melhor desempenho foram a integralidade – serviços prestados (8,31) e serviços disponíveis (7,83), coordenação – sistema de informações (7,57) e orientação familiar (6,81) e os piores desempenhos foram relacionados ao acesso de primeiro contato (3,87), competência cultural (4,62), longitudinalidade (5,51), orientação comunitária (5,62) e coordenação – integração de cuidados (6,15). Os atributos acesso de primeiro contato e competência cultural mostram fragilidades do sistema de saúde. A amostra foi composta por 70% de mulheres e 30% de homens, de diferentes idades. Constatou-se que os cirurgiões-dentistas que possuíam mais tempo de trabalho na unidade, também apresentavam maiores valores de escores. Assim como também foi possível constatar uma correlação positiva ao relacionar os dados dos escores e das características das unidades e o contexto do território. Cabe impulsionar atributos com baixo escore e potencializar os demais, num esforço conjunto entre gestores, profissionais e sociedade, visando uma APS de qualidade.
Condições de saúde bucal em usuários crônicos de psicotrópicos
(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2022-12-08) Silva, Marciel Oliveira da; Lima, Kenio Costa; 0000-0002-5668-4398; https://lattes.cnpq.br/0613595716980633; Costa, Maria Regina Macedo; Mendes, Tamires Carneiro de Oliveira
Objetivos: Avaliar as condições de saúde bucal dos pacientes em uso contínuo de psicotrópicos assistidos por unidades de Estratégias da Saúde da Família em um município do interior do Nordeste brasileiro. Métodos: Tratou-se de um estudo observacional de caráter transversal, no qual foram selecionados usuários das ESFs de São Miguel-RN que faziam uso crônico de psicotrópicos. A partir de uma ficha clínica foram registradas as condições sociodemográficas, histórico médico, práticas de higiene bucal, autopercepção e impactos em saúde bucal, hábitos parafuncionais, sensação de ardência e boca seca, estado dentário (dentes cariados, perdidos e obturados – CPO-D e lesões cervicais não cariosas - LCNC), estado periodontal (CPI), alterações em tecido moles, taxa de fluxo e capacidade de tampão salivar. Resultados: Entre os 181 pacientes arrolados, 95 (52,49%) eram do gênero feminino e 86 (47,51%) do gênero masculino. A média de idade foi de 40,24 (±13,56) anos e 124 (68,51%) residiam na zona urbana. A maioria da amostra (90,87%) apresentou diagnósticos psíquicos dentro do capítulo 6 da classificação internacional de doenças de doenças (CID11), dos quais o transtorno de ansiedade generalizada e depressivo recorrente foram os mais prevalentes. Os psicotrópicos mais utilizados foram os psicolépticos (38,05%) e psicoanalépticos (31,36%) do nível 2 do sistema de anatomia terapêutica química (ATC). Dos participantes, 115 (63,54%) consideram que a medicação causa prejuízo em sua saúde bucal, 81,77% relataram xerostomia, 73,05% provável diagnóstico de bruxismo de vigília e 37,02% alterações em tecidos moles. A média de LCNC foi de 8,37, de CPO-D 14,42 e para o CPI, o escore mais prevalente foi o de bolsa profunda. Entre os 178 pacientes que concordaram em realizar o exame salivar, 83 (46,63%) apresentaram hipossalivação (fluxo menor que 0,7mL) e 89 (49,72%) tamponamento salivar normal. Conclusões: Conclui-se que os usuários crônicos de psicotrópicos apresentam efeitos colaterais desses fármacos, os quais influenciam negativamente no meio ambiente bucal. Deste modo, esses indivíduos necessitam de maior acesso à assistência odontológica e programas preventivos específicos.
Os cuidados institucionalizantes a pessoas idosas no Rio Grande do Norte
(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2021-01-29) Brito, Andiara Araújo Cunegundes de; Lima, Kenio Costa de; Mendes, Tamires Carneiro de Oliveira; https://orcid.org/0000-0002-5668-4398; http://lattes.cnpq.br/5835673385014578; http://lattes.cnpq.br/4617227809089179; Silva, Vanessa de Lima; Guimarães, Jacileide; https://orcid.org/0000-0003-4664-5886; http://lattes.cnpq.br/8942333851163376; Giacomin, Karla Cristina; Nunes, Vilani Medeiros de Araújo
As Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI) constituem uma modalidade assistencial de caráter domiciliar, coletivo e com cuidados longitudinais, destinada às pessoas com idade igual ou superior a 60 anos, com ou sem suporte familiar, onde elas devem viver em condição de liberdade, dignidade e cidadania. Entretanto, na história da institucionalização da velhice, as ILPI foram também conhecidas como asilos que se configuraram, por vezes, como espaços de exercício da caridade cristã e de amparo da pobreza individual e familiar, com regras para limitar e homogeneizar as atividades dos idosos abrigados, privando-os do convívio social e familiar, o que ainda hoje se observa em algumas ILPI. Nesse sentido, surgem indagações sobre os cuidados oferecidos, cuja reflexão incide no processo de manicomialização das pessoas idosas institucionalizadas. Objetivou-se analisar os cuidados oferecidos às pessoas institucionalizadas. Esta pesquisa possui abordagem mista, caráter descritivo e exploratório e foi realizada nas ILPI filantrópicas do Estado do Rio Grande do Norte, cadastradas no Sistema Único da Assistência Social (SUAS) e reconhecidas pela Vigilância Sanitária. O trabalho de campo foi realizado no primeiro semestre de 2019, através de roteiro de observação direta não participante, aplicação de questionários estruturados e entrevistas semiestruturadas com atores envolvidos no processo de trabalho das ILPI. A análise dos dados levantou aspectos que atravessam e condicionam os cuidados oferecidos aos residentes. Assim, as discussões estão organizadas em três capítulos, a saber: 1- Perfil das Instituições de Longa Permanência para Idosos e qualidade de vida dos residentes; 2- A institucionalização das pessoas idosas: entre cuidados curativos e cuidados alienantes; e, 3- Viver ou conviver? Desafios e possibilidades de cuidados às pessoas idosas nas Instituições de Longa Permanência. Portanto, a reflexão sobre os cuidados oferecidos nas ILPI evidencia uma descontinuidade no diálogo entre as redes de assistência social e de saúde, produzindo a necessidade de transformação no acolhimento de longa permanência dos idosos. As redes precisam se unir para um planejamento efetivo referente às políticas públicas de proteção aos idosos, evidenciando estratégias que supram as necessidades da sociedade brasileira em envelhecimento, por meio de serviços que ofereçam suporte aos cuidados longitudinais e promovam a desinstitucionalização de pessoas idosas das ILPI que tenham a possibilidade de voltarem a conviver no seu seio familiar e comunitário.
Edentulismo, uso e necessidade de prótese dentária e qualidade de vida de pessoas idosas residentes em instituições de longa permanência
(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2025-01-13) Siqueira, Allyne Costa; Calderon, Patrícia dos Santos; http://lattes.cnpq.br/7722422585349321; https://orcid.org/0009-0009-7475-3797; http://lattes.cnpq.br/4962610566082137; Mendes, Tamires Carneiro de Oliveira; http://lattes.cnpq.br/0917383175974279; Melo, Laércio Almeida de; http://lattes.cnpq.br/1200714412911872
Introdução: O crescimento da população idosa aumenta a demanda por cuidados bucais devido ao edentulismo, que afeta funções básicas e qualidade de vida. Próteses removíveis são soluções acessíveis, mas frequentemente inadequadas em idosos institucionalizados, tornando essencial avaliar a prevalência do edentulismo e a necessidade de próteses convencionais. Objetivo: O estudo avalia a prevalência do edentulismo, as condições das próteses em uso (PPRs/PTs) e o impacto da saúde bucal na qualidade de vida de pessoas idosas residentes em Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI) filantrópicas nos municípios de Natal e Macaíba. Materiais e métodos: O estudo do tipo quantitativo, descritivo e observacional, com aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa. A amostra incluiu seis ILPIs de Natal e Macaíba, com amostra de 121 pessoas idosas. Os dados foram tabulados com o Excel e analisados com SPSS 20.0, aplicando testes estatísticos Qui-Quadrado e correlação de Spearman, com p≤0,05. Resultados: A pesquisa avaliou 121 pessoas idosas em ILPIs, com idade média de 77,12 ± 9,0 anos, onde 98,3% dos participantes eram endêntulos, sendo 46,3% edêntulos totais e 25,6% parciais. A maioria não usava prótese (50,4%) e, entre os usuários, 55,9% usavam próteses há mais de 10 anos. Não foi encontrada correlação significativa entre a qualidade de vida e o tempo de edentulismo, o tempo de residência em ILPI ou o uso de prótese. Complicações mecânicas nas próteses incluíram ausência de retenção e suporte deficiente. Conclusão: O estudo aponta alta taxa de edentulismo em pessoas idosas de ILPIs e reforça a necessidade de reabilitação, cuidados em saúde bucal nas ILPIs.
Educação no trabalho em saúde: um olhar sobre a participação dos trabalhadores da saúde nas ofertas formativas da Escola de Saúde Pública do Rio Grande do Norte
(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-10-07) Carvalho, Letícia Abreu de; Guerra, Eliana Costa; Mendes, Tamires Carneiro de Oliveira; http://lattes.cnpq.br/4235304768982007; http://lattes.cnpq.br/3085455492399507; Noro, Luiz Roberto Augusto; Sobreira, Maura Vanessa Silva
As atividades formativas em saúde consistem em estratégias de educação direcionadas aos trabalhadores da saúde, a fim de suscitar reflexões e ações transformadoras nos ambientes de trabalho, por meio de Políticas, Programas, Projetos e Ações desenvolvidos nos serviços de saúde em resposta às necessidades das populações e às características epidemiológicas de cada território. A pesquisa em tela objetivou analisar a participação dos profissionais da saúde nas atividades formativas desenvolvidas pela Escola de Saúde Pública do Rio Grande do Norte (ESPRN). Trata-se de um estudo descritivo, exploratório, corte seccional, de abordagem qualitativa e quantitativa caracterizado como pesquisa avaliativa. Os dados foram coletados por meio da aplicação de questionários e entrevistas, no período de janeiro a março de 2024. Os dados quantitativos foram analisados de forma descritiva (frequências absolutas e relativas) com o auxílio do software Google Planilhas, enquanto as entrevistas foram analisadas segundo a metodologia da Análise de Conteúdo. Observou-se que, em sua maioria, os trabalhadores que participam das atividades educativas são do sexo feminino, com faixa etária de 30 a 39 anos, tempo de serviço de 1 a 5 anos, com vínculo estatutário, especialistas, jornada de trabalho de 30 horas. Esses são motivados pela necessidade de atualização dos conhecimentos e das práticas; continuidade dos estudos; troca de experiências; melhoria salarial e Plano de Cargos, Carreiras e Salários; cumprimento de requisitos regulatórios; melhoria na prestação de serviços e satisfação. Todavia, há uma alta taxa de evasão nas atividades formativas decorrente de carga horária de trabalho excessiva; falta de tempo; dificuldade de conciliar trabalho e estudo; desorganização no processo de trabalho e não liberação do trabalhador pelas chefias; dificuldades logísticas e no uso das tecnologias da informação e comunicação. Este estudo intenciona contribuir para o desenvolvimento do Plano Estadual de Educação Permanente em Saúde (PEEPS), instrumento básico que orienta a definição da Programação Anual das ações de Educação Permanente nos serviços de saúde e assim, colaborar com o aumento da participação e diminuição da evasão nas atividades formativas.
Fatores associados à multimorbidade e funcionalidade em pessoas idosas residentes na zona rural: um estudo de base populacional baseado na Estratégia Saúde da Família
(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2023-03-20) Alexandrino, Arthur; Lima, Kenio Costa de; https://orcid.org/0000-0002-5668-4398; http://lattes.cnpq.br/5835673385014578; https://orcid.org/0000-0001-5817-4335; http://lattes.cnpq.br/0152435034946468; Nogueira, Matheus Figueiredo; Mendes, Tamires Carneiro de Oliveira
Introdução: O envelhecimento populacional é apontado como uma realidade mundial, o que reflete o aumento da longevidade da população. Atrelado a isso, observa-se um aumento no número de doenças crônicas não transmissíveis, bem como o aumento do declínio da capacidade funcional das pessoas idosas, sobretudo, nas que residem em área rural. Objetivos: investigar a prevalência de multimorbidade e declínio funcional de pessoas idosas residentes na zona rural de um município de pequeno porte da região Nordeste; identificar os fatores sociodemográficos, comportamentais e clínicos-terapêuticos associados à multimorbidade e à funcionalidade de pessoas idosas residentes na zona rural; construir um perfil de multimorbidade e funcionalidade de pessoas idosas residentes em zona rural; e identificar e mapear o que se tem na literatura acerca da multimorbidade em pessoas idosas residentes em área rural. Método: trata-se de uma investigação epidemiológica do tipo observacional e transversal, com abordagem quantitativa, bem como realizou-se uma revisão de escopo guiada pela recomendação do Institute Reviewer’s Manual (JBI) acerca da multimorbidade em pessoas idosas da zona rural. Procedeu-se uma análise descritiva e quantitativa dos dados (univariada), utilizando medidas simples de frequência absoluta e relativa, além de medidas de tendência central como média e desvio-padrão, por meio do software IBM SPSS versão 25.0. Na estatística bivariada, os dados foram analisados através do teste de Qui-quadrado e na análise multivariada utilizou-se a regressão de Poisson através do software Stata versão 14.0, sendo considerado como significativo quando o p-valor < 0,05 para ambas as análises. Resultados: A maior parte dos idosos apresentaram multimorbidade (54,2%). Quanto à funcionalidade, cerca de (7,5%) dos indivíduos apresentaram dependência total para as atividades básicas de vida diárias (ABVD) e (37,5%) para as atividades de vida instrumentais (AIVD). Observou-se que a multimorbidade está associada ao sexo feminino (p<0,001), idade ≥70 anos (p=0,018), sobrepeso (p<0,001), acesso a água tratada e encanada (p=0,041), histórico de tabagismo (p=0,002), não consumir álcool (p=0,001), dor crônica (p<0,001), utilização do hospital como 1ª opção de serviço de saúde (SS) (p=0,005) e busca por consulta médica em até um ano (p<0,001). Para as ABVD houve significância entre as variáveis: idade ≥80 anos (p=0,005), não trabalhar (p=0,002), polifarmácia (p=0,019) e não ter transporte para ir aos SS (p=0,028). Para as AIVD houve significância entre as variáveis: idade ≥70 anos (p<0,001), baixo nível de escolaridade (p=0,018), não praticar atividade física (p=0,006), ir aos SS com acompanhante (p<0,001), ter doença cardíaca isquêmica (p=0,026), incontinência urinária (p=0,008) e demência (p=0,008). A revisão apontou à multimorbidade como um problema de saúde na zona rural e que os idosos que residem nesses locais e que apresentam essa condição de saúde se mostraram mais propensos a apresentarem distúrbios psicológicos, dor/desconforto, pior qualidade de vida, pior autoavaliação da saúde, mais frágeis ou risco de fragilidade, maior ideação e planos suicidas, padrões de multimorbidade, fatores associados, condições crônicas mais prevalentes e a divisão quanto a classificação de multimorbidade segundo a quantidade de doenças. Conclusão: O estudo permitiu identificar a prevalência da multimorbidade e declínio funcional das pessoas idosas que residem em área rural, bem como identificou os fatores que interferem nesses dois desfechos. Além disso, a revisão de escopo permitiu identificar e mapear o que se tem na literatura acerca da multimorbidade em pessoas idosas da zona rural. Dessa forma, espera-se que com os resultados encontrados, o acesso aos serviços e a assistência à saúde da população idosa residente da zona rural seja fortalecido. A partir dos achados encontrados, a gestão, os profissionais de saúde, pesquisadores, cuidadores, familiares, o público envelhecente, assim como o próprio idoso e demais interessados devem buscar formas de mudar esse cenário de modo a prevenir esses agravos, promover ações de saúde para manutenção da saúde etc.
Fatores de risco para o declínio da mobilidade durante a caminhada em idosos institucionalizados
(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2022-06-03) Araújo, José Rodolfo Torres de; Lima, Kenio Costa de; https://orcid.org/0000-0002-5668-4398; http://lattes.cnpq.br/5835673385014578; https://orcid.org/0000-0002-4257-6927; http://lattes.cnpq.br/9860198740160829; Medeiros, Arthur de Almeida; Gazzola, Juliana Maria; https://orcid.org/0000-0002-9333-1831; http://lattes.cnpq.br/5826842469212021; Mendes, Tamires Carneiro de Oliveira; Freitas, Yan Nogueira Leite de
A mobilidade durante a caminhada representa uma necessidade humana básica indispensável à manutenção da qualidade de vida e quando prejudicada necessita de suporte multiprofissional. O presente estudo objetivou identificar a prevalência das limitações da mobilidade e fatores associados e analisar a trajetória das mudanças na mobilidade durante a caminhada (ou seja, manutenção, recuperação ou declínio) de idosos institucionalizados e verificar a incidência e os fatores de risco para o declínio da mobilidade. Foram realizados dois estudos, o primeiro transversal com uma amostra de 305 idosos e o segundo um estudo longitudinal, do tipo coorte prospectiva, com uma amostra de 358 idosos na linha de base, desenvolvido ao longo de dois anos em dez instituições de longa permanência para idosos (ILPI) do município do NatalRN, nordeste do Brasil. Nos dois estudos a mobilidade foi avaliada por meio do item “andar” do Índice de Barthel. Foram usados o teste qui-quadrado (primeiro e segundo estudo), regressão logística múltipla (primeiro estudo) e regressão de Poisson (segundo estudo). A regressão logística múltipla e de Poisson foram usadas para construir um modelo múltiplo. O primeiro estudo identificou uma prevalência de limitação de mobilidade em idosos de 65,6% (intervalo de confiança de 95% [IC], 59,6- 70,4), sendo associada com a desnutrição/risco de desnutrição (1,86, IC 95%, 1,54 - 2,26, P <0,001) e idade ≥81 anos (1,35, IC 95%, 1,12 - 1,63, P = 0,002). O segundo estudo apontou que a incidência de declínio da mobilidade foi de 10,6% (IC 95%: 7,4 – 13,8) em 12 meses e 37,7% (IC 95%: 18,0 – 40.0) em 24 meses. Os fatores preditores de risco ao declínio foram: idade ≥83 anos (RR: 1.58; IC 95%: 1.25 – 2.02; p<0,001) e hospitalização (RR: 3.16; IC 95%: 1.55 – 6.45; p=0,002). A taxa de manutenção da mobilidade foi de 31,8% (IC 95%: 31,8 - 42,9), com 12 meses e 23,2% (IC 95%: 26,8 – 38,5) em 24 meses, e a taxa de melhora, 2,5% (IC 95%: 1,0 – 5,0) e 1% (IC 95%: 0,2 - 2,6), com 12 e 24 meses, respectivamente. Conclui-se que a limitação da mobilidade teve alta prevalência entre os idosos residentes em ILPI no Brasil e se associou à idade avançada e ao estado nutricional deficiente. Já a trajetória da mobilidade durante a caminhada de idosos institucionalizados no nordeste do Brasil foi dinâmica (ou seja, aumento da incidência de declínio da mobilidade após 24 meses) e associada à idade avançada e hospitalização.
Influência das mudanças de governo nas políticas nacionais de Atenção Básica (PNAB) sobre os indicadores de saúde bucal: um estudo ecológico
(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-12-18) Gonçalves, Dayene Dias Barbalho; Ferreira, Maria Angela Fernandes; 0000-0002-6142-948X; Mendes, Tamires Carneiro de Oliveira; Santos, Sophia Queiroz Marques dos
Introdução: A Política Nacional de Saúde Bucal (PNSB) foi fundamental para expandir a oferta de serviços odontológicos na atenção básica, mas sofreu alterações com as diferentes Políticas Nacionais de Atenção Básica (PNAB) implementadas no período de 2011 a 2023. Objetivo: Avaliar a influência das mudanças de governo nas PNABs sobre a atenção à saúde bucal nas Unidades de Saúde da Atenção Básica do município de Natal, Rio Grande do Norte e Região Nordeste, no período de 2014 a 2023. Metodologia: Trata-se de um estudo ecológico longitudinal, com dados de saúde bucal de Natal, Rio Grande do Norte e Região Nordeste. A coleta de dados foi realizada através do Sistema de Informações da Atenção Básica (SIAB), onde foram captadas indicadores da Cobertura de Equipes de Saúde Bucal, Acesso ao Atendimento Odontológico e o Índice de Resolutividade. As séries temporais foram examinadas por meio de análises descritivas e testes estatísticos, como regressão linear e Mann-Kendall, com significância de 5% (p < 0,05). Resultados: Foi evidenciado o aumento exponencial do acesso e resolutividade em 2015 para o NE (159% e 252%, respectivamente), RN (122%, 237%, respectivamente) e Natal (101,1% e 822%, respectivamente). Ao longo do período, a cobertura das equipes de saúde bucal cresceu significativamente apenas no Nordeste (3,9%). Quanto ao acesso e resolutividade, todos os três territórios tiveram quedas significativas (p<0,05), sendo mais acentuada durante a pandemia, mas com leve recuperação nos anos de 2022 e 2023. Conclusão: As mudanças nas PNABs ao longo do tempo impactaram de forma significativa os indicadores analisados. Enquanto a PNAB de 2011 promoveu expansão das ESB, a de 2017 trouxe flexibilizações que comprometeram a cobertura e a resolutividade. Por outro lado, as versões mais recentes, como a PNAB de 2023, reforçam a importância da saúde bucal na atenção básica (AB), mas enfrentam desafios relacionados ao financiamento insuficiente e à distribuição desigual das equipes.
A percepção de estudantes de odontologia sobre o portfólio reflexivo
(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-06-14) Oliveira, João Paulo Nascimento de; Rodrigues, Maísa Paulino; https://orcid.org/0000-0003-2275-4703; http://lattes.cnpq.br/3535935637398553; Mendes, Tamires Carneiro de Oliveira; https://orcid.org/0000-0002-7254-4096; http://lattes.cnpq.br/0917383175974279; Guerra, Eliana Costa; http://lattes.cnpq.br/4235304768982007
Este estudo evidencia a percepção de estudantes do curso de odontologia, que cursam o componente curricular Saúde e Cidadania na Universidade Federal do Rio Grande do Norte sobre a utilização do portfólio, no componente curricular SACI. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, onde os dados foram obtidos por meio de entrevistas com o uso da técnica de grupo focal junto a 21 alunos matriculados no curso de Odontologia. O material capturado nas entrevistas foi analisado pela análise de conteúdo proposta por Bardin. Após uma leitura em profundidade, das entrevistas, foram definidas as categorias temáticas: compreensão sobre portfólio; construção do conhecimento; portfólio como instrumento de avaliação. Os estudantes compreendem o portfólio como um instrumento de aprendizagem importante, uma vez que este, possibilita a reflexão crítica por meio das vivências nos equipamentos sociais, a ressignificação de conceitos e ampliação da visão de mundo. A percepção dos estudantes é de que o portfólio se constitui como ferramenta potente e inovadora para a formação profissional por ser dialógico e interativo, fundamental para o acompanhamento/avaliação do processo ensino-aprendizagem.
Perfis da mortalidade de idosos no Nordeste: estudo comparativo entre três faixas etárias e seus fatores contextuais relacionados
(2018-03-27) Mendes, Tamires Carneiro de Oliveira; Lima, Kenio Costa de; ; ; Montilla, Dalia Elena Romero; ; Barbosa, Isabelle Ribeiro; ; Eulálio, Maria do Carmo; ; Nunes, Vilani Medeiros de Araújo;
A população idosa cresce aceleradamente e revela uma variabilidade de características que se refletem em diferentes níveis de saúde. Para que as políticas públicas atendam de forma eficaz às novas demandas, faz-se essencial conhecer a real situação de saúde, sendo as estatísticas de mortalidade um importante instrumento para a produção de bases objetivas para tal. Nesse sentido, o presente estudo, do tipo ecológico, propõe-se a analisar o perfil da mortalidade de idosos nos municípios da região Nordeste no período de 2001 a 2015, bem como identificar os fatores socioeconômicos contextuais relacionados. A população idosa foi analisada sob a perspectiva da sua heterogeneidade, dividindo-a em: 60 a 69 anos (idosos mais jovens ou sexagenários), 70 a 79 anos (septuagenários) e 80 anos ou mais de idade (longevos). A partir de dados oriundos do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IGBE), as causas de óbito, segundo capítulo CID-10, foram medidas por meio da Mortalidade Proporcional (MP) para a análise descritiva da região Nordeste como um todo e através do Coeficiente de Mortalidade Específico por Idade (CMId) para o delineamento dos perfis da mortalidade dos municípios. Dados do IBGE, Programa das Nações Unidas (PNUD) e Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) foram resumidos pela Análise de Componentes Principais para todo o contexto brasileiro e, em seguida, nos municípios nordestinos. Os grupos (clusters) de municípios com perfis da mortalidade similares foram definidos por meio da Análise de Conglomerados não Hierárquicos do tipo K-means, sendo comparados entre si e com os índices socioeconômicos através dos testes t de Student, Mann-Whitiney, ANOVA ou Kruskal-Wallis, em função do número de grupos e da distribuição dos dados, ao nível de significância de 5%. Ademais, realizou-se a distribuição espacial exploratória dos achados. No período investigado, foram registrados 2.461.383 óbitos em idosos no Nordeste, sendo 44,2% destes correspondentes aos longevos, 31,4% aos septuagenários e 24,4% aos sexagenários. A maior parte dos óbitos ocorreu no ambiente hospitalar (55,5%), entre indivíduos do sexo masculino (50.8%), de raça/cor parda (49,0%), casados (37,1%) e sem nenhum ano de estudo (34,5%). Quanto às causas de morte, as doenças cardiovasculares detêm a maior carga de óbitos (35,8%), seguida das causas mal definidas (15,4%) e das neoplasias (13,1%). Na Análise de Conglomerados, formaram-se cinco clusters para o segmento de sexagenários (Alta carga de neoplasias, Alta carga de causas mal definidas, Baixa cobertura, Perfil de taxas intermediárias e Alta mortalidade e bom registro), três para os septuagenários (Maior qualidade de informações, Baixa cobertura e causas mal definidas e Perfil de baixa cobertura) e dois clusters para os longevos (Doenças cardiovasculares e causas mal definidas e Baixa cobertura e causas mal definidas). Foram construídos os Índices de Privação e de Ruralidade para os municípios do Brasil e, para o Nordesde, Contexto socioeconômico favorável, Pouca escolaridade e maior assistência do Estado, e Urbanização e seus reflexos, sendo este o fator mais importante para a discriminação dos municípios nordestinos. A análise bivariada evidenciou que níveis satisfatórios dos determinantes socioeconômicos contextuais estão relacionados a padrões de mortalidade mais próximos das características modernas de transição epidemiológica, além de maior qualidade do SIM, sendo tal influência maior nos idosos mais jovens. Depreende-se que os idosos longevos se diferenciam dos outros grupos de idosos, com padrões de mortalidade mais homogêneos, mais afetados pela qualidade do SIM e menos influenciados pelos fatores socioeconômicos contextuais. Por fim, o estudo permitiu identificar municípios prioritários, agrupados nos perfis sanitários mais desfavoráveis, para o Planejamento em Saúde, devendo-se considerar o contexto socioeconômico, especialmente o nível de urbanização, para a redução das iniquidades em saúde.
Práticas alimentares no primeiro ano de vida: desafios para as políticas de alimentação e nutrição
(Revista Paulista de Pediatria, 2020) Lyra, Clélia de Oliveira; Tinôco, Lorena dos Santos; Mendes, Tamires Carneiro de Oliveira; Freitas, Yan Nogueira Leite de; Silva, Adriana Souza da; Souza, Ana Maria Silva; Ferreira, Maria Ângela Fernandes
Objetivo: Avaliar as práticas alimentares em menores de um ano de idade, de acordo com as políticas de alimentação e nutrição. Métodos: Estudo transversal descritivo, com dados secundários da Chamada Neonatal no Estado do Rio Grande do Norte. A amostra analisada foi de 837 pares mãe/filho menor de um ano de idade, e observou-se a prevalência de dados do Aleitamento Materno Exclusivo (AME), na primeira hora de vida, parcial e total, assim como dos alimentos ingeridos pelas crianças nas últimas 24 horas anteriores à entrevista. Por meio da análise de probitos, estimaram-se as probabilidades de consumo dos alimentos por idade da criança, em dias. Resultados: A prática de aleitamento na primeira hora de vida foi relatada por 64,8% (IC95% 62,4–70,8) das mães entrevistadas e, ao final do primeiro ano de vida, 60% (IC95% 56,41–63,07) das crianças ainda estavam sendo amamentadas. A mediana de aleitamento exclusivo foi de 63 dias (IC95% 60–67). Água ou chá, alimentos lácteos, frutas, legumes e verduras foram introduzidos precocemente, com medianas menores que 180 dias. Observou-se por análise de probitos que o consumo de leite materno tendeu a diminuir e o de alimentos a aumentar, de acordo com a idade da criança, com aumento exponencial do grupo “alimentos não saudáveis”. Conclusões: Apesar de a maioria das crianças ser amamentada até um ano de vida, poucas estavam em aleitamento exclusivo. Alimentos foram introduzidos precocemente, com aumento do consumo dos não saudáveis, resultando em inadequação da qualidade alimentar frente ao preconizado pelas políticas públicas de alimentação e nutrição
Saúde digital e qualidade do cuidado primário domiciliar para pessoas idosas: um protocolo de scoping review
(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2023-03-21) Silva, Ísis de Siqueira; Uchoa, Severina Alice da Costa; https://orcid.org/0000-0002-2531-9937; http://lattes.cnpq.br/8414233332373275; https://orcid.org/0000-0002-2403-2504; http://lattes.cnpq.br/7371292202164466; Sousa, Cláudia Santos Martiniano; Moioli, Renan Cipriano; Mendes, Tamires Carneiro de Oliveira
A atenção primária domiciliar tem se expandido, acompanhando o aumento da população idosa e a necessidade de responder à maior demanda de suas condições crônicas e fragilidades de saúde. Neste nível de atenção, à saúde digital é considerada uma importante ferramenta para melhoria do cuidado, cuja expansão teve maior impulso com a pandemia da COVID-19 e subsequentes medidas de isolamento/distanciamento social, para esse grupo considerado de risco para complicações e internações em decorrência da COVID-19. O objetivo deste estudo é elaborar um protocolo de revisão de escopo para identificar, mapear e avaliar os usos e os impactos da saúde digital na qualidade do cuidado primário domiciliar em saúde para pessoas idosas em diferente regiões do mundo. Trata-se de um protocolo de revisão de escopo, desenvolvido na perspectiva teórica de Arksey e O’malley, com atualizações de Levac; Peters e respectivos colaboradores. Será baseado no manual do Joanna Briggs Institute e guiado pelo Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses Extension for Scoping Reviews (PRISMA-ScR). Os dados da literatura branca serão extraídos de bases multidisciplinares de saúde como: Biblioteca Virtual em Saúde, LILACS, PubMed, Scopus, Web of Science, CINAHL e Embase. A literatura cinza será pesquisada por meio do Google Scholar, Open grey, “Gray Matters: uma ferramenta prática para pesquisar literatura cinza relacionada à saúde”, ProQuest Dissertations and Theses Global and Preprints for Health Sciences [medRXiv]. Nenhum limite de data ou restrição de idioma será determinado. Os dados quantitativos serão analisados através de estatística descritiva e os dados qualitativos por meio de análise temática. Os resultados da revisão versarão sobre impactos, desafios, oportunidades e lacunas encontrados nas publicações relacionadas ao uso de tecnologias digitais na atenção primária domiciliar para pessoas idosas. Será realizada uma consulta aos stakeholders para sugestões sobre outras estratégias de divulgação dos resultados, além daquela em periódicos e eventos científicos, assim como sobre aplicabilidade do estudo. A organização deste protocolo aumentará o rigor metodológico, a qualidade, a transparência e a precisão da revisão de escopo, reduzindo o risco de viés. Como contribuição, espera-se que a revisão possa trazer aos gestores e cuidadores subsídios relevantes para melhoria do cuidado domiciliar primário por meios digitais como uma política pública de saúde.
Spatial inequality of dental caries in the Brazilian territory
(FapUNIFESP (SciELO), 2019) Machado, Flávia Christiane de Azevedo; Cruz, Rayanne Karina Silva; Freitas, Yan Nogueira Leite de; Mendes, Tamires Carneiro de Oliveira; Silva, Janmille Valdivino da; Rodrigues, Maisa Paulino; Ferreira, Maria Angela Fernandes; https://orcid.org/0000-0003-1587-2664
Abstract: The distribution of harms to health varies spatially determined by the socioeconomic conditions of the environment. This research aimed to assess the spatial distribution of dental caries in 12-year-old children and their correlation with socioeconomic indicators in Brazilian states. The sample of this ecological study comprised all the 26 Brazilian states and the Federal District. Thematic and correlation maps were constructed in order to assess the spatial dependency, as well as the correlation between dental caries and socioeconomic factors. The results showed that the states with the worst DMFT indexes were located in the north and northeast, showing spatial autocorrelation. These regions also had the worst results for the following variables: poverty, illiteracy, education, and income. The bivariate analysis showed that household income and education level had negative spatial correlation with the DMFT index, while illiteracy and poverty rates showed positive correlation. Despite advances in the decline of DMFT index in recent years, there is still an inequity in the distribution of the caries disease

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