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Tese Análise argumentativa do discurso acadêmico a partir de representações discursivas da literatura de cordel em dissertações de mestrado(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2021-02-26) Silva Neto, Antônio Loureiro da; Muniz, Cellina Rodrigues; ; ; http://lattes.cnpq.br/6738684963549257; Grangeiro, Cláudia Rejanne Pinheiro; ; Pereira, Francisco Afrânio Câmara; ; Costa, Lucilene Soares da; ; Campos, Sulemi Fabiano;A literatura de cordel, também conhecida no Brasil como literatura de folhetos nordestina, dentre outras denominações, com sua função, valores, demandas, características e história vem sendo objeto de estudos publicados em artigos, dissertações de mestrado e teses de doutorado. Em tais estudos são construídas ou renovadas argumentativamente algumas representações discursivas do cordel. Assim, nesta tese de doutorado, queremos analisar essas representações a partir das estratégias argumentativas e mecanismos de persuasão presentes em dissertações de mestrado. Queremos encontrar respostas para as seguintes perguntas: a) Que expressões linguísticas dos textos examinados concorrem para a construção dessas representações discursivas do cordel? b) Que estratégias e mecanismos de persuasão são utilizados na construção dessas representações? c) Que representações discursivas do cordel surgem dos textos examinados e como elas se articulam para revelar a face do cordel no discurso acadêmico? Com base no objetivo geral e nas perguntas elaboradas, temos os seguintes objetivos específicos: i) identificar os elementos linguísticos que concorrem para a formação das representações discursivas do cordel no discurso acadêmico; ii) discorrer sobre os mecanismos de persuasão utilizados pelos pesquisadores nos processos de construção dessas representações e iii) analisar cada uma das representações resultantes do processo de investigação do discurso acerca do cordel. Para tanto, escolhemos um corpus formado por 65 excertos textuais retirados de 24 dissertações de mestrado. Daqui reunimos 12 grupos de representações discursivas para análise. A base teórica inclui autores como Abreu (1993; 1999; 2006); Bakhtin (2017); Compagnon (2014); Eagleton (2006); Certeau (1995); Luciano (2012); Oliveira, (2012); Cascudo (1953) e autores pertencentes ao quadro do discurso retórico como Aristóteles (2005; 2016), Perelman & Tyteca (2005) Reboul (2000), Fiorin (2015) e outros. Ademais, contamos com Bronkart (1999), Silva (2015) e Bezerril at al (2015). Os resultados indicam que o discurso acadêmico descreve o cordel como uma arte poética de cunho popular que se renova e sobre a qual incidem diversos olhares nem sempre favoráveis. Há também inúmeras possibilidades de análise ao tema considerando-o ora como instrumento de reivindicação social e política, ora como veículo de transmissão de valores educativos úteis aos processos pedagógicos, etc... Há quem o defenda por suas qualidades intrínsecas de resistência aos modelos intelectuais em vigor valorizando sua capacidade de influenciar a literatura hegemônica, o teatro, o cinema e a televisão. É, pois, a partir desse caldo de impressões que os pesquisadores universitários contribuem para construir ou renovar as representações discursivas do cordel. Quanto à argumentação no discurso, pudemos perceber certa semelhança nos modos de proceder argumentativamente. Tal fato se verifica na escolha dos acordos com o auditório imaginado, nas estratégias e movimentos argumentativos de concordância com as teses levantadas. Análogo processo se dá quanto aos mecanismos enunciativos pragmáticos. Entretanto, no tocante à defesa de algumas dessas representações discursivas, os pesquisadores parecem menos incisivos naquilo que defendem admitindo olhares mais variados e menos assertivos, como acontece com alguns grupos de representação analisados. Com este estudo tentamos contribuir com aqueles que valorizam os estudos acadêmicos em torno desse objeto e querem tornar mais claro o valor, a função e a importância do cordel no Brasil.Tese Antes o mundo não existia: o livro da outra origem do mundo(2018-07-30) Lima, Carlos Emílio Barreto Corrêa; Lima, Tânia Maria de Araújo; ; ; Pires, André Monteiro Guimarães Dias; ; Viana, Carlos Augusto Pereira; ; Muniz, Cellina Rodrigues; ; Costa, Maria de Fátima Batista;Reconceituar, a partir de um estudo do primeiro livro escrito por índios no Brasil, a cosmogonia Antes o Mundo não existia, dos “autores” desãna Umúsin Panlõn Kumu e Tolamân Kenhíri (1980 e 1995) do noroeste amazônico brasileiro, as noções de literatura, escrita, texto, literariedade, gêneros literários, língua, autoria, símbolo, mito, signo, poesia, música, ritual, História, religião, ciência, tradição, superstição, inconsciente, arquétipo, representação, suporte, performance, ficção, oralidade e estrutura narrativa a partir da reconfiguração ampla do conceito de paisagem, canto, local , ambiente natural e território. Esse estudo aprofunda e reconfigura através da literatura e de seus conceitos completamente alterados e transformados por esta cosmogonia também a própria noção de geografia pois o “livro” aqui em questão é uma obra-paisagem total atuante orquestralambi-Ente.TCC A autoria feminina norte-rio-grandense na imprensa jornalística: uma análise discursiva a partir das Edições Clima(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2025-01-09) Moura, Anna Biatrys; Muniz, Cellina Rodrigues; https://orcid.org/0000-0002-7180-1994; http://lattes.cnpq.br/3344414293603633; https://orcid.org/0009-0006-0303-2245; http://lattes.cnpq.br/9087647278307954; Santos, Derivaldo dos; https://orcid.org/0000-0002-7001-8578; http://lattes.cnpq.br/8615666365895204; Dunder, Mauro; https://orcid.org/0000-0002-2855-4764; http://lattes.cnpq.br/5823862599362727O trabalho investiga as representações da autoria feminina norte-rio-grandense no domínio jornalístico, a partir da pesquisa originária "As Edições Clima (1978-1997): uma abordagem discursiva", que mapeou cerca de 195 publicações da editora Clima. Realizando um recorte de gênero no corpus da pesquisa, foram observadas 32 produções literárias de autoria feminina. Fundamentado na Análise do Discurso e nos estudos de gênero, o estudo utiliza as noções de campo literário (Maingueneau, 2015), autoria (Foucault, 2006) e representação midiática (Charaudeau, 2013; Lauretis, 2019; Coulumb-Gully, 2014). A metodologia envolveu análise documental das publicações literárias e das notas disponíveis na Hemeroteca Digital da Fundação Biblioteca Nacional. Os resultados demonstram que as representações discursivas são atravessadas por estereótipos de gênero, frequentemente mediadas por figuras masculinas e referências familiares, mas também apontam tensões com processos de legitimação no campo literário. Essas representações refletem práticas históricas e culturais que tanto limitam quanto ampliam as possibilidades de agência feminina. O trabalho contribui para a expansão dos estudos sobre literatura potiguar e os modos como se constroem as representações da autoria feminina no discurso midiático.Tese Axé instagramável?: discurso, subjetividades e resistências de comunidades tradicionais de terreiro de Assú/RN no Instagram(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2025-03-31) Freire, Alan Eugênio Dantas; Silva, Marluce Pereira da; http://lattes.cnpq.br/4336488144820355; Muniz, Cellina Rodrigues; Melo Júnior, Orison Marden Bandeira de; https://orcid.org/0000-0002-7592-449X; http://lattes.cnpq.br/1809881374621615; Bezerra, Josenildo Soares; Tavares, Edgley Freire; Silva, Francisco Vieira daNo Brasil, os discursos produzidos em torno da fé nas redes sociais digitais chamam a atenção para o entrave de crenças, construído sob a estigmatização de religiões não-cristãs. No Instagram, as interações denunciam costumes da velha diáspora, a partir do estigma que elabora práticas de racismo religioso no ciberespaço. Percebe-se, no entanto, o levante de discursos que sinalizam a afirmação dos povos de terreiro no reconhecimento e propagação das identidades negras e indígenas fundantes no culto aos ancestrais, contrariando a ordem dos condenados da terra. E dessa forma indagamos: como as materialidades discursivas das comunidades tradicionais de terreiro de Assú/RN produzem subjetividades e resistências em sua presença no Instagram? O objetivo geral desta pesquisa consiste em analisar como essas materialidades discursivas produzidas por comunidades tradicionais de Candomblé, Jurema, Umbanda e Quimbanda de Assú, no Rio Grande do Norte, veiculadas no Instagram, inscrevem a produção de subjetividades outras e a ressignificação da presença em contexto digital. Metodologicamente, esta pesquisa está amparada pelo paradigma qualitativo-interpretativista, inserido no âmbito dos Estudos da Linguagem, com foco em uma Linguística Aplicada indisciplinar, por meio de um debate interseccional, ancorando-se ainda na análise do discurso proposta por Foucault, na análise do discurso digital proposta por Marie-Anne Paveau, bem como das discussões desenvolvidas pelos Estudos Culturais, especialmente os dedicados à temática das religiões de matriz afro-ameríndia. Como objetos de investigação, selecionamos seis perfis públicos de comunidades tradicionais de terreiro assuenses no Instagram. Como materialidades discursivas para análise, elencamos a bio do perfil, as métricas do tráfego na rede social (como número de seguidores, publicações e engajamento), postagens publicadas no feed (abarcando reels, repostagens e carrossel de imagens), com imagem/vídeo e descrição, bem como os comentários lançados na rede. Os resultados sugerem modos de subjetivação que foram agrupados em três dimensões de análise: a) a circulação do culto e do espaço; b) a participação na dinâmica da cidade; c) o orgulho do pertencimento como forma do cuidado de si no Instagram. Tais modos de subjetivação tanto reterritorializam o Instagram quanto inscrevem outras formas possíveis de vida em Assú. A presença dos povos de terreiro no Instagram revela a produção de resistências, valendo-se das estratégias dos tecnodiscursos para inscreverem a outridade de suas manifestações, a despeito dos racismos algorítmico e religioso que compõem a dinâmica online de interação no projeto colonial.Dissertação A carnalalização em O Dia das Moscas: romance de maus costumes(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2018-08-10) Morais, Alana Helena de; Muniz, Cellina Rodrigues; ; ; http://lattes.cnpq.br/8597562481927896; Santos, Derivaldo dos; ; Flores, Maria da Conceição Crisostomo de Medeiros Gonçalves Matos;O escritor Norte-rio-grandense Nei Leandro de Castro, em seu primeiro romance O dia das moscas: romance de maus costumes, lançado originalmente em 1983 e reeditado em 2008, toma para si a incumbência de contar, pela veia do humor a história da fundação da nação potiguar. O autor traz a índia Hosana e o caçador Cançado para abrir essa história através de uma narrativa regional, enviesada por diálogos com outros textos. Selecionado esse corpus, buscamos verificar a presença de elementos da cosmovisão carnavalesca, com vistas à transitividade e à pluralidade dos discursos que enviesam todo o percurso do romance. Metodologicamente, este trabalho se caracteriza por ter cunho qualitativo-interpretativista e é fundamentado pelo conceito de carnavalização de BAKHTIN (1981; 2010a; 2008; 2010b) os resultados da análise apontam para comunicabilidade com discursos que circulam socialmente, como: o da esfera religiosa, da tradição e da cultura popular, assim como o destronamento do discurso canônico através do diálogo com a obra Iracema (2013), de José de Alencar.Tese A constituição da autoria do gênero discursivo charge: um estudo com chargistas potiguares(2017-12-11) Ferreira, Jociane da Silva Luciano; Muniz, Cellina Rodrigues; ; ; Alves, Maria da Penha Casado; ; Bezerra, Josenildo Soares; ; Morais Neto, João Batista de; ; Costa, Nelson Barros da;Nesta tese, ocupamo-nos em realizar uma análise descritivo-interpretativa da noção de autoria em charges potiguares, a partir de determinadas categorias analíticas, que são: os posicionamentos discursivos que os autores-chargistas assumem em determinados lugares sociais; os traços de estilo que estão presentes nas charges e podem gerar determinados efeitos de sentido e humor; os ritos de escrita e produção que marcam determinado autor, e as regularidades discursivas que estão presentes nas charges que compõem nosso trabalho. Para tanto, utilizamos os pressupostos teórico-metodológicos da Análise do Discurso Francesa para a realização desta pesquisa. No que compreende a noção de autoria, baseamo-nos nas leituras aportadas em Foucault (1992) e Maingueneau (2010), sobre estilo em Bakhtin (2003) e Palhano (2011); refletimos também sobre a noção de campo discursivo (MAINGUENEAU, 2010; BOURDIEU, 2010, 1997, 1993), uma vez que os sujeitos-autores estão entrecruzados nos espaços dos campos jornalístico, artístico e humorístico. O nosso trabalho se insere na área da Linguística Aplicada e numa abordagem qualitativa-interpretativista, como forma de investigar a realidade social. Assim, o nosso estudo volta-se para uma atividade relacionada com as questões de linguagem presentes no campo discursivo do humor, da arte e do jornalismo. Nossa tese de doutoramento tem como corpus as charges e os depoimentos de três autores-chargistas que compõem o campo do humor no estado do Rio Grande do Norte, são eles: Eliabe Alves, Ivan Cabral e Rodrigo Brum. Os depoimentos foram coletados por meio de entrevistas semiestruturadas realizadas com os autores. A análise parte de categorias como posicionamentos discursivos, traços de estilo, ritos de escrita e produção e regularidades discursivas, que mostram a constituição da autoria em charges potiguares. Conclui-se que o sujeito, para pertencer a um campo discursivo, assume determinados posicionamentos que muitas vezes são condicionados pelo lugar social a que está pertencendo, que os traços de estilo adotados pelos chargistas se materializam nas charges e marcam as produções chargísticas, que ritos de escrita e produção são seguidos pelos autores para a produção de suas charges e que regularidades discursivas também se fazem presentes e marcam as recorrências na produção de cada um.Tese A construção de um discurso identitário LGBT por meio de canais de humor gay do YouTube(2017-12-11) Carvalho, Adriano César Lima de; Muniz, Cellina Rodrigues; ; ; Alves, Maria da Penha Casado; ; Bezerra, Josenildo Soares; ; Dantas, Daiany Ferreira; ; Costa, Nelson Barros da;Nesta pesquisa, analisamos a produção LGBT de efeito humorístico em canais de humor gay do YouTube, enquanto discursivização das forças centrífugas e centrípetas homonormativas. O humor gay dos canais pesquisados usa a carnavalização (força centrífuga) como técnica de humor para gerar rupturas (resistência e transgressão) no discurso homonormativo, que se apresenta uma reprodução do discurso heteronormativo. Enquanto a teledramaturgia tem midiatizado o discurso homonormativo (casais de gays felizes, bem casados e bem sucedidos, constituindo família através da adoção etc.) para gerar o efeito de aceitação social por semelhança com o discurso heteronormativo (que por sua vez tem semelhanças com o discurso patriarcalista, pró-família tradicional, anti-relacionamento aberto, contra a sexualidade livre e não normatizada), os canais de humor gay têm recorrido ao grotesco e à carnavalização para resistir e transgredir ao discurso homonormativo e também para deslocar das margens para o centro os sujeitos LGBTT que não se guiam homonormativamente. Nossa pesquisa tem evidenciado que esse tipo de produção humorística se vale, às vezes, de uma linguagem codificada (Pajubá, Bajubá ou Bichês), evocando práticas sociais e construções simbólicas do cotidiano, do subjetivo e do identitário gay, não raro tornando-se essa produção linguístico-imagético-humorística opaca e inacessível em seus efeitos de sentido humorístico para outros grupos sociais, não gerando o riso pela ausência neles de certos saberes e memórias (POSSENTI, 2010). O discurso do grotesco aqui também identificado constitui uma parte significativa do corpus analisado: 6 vídeos respectivamente extraídos dos canais de humor gay Chá dos 5, Põe na Roda, Las Bibas From Viscaya, Bicha Melhore, Canal das Bee e Laranjas Bahia. Para tratar deste discurso em particular, utilizamos as proposições sobre o grotesco de Mikhail Bakhtin (1999) e as categorias do grotesco criadas por Muniz Sodré e Raquel Paiva (2002). O grotesco e a carnavalização (força centrífuga) funcionam como procedimentos e técnicas de humor, colocando-se nos vídeos contra as representações do discurso homonormativo. A análise das condições de possibilidade (FOUCAULT, 1996; 1971; 2000; 1990) desse humor nos foram de grande importância e acuidade, bem como a discussão da performatividade de gênero da filósofa norte-americana Judith Butler (1993; 1997; 1999) e seu respectivo viés no que concerne às relações de gênero e de poder, levando-se em consideração a fabricação das subjetividades e identidades, como também o exercício da resistência e da transgressão. Para a realização dessa investigação, apoiamo-nos sobre a base teórico-conceitual e metodológica da Análise do Discurso de filiação francesa.Tese Corporeidade, práticas discursivas e cuidado de si: a constituição de subjetividades de celebridades idosos(as) na mídia(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2020-07-31) Pereira, Dione Marques Figueiredo Guedes; Silva, Marluce Pereira da; ; http://lattes.cnpq.br/4463809499714404; ; http://lattes.cnpq.br/6298358546908287; Muniz, Cellina Rodrigues; ; http://lattes.cnpq.br/3344414293603633; Bezerra, Josenildo Soares; ; http://lattes.cnpq.br/3081353090677062; Anjos, Degmar Francisca dos; ; http://lattes.cnpq.br/0538812567788479; Sales, Laurenia Souto; ; http://lattes.cnpq.br/7144884304424302Esta tese tem como objeto de estudo a constituição de subjetividades de artistas idosos (as), considerados celebridades no meio artístico, oriundas de práticas discursivas veiculadas em sites e revistas eletrônicas e publicadas entre o período de 2011 e 2020. A questão central reside no modo como as celebridades se munem de técnicas de si (FOUCAULT, 1991), em seus enunciados, buscando construir tipos de subjetividades que não as inscrevam como indivíduos decrépitos e fadados ao ostracismo social ou à condição de ―refugo humano‖ de forma a contribuir para a manutenção de sua visibilidade após os 60 anos. Objetiva-se analisar como se constituem as subjetividades de artistas idosos e idosas com visibilidade midiática a partir de discursividades presentes em sites e revistas eletrônicas cuja produção de sentidos aponta as tecnologias do eu utilizadas por tais celebridades na construção de subjetividades. Além disso, de forma específica, objetiva-se analisar como artistas idosos/as relatam, em seus posicionamentos discursivos veiculados pela mídia, a utilização de técnicas de si voltadas à estética corporal visando à manutenção de padrões de beleza ao constituírem suas subjetividades; problematizar enunciados em matérias veiculadas nas mídias cujos autores constroem subjetividades de cunho profissional de ―celebridades‖ idosas e idosos e ainda interpretar sentidos em falas dessas/desses celebridades que apontam técnicas de si na construção de subjetividades que não as inscrevam como indivíduos decrépitos e fadados ao ostracismo social ou à condição de ―refugo humano‖. As discursividades presentes nas falas das entrevistas concedidas ou nos artigos de opinião do ambiente midiático foram categorizadas a partir de enunciados cujos efeitos de sentido apontam para a utilização de técnicas voltadas ao cuidado de si. O corpus é composto de discursos emanados por 22 celebridades. O estudo, vinculado à Linguística Aplicada, é de natureza qualitativa e interpretativista, tendo como base os postulados teóricos de Foucault (2002a) e Bauman (2015) e teóricos da linguagem, com ênfase nos modos de subjetivação, na arte do cuidado de si e corporeidade (FOUCAULT, 2002a) e na noção de refugo (BAUMAN, 2015). As análises demonstram discursividades voltadas a práticas de resistência à inclusão na condição de refugo humano. Os cuidados com o corpo tendem a refutar as questões estéticas em detrimento das condições básicas para a atividade no trabalho. Enquanto tecnologias de si, os cuidados com o corpo são ancorados na resistência a partir do autogoverno e utilizados como instrumentos de mobilidade social não mais como condição de ascensão profissional, mas como garantia de permanência das condições de empregabilidade.Tese A crônica no jornal O Mossoroense: 1872 - 2000(2018-05-28) Pinto, Márcia de Oliveira; Lima, Maria Hozanete Alves de; Dantas, Márcio de Lima; ; ; ; Muniz, Cellina Rodrigues; ; Oliveira, Maria Bernadete Fernandes de; ; Dantas, Daiany Ferreira; ; Silva, Francisco Paulo da;Este estudo compreende a crônica, lato sensu, como manifestação textual e discursiva cujas características fazem-na escorregar às tentativas de um enquadramento teórico rígido no que concerne a sua natureza. A Literatura crê no poder metafórico da crônica e, por isso, reclama sua paternidade, enquanto o Jornalismo argumenta ser seu berço natural. O fato é que os discursos sobre a crônica abrigam não apenas a questão do pertencimento mas também a sua própria constituição. Essas questões interessam àqueles cujas pesquisas envolvem a característica e a constituição dos gêneros textuais e, assim, de modo geral, dos estudos sobre a linguagem. Este trabalho, de cunho teórico, bibliográfico e documental, tem como objetivo geral identificar e analisar a presença do gênero crônica no jornal O Mossoroense, no período compreendido entre 1872 a 2000. Para atingir o objetivo geral, esta pesquisa segue objetivos mais específicos, assim descritos: 1. analisar os discursos que envolvem dois domínios de conhecimento, sejam eles a Literatura e o Jornalismo, sobre o pertencimento do gênero crônica; 2. apresentar as diferentes posturas do próprio cronista em relação ao seu ofício; 3. construir um corpus mínimo, constitutivo de crônicas do jornal O Mossoroense, que seja frutífero a novas pesquisas e estudos; 4. elencar, de modo geral, períodos, temas, questões e motivos tratados nas crônicas do Jornal O Mossoroense; 5. identificar os cronistas de cada período, preservando e documentando essa memória. No que se refere ao Jornal O Mossoroense, observa que, ao longo do tempo, a crônica ganha espaço como gênero que não abrigava apenas relatos cronológicos ligados à cidade mas ainda se reatualizando e ganhando espaço e identidade no interior do jornal. A crônica apresenta grandes discussões políticas e sociais ocorridas no país, como acontece com as crônicas do século XX. À medida que analisa a presença da crônica no jornal, considera a importância de O Mossoroense para a história da imprensa potiguar e do país, por ser um jornal de resistência desde sua fundação até hoje, em luta para resistir ao tempo.Dissertação Da subalternidade à ressignificação: a (tecno) carnavalização à guisa da Web 2.0 em Stickers-Libras(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2023-07-17) Silva, Emanuel Bruno Carioca; Muniz, Cellina Rodrigues; https://orcid.org/0000-0002-7180-1994; http://lattes.cnpq.br/3344414293603633; https://orcid.org/0000-0003-1894-8804; http://lattes.cnpq.br/5475849061110489; Viana, Flávia Roldan; https://orcid.org/0000-0002-7289-4512; http://lattes.cnpq.br/4756646407294958; Pereira, Simone Lorena da Silva; Gatti, MárcioO presente trabalho propõe-se a lançar um novo olhar para o digital da Libras, sob a ótica da Análise do Discurso, e especificamente presta-se a analisar a produção, circulação e interpretação de stickers-Libras. Em se tratando de percurso metodológico, como pano de fundo, recorreu-se a etnografia digital (HINE, 2004, 2016; VALLADA et al., 2022) e concernente ao locus de pesquisa, optou-se pela rede social WhatsApp, cuja justificativa incide em ser a rede de mensagens instantâneas mais popular do Brasil. Desta feita, foram selecionados três grupos: (1) um grupo onde a maioria são sujeitos surdos e LGBTQIAP+, (2) um grupo de profissionais da Educação de diversos estados brasileiros e por último, (3) um grupo de simpatizantes pelas políticas da Esquerda brasileira, o fator comum é que todos são usuários da Libras. O construto teórico alicerçar-se, precipuamente, na tripartite epistemológica: (tecno) carnavalização, à luz do círculo bakhtiniano; Ressignificação digital, enviesada pela Análise do Discurso Digital (ADD), proposta por Marie-Anne Paveau (2017, 2019, 2021) e com cotejos dos Estudos queer em linguística aplicada e indisciplinar (LOPES et al., 2022). No tocante ao registro dos enunciados (tecnotextos) sinalizados nos stickersLibras, os screenshots (capturas de tela) possibilitaram subsidiar suas análises. Ressalvas para os enunciados de stickers-Libras animados que careceram de mais de um registro e, à vista disso, foi inserido um hiperlink dando acesso ao Youtube. Perante as análises de dados, observou-se que questões político-partidárias se sobressaíram e influenciaram a maior parte dos tecnotextos. Depreende-se que isso se deveu ao fato de suas produções e circulações terem sido realizadas em cronotopo (Bakhtin, 2018) de ano eleitoral. Sumariamente, nesse entremeio, constatou-se que havia recorrência de responsividade por meio de aviltamentos com uso do baixo corporal e do grotesco, além de contradiscursos ressignificando a ciberviolência ou ainda, um consenso entre ambos. As manifestações linguajeiras, do tecnogênero apreciado, presentificaram-se em performances discursivas – num corpo(reificado), pós-orgânico –, entextualizando o outro numa relação dialógica e dialética, adentrando a seara do pós-dualismo.Dissertação De Capitu ao alien: as relações dialógicas entre Dom Casmurro e o mashup Dom Casmurro e os discos voadores(2016-07-26) Pessoa, Rodrigo Luiz Silva; Alves, Maria da Penha Casado; ; http://lattes.cnpq.br/7377731555637172; ; http://lattes.cnpq.br/4951237396086568; Muniz, Cellina Rodrigues; ; http://lattes.cnpq.br/3344414293603633; Araújo, Wellington Medeiros de; ; http://lattes.cnpq.br/7350119219749929A produção de um gênero emergente conhecido como “mashup” vem aumentando do final da década de 80 até os dias atuais. Iniciado na esfera da informática, através da junção de dois ou mais softwares, deixou de ser apenas um termo técnico e tornou-se uma prática que foi se expandido também para outras esferas, inclusive a literária, por meio da reescrita de clássicos da literatura mundial. “Orgulho e preconceito”, de Jane Austen, por exemplo, foi reescrito com o título “Orgulho e preconceito e os zumbis”, no qual o autor Seth Grahame Smith escreve a obra em uma suposta parceira com a escritora inglesa, falecida no ano de 1817. Com o crescimento dessa produção, inclusive com a reescrita de clássicos da literatura brasileira, esse trabalho pretende analisar, sob a ótica da análise do discurso bakhtiniana, as relações dialógicas que se apresentam entre Dom Casmurro e a Dom Casmurro e os discos voadores, explicitando como é feita a construção do enunciado reescrito em diálogo constante com a matriz. Para tal, foram escolhidas as obras “Dom Casmurro”, clássico da literatura brasileira, da autoria de Machado de Assis, e “Dom Casmurro e os discos voadores”, obra revisitada pelo autor Lúcio Manfredi. Durante a análise do corpus, os conceitos de carnavalização e de hibridização mostraram-se presentes na comparação das obras, atestando que a narrativa mashup traz o elemente trash para a obra, além de promover alterações no enredo e em alguns personagens para adaptar à narrativa a essa nova ambientação. Tratando-se de uma pesquisa inserida na Linguística Aplicada (LA), ela tem um caráter qualitativo-interpretativista, de base sócio-histórica. A análise do corpus em questão revelou que não só as relações dialógicas, mas também a carnavalização estão presente no mahsup literário da obra em questão de maneira recorrente, pois encontramos vários excertos em que as obras estão em cotejamento dialógico, sendo dissonantes ou não. A presença de elementos da cultura trash (alienígenas, nesse caso) corrobora com a carnavalização bakhtiniana. Assim, acredita-se que o resultado da análise atende ao que foi proposto nos objetivos da pesquisa.Dissertação O discurso do grotesco na mídia digital(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2013-12-16) Carvalho, Adriano Cesar Lima de; Muniz, Cellina Rodrigues; ; ; http://lattes.cnpq.br/8013919988795252; Alves, Maria da Penha Casado; ; http://lattes.cnpq.br/7377731555637172; Possenti, Sírio; ; http://lattes.cnpq.br/0113877782649597Apresentamos, nesta dissertação, um estudo sobre o discurso do grotesco na mídia digital, especificamente em dois blogs. Apoiamo-nos sobre a base teórico-conceitual e metodológica da Análise do Discurso de Escola Francesa na leitura e interpretação de um conjunto de postagens dos blogs "Eu Sou Ryca" e "Cleycianne", partindo das proposições sobre o grotesco segundo Mikhail Bakhtin (1999a), Muniz Sodré e Raquel Paiva (2002), Wolfgang Kayser (2003) e Mary Russo (2000). O grotesco surge, inicialmente, como uma característica expressiva das pinturas ornamentais encontradas nas grutas romanas, no final do século XV, e hoje pode ser visto permeando desde esculturas, quadros, obras literárias, programas de auditório para a televisão, a vídeos hospedados no ciberespaço, no coletivo domínio dos weblogs. As expressões discursivas do grotesco analisadas nos blogs em questão resultam, predominantemente, em efeito humorístico, obtido, sobretudo, por meio de ironias e parodização, em que se apela para a ridicularização e para o rebaixamento, através de uma forte tensão entre o "belo" e o "feio", o socialmente aceitável e a aberração, o gosto pelo estranho e pelo esteticamente chocante. Este trabalho busca analisar como o discurso do grotesco constitui o processo humorístico, a partir da sua inserção no ciberespaçoDissertação O discurso humorístico nas charges da Tribuna do Norte(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2013-12-17) Luciano, Jociane da Silva; Muniz, Cellina Rodrigues; ; ; http://lattes.cnpq.br/1557770376576132; Alves, Maria da Penha Casado; ; http://lattes.cnpq.br/7377731555637172; Possenti, Sírio; ; http://lattes.cnpq.br/0113877782649597Nesta dissertação, ocupamo-nos em analisar a constituição e o funcionamento do discurso humorístico no gênero discursivo charge a partir do reconhecimento e análise das técnicas de humor utilizadas para se chegar aos efeitos de sentido pretendidos. Para tanto, utilizamos os pressupostos teórico-metodológicos da Análise do Discurso Francesa, doravante (AD), para a realização da pesquisa. Especificamente sobre as técnicas de humor, apoiamo-nos em autores como Possenti (1998, 2010) e Propp (1992) para ver como esses procedimentos estão presentes nas charges e formam o discurso do humor. Com base nesse objetivo, 10 (dez) charges, que tratam de episódios referentes à gestão da prefeita Micarla de Souza na cidade do Natal-RN, publicadas no jornal Tribuna do Norte, durante o ano de 2012, foram analisadas. A pesquisa se inscreve na área de estudos da Linguística Aplicada e é qualitativa, de natureza interpretativa. Na primeira parte do trabalho, fizemos um resgate das fundamentações da Análise do Discurso, discutindo o conceito de interdiscurso; em seguida, discorremos sobre a noção de gênero do discurso na perspectiva da AD, e sobre o próprio gênero charge, uma vez que trabalhamos com a charge como sendo um gênero discursivo; por último, tratamos do discurso humorístico presentes nas charges. Posteriormente, desenvolvemos as análises, procurando ilustrar o postulado de que todo texto se constitui a partir de determinadas condições de enunciação; que a relação existente entre as charges e o interdiscurso é uma relação constitutiva, que faz emergir determinadas charges/discursos e não outros e, principalmente, que técnicas de humor são utilizadas estrategicamente pelo chargista orientando o discurso para possíveis efeitos de sentido. Os resultados desta dissertação constatam que as relações discursivas são relações de sujeitos e de sentidos, que o discurso chargístico é construído a partir de dizeres e discursos outros, e que determinados procedimentos/técnicas textuais e discursivas, como a paródia, a ironia, o rebaixamento do outro, a ambiguidade e o deslocamento são mobilizados no texto para gerar o possível efeito da comicidade, construindo assim o discurso humorístico das charges analisadasTese A dobra, o grampo e a cola: percursos editoriais das revistas Preá; Nós, do RN…; Papangu; Revista Grande Ponto e Brouhaha: vozes na cultura potiguar(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2023-02-23) Torres Neto, José Correia; Barbosa, Tatyana Mabel Nobre; http://lattes.cnpq.br/6982452047842223; http://lattes.cnpq.br/1366100300315993; Henrique, Ana Lucia Sarmento; Pinto, Ana Lúcia Guedes; Muniz, Cellina Rodrigues; Araújo, Humberto Hermenegildo de; Cavalcante, Ilane Ferreira; Rego, Maria Carmem Freire Diogenes; http://lattes.cnpq.br/9793207619191846A primeira edição da revista Echo Miguelino surgiu em 11 de julho de 1874, 42 anos após o primeiro jornal publicado no Rio Grande do Norte, O Natalense. Após 148 anos da edição da primeira revista produzida no Rio Grande do Norte, o periodismo de revista permanece atuante como um dos principais suportes de mídia, apesar das dificuldades econômicas enfrentadas pelas editoras e editorias. O caderno de oito páginas que constituía a Echo Miguelino estabeleceu o lugar determinado ao periodismo de revista no estado e oportunizou a existência de mais de 263 publicações nesses quase dois séculos e meio. A dobra, o grampo e a cola: percursos editoriais das revistas Preá; Nós, do RN…; Papangu; Revista Grande Ponto e Brouhaha: vozes na cultura potiguar remete a um recorte de cinco objetos editoriais, no suporte impresso produzidos no Rio Grande do Norte, entre as 263 revistas inventariadas. A pesquisa apresenta o contexto histórico e editorial de cada uma delas, descreve os aspectos de suas editorias e fomento e analisa a estrutura editorial, refletindo acerca das mudanças do perfil de suas edições durante os seus respectivos períodos de circulação. No momento final da pesquisa, é observado o destino de cada um dos cinco periódicos como um produto da mídia impressa, como um Corpus que possui falas e silêncios, gestos e palavras, ações e reações, cores e partidos, empatias e aversões, movimentos e inércias, vidas e mortes, percursos e retrocessos.Dissertação Ensino da língua portuguesa no contexto da diversidade linguística da Guiné-Bissau: uma proposta para o ensino básico(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2021-05-07) Correia, Nuna Nunes; Muniz, Cellina Rodrigues; http://lattes.cnpq.br/3344414293603633; http://lattes.cnpq.br/4583687499017137; Soares, Emanoel Luís Roque; http://lattes.cnpq.br/3011122221613108; Campos, Sulemi Fabiano; http://lattes.cnpq.br/4256675396235128A Guiné-Bissau é uma pequena nação na África ocidental cuja língua oficial é o português, sendo, consequentemente, a única língua do ensino em um contexto em que são faladas mais de 20 línguas étnicas e o crioulo, que possui o status de língua de unidade nacional no país. Desde a sua oficialização, o ensino de português tem sido uma das questões discutidas, pelo fato de a língua portuguesa não fazer parte da realidade guineense, pois não é língua materna de muitos guineenses e não é falado no dia a dia. Por isso, neste trabalho, buscamos investigar, a partir dos livros didáticos Histórias dos avós, o ensino da língua portuguesa no contexto da diversidade linguística da Guiné-Bissau para, a partir disso, sugerir uma proposta de atividade para aulas de português no Ensino Básico, especificamente para alunos de 4ª classe. Para concretização desta investigação de caráter documental com uma abordagem quantitativoqualitativa, realizamos análise de dois livros didáticos intitulados Histórias dos avós (livro de leitura e caderno de exercícios), que orientam as aulas de português voltadas aos alunos de 4ª classe. Para isso, tivemos como aporte teóricos os trabalhos de Couto e Embaló (2010) e Freire e Guimarães (2011), que discutem a situação da língua portuguesa na Guiné-Bissau, sua oficialização e seu confronto com a língua crioula, que segue ganhando espaço cada vez mais, e as línguas étnicas, que também são faladas diariamente no país. Ao tratarmos do ensino de português em um contexto de múltiplas línguas, baseamos nos escritos de Baldé (2013) e Ntchala Cá e Rúbio (2019); ainda, partimos de Antunes (2003) para discussões das atividades presentes nos dois livros. Os resultados da nossa análise apontam que, em termos de leitura, os materiais didáticos Histórias dos avós são contextualizados, porque trazem textos, ilustrações e histórias que fazem parte da realidade guineense e que são contadas de geração a geração; porém são materiais cujo foco está centralizado na gramática normativa. Assim, analisando esses materiais didáticos, notamos claramente que o ensino de língua portuguesa na GuinéBissau ainda deixa muito a desejar, pois baseia-se na perspectiva tradicional, tomando a gramática normativa como centro das atividades pedagógicas; e, dessa forma, contribui para o silenciamento do crioulo e deixa de lado a diversidade linguística, principal característica linguística do nosso país.Dissertação Enunciação aforizante e panaforização: o caso dos memes políticos(2018-12-05) Xavier, Camila Jéssica Medeiros da Costa; Muniz, Cellina Rodrigues; ; ; Alves, Maria da Penha Casado; ; Possenti, Sírio;O desenvolvimento da Internet e a criação das Redes Sociais aproximaram as pessoas e propiciaram uma mudança significativa não só nas formas de comunicação humana, mas também nos textos que são alterados para circular nesse ambiente virtual. Dentre esses textos oriundos das novas tecnologias, o meme nos chama a atenção, dada a sua pluralidade quanto à forma, às temáticas abordadas e, sobretudo, ao fato de ser um gênero que representa as múltiplas vozes das mais diversas esferas sociais. Todos, independentemente de crenças, ideologias, orientação sexual, classe social ou faixa etária, podem compartilhar e até mesmo produzir memes. Tendo isso em vista, escolhemos os memes como objeto de estudo, uma vez que a nossa pesquisa está inserida a área de Linguística Aplicada e essa área tem especial interesse em discursos não oficiais. Como o meme apresenta formas variadas e veicula diversas temáticas, tivemos que fazer escolhas para delimitar o corpus. Assim, selecionamos os memes imagéticos de cunho político. Nossa intenção, contudo, não reside em uma análise da temática abordada, mas do aspecto estrutural desse tipo de enunciado. Nessa direção, objetivamos identificar como se dá a relação entre a concepção de aforização (enunciados aforizantes) e gêneros discursivos (enunciados textualizantes) na formação dos memes imagéticos, com o propósito de (i) analisar se os memes imagéticos podem ser considerados gêneros discursivos; (ii) observar se todos os memes analisados são constituídos por enunciados aforizantes; (iii) distinguir os tipos de aforização presentes nos memes analisados. Assim, essa pesquisa fundamenta-se, sobretudo, nos postulados de Maingueneau (2010, 2013, 2014, 2015) e de Bakhtin (2006). Buscamos ainda contribuições nos estudos sobre humor (BAKHTIN, 1985; BERGSON, 1900; MUNIZ, 2016; FREUD, 1905; POSSENTI, 1998, 2010; TRAVAGLIA, 1989; entre outros), sobre gêneros digitais (MARCUSCHI et al., 2005), internet e redes sociais (CASTELLS, 2003; LEVY, 1999; RECUERO, 2009) entre outros aspectos, a fim de que a compreensão acerca do universo que circunda esse tipo de texto seja ampliada.Dissertação Ethos discursivo e a construção discursiva identitária de mulher criminosa nas páginas policiais brasileiras: de Heloísa Borba Gonçalves: Viúva Negra (1971-1992) a Elize Matsunaga (2012)(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2023-07-28) Silva, Ana Rafaela Oliveira e; Muniz, Cellina Rodrigues; https://orcid.org/0000-0002-7180-1994; http://lattes.cnpq.br/3344414293603633; https://orcid.org/0000-0002-6783-403X; http://lattes.cnpq.br/1564722750300444; Archanjo, Renata; https://orcid.org/0000-0001-7591-7137; http://lattes.cnpq.br/2905168821962621; Possenti, SírioEste trabalho objetiva investigar o processo de construção discursiva identitária do sujeito mulher criminosa – Heloísa Borba Gonçalves: Viúva Negra (1971-1992); Dorinha Duval (1980); Suzane Von Richthofen (2002); Elize Matsunaga (2012) – protagonista de quatro crimes cometidos em meados do século XX e início do século XXI, com significativa repercussão midiática. Para tanto, o trabalho está calcado teoricamente nos postulados da Análise do Discurso francesa: Carreon; Ruiz; Araujo (2019); Fiorindo (2012); Heine (2012); Maingueneau (2008; 2015; 2018); Possenti (2020); e nos estudos identitários: Acuña (2009); Bauman (2001; 2004; 2010; 2011a; 2011b); Beauvoir (2016a; 2016b); Duschartzky; Skliar (2001); Hall (2005); Safiotti (1987); Woodward (2000). Além disso, em razão do corpus de trabalho ser oriundo não só das páginas policiais brasileiras, como também estar inserido na esfera midiática, Debord (2003); Eluf (2007); Campbell (2020; 2021) também embasam as investigações. Em se tratando dos resultados logrados ao longo das investigações, tem-se que em termos de ethos discursivo atribuído, o enunciador institucional muito se aproxima do narrador em 3ª pessoa da literatura, por não somente enunciar em 3ª pessoa, e assim manter-se distante do que enuncia e da cena de enunciação criminológica pertencente ao co-enunciador, como também mobiliza discursos de distintas esferas a fim de, no caso específico do corpus desta pesquisa, atribuir um ethos frio, interesseiro e cruel às mulheres criminosas supracitadas. No tocante à identidade, identificou-se que, embora requisitem uma identidade incomum (identidade criminosa) ao sujeito feminino, as quatro mulheres assassinas desta pesquisa têm sobre si identidades outras comumente atreladas ao sexo feminino (mães, esposas, filha, advogada, atriz, garota de programa, estudante de Direito), relacionadas diretamente à sua confortável situação sócio financeira e cultural. Além disso, essas mulheres, ao longo de suas vidas, transitaram muitas vezes entre o centro e a periferia, em termos econômicos e legais, demonstrando que, ao invés de uma dicotomia, tem-se uma intersecção. Portanto, neste trabalho, ethos discursivo e representações identitárias mantêm sólida relação em razão dos estereótipos que norteiam ambos os processos.Dissertação O ethos institucional da Prefeitura Municipal de Natal em propagandas(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2016-07-20) Lima, Elizabeth Nascimento de; Muniz, Cellina Rodrigues; ; ; Vasconcelos, José Gerardo; ; Bezerra, Josenildo Soares;Este estudo propõe-se a investigar como a Prefeitura Municipal de Natal constrói e projeta a sua imagem, ou seja, o ethos em propagandas institucionais. O corpus é composto por sete propagandas veiculadas na TV em 2012, final da gestão de Micarla de Sousa, com o slogan “Se você olhar, você vai ver”. Trata-se de uma pesquisa qualitativa e interpretativa e segue as orientações da Análise do Discurso (AD), considerando, portanto, o compromisso com a Linguística Aplicada. A análise será realizada em duas instâncias: a primeira - linguística, na qual será analisado o uso dos demarcadores de pessoalidade para descrever a subjetividade; a segunda instância - enunciativa de cenografia, que por sua vez abordará a análise de como a configuração do estilo das propagandas contribui para a construção do ethos da Prefeitura Municipal de Natal. Para isso, recorrer, especialmente, a Amossy (2005), Maingueneau (1993, 1995, 1996, 1997, 2001, 2008, 2012) e Charaudeau (2006) para a definição de ethos será fundamental; bem com a outros pesquisadores da AD, os quais concedem reflexões significativas para tal estudo, como Orlandi (1999; 2001), Pêcheux (1990) e Possenti (2005; 2009). A imagem da Prefeitura de Natal vai construindo-se à medida que o discurso vai sendo enunciado nas propagandas, pois a teoria do discurso, como afirma Maingueneau (2005), não é uma teoria do sujeito antes que este enuncie; uma teoria, porém, da instância da enunciação que é, ao mesmo tempo e intrinsecamente, um efeito de enunciado. A ideia de ethos implica, portanto, assumir que não se diz, explicitamente, como ou o que se é, mas, por meio de atitudes (físicas ou discursivas), mostrar-se como e o que se é. No caso de uma personalidade conhecida, como a prefeita Micarla de Sousa, já havia um ethos construído anteriormente, que é chamado de ethos prédiscursivo (MAINGUENEAU, 2005). Nota-se a construção de um ethos e a sobreposição de outro já existente. As condições de produção que deram origem ao corpus desta pesquisa permite entender que as propagandas veiculadas nesse período foram uma tentativa de sobreposição à imagem prédiscursiva que já havia da Prefeitura. Ela cria uma imagem de uma instituição que valoriza o trabalho colaborativo, de solidariedade, de apoio e de compreensão. A Prefeitura procura, ainda, desconstruir, de certo modo, o ethos que dela se configurou socialmente e procura reconfigurar a sua imagem com a apresentação que faz de si nas propagandas. O discurso da propaganda institucional está voltado, não somente, mas, principalmente, para uma propaganda eleitoral disfarçada, a fim de transmitir uma imagem positiva da instituição, bem como da Prefeita Micarla de Sousa. Assim, o ethos proposto nas sete propagandas do slogan “Se você olhar, você vai ver” em detrimento ao ethos já existente, valeu-se de medidas paliativas no intuito de refutar a má administração apontada em pesquisas da época mencionada por este estudo.Dissertação O ethos no discurso literário: a imagem do louco em "Crônica da banalidade", de Carlos de Souza(2015-02-23) Ramalho, Karina Dantas Villar; Muniz, Cellina Rodrigues; ; ; Palhano, João Maria Paiva; ; Morais Neto, João Batista de;“Crônica da Banalidade” é um romance do escritor norte-rio-grandense Carlos de Souza, publicado em 1988, que aborda o tema da loucura, assim como outros romances o fizeram naquele período (Recomendações a todos, de Alex Nascimento e “Dotô, casa comigo?, um romance esquizoide” de Ruben G. Nunes). Neste estudo, analisamos a construção do ethos de louco na obra de Carlos de Souza. Com base nos recursos linguísticos, operados em Crônica da Banalidade, bem como as cenas enunciativas, temos como objetivos: descrever as representações/imagens do narrador-personagem no romance e explicar como as cenografias que constituem a obra literária sustentam a imagem do louco. O corpus desta pesquisa é constituído por 10 (dez) cenas, cuja escolha se deu a partir de dois critérios: o primeiro, pela construção gradativa do sujeito que vai apresentando sintomas da loucura até seu internamento no hospício; o segundo, escolhemos as cenas nas quais observamos os procedimentos de exclusão e segregação do “louco”. Para tanto, nos ancoramos nas categorias “ethos” e “cenas enunciativas” de MAINGUENEAU (2008, 2010, 2012) e nos “procedimentos de exclusão” FOUCAULT (1971, 2012). No percurso da pesquisa, interpretamos que as cenas enunciativas nos revelam o ethos de louco do protagonista, amparada em representações estereotipadas, manifestadas nos traços da incoerência, da autoexclusão, alienação mental, confinamento e alcoolismo. Apresentamos como a imagem do narrador-personagem “louco” se assenta na oposição loucura versus razão, reproduzindo o procedimento de segregação, típico das sociedades disciplinares. Consideramos este trabalho relevante para a consolidação de pesquisas em Análise do Discurso (AD), especialmente por trabalhar na interface entre a Linguística Aplicada e a Literatura, tendo em vista que o objeto teórico não é a língua, mas o discurso, sendo este último um lugar que articula língua, visões de mundo e subjetividade.Tese Experiências subjetivadoras no limite da pele: Uma análise de práticas discursivas inscritas em tatuagens(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2014-06-06) Bezerra, Josenildo Soares; Silva, Marluce Pereira da; ; http://lattes.cnpq.br/4463809499714404; ; http://lattes.cnpq.br/3081353090677062; Gomes, Adriano Lopes; ; http://lattes.cnpq.br/7395014510049279; Moura, Carmen Brunelli de; ; http://lattes.cnpq.br/8505397414221876; Muniz, Cellina Rodrigues; ; http://lattes.cnpq.br/3344414293603633; Castro, Onireves Monteiro de; ; http://lattes.cnpq.br/3485957168495828Esta pesquisa tem como objeto o estudo da constituição de subjetividades em práticas discursivas inscritas em textos imagéticos e verbais de tatuagens. Busca-se apreender efeitos de sentidos que traduzem emoções, experiências e desafetos que marcaram e/ou transformaram a vida de sujeitos tatuados. Esta tese foi ancorada em teorizações foucaultianas (1990, 2010, 2012) que abordam modos de subjetivação a partir das tecnologias da escrita de si, transgressão como ultrapassagem dos limites, abrindo novas possibilidades para o sujeito discursivo produzir o cuidado de si. Ainda se utilizam noções advindas da análise de discurso francesa (AD), como interdiscurso e memória discursiva. A pesquisa de natureza qualitativa tenciona contribuir para a compreensão do discurso enquanto prática social, constituidor de sentidos de maneiras de ser do sujeito, bem como produção de discursividades acerca de normas sociais. O corpus se constitui de depoimentos e textos imagéticos e verbais de cinco sujeitos, entre os dez entrevistados, que tatuaram experiências vivenciadas na pele. Os resultados apontam dados que demonstram a constituição de si por meio de experiências vividas e impressas na pele. Os sentidos gerados na pele constituem tipos de subjetividades que refletem felicidade, superação, proteção e imortalidade. Conclui-se que os sujeitos se posicionam discursivamente de forma a reconstruírem seus corpos e experiências o quanto for necessário e que as imagens e os enunciados registrados nos corpos produzem efeitos de sentidos em torno da reflexão sobre os modos de vida e sobre as escolhas de existência de cada um/a dos/ tatuados/as.