Navegando por Autor "Oliveira, Cassia Ferreira de"
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Dissertação Distribuição espacial da diversidade evolutiva de Myrtaceae na Mata Atlântica(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2022-07-26) Oliveira, Cassia Ferreira de; Staggemeier, Vanessa Graziele; https://orcid.org/0000-0003-4911-9574; http://lattes.cnpq.br/4357034543526737; https://orcid.org/0000-0001-8476-5147; http://lattes.cnpq.br/3832964752164361; Silva, Priscila Lemes de Azevedo; Vasconcelos, Thais Nogales da CostaA Mata Atlântica é um dos hotspots globais de biodiversidade e é essencial compreender os processos ecológicos e evolutivos responsáveis pela formação destes locais altamente diversos. Essa compreensão permite um avanço teórico sobre os fatores que geram diversidade e maior efetividade na priorização espacial de áreas a serem protegidas, contribuindo para a conservação dos hotspots. Na Mata Atlântica, Myrtaceae se destaca como a família de plantas lenhosas mais diversa (691 espécies) e é um excelente modelo para estudos, pois seus padrões de riqueza são representativos de outros táxons. Assim, este trabalho teve dois objetivos: (1) mapear métricas de diversidade evolutiva de Myrtaceae para entender a evolução da flora da Mata Atlântica e (2) avaliar se a atual rede de unidades de conservação da Mata Atlântica capta a diversidade evolutiva do domínio representada em Myrtaceae. Utilizamos informações de trabalhos florísticos provenientes de duas bases de dados, Caaporã e NeoTropTree, as quais foram revisadas para corrigir potenciais erros de ocorrência de espécies e nomenclatura. Os registros totalizaram 492 espécies ocorrentes em 1282 localidades, com ampla amostragem do espaço geográfico e robusta representação do espaço ambiental do domínio. Encontramos que os hotspots evolutivos estão mais concentrados na porção sul da Mata Atlântica (sul e sudeste do Brasil). Na costa litorânea brasileira, do sul até o nordeste, estão as áreas com alta concentração de linhagens mais derivadas de acordo com a atual filogenia da família e espécies que são mais aparentadas entre si, enquanto no interior da região sul do domínio, estão concentradas as linhagens que divergiram em pontos mais profundos da filogenia. A existência de refúgios climáticos temporalmente estáveis ao sul, bem como o histórico de colonização e expansão dessa família no continente sul-americano, o qual se inicia no sul do continente e se expande para o norte, podem explicar a concentração das linhagens mais antigas nessa região. Em Santa Teresa/ES e na Floresta da Tijuca/RJ, registramos a maior diversidade de endemismo filogenético, são locais que abrigam linhagens únicas, restritas a essas regiões. Os padrões de diversidade filogenética descritos aqui corroboraram com os padrões já descritos para outros táxons terrestres, como aves e artrópodes, o que reforça o uso de Myrtaceae como grupo modelo para análises macroecológicas e macroevolutivas na Mata Atlântica. A atual rede de áreas protegidas na Mata Atlântica abrange parte da variação da história evolutiva da família representada nas métricas de endemismo filogenético e distância média da raiz, mas não capta a variação das métricas de diversidade e variabilidade filogenética, sendo assim estudos futuros devem focar na indicação de áreas prioritárias que captem mais componentes evolutivos para ampliar a proteção da flora numa perspectiva histórica. Conservar o potencial evolutivo é uma forma de aumentar as chances de resposta dos táxons aos preocupantes cenários de mudanças ambientais preditos para o futuro. Portanto, os resultados aqui produzidos devem ser incluídos em análises de priorização espacial para a conservação a fim de subsidiar as decisões dos gestores e o direcionamento de políticas públicas para a conservação da biodiversidade.TCC Influência dos fatores ambientais nos padrões de diversidade evolutiva de Myrtaceae(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2022-12-21) Oliveira, Cassia Ferreira de; Staggemeier, Vanessa Graziele; https://orcid.org/0000-0003-4911-9574; http://lattes.cnpq.br/4357034543526737; http://lattes.cnpq.br/3832964752164361; Souza, Alexandre Fadigas de; http://lattes.cnpq.br/7844758818522706; Faria Junior, Jair Eustáquio Quintino de; http://lattes.cnpq.br/3214384669945455O domínio Mata Atlântica é considerado um hotspot ecológico, por conta do seu elevado número de espécies endêmicas e crescente grau de ameaça. Sua alta biodiversidade não está distribuída de forma homogênea no domínio, que apresenta elevada heterogeneidade ambiental, abrigando florestas anciãs e florestas recém-formadas. Para compreendermos a distribuição e analisar os padrões de diversidade nesse domínio é necessário unir a biogeografia histórica e ecológica. Nesse sentido, utilizamos como grupo modelo a família de plantas Myrtaceae, que se destaca como a família de plantas lenhosas mais diversa do domínio. Nosso objetivo foi analisar como os fatores ambientais influenciam os padrões de diversidade evolutiva de Myrtaceae. Especificamente, testamos se áreas mais quentes e úmidas favorecem a especiação e se áreas mais estáveis climaticamente terão acumulado mais espécies devido às menores taxas de extinção. Utilizamos quatro índices de diversidade evolutiva: o índice de variabilidade filogenética de espécies (PSV), a diversidade filogenética relativa (rPD), o endemismo filogenético (PE) e a distância média da raiz entre as espécies (MRD) para cada comunidade estudada. Cada comunidade estudada aqui consiste em registros florísticos encontrados na literatura e compilados por outros autores nos bancos de dados Caaporan e NeotropTree, foram analisadas 1282 comunidades vegetais no domínio que ao todo abrigam 39.044 registros e 492 espécies de Myrtaceae. Baseado em 31 variáveis ambientais, 19 bioclimáticas (WorldClim), 11 de solo (Soil Grids) e 1 referente a estabilidade climática, investigamos quais fatores influenciaram a evolução do grupo. Após selecionar as variáveis através de critérios estatísticos utilizamos para a construção dos modelos de regressão 9 delas, foram elas precipitação no mês mais úmido e do trimestre mais frio, intervalo termal diurno médio, isotermalidade e temperatura máxima no mês mais quente, fração volumétrica de fragmentos grosseiros (> 2 mm), argila e silte, e a estabilidade climática. O preditor temperatura máxima no mês mais quente foi significativo para todos os índices. As variáveis selecionadas explicaram melhor os modelos de MRD (R²: 0,508) e PSV (R²: 0,429), ao passo que PE (R²: 0,364) e rPD (R²: 0,249) apresentaram menor ajuste. Linhagens que derivaram mais vezes e mais recentemente (MRD) e espécies mais relacionadas entre si (PSV) estão em regiões com elevada precipitação no período de chuvas e áreas mais quentes. Menor endemismo filogenético (PE) ocorre em áreas mais quentes com alta variação de temperatura mensal, locais com maior PE apresentam grande fração volumétrica de fragmentos grosseiros (> 2 mm) e silte. A quantidade de energia/calor e precipitação são fatores que aumentam a produtividade primária, e podem acelerar e aumentar as taxas de evolução das espécies. Temperaturas mais altas aumentam a disponibilidade de energia, possibilitando o aumento populacional e gerando menores taxas de extinção. Analisando a influência entre preditores ambientais e a distribuição das métricas evolutivas de Myrtaceae na Mata Atlântica, podemos compreender melhor como se deu a evolução da flora neste domínio.