Navegando por Autor "Oliveira, Mikaela Silva de"
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Dissertação Toda distopia começa com uma faísca: as centelhas discursivas na construção da heroína distópica na trilogia Jogos Vorazes(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2023-08-23) Oliveira, Mikaela Silva de; Alves, Maria da Penha Casado; https://orcid.org/0000-0003-1762-5210; http://lattes.cnpq.br/7377731555637172; http://lattes.cnpq.br/8833853912168346; Santos, Gabrielle Leite dos; Oliveira, Joaquim Adelino Dantas deA distopia é um gênero discursivo que apresenta uma sociedade opressiva e oposta ao ideal utópico. Sua história remonta ao século XVII, com obras como Utopia, de Thomas More, que apresentam uma sociedade imaginária baseada na igualdade e justiça. No século XX, com o advento de regimes totalitários e guerras mundiais, a distopia se popularizou como forma de alerta sobre os perigos da opressão e do controle do Estado sobre a sociedade, representado por obras como 1984, de George Orwell, que retratam sociedades controladas pelo Estado, nas quais a individualidade e a liberdade são suprimidas em nome da estabilidade e da segurança. Nos anos 2000, a distopia ganhou ainda mais popularidade, principalmente entre os jovens, com obras como a trilogia Jogos Vorazes, de Suzanne Collins, apresentada como uma distopia juvenil que se passa em uma sociedade opressiva chamada Panem, em que jovens são selecionados para lutar até a morte nos Jogos Vorazes. A protagonista, Katniss Everdeen, destaca-se como uma personagem feminina forte e subversiva que desafia os estereótipos de gênero e lidera uma revolução contra o governo opressivo de Panem. A importância de protagonistas femininas em livros de distopia é discutida nessa pesquisa, bem como o papel da literatura na construção de representações de gênero e juventude na sociedade. A pesquisa utiliza-se das discussões do Círculo de Bakhtin sobre linguagem e gênero discursivo para analisar como a subversão da personagem feminina na trilogia Jogos Vorazes é construída através do diálogo entre diferentes vozes na obra e como as obras contemporâneas renovam o gênero distopia. Para tratar dos conceitos de distopia e herói, a dissertação utiliza-se dos conceitos de distopia de Tom Moylan (2016) e a Jornada do Herói, de Campbell (2007), em um cotejamento com a representante clássica distópica 1984, para analisar a personagem Katniss Everdeen e destacar a importância da representação de heroínas e de temáticas atuais em livros de distopia. Essa interseção de áreas é facilitada pela inserção dessa pesquisa na área de Linguística Aplicada, interdisciplinar e híbrida (Moita Lopes, 2006), que abre caminhos para esta análise ancorar-se também nos estudos de gênero e sexualidade de Heleieth Saffioti e Michele Perrot, e de cultura e atualidade de Byung-Chul Han. Através, também, da perspectiva qualitativo-interpretativista e do paradigma indiciário de Carlo Ginzburg (1989), esta pesquisa aponta a subversão da caracterização e da jornada heroica de protagonistas distópicos na atualidade em relação as distopias clássicas, trazendo elementos convergente que as qualificam como distópica, mas divergindo, positivamente, ao elencar sinais de esperança, feminismo e juventude ativa nas distopias juvenis com a protagonista Katniss.