Navegando por Autor "Peixoto, Renato Amado"
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TCC A efervescência brasileira: das Jornadas de Junho a Rebelião dos Manés (2013-2023)(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2025-07-24) Nascimento, Everton Davi Silva do; Carvalho, Haroldo Loguercio; http://lattes.cnpq.br/4200774001328055; Sanson, Cesar; Peixoto, Renato AmadoO objetivo desta monografia é refletir e analisar as movimentações que originaram as massivas manifestações políticas ocorridas no mês de junho de 2013 conhecidas como “Jornadas de Junho”, assim como as reverberações dessas nos campos político e social do Brasil contemporâneo, o que envolve a eclosão das novas direitas, o chamado “bolsonarismo” e o enfraquecimento das esquerdas. Por meio de uma análise comparativa e historicamente referenciada que envolva as continuidades e rupturas com outros momentos da história política e social brasileira.Dissertação (A)cerca do espaço: a nacionalização da questão agrária pelo MST (1984-2002)(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2014-08-27) Silva, Tiago Tavares e; Fraga, Maria da Conceição; ; http://lattes.cnpq.br/3775329772040020; ; http://lattes.cnpq.br/0764333308165425; Peixoto, Renato Amado; ; http://lattes.cnpq.br/4329353374197075; Silva, Paulo Roberto Palhano; ; http://lattes.cnpq.br/0668404365830780O presente trabalho tem como maior objetivo analisar o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra e sua relação com a reforma agrária a partir da ideia de nação. Na década de sua emergência, anos 1980, o nacionalismo brasileiro estava profundamente atrelado aos anseios por democracia e esta se constituiu em uma espécie de linguagem política do período que abarcava não apenas o MST, mas também setores conservadores da política brasileira. O MST desenvolve então uma forma de perceber sua função social diferente dos movimentos que o antecederam como as Ligas Camponesas, incorporando o elemento da nação como capital político para fortalecer sua práxis. Essa relação será estudada a partir de um debate em torno do marxismo contemporâneo e seus conceitos estruturantes.Dissertação "Apaixonei-me deveras (...) pelo estudo de papéis velhos": os usos do passado na construção do espaço norte-rio-grandense nos escritos de Vicente de Lemos (1907-1912)(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2023-03-13) Ferreira, Sarah Karolina Sucar; Santos, Magno Francisco de Jesus; https://orcid.org/0000-0002-2218-7772; http://lattes.cnpq.br/9046069221784194; https://orcid.org/0000-0002-5643-6933; http://lattes.cnpq.br/2431357083312439; Peixoto, Renato Amado; https://orcid.org/0000-0002-2342-4215; http://lattes.cnpq.br/4329353374197075; Turin, RodrigoEsta dissertação objetiva compreender os usos do passado na construção do lugar norte-riograndense a partir dos escritos do intelectual pernambucano e sócio fundador do IHGRN, Vicente de Lemos, de 1907 a 1912. Esse recorte se justifica pelos escritos do intelectual: o primeiro refere-se à publicação da coluna Papéis Velhos; o segundo diz respeito ao ano de impressão do único livro do autor, intitulado Capitães-mores e Governadores do Rio Grande do Norte. O ato de revolver os velhos papéis no início do século XX, nem de longe consistiu em uma atividade desinteressada. A Questão de Grossos teria sido o gatilho para a busca documental sistematizada no estado norte-rio-grandense. Assim, diante de tal empreitada, ao correr os arquivos e ao paginar a empoeirada documentação, Lemos não somente selecionou os documentos interessantes para a história, como também definiu junto ao grupo dominante, Albuquerque Maranhão, qual história deveria ser contada. Por meio da escrita o ilustrado significou o espaço estadual, mediante uso da história, atribuindo-lhe sentido e valor, transformando-o em lugar. Desse modo, o estudioso também contribuiu para fomentar uma visão de passado e um projeto de futuro. Dessa forma, para melhor entender esse intelectual, este trabalho debruça-se sobre sua sociabilidade, sobre sua atuação como historiador e político. Para compreender como a historiografia do letrado o ajudou a gestar o lugar norterio-grandense, esta pesquisa dedica-se a analisar os escritos dele, identificando os personagens, os fatos, ou seja, a versão do passado que pretendia contar. No que concerne à metodologia, foi realizada por meio do levantamento documental, tabulação e análise qualitativa, quantitativa e indiciária de jornais, revistas, livros, Relatórios de Presidente de Província e Governadores, almanaques e outros textos.Dissertação A argamassa da casa e do conflito: os usos políticos da construção da cidade da esperança feitos pelo grupo aluizista (1964-1966)(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2014-09-18) Araújo, Felipe Tavares de; Rocha, Raimundo Nonato Araújo da; ; http://lattes.cnpq.br/2731237954780451; ; http://lattes.cnpq.br/8317066043362829; Peixoto, Renato Amado; ; http://lattes.cnpq.br/4329353374197075; Freire, Américo Oscar Guichard; ; http://lattes.cnpq.br/7750674481962255Propomo-nos a analisar os usos políticos que o grupo ligado ao governador Aluízio Alves fez de um conjunto habitacional chamado Cidade da Esperança, erguido em Natal na década de 1960. Esse novo espaço iria atender a uma demanda por casas existente na capital, cujo contingente populacional crescia vertiginosamente. Esse aumento demográfico, no entanto, não era acompanhado pari passu pela expansão da oferta de moradias pelo mercado, fazendo com que a sua escassez se tornasse um problema social e passasse a constar na agenda política. A Cidade da Esperança, portanto, passou a ser uma resposta do Estado às necessidades da população e, em meio a esses problemas existentes e às expectativas de solução, o grupo político ligado ao governador Aluízio Alves soube explorar a questão na medida em que procurou usar esse espaço para negociar com diferentes agentes sociais, chegando a eleger como prefeito de Natal o gestor da obra, Agnelo Alves. Para a construção dessa análise utilizamos dois jornais, o governista Tribuna do Norte e o católico A Ordem. Eles representaram em suas páginas tanto os problemas de escassez de moradias quanto as apropriações feitas da Cidade da Esperança, permitindo assim a reconstituição histórica de alguns processos. Neles, constavam o cotidiano das construções, as ações dos indivíduos responsáveis e as tensões políticas que o grupo aluizista possuía com outro, mais ligado ao líder Dinarte Mariz. Dessa forma, eles possibilitam a análise de como a Cidade da Esperança apareceu no interior de uma rede de tensões e como foi utilizada para a busca de legitimidade em um campo político bastante polarizado.Dissertação Os arquitetos da Neocristandade: análise da atuação de intelectuais convertidos e leigos na construção do espaço social católico centrado no Rio de Janeiro (1930 - 1935)(2019-09-03) Oliveira, Pedro Filipe Barros; Peixoto, Renato Amado; ; ; Santos, Magno Francisco de Jesus; ; Rodrigues, Cândido Moreira;O objetivo desta dissertação é analisar a constituição e consolidação do espaço social católico brasileiro centrado na cidade do Rio de Janeiro na década de 1930, bem como a reestruturação social e política da Igreja Católica brasileira realizada por meio do projeto da Neocristandade encabeçado por dom Sebastião Leme. Para tanto, escolhemos como recorte temporal o período compreendido entre 1930 – 1935, pois, entendemos ser um momento estratégico para compreender a atuação e as estratégias da Igreja, que buscava reconstruir suas relações com o Estado, abaladas desde que a Constituição de 1891, de tendência positivista, oficializou o rompimento entre a Igreja e o Estado. Diante dessa nova realidade a Igreja costurou novos acordos e traçou novos planos de atuação, como a criação da Liga Eleitoral Católica, que concedendo o apoio da Igreja aos candidatos que se propusessem a defender seus interesses, ajudou a eleger uma série de deputados que se tornaram defensores dos interesses católicos no âmbito da Assembleia Constituinte de 1933. Atrelado a isto, buscamos acompanhar a trajetória de alguns importantes agentes católicos, em grande medida responsáveis por dirigir, coordenar e difundir os projetos da Igreja na primeira metade da década de 1930, em consonância com os princípios trazidos pela encíclica do papa Pio XI Ubi arcano Dei consilio, de 1922, que estimulava os católicos a sair do âmbito privado e trabalhar em prol da construção de uma sociedade cristã. Nesse sentido, nos interessa, sobretudo, as trajetórias de dom Sebastião Leme, um dos mais destacados personagens católicos do século XX, líder do projeto da Neocristandade e organizador da LEC; dom José Pereira, bispo de Niterói e diretor da Editora Vozes de Petrópolis, foi responsável pela publicação de importantes livros católicos, os quais serviram à ‘Boa Imprensa’ e, por fim, o norte-rio-grandense padre José Cabral, editor chefe do jornal “A Cruz”, órgão da Arquidiocese do Rio de Janeiro e da Confederação Católica, que, sendo um dos principais periódicos católicos do período, foi responsável por conferir voz aos mais destacados intelectuais católicos, especialmente os laicos, engajados na construção do discurso anticomunista católico. O padre J. Cabral destacou-se ainda como um escritor ligado ao reacionarismo católico, publicando as obras Conceitos e Factos e A Miragem Soviética, exemplos dessa vertente de sua produção, como iremos explicitar ao longo do trabalho. O jornal ‘A Cruz’, os Anais da Assembleia Constituinte de 1933 e os livros do padre J. Cabral supracitados se constituem como as principais fontes desse trabalho. Teoricamente destacam-se as contribuições de Pierre Bourdieu, Edward Shils e Renato Amado Peixoto, escritores que fundamentam as discussões referentes à atuação espacial da Igreja e as relações entre os campos político e religioso.Dissertação A assinatura "Gustavo Barroso": análise do discurso narrativo de Ideias e Palavras, A Ronda dos Séculos e Os Protocolos dos Sábios de Sião (1917-1936)(2017-09-19) Melo Júnior, Antonio Ferreira de; Peixoto, Renato Amado; ; ; Santos, Magno Francisco de Jesus; ; Caldeira, Rodrigo Coppe;O objetivo desta dissertação é discutir o processo de autonomização da assinatura “Gustavo Barroso” por meio do exame do discurso narrativo presente em Ideias e Palavras, em A Ronda dos Séculos e em Os Protocolos dos Sábios de Sião, obras publicadas por Gustavo Adolfo Dodt Luiz Guilherme da Cunha Barroso entre 1917 e 1936. Defendemos a ideia de que Os Protocolos dos Sábios de Sião constituem um novo texto produzido por Barroso a partir dos insumos das suas obras anteriores, e não simplesmente uma tradução da versão francesa do documento-marco do antissemitismo contemporâneo. Nesse intuito, baseamo-nos nos textos da Nova História Política, da história do espaço nacional e da Religião Política para percebermos como essa assinatura vai se adensando a partir da tese do imperialismo judaico e da afirmação da nacionalidade brasileira, tendo em vista a produção de um discurso narrativo contra os judeus. Em respeito a isso, utilizamos como referencial metodológico os livros Narrative Discourse: An Essay in Method (1990) e Paratexts: Thresholds of interpretation (2001), de Gérard Genette, e dedicamos um capítulo da dissertação para cada obra. No primeiro capítulo, caracterizamos o discurso narrativo de Ideias e Palavras, mostrando como a dubiedade da assinatura “João do Norte (Gustavo Barroso)” explicita uma apreciação positiva dos judeus. No segundo capítulo, caracterizamos o discurso narrativo de A Ronda dos Séculos pensando a autonomia da assinatura e o processo de negativação dos judeus. No terceiro capítulo, analisamos o discurso narrativo dos Protocolos dos Sábios de Sião e discutimos que a assinatura “Gustavo Barroso”, já autônoma, assume a forma de antijudaísmo e antissemitismo. Demonstramos a continuidade da escala internacional como compreensão espacial e temporal, a descrição de ambientes físicos como pressuposto da psicologia dos personagens, a inserção de pássaros como marcação das clivagens na narrativa, o aparecimento da guerra como constante histórica, citação de judeus para discorrer sobre os judeus e a compreensão da natureza humana como tendente à destruição. Estudar os escritos de Gustavo Barroso é importante na medida em que ele é considerado o expoente do antissemitismo brasileiro, foi ele quem concatenou teoricamente o confluxo entre catolicismo e integralismo, de modo que ele se tornou um dos autores mais citados pelos antissemitas contemporâneos como uma forma legitimar as perseguições às minorias e o pensamento autoritário.Dissertação Cartografando a fantasia: a identidade regional da Nova Inglaterra representada nas cartografias literárias de H. P. Lovecraft (1912-1926)(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2022-12-05) Santos, Andressa Freitas dos; Peixoto, Renato Amado; https://orcid.org/0000-0002-2342-4215; http://lattes.cnpq.br/4329353374197075; https://orcid.org/0000-0002-2864-2393; http://lattes.cnpq.br/3779212433499465; Seemann, Jörn; Santos, Magno Francisco de Jesus; https://orcid.org/0000-0002-2218-7772; http://lattes.cnpq.br/9046069221784194Monstros e criaturas fantásticas que fogem a compreensão humana são elementos literários marcantes nas narrativas de Howard Phillips Lovecraft (1890 – 1937). Classificado como autor do gênero do insólito ficcional, a sua fantasia confere uma reconstrução da identidade estadunidense nas primeiras décadas do século XX. Para causar o medo e a repulsa com visões deformadas acerca do Outro – povos não anglo-saxões – seja por meio de cartas, artigos de jornal ou nos monstros em narrativas ficcionais, Lovecraft revela um sentimento xenófobo, de cunho racista, contra o fluxo migratório dos diversos povos que passaram a habitar a Nova Inglaterra - região idealizada pelo autor como a única detentora da verdadeira essência dos Estados Unidos. Através dos conceitos geográficos de lugar e paisagem do medo, Yi-Fu Tuan (2005; 2013) apresenta como os indivíduos se apropriam e recriam espaços a partir da experiência. Somado com o método da cartografia literária de Robert Tally (2013) evidencia-se como o escritor, tal como o cartógrafo, utiliza de vários artifícios imaginários, baseados nas percepções da própria vivência, para criar mapas simbólicos que representam a realidade. Assim, observa-se que Lovecraft reconstruiu o significado da região em que habitou usando suas próprias experiências, sensoriais e afetivas; como ocorreu em diversos escritos– narrativas ficcionais, epistolares, poemas e artigos em periódicos – utilizando-se do imaginário histórico para ressignificar a identidade cultural estadunidense.Dissertação Cartografia dos tempos urbanos: representações, cultura e poder na cidade do Natal (década de 1960)(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2010-04-16) Silva, Wesley Garcia Ribeiro; Oliveira, Margarida Maria Dias de; Mendonça, Paulo Knauss de; https://orcid.org/0000-0002-5610-0356; http://lattes.cnpq.br/9236533842481264; Peixoto, Renato Amado; https://orcid.org/0000-0002-2342-4215; http://lattes.cnpq.br/4329353374197075; https://orcid.org/0000-0002-8542-4173; http://lattes.cnpq.br/5565266295414497; http://lattes.cnpq.br/2125737316069934; Rocha, Raimundo Nonato Araújo da; https://orcid.org/0000-0001-6246-6138; http://lattes.cnpq.br/2731237954780451Esse trabalho tem por objetivo analisar a Cidade do Natal durante a década de 1960, período de um dinâmico processo de crescimento urbano com o surgimento de novos espaços se constituindo ao redor dos núcleos de ocupação originários. Pretende-se discutir as construções em torno do espaço urbano proporcionadas por esta época de grandes transformações pela qual a cidade passava, tomando como base as discussões travadas em periódicos, a legislação e projetos de intervenção urbana. A análise sugere que tais construções podem ser apreendidas a partir de demarcações proporcionadas pela experiência do tempo, nas articulações entre os projetos de passado, presente e futuro. Neste sentido, discute-se aqui como no intuito de intermediar as relações com o presente, com uma nova experiência do espaço urbano, por vezes conturbada, todo um passado da cidade é elaborado. O que está em jogo aqui são as disputas entre as imagens de uma Natal “antiga”, porém “moderna”, em face da Natal que vai se configurando. As vivências do presente impõem uma série de ações no sentido de conformá-las, experiências que são levadas a cabo por necessidades específicas do cotidiano. É assim que se inserem as práticas da municipalidade do período que agem no sentido de legitimar os novos espaços que vão se configurando em Natal, mesmo que estes sejam renegados enquanto imagem da cidade a ser efetivada; e neste arcabouço também é elaborados horizontes de expectativas, imagens de desejo, projeções para o futuro. Baseados na utopia do progresso, na redenção pelo emprego da técnica, os Planos Urbanos construídos para Natal neste período se inserem nesta perspectiva, a partir de saberes específicos (do urbanista, do engenheiro, do economista). Apontamos assim, para o caráter múltiplo que o espaço urbano assume, seja no campo das materialidades ou das representações. Um espaço perpassado por relações de força onde está em jogo a construção de práticas e imagens da sociedade.Dissertação As colunas da Ordem: imprensa, identidade e atuação política da Igreja Católica norte-rio-grandense (1935-1936)(2017-04-27) Morais, Patricia Wanessa de; Peixoto, Renato Amado; ; http://lattes.cnpq.br/4329353374197075; ; http://lattes.cnpq.br/4938943087207370; Rodrigues, Cândido Moreira; ; http://lattes.cnpq.br/1367734788905163; Arrais, Raimundo Pereira Alencar; ; http://lattes.cnpq.br/8252775667149757Este trabalho objetiva investigar a construção da identidade católica norte-rio-grandense através da atuação política e religiosa da Igreja Católica norte-rio-grandense entre 1935 e 1936, por meio do exame do órgão oficial da Diocese de Natal, o jornal "A Ordem‟. Entendemos que esta atuação se relaciona com os problemas colocados à Igreja com o advento da República e a Constituinte de 1892, quando aquela instituição ficou formalmente separada do Estado e precisava reagir ao seu declínio enquanto instituição. A partir da reorganização e expansão diocesana, a ampliação dos quadros de clérigos e intelectuais leigos, foi posto em prática o paradigma da Neocristandade, amparado no catolicismo ultramontano, e assim a Igreja reconstruiu a sua influência na sociedade e política do país. Na década de 1930, no contexto da queda do liberalismo, a Igreja já contava com uma vasta rede diocesana, com uma imprensa católica e com intelectuais militantes para poder disseminar o seu pensamento e combater os “males modernos”. A partir da fundação do jornal „A Ordem‟, no ano de 1935, como resultado dos esforços organizacionais da Diocese de Natal, pretendemos mostrar que, no caso norte-rio-grandense, a recusa à modernidade é apenas parcial, como evidencia a própria imprensa, que em um contexto de crise da identidade católica, passa a ser, ao mesmo tempo, um meio para reinserção dos princípios católicos na sociedade e um fim que deveria constituir contrapartida a imprensa laica. É neste sentido que investigaremos a imprensa como parte de uma autocompreensão da Igreja, ligada ao projeto internacional da „Boa Imprensa‟ que, no Rio Grande do Norte, demonstrou ser um dos componentes da formação da identidade católica. Subjacente a isto se desenvolve o projeto de intelectual católico, que analisaremos a partir da trajetória de Otto Guerra que, assim como a imprensa católica, responde à modernidade e possui como objetivo a recatolicização da sociedade. Por último, ainda perseguindo a compreensão da identidade católica norte-rio-grandense, analisaremos alguns acontecimentos que colaboram reafirmar o compromisso de incorporação da Igreja ao discurso anticomunista, elemento este sem o qual não podemos entender o catolicismo dos anos 1930 e tampouco, a constituição de sua identidade em oposição ao comunismo. Estes acontecimentos são o Levante Comunista de 1935, a proposta de comemoração do tricentenário da chegada de Maurício de Nassau à Recife elaborada em 1936 e, por fim, a Guerra Civil Espanhola. Analisaremos esses acontecimentos a partir das publicações do jornal "A Ordem‟ e demonstraremos que eles foram apresentados e rememorados de forma concatenada, entrelaçando períodos, personagens e acontecimentos diferentes em meio a uma recusa parcial da Igreja à modernidade e à elaboração do Rio Grande do Norte enquanto um território católico.Livro Corografia e produção espaço-identitária do Rio Grande do Norte(Ideia, 2018-07) Brito, Anderson Dantas da Silva; Medeiros Neta, Olivia Morais de; Peixoto, Renato AmadoEste livro tem como temática corografias e imaginário toponímico norte-rio-grandense. E, objetiva analisar os interesses e o imaginário que caracterizaram as corografias enquanto produções intelectuais que elaboraram historicamente uma espacialidade e uma identidade para o Rio Grande do Norte.Dissertação Da Pena à Espada: Xenofonte e a Representação de Esparta em A Constituição dos Lacedemônios(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2012-08-17) Silva, Cleyton Tavares da Silveira; Vasques, Márcia Severina; ; http://lattes.cnpq.br/2044586970276129; ; http://lattes.cnpq.br/6301794399679685; Peixoto, Renato Amado; ; http://lattes.cnpq.br/4329353374197075; Tacla, Adriene Baron; ; http://lattes.cnpq.br/2482007463791395Pretende-se analisar como Xenofonte, através de suas próprias visões e práticas sociais, constrói a imagem dos espartanos e seu regime Políade, durante o intervalo cronológico que se segue do final do século V ao início do século IV antes da era cristã, período de grande turbulência política nas Póleis helênicas. Para tanto, lançaremos mão dos escritos em A Constituição dos Lacedemônios, a fim de apontar três elementos que entendemos essenciais para a compreensão da narrativa de Xenofonte: quem fora Xenofonte e de que maneira seu estilo narrativo é influenciado por suas vivências e experiências; a idéia de Cidade, o que é a Pólis para Xenofonte e como ele a define enquanto comunidade de Cidadãos; e por fim, estabelecer através de que ferramentas Xenofonte constrói uma imagem de Esparta e Espartanos nas representações destas personagens em seus escritosDissertação "É a mulher brasileira a esperança viva da ressurreição da pátria": o periodismo católico e a construção dos espaços de poder pela arquidiocese de Olinda e Recife (1935-1940)(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-10-07) Araújo, Joyce da Silva Alves; Peixoto, Renato Amado; https://orcid.org/0000-0002-2342-4215; http://lattes.cnpq.br/4329353374197075; Moura, Carlos André Silva de; Moura, Carlos André Silva de; Santos, Magno Francisco de Jesus; Santos, Magno Francisco de JesusA Revista Maria, objeto e fonte da pesquisa, pertenceu à ‘Bôa Imprensa’ e estava inserida no âmbito das organizações femininas. Objetivamos compreender como a Revista Maria foi instrumentalizada pela Arquidiocese de Olinda e Recife, no recorte temporal de 1935 a 1940, para a produção de um espaço social que estabeleceu um padrão de gênero e religiosidade para as mulheres, pautados nos interesses da Instituição religiosa. Assim, busca-se perceber a adequação ao público feminino de um discurso sobre a cultura, política e religiosidade e analisar sua atuação intelectual na construção de um conservadorismo feminino, levando em consideração a influência dos líderes da recatolicização, bem como, a relação da Igreja Católica com o Estado no período. Serão examinadas as edições da Revista Maria como fonte principal, levando em consideração as reflexões de Tania de Lucas sobre o trabalho com esse tipo de documento. Destacamos ainda, as contribuições teóricas de de Yi-Fu Tuan, que compreende o espaço a partir das experiências que formulam seus constructos, desnaturalizando a construção do espaço por parte da Igreja Católica. E de Pierre Bourdieu sobre o habitus, percebendo que se tem a influência da posição social dos indivíduos no estabelecimento dos seus pontos de vista. Também de Renato Peixoto e Cândido Rodrigues que pesquisam a Igreja Católica e seus interesses políticos utilizando periódicos, os quais fundamentam as discussões sobre a presente análise. Neste trabalho ocorre o esforço de analisar a Revista Maria levando em consideração suas pautas políticas e religiosas, percebendo a religiosidade como um guia na construção dos moldes sociais para as católicas.Dissertação "É o sonho da gente indo embora!": relações territoriais e a reivindicação existencial da comunidade quilombola Lagoas-PI (2005-2014)(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2020-09-03) Oliveira, Emanoel Jardel Alves; Santos, Magno Francisco de Jesus; ; ; Abreu, Martha Campos; ; Peixoto, Renato Amado;O presente trabalho tem como objetivo analisar a historicidade da organização e territorialização da comunidade quilombola Lagoas-PI, assim como evidenciar a reivindicação existencial dos lagoanos frente à luta pela titulação das suas terras, que ocorreram durante os anos de 2005 à 2014. Nesse sentido, partimos da ressemantização do conceito de quilombo, enquanto categoria analítica, para compreender como os lagoanos se apropriaram dos seus direitos constitucionais, se organizaram, realizaram a territorialização de suas terras e reivindicaram a sua existência. Dessa maneira, esta pesquisa tem como mote apresentar as mobilizações dos representantes das cento e dezenove (119) localidades, que são situadas em seis (06) municípios no sudeste do estado, para construir um território quilombola. Quer dizer, tenciona abordar, a partir da iniciativa organizacional desses sujeitos e dos convênios estabelecidos com algumas entidades, a respeito da territorialização e materialização da comunidade quilombola Lagoas, compreendendo as suas ações como contra colonizadoras e descoloniais. Além disso, pretende discutir acerca dos conflitos territoriais que ameaçaram a sua existência, destacando a luta por políticas públicas em razão do racismo ambiental sofrido pela comunidade.Dissertação Eloy de Souza e o nordeste: construção discursiva do espaço dos estados seviciados pela seca na primeira república brasileira(2018-08-27) Silva, Itala Mayara de Castro; Peixoto, Renato Amado; ; ; Santos, Magno Francisco de Jesus; ; Ricci, Paolo;Este trabalho objetiva compreender a relação existente entre a política local e nacional junto à produção dos espaços no que se refere à construção identitária e espacial de uma regionalidade nordestina, a partir dos pronunciamentos, escritos e contribuições de Eloy Castriciano de Souza acerca de um combate as secas, no período de 1894 a 1919. Analisando através do eixo temático das secas, as transformações da construção indenitária e espacial referente à sucessão dos recortes regionais do Norte e Nordeste, durante as primeiras décadas da República brasileira. . Avaliando, assim, a elaboração deste espaço, junto às suas especificidades, constituído através de um programa político de desenvolvimento para os estados seviciados pelas secas, realizado por Eloy de Souza. Plano formulado dentro da dinâmica político-social de um lócus, do qual se apropria e reconstrói a partir de sua perspectiva imagética-discursiva. O exame da produção e trajetória política / intelectual desse jornalista e representante parlamentar do Rio Grande do Norte que, ao contrário do que aponta grande parte da historiografia sobre o tema, apresentou a formulação de uma espacialidade e identidade nordestina, já nas duas primeiras décadas do século XX. Dentro dessa perspectiva, aprofundamos a análise acerca das relações e interposições existentes no campo político local e nacional, bem como analisamos a inserção do Rio Grande do Norte dentro do novo recorte espacial em formação, o Nordeste. Espacialidade que englobava as províncias, depois estados, do Rio Grande do Norte, Ceará, Paraíba, Piauí, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e também o norte de Minas Gerais.Dissertação Em nome(s) dos interesses: imaginários toponímicos do Rio Grande do Norte na Primeira República(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2012-08-31) Brito, Anderson Dantas da Silva; Peixoto, Renato Amado; ; http://lattes.cnpq.br/4329353374197075; ; http://lattes.cnpq.br/8675877756294298; Oliveira, Iranilson Buriti de; ; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4728002Z6; Macedo, Muirakytan Kennedy de; ; http://lattes.cnpq.br/6234766321259493Esse trabalho tem como temática imaginários toponímicos, a partir da qual objetivamos analisar os imaginários e interesses investidos que caracterizaram a implantação e a legitimação da Primeira República (1889-1930) no Rio Grande do Norte, historicizando o processo de toponimização de tal espaço. Para a construção de nosso objeto perscrutamos leis e decretos provinciais, estaduais, e municipais; mensagens anuais de governadores; artigos dos jornais O Povo, A República, Diário do Natal, O Seridóense, A Notícia, e Jornal das Moças; a cartografia, e a historiografia local que trata da toponímia. A utilização dessas fontes aliadas a empiria foram conduzidas por um aporte teórico-metodológico baseado na história do imaginário político através de Cornelius Castoriadis, René Rémond, Michel de Certeau e Maria Dick. Para a compreensão dos imaginários que (de)marcaram toponimicamente os espaços do Rio Grande do Norte durante a Primeira República inicialmente retornaremos às duas últimas décadas imperiais, enquanto momento de clivagem entre Império e República, fundamental para a fomentação dos imaginários que corporificaram a organização de nossa problemática. Este primeiro olhar trata de observar através dos nomes de algumas cidades como o espaço norte-rio-grandense deveria está alinhado com a dinâmica imaginária do novo regime político da nação, seguindo para um processo de redirecionamento das práticas nomeativas em conformidade com a organização familiar Albuquerque Maranhão ao enunciar nos nomes de cidades, vilas, ruas, escolas, edifícios, etc o reconhecimento à memória de seus membros, para na sequência verificar como uma nova dinâmica nomeativa ajudou a entender o processo de transição política do Litoral para o Sertão, e ao mesmo tempo afirmando o poder da elite política e econômica seridoense à frente do governo do estado nas duas últimas décadas da Primeira RepúblicaTCC Entre a fé e a política: a Guerra Cristero como ferramenta didática na educação histórica(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2025-07-12) Serafim, Marcus Felipe Gomes; Peixoto, Renato Amado; http://lattes.cnpq.br/4329353374197075Este trabalho analisa a Guerra Cristera (1926–1929), conflito religioso ocorrido no México, a partir de uma perspectiva didática e comparativa, visando sua inserção como ferramenta pedagógica no ensino de História. Partindo da análise de fontes primárias, como os jornais A Cruz e O Jornal, vinculadas ao catolicismo no Brasil, o estudo investiga como o conflito mexicano reverberou no Brasil e no mundo. Além disso, propõe abordagens interdisciplinares e metodologias ativas para aplicar o tema em sala de aula, relacionando-o a temas como liberdade religiosa, laicidade, direitos humanos e repressão política. O artigo ainda destaca a importância de incluir conflitos latino-americanos no currículo escolar, superando a centralidade europeia, e reforça o papel da escola na formação crítica e cidadã dos estudantes.Dissertação Entre astros, cometas e constelações: percepções de uma organização do espaço mítico nas gravuras renascentistas de Albrecht Dürer (1471-1528)(2015-09-01) Pereira, Rafaele Sabrina Barbosa; Santiago Júnior, Francisco das Chagas Fernandes; ; http://lattes.cnpq.br/8893350729538284; ; http://lattes.cnpq.br/6182671691379109; Peixoto, Renato Amado; ; http://lattes.cnpq.br/4329353374197075; Tatsch, Flávia Galli; ; http://lattes.cnpq.br/0478383494161646Cometas, planetas, luas e constelações foram, ao longo de civilizações, representados por pintores, arquitetos e escultores por meio de imagens e mapas celestes e mapas zodiacais. Na cultura renascentista, essas imagens estiveram, por exemplo, nas abóbodas do palácio de Schifanoia em Ferrara, tal como em diversas gravuras de Albrecht Dürer, como apontou Aby Warburg e, posteriormente, Erwin Panofsky. Nessa escrita, apontamos que as gravuras, a saber, O sifilítico (1494), O astrônomo (1500) e A mulher com zodíaco (1502), Melencolia I (1514), atribuídas a Dürer, poderiam fazer parte de temas, especialmente, da astrologia, recorrentes em outras gravuras de seu período. Para isso, partiremos da relação entre imagem e texto presente nas imagens elencadas, de acordo com a perspectiva de W.J.T. Mitchell. Assim, visamos entender como as imagens podem, através de sua visualidade, ajudar a compor um período em que o pensamento era concebido por determinadas correspondências entre o homem e os astros, a partir da ideia do homem como um microcosmo. Assim sendo, para entender essa dada forma de se organizar através de um espaço correspondente, ou através de uma visão de mundo, no qual os astros tinham lugar especifico, apontamos para a categoria espaço mítico tal qual apontada segundo a perspectiva do geógrafo Yi-Fu Tuan.TCC Entre o ensino e a aprendizagem: relatos de um sujeito histórico na licenciatura em História(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2023-07-10) Costa, Antonio Matheus Bezerra; Peixoto, Renato Amado; Renato Amado Peixoto; http://lattes.cnpq.br/3299630616384282O documento compreende o relato de experiência dos 4 estágios necessários para a obtenção do título de licenciatura. São refletidas questões do âmbito do ensino da história e sua função social. Além disso, o documento aborda a natureza política do conhecimento histórico em diálogo com as experiências vivenciadas no chão da sala de aula, ao longo das experiências dos estágios em diferentes escolas e contextos.Tese Entre o litoral e o sertão: Mauro Mota e seus espaços de experiência (1940-1980)(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-08-19) Silva, Maria Samara da; Peixoto, Renato Amado; https://orcid.org/0000-0002-2342-4215; http://lattes.cnpq.br/4329353374197075; https://orcid.org/0000-0003-1774-6709; http://lattes.cnpq.br/6091947520643987; Santos, Magno Francisco de Jesus; Arrais, Raimundo Pereira Alencar; Teixeira, Flávia Weinstein; Amaral, Tércio LimaA presente tese tem como objeto de estudo a trajetória intelectual e a produção escrita do pernambucano Mauro Ramos da Mota e Albuquerque (1908-1983). Considerando aqui uma obra vasta e diversa produzida durante as décadas de 1940 a 1970, esta pesquisa teve por objetivo principal analisar este acervo, tendo como foco as relações entre esse intelectual e os espaços, compreendendo como Mauro Mota afeta e é afetado por estes em suas dimensões sensoriais, bem como os desdobramentos culturais que surgem dessas interações. Assim, no conjunto da obra deste autor verificaram-se as espacialidades: a cidade do Recife, o sertão a cidade Nazaré da Mata. Além de tratar nas relações com os espaços, este estudo dedicou-se a como essas relações interferem no posicionamento de Mota, enquanto membro de um campo intelectual nordestino, ou seja, queremos demonstrar como a maneira deste autor visualizar e representar os espaços citados esteve diretamente ligada às suas manobras dentro do seu campo intelectual e na sua relação com as esferas do poder político e econômico, no período de atuação como chefe de instituições culturais como a Fundação Joaquim Nabuco, a Academia Pernambucana de Letras e no Diário de Pernambuco. Para realizar essas duas tarefas, utiliza se um acervo pessoal de obras do autor além de fontes disponíveis no acervo de Mauro Mota na Fundação Joaquim Nabuco e no acervo digital do Diário de Pernambuco da Hemeroteca Nacional. Como perspectiva metodológica utiliza-se a análise do discurso via Michel Pêcheux para análise dos textos de Mota. Utilizamos também Pierre Bourdieu para mapear e analisar o percurso de Mota dentro do campo intelectual. Ao tratar da relação entre sujeito e espaços, esta investigação busca relacionar categorias como lugar, paisagem, cartografia literária, natureza topofilia e campo intelectual.Dissertação A epopeia do negro brasileiro: a produção da república dos palmares na escrita de Arthur Ramos(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2014-09-08) Souza, Thyago Ruzemberg Gonzaga de; Peixoto, Renato Amado; ; http://lattes.cnpq.br/4329353374197075; ; http://lattes.cnpq.br/2073369362886579; Santiago Júnior, Francisco das Chagas Fernandes; ; http://lattes.cnpq.br/8893350729538284; Turin, Rodrigo; ; http://lattes.cnpq.br/5721938287561420Na segunda metade do século XX houve a ascensão da imagem do Quilombo dos Palmares e de seu líder Zumbi como heróis da liberdade, do povo negro e da nacionalidade brasileira. Porém, no final do século XIX a imagem do Quilombo estava longe de ser positiva, representava tudo que as elites intelectuais e políticas brasileiras não gostariam que estivesse vinculada a nacionalidade. Em quase cem anos o Quilombo dos Palmares passou de inimigo da nação ao status de herói nacional; deixou de ser um grupo de africanos que impediria o progresso da civilização brasileira, para ser a grande epopeia do negro brasileiro. A quantidade de escritos que abordavam esse tema, aumentou consideravelmente, durante o século XX, demonstrando a importância atribuída a Palmares, pelos intelectuais deste período. Dentre os estudiosos, estava o médico e antropólogo alagoano Arthur Ramos, ministrante de uma conferência em 1938, intitulada “O espírito associativo do negro”, e autor do capítulo “A República de Palmares”, publicado em 1939 no livro “The negro in Brasil”. O objetivo, por conseguinte, foi analisar o espaço imaginário, o Quilombo dos Palmares, composto por Ramos nos seus escritos, relacionando a construção desse espaço com a tradição historiográfica sobre Palmares e a “cena de produção” em que o autor estava inserido. A pesquisa foi desenvolvida entre os campos da História Cultural dos Espaços e da História da Historiografia. O Quilombo dos Palmares foi compreendido como espaço imaginativo, seguindo as colaborações de Edward Said concentrando-se nos significados simbólicos ou poéticos. Para analisar a historiografia, utilizamos a análise do discurso, fundamentada na descontrução de Jacques Derrida, na qual pensamos como um procedimento de questionamento, de decomposição e de re-organização dos discursos. Juntamente, com a operação historiográfica de Michel de Certeau, possibilitou compreender os mecanismos da escrita da história. Nos textos de Arthur Ramos, estavam concentradas as principais conclusões de uma nova perspectiva sobre Palmares. O professor Ramos, colocou-se como herdeiro de Raimundo Nina Rodrigues, dando continuidade as pesquisas sobre as populações negras no Brasil, ocasionando uma narrativa concentrada nos próprios palmarinos, não nos seus conquistadores. No entanto, distanciou-se da perspectiva racista de Rodrigues, aproximando-se da antropologia cultural norteamericana, possibilitando a produção de Palmares como resistência ao processo de aculturação imposto aos escravos. Como leitor das produções dos Institutos Pernambucano e Alagoano, principalmente de Jaime Altavilla e de Manoel Arão, conhecia uma narrativa heroica do evento, ainda que ligada a construção das identidades estaduais. Arthur Ramos ampliou esse discurso, ao produzir o Quilombo dos Palmares, como obra da qualidade e capacidade do Negro brasileiro.
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