Navegando por Autor "Pelinser, André Tessaro"
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Artigo Uma coronel no sertão: transfigurações do feminino em A História de Bernarda Soledade, de Raimundo Carrero(Revista A Cor das Letras, 2020) Pelinser, André Tessaro; Silva, Felipe Dantas daO regionalismo tem sido considerado por grande parte da crítica literária brasileira como uma manifestação de baixa qualidade artística. Esta visão negativa tem levado muitos escritores contemporâneos a rechaçar a vinculação ao rótulo, ainda que, em suas obras, encontrem-se representações do universo sertanejo com temas e imagens que se inserem numa tradição regionalista. Neste trabalho, analisa-se o romance A História de Bernarda Soledade – a tigre do sertão, de Raimundo Carrero, com atenção às representações do feminino e do coronelismo, tendo em vista a corrente literária regionalista. O exame é baseado na personagem Bernarda Soledade, que subverte as convenções sociais impostas pela sociedade e confere nova roupagem à representação do universo coronelista. Constata-se que, apesar da negação de Raimundo Carrero ao regionalismo, é possível encontrar na obra analisada a recorrência de índices que vêm sendo expressos ao longo da história literária brasileira e, portanto, se inserem numa tradição regional, mesmo que haja transfigurações no modo como estes elementos são representadosArtigo Espaço e cultura em Macunaíma, de Mário de Andrade(Literatura em Debate, 2020) Pelinser, André Tessaro; Cechinato, Natalia SusinO presente artigo objetiva investigar a relação entre espaço e cultura em Macunaíma, de Mário de Andrade. Para tanto, são examinadas as trocas culturais proporcionadas pelo protagonista quando de seu deslocamento da Floresta Amazônica para a cidade de São Paulo. Nessa perspectiva, os trânsitos de Macunaíma por diferentes regiões do Brasil são compreendidos como basilares para o desenvolvimento da narrativa, à medida que fomentam contatos entre espaços e culturas distintos, os quais são postos em fricção pelas ações das personagens. A análise baseia-se nas discussões de Michel de Certeau (2002) sobre espaço, de Clifford Geertz (2008) a respeito da cultura e de Ruben Oliven (1984) e Sandra Pesavento (1995; 1999) acerca das mudanças sociais e urbanas no Brasil do século XXDissertação Fino corte, deslize: o desejo na poesia de Marize Castro(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2025-01-17) Andrade, Maria Regina Soares Azevedo de; Pelinser, André Tessaro; https://orcid.org/0000-0001-9756-0116; http://lattes.cnpq.br/0161622131120954; http://lattes.cnpq.br/4954684406337399; Flores, Conceição; Oliveira Neto, Pedro Fernandes de; https://orcid.org/0000-0001-8627-4499; http://lattes.cnpq.br/6991341292172385Esta dissertação se debruça sobre os livros de poemas Esperado ouro (2005) e Habitar teu nome (2011a), de Marize Castro, e elege o desejo como categoria analítica, devido à sua proeminência nesta poética e, em particular, nas obras selecionadas. Junto à apresentação da autora como poeta, jornalista, pesquisadora e editora e ao mapeamento de sua fortuna crítica, propõe-se uma análise qualitativa, amparada em pesquisa bibliográfica, a fim de investigar e qualificar o desejo em uma seleção de poemas de cada obra, considerando de que elementos o desejo surge acompanhado, como é apresentado e que relações estabelece dentro do texto. Como aparato teórico sobre o desejo, são consideradas as produções de Adauto Novaes e Marilena Chauí presentes na coletânea O desejo (1995), que contribuem com discussões etimológicas, filosóficas e psicanalíticas. Para a análise dos poemas, considera-se o Dicionário de símbolos de Jean Chevalier e Alain Gheerbrant (2015), bem como O livro de ouro da mitologia, de Thomas Bulfinch (2002), e o Dicionário da crítica feminista (2005), de Ana Gabriela Macedo e Ana Luísa Amaral, além de reflexões ensaísticas e literárias de Anne Carson (2022), Annie Ernaux (2022, 2023), Elizabeth Grosz (2015), Guilherme Gontijo Flores (2018, 2020), Hélène Cixous (2022, 2024), Marguerite Duras (2021), Octavio Paz (1982, 1984) e Roland Barthes (1981, 1987). A partir da análise empreendida, avalia-se que o desejo presente nos poemas de Marize Castro distancia-se do desejo convencional, à mercê das convenções sociais e do mercado, e cria uma fenda, um território poético novo em que se encontra a reinvenção da tradição, em termos estruturais e semânticos. É um desejo criativo e criador, que se movimenta e movimenta. O desejo é uma curva por onde seguir.Artigo Guimarães Rosa e o Regionalismo literário brasileiro: revisão crítica sobre um problema perene(Signo, 2017) Pelinser, André TessaroEste artigo enfoca a recepção crítica da obra de Guimarães Rosa, a partir de 1946 até o início do século XXI, e analisa os argumentos empregados para lidar com a presença da região na literatura do autor. O discurso crítico, desde o lançamento de Sagarana, manifesta uma relação conturbada com as características comumente associadas ao Regionalismo, ora reconhecendo, ora negando sua presença na ficção rosiana. Ao invés de fomentar novas percepções críticas acerca da literatura produzida com base em espaços regionais, a obra de Guimarães Rosa parece ter contribuído, involuntariamente, para a consolidação de matrizes de pensamento que negam ao regional o estatuto literário. O termo Regionalismo é grafado com inicial maiúscula ao longo do texto, uma vez que ele é aqui tomado como indicador de uma vertente literáriaTese O herói problemático no romance de formação tardio: um estudo dos protagonistas de "Grande Sertão: Veredas" e "Um retrato do artista quando jovem"(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2023-06-30) Souza, Wallyson Rodrigues de; Araújo, Rosanne Bezerra de; https://orcid.org/0000-0003-4308-3881; http://lattes.cnpq.br/7328556088478313; http://lattes.cnpq.br/6145123746428113; Pelinser, André Tessaro; https://orcid.org/0000-0001-9756-0116; http://lattes.cnpq.br/0161622131120954; Almeida, Danielle Grace Rego de; Guimarães, Maria da Conceição Oliveira; Santos, Vitor CeiA presente pesquisa objetiva estabelecer um estudo comparado dos heróis dos romances Grande sertão: veredas, de João Guimarães Rosa, e A portrait of the artist as a young man, de James Joyce. Em termos teóricos, nos apropriamos da Teoria do romance de Lukács, cujas considerações sobre a perda da totalidade extensiva da vida, bem como, a condição essencialmente problemática do herói, são basilares para a análise proposta. Para complementar a fundamentação teórica de Lukács, recorremos às Reflexões sobre o romance moderno, de Rosenfeld, pois sua série de hipóteses nos propícia um estreitamento das possibilidades de diálogo. Baseado nisso, nossa tese articula a comunicação entre as obras restringindo-se à observação dos heróis sob três aspectos. Primeiramente, tomamos os romances sob a ótica da tradição do Bildungsroman por meio da tipologia Erziehungsroman, designada por Lukács (2007), em diálogo com o conceito do romance de formação tardio, de Moretti (2020). Em um segundo momento, observamos como os autores recorrem aos modelos míticos para a construção de seus heróis. Para tratar da relação entre mito e literatura, visitamos as ponderações de Rosenfeld (1996), Barthes (2001) e Mielietinski (1987); já para análise dos nossos objetos de estudos, recorremos à teoria dos modos de Frye (2014). Por fim, investigamos como os procedimentos narrativos e a subjetividade temporal estão atrelados ao perfil psicológico dessas personagens. Para isso, além do já citado ensaio de Rosenfeld (1996), recorremos aos textos de Auerbach (2015) e Adorno (2003). Através deste estudo concluímos que, por meio das três categorias assinaladas, a barreira temático-cultural é superada, comprovando a amplitude do horizonte temático e a condição problemática desses protagonistas. Por outro lado, constatamos que os vínculos de valores estilísticos, entre os autores, comumente promovidos pelos critérios linguísticos, podem se estabelecer por intermédio de outras categorias, como o estudo da personagem aqui proposto.Artigo Jó Joaquim e Livíria: entre o desenredo da tradição e o protagonismo feminino(Todas as Letras - Revista de Língua e Literatura, 2017) Pelinser, André Tessaro; Arendt, João ClaudioA ficção de João Guimarães Rosa notabiliza-se por sua capacidade de recorrer a sujeitos deslocados e incomuns sob diversos aspectos, construindo tramas nas quais personagens ímpares adquirem protagonismo. Dentre eles, no âmbito deste trabalho, ganha destaque Livíria, mulher cujos nomes anagramáticos (Rivília, Irlívia ou ainda Vilíria) parecem velar e, ao mesmo tempo, desvelar sua importância na narrativa do conto intitulado “Desenredo”. Com isso em vista, procura-se lançar luzes sobre os aspectos que fazem que, por um lado, embora a narração confira a Jó Joaquim os papéis de protagonista da história e de autor do “desenredo”, por outro, é Livíria quem protagoniza não um, mas dois triângulos amorosos, e serve de princípio motor à narrativa, subvertendo a estrutura social de uma pequena comunidade interiorana. Nessa linha, o feminino articula-se não como simples pivô da traição, mas antes como elemento primeiro de um caso de amor dominado pela mulher que possuía “o pé em três estribos”Artigo A permanência do regionalismo na literatura brasileira contemporânea(Estudos de Literatura Brasileira Contemporânea, 2020) Pelinser, André Tessaro; Alves, Márcio MirandaEste artigo analisa a permanência de marcas do Regionalismo na prosa da literatura brasileira contemporânea. Considerado ultrapassado pela crítica literária e renegado pelos escritores, o Regionalismo entrou para a história da literatura brasileira como sinônimo de arte de baixa qualidade estética. No entanto, percebe-se que os temas regionais nunca deixaram de ser matéria para a narrativa ficcional brasileira, desde Guimarães Rosa, Erico Verissimo e Josué Guimarães, até Luiz Antonio de Assis Brasil, Antônio Torres e Milton Hatoum. Observa-se que a diferença entre o presente e o passado reside na ênfase dada pelos escritores ao contexto e ao espaço regionais, em um primeiro momento ufanistas em relação às particularidades da terra, e na contemporaneidade preocupados com a problematização dos contrastes culturais. Conclui-se que a literatura brasileira contemporânea deve muito à tradição regionalista, sem que isso implique questionamentos de qualidade estética, e que cabe à crítica investigar os temas e as formas da narrativa como chaves de interpretação para problemas históricos que perduramArtigo Resenha de obra: 'Mas é possível que haja outros', de Rafael Iotti(Afluente: Revista de Letras e Linguística, 2018) Pelinser, André Tessaro; Arendt, João ClaudioRafael Iotti afirma ter 25 anos, mas é possível que tenha muitos mais. Aparenta pelo menos 50. Com certeza, já cometeu todos os pecados capitais, não tem paciência para tomar banho, anda com os pés sempre sujos, já se agachou covardemente na hora do soco, fez vergonhas financeiras e tem sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas. Tem 25, aparenta 50, mas é possível que tenha mais. É certo que já cometeu alguns crimes suaves e comeu a sua ração diária de erro distribuída pelos ferozes poetas do mal. Sabe- se que já quis pôr fogo em tudo, inclusive em si mesmo, e que só foi salvo com “A invenção do amor”!Artigo Ressonâncias da tradição: Guimarães Rosa, Mário de Andrade e Simões Lopes Neto(O Eixo e a Roda: Revista de Literatura Brasileira, 2019) Pelinser, André TessaroEste artigo examina as obras de João Guimarães Rosa, Mário de Andrade e João Simões Lopes Neto com o objetivo de verificar em que medida pontos de contato identificados na ficção desses autores promovem rearranjos na série literária brasileira. O estudo parte da noção de tradição literária, tal qual formulada por T. S. Eliot e Jorge Luis Borges, e, em seguida, procura mapear a ocorrência de ressonâncias das principais obras de Mário de Andrade e Simões Lopes Neto na literatura de Guimarães Rosa. Assim procedendo, pretende averiguar como a obra de Guimarães Rosa ressignifica os textos de Mário de Andrade e Simões Lopes Neto, renovando sua legibilidade e modificando sua posição no campo literário