Navegando por Autor "Pimentel, Denise Evelyn Mendonça"
Agora exibindo 1 - 2 de 2
- Resultados por página
- Opções de Ordenação
Dissertação Caracterização do comportamento reprodutivo na Região Nordeste em um contexto de baixa fecundidade(2018-08-09) Pimentel, Denise Evelyn Mendonça; ; ; Aguirre, Moisés Alberto Calle; ; Júnior, Cláudio Santiago Dias;A literatura recente tem apontado a queda fecundidade no Brasil ocorreu através de uma combinação de diferentes regimes reprodutivos. Nesse sentido, a heterogeneidade observada no regime de fecundidade (redução da fecundidade alta, ausência de filhos e fecundidade em torno de um e dois filhos), tem sido explicada pelos diferenciais sociais e econômicos que existem entre as mulheres. Partindo desse contexto, o principal objetivo deste estudo é analisar as características socioeconômicas e demográficas das mulheres em idade reprodutiva do Nordeste, por número total de filhos tidos, entre os anos de 2000 e 2010. Para tanto, este estudo tem como foco quatro grupos de mulheres, a saber: mulheres sem filho; com um filho; dois filhos e três ou mais filhos. Para atingir os objetivos propostos, foram utilizados os dados dos Censos Demográficos de 2000 e 2010. A metodologia adotada é a análise estatística descritiva, capaz de relacionar as informações de cada variável em estudo com os quatro grupos de mulheres, agrupadas pela quantidade de filhos tidos até a data de cada censo. Os resultados mostram que, durante o período analisado, houve uma redução significativa na proporção de mulheres com três ou mais filhos, seguido de um crescimento na participação de mulheres sem filho, assim como com um e dois filhos. Esse comportamento foi observado em todas as Unidades Federativas do Nordeste, porém, essas mudanças se deram internamente de maneira diferenciada. Além disso, teve uma redução significativa na participação de mulheres com filhos em idades mais jovens, apresentando um incremento em idades acima dos 30 anos. Todavia, a principal mudança foi a diminuição na participação de mulheres com dois filhos em faixas de idade de 20 a 34 anos, mas sendo observado um crescimento acima dos 35 anos. Os resultados sugerem que as características que mais diferenciam as mulheres em relação ao número de filhos tidos são: situação do domicílio; renda total domiciliar per capita; cor/raça, escolaridade e situação conjugal. Nesse contexto, é importante destacar o crescimento de arranjos familiares heterogêneos no Nordeste, com aumento na participação de mulheres em união e sem filhos. Além disso, nota-se um contingente significativo de mulheres que nunca viveram em companhia do cônjuge sem filhos. Contudo, o aumento no nível de escolaridade da população feminina, durante o período analisado, foi o que mais impactou nos diferenciais entre as mulheres em relação ao número total de filhos. Em suma, a pesquisa apontou que o declínio da fecundidade na Região Nordeste entre 2000 e 2010 se deu por uma combinação de diferentes regimes reprodutivos, em razão dos diferenciais sociais e econômicos presentes entre as mulheres.Tese Seletividade marital por idade entre casais heterossexuais no Brasil(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2023-08-04) Pimentel, Denise Evelyn Mendonça; Costa, José Vilton; Jesus, Jordana Cristina de; https://orcid.org/0000-0003-1021-1787; http://lattes.cnpq.br/9522344427259741; https://orcid.org/0000-0002-4986-7356; http://lattes.cnpq.br/2024838537927934; http://lattes.cnpq.br/3674221324598831; Myrrha, Luana Junqueira Dias; Ojima, Ricardo; Tomás, Maria Carolina; Marcondes, Glaucia dos SantosO diferencial de idade entre cônjuges tem implicações importantes em uma série de contextos – nos padrões de uniões conjugais, nas relações de gênero, estabilidade dos casamentos e nas conformações das famílias. Nesse contexto, este trabalho investiga os fatores socioeconômicos e demográficos associados aos diferenciais de idade entre os casais heterossexuais no Brasil. Para isso, utilizou-se dados do registro civil referente ao período de 1990 a 2019 e os Censos Demográficos de 1991 a 2010. A partir das diferenças de idade entre os cônjuges, os casais foram classificados em homogâmicos, hipergâmicos e hipogâmicos em termos etários. Considera-se como casais homogâmicos aqueles que possuem a mesma idade e hipergâmicos quando o homem é mais que a parceira e hipogâmicos quando a mulher é mais velha que o parceiro. As chances de homens e mulheres estarem em um relacionamento heterogâmico (hipogâmico/hipergâmico) em comparação a um homogâmico foram analisadas considerando os seguintes fatores: idade, condição de migração, escolaridade, situação do domicílio, tipo de união, raça/cor, PIB per capita e taxa de urbanização das microrregiões. Entre os principais resultados destaca-se a redução na proporção de casais nos quais os homens são os mais velhos, acompanhado de um aumento de casais cujas mulheres são mais velhas que seus cônjuges, independente do estado civil. Houve também um crescimento na participação da homogamia e hipogamia nos casamentos em que ambos os cônjuges são solteiros. A postergação dos casamentos foi identificada como um dos fatores que contribui para mudanças nos padrões de diferenças de idade. A hipogamia foi mais comum nas uniões consensuais. Ao analisar a variação de casais homogâmicos, hipergâmicos e hipogâmicos entre microrregiões, observou-se uma associação positiva entre o aumento na idade média ao casamento das mulheres e uma alta proporção da população feminina acima dos 25 anos com ensino superior para predominância de casais hipogâmicos. Outros resultados associados à indicadores de autonomia feminina e aspectos socioeconômicos indicam que a formação de casais hipogâmicos não está necessariamente relacionada a regiões desenvolvidas economicamente. A formação de casais homogâmicos foi negativamente associada a um alto percentual de homens e migrantes na população, enquanto o PIB per capita apresentou uma correlação positiva nessa formação. Casais hipergâmicos apresentaram uma associação positiva com a predominância de homens na população e alto percentual de migrantes. Em relação aos aspectos econômicos, observou-se uma relação negativa para o PIB per capita e taxa de urbanização. Considerando as características sociodemográficas dos cônjuges, os resultados indicam que homens e mulheres com ensino superior completo têm menos probabilidade de serem hipogâmicos e hipergâmicos em comparação aos casais homogâmicos. Mulheres migrantes têm maior probabilidade de se relacionarem com um homem mais jovem, enquanto homens migrantes são mais propensos a se relacionarem tanto com mulheres mais velhas quanto com as mais jovens, em comparação aos da mesma idade. Em conclusão, este estudo enfatiza a importância de compreender os fatores que influenciam os padrões de diferença de idade entre os casais no Brasil. Além de contribuir nos estudos sobre os padrões de uniões conjugais em relação à idade e suas implicações sociais e demográficas.