Navegando por Autor "Rosendo, Geovanna Beatriz Oliveira"
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Dissertação Efeitos da exposição ao arsênio, chumbo, mercúrio e cádmio no metabolismo lipídico e glicêmico(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-05-28) Rosendo, Geovanna Beatriz Oliveira; Pedrosa, Lúcia de Fátima Campos; https://orcid.org/0000-0002-5436-5115; http://lattes.cnpq.br/1863589790139155; http://lattes.cnpq.br/0109477692801282; Navarro, Anderson Marliere; Ururahy, Marcela Abbott GalvãoA contaminação por elementos tóxicos, incluindo arsênio (As), chumbo (Pb), mercúrio (Hg) e cádmio (Cd), representa um problema global associado a efeitos prejudiciais à saúde humana, podendo provocar alterações metabólicas. Entretanto, a compreensão do impacto da exposição a elementos tóxicos nos perfis glicêmico e lipídico permanece incompleta. Esta dissertação consiste em dois estudos: o primeiro é uma revisão sistemática e metaanálise de estudos observacionais (Estudo 1), e o segundo, uma revisão narrativa (Estudo 2). O estudo 1 objetivou responder o seguinte questionamento: “A exposição ao As, Pb, Hg e Cd está associada a alterações nos perfis lipídico e glicêmico em humanos?”. A revisão apresenta registro na PROSPERO (CRD42023393681) e foi desenvolvida baseando-se no Preferred Reporting Items for Systematic Review and Metanalysis (PRISMA). Foram incluídos estudos envolvendo indivíduos com idade acima de 10 anos, contendo um grupo exposto e um grupo não exposto (ou com baixa exposição) a As, Pb, Hg e Cd, publicados até março de 2024. A glicemia em jejum e a lipoproteína de baixa densidade (LDL-c) foram definidas como os desfechos primários. Os desfechos secundários incluem hemoglobina glicada (HbA1c), colesterol total (CT), lipoproteína de alta densidade (HDL-c) e triglicerídeos (TG). O processo de busca, seleção, extração e análise da qualidade foram realizados independentemente, por dois revisores. As buscas foram conduzidas nas bases de dados MEDLINE (PubMed), EMBASE, Web of Science, LILACS e Google Scholar e as análises de risco de viés e qualidade metodológica dos estudos incluídos foram realizadas com as ferramentas Newcastle–Ottawa modificada (NOS) e JBI Critical Appraisal Tool. Stata statistical software (Stata Corp., College Station, TX, USA) foi utilizado para conduzir a metanálise. As variáveis contínuas foram representadas em diferença média padronizada (DMP) com intervalos de confiança (ICs) de 95%. A heterogeneidade entre os estudos foi verificada pelo teste I². A estratégia de busca resultou em 6.020 artigos reportados, permanecendo no final da seleção, 17 estudos para a síntese narrativa (revisão sistemática) 11 para a metaanálise. Os estudos reportam efeitos adversos na concentração de glicemia em jejum, HbA1c, HDL-c e LDL-c em indivíduos expostos ao As. Indivíduos expostos ao Hg apresentaram aumento nas concentrações de TG e CT. A exposição ao Pb foi associada a alterações no metabolismo glicêmico e ao aumento das concentrações de LDL-c, CT e TG. Por fim, a exposição ao Cd foi ao aumento nas concentrações de HbA1c, CT, LDL-c e TG, além da redução da concentração de HDL-c. Outros dois estudos não relataram alterações nos componentes do perfil glicêmico em relação à exposição ao Cd e Pb. Na metaanálise, a análise de subgrupos evidenciou que a exposição ao As e Cd, bem como a exposição concomitante ao Pb e Cd, aumentou as concentrações de glicemia de jejum. A exposição ao Hg e a sinergia entre Cd e Pb foram associadas ao aumento do LDL-c e CT. A exposição ao Hg também foi relacionada à redução das concentrações de HDL-c e ao aumento dos TG. Concluindo, obtivemos evidências sobre a exposição ao As, Cd, Pb e Hg propiciando efeitos deletérios no perfil lipídico e glicêmico de indivíduos adultos. No entanto, devido à alta heterogeneidade e à baixa qualidade dos estudos incluídos, os resultados devem ser interpretados com cautela. O Estudo 2 compreendeu uma revisão narrativa com objetivo investigar os aspectos metabólicos do As e mecanismos de ação associado às alterações glicêmicas. Concluiu-se que a relação entre exposição ao As e alterações glicêmicas em humanos pode estar associada ao sexo, tabagismo, índice de massa corporal, idade, ocupação e fatores genéticos.