Navegando por Autor "Santos, João Marcos Augusto dos"
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TCC É isso um animal? Um estudo do conto "Suicídio na granja", de Lygia Fagundes Telles(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2025-01-16) Santos, João Marcos Augusto dos; Oliveira Neto, Pedro Fernandes de; http://lattes.cnpq.br/6991341292172385; https://lattes.cnpq.br/8809088537003809; Silva, Gabriella Kelmer de Menezes; http://lattes.cnpq.br/1821772514149644; Welter, Juliane Vargas; http://lattes.cnpq.br/0733717542150292A literatura, a despeito de toda uma tradição filosófica que inferioriza os animais e os coloca em oposição irrestrita aos seres humanos, de maneira recorrente explora o ponto de vista dos animais ou os retrata como seres autônomos, principalmente a partir do século XX, com os avanços promovidos pelas teorias de Charles Darwin. Nesse contexto, o conto “Suicídio na granja”, de Lygia Fagundes Telles, apresenta duas personagens animais, o galo Aristóteles e o ganso Platão, que formam parte no interesse da literatura em explorar a animalidade. O objetivo deste trabalho é analisar o conto, com enfoque em suas duas personagens animais, de modo a compreender o papel que os animais ocupam na narrativa e, por extensão, na ficção de Telles. Para tanto, foram utilizadas as contribuições teóricas de Maria Esther Maciel (2023a, 2023b), para entender como operam as personagens animais na literatura; Michel de Montaigne (2000) e Jacques Derrida (2002), para trazer perspectivas filosóficas que, em contraponto à maior parte do pensamento ocidental, não inferiorizam os animais em relação aos seres humanos; John Berger (2021), para entender o lugar ocupado pelos animais nas sociedades industriais capitalistas; Antonio Candido (2007) e Anatol Rosenfeld (2007) e Carlos Reis (2018), para elucidar questões relacionadas à personagem e problematizar a maneira pela qual a teoria literária hegemônica lida com a questão animal. Nesse sentido, este trabalho é de cunho bibliográfico. A análise do conto revela que Lygia Fagundes Telles, por meio de sua criação literária, subverte a noção de “próprios do homem”, demonstra a falsidade da noção de que seres humanos são superiores aos animais e expõe as fragilidades do sistema de pensamento antropocêntrico.