Navegando por Autor "Soares, Artemisia dos Santos"
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Dissertação O ecoturismo sob a égide da sociedade do consumo: um estudo das Unidades de Conservação de uso sustentável do RN(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2011-04-14) Soares, Artemisia dos Santos; Azevedo, Francisco Fransualdo de; ; http://lattes.cnpq.br/2719998085102847; ; http://lattes.cnpq.br/1052024626478722; Neiman, Zysman; ; http://lattes.cnpq.br/6435341856481082; Sonaglio, Kerlei Eniele; ; http://lattes.cnpq.br/1823313556538300O ecoturismo, face às demandas e discussões ambientais, tem alcançado proeminência no mercado turístico e amplo desenvolvimento mundial, ensejando uma preocupação quanto à necessidade de um aprofundamento científico através de uma abordagem crítica das dinâmicas de consumo e conservação que permeiam essa prática. Este estudo aborda o ecoturismo sob a égide da sociedade do consumo, na qual se percebe que este se constituiu numa prática contestadora da sociedade na qual está inserida, mas que, todavia tem se submetido à lógica do capital através da mercantilização da natureza. Objetivando a compreensão da realidade apresentada, este estudo teve como recorte geográfico duas Unidades de Conservação de Uso Sustentável do estado do Rio Grande do Norte: a Área de Proteção Ambiental Jenipabu (APAJ) e a Reserva de Desenvolvimento Sustentável Estadual Ponta do Tubarão (RDSEPT). A pesquisa buscou averiguar as relações entre conservação e consumo e suas influências no ecoturismo realizado nas Unidades de Conservação (UCs) de uso sustentável selecionadas para este estudo. Para tanto, realizou-se uma reflexão crítica acerca da relação conservação versus consumo constante na prática do ecoturismo em UCs no contexto da atual sociedade, analisando-se o processo histórico de formação das UCs de uso sustentável do RN à luz do par contraditório conservação-consumo, bem como buscando-se apreender a percepção sobre o ecoturismo dos atores envolvidos com esta prática. Teve-se como percurso metodológico uma abordagem qualitativa sob uma perspectiva crítica, baseada em pesquisa bibliográfica e documental e realização de entrevistas semi-estruturadas com três grupos de atores, a saber: gestores/técnicos, comunidade e ecoturistas envolvidos com o ecoturismo nas UCs selecionadas. A análise foi realizada a partir de duas unidades de análise basilares (consumo e conservação) e doze categorias. Para a definição das unidades de análise e categorias foram tomados como referência os autores Santos (1987; 1988; 1994; 2001; 2006), Guerreiro Ramos (1989) e A. B. Rodrigues (1996; 2003), que realizam crítica à sociedade do consumo e descrevem as principais características do meio técnico-científico-informacional predominante; e Diegues (1998; 2000), A. B. Rodrigues (2001), Pires (2002) e Neiman e Rabinovici (2010), que discorrem histórica e cientificamente acerca da ênfase na conservação constante nas origens e no discurso do ecoturismo, descrevendo também suas características fundantes. Os principais resultados revelam que o uso mercadológico do prefixo eco tem atuado como uma nova roupagem para o que na realidade ainda se revela antigo, ou seja, usa-se a conservação como justificativa para mais um novo tipo de consumo. Os resultados também evidenciam que apesar da coexistência de intencionalidades mercantis e simbólicas em ambas UCs, é possível observar a predominância de características da sociedade do consumo no processo de criação e nas atividades produtivas da APAJ, enquanto na RDSEPT nota-se a predominância das características conservacionistas apregoadas pelo ecoturismo. Pode-se inferir, portanto, que o turismo realizado na APAJ não pode ser denominado de ecoturismo, enquanto as práticas observadas na RDSEPT evidenciam um alinhamento com as diretrizes do ecoturismoTese Turismo e desenvolvimento no município de Maragogi/AL: um olhar sobre os processos de participação social, democracia e cidadania(2019-08-26) Soares, Artemisia dos Santos; Azevedo, Francisco Fransualdo de; ; ; Nóbrega, Wilker Ricardo de Mendonça; ; Rezende Filho, Mozart Fazito; ; Alió, Maria Àngels; ; Fernandes, Antonio Jânio; ; Carvalho, Cícero Pèricles de;Maragogi/AL, trata-se de um município litorâneo, localizado no extremo Norte do estado de Alagoas, equidistante 125 km de duas capitais nordestinas, Maceió e Recife. Atualmente se apresenta como o segundo polo receptor de turistas do estado. Para compreender a dinâmica do turismo criticamente, se fez necessário considerar os fatores endógenos construídos historicamente que singularizam a maneira como o turismo se desenvolve no lugar, como a exploração secular da cana-de-açúcar. Sob esta perspectiva, este estudo teve como objetivo geral: analisar o processo de participação social, no desenvolvimento do turismo em Maragogi/AL, considerando a dimensão territorial. E objetivos específicos: a) Problematizar historicamente o processo de formação socioespacial da zona canavieira nordestina, destacando a Zona da Mata alagoana, particularmente, o município de Maragogi; b) Discutir as implicações socioeconômicas das políticas públicas de turismo no município de Maragogi/AL; e c) Investigar o nível de participação social da população na dinâmica do turismo local. A investigação se norteou pela pesquisa-ação participativa, um método de estudo e ação que procura obter resultados confiáveis e úteis para melhorar as situações coletivas, embasando a pesquisa na participação dos próprios coletivos a investigar. Os resultados apontam que a desigualdade presente na dinâmica socioeconômica e política brasileira, apesar de não estar correlacionada estritamente à atividade turística, tem sido acentuada por meio do estabelecimento de modelos de desenvolvimento que põem em xeque a participação, havendo descentralização da força decisória, mas não desconcentração, isto é, a redistribuição da renda tão discursada na forma de bem-estar social, perpetuando desigualdades fundadas pela cultura canavieira. Para o grupo que protagonizou o DRP, o turismo e suas particularidades se apresentaram como fator secundário na lista de prioridades, pois, segundo eles, já há direcionamento de verba e ações suficientes para o desenvolvimento do turismo no município, cabendo agora aplicar os benefícios econômicos decorrentes da atividade nos aspectos sociais e ambientais do município, buscando enxergar o lugar em sua complexidade territorial visando a redução das desigualdades. Ainda, se notou um distanciamento dos jovens em Maragogi das questões políticas que afetam diretamente a população, faltando-lhes um estímulo educacional para a democracia. Em busca de um rompimento da realidade, de uma desmistificação, esta investigação se propôs a assumir uma posição contraditória à realidade posta, desmitificando a ideia do turismo enquanto “salvação da lavoura”, enquanto, na realidade, se realiza como uma prática exploratória dos lugares, quando afasta seus cidadãos do centro do processo, seja no âmbito decisório, seja como usufruinte dos benefícios decorrentes da atividade. Considerando uma perspectiva crítica, a partir de um olhar complexo e indissociável entre pesquisa, ensino e extensão, o estudo permitiu, enquanto pesquisa, a compreensão do contexto de formação socioespacial da população maragogiense, como também, o contexto da aplicação das políticas públicas de turismo no município; enquanto extensão convidou esta população a assumir seu lugar de fala dentro do processo de turistificação do seu lugar; e como ensino, levou as metodologias participativas/ativas para a prática pedagógica junto aos jovens do lugar, iniciando um estímulo à conscientização, de construção de reflexão crítica sobre si mesmos e sobre o papel que almeja assumir diante da história de Maragogi.