Navegando por Autor "Tavares, Thaís Raquel Pires"
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Dissertação Em posse de um segredo que não era meu: silêncios e segredos em torno do viver com HIV/AIDS no sertão nordestino(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2020-08-19) Tavares, Thaís Raquel Pires; Melo, Lucas Pereira de; ; ; Silva, Ana Claudia R. da; ; Silva, Merces de Fatima dos Santos;Diante de processos sociais produzidos pelo estigma e discriminação em relação ao HIV/aids, as pessoas que vivem com esta condição, sob a lógica da longa duração, se veem diante de um processo de economia de visibilidade: adentram a um universo de silêncios e segredos como forma de proteção. Esta pesquisa parte do pressuposto que, diante das especificidades da dinâmica social dos contextos interioranos, o lugar de origem/moradia, enquanto marcador social da diferença, modela a forma como essas pessoas vivem a soropositividade, de forma que empenham uma série de agenciamentos com vistas à proteção da identidade em um contexto de tendência de borramento entre os aspectos públicos e privados da vida. Diante disso, o objetivo deste estudo consistiu em compreender como é modelada, pensada, vivida e significada a experiência de viver com HIV/aids entre silêncios e segredos no sertão nordestino. A etnografia é o referencial teórico-metodológico adotado para compreensão do objeto de estudo. O campo foi realizado entre os meses de abril e setembro de 2019 em um serviço especializado situado no interior do Rio Grande do Norte. Durante as incursões em campo utilizou-se observação participante, produção de diários de campo e entrevista semiestruturada para a recolha das informações junto aos interlocutores. Esses dados foram interpretados com base na literatura socioantropológica sobre sofrimentos e adoecimentos de longa duração, silêncio e segredo e marcadores sociais da diferença. Da análise deste material foram produzidos dois capítulos. O primeiro, explora a prática etnográfica e a experiência de alteridade no momento em que a pesquisadora viveu um encontro em campo que lhe custou a posse de um segredo que não era seu, a partir do qual iniciou a problematização em torno dos silêncios e segredos em contextos interioranos. O segundo, dialoga com a experiência vivida e narrada no capítulo anterior, quando o interlocutor protagonista do encontro passou a ser o narrador das questões que envolviam o agenciamento dos silêncios e segredos sobre a soropositividade. Da discussão empreendida foi possível concluir que a vulnerabilidade do sigilo da sorologia nos contextos interioranos perpassava pela dinâmica social da cidade que traziam à tona a possibilidade da descoberta do segredo, fazendo com que a PVHA viva no silêncio do seu corpo uma identidade indizível.TCC ‘A gente vive em cima da corda bamba’: a experiência de profissionais que trabalham com o HIV/AIDS no sertão nordestino(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2018-03-12) Tavares, Thaís Raquel Pires; Melo, Lucas Pereira de; Silva, Luziana Marques da Fonseca; Vieira, Rebeca Maria de MedeirosEstudo etnográfico realizado em um Serviço de Atenção Especializada em HIV/aids no sertão nordestino que aborda a experiência de profissionais na produção de cuidados ao HIV/aids em áreas remotas. A partir de observações participantes e entrevistas individuais, este artigo reflete a experiência de profissionais e seus processos de trabalho, a partir de suas vivências e experiências pessoais inerentes à produção de cuidados em HIV/aids. Da análise temática do material empírico obtiveram-se três categorias temáticas: ‘Eu não sabia nem o que era’: aspectos do vir a ser profissional especializado em HIV/aids; ‘Está todo mundo lá meio que escondido’: estratégias de enfrentamento à (in)visibilidade do status sorológico; e ‘A gente vive em cima da corda bamba’: experiências no processo de trabalho. As narrativas evidenciaram a realidade de um serviço marginalizado que sofre as consequências da precarização do sistema de saúde e da política nacional de aids, onde a busca individual por capacitação, no que tange à especialização profissional, se destaca como a principal ferramenta para se vencer a falta de suporte gestor. Há necessidade de reorganização dos processos de trabalho, apoiada, sobretudo, em rotinas interprofissionais, além do estabelecimento de uma relação dialógica entre profissionais e gestão. A Educação Permanente em Saúde surge como estratégia eficaz na produção de reflexões necessárias para se repensar a prática e produzir novas configurações da dinâmica assistencial. Os resultados daqui emergidos poderão permitir a reflexão inicial necessária para disparar os processos de mudança nesse contexto, além de fomentar o debate socioantropológico em torno da temática.