Programa de Pós-Graduação em Educação, trabalho e Inovação em Medicina

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Manual para o cuidado do Acidente Vascular Cerebral Isquêmico em idosos na Atenção Básica: uma abordagem de Educação Permanente em Saúde
(Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024-12-19) Dantas, Iury Hélder Santos; Amorim, Érico Gurgel; Lucena, Eudes Euler de Souza; http://lattes.cnpq.br/6969519171915250; https://orcid.org/0000-0003-3473-2077; http://lattes.cnpq.br/6778491993760686; http://lattes.cnpq.br/4379206127682760; Carvalho, Fernanda Martins Maia; Azevedo, George Dantas de; Morais, Hecio Henrique Araújo de; Mussi, Ricardo Franklin de Freitas
O Acidente Vascular Cerebral Isquêmico (AVCi) é uma questão de saúde pública no Brasil, dado o seu relevante impacto socioeconômico e a elevada taxa de mortalidade. Nessa perspectiva, analisar o contexto no qual a problemática se insere é fundamental para construção de políticas públicas eficientes. A análise de contexto parte do pressuposto de que toda ação humana é dependente do contexto e só pode ser entendida a partir da análise do cenário em que ocorre. Com base na organização em contextos, apresentamos neste trabalho a problemática do AVCi, que está inserida no panorama da saúde pública brasileira, na qual a Educação Permanente em Saúde é uma estratégia para superar os entraves existentes. Diante desse cenário, este trabalho busca, através da Educação Permanente em Saúde, fortalecer a linha de Cuidado do AVCi, ao passo que discute a importância da Educação em Saúde como ferramenta aglutinadora dentro do SUS. Este estudo elaborou um manual voltado para orientar pacientes, familiares, cuidadores e as equipes da Atenção Primária no manejo do AVCi em idosos no município de Caicó/RN, que é formado por 21 Unidades Básicas de Saúde (UBS), com 29 equipes ao todo. Atualmente, a disponibilidade de exames de investigação etiológica para AVCi encontra-se presente na rede pública nas Unidades Básicas de Saúde, no Hospital do Seridó e na Policlínica Regional do Seridó. Este manual divide-se em quatro pilares: panorama geral, prevenção, diagnóstico e tratamento do AVCi. Cada pilar é estruturado com informações relevantes sobre o tema de modo a apresentá-las de modo rápido, simples e intuitivo. Para isso, o manual apresenta ilustrações, fotos e fluxogramas que buscam sintetizar conhecimentos relevantes. Este manual torna-se um instrumento de Educação Permanente em Saúde por sua interface com o ensino, podendo ser utilizado em reuniões de equipe; salas de espera com pacientes através de atividades de estudantes da graduação, internato médico e residentes; consulta rápida pelos médicos assistentes para checagem do protocolo de investigação etiológica. Reconhecendo Educação em Saúde como um processo contínuo e dinâmico, este manual se propõe a difundir a informação sobre um tema tão relevante quanto o AVCi através de uma linguagem direcionada, mas com rigor científico e embasada em princípios sólidos. Portanto, através do trabalho colaborativo, da análise de contexto e da Educação Permanente em Saúde, busca-se construir uma assistência mais coesa do AVCi na Atenção Primária, evitando variações no cuidado, redução da morbimortalidade e dos custos associados.
O serviço de Atenção Básica como o "terreiro" da casa: lugar, gênero e sexualidade nas práticas de saúde em HIV/aids em um contexto interiorano
(2019-06-27) Saraiva, Lorena Santos Dantas; Melo, Lucas Pereira de; ; ; Rolim, Ana Carine Arruda; ; Freitas, Marise Reis de; ; Silva, Merces de Fátima dos Santos; ; Maksud, Ivia;
INTRODUÇÃO: O surgimento de uma nova doença no início da década de 1980 identificada pela sigla aids (síndrome da imunodeficiência adquirida) provocou mudanças significativas em diversos campos além da saúde, principalmente por combinar comportamento sexual e doença, conferindo maior visibilidade a questões relacionadas à sexualidade, considerando a via sexual, uma das principais formas de transmissão. A disseminação da infecção pelo HIV (vírus da imunodeficiência humana), causador da aids, no Brasil se manifestou como uma epidemia com múltiplas dimensões, resultante das profundas desigualdades sociais do país com transformações significativas em seu perfil epidemiológico. Dentre estas está a interiorização, com a difusão geográfica da doença dos grandes centros urbanos para os municípios do interior do país. Considerando os aspectos históricos e a experiência enquanto enfermeira de uma Unidade Básica de Saúde, no interior do sertão do Nordeste brasileiro, este estudo surgiu de inquietações sobre como as práticas de saúde relativas ao HIV/aids reproduziam, nesse serviço, a marginalização e invisibilização das pessoas que vivem com esta condição. OBJETIVO: Compreender qual o lugar do HIV/aids nas práticas de saúde no cotidiano de uma Unidade Básica de Saúde (UBS) no sertão nordestino. METODOLOGIA: Trata-se de uma etnografia, cujo trabalho de campo foi realizado entre julho e novembro de 2018 em uma UBS do município de Caicó/RN. Os atores envolvidos foram os profissionais que compõem as duas equipes de saúde da família desse serviço. Foram utilizadas observação participante, entrevistas individuais semiestruturadas e questionário sociodemográfico. Os dados foram analisados por meio da técnica de codificação temática. RESULTADOS: A análise apontou para a invisibilidade e apagamento social das pessoas que vivem com HIV/aids (PVHA) no território deste serviço, podendo está associado: ao preconceito; a ausência de espaços privativos entre os profissionais e estas pessoas; e à deficiência de educação permanente dos profissionais para lidar com a condição do HIV/aids. Outro resultado foi a evidência dos marcadores sociais da diferença: sexualidade, gênero e o contexto do lugar do estudo como potencializadores de questões que reforçam e configuram o preconceito e estigma local. E, por último, a dificuldade dos profissionais com o trabalho direcionado tanto para as PVHA quanto para o HIV/aids no geral, possivelmente sendo fruto de valores morais, associado à ausência de educação permanente e de um programa de saúde municipal focado nestas questões. CONCLUSÃO: A aproximação com o tema proporcionou a visualização de uma problemática importante sobre o HIV/aids, sinalizando uma fragilidade de uma unidade de saúde específica da Atenção Básica em incorporar aos seus serviços intervenções que contemplem as PVHA e as múltiplas dimensões do HIV/aids. Desenvolver a pesquisa possibilitou mudanças no meu olhar como profissional antes limitado e restrito a protocolos e manuais oficiais. O estudo torna-se combustível para o caminho da transformação profissional que ainda não alcancei em plenitude, mas que já trilho ciente de que há muito pela frente, além disso, forneceu instrumentos que me possibilita ser agente multiplicador. E, por fim, contribui para subsidiar discussões acerca do tema e do atual cenário político associado à saúde pública.

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